Ano XVI Nº 162
OUTUBRO 2008
R$ 2,00
www.uruatapera.com
Povos indígenas
reunidos no
Mapuera
Só este ano, 352 casos de malária já foram
registrados nas 11 aldeias Wai-Wai.
CONJUNTURA | PÁG 8.
Apresentação de música e dança dos índios das aldeias Wai-Wai na reserva Mapuera
MRN
ZONEAMENTO
POLÍTICA
Governadora
lança Plano
em Santarém
Deputados
destinam
recursos
Ana Júlia dá o 1º passo para
ordenamento ambiental e
territorial da região.
Carlos Martins contemplou
Santarém e Belterra. Alexandre Von quer ver os gastos.
REGIONAL | PÁG 5.
REGIONAL | PÁG 5.
MÚSICA
CAPACITAÇÃO
VIII FECAN
REVELA OS
TALENTOS
Apicultores
planejam o
cooperativismo
Alto nível do Festival em Porto Trombetas atrai muitos
artistas de outras regiões.
Trabalhadores rurais manejam abelhas e aprendem
como se associar.
CIDADES | PÁG 3.
O genial violonista Sebastião Tapajós, jurado da finalíssima, e Júnior Coelho, Melhor Arranjo no Fecan
INCRA ORIENTA SOBRE
BLOQUEIO CADASTRAL
COTIDIANO | PÁG 2.
Dia D no Trânsito em Juruti
E CERAMISTAS LOCAIS GANHAM CURSO SOBRE ARQUEOLOGIA
ATUALIDADES| PÁG 7.
Seleção para assentamento deixou mais de 200
famílias oriximinaenses fora do benefício.
VARIEDADES| PÁG 4.
Reunião servirá para familiarizar a comunidade local com o trabalho científico e sua importância para o País
SBPC DEBATE EM ORIXIMINÁ
EDUCAÇÃO E CIÊNCIA NA AMAZÔNIA
Evento inédito no Oeste do Pará vai colocar em pauta a possibilidade de melhoria do
ensino básico através do estímulo à pesquisa, além de movimentada agenda cultural.
VARIEDADES| PÁG 4.
Acesso ao crédito agrícola ainda é um sonho inatingível para muitos
2
COTIDIANO
zOUTUBRO - 2008
Capacitação de apicultores em Oriximiná
Durante o curso de Associativismo e Cooperativismo, trabalhadores rurais que manejam abelhas
para produção de mel receberam muita informação sobre formação e gestão de cooperativa.
Desde 2007, vem sendo estimulado o interesse dos
oriximinaenses na pesquisa
do potencial da criação de
abelhas da região, qualificação do mel, legislação e
certificação. Daí surgiu a
proposta de criação de uma
cooperativa do mel em cinco
municípios de abrangência
do projeto Enxame: Oriximiná, Terra Santa, Prainha,
Monte Alegre, Alenquer e
Juruti.
Em Oriximiná, entidades como o STTR - Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, a Associação
das Mulheres e a Associação
de Pequenos Agricultores
estão mobilizados no sentido
de diversificar a produção. Já
foram realizados vários cursos de capacitação voltados
Atividade requer manejo para garantir sustentabilidade
para o manejo com a abelha,
com resultados considerados positivos, e a intenção é
avançar na área do cooperativismo, voltado para beneficiamento, comercialização e
sustentabilidade.
O município já dispõe
de equipamentos de modo a
oferecer produto de alta qualidade ao mercado consumidor,
como, por exemplo, a Central
de Armazenamento, Beneficiamento e Comercialização
de Produtos Agropecuários.
Raimunda Reis, assistente
social e facilitadora do curso,
realça que o pequeno produtor da região deve buscar empreender. “Ser empreendedor
é uma necessidade, o foco do
momento é empreendedorismo, que é esse avanço, essa
busca de informação.
Eu acredito que, se o
ser humano tem vontade
de melhorar, de vencer e
de crescer, ele acaba não só
buscando a informação na
educação, mas em todos
os níveis, e acaba por imitar coisas que deram certo,
exemplos bons dentro da
economia”, enfatiza.
Barco-móvel atendeu 500 segurados em dez dias
A equipe realizou atendimento completo da
Previdência, cuidando de aposentadoria, saláriomaternidade, auxílio-doença, pensão e encaminhamento para perícia. Todos os processos
habilitados no município,
mesmo os que apresentaram
algum tipo de pendência,
foram solucionados.
A Previdência Social
Móvel dispõe no Estado de
dois barcos e na região Oeste
do Pará o Prev-Barco II dá
assistência a onze municípios:
Oriximiná, Óbidos, Faro,
Terra Santa, Juruti, Monte
Alegre, Almeirim, Porto de
Moz, Aveiro e Senador José
Porfírio.
A coordenadora chefe da
equipe da Previdência Social,
Anne Nazaré Guimarães,
salientou que só foi possível atender toda a demanda
porque em Oriximiná há
um trabalho logístico de alto
nível, fruto de parcerias com
o Sindicato dos Trabalhadores, Colônia de Pescadores e
Prefeitura. Além da coordenadora, trabalham no barco
quatro servidores que tratam
dos processos e benefícios.
De acordo com Anne
Nazaré Guimarães, as pessoas que não foram atendidas
por algum motivo devem
entrar em contato com seu
sindicato, colônia, ou então
com a própria Previdência
Social, pelo telefone 135,
para fazer o agendamento
do seu benefício. “O fato de
nós virmos agora e só retornarmos no ano próximo ano
não significa que o segurado
deixe de ser assistido; basta
que faça o agendamento
prévio e que vá no dia e hora
marcada até Santarém”,
orientou.
97,82% da população infantil foi vacinada contra Poliomielite
A Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento
de Oriximiná, através da Divisão de Vigilância
Epidemiológica, concluiu a campanha de multivacinação e de combate à rubéola no município,
para homens e mulheres de
20 a 40 anos. Este ano, houve
quatro campanhas: vacinação
do idoso, de combate à Influenza (gripe); e duas etapas
da contra Poliomielite, para
as crianças menores de cinco
anos, além da anti rubéola.
“Nós trabalhamos a
população de menores de
5 anos com a vacinação da
Poliomielite; com ela vêm
outras vacinas como a Triviral
(Sarampo, caxumba e rubéola) para crianças de 1 ano;
Tetravalente (difteria, tétano,
coqueluche e Haemophilus
influenzae B) e Hepatite B,
para crianças menores de 1
ano, ou seja, são crianças que
estão fechando o esquema vacinal”, relata Cristiano Adson,
diretor de Vigilância Sanitária
da Secretaria Municipal de
Saúde.
“Foi um trabalho muito
difícil para a Secretaria porque nós sabíamos que uma
população muito difícil de
pegarmos, mas nós tivemos
êxito na campanha da rubéola,
conseguimos vacinar 94% da
população, ficando apenas
6% a vacinar, e a vacina está
disponível nos postos de saúde no município”, informa
Cristiano Adson, esclarecendo
que a 2ª etapa da campanha
Além da vacina, cuidados clínicos foram reforçados
iniciou no período programado, mas foi prorrogada e até
suspensa, depois retomada e
concluída. “No início não só
em Oriximiná, mas em todo
o Brasil, não estava havendo
procura da vacinação contra a
rubéola nos postos de saúde.
Então o Ministério da Saúde
prorrogou a campanha, além
do mais estávamos em pleno
período eleitoral, e nesse perí-
odo o município não poderia
realizar ações que envolvesse
aglomeração de pessoas, como
irmos para área rural fazer
nosso trabalho, por isso não
poderiam caminhar juntas, até
porque são ações totalmente
diferenciadas.
Houve a suspensão,
sendo que um dia após a eleição retomamos os trabalhos,
fechando nossas metas nas
comunidades rurais”, conta.
De acordo com o diretor,
Oriximiná não conseguiu
atingir a meta dos 100% que
seria vacinar 17. 068 pessoas
e só alcançou 16.060 pessoas
de ambos os sexos. “Na campanha contra a Poliomielite
nós obtivemos sucesso. Nossa
meta era vacinar 7.471 crianças
menores de cinco anos e vaci-
namos 7.308, então atingimos
o percentual de 97,82%, mas o
Ministério da Saúde preconiza
o mínimo de 95% de cobertura”, revela.
O termo poliomielite
vem do grego = pólios, cinza
e myelos, medula (inflamação
e degeneração da substância
cinzenta da medula espinhal),
também denominada paralisia
infantil ou pólio, por afetar
principalmente crianças, pode
ter como seu primeiro registro
um manuscrito egípcio da
XVIII dinastia (1580-1350
a.C.), representando um jovem sacerdote com a perna
direita mais curta e atrofiada, o
pé mantido em posição eqüina; deformidade característica
de seqüelas da poliomielite
paralítica-1.
