Ano XVI Nº 162 OUTUBRO 2008 R$ 2,00 www.uruatapera.com Povos indígenas reunidos no Mapuera Só este ano, 352 casos de malária já foram registrados nas 11 aldeias Wai-Wai. CONJUNTURA | PÁG 8. Apresentação de música e dança dos índios das aldeias Wai-Wai na reserva Mapuera MRN ZONEAMENTO POLÍTICA Governadora lança Plano em Santarém Deputados destinam recursos Ana Júlia dá o 1º passo para ordenamento ambiental e territorial da região. Carlos Martins contemplou Santarém e Belterra. Alexandre Von quer ver os gastos. REGIONAL | PÁG 5. REGIONAL | PÁG 5. MÚSICA CAPACITAÇÃO VIII FECAN REVELA OS TALENTOS Apicultores planejam o cooperativismo Alto nível do Festival em Porto Trombetas atrai muitos artistas de outras regiões. Trabalhadores rurais manejam abelhas e aprendem como se associar. CIDADES | PÁG 3. O genial violonista Sebastião Tapajós, jurado da finalíssima, e Júnior Coelho, Melhor Arranjo no Fecan INCRA ORIENTA SOBRE BLOQUEIO CADASTRAL COTIDIANO | PÁG 2. Dia D no Trânsito em Juruti E CERAMISTAS LOCAIS GANHAM CURSO SOBRE ARQUEOLOGIA ATUALIDADES| PÁG 7. Seleção para assentamento deixou mais de 200 famílias oriximinaenses fora do benefício. VARIEDADES| PÁG 4. Reunião servirá para familiarizar a comunidade local com o trabalho científico e sua importância para o País SBPC DEBATE EM ORIXIMINÁ EDUCAÇÃO E CIÊNCIA NA AMAZÔNIA Evento inédito no Oeste do Pará vai colocar em pauta a possibilidade de melhoria do ensino básico através do estímulo à pesquisa, além de movimentada agenda cultural. VARIEDADES| PÁG 4. Acesso ao crédito agrícola ainda é um sonho inatingível para muitos 2 COTIDIANO zOUTUBRO - 2008 Capacitação de apicultores em Oriximiná Durante o curso de Associativismo e Cooperativismo, trabalhadores rurais que manejam abelhas para produção de mel receberam muita informação sobre formação e gestão de cooperativa. Desde 2007, vem sendo estimulado o interesse dos oriximinaenses na pesquisa do potencial da criação de abelhas da região, qualificação do mel, legislação e certificação. Daí surgiu a proposta de criação de uma cooperativa do mel em cinco municípios de abrangência do projeto Enxame: Oriximiná, Terra Santa, Prainha, Monte Alegre, Alenquer e Juruti. Em Oriximiná, entidades como o STTR - Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, a Associação das Mulheres e a Associação de Pequenos Agricultores estão mobilizados no sentido de diversificar a produção. Já foram realizados vários cursos de capacitação voltados Atividade requer manejo para garantir sustentabilidade para o manejo com a abelha, com resultados considerados positivos, e a intenção é avançar na área do cooperativismo, voltado para beneficiamento, comercialização e sustentabilidade. O município já dispõe de equipamentos de modo a oferecer produto de alta qualidade ao mercado consumidor, como, por exemplo, a Central de Armazenamento, Beneficiamento e Comercialização de Produtos Agropecuários. Raimunda Reis, assistente social e facilitadora do curso, realça que o pequeno produtor da região deve buscar empreender. “Ser empreendedor é uma necessidade, o foco do momento é empreendedorismo, que é esse avanço, essa busca de informação. Eu acredito que, se o ser humano tem vontade de melhorar, de vencer e de crescer, ele acaba não só buscando a informação na educação, mas em todos os níveis, e acaba por imitar coisas que deram certo, exemplos bons dentro da economia”, enfatiza. Barco-móvel atendeu 500 segurados em dez dias A equipe realizou atendimento completo da Previdência, cuidando de aposentadoria, saláriomaternidade, auxílio-doença, pensão e encaminhamento para perícia. Todos os processos habilitados no município, mesmo os que apresentaram algum tipo de pendência, foram solucionados. A Previdência Social Móvel dispõe no Estado de dois barcos e na região Oeste do Pará o Prev-Barco II dá assistência a onze municípios: Oriximiná, Óbidos, Faro, Terra Santa, Juruti, Monte Alegre, Almeirim, Porto de Moz, Aveiro e Senador José Porfírio. A coordenadora chefe da equipe da Previdência Social, Anne Nazaré Guimarães, salientou que só foi possível atender toda a demanda porque em Oriximiná há um trabalho logístico de alto nível, fruto de parcerias com o Sindicato dos Trabalhadores, Colônia de Pescadores e Prefeitura. Além da coordenadora, trabalham no barco quatro servidores que tratam dos processos e benefícios. De acordo com Anne Nazaré Guimarães, as pessoas que não foram atendidas por algum motivo devem entrar em contato com seu sindicato, colônia, ou então com a própria Previdência Social, pelo telefone 135, para fazer o agendamento do seu benefício. “O fato de nós virmos agora e só retornarmos no ano próximo ano não significa que o segurado deixe de ser assistido; basta que faça o agendamento prévio e que vá no dia e hora marcada até Santarém”, orientou. 97,82% da população infantil foi vacinada contra Poliomielite A Secretaria Municipal de Saúde e Saneamento de Oriximiná, através da Divisão de Vigilância Epidemiológica, concluiu a campanha de multivacinação e de combate à rubéola no município, para homens e mulheres de 20 a 40 anos. Este ano, houve quatro campanhas: vacinação do idoso, de combate à Influenza (gripe); e duas etapas da contra Poliomielite, para as crianças menores de cinco anos, além da anti rubéola. “Nós trabalhamos a população de menores de 5 anos com a vacinação da Poliomielite; com ela vêm outras vacinas como a Triviral (Sarampo, caxumba e rubéola) para crianças de 1 ano; Tetravalente (difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus influenzae B) e Hepatite B, para crianças menores de 1 ano, ou seja, são crianças que estão fechando o esquema vacinal”, relata Cristiano Adson, diretor de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde. “Foi um trabalho muito difícil para a Secretaria porque nós sabíamos que uma população muito difícil de pegarmos, mas nós tivemos êxito na campanha da rubéola, conseguimos vacinar 94% da população, ficando apenas 6% a vacinar, e a vacina está disponível nos postos de saúde no município”, informa Cristiano Adson, esclarecendo que a 2ª etapa da campanha Além da vacina, cuidados clínicos foram reforçados iniciou no período programado, mas foi prorrogada e até suspensa, depois retomada e concluída. “No início não só em Oriximiná, mas em todo o Brasil, não estava havendo procura da vacinação contra a rubéola nos postos de saúde. Então o Ministério da Saúde prorrogou a campanha, além do mais estávamos em pleno período eleitoral, e nesse perí- odo o município não poderia realizar ações que envolvesse aglomeração de pessoas, como irmos para área rural fazer nosso trabalho, por isso não poderiam caminhar juntas, até porque são ações totalmente diferenciadas. Houve a suspensão, sendo que um dia após a eleição retomamos os trabalhos, fechando nossas metas nas comunidades rurais”, conta. De acordo com o diretor, Oriximiná não conseguiu atingir a meta dos 100% que seria vacinar 17. 