Página 5 CNA debate com norte-americanos proposta para Copenhague A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, propôs, no dia 3 de novembro, ao presidente da American Farm Bureau Federation, Bob Stallman, que as duas entidades organizem proposta comum para levar à Conferência de Copenhague (CoP 15), que tratará das mudanças climáticas, em dezembro. A proposta foi apresentada durante visita à sede do Farm Bureau, em Washington, nos Estados Unidos, com as lideranças rurais brasileiras, entre elas o presidente da Farsul, Carlos Sperotto. O American Farm Bureau, uma das organizações mais influentes da agropecuária mundial, representa o total dos mais de dois milhões de produtores rurais norte-americanos. Segundo Stallman, a proposta que o governo dos Estados Unidos prepara para levar a Copenhague não atende às reivindicações dos produtores rurais do país. Para sensibilizar o Congresso norte-americano para os riscos desta proposta de redução dos gases estufa para o setor agropecuário, a entidade pretende lançar uma campanha de mídia, na qual recomendará a rejeição do projeto de lei. Tropeando Fernando Adauto Carlos Sperotto e Kátia Abreu se reuniram com lideranças dos EUA Kátia Abreu informou que, após a reunião de Barcelona, a última das preparatórias para a Conferência de Copenhague, irá analisar os pontos a serem negociados no tratado das mudanças climáticas. A partir destas definições deverá ser elaborada uma proposta do setor agropecuário. Ela está nos Estados Unidos, principal concorrente brasileiro no comércio de produtos agropecuários, para conhecer os instrumentos de política agrícola utilizados pelos produtores norte-americanos. “Brasil e Estados Unidos são os dois maiores gigantes da exportação agrícola, mas impressiona a agilidade e a capilaridade da estrutura dos instrumentos de política agrícola que atendem ao setor nos EUA”, disse a senadora após visitar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A comitiva brasileira pôde observar que a política agrícola norte-americana e, especialmente, os programas de suporte de preço, são estabelecidos pelo sistema político, com menor participação da esfera burocrática. Outro aspecto que chamou a atenção da delegação brasileira é o fato de a política agrícola não ser um instrumento universal para todos os produtores norte-americanos. Cada agricultor faz um contrato de adesão aos diversos programas de suporte de preço, de seguro agrícola e de preservação ambiental, entre outros, oferecidos pelo governo dos Estados Unidos, pelos quais ele assume compromissos de produção em troca desta rede de segurança. É uma primavera de luxo para o gado. As espécies de inverno sementadas e as de verão estão na sua maioria presentes. Nesse dia de Finados, fui olhar uma égua Crioula que deu a primeira cria. Nasceu uma potranca escura, tapada, sem uma mancha, acho que vai ser moura como o pai. Voltei ao tranco, pensando na atávica paixão pelo cavalo. Meu avô paterno iniciou a selecionar equinos Crioulos bem antes da fundação da associação, em 1932. Foi no ano da Revolução de 1923 que se estabelecia a principal base dos Crioulos da família. Os Pampeiros, Chimarrão, LS, São Crispim, Milonga e diversas outras criações que se utilizaram de nossas produções tiveram sua origem nesta época. Em 1923, Adaucto Loureiro de Souza era chefe da mesa de renda em Bagé, invernava boi em campo arrendado e o que mais gostava era de criar cavalos e conversar sobre eles. Foi neste ano que recebeu de presente de um amigo, criador na região do Jaguarão, fruto de várias conversas sobre Crioulos, uma égua sebruna que atendia aos padrões idealizados. Com a égua veio um bilhete avisando que poderia estar prenhe e que, se o potrilho fosse macho, não castrasse, pois seria filho do seu famoso baio. Este tal baio era doble chapa, cobrindo éguas no Brasil e no Uruguai, disputado pela qualidade funcional dos filhos. A égua estava prenhe e pariu um potro do mesmo pelo, criado nas cocheiras nos pátios da casa que morava em Bagé. O potro não passou pela castração e foi para o Uruguai, presenteado ao genro João Martins da Silva (Carioca Martins), que ainda não havia adquirido campos no Brasil. Era proprietário com o irmão Cornélio, da Estância de Mazangano, à beira da lagoa de mesmo nome. Lá, recebeu o nome da lagoa, foi domado e se tornou o preferido do jovem Paulo Martins (neto de Adaucto) que, acostumado a cansar os cruza Orlof da estância, nunca encontrou o fim do Mazangano. Foi neste ano também que o velho Adaucto arrumou para acolher na Estância de Mazangano uma manada de éguas do amigo doutor Heitor Mércio. Neste período de revolução, as estâncias eram invadidas e a cavaleada era levada para muda. Foram protegidas muitas éguas boas. No término da revolução, em agradecimento, o doutor Heitor pediu que escolhessem duas éguas. Adaucto escolheu uma moura, que representava o que ele idealizava, por isso colocou o nome de Eureca (achei), e, na outra gateada, colocou o sugestivo nome de Vanguarda. Foram animais importantes na origem da criação. Quando venderam a estância no Uruguai e se transferiram para o Brasil, estes animais e seus filhos foram os principais inscritos na fundação da associação. Na década de 1940, meu tio Cherí e meu pai se utilizaram desta genética para iniciar suas manadas. Demos continuidade à criação e é com satisfação que vejo meus filhos e meus sobrinhos a cavalo, participando e criando Crioulos. Em 2004, ganhamos o Freio de Ouro com o LS Balaqueiro montado pelo meu sobrinho Gustavo. É um descendente da Tenaz Chimarrão, égua que ganhei quando nasci, filha do Mazangano. Com cruzamentos em linha, temos mantido as principais características da origem, tais como facilidade de doma, bom cômodo, muita boca e muita pata. Com o tempo, apreendi que sem égua boa não se produz cavalo bom, independentemente de pai. Quem tem conserve, quem não tem procure.