Professores, alunos e comunidade comemoraram aniversário de Santa Maria Goretti
A programação incluiu corrida
ciclística, procissão e ato ecumênico.
Uma das mais tradicionais instituições de ensino de
Oriximiná, o colégio recebeu
muitas famílias que fizeram
questão de participar da programação festiva. A diretora da
escola, Ana Cleide Almeida, à
Diretora-Editora responsável
Franssinete Florenzano
Colaborador especial
Emanuel Nassar
Editoração eletrônica
Calazans Souza
Fotolito e impressão
Rua Gaspar Viana, 778
Tel. 0xx91.3230-0777
frente do educandário há onze
anos, ressaltou que a escola
Santa Maria Goretti sempre
foi parceira da comunidade e
dos alunos e que o momento
é de celebração conjunta.
“A cada ano que passa
aumenta a responsabilidade,
pois sempre queremos fazer
o melhor e esta data é marcante porque comemora-se
a idade de nascimento de
nossa padroeira”, enfatizou
a educadora, aproveitando a oportunidade para
recomendar aos pais de
alunos que conversem com
seus filhos, como forma de
impedir que os jovens enveredem pelo caminho da
delinqüência, aumentando
as estatísticas de violência
no município.
Ana Cleide elogiou o
trabalho da equipe docente
e servidores do colégio, cuja
competência é reconhecida.
“Sentimos o apoio das famílias
porque elas acompanham de
perto o nosso trabalho, isso é
gratificante, todos sabemos da
importância e é fundamental
que a família caminhe unida com a escola”, disse, em
agradecimento.
Na ocasião foi celebrada Missa pelo padre Luiz
Aparecido, pároco da cidade,
que durante o ato ecumênico lembrou a história de
vida da santa padroeira dos
estudantes.
Após a celebração, professores distribuíram para
alunos e convidados fatias do
bolo com cinco metros de
comprimento.
PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS
TELEFONES ÚTEIS
Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319
Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681
Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072
Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371
Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224
Hospital Municipal – (93) 3544 1370
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[email protected]
Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169
Av. Independência, 1857
Oriximiná-PA. CEP 68270-000
Tel/Fax. 0xx91.3222-1440
CNPJ 23.060.825/0001-05
Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587
Fórum – (93) 3544 1299
Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119
Polícia Civil – (93) 3544 1219
Defensoria Pública – (93) 3544 4000
CIDADES
OUTUBRO - 2008 z
3
VIII FECAN celebra vitória informes
da música do Oeste paraense E
FOTOS MRN
É de Porto Trombetas a grande vencedora do
VIII Festival da Canção de Porto Trombetas.
A composição Ladeiras e Magia, de Alexandre
Cordeiro, foi interpretada por Carlinho Dias e
levou o prêmio de aclamação
popular, melhor letra e melhor intérprete. A coroação
ficou por conta do troféu de
primeiro lugar geral, como
melhor canção do Festival.
“Foi a primeira vez que
ganhei um Festival, apesar de
já participar há vários anos.
Não esperava levar tantos
prêmios”, ressaltou o carioca Alexandre Cordeiro, que
mora em Porto Trombetas
há 20 anos. A canção, uma
“alegre homenagem à cidade
de Óbidos”, segundo o obidense Carlinho Dias, levantou
o público que lotou o Mineração Esporte Clube durante
o evento.
“O Fecan é um festival
muito emocionante, especialmente pelo envolvimento
de toda a equipe técnica e
candidatos, que contribuem
para a realização de um belo
espetáculo. Ele também é
uma oportunidade de divulgar os trabalhos de novos
talentos musicais do Brasil e
principalmente do Oeste do
Pará. Além disso, capturamos
um material artístico muito
precioso para a produção do
DVD com as apresentações
dos doze finalistas”, avaliou
o organizador do Festival,
Denilson Gonçalves.
O compositor e cantor
Sidlei Printes, de Oriximiná,
emplacou sua canção Sem
Aplausos como a segunda melhor do Festival. Vindo de Macapá, o compositor Chermont
Júnior levou o terceiro lugar
geral, com a sua A Festança na
Mata. A composição Aquarelas de Apolinário, autoria do
jurutiense Júnior Coelho, foi
defendida pela santarena Priscila Moreira e levou o prêmio
de melhor arranjo.
“Os candidatos estiveram na linha da perfeição.
Além disso, os músicos da
banda base contribuíram muito para o resultado das apresen-
tações e para fazer do evento
um Festival de alta qualidade.
Ficou difícil julgar”, destacou
o regente da Filarmônica Municipal de Santarém Professor
José Agostinho, João Paulo
Fonseca, um dos jurados da
etapa final.
O violonista Sebastião
Tapajós foi um dos jurados
da noite final. “O Fecan tem
um nível altíssimo. Não só os
candidatos são muito bons,
mas a estrutura e a organização
são de grandes festivais. E, a
cada ano que passa, ele tem
tomado proporções ainda
maiores, atraindo concorrentes de diversas regiões. É
um exemplo a ser seguido”,
enfatizou o artista.
Os vencedores dos 2º e
3º lugares levaram para casa
troféus e prêmios nos valores
de R$ 2 mil e R$ 1 mil, respectivamente. O primeiro lugar,
além de troféu e R$ 4 mil, vai
ter sua composição gravada
no CD Festivais do Brasil –
Volume V. O ganhador do
troféu de aclamação popular
também levou R$ 500,00. Os
vencedores das categorias de
melhor letra, melhor intérprete e melhor arranjo ganharam
troféus.
O caricaturista Luciano
Mesquita personalizou a imagem de todos.
Avaliação e projeção
Carlinho Dias e Alexandre Cordeiro, 1º lugar do Fecan
O oriximinaense Sidley Printes, segundo colocado
Chermont Jr levou o 3º lugar geral, com Festança na Mata
O secretário de Planejamento de Santarém, Everaldo
Martins, em reflexão sobre a administração municipal,
chamou a atenção para o fato de que, apesar da privilegiada localização geográfica, nunca foi criado um órgão
encarregado de cuidar da beira do rio, do embarque e
desembarque, trapiche, porto, enfim, do transporte fluvial na Pérola do Tapajós. E aproveitou para revelar que
Maria do Carmo pretende corrigir esse erro histórico.
Nunca na Prefeitura alguém cuidou da habitação – e ele
fez o mea culpa – anunciando projeto com dinheiro do
Alvorada para cerca de 30 casas e financiamento de R$
5 milhões do Fundo Nacional de Habitação e Interesse
Social para ser usado na grande Prainha, na Área Verde,
Uruará, na construção de 250 unidades, mais 650 novas
moradias a serem feitas com recursos do PAC. Diz que
quer, também, melhorar as condições sanitárias em cerca
de 3 mil residências.
Transporte fluvial
No porto improvisado da Praça Tiradentes, em Santarém,
é grande o volume de cargas e passageiros todo dia. Nesta época, a distância entre o cais de arrimo e os barcos
chega a 200 metros e a dificuldade de acesso aumenta
perigosamente. Caminhões e passageiros disputam o
mesmo espaço. As rampas de acesso às balsas são de
madeira e não é raro os passageiros caírem. Para alívio
desse sofrimento, está em construção um terminal fluvial
de cargas e passageiros. Parte da estrutura será contenção
de concreto armado, com arrimo e rampa para a carga e
descarga das balsas que hoje fazem essa operação. Também terá rampa e flutuante metálicos para atracação de
barcos.A estação hidroviária já está sendo erguida, em
alvenaria, e a fase atual da obra envolve a cobertura e os
banheiros internos.
Enxugamento da folha
A Câmara Municipal de Santarém exonerou 37 servidores,
parentes de vereadores, que exerciam cargos de confiança, em comissão e em função gratificada, por causa
da aplicação da Súmula do STF contra o nepotismo. No
caso dos secretários municipais parentes da prefeita não
há impedimento legal, garante o procurador geral do
município, Isaac Lisboa.
Teste da saudade
Todos os finalistas do Fecan têm o que comemorar: gravaram suas músicas em DVD.
Movimentos sociais e governo discutiram Territórios da Cidadania
Cidadania inclui sete projetos.
Um deles é direcionado para
a agricultura familiar em Oriximiná. Para o município, está
sendo pleiteada a implantação
de um sistema de irrigação
direcionado à fruticultura.