068 pessoas e só alcançou 16.060 pessoas de ambos os sexos. “Na campanha contra a Poliomielite nós obtivemos sucesso. Nossa meta era vacinar 7.471 crianças menores de cinco anos e vaci- namos 7.308, então atingimos o percentual de 97,82%, mas o Ministério da Saúde preconiza o mínimo de 95% de cobertura”, revela. O termo poliomielite vem do grego = pólios, cinza e myelos, medula (inflamação e degeneração da substância cinzenta da medula espinhal), também denominada paralisia infantil ou pólio, por afetar principalmente crianças, pode ter como seu primeiro registro um manuscrito egípcio da XVIII dinastia (1580-1350 a.C.), representando um jovem sacerdote com a perna direita mais curta e atrofiada, o pé mantido em posição eqüina; deformidade característica de seqüelas da poliomielite paralítica-1. Professores, alunos e comunidade comemoraram aniversário de Santa Maria Goretti A programação incluiu corrida ciclística, procissão e ato ecumênico. Uma das mais tradicionais instituições de ensino de Oriximiná, o colégio recebeu muitas famílias que fizeram questão de participar da programação festiva. A diretora da escola, Ana Cleide Almeida, à Diretora-Editora responsável Franssinete Florenzano Colaborador especial Emanuel Nassar Editoração eletrônica Calazans Souza Fotolito e impressão Rua Gaspar Viana, 778 Tel. 0xx91.3230-0777 frente do educandário há onze anos, ressaltou que a escola Santa Maria Goretti sempre foi parceira da comunidade e dos alunos e que o momento é de celebração conjunta. “A cada ano que passa aumenta a responsabilidade, pois sempre queremos fazer o melhor e esta data é marcante porque comemora-se a idade de nascimento de nossa padroeira”, enfatizou a educadora, aproveitando a oportunidade para recomendar aos pais de alunos que conversem com seus filhos, como forma de impedir que os jovens enveredem pelo caminho da delinqüência, aumentando as estatísticas de violência no município. Ana Cleide elogiou o trabalho da equipe docente e servidores do colégio, cuja competência é reconhecida. “Sentimos o apoio das famílias porque elas acompanham de perto o nosso trabalho, isso é gratificante, todos sabemos da importância e é fundamental que a família caminhe unida com a escola”, disse, em agradecimento. Na ocasião foi celebrada Missa pelo padre Luiz Aparecido, pároco da cidade, que durante o ato ecumênico lembrou a história de vida da santa padroeira dos estudantes. Após a celebração, professores distribuíram para alunos e convidados fatias do bolo com cinco metros de comprimento. PREFEITURA MUNICIPAL DE ORIXIMINÁ ÀS SUAS ORDENS TELEFONES ÚTEIS Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319 Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681 Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072 Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371 Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224 Hospital Municipal – (93) 3544 1370 www.uruatapera.com [email protected] Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169 Av. Independência, 1857 Oriximiná-PA. CEP 68270-000 Tel/Fax. 0xx91.3222-1440 CNPJ 23.060.825/0001-05 Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587 Fórum – (93) 3544 1299 Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119 Polícia Civil – (93) 3544 1219 Defensoria Pública – (93) 3544 4000 CIDADES OUTUBRO - 2008 z 3 VIII FECAN celebra vitória informes da música do Oeste paraense E FOTOS MRN É de Porto Trombetas a grande vencedora do VIII Festival da Canção de Porto Trombetas. A composição Ladeiras e Magia, de Alexandre Cordeiro, foi interpretada por Carlinho Dias e levou o prêmio de aclamação popular, melhor letra e melhor intérprete. A coroação ficou por conta do troféu de primeiro lugar geral, como melhor canção do Festival. “Foi a primeira vez que ganhei um Festival, apesar de já participar há vários anos. Não esperava levar tantos prêmios”, ressaltou o carioca Alexandre Cordeiro, que mora em Porto Trombetas há 20 anos. A canção, uma “alegre homenagem à cidade de Óbidos”, segundo o obidense Carlinho Dias, levantou o público que lotou o Mineração Esporte Clube durante o evento. “O Fecan é um festival muito emocionante, especialmente pelo envolvimento de toda a equipe técnica e candidatos, que contribuem para a realização de um belo espetáculo. Ele também é uma oportunidade de divulgar os trabalhos de novos talentos musicais do Brasil e principalmente do Oeste do Pará. Além disso, capturamos um material artístico muito precioso para a produção do DVD com as apresentações dos doze finalistas”, avaliou o organizador do Festival, Denilson Gonçalves. O compositor e cantor Sidlei Printes, de Oriximiná, emplacou sua canção Sem Aplausos como a segunda melhor do Festival. Vindo de Macapá, o compositor Chermont Júnior levou o terceiro lugar geral, com a sua A Festança na Mata. A composição Aquarelas de Apolinário, autoria do jurutiense Júnior Coelho, foi defendida pela santarena Priscila Moreira e levou o prêmio de melhor arranjo. “Os candidatos estiveram na linha da perfeição. Além disso, os músicos da banda base contribuíram muito para o resultado das apresen- tações e para fazer do evento um Festival de alta qualidade. Ficou difícil julgar”, destacou o regente da Filarmônica Municipal de Santarém Professor José Agostinho, João Paulo Fonseca, um dos jurados da etapa final. O violonista Sebastião Tapajós foi um dos jurados da noite final. “O Fecan tem um nível altíssimo. Não só os candidatos são muito bons, mas a estrutura e a organização são de grandes festivais. E, a cada ano que passa, ele tem tomado proporções ainda maiores, atraindo concorrentes de diversas regiões. É um exemplo a ser seguido”, enfatizou o artista. Os vencedores dos 2º e 3º lugares levaram para casa troféus e prêmios nos valores de R$ 2 mil e R$ 1 mil, respectivamente. O primeiro lugar, além de troféu e R$ 4 mil, vai ter sua composição gravada no CD Festivais do Brasil – Volume V. O ganhador do troféu de aclamação popular também levou R$ 500,00. Os vencedores das categorias de melhor letra, melhor intérprete e melhor arranjo ganharam troféus. O caricaturista Luciano Mesquita personalizou a imagem de todos. Avaliação e projeção Carlinho Dias e Alexandre Cordeiro, 1º lugar do Fecan O oriximinaense Sidley Printes, segundo colocado Chermont Jr levou o 3º lugar geral, com Festança na Mata O secretário de Planejamento de Santarém, Everaldo Martins, em reflexão sobre a administração municipal, chamou a atenção para o fato de que, apesar da privilegiada localização geográfica, nunca foi criado um órgão encarregado de cuidar da beira do rio, do embarque e desembarque, trapiche, porto, enfim, do transporte fluvial na Pérola do Tapajós. E aproveitou para revelar que Maria do Carmo pretende corrigir esse erro histórico. Nunca na Prefeitura alguém cuidou da habitação – e ele fez o mea culpa – anunciando projeto com dinheiro do Alvorada para cerca de 30 casas e financiamento de R$ 5 milhões do Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social para ser usado na grande Prainha, na Área Verde, Uruará, na construção de 250 unidades, mais 650 novas moradias a serem feitas com recursos do PAC. Diz que quer, também, melhorar as condições sanitárias em cerca de 3 mil residências. Transporte fluvial No porto improvisado da Praça Tiradentes, em Santarém, é grande o volume de cargas e passageiros todo dia. Nesta época, a distância entre o cais de arrimo e os barcos chega a 200 metros e a dificuldade de acesso aumenta perigosamente. Caminhões e passageiros disputam o mesmo espaço. As rampas de acesso às balsas são de madeira e não é raro os passageiros caírem. Para alívio desse sofrimento, está em construção um terminal fluvial de cargas e passageiros. Parte da estrutura será contenção de concreto armado, com arrimo e rampa para a carga e descarga das balsas que hoje fazem essa operação. Também terá rampa e flutuante metálicos para atracação de barcos.A estação hidroviária já está sendo erguida, em alvenaria, e a fase atual da obra envolve a cobertura e os banheiros internos. Enxugamento da folha A Câmara Municipal de Santarém exonerou 37 servidores, parentes de vereadores, que exerciam cargos de confiança, em comissão e em função gratificada, por causa da aplicação da Súmula do STF contra o nepotismo. No caso dos secretários municipais parentes da prefeita não há impedimento legal, garante o procurador geral do município, Isaac Lisboa. Teste da saudade Todos os finalistas do Fecan têm o que comemorar: gravaram suas músicas em DVD. Movimentos sociais e governo discutiram Territórios da Cidadania Cidadania inclui sete projetos. Um deles é direcionado para a agricultura familiar em Oriximiná. Para o município, está sendo pleiteada a implantação de um sistema de irrigação direcionado à fruticultura. “Estamos construindo uma central de armazenamento e abastecimento de produtos agropecuários. Inicialmente, trabalhamos na cadeia da fruticultura, com mamão, maracujá, abacaxi, cupuaçu e acerola. O Codeter (Colegiado de Desenvolvimento Territorial) é positivo na busca de alternativas e na ampliação na área de gestão e de recursos Do Ércio Bemerguy: “Te lembras ... das professoras Agripina Matos, Hilda Mota, Zulmira, Edith e Beth Bemerguy, Georgina Diniz, Nely Imbiriba, Teresa Miléo, Gersonita Imbiriba Carneiro, Celeste Guerreiro, Dalva Bezerra Coelho, Maria Luiza Mendonça, Hermínia Simões, Delzuíta e Lucíola Freire, Rosilda Wanghon, Nazaré Demétrio, Helena Lisboa, Teresinha Corrêa, Sofia Imbiriba, Zuzu e Delfa? ... da agência de aluguel e consertos de bicicletas do Maurício Castanho e Getúlio Serique? ... do automóvel Nash Super, cor verde claro, do Lourival (Lauri) Wanghon?” Justa homenagem Programa abrange Oriximiná, Óbidos, Curuá, Faro, Juruti, Terra Santa, Monte Alegre, Prainha, Alenquer, Santarém e Belterra, onde vivem cerca de 570 mil pessoas, inclusive indígenas e quilombolas. R$ 252,6 milhões estão destinados à região. Na abertura do evento, o Governo do Estado apresentou ações novas, como o “Campo Cidadão” e o “Pará Rural”, cujas discussões agora se inserem no Programa Territórios da Cidadania. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra também participou do debate, em que políticas de desenvolvimento dos assentamentos foram apresentadas como iniciativas a serem incorporadas ao Território. No Baixo Amazonas, o Programa Territórios da m novembro, surge oficialmente a Câmara de Associações Comerciais do Oeste do Pará, reunindo associações comerciais de Santarém, Altamira, Itaituba, Oriximiná, Juruti, Óbidos, Monte Alegre, Novo Progresso, Terra Santa, Alenquer, Novo Progresso e outros municípios da área. A nova entidade vai priorizar a luta para a construção de um novo porto em Santarém, o asfaltamento da BR163, a transposição do Linhão de Tucuruí para a Calha Norte, a construção da hidrelétrica de Belo Monte e do complexo energético do rio Tapajós, o asfaltamento da Santarém-Cuiabá, Transamazônica, PA-370 e demais rodovias estaduais da região, projetos considerados de extrema importância. Ana Júlia Carepa sancionou a lei que denomina o Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna. De autoria do deputado Carlos Martins, é uma homenagem a uma figura muito importante para a região do Baixo Amazonas, o médico Waldemar Penna, que atuou em Santarém durante muitos anos. Foi pioneiro em implantar o serviço hospitalar próprio particular. Em 1986, junto com mais vinte médicos, fundou a Unimed Oeste do Pará, que presidiu por 15 anos. Ópera amazônica Frutas típicas do Baixo Amazonas: cores e sabores financeiros”, destacou Vander Luiz Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais (STTR) de Oriximiná. Outra proposição do Território no Baixo Amazonas é a implantação de Casas Familiares Rurais nos municípios de Oriximinán e Juruti que, juntas, terão capacidade para atender 150 famílias que vivem em assentamentos. A expectativa é de que o edital de licitação para a construção seja publicado no próximo mês. Cerca de 60 pessoas que integram o Colegiado de Desenvolvimento Territorial participaram do encontro. José Wilson Malheiros da Fonseca mandou, a pedido, para a Itália, a orquestração que fez da ópera “Vitória Régia, um amor Cabano”, em parceria com o Maestro Wilson Fonseca, seu pai. Os professores de Milão teceram grandes elogios a Isoca, em carta. Vejam um trecho: “... Agrada-me muito, lembra o mundo da Opereta Viennense de Lehar, de fato dir-te-ei que vejo o Maestro Fonseca como seu digno representante estrangeiro, não deixa nada a desejar aos melhores autores da Europa Central desse período, é óbvio que tinha uma sólida formação clássica ocidental (...). 4 zOUTUBRO - 2008 VARIEDADES Carnavalescos querem espaço maior O Conselho Municipal de Cultura de Oriximiná reuniu para discutir questões relacionadas ao Carnaval de 2009. O presidente da entidade, João Felipe, contou que o evento foi uma oportunidade aos representantes das escolas e blocos carnavalescos para oferecerem sugestões de melhorias da quadra momesca. “Um exemplo é a questão do espaço físico, a participação das agremiações, recursos financeiros e projetos, não sabemos até agora se tem uma equipe de transição, já que foi eleito um novo governo. Como o carnaval vai ser dia 24 de fevereiro, deve ser preparado com antecedência”, alerta. A reunião também serviu para levantar propostas que serão apresentadas ao novo prefeito sobre o que pode melhorar no carnaval oriximinaense. Para o presidente do Conselho de Cultura, a primeira coisa é mudar o local de desfile, atualmente na Avenida 24 de Dezembro, na orla da cidade. “O espaço é muito pequeno para quantidade de pessoas que freqüentam o local, para as agremiações; é o porto da cidade, onde tem barco saindo, barco chegando a todo o momento. Então, há uma série de fatores que acabam prejudicando o brilhantismo da festa”, diz. Os carnavalescos sugerem o aproveitamento de um espaço existente no antigo módulo esportivo, que pode ser transformado em uma praça mais adequada. Projeto de arte Desenhando Oriximiná tem bom resultado Mais de sessenta crianças e adolescentes na faixa etária de oito a quinze anos desenvolvems habilidades em desenho e pintura, na escola de Arte Dom Bosco. O professor Luiz Viana, que há mais de vinte anos trabalha na área, é o idealizador do projeto, além de outros trabalhos culturais em teatro e contos infantis. A idéia surgiu em função da ne- cessidade de dar oportunidade aos jovens talentos que não tinham chance de aprimorar e mostrar conhecimentos artísticos. Luiz Viana já desenvolveu trabalho semelhante no Ciaca, onde são atendidos jovens infratores. A grande diferença, avalia o educador, é que naquela situação havia obrigatoriedade de participação no projeto, para ressocialização dos garotos. Agora, a participação voluntária, das crianças que estão na escola de Arte Dom Bosco tem sido gratificante. Para fazer a matrícula, basta comprar a apostila que custa dois reais e sessenta centavos. Com os recursos obtidos a partir da venda das obras feitas na escola é comprado material para os alunos. O professor conta que o método que está aplicando é prático e promissor: os alunos começam só desenhando nos primeiros seis meses, no básico e o avançado; em seguida, passam a pintar. SERVIÇO: A Escola de Arte Dom Bosco funciona na Travessa Magalhães Barata, no bairro do centro, somente no horário vespertino, inclusive com projetos de bordados e crochê. SBPC em Oriximiná discute melhoria de ensino básico através da ciência Oriximiná se prepara para sediar, de 04 a 07 de novembro, a Reunião Regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Evento de renome nacional no meio científico, essa é a primeira vez que uma reunião regional acontece no Oeste do Pará. Com o tema "Educação e Ciência na Amazônia", será realizada no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), núcleo Oriximiná. Em pauta, a melhoria do ensino básico através do estímulo à ciência e à pesquisa. “Nunca o Oeste do Pará recebeu evento de cunho científico-educacional de tal importância”, ressalta o coordenador geral do evento da SBPC em Oriximiná, Professor Doutor Domingos Diniz. A programação científica vai das 08h às 18h, diariamente, e é composta por conferências, mini-conferências, mesas-redondas, mini-cursos, oficinas e exposições livres de trabalhos científicos, e está acessível no site oficial do evento (http:// www.sbpcnet.org.br/even- tos/oriximina/index.htm). A Mineração Rio do Norte participará do programa científico em uma mini-conferência no dia 05, quando será debatido o tema “Educação e Mercado de Trabalho”. A MRN será representada por Miguel Ângelo Argolo, da área de Treinamento e Desenvolvimento. “A SBPC congrega diversas correntes científicas do País. Desenvolvemos aqui no núcleo da UFPA em Oriximiná o Programa de Ação Interdisciplinar (PAI), ligado ao curso de licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas, com