“Estamos construindo
uma central de armazenamento e abastecimento de produtos agropecuários. Inicialmente, trabalhamos na cadeia
da fruticultura, com mamão,
maracujá, abacaxi, cupuaçu
e acerola. O Codeter (Colegiado de Desenvolvimento
Territorial) é positivo na busca
de alternativas e na ampliação
na área de gestão e de recursos
Do Ércio Bemerguy: “Te lembras ... das professoras Agripina Matos, Hilda Mota, Zulmira, Edith e Beth Bemerguy,
Georgina Diniz, Nely Imbiriba, Teresa Miléo, Gersonita
Imbiriba Carneiro, Celeste Guerreiro, Dalva Bezerra Coelho, Maria Luiza Mendonça, Hermínia Simões, Delzuíta e
Lucíola Freire, Rosilda Wanghon, Nazaré Demétrio, Helena
Lisboa, Teresinha Corrêa, Sofia Imbiriba, Zuzu e Delfa? ...
da agência de aluguel e consertos de bicicletas do Maurício
Castanho e Getúlio Serique? ... do automóvel Nash Super,
cor verde claro, do Lourival (Lauri) Wanghon?”
Justa homenagem
Programa abrange Oriximiná, Óbidos, Curuá,
Faro, Juruti, Terra Santa, Monte Alegre,
Prainha, Alenquer, Santarém e Belterra, onde
vivem cerca de 570 mil pessoas, inclusive
indígenas e quilombolas.
R$ 252,6 milhões estão
destinados à região. Na abertura do evento, o Governo
do Estado apresentou ações
novas, como o “Campo Cidadão” e o “Pará Rural”, cujas
discussões agora se inserem
no Programa Territórios da
Cidadania. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra também
participou do debate, em que
políticas de desenvolvimento
dos assentamentos foram
apresentadas como iniciativas a serem incorporadas ao
Território.
No Baixo Amazonas,
o Programa Territórios da
m novembro, surge oficialmente a Câmara
de Associações Comerciais do Oeste do Pará,
reunindo associações comerciais de Santarém, Altamira, Itaituba, Oriximiná, Juruti,
Óbidos, Monte Alegre, Novo Progresso, Terra Santa,
Alenquer, Novo Progresso e outros municípios da área.
A nova entidade vai priorizar a luta para a construção
de um novo porto em Santarém, o asfaltamento da BR163, a transposição do Linhão de Tucuruí para a Calha
Norte, a construção da hidrelétrica de Belo Monte e do
complexo energético do rio Tapajós, o asfaltamento da
Santarém-Cuiabá, Transamazônica, PA-370 e demais
rodovias estaduais da região, projetos considerados de
extrema importância.
Ana Júlia Carepa sancionou a lei que denomina o Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar
Penna. De autoria do deputado Carlos Martins, é uma
homenagem a uma figura muito importante para a região
do Baixo Amazonas, o médico Waldemar Penna, que
atuou em Santarém durante muitos anos. Foi pioneiro
em implantar o serviço hospitalar próprio particular. Em
1986, junto com mais vinte médicos, fundou a Unimed
Oeste do Pará, que presidiu por 15 anos.
Ópera amazônica
Frutas típicas do Baixo Amazonas: cores e sabores
financeiros”, destacou Vander
Luiz Freitas, presidente do
Sindicato dos Trabalhadores
e das Trabalhadoras Rurais
(STTR) de Oriximiná.
Outra proposição do
Território no Baixo Amazonas é a implantação de Casas
Familiares Rurais nos municípios de Oriximinán e Juruti
que, juntas, terão capacidade
para atender 150 famílias que
vivem em assentamentos. A
expectativa é de que o edital
de licitação para a construção
seja publicado no próximo
mês. Cerca de 60 pessoas
que integram o Colegiado de
Desenvolvimento Territorial
participaram do encontro.
José Wilson Malheiros da Fonseca mandou, a pedido,
para a Itália, a orquestração que fez da ópera “Vitória
Régia, um amor Cabano”, em parceria com o Maestro
Wilson Fonseca, seu pai. Os professores de Milão teceram
grandes elogios a Isoca, em carta. Vejam um trecho: “...
Agrada-me muito, lembra o mundo da Opereta Viennense
de Lehar, de fato dir-te-ei que vejo o Maestro Fonseca
como seu digno representante estrangeiro, não deixa
nada a desejar aos melhores autores da Europa Central
desse período, é óbvio que tinha uma sólida formação
clássica ocidental (...).
4 zOUTUBRO - 2008
VARIEDADES
Carnavalescos querem espaço maior
O Conselho Municipal de Cultura de Oriximiná
reuniu para discutir questões relacionadas ao
Carnaval de 2009. O presidente da entidade, João
Felipe, contou que o evento foi uma oportunidade
aos representantes das escolas
e blocos carnavalescos para
oferecerem sugestões de melhorias da quadra momesca.
“Um exemplo é a questão do
espaço físico, a participação das
agremiações, recursos financeiros e projetos, não sabemos
até agora se tem uma equipe
de transição, já que foi eleito
um novo governo. Como o
carnaval vai ser dia 24 de fevereiro, deve ser preparado com
antecedência”, alerta.
A reunião também serviu para levantar propostas
que serão apresentadas ao
novo prefeito sobre o que
pode melhorar no carnaval oriximinaense. Para o
presidente do Conselho de
Cultura, a primeira coisa é
mudar o local de desfile, atualmente na Avenida 24 de
Dezembro, na orla da cidade.
“O espaço é muito pequeno
para quantidade de pessoas
que freqüentam o local, para
as agremiações; é o porto da
cidade, onde tem barco saindo, barco chegando a todo
o momento. Então, há uma
série de fatores que acabam
prejudicando o brilhantismo
da festa”, diz. Os carnavalescos
sugerem o aproveitamento de
um espaço existente no antigo
módulo esportivo, que pode
ser transformado em uma
praça mais adequada.
Projeto de arte Desenhando Oriximiná tem bom resultado
Mais de sessenta crianças e adolescentes na faixa
etária de oito a quinze anos desenvolvems habilidades em desenho e pintura, na escola de Arte
Dom Bosco. O professor Luiz Viana, que há mais de
vinte anos trabalha na área, é
o idealizador do projeto, além
de outros trabalhos culturais
em teatro e contos infantis. A
idéia surgiu em função da ne-
cessidade de dar oportunidade
aos jovens talentos que não
tinham chance de aprimorar
e mostrar conhecimentos
artísticos.
Luiz Viana já desenvolveu trabalho semelhante
no Ciaca, onde são atendidos
jovens infratores. A grande
diferença, avalia o educador,
é que naquela situação havia
obrigatoriedade de participação no projeto, para ressocialização dos garotos. Agora, a
participação voluntária, das
crianças que estão na escola
de Arte Dom Bosco tem
sido gratificante. Para fazer
a matrícula, basta comprar a
apostila que custa dois reais
e sessenta centavos. Com os
recursos obtidos a partir da
venda das obras feitas na escola
é comprado material para os
alunos.
O professor conta que o
método que está aplicando é
prático e promissor: os alunos
começam só desenhando nos
primeiros seis meses, no básico e o avançado; em seguida,
passam a pintar.
SERVIÇO:
A Escola de Arte Dom
Bosco funciona na
Travessa Magalhães
Barata, no bairro do
centro, somente no
horário vespertino,
inclusive com projetos
de bordados e crochê.
SBPC em Oriximiná discute melhoria de ensino básico através da ciência
Oriximiná se prepara para sediar, de 04 a 07 de
novembro, a Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Evento
de renome nacional no meio científico, essa é a
primeira vez que uma reunião
regional acontece no Oeste do
Pará. Com o tema "Educação
e Ciência na Amazônia", será
realizada no campus da Universidade Federal do Pará
(UFPA), núcleo Oriximiná.
Em pauta, a melhoria do ensino básico através do estímulo
à ciência e à pesquisa.
“Nunca o Oeste do Pará
recebeu evento de cunho
científico-educacional de tal
importância”, ressalta o coordenador geral do evento da
SBPC em Oriximiná, Professor Doutor Domingos Diniz.
A programação científica vai
das 08h às 18h, diariamente, e
é composta por conferências,
mini-conferências, mesas-redondas, mini-cursos, oficinas
e exposições livres de trabalhos
científicos, e está acessível no
site oficial do evento (http://
www.sbpcnet.org.br/even-
tos/oriximina/index.htm). A
Mineração Rio do Norte participará do programa científico
em uma mini-conferência no
dia 05, quando será debatido
o tema “Educação e Mercado
de Trabalho”. A MRN será representada por Miguel Ângelo
Argolo, da área de Treinamento e Desenvolvimento.