ênfase em Conservação de Águas Interiores. Esse programa visa uma vinculação direta do ensino superior, através de professores e graduandos, com a melhoria do ensino básico, através do incentivo à pesquisa Menina observa luminária artesanal confeccionada em tala e à ciência. É uma proposta moderna. Em 2008, através do PAI, conseguimos obter 306 bolsas do CNPq de iniciação científica para alunos da 5ª à 8ª série do ensino Fundamental e do ensino Médio. Por isso fomos escolhidos pela SBPC como sede dessa reunião”, explica o coordenador. Durante as noites, a partir das 20h, o centro de eventos do Parque de Exposições José Diniz Filho será palco de uma vasta agenda cultural, que inclui apresentações musicais, danças, lançamentos de livros, exposições de coleções, artesanatos e artes plásticas. A Mineração Rio do Norte participará do evento com um estande no Parque, apresentando o projeto Cultura do Barro, uma das vertentes do Projeto de Educação Ambiental e Patrimonial (PEAP), desenvolvido pela empresa em parceria com o Museu Paraense Emílio Goeldi nas comunidades do Rio Trombetas. O objetivo do projeto, que anualmente investe R$ 220 mil nas ações, beneficiando cerca de 1.500 pessoas, é desenvolver atividades educativas junto a essas comunidades e destacar a importância da preservação do patrimônio ambiental e cultural da região. A Reunião Regional da SPBC em Oriximiná é uma realização da Universidade Federal do Pará – Núcleo Oriximiná -, e da SBPC, mas conta com o apoio de diversas instituições: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas, Fundação de Amparo à Pesquisa do Pará, Secreta- rias de Educação do Pará e do Amazonas, Prefeitura de Oriximiná e UFPA – núcleos de Belém e Santarém. A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (http://www.sbpcnet.org.br/) é uma entidade civil, sem fins lucrativos nem cor políticopartidária, voltada principalmente para a defesa do avanço científico e tecnológico e do desenvolvimento educacional e cultural do Brasil. A entidade organiza reuniões anuais com a participação de sociedades e associações científicas das diversas áreas de conhecimento, nas quais comparecem milhares de cientistas, professores, estudantes, profissionais liberais e demais interessados na discussão de temas ligados à ciência e tecnologia nacionais. Além disso, promove encontros e cursos destinados a familiarizar a sociedade com o trabalho científico e sua importância para o País. Inscrições para o I Congresso de Mineração da Amazônia estão encerradas Ciência e tecnologia, mercado, economia emergente e conservação ambiental são algumas das questões que serão tratadas nos debates por autoridades políticas,representantes de ONGs e profissionais conceituados no setor de mineração Mais de 500 profissionais, estudantes e acadêmicos vão acompanhar as palestras e painéis temáticos da EX- POSIBRAM Amazônia - I Congresso de Mineração da Amazônia, em que serão tratados assuntos de interesses diversos como responsabilidade social, sustentabilidade, economia e meio ambiente. As inscrições foram encerradas dois dias antes do prazo, porque todas as vagas foram esgotadas. O Congresso será realizado paralelamente à I Exposição Internacional de Mineração, pelo Instituto Brasileiro de Mineração, com apoio do Governo do Estado e da Federação das Indústrias do Pará, de 10 a 13 de novembro, no Hangar - Centro de Convenções e Feiras da Amazônia. Quem quiser pode tentar vaga no local do evento, a partir do dia 11 de novembro, em caso de desistência ou não comparecimento dos inscritos. A I Exposição Internacional de Mineração oferecerá oportunidades de negócios por meio das apresentações em estandes e da interação entre fornecedores e compradores. Empresários e representantes de associações Incra orienta sobre bloqueio de cadastrados no PNRA O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária enviou representante a Oriximiná para identificar e corrigir inconsistências referentes aos critérios de elegibilidade na seleção de beneficiários do Programa Nacional de Reforma Agrária. Mais de duzentos relacionados na listagem do município apareceram no sistema como funcionários públicos. “No Incra temos a clareza de que isso pode decorrer do fato de o cidadão ou cidadã algum dia ter prestado serviço a órgão público, ou é efetivo mas ganha salário mínimo, e por isso precisa dos benefícios oferecidos pelo programa de reforma agrária no Brasil”, justifica o servidor Jessé Nunes, orientando essas pessoas a procurar o órgão em que prestam ou prestaram serviço e requerer declaração conten- do informações a respeito do período e função exercida. Depois, devem anexar duas cópias e ficar com o comprovante do documento para evitar eventuais extravios, entregar na sede do sindicato ou na associação do assentamento para a devida providência. “Para que seja regularizada essa situação, os beneficiários que constam na lista, que são contratados ou efetivos, devem recolher esses documentos junto ao órgão público e entregar ao sindicato ou presidente de sua associação, para sejam levados à Superintendência, comprovando que têm o direito de ser beneficiários, que não recebem altos salários, e que não eram antes ou na época da sua homologação, assentados”, detalhou. Até ao final de dezembro deste ano é possível corrigir dessa forma a situação, mas há a hipótese de que essas famílias bloqueadas no sistema sejam impedidas de receber outros créditos do Incra. “Aquele que não recebeu o apoio inicial, ou aquele que já recebeu o apoio inicial e não recebeu o apoio habitação e aquele que recebeu o crédito habitação, mas tem o fomento a receber, ou que já recebeu os três, mas quer acessar o Pronaf, não vai ter acesso, além de impedir sua aposentadoria. Todos os benefícios apresentados pelo Incra estarão bloqueados esperando por esse documento para a regularização de sua situação”, explica Jessé Nunes. Para não deixar dúvidas, o Incra alerta ainda que não interessa o tempo de serviço prestado, se foi de apenas um mês, um ano ou mais. “O que o sistema informa é que essa pessoa recebeu de um órgão público, e já o acusou como um provável servidor público, por isso há necessidade dessa documentação comprovando que foi ou ainda é temporário ou concursado, e qual a função que exerce”, reforça. O técnico administra- tivo Jessé Nunes procurou a colaboração do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Oriximiná para participar da convocatória dos cidadãos que o sistema identificou e classificou no código 13, que corresponde aos que estão na relação de beneficiados mas com registro suspenso em virtude de notificação. Cada pessoa pode escrever de próprio punho uma justificativa da importância de sua função e serviço para a comunidade como servidor público - professor, agente de saúde, merendeira, agente de portaria e outros cargos relevantes para a boa prestação do serviço àquela comunidade rural ou ribeirinha. do Canadá, Austrália, Chile e Peru, que têm forte economia mineral, já confirmaram presença no evento. Entre os 124 expositores, 36 são empresas que atuam no Pará como Vale, Mineração Rio do Norte, Imerys Rio Capim Caulim, Alubar, Alcoa e Globe Metais. Escola de Música da Casa da Cultura brilha em recital A Secretaria de Cultura, Desportos e Lazer de Oriximiná realizou um concorrido espetáculo de música instrumental, para apresentar os alunos das turmas dos Níveis I, II e do Avançado da Escola de Música do Município. Flauta transversal, flauta doce, clarineta, saxofone e trombone são os instrumentos mais procurados pelos jovens músicos, que além das apresentações solo também fizeram bonito em conjunto. O Secretário de Cultura, Desportos e Lazer, Adélcio Corrêa Jr., destacou o bom empenho de alunos e professores. A Banda da Escola de Música já se apresentou em várias partes do Estado, e a escola tem mais de 60 alunos. REGIONAL OUTUBRO - 2008 z 5 ZEE vai oferecer segurança jurídica TAMARA SARÉ Ana Júlia Carepa assinou em Santarém o Projeto de Lei que institui o Zoneamento Econômico-Ecológico da Área de Influência das rodovias Cuiabá/ Santarém (BR-163) e Transamazônica (BR-230), no Pará, denominado "ZEE Zona Oeste", passo inicial para o ordenamento ambiental e territorial da região. O Projeto e a Mensagem de encaminhamento da governadora ao presidente da Assembléia Legislativa, Domingos Juvenil, foi assinado durante o Seminário Plano BR-163 Sustentável - Entraves, Desafios e Expectativas, realizado em Santarém por um fórum de ONGs integrado ao Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da BR-163 (Condessa). O Projeto de Lei será apreciado pela Alepa e, antes de ser executado, precisa ser aprovado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A expectativa é de que o esse trâmite seja concluído em quatro meses. "Estou confiante na sensibilidade dos nossos parlamentares, que sabem da importância do ZEE para o ordenamento ambiental e territorial do nosso Estado, pois a partir daí é que vamos oferecer segurança jurídica ao setor produtivo, aos agricultores familiares, comunidades extrativistas, ribeirinhos, populações indígenas e quilombolas para o desenvolvimento de suas atividades em bases sustentáveis", disse Ana Júlia Carepa. No seminário, ela informou que a Secretaria de Projetos Estratégicos já iniciou os estudos técnicos para elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Leste do Pará, que compreende a área que já está alterada pela ocupação humana, seja para forma- Ana Júlia no Seminário: entraves, desafios e expectativas ção de pastagens, agricultura ou exploração madeireira. Os estudos devem ser concluídos até o final de 2009. O Plano de Desenvolvimento da BR-163 foi elaborado a partir de estudos realizados e aprovados pelo Comitê Supervisor do ZEE-PA, integrado por 38 representantes da sociedade e órgãos estaduais. O ZEE da BR-163 abrange 19 municípios, totalizando 334.450 km2, correspondente a cerca de 27% do território paraense, área 2,19 vezes maior que o Acre; 1,35 maior que o Estado de São Paulo e apenas 6% menor que a Alemanha. Sua elaboração, coordenada pela Embrapa, envolveu mais de 60 pesquisadores de 12 instituições. O projeto contou ainda com a participação dos governos locais e sociedade, que debateram o tema em mais de 10 audiências públicas na região. Os estudos foram executados com a utilização de indicadores e tecnologias, e se consolidam por meio do Plano de Gestão Territorial da Região. Na Mensagem, a governadora reiterou aos parlamentares o compromisso de que seu governo acatará as indicações, diretrizes e limitações apresentadas no ZEE em suas políticas, planos e programas para a região, bem como adotará o sistema e os mecanismos para integração, avaliação e monitoramento deste ZEE, no âmbito da Política Estadual de Ordenamento Territorial. Ana Júlia destacou ainda que a aprovação do Projeto de Lei possibilitará que a área de influência da BR-163 não seja afetada pela Resolução 3.545/2008 do Banco Central - Conselho Monetário Nacional, que determina a partir de 1º de julho de 2008 a concessão de crédito rural para atividades agropecuárias, nos municípios que integram o Bioma Amazônia, condicionada ao licenciamento ambiental e à observância das Diretrizes do ZEE de cada Estado. Ao justificar o pedido de aprovação do projeto de lei, Ana Júlia Carepa enfatizou que o ZEE é um estímulo aos Governos Estadual e Municipal e às comunidades locais para o uso racional dos recursos naturais e promoção do desenvolvimento sustentável. A governadora foi acompanhada pela prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins, pelos deputados estaduais Airton Faleiro, líder do Governo na Alepa, e Carlos Martins, e pelos secretários Socorro Pena (Pesca e Aqüicultura), Marcílio Monteiro (Projetos Estratégicos) e Valmir Ortega (Meio Ambiente). Parecer de Carlos Martins favorável ao PRODETUR é aprovado na CFFO OZÉAS SANTOS AComissãodeFinançaseOrçamentodaAssembléia Legislativa aprovou por unanimidade o parecer favorável do deputado Carlos Martins, líder do PT, ao projeto que destina recursos para implantação do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Estado do Pará -Prodetur, que beneficiará pólos com potencial turístico do Estado. Santarém e Belterra são as cidades escolhidas no Baixo-Amazonas. O projeto segue para o plenário e depois o poder Executivo contratará operação de crédito junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, no valor de US$ 26,4 milhões. "O mérito da proposição é louvável, visto que a implementação de pólos turísticos em nosso Estado necessita de investimentos governamentais, a fim de pro- piciar o desenvolvimento de turismo sustentável nas citadas regiões", defendeu Martins ao apresentar seu parecer à Comissão. A Associação dos Municípios das Rodovias Transamazônica – AMUT, da qual fazem parte os municípios localizados à margem da rodovia Santarém/ Cuiabá e região Oeste do Pará, também recebeu, através de emenda parlamentar de Carlos Martins, recursos para infra-estrutura da sede da associação e para realização de projetos sociais. A "Sala da Cidadania", projeto que oferece inclusão digital Carlos Martins destinou recursos a Santarém e Belterra aos pacientes e acompanhantes em Tratamento Fora de Domicílio (TFD), é um dos projetos contemplados. A Alepa vai apreciar, ainda, projeto de lei de Carlos Martins mudando o nome do Hangar Centro de Convenções da Amazônia, para “Hangar Benedicto Monteiro – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia”. Com a iniciativa, o líder petista acredita que o parlamento estadual reconhecerá a grande importância de Benedicto Monteiro para o Estado do Pará e para a Amazônia. "É incontestável a importância desse centro de convenções para o desenvolvimento do Pará", define Martins, para quem o Hangar deve levar o nome de uma personalidade paraense compatível com o grau de importância do que representa hoje este centro de convenções para o Estado. "O Benedicto Monteiro é uma das maiores personalidades do século XX e XXI do Estado do Pará e da Amazônia", ressalta Martins. Benedicto Monteiro faleceu este ano, deixando uma herança literária riquíssima. Era advogado, sociólogo, jornalista e escritor e foi uma das personalidades amazônidas que mais lutou pela demo- cracia no País, perseguido, preso e torturado pelo regime militar. Seu primeiro livro de poesia Bandeira Branca (1945) foi prefaciado pelo escritor Dalcídio Jurandir. Depois que saiu da prisão, dedicou-se ao exercício da advocacia agrarista e à literatura, tendo publicado o livro Direito Agrário e Processo Fundiário e vários livros de poesia e ficção. O seu livro de contos Carro dos Milagres foi premiado pela Academia Paraense de Letras, e o romance A Terceira Margem recebeu o Prêmio Nacional de Literatura da Fundação Cultural do Distrito Federal. Sua obra serve de tese de mestrado e doutorado em várias universidades da Europa e Estados Unidos. Von defende livre acesso de deputados estaduais ao SIAFEM OZÉAS SANTOS O deputado estadual Alexandre Von (PSDB/PA) voltou a criticar o veto da governadora do Pará ao dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias/2009 que garantia senha de acesso, a cada deputado Alexandre Von, em debate com Megale e Carlos Bordalo estadual, para consultas no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios (SIAFEM), no Sistema de Gestão dos Programas do Estado do Pará (GP Pará), no Sistema de Execução Orçamentária (SEO) e no Sistema Integrado de Materiais e Serviços (SIMAS). Em pronunciamento, o deputado Alexandre Von discordou veementemente das duas justificativas apresentadas pelo Governo do Estado para as razões do veto, contidas na Mensagem Nº 086/08: a primeira é a de que o Tribunal de Contas do Estado, órgão que auxilia a Assembléia Legislativa no Controle Externo das contas do Governo do Estado do Pará, tem acesso aos Sistemas Coorporativos do Estado; e a segunda razão