“A SBPC congrega diversas correntes científicas
do País. Desenvolvemos aqui
no núcleo da UFPA em Oriximiná o Programa de Ação
Interdisciplinar (PAI), ligado ao curso de licenciatura
e bacharelado em Ciências
Biológicas, com ênfase em
Conservação de Águas Interiores. Esse programa visa uma
vinculação direta do ensino
superior, através de professores e graduandos, com a
melhoria do ensino básico,
através do incentivo à pesquisa
Menina observa luminária artesanal confeccionada em tala
e à ciência. É uma proposta
moderna. Em 2008, através do
PAI, conseguimos obter 306
bolsas do CNPq de iniciação
científica para alunos da 5ª à 8ª
série do ensino Fundamental
e do ensino Médio. Por isso
fomos escolhidos pela SBPC
como sede dessa reunião”,
explica o coordenador.
Durante as noites, a partir das 20h, o centro de eventos
do Parque de Exposições José
Diniz Filho será palco de uma
vasta agenda cultural, que
inclui apresentações musicais,
danças, lançamentos de livros,
exposições de coleções, artesanatos e artes plásticas. A Mineração Rio do Norte participará
do evento com um estande
no Parque, apresentando o
projeto Cultura do Barro, uma
das vertentes do Projeto de
Educação Ambiental e Patrimonial (PEAP), desenvolvido
pela empresa em parceria com
o Museu Paraense Emílio
Goeldi nas comunidades do
Rio Trombetas. O objetivo
do projeto, que anualmente investe R$ 220 mil nas
ações, beneficiando cerca de
1.500 pessoas, é desenvolver
atividades educativas junto a
essas comunidades e destacar
a importância da preservação
do patrimônio ambiental e
cultural da região.
A Reunião Regional da
SPBC em Oriximiná é uma
realização da Universidade
Federal do Pará – Núcleo
Oriximiná -, e da SBPC, mas
conta com o apoio de diversas
instituições: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa), Universidade Estadual
do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fundação de
Amparo à Pesquisa do Amazonas, Fundação de Amparo
à Pesquisa do Pará, Secreta-
rias de Educação do Pará e
do Amazonas, Prefeitura de
Oriximiná e UFPA – núcleos
de Belém e Santarém.
A Sociedade Brasileira
para o Progresso da Ciência
(http://www.sbpcnet.org.br/)
é uma entidade civil, sem fins
lucrativos nem cor políticopartidária, voltada principalmente para a defesa do avanço
científico e tecnológico e do
desenvolvimento educacional
e cultural do Brasil.
A entidade organiza reuniões anuais com a participação de sociedades e associações
científicas das diversas áreas
de conhecimento, nas quais
comparecem milhares de
cientistas, professores, estudantes, profissionais liberais e
demais interessados na discussão de temas ligados à ciência
e tecnologia nacionais. Além
disso, promove encontros e
cursos destinados a familiarizar a sociedade com o trabalho
científico e sua importância
para o País.
Inscrições para o I Congresso de Mineração da Amazônia estão encerradas
Ciência e tecnologia, mercado, economia emergente e conservação ambiental são algumas
das questões que serão tratadas nos debates por autoridades políticas,representantes
de ONGs e profissionais conceituados no setor de mineração Mais de 500 profissionais,
estudantes e acadêmicos vão
acompanhar as palestras e
painéis temáticos da EX-
POSIBRAM Amazônia - I
Congresso de Mineração da
Amazônia, em que serão tratados assuntos de interesses
diversos como responsabilidade social, sustentabilidade,
economia e meio ambiente.
As inscrições foram encerradas dois dias antes do prazo,
porque todas as vagas foram
esgotadas.
O Congresso será realizado paralelamente à I
Exposição Internacional de
Mineração, pelo Instituto
Brasileiro de Mineração,
com apoio do Governo do
Estado e da Federação das
Indústrias do Pará, de 10 a
13 de novembro, no Hangar
- Centro de Convenções e
Feiras da Amazônia. Quem
quiser pode tentar vaga no
local do evento, a partir
do dia 11 de novembro,
em caso de desistência ou
não comparecimento dos
inscritos.
A I Exposição Internacional de Mineração oferecerá
oportunidades de negócios
por meio das apresentações
em estandes e da interação
entre fornecedores e compradores. Empresários e representantes de associações
Incra orienta sobre bloqueio de cadastrados no PNRA
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária enviou representante a Oriximiná para
identificar e corrigir inconsistências referentes aos
critérios de elegibilidade na seleção de beneficiários
do Programa Nacional de Reforma Agrária.
Mais de duzentos relacionados na listagem do município apareceram no sistema
como funcionários públicos.
“No Incra temos a clareza
de que isso pode decorrer do
fato de o cidadão ou cidadã
algum dia ter prestado serviço
a órgão público, ou é efetivo
mas ganha salário mínimo, e
por isso precisa dos benefícios
oferecidos pelo programa de
reforma agrária no Brasil”,
justifica o servidor Jessé Nunes, orientando essas pessoas
a procurar o órgão em que
prestam ou prestaram serviço
e requerer declaração conten-
do informações a respeito do
período e função exercida.
Depois, devem anexar
duas cópias e ficar com o
comprovante do documento
para evitar eventuais extravios, entregar na sede do
sindicato ou na associação do
assentamento para a devida
providência.
“Para que seja regularizada essa situação, os beneficiários que constam na
lista, que são contratados
ou efetivos, devem recolher
esses documentos junto ao
órgão público e entregar ao
sindicato ou presidente de
sua associação, para sejam
levados à Superintendência,
comprovando que têm o direito de ser beneficiários, que
não recebem altos salários,
e que não eram antes ou na
época da sua homologação,
assentados”, detalhou.
Até ao final de dezembro
deste ano é possível corrigir
dessa forma a situação, mas há
a hipótese de que essas famílias
bloqueadas no sistema sejam
impedidas de receber outros
créditos do Incra.
“Aquele que não recebeu o apoio inicial, ou aquele
que já recebeu o apoio inicial
e não recebeu o apoio habitação e aquele que recebeu
o crédito habitação, mas tem
o fomento a receber, ou que
já recebeu os três, mas quer
acessar o Pronaf, não vai ter
acesso, além de impedir sua
aposentadoria. Todos os benefícios apresentados pelo Incra
estarão bloqueados esperando
por esse documento para a
regularização de sua situação”,
explica Jessé Nunes.
Para não deixar dúvidas,
o Incra alerta ainda que não
interessa o tempo de serviço
prestado, se foi de apenas um
mês, um ano ou mais. “O que
o sistema informa é que essa
pessoa recebeu de um órgão
público, e já o acusou como
um provável servidor público,
por isso há necessidade dessa
documentação comprovando
que foi ou ainda é temporário
ou concursado, e qual a função
que exerce”, reforça.
O técnico administra-
tivo Jessé Nunes procurou a
colaboração do Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Oriximiná para
participar da convocatória
dos cidadãos que o sistema
identificou e classificou no
código 13, que corresponde
aos que estão na relação de
beneficiados mas com registro suspenso em virtude de
notificação.
Cada pessoa pode escrever de próprio punho uma
justificativa da importância
de sua função e serviço para
a comunidade como servidor
público - professor, agente
de saúde, merendeira, agente
de portaria e outros cargos
relevantes para a boa prestação
do serviço àquela comunidade
rural ou ribeirinha.
do Canadá, Austrália, Chile
e Peru, que têm forte economia mineral, já confirmaram
presença no evento. Entre
os 124 expositores, 36 são
empresas que atuam no Pará
como Vale, Mineração Rio
do Norte, Imerys Rio Capim
Caulim, Alubar, Alcoa e Globe Metais.
Escola de Música
da Casa da Cultura
brilha em recital
A Secretaria de Cultura,
Desportos e Lazer de Oriximiná realizou um concorrido
espetáculo de música instrumental, para apresentar os
alunos das turmas dos Níveis
I, II e do Avançado da Escola
de Música do Município.
Flauta transversal, flauta doce,
clarineta, saxofone e trombone
são os instrumentos mais procurados pelos jovens músicos,
que além das apresentações
solo também fizeram bonito
em conjunto. O Secretário de
Cultura, Desportos e Lazer,
Adélcio Corrêa Jr., destacou
o bom empenho de alunos e
professores. A Banda da Escola
de Música já se apresentou em
várias partes do Estado, e a escola tem mais de 60 alunos.
REGIONAL
OUTUBRO - 2008 z
5
ZEE vai oferecer segurança jurídica
TAMARA SARÉ
Ana Júlia Carepa assinou em Santarém o Projeto
de Lei que institui o Zoneamento Econômico-Ecológico da Área de Influência das rodovias Cuiabá/
Santarém (BR-163) e Transamazônica (BR-230),
no Pará, denominado "ZEE Zona Oeste", passo inicial para
o ordenamento ambiental e
territorial da região.
O Projeto e a Mensagem de encaminhamento da
governadora ao presidente da
Assembléia Legislativa, Domingos Juvenil, foi assinado
durante o Seminário Plano
BR-163 Sustentável - Entraves, Desafios e Expectativas,
realizado em Santarém por
um fórum de ONGs integrado ao Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da
BR-163 (Condessa).
O Projeto de Lei será
apreciado pela Alepa e, antes de ser executado, precisa
ser aprovado pelo Conselho
Nacional de Meio Ambiente
(Conama). A expectativa é de
que o esse trâmite seja concluído em quatro meses.
"Estou confiante na
sensibilidade dos nossos parlamentares, que sabem da
importância do ZEE para o
ordenamento ambiental e
territorial do nosso Estado,
pois a partir daí é que vamos
oferecer segurança jurídica ao
setor produtivo, aos agricultores familiares, comunidades
extrativistas, ribeirinhos, populações indígenas e quilombolas para o desenvolvimento
de suas atividades em bases
sustentáveis", disse Ana Júlia
Carepa.
No seminário, ela informou que a Secretaria de
Projetos Estratégicos já iniciou
os estudos técnicos para elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Leste do
Pará, que compreende a área
que já está alterada pela ocupação humana, seja para forma-
Ana Júlia no Seminário: entraves, desafios e expectativas
ção de pastagens, agricultura
ou exploração madeireira. Os
estudos devem ser concluídos
até o final de 2009.
O Plano de Desenvolvimento da BR-163 foi
elaborado a partir de estudos realizados e aprovados
pelo Comitê Supervisor do
ZEE-PA, integrado por 38
representantes da sociedade
e órgãos estaduais. O ZEE
da BR-163 abrange 19 municípios, totalizando 334.450
km2, correspondente a cerca
de 27% do território paraense, área 2,19 vezes maior
que o Acre; 1,35 maior que o
Estado de São Paulo e apenas
6% menor que a Alemanha.
Sua elaboração, coordenada
pela Embrapa, envolveu mais
de 60 pesquisadores de 12
instituições. O projeto contou
ainda com a participação dos
governos locais e sociedade,
que debateram o tema em
mais de 10 audiências públicas
na região. Os estudos foram
executados com a utilização
de indicadores e tecnologias,
e se consolidam por meio do
Plano de Gestão Territorial
da Região.
Na Mensagem, a governadora reiterou aos parlamentares o compromisso de
que seu governo acatará as
indicações, diretrizes e limitações apresentadas no ZEE
em suas políticas, planos e
programas para a região, bem
como adotará o sistema e os
mecanismos para integração,
avaliação e monitoramento
deste ZEE, no âmbito da Política Estadual de Ordenamento
Territorial.
Ana Júlia destacou ainda
que a aprovação do Projeto
de Lei possibilitará que a área
de influência da BR-163 não
seja afetada pela Resolução
3.545/2008 do Banco Central - Conselho Monetário
Nacional, que determina a
partir de 1º de julho de 2008
a concessão de crédito rural
para atividades agropecuárias,
nos municípios que integram
o Bioma Amazônia, condicionada ao licenciamento
ambiental e à observância das
Diretrizes do ZEE de cada
Estado.
Ao justificar o pedido de
aprovação do projeto de lei,
Ana Júlia Carepa enfatizou
que o ZEE é um estímulo aos Governos Estadual e
Municipal e às comunidades
locais para o uso racional
dos recursos naturais e promoção do desenvolvimento
sustentável.
A governadora foi acompanhada pela prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins, pelos deputados estaduais
Airton Faleiro, líder do Governo na Alepa, e Carlos Martins,
e pelos secretários Socorro
Pena (Pesca e Aqüicultura),
Marcílio Monteiro (Projetos
Estratégicos) e Valmir Ortega
(Meio Ambiente).
Parecer de Carlos Martins favorável ao PRODETUR é aprovado na CFFO
OZÉAS SANTOS
AComissãodeFinançaseOrçamentodaAssembléia
Legislativa aprovou por unanimidade o parecer favorável do deputado Carlos Martins, líder do PT,
ao projeto que destina recursos para implantação
do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Estado
do Pará -Prodetur, que beneficiará pólos com potencial
turístico do Estado. Santarém
e Belterra são as cidades escolhidas no Baixo-Amazonas.
O projeto segue para
o plenário e depois o poder
Executivo contratará operação
de crédito junto ao Banco
Interamericano de Desenvolvimento - BID, no valor de
US$ 26,4 milhões. "O mérito
da proposição é louvável, visto
que a implementação de pólos
turísticos em nosso Estado
necessita de investimentos
governamentais, a fim de pro-
piciar o desenvolvimento de
turismo sustentável nas citadas
regiões", defendeu Martins
ao apresentar seu parecer à
Comissão.
A Associação dos Municípios das Rodovias Transamazônica – AMUT, da qual
fazem parte os municípios
localizados à margem da rodovia Santarém/ Cuiabá e região
Oeste do Pará, também recebeu, através de emenda parlamentar de Carlos Martins,
recursos para infra-estrutura
da sede da associação e para
realização de projetos sociais.
A "Sala da Cidadania", projeto
que oferece inclusão digital
Carlos Martins destinou recursos a Santarém e Belterra
aos pacientes e acompanhantes em Tratamento Fora de
Domicílio (TFD), é um dos
projetos contemplados.
A Alepa vai apreciar, ainda, projeto de lei de Carlos
Martins mudando o nome do
Hangar Centro de Convenções
da Amazônia, para “Hangar
Benedicto Monteiro – Centro
de Convenções e Feiras da
Amazônia”. Com a iniciativa, o
líder petista acredita que o parlamento estadual reconhecerá
a grande importância de Benedicto Monteiro para o Estado
do Pará e para a Amazônia. "É
incontestável a importância
desse centro de convenções
para o desenvolvimento do
Pará", define Martins, para
quem o Hangar deve levar o
nome de uma personalidade
paraense compatível com o
grau de importância do que
representa hoje este centro de
convenções para o Estado. "O
Benedicto Monteiro é uma
das maiores personalidades do
século XX e XXI do Estado do
Pará e da Amazônia", ressalta
Martins.
Benedicto Monteiro faleceu este ano, deixando uma
herança literária riquíssima.
Era advogado, sociólogo, jornalista e escritor e foi uma das
personalidades amazônidas
que mais lutou pela demo-
cracia no País, perseguido,
preso e torturado pelo regime
militar. Seu primeiro livro de
poesia Bandeira Branca (1945)
foi prefaciado pelo escritor
Dalcídio Jurandir. Depois que
saiu da prisão, dedicou-se ao
exercício da advocacia agrarista
e à literatura, tendo publicado o livro Direito Agrário e
Processo Fundiário e vários
livros de poesia e ficção. O
seu livro de contos Carro dos
Milagres foi premiado pela
Academia Paraense de Letras, e o romance A Terceira
Margem recebeu o Prêmio
Nacional de Literatura da
Fundação Cultural do Distrito
Federal. Sua obra serve de tese
de mestrado e doutorado em
várias universidades da Europa
e Estados Unidos.
Von defende livre acesso de deputados estaduais ao SIAFEM
OZÉAS SANTOS
O deputado estadual Alexandre Von (PSDB/PA)
voltou a criticar o veto da governadora do Pará ao
dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias/2009
que garantia senha de acesso, a cada deputado
Alexandre Von, em debate com Megale e Carlos Bordalo
estadual, para consultas no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados
e Municípios (SIAFEM), no
Sistema de Gestão dos Programas do Estado do Pará (GP
Pará), no Sistema de Execução
Orçamentária (SEO) e no Sistema Integrado de Materiais e
Serviços (SIMAS).
Em pronunciamento, o
deputado Alexandre Von discordou veementemente das
duas justificativas apresentadas
pelo Governo do Estado para
as razões do veto, contidas
na Mensagem Nº 086/08: a
primeira é a de que o Tribunal
de Contas do Estado, órgão
que auxilia a Assembléia Legislativa no Controle Externo
das contas do Governo do
Estado do Pará, tem acesso
aos Sistemas Coorporativos
do Estado; e a segunda razão
seria de ordem operacional,
pela complexidade de tornar
disponíveis senhas a 41 deputados estaduais.
Quanto à primeira justificativa, Von entende que
as atividades do TCE não
eliminam a prerrogativa do
Poder Legislativo no controle,
monitoramento e fiscalização na aplicação de recursos
públicos, lembrando que é o
parlamentar estadual que sabe
e acompanha o que acontece
nas diferentes regiões do Estado. Quanto às dificuldades
operacionais, o deputado lembra que todos os 81 senadores
e 513 deputados federais têm
senha de acesso ao SIAFI,
sistema similar ao SIAFEM,
em âmbito federal.