seria de ordem operacional, pela complexidade de tornar disponíveis senhas a 41 deputados estaduais. Quanto à primeira justificativa, Von entende que as atividades do TCE não eliminam a prerrogativa do Poder Legislativo no controle, monitoramento e fiscalização na aplicação de recursos públicos, lembrando que é o parlamentar estadual que sabe e acompanha o que acontece nas diferentes regiões do Estado. Quanto às dificuldades operacionais, o deputado lembra que todos os 81 senadores e 513 deputados federais têm senha de acesso ao SIAFI, sistema similar ao SIAFEM, em âmbito federal. O parlamentar propôs, inclusive, que sejam disponibilizadas apenas 13 senhas de acesso aos Sistemas Coorporativos do Estado do Pará para a Alepa: uma para a Mesa Executiva, uma para a Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, e outra para cada um dos 11 partidos políticos com representação na Assembléia Legislativa do Estado do Pará. Juruti terá “Dia D” da Paz no Trânsito como alerta geral Como o município não tem órgãos fiscalizadores do trânsito, estudantes apelam para a sensibilização corpo-a-corpo. Dirigir sem habilitação, inclusive menores de idade; até quatro pessoas em uma só motocicleta, todas sem capacetes; veículos em alta velocidade; e condutores sem nenhum conhecimento sobre legislação do trânsito são situações corriqueiras no trânsito de Juruti e de muitos outros municípios do interior do Pará. Por causa disso, um grupo de 32 alunos do curso Técnico em Segurança do Trabalho, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial em Juruti, sensibiliza os moradores locais quanto aos riscos e os hábitos seguros de preservação da vida no trânsito. O curso integra o Programa de Qualificação de Mão-de-Obra da Alcoa, como parte dos Planos de Controle Ambiental da Mina de Juruti. A mobilização começou em 6 de setembro com o lançamento da campanha “Paz no Trânsito”. De lá para cá, os alunos fazem palestras nas escolas. Cerca de 3 mil alunos já conheceram algumas orientações de trânsito seguro. Entidades também foram convidadas a aderir à causa, como Alunos das escolas públicas estão engajados na campanha a Associação dos Mototaxistas e o Sindicato dos Taxistas. Marcelo Pereira, presidente do Sindicato dos Taxistas, diz que a violência no trânsito sempre preocupou a categoria, que também já se manifestou publicamente sobre o assunto. “Todos somos responsáveis por nossos atos. Cada cidadão, ao colocar o pé na rua, está fazendo parte do trânsito. É uma responsabilidade direta de cada um”, comenta. No dia 31 de outubro, uma programação especial da campanha é o “Dia D” da Paz no Trânsito de Juruti. Durante todo o dia, os alunos farão blitzes educativas, distribuirão folhetos e fitas simbólicas. Uma passeata percorrerá as ruas da cidade. Na Praça da República, tendas com informações sobre trânsito, fotos de acidentes e depoimentos de parentes de vítimas fatais. No local serão sorteados capacetes. Segundo o aluno do SENAI Alailson Paiva da Silva, 23, mototaxistas e taxistas têm grande influência no trânsito de Juruti. “Eles são importantes, pois trabalham nas ruas e se expõem mais ao risco. O que queremos é evitar perdas de vida, tanto na cidade quanto no interior. Por isso, o ‘Dia D’ é apenas uma das atividades, também iremos às comunidades rurais”, explica. Os alunos coletam assinaturas para reivindicar sinalização das ruas e o Detran em Juruti, ou a municipalização do trânsito. “Não se trata de protesto. Trânsito humanizado é o que todos precisam”, diz Edson Vieira, aluno do SENAI. 6 zOUTUBRO - 2008 CULTURA VICENTE MALHEIROS DA FONSECA [email protected] A ABERTURA SINFÔNICA QUE NASCEU COMIGO Semana passada, de 24 a 27 de outubro, estive na bela cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, para participar do 1º Encontro de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho do Brasil e exCoordenadores do COLEPRECOR. Tive a honra de dirigir a entidade no período de 1998-2000. Na ocasião, entreguei ao atual Coordenador daquela instituição, Desembargador Amaury Rodrigues Pinto Junior, um exemplar de meu livro Em defesa da Justiça do Trabalho e Outros Estudos e a partitura musical do Hino da Justiça do Trabalho (Coro a 4 vozes mistas e Piano), de minha autoria, para efeito de incorporação ao acervo do Colégio, cuja memória histórica está sendo resgatada. Em Bonito e Campo Grande (MS) compus mais uma Valsa Santarena (nº 73). De volta a Belém, tive a satisfação de assistir uma excelente palestra, proferida em 29 de outubro, pelo Prof. Ms. Augusto Souto (regente da Banda Sinfônica e Professor da Universidade do Estado do Pará) sobre a vida e a obra de Wilson Fonseca (maestro Isoca), no Projeto Compositores Paraenses e sua História, promovido pelo Núcleo de Arte e Cultura da Pró-Reitoria de Extensão da UEPA, em parceria com o Instituto de Artes do Pará (IAP). Durante a palestra, várias perguntas me foram feitas, na condição de filho de Wilson Fonseca. Alguém me perguntou qual é a música de meu pai que eu mais gosto. Respondi: de todas, embora duas delas tenham sido dedicadas a mim, a Missa a São Vicente (1963), quando fiz 15 anos de idade e estudava no Conservatório Musical José Maurício, em São Paulo; e o Dobrado nº 46 Vicente Fonseca, o último, no gênero, composto por Isoca (1995). Porém, uma composição de Wilson Fonseca tem um significado especial para mim. Trata-se da Abertura Sinfônica – Centenário de Santarém (1948). A música original é uma peça orquestral composta especialmente para a celebração do 1º Centenário da elevação de Santarém à categoria de cidade, em 24 de outubro de 1948, quando se deu a sua estréia, por uma pequena orquestra sob regência do compositor. É uma obra de concerto, de um só movimento, com vários andamentos, desenvolvidos sob temas intimamente relacionados ao evento a que se destinou, onde se percebe a presença de cantos de pássaros e das ondas do Rio Tapajós nas melodias que caracterizam o estilo da composição. A música também foi executada, em 1972, pela Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Pará, no encerramento da Semana de Santarém, no Theatro da Paz; e, em 1997, na inauguração da temporada anual a Orquestra Sinfônica do Teatro da Paz, sob regência do Maestro Andi Pereira, e no programa em homenagem ao transcurso do primeiro centenário de morte do Maestro Carlos Gomes, em Belém. O curioso é que Wilson Fonseca, conforme ele próprio me disse, começou a compor esta peça exatamente no dia do meu nascimento, seu segundo filho. Naquela época os partos eram realizados no próprio domicílio da parturiente. O velho me confessou que o tema inicial da Abertura Sinfônica surgiu no momento em que eu nascia. Isoca escreveu, além da versão para orquestra sinfônica, arranjos para piano a 4 mãos e para piano solo. Estes arranjos pianísticos foram executados, em Santarém, pelo compositor e sua irmã Maria Annita Fonseca de Campos e, ainda, por mim. Portanto, tenho boas razões para considerar a Abertura Sinfônica como a minha composição favorita, dentre as centenas de músicas produzidas por Wilson Fonseca. noite, um casal que havia brigado resolveu conversar na praça, na esperança de uma conciliação. Mas em vez de se reconciliarem, acabaram discutindo e brigando mais ainda. No auge da discussão, o marido, enfurecido, esfaqueou a mulher várias vezes. Ela gritou desesperadamente, mas ninguém socorreu. E morreu ali mesmo, no monumento à Nossa Senhora da Conceição. O crime entristeceu a quantos os conheciam e repercutiu por toda a cidade de Macapá... Passado algum tempo, quem fosse à praça, ouvia aqueles horríveis gritos de mulher, pedindo socorro, partindo da direção do monumento. Ninguém se arriscava a chegar perto ou ver do que se tratava. Diziam que era o espírito da mulher assassinada que ainda não encontrara a paz... Dizque, também nesta época, outras pessoas, ao passarem à noite pela praça, viam um ser de cor escura descer do monumento e perseguir as pessoas, que