O parlamentar propôs,
inclusive, que sejam disponibilizadas apenas 13 senhas
de acesso aos Sistemas Coorporativos do Estado do Pará
para a Alepa: uma para a Mesa
Executiva, uma para a Comissão de Fiscalização Financeira
e Orçamentária, e outra para
cada um dos 11 partidos políticos com representação na
Assembléia Legislativa do
Estado do Pará.
Juruti terá “Dia D” da Paz no Trânsito como alerta geral
Como o município não tem órgãos fiscalizadores
do trânsito, estudantes apelam para a sensibilização corpo-a-corpo. Dirigir sem habilitação,
inclusive menores de idade; até quatro pessoas
em uma só motocicleta, todas
sem capacetes; veículos em
alta velocidade; e condutores
sem nenhum conhecimento
sobre legislação do trânsito
são situações corriqueiras no
trânsito de Juruti e de muitos
outros municípios do interior
do Pará. Por causa disso, um
grupo de 32 alunos do curso
Técnico em Segurança do
Trabalho, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em Juruti, sensibiliza os
moradores locais quanto aos
riscos e os hábitos seguros
de preservação da vida no
trânsito. O curso integra o
Programa de Qualificação de
Mão-de-Obra da Alcoa, como
parte dos Planos de Controle
Ambiental da Mina de Juruti.
A mobilização começou em
6 de setembro com o lançamento da campanha “Paz
no Trânsito”. De lá para cá,
os alunos fazem palestras nas
escolas. Cerca de 3 mil alunos já conheceram algumas
orientações de trânsito seguro.
Entidades também foram convidadas a aderir à causa, como
Alunos das escolas públicas estão engajados na campanha
a Associação dos Mototaxistas
e o Sindicato dos Taxistas.
Marcelo Pereira, presidente
do Sindicato dos Taxistas, diz
que a violência no trânsito
sempre preocupou a categoria,
que também já se manifestou
publicamente sobre o assunto.
“Todos somos responsáveis
por nossos atos. Cada cidadão,
ao colocar o pé na rua, está
fazendo parte do trânsito. É
uma responsabilidade direta
de cada um”, comenta. No dia
31 de outubro, uma programação especial da campanha é
o “Dia D” da Paz no Trânsito
de Juruti. Durante todo o dia,
os alunos farão blitzes educativas, distribuirão folhetos e
fitas simbólicas. Uma passeata
percorrerá as ruas da cidade.
Na Praça da República, tendas
com informações sobre trânsito, fotos de acidentes e depoimentos de parentes de vítimas
fatais. No local serão sorteados
capacetes. Segundo o aluno
do SENAI Alailson Paiva
da Silva, 23, mototaxistas e
taxistas têm grande influência
no trânsito de Juruti. “Eles são
importantes, pois trabalham
nas ruas e se expõem mais ao
risco. O que queremos é evitar
perdas de vida, tanto na cidade
quanto no interior. Por isso,
o ‘Dia D’ é apenas uma das
atividades, também iremos às
comunidades rurais”, explica.
Os alunos coletam assinaturas
para reivindicar sinalização das
ruas e o Detran em Juruti, ou
a municipalização do trânsito.
“Não se trata de protesto.
Trânsito humanizado é o que
todos precisam”, diz Edson
Vieira, aluno do SENAI.
6 zOUTUBRO - 2008
CULTURA
VICENTE
MALHEIROS
DA FONSECA
[email protected]
A ABERTURA SINFÔNICA
QUE NASCEU COMIGO
Semana passada, de 24
a 27 de outubro, estive na
bela cidade de Bonito, no
Mato Grosso do Sul, para
participar do 1º Encontro de
Presidentes e Corregedores
dos Tribunais Regionais do
Trabalho do Brasil e exCoordenadores do COLEPRECOR. Tive a honra de
dirigir a entidade no período
de 1998-2000. Na ocasião,
entreguei ao atual Coordenador daquela instituição,
Desembargador Amaury
Rodrigues Pinto Junior, um
exemplar de meu livro Em
defesa da Justiça do Trabalho
e Outros Estudos e a partitura
musical do Hino da Justiça
do Trabalho (Coro a 4 vozes
mistas e Piano), de minha autoria, para efeito de incorporação ao acervo do Colégio,
cuja memória histórica está
sendo resgatada.
Em Bonito e Campo
Grande (MS) compus mais
uma Valsa Santarena (nº 73).
De volta a Belém, tive
a satisfação de assistir uma
excelente palestra, proferida
em 29 de outubro, pelo Prof.
Ms. Augusto Souto (regente
da Banda Sinfônica e Professor da Universidade do
Estado do Pará) sobre a vida
e a obra de Wilson Fonseca
(maestro Isoca), no Projeto
Compositores Paraenses e
sua História, promovido pelo
Núcleo de Arte e Cultura
da Pró-Reitoria de Extensão
da UEPA, em parceria com
o Instituto de Artes do Pará
(IAP).
Durante a palestra, várias perguntas me foram feitas,
na condição de filho de Wilson
Fonseca.
Alguém me perguntou
qual é a música de meu pai
que eu mais gosto. Respondi:
de todas, embora duas delas
tenham sido dedicadas a mim,
a Missa a São Vicente (1963),
quando fiz 15 anos de idade
e estudava no Conservatório
Musical José Maurício, em
São Paulo; e o Dobrado nº 46
Vicente Fonseca, o último, no
gênero, composto por Isoca
(1995).
Porém, uma composição de Wilson Fonseca tem
um significado especial para
mim.
Trata-se da Abertura
Sinfônica – Centenário de
Santarém (1948).
A música original é uma
peça orquestral composta especialmente para a celebração
do 1º Centenário da elevação
de Santarém à categoria de
cidade, em 24 de outubro de
1948, quando se deu a sua
estréia, por uma pequena
orquestra sob regência do
compositor.
É uma obra de concerto,
de um só movimento, com
vários andamentos, desenvolvidos sob temas intimamente
relacionados ao evento a que
se destinou, onde se percebe a
presença de cantos de pássaros
e das ondas do Rio Tapajós nas
melodias que caracterizam o
estilo da composição.
A música também foi
executada, em 1972, pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Pará, no
encerramento da Semana de
Santarém, no Theatro da Paz;
e, em 1997, na inauguração da
temporada anual a Orquestra
Sinfônica do Teatro da Paz,
sob regência do Maestro Andi
Pereira, e no programa em
homenagem ao transcurso do
primeiro centenário de morte
do Maestro Carlos Gomes,
em Belém.
O curioso é que Wilson
Fonseca, conforme ele próprio
me disse, começou a compor
esta peça exatamente no dia do
meu nascimento, seu segundo
filho. Naquela época os partos
eram realizados no próprio
domicílio da parturiente. O
velho me confessou que o
tema inicial da Abertura Sinfônica surgiu no momento em
que eu nascia.
Isoca escreveu, além da
versão para orquestra sinfônica, arranjos para piano a 4
mãos e para piano solo. Estes
arranjos pianísticos foram executados, em Santarém, pelo
compositor e sua irmã Maria
Annita Fonseca de Campos e,
ainda, por mim.
Portanto, tenho boas
razões para considerar a Abertura Sinfônica como a minha
composição favorita, dentre as
centenas de músicas produzidas por Wilson Fonseca.
noite, um casal que havia
brigado resolveu conversar
na praça, na esperança de uma
conciliação. Mas em vez de
se reconciliarem, acabaram
discutindo e brigando mais
ainda. No auge da discussão, o
marido, enfurecido, esfaqueou
a mulher várias vezes. Ela gritou desesperadamente, mas
ninguém socorreu. E morreu
ali mesmo, no monumento à
Nossa Senhora da Conceição.
O crime entristeceu a quantos
os conheciam e repercutiu por
toda a cidade de Macapá...
Passado algum tempo,
quem fosse à praça, ouvia
aqueles horríveis gritos de
mulher, pedindo socorro,
partindo da direção do monumento. Ninguém se arriscava
a chegar perto ou ver do que
se tratava. Diziam que era o
espírito da mulher assassinada
que ainda não encontrara a
paz... Dizque, também nesta
época, outras pessoas, ao passarem à noite pela praça, viam
um ser de cor escura descer
do monumento e perseguir as
pessoas, que corriam, corriam,
corriam até chegarem às suas
casas totalmente aterrorizadas.
As perseguições se espalharam e ninguém mais passava
na praça à noite... Os jovens
que iam namorar ali sentiam
tanto medo que desistiam e
procuravam outros lugares...
Enfim, a praça ganhou fama
de visagenta, aterrorizando as
pessoas, que a evitavam...
Hoje pouco se fala no
assunto, mas os antigos macapaenses lembram bem o crime
da praça... e também os gritos
pavorosos de socorro nos meses que se seguiram, assustando a todos, inclusive aos mais
apaixonados que iam namorar
na Praça da Conceição...
e memorável tomada de Ákaba.
Em dado momento teve que parar com a leitura porque o barco
estava no momento da travessia, e
o balanço constante lhe provocava
enjôo. Fechou o volume e ficou
observando os outros passageiros.
Uma senhora velhusca se chegou
mais curiosa. Devia regular uns
setenta anos e falava tapando a
boca, talvez envergonhada de exibir os últimos cacos enegrecidos
pelo vicio de mascar tabaco. Com
ela, uma menina cuidando de um
recém-nascido.
- Essa aí sem juízo, o senhor
pensa, é minha neta, o menino,
meu bisneto – ela disse apontando
para os dois.
-Não me diga, essa menina
já é mãe?
-Pois é, o senhor sabe, quando
uma cabeça não pensa a outra se
encarrega...
- Que idade tem ela?
-Este mês fez doze.
-E o pai da criança?
-Ah, um molecote sem eira
nem beira ali do Muratubinha...
-E a senhora, quantos filhos?
- Entre vivos e mortos foram
quinze, mas só cinco ainda estão
vivos. Uns morreram de parto,
outros de impaludismo, dois
de aborto e dois de mordida de
surucucu.
- Nossa, quanto filho!
-É, pelo menos acaba sobrando algum pra agüentar minha
velhice.
-E o bisneto, já tem nome?
- Não. Taí, seu moço, arranje
logo um.
O homem aceitou o desafio.
- Bem, vocês estão vivendo
esta enchente braba... Que tal
Moisés? A Bíblia diz que ele veio
das águas.
- Verdade?
- É. Quem sabe, um dia, não
faz vocês atravessarem a pé o
Amazonas - disse em tom de brincadeira sem que ela entendesse.
- Tal e qual seu Esperidião?
Era um que atravessava andando
esse mundo tenebroso de água e
correnteza – ela disse.
-Como é que é?
A velha explicou:
- É que um dia ele saiu pra
pescar e foi arrastado pro encante
das funduras. Ficou lá três meses
amigado com a filha de um boto
tucuxi.
- Não me diga!
- Pois foi. Chegou de volta
caminhando por riba d’água e a
bom curar o povo.
O homem não sabia se ria de
mais uma estória de boto, ou se
ficava cada vez mais lamentoso
daquela mãe-menina ainda em
idade de brincar de boneca. A
velha continuou falando como se
adivinhasse a próxima pergunta:
-Faz cinco anos que seu Esperidião morreu... de tanta velhice, o
senhor pensa. O porto dele vivia
coalhado, assim de barco, gente
endinheirada da capital que vinha
aqui se curar.
O barco diminuiu a marcha
na entrada do Igarapé Muratubinha. Uma pequena canoa
encostou a fim de apanhar a
família da pobre mulher, e ela se
despediu agradecida pelo nome
bíblico do bisneto. Ajudados
por tripulantes e passageiros, os
três foram passados por cima da
balaustrada e acomodados na
pequena montaria. O comandante
do barco voltou a pedir toda força
na máquina, enquanto os largados
aproveitavam o empuxo da forte
correnteza, para desaparecer igarapé adentro. Sumiram no rumo
de uma terra nunca prometida,
levando junto o destino incerto
de um novo Moisés.
WALCYR
MONTEIRO
[email protected]
O CRIME DA PRAÇA
- Quem vê hoje a Praça
da Conceição não faz a menor
idéia de como era há cerca de
quarenta anos. Não havia o
campo de futebol, não havia o
parque de diversões, não havia
o Bar da Praça e tampouco
existia iluminação elétrica.
Na verdade, a praça não
passava de um imenso areal, as
ruas em torno mal delimitadas
e os terrenos que lhe confrontavam eram praticamente
todos imensos matagais. Apenas numa das esquinas via-se
os fundos do Cine Paroquial
que, depois, mudou de nome
para Veneza.
Tentando embelezála, os estudantes do Colégio
Amapaense e os que serviam
no Tiro de Guerra plantavam
árvores, algumas das quais
ainda hoje podem ser vistas,
já belas e frondosas.
O próprio monumento
à Nossa Senhora da Conceição não era o que hoje ornamenta a praça: era bem mais
baixo, não possuía a grande
base encimada pela coluna
quadrangular e muito menos
a grade de ferro, cercando-a.
Esta última foi colocada somente há cerca de dez anos, a
fim de defender o monumento dos vândalos.
Pois bem, foi a praça,
que era apenas o grande areal
contando tão somente para
ornamentá-la com o pequeno
monumento à Nossa Senhora
da Conceição, erigido para
marcar o centenário do aparecimento de Nossa Senhora de
Lourdes, que serviu de palco
para um crime que abalou
Macapá nos anos sessenta.
Quem assim vai falando
é D. Doralice Paiva, residente
em Macapá nesta época. E ela
continua:
- Naquele tempo, quer
pelo próprio local, que era bastante ermo, quer pela inexistente iluminação, apenas uns
poucos casais de namorados
procuravam a praça à noite,
que era praticamente deserta,
prestando-se, portanto, para
encontros amorosos.
Numa determinada
ADEMAR
AYRES DO
AMARAL
[email protected]
CONVERSA DE RIO
O barco da linha estava espremido de gente como num tipiti.
O homem, com jeito de gente
instruída, só conseguiu atar sua
rede junto à parede onde termina
a acanhada fila dos camarotes.
Esgotado, arrumou sob a cabeça
o pequeno travesseiro de muitas
viagens e catou o volume compra-
do antes da partida, na livraria do
aeroporto. Abriu Os Sete Pilares
da Sabedoria, na página marcada,
e deixou-se arrebatar pelas aventuras do tenente inglês Lawrence
da Arábia, conduzindo os beduínos do príncipe Faisal contra
os turcos do Império Otomano.
O capítulo era sobre a heróica
ATUALIDADES
OUTUBRO - 2008 z
7
Curso arqueológico dirigido a ceramistas
Desde 2002 são realizados pesquisas e estudos para
o resgate de materiais arqueológicos, como vestígios de
antigos objetos e fragmentos
de cerâmica datados de cerca
de dois mil anos. De acordo
com a arqueóloga Lílian Panachuck, da Scientia Consultoria Científica, os estudos
estão possibilitando que os
conhecimentos do passado,
como desenhos e estilos de
gravuras, sejam revitalizados
em trabalhos cerâmicos atuais.
“A idéia é que a gente forneça
todo esse instrumental para
os artesãos jurutienses por
meio do curso, em termos de
conhecimentos científicos e
arqueológicos, para que eles
possam, num futuro próximo,
fazer com que essas peças sejam comercializadas“, explica
a arqueóloga.
Para o presidente da
Associação dos Artesãos de
Juruti, Ladimir Pereira do
Amaral, a capacitação é mais
uma experiência válida, pois
vai possibilitar inovações à
produção artesanal local. ”Vamos ampliar nossos conhecimentos. E os outros colegas,
que não têm ainda essa pro-
cubana se deu por motivos
nobres, ou seja, libertar o
povo da ditadura de Fulgêncio
Batista e da escravidão econômica provinda dos Estados
Unidos.
Com o passar do tempo
todos vimos em que deu o
ideal dos primeiros revolucionários, distorcido totalmente
pela ganância de poder e hoje o
povo sofre a pobreza moral que
talvez seja a maior e todas, pois é
imposta pela humilhação e pela
mordaça.
E ainda existem intelectuais
a baterem palmas para o “paraíso” castrista. Bem acertado
estava Joãozinho Trinta quando
falou que o povo gosta de luxo e
os intelectuais adoram a miséria.
Basta ver, por exemplo, os tais
filmes “cult”.
Depois de escutar tanta
doutrinação política na voz do
ditador barbudo, ia discutir com
meu pai sobre as vantagens do
comunismo, do socialismo. Ele,
na experiência da maturidade,
sentenciou:
- Olha, rapaz, eu queria
ver esses sujeitos que pregam
o comunismo se ganhassem
sozinhos na loteria. Não ia
sobrar ninguém. Não te ilude.
Conheço alguns reacionários
em Belém, que ficam sentados
lá no Grande Hotel bebendo
uísque escocês, comendo caviar
e falando em revolução popular
etc.
E eu, no doce encanto dos
meus dezesseis ou dezoito
anos, continuava a escutar bo-
lerões, merengues e os discursos
castristas.
Nem faz muito tempo que
os professores de economia do
Brasil e do chamado Terceiro
Mundo – eles adoram, digamos,
copiar - patrocinavam a febre das
privatizações.