corriam, corriam, corriam até chegarem às suas casas totalmente aterrorizadas. As perseguições se espalharam e ninguém mais passava na praça à noite... Os jovens que iam namorar ali sentiam tanto medo que desistiam e procuravam outros lugares... Enfim, a praça ganhou fama de visagenta, aterrorizando as pessoas, que a evitavam... Hoje pouco se fala no assunto, mas os antigos macapaenses lembram bem o crime da praça... e também os gritos pavorosos de socorro nos meses que se seguiram, assustando a todos, inclusive aos mais apaixonados que iam namorar na Praça da Conceição... e memorável tomada de Ákaba. Em dado momento teve que parar com a leitura porque o barco estava no momento da travessia, e o balanço constante lhe provocava enjôo. Fechou o volume e ficou observando os outros passageiros. Uma senhora velhusca se chegou mais curiosa. Devia regular uns setenta anos e falava tapando a boca, talvez envergonhada de exibir os últimos cacos enegrecidos pelo vicio de mascar tabaco. Com ela, uma menina cuidando de um recém-nascido. - Essa aí sem juízo, o senhor pensa, é minha neta, o menino, meu bisneto – ela disse apontando para os dois. -Não me diga, essa menina já é mãe? -Pois é, o senhor sabe, quando uma cabeça não pensa a outra se encarrega... - Que idade tem ela? -Este mês fez doze. -E o pai da criança? -Ah, um molecote sem eira nem beira ali do Muratubinha... -E a senhora, quantos filhos? - Entre vivos e mortos foram quinze, mas só cinco ainda estão vivos. Uns morreram de parto, outros de impaludismo, dois de aborto e dois de mordida de surucucu. - Nossa, quanto filho! -É, pelo menos acaba sobrando algum pra agüentar minha velhice. -E o bisneto, já tem nome? - Não. Taí, seu moço, arranje logo um. O homem aceitou o desafio. - Bem, vocês estão vivendo esta enchente braba... Que tal Moisés? A Bíblia diz que ele veio das águas. - Verdade? - É. Quem sabe, um dia, não faz vocês atravessarem a pé o Amazonas - disse em tom de brincadeira sem que ela entendesse. - Tal e qual seu Esperidião? Era um que atravessava andando esse mundo tenebroso de água e correnteza – ela disse. -Como é que é? A velha explicou: - É que um dia ele saiu pra pescar e foi arrastado pro encante das funduras. Ficou lá três meses amigado com a filha de um boto tucuxi. - Não me diga! - Pois foi. Chegou de volta caminhando por riba d’água e a bom curar o povo. O homem não sabia se ria de mais uma estória de boto, ou se ficava cada vez mais lamentoso daquela mãe-menina ainda em idade de brincar de boneca. A velha continuou falando como se adivinhasse a próxima pergunta: -Faz cinco anos que seu Esperidião morreu... de tanta velhice, o senhor pensa. O porto dele vivia coalhado, assim de barco, gente endinheirada da capital que vinha aqui se curar. O barco diminuiu a marcha na entrada do Igarapé Muratubinha. Uma pequena canoa encostou a fim de apanhar a família da pobre mulher, e ela se despediu agradecida pelo nome bíblico do bisneto. Ajudados por tripulantes e passageiros, os três foram passados por cima da balaustrada e acomodados na pequena montaria. O comandante do barco voltou a pedir toda força na máquina, enquanto os largados aproveitavam o empuxo da forte correnteza, para desaparecer igarapé adentro. Sumiram no rumo de uma terra nunca prometida, levando junto o destino incerto de um novo Moisés. WALCYR MONTEIRO [email protected] O CRIME DA PRAÇA - Quem vê hoje a Praça da Conceição não faz a menor idéia de como era há cerca de quarenta anos. Não havia o campo de futebol, não havia o parque de diversões, não havia o Bar da Praça e tampouco existia iluminação elétrica. Na verdade, a praça não passava de um imenso areal, as ruas em torno mal delimitadas e os terrenos que lhe confrontavam eram praticamente todos imensos matagais. Apenas numa das esquinas via-se os fundos do Cine Paroquial que, depois, mudou de nome para Veneza. Tentando embelezála, os estudantes do Colégio Amapaense e os que serviam no Tiro de Guerra plantavam árvores, algumas das quais ainda hoje podem ser vistas, já belas e frondosas. O próprio monumento à Nossa Senhora da Conceição não era o que hoje ornamenta a praça: era bem mais baixo, não possuía a grande base encimada pela coluna quadrangular e muito menos a grade de ferro, cercando-a. Esta última foi colocada somente há cerca de dez anos, a fim de defender o monumento dos vândalos. Pois bem, foi a praça, que era apenas o grande areal contando tão somente para ornamentá-la com o pequeno monumento à Nossa Senhora da Conceição, erigido para marcar o centenário do aparecimento de Nossa Senhora de Lourdes, que serviu de palco para um crime que abalou Macapá nos anos sessenta. Quem assim vai falando é D. Doralice Paiva, residente em Macapá nesta época. E ela continua: - Naquele tempo, quer pelo próprio local, que era bastante ermo, quer pela inexistente iluminação, apenas uns poucos casais de namorados procuravam a praça à noite, que era praticamente deserta, prestando-se, portanto, para encontros amorosos. Numa determinada ADEMAR AYRES DO AMARAL [email protected] CONVERSA DE RIO O barco da linha estava espremido de gente como num tipiti. O homem, com jeito de gente instruída, só conseguiu atar sua rede junto à parede onde termina a acanhada fila dos camarotes. Esgotado, arrumou sob a cabeça o pequeno travesseiro de muitas viagens e catou o volume compra- do antes da partida, na livraria do aeroporto. Abriu Os Sete Pilares da Sabedoria, na página marcada, e deixou-se arrebatar pelas aventuras do tenente inglês Lawrence da Arábia, conduzindo os beduínos do príncipe Faisal contra os turcos do Império Otomano. O capítulo era sobre a heróica ATUALIDADES OUTUBRO - 2008 z 7 Curso arqueológico dirigido a ceramistas Desde 2002 são realizados pesquisas e estudos para o resgate de materiais arqueológicos, como vestígios de antigos objetos e fragmentos de cerâmica datados de cerca de dois mil anos. De acordo com a arqueóloga Lílian Panachuck, da Scientia Consultoria Científica, os estudos estão possibilitando que os conhecimentos do passado, como desenhos e estilos de gravuras, sejam revitalizados em trabalhos cerâmicos atuais. “A idéia é que a gente forneça todo esse instrumental para os artesãos jurutienses por meio do curso, em termos de conhecimentos científicos e arqueológicos, para que eles possam, num futuro próximo, fazer com que essas peças sejam comercializadas“, explica a arqueóloga. Para o presidente da Associação dos Artesãos de Juruti, Ladimir Pereira do Amaral, a capacitação é mais uma experiência válida, pois vai possibilitar inovações à produção artesanal local. ”Vamos ampliar nossos conhecimentos. E os outros colegas, que não têm ainda essa pro- cubana se deu por motivos nobres, ou seja, libertar o povo da ditadura de Fulgêncio Batista e da escravidão econômica provinda dos Estados Unidos. Com o passar do tempo todos vimos em que deu o ideal dos primeiros revolucionários, distorcido totalmente pela ganância de poder e hoje o povo sofre a pobreza moral que talvez seja a maior e todas, pois é imposta pela humilhação e pela mordaça. E ainda existem intelectuais a baterem palmas para o “paraíso” castrista. Bem acertado estava Joãozinho Trinta quando falou que o povo gosta de luxo e os intelectuais adoram a miséria. Basta ver, por exemplo, os tais filmes “cult”. Depois de escutar tanta doutrinação política na voz do ditador barbudo, ia discutir com meu pai sobre as vantagens do comunismo, do socialismo. Ele, na experiência da maturidade, sentenciou: - Olha, rapaz, eu queria ver esses sujeitos que pregam o comunismo se ganhassem sozinhos na loteria. Não ia sobrar ninguém. Não te ilude. Conheço alguns reacionários em Belém, que ficam sentados lá no Grande Hotel bebendo uísque escocês, comendo caviar e falando em revolução popular etc. E eu, no doce encanto dos meus dezesseis ou dezoito anos, continuava a escutar bo- lerões, merengues e os discursos castristas. Nem faz muito tempo que os professores