Mas o tempo e a ocasião
mostram o que se deve fazer.
Pelo efeito do tempo tudo anda
e desanda.
Vejam o que está acontecendo no templo maior do
capitalismo. Os Estados Unidos
estão fazendo exatamente o que
seus luminares das finanças
abominavam por ser, segundo
eles, um retrocesso em termos
de economia mundial.
Refiro-me à intervenção
estatal na economia. Com a
Oleiros e artesãos jurutienses estão conhecendo
mais sobre a história do município e o valor do patrimônio arqueológico da região. Eles integraram
o curso de Capacitação em Educação Patrimonial
promovido pela Alcoa, como
parte do Programa de Educação Patrimonial, dos Planos de
Controle Ambiental (PCAs)
da Mina de Juruti, executado pela Scientia Consultoria
Científica. A primeira etapa
ocorreu de 7 a 10 de outubro
e a segunda está prevista para
o período entre 3 e 21 de novembro. Cerca de 20 ceramistas são beneficiados. Os cursos
são ministrados na Associação
dos Artesãos do município,
parceira nessa iniciativa.
A capacitação, por meio
do mote “Conservar e Desen-
volver; Conhecer, Proteger e
Sustentar”, valoriza o patrimônio arqueológico como fonte
de inspiração artística, seja para
confecção de réplicas de cerâmicas, inclusive na utilização
na decoração de ambientes,
ou para o desenvolvimento de
novas peças que retratem traços artísticos milenares observados em materiais resgatados
nos estudos arqueológicos na
região. A proposta é impulsionar trabalhos artesanais
de sólida base histórica para
garantir a sustentabilidade da
riqueza cultural de Juruti.
JOSÉ WILSON
MALHEIROS
[email protected]
www.wilsonmalheiros.mus.br
www.jornaldialogando.blogspot.com
TOQUEM UM BOLERO!
Na década de 1960 eu costumava acordar e logo sintonizar
no rádio de ondas curtas a Rádio
Havana, para escutar bolerões,
merengues, salsas, tudo com
aquele saboroso jeito apimentado que só nós os latinos,
sabemos ter.
Gostava também de escutar
os longos e inflamados discursos
do Fidel Castro, proclamando
que Cuba era “território libre
de America” e que os norteamericanos eram todos “perros”
(cachorros).
O início da revolução
ARQUIVO ALCOA
Peça encontrada em Juruti registra traços históricos
fissão, vão também participar
para que eles possam aprender
e a gente dar continuação nos
trabalhos de artesanato em
cerâmica“, avalia.
O Programa de Educação Patrimonial vem sendo
desenvolvido desde março
deste ano pela Alcoa. Já foram
realizados cursos de capacitação para educadores, tanto
na rede de ensino público
da zona urbana quanto na
rural. A idéia é que todos os
profissionais capacitados, educadores e ceramistas, atuem
como multiplicadores do
conhecimento sobre os 85
sítios arqueológicos presentes
na região diretamente com a
classe estudantil.
crise estão todos com os rabos
entre as pernas e o Estado, na
terra do Tio Sam e nos gigantes
europeus, está injetando como
nunca, ou melhor, está estatizando – alguém ainda duvida?
– grande parte da maior fatia do
capitalismo mais poderoso do
mundo para tentar pelo menos
amenizar a grande crise econômica mundial.
Onde estão os que pregavam
a privatização absoluta?
Vamos lá, toquem um bolero, de preferência em espanhol,
que todos nós já estamos dançando, outra vez.
Comprova-se, mais uma
vez, que nada há de novo sob
o sol. Tudo vai, tudo volta. Depende da ocasião, dos interesses
e das necessidades.
8 zOUTUBRO - 2008
CONJUNTURA
Povos Indígenas do Mapuera reúnem
352 casos de malária foram
registrados na aldeia este ano
De 20 a 22 de outubro,
cerca de 1.200 índios de 12
aldeias Wai-Wai debateram
educação, meio ambiente,
esporte e saúde – com foco
no combate à malária, aos
problemas odontológicos e às
doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Só no primeiro semestre deste ano, em Oriximiná
foram confirmados 655 casos
positivos de infectados com
malária. A região do Alto
Trombetas, principalmente as
localidades Abuí, Cachoeira da
Pancada e o distrito de Porto
Trombetas causam maior preocupação. Foram 352 casos na
reserva Mapuera, onde vivem
os índios Wai- Wai.
Para combater a malária, há equipes da Funasa nas
aldeias, trabalhando junto com
técnicos do setor de endemias
de Oriximiná. Os profissionais
vão até as comunidades fazer
lâminas e tratar os que já estão
doentes. A Funasa arca com
os custos de deslocamento
dos profissionais e a Secretaria
de Saúde do município com
as despesas da parte logística, inclusive embarcações e
combustível.
Cristiano Lima, chefe
da Divisão Epidemiológica da
Secretaria de Saúde municipal,
Legndçlalfladçsfçlsda
O cacique geral das 11 aldeias Wai Wai e seu fiel escudeiro
esclarece que o número de
infectados aumenta em razão
dos que adentram a mata,
são picados pelo mosquito
transmissor e levam para as
suas famílias e para a cidade a
contaminação.
A malária é uma doença
infecciosa aguda, que tem vários nomes: sezão, tremedeira,
maleita e febre alta. Entre
os sintomas, são elencados
febre, suor excessivo, dores
no corpo; fraqueza; enjôos;
falta de apetite; pele amarelada;
vômito e tremedeira.
A Assembléia Geral dos
Povos Indígenas do Mapuera
foi prestigiada pelos órgãos
municipais, estaduais, federais
e pela iniciativa privada, além
de associações de classe e organismos do terceiro setor.
“Fomos como convidados, para conhecer a aldeia e
as comunidades indígenas da
região. Apesar de não estarem
diretamente sob influência
da MRN, entendemos que,
de acordo com a política de
relacionamento da empresa,
todos os nossos vizinhos são
partes interessadas. É importante estreitarmos os laços”,
avalia o gerente de relações
comunitárias da Mineração
Rio do Norte, José Haroldo
de Paula.
Também estiveram no
evento o defensor público de
Oriximiná, Mário Luiz Printes; o secretário de Esporte e
Lazer do Estado do Pará, Carlos Alberto Leão; a assessora da
Secretaria de Meio Ambiente
do Estado (Sema) para Assuntos Indígenas, Ângela Kaxujana; a coordenadora de educação indígena da Secretaria de
Educação do Estado (Seduc),
Puíra Tembé; e representantes
de Ongs locais.
Museu Goeldi faz encontro para discutir saúde dos índios
ANTONIO FAUSTO/AGÊNCIA MUSEU GOELDI
O estudo de políticas públicas que considerem o
saber ancestral vai ajudar a melhorar a qualidade
de vida da população indígena.
Oficina coordenada pelo pesquisador Antonio Maria
O Museu Paraense
Emilio Goeldi uniu esforços
com Unicef e Funai para discutir mecanismos mais apropriados para o atendimento de
saúde à população indígena
da Amazônia. A iniciativa
integra o projeto “Etnicidade,
Humanização e Saúde Indígena: Promovendo a Saúde
de Crianças e Adolescentes
das Etnias Gavião e WaiWai, Pará”, que o pesquisador
Antônio Maria, do MPEG,
deslanchou em 2007, a fim
de prevenir a contaminação
por Doenças Sexualmente
Transmissíveis, principalmente AIDS, reformulado e
expandido em 2008. A oficina
“Museu Goeldi e Parceiros”
pretende criar metodologia
que embase prevenção de
doenças, além de mostrar o
trabalho do Goeldi. Juscelino
Bessa, da Funai, destacou a
necessidade de se considerar a
idéia que os índios têm acerca
de saúde, quando da elaboração de políticas para melhorar
a qualidade de vida das etnias.
À afirmação fez coro a antropóloga Lourdes Furtado, do
MPEG.“O importante é que o
conhecimento tradicional dos
índios não seja descartado”,
defendeu a pesquisadora. Funai e Unicef foram enfáticos
ao reafirmar a importância
da integração entre os conhecimentos científicos e
tradicionais para embasar essas
iniciativas. “Toda produção
acadêmica é fundamental
para que se possa definir as
políticas públicas necessárias
para as populações indígenas”,
disse Antônio Carlos Cabral,
Oficial de Desenvolvimento
Infantil do Unicef, frisando a importância do Goeldi
nesse processo. “O Museu
tem sido um grande parceiro
na coordenação dos projetos”, elogiou. Para a Funai, é
importante também pensar
iniciativas que garantam renda
para as etnias indígenas.
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Outubro - Uruá