de economia do Brasil e do chamado Terceiro Mundo – eles adoram, digamos, copiar - patrocinavam a febre das privatizações. Mas o tempo e a ocasião mostram o que se deve fazer. Pelo efeito do tempo tudo anda e desanda. Vejam o que está acontecendo no templo maior do capitalismo. Os Estados Unidos estão fazendo exatamente o que seus luminares das finanças abominavam por ser, segundo eles, um retrocesso em termos de economia mundial. Refiro-me à intervenção estatal na economia. Com a Oleiros e artesãos jurutienses estão conhecendo mais sobre a história do município e o valor do patrimônio arqueológico da região. Eles integraram o curso de Capacitação em Educação Patrimonial promovido pela Alcoa, como parte do Programa de Educação Patrimonial, dos Planos de Controle Ambiental (PCAs) da Mina de Juruti, executado pela Scientia Consultoria Científica. A primeira etapa ocorreu de 7 a 10 de outubro e a segunda está prevista para o período entre 3 e 21 de novembro. Cerca de 20 ceramistas são beneficiados. Os cursos são ministrados na Associação dos Artesãos do município, parceira nessa iniciativa. A capacitação, por meio do mote “Conservar e Desen- volver; Conhecer, Proteger e Sustentar”, valoriza o patrimônio arqueológico como fonte de inspiração artística, seja para confecção de réplicas de cerâmicas, inclusive na utilização na decoração de ambientes, ou para o desenvolvimento de novas peças que retratem traços artísticos milenares observados em materiais resgatados nos estudos arqueológicos na região. A proposta é impulsionar trabalhos artesanais de sólida base histórica para garantir a sustentabilidade da riqueza cultural de Juruti. JOSÉ WILSON MALHEIROS [email protected] www.wilsonmalheiros.mus.br www.jornaldialogando.blogspot.com TOQUEM UM BOLERO! Na década de 1960 eu costumava acordar e logo sintonizar no rádio de ondas curtas a Rádio Havana, para escutar bolerões, merengues, salsas, tudo com aquele saboroso jeito apimentado que só nós os latinos, sabemos ter. Gostava também de escutar os longos e inflamados discursos do Fidel Castro, proclamando que Cuba era “território libre de America” e que os norteamericanos eram todos “perros” (cachorros). O início da revolução ARQUIVO ALCOA Peça encontrada em Juruti registra traços históricos fissão, vão também participar para que eles possam aprender e a gente dar continuação nos trabalhos de artesanato em cerâmica“, avalia. O Programa de Educação Patrimonial vem sendo desenvolvido desde março deste ano pela Alcoa. Já foram realizados cursos de capacitação para educadores, tanto na rede de ensino público da zona urbana quanto na rural. A idéia é que todos os profissionais capacitados, educadores e ceramistas, atuem como multiplicadores do conhecimento sobre os 85 sítios arqueológicos presentes na região diretamente com a classe estudantil. crise estão todos com os rabos entre as pernas e o Estado, na terra do Tio Sam e nos gigantes europeus, está injetando como nunca, ou melhor, está estatizando – alguém ainda duvida? – grande parte da maior fatia do capitalismo mais poderoso do mundo para tentar pelo menos amenizar a grande crise econômica mundial. Onde estão os que pregavam a privatização absoluta? Vamos lá, toquem um bolero, de preferência em espanhol, que todos nós já estamos dançando, outra vez. Comprova-se, mais uma vez, que nada há de novo sob o sol. Tudo vai, tudo volta. Depende da ocasião, dos interesses e das necessidades. 8 zOUTUBRO - 2008 CONJUNTURA Povos Indígenas do Mapuera reúnem 352 casos de malária foram registrados na aldeia este ano De 20 a 22 de outubro, cerca de 1.200 índios de 12 aldeias Wai-Wai debateram educação, meio ambiente, esporte e saúde – com foco no combate à malária, aos problemas odontológicos e às doenças sexualmente transmissíveis (DST). Só no primeiro semestre deste ano, em Oriximiná foram confirmados 655 casos positivos de infectados com malária. A região do Alto Trombetas, principalmente as localidades Abuí, Cachoeira da Pancada e o distrito de Porto Trombetas causam maior preocupação. Foram 352 casos na reserva Mapuera, onde vivem os índios Wai- Wai. Para combater a malária, há equipes da Funasa nas aldeias, trabalhando junto com técnicos do setor de endemias de Oriximiná. Os profissionais vão até as comunidades fazer lâminas e tratar os que já estão doentes. A Funasa arca com os custos de deslocamento dos profissionais e a Secretaria de Saúde do município com as despesas da parte logística, inclusive embarcações e combustível. Cristiano Lima, chefe da Divisão Epidemiológica da Secretaria de Saúde municipal, Legndçlalfladçsfçlsda O cacique geral das 11 aldeias Wai Wai e seu fiel escudeiro esclarece que o número de infectados aumenta em razão dos que adentram a mata, são picados pelo mosquito transmissor e levam para as suas famílias e para a cidade a contaminação. A malária é uma doença infecciosa aguda, que tem vários nomes: sezão, tremedeira, maleita e febre alta. Entre os sintomas, são elencados febre, suor excessivo, dores no corpo; fraqueza; enjôos; falta de apetite; pele amarelada; vômito e tremedeira. A Assembléia Geral dos Povos Indígenas do Mapuera foi prestigiada pelos órgãos municipais, estaduais, federais e pela iniciativa privada, além de associações de classe e organismos do terceiro setor. “Fomos como convidados, para conhecer a aldeia e as comunidades indígenas da região. Apesar de não estarem diretamente sob influência da MRN, entendemos que, de acordo com a política de relacionamento da empresa, todos os nossos vizinhos são partes interessadas. É importante estreitarmos os laços”, avalia o gerente de relações comunitárias da Mineração Rio do Norte, José Haroldo de Paula. Também estiveram no evento o defensor público de Oriximiná, Mário Luiz Printes; o secretário de Esporte e Lazer do Estado do Pará, Carlos Alberto Leão; a assessora da Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema) para Assuntos Indígenas, Ângela Kaxujana; a coordenadora de educação indígena da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), Puíra Tembé; e representantes de Ongs locais. Museu Goeldi faz encontro para discutir saúde dos índios ANTONIO FAUSTO/AGÊNCIA MUSEU GOELDI O estudo de políticas públicas que considerem o saber ancestral vai ajudar a melhorar a qualidade de vida da população indígena. Oficina coordenada pelo pesquisador Antonio Maria O Museu Paraense Emilio Goeldi uniu esforços com Unicef e Funai para discutir mecanismos mais apropriados para o atendimento de saúde à população indígena da Amazônia. A iniciativa integra o projeto “Etnicidade, Humanização e Saúde Indígena: Promovendo a Saúde de Crianças e Adolescentes das Etnias Gavião e WaiWai, Pará”, que o pesquisador Antônio Maria, do MPEG, deslanchou em 2007, a fim de prevenir a contaminação por Doenças Sexualmente Transmissíveis, principalmente AIDS, reformulado e expandido em 2008. A oficina “Museu Goeldi e Parceiros” pretende criar metodologia que embase prevenção de doenças, além de mostrar o trabalho do Goeldi. Juscelino Bessa, da Funai, destacou a necessidade de se considerar a idéia que os índios têm acerca de saúde, quando da elaboração de políticas para melhorar a qualidade de vida das etnias. À afirmação fez coro a antropóloga Lourdes Furtado, do MPEG.“O importante é que o conhecimento tradicional dos índios não seja descartado”, defendeu a pesquisadora. Funai e Unicef foram enfáticos ao reafirmar a importância da integração entre os conhecimentos científicos e tradicionais para embasar essas iniciativas. “Toda produção acadêmica é fundamental para que se possa definir as políticas públicas necessárias para as populações indígenas”, disse Antônio Carlos Cabral, Oficial de Desenvolvimento Infantil do Unicef, frisando a importância do Goeldi nesse processo. “O Museu tem sido um grande parceiro na coordenação dos projetos”, elogiou. Para a Funai, é importante também pensar iniciativas que garantam renda para as etnias indígenas.