V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 O PAPEL DA IMA AGINAÇÃO NA FILOSOFIA DE BE BERGSON Elaine Guinever vere de Melo Silva Doutorado – Universid rsidade Federal de São C Carlos (UFSCar) elaineguineve [email protected] Em “A Evolução Criadora”, C Bergson coloca a questão de co como se poderia reproduzir o movimento na natural e a variedade da vida. Em seguida, el ele nos apresenta uma maneira simples e efic ficaz de fazê-lo. Obtenha uma série de fotograf rafias de uma cena animada, projete estas imag agens na tela através de um cinematógrafo, apa aparelho pelo qual estes instantâneos ganham m movimento ao substituí-los rapidamente uns un pelos outros. Dessa maneira, a mobilidad ade da cena é reconstituída pelo movimento qu que o aparelho dá a cada imagem, fazendo co com que elas recuperem a sua animação. Sen Sendo preciso que haja movimento em algum m lugar, aqui o movimento está no aparelhoo ccinematográfico. Eis o artifício do cinema ma, que coincide com aquele do nosso con onhecimento. Ele abandona o movimento inte nterior e natural das coisas, para recompô-lo de forma artificial, através de cortes instantâne neos praticados no devir. Para Bergson, essa é a maneira como a inteligência geralmentee pprocede, como se “uma espécie de cinemat atógrafo interior” tivesse sido acionado, as assim é o “mecanismo de nosso conhec hecimento usual” (BERGSON, 2005, p. 95). Na mesma obra, encontramos enc a inteligência atuando na repres resentação de um objeto através das vistas in instantâneas que tomamos dele, representand ndo-o através dos símbolos justapostos que fo formamos ao seccioná-lo. Isso considerado,, B Bergson observa que, contrariamente ao po ponto de vista que sentenciava que “todass aas operações da inteligência visavam a intro troduzir certa unidade na diversidade dos fenôm ômenos” (Ibidem, p.165), há no trabalho da in inteligência uma ação de dividir, mais do quee dde unificar. A percepção, por sua ua vez, solidifica a continuidade do real em uuma sucessão de imagens descontínuas, e, ao apresentar-nos o universo desse mod odo, ela faz um detalhamento do filme imagem im por imagem (Ibidem, p.327). Essa sa deficiência da percepção prolonga-se noo hhábito da nossa inteligência de representar-no nos o movimento como uma série de posiçõe ões e a mudança como uma série de estados. s. O tempo, assim dividido e justaposto, suas as partes se sucedem à maneira das imagens ns do cinema: “o ISSN 2177-0417 - 101 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 filme pode passar dez, cem em, mil vezes mais depressa sem que nada fo fosse modificado (...) seriam ainda as mesmas as imagens” (BERGSON, 1979, p. 105). Quando no Ensaio,, a história dos personagens Paul e Pierre serve rve para ilustrar os dois modos distintos pelos los quais é possível assimilar os estados de consciência de outrem, novamente Bergs rgson enfatiza formas diferentes de assimi imilação da vida consciente. Podemos ass assimilar os estados de consciência de outra pessoa experimentando-os por nós ós próprios, ou seja, de maneira dinâmica; ou, u, de outro modo, podemos substituir a consci sciência destes estados pela sua imagem, o que ue corresponderia à sua assimilação estática. a. N Nessa última forma, os estados ao invés de se produzirem na consciência, são apenas im imaginados. Assim percebemos no esquem ma de apreensão estática a participação da im imaginação no procedimento pelo qual eu tra traduzo os estados de consciência de outrem m em imagens particulares: “Paul (...) pode de juntar assim à imagem dos estados sucess essivos pelos quais Pierre irá passar, a indicaç ação de seu valor em relação ao conjunto dee ssua história – ou ele pode resignar-se a passa ssar por si mesmo por estes estados diversos, s, não mais em imaginação, mas em realidade” de” (BERGSON, 2007,140). Se passarmos da consideração con dos estados psicológicos paraa a percepção do movimento, encontramos m mais uma vez o trabalho da imaginação. Segu egundo Bergson, o movimento é percebido ppela nossa consciência imediata de manei neira inteiramente diversa daquela que os artifícios ar do espírito o apresentam. A prime meira apreende o movimento como um todo do indivisível, enquanto os últimos dividem o movimento em partes distintas, apreendida idas sob a forma de imagens. Para o filósofo, o, é a imaginação que opera esta divisão, esta sta é a sua função no campo do conhecimento nto. Comparável à ação de um relâmpago ouu ddas luzes estroboscópicas que iluminam uma ma cena de modo intermitente, a imaginação ção representa-nos o movimento real comoo descontínuo e decomposto (BERGSON,, 22006, p.221). No Ensaio, Bergsonn ddeclara que costumamos situar o movimento; to; dizer que ele se dá no espaço e, assim, ao declararmos esse movimento homogêneo eo e divisível, na verdade, estamos tratandoo ddo seu percurso no espaço, considerando ape apenas as posições sucessivas que o móvel ocupa ocu durante seu trajeto e, não mais, a transiç sição entre uma e outra posição _ processo qu que envolve uma duração, um fluir do tempo. o. Nesse caso, não se trata mais de uma coisa isa ocupando um lugar no espaço, mas de um progresso, um movimento, uma “passage gem de um ponto a outro” que é percebido do através de um processo psíquico e inexten tenso em que a consciência rememora as posi osições sucessivas ISSN 2177-0417 - 102 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 anteriores e faz a síntesee qqualitativa: “uma organização gradual de nnossas sensações sucessivas umas com as ou outras, uma unidade análoga àquela de umaa frase melódica” (BERGSON, 2007, p. 82). A participação que a imaginação tem no procedimento pelo qua ual assimilamos o real através de um esquem ema estático e espacializado é enfatizada porr W Worms, quando este explica que represen sentamos espacialmente estados que são qualitativamente q heterogêneos e intrinsecam amente inseparáveis para nossa consciência. ia. Essa operação, para ele, se dá através do que ele nomeia de “espacialização, ou sej seja, num sentido estrito, imaginação. Represe esentamos sob a forma de imagens no espaçoo aas coisas que são para isso mais ou menos su suscetíveis, forjando assim arranjos que tem aalguma coisa de imaginário” (WORMS, 200 004, p.49). Constatamos, portanto nto, que a imaginação está sempre no encalçoo ddo fragmentado, do decomposto, do fracion ionado; seja na recapitulação de cada detalhe lhe da história de Pierre realizada por Paul, l, seja no acompanhamento de cada som dis distinto produzido pelas batidas de um pênd ndulo, seja no seccionamento de um movim imento indiviso e contínuo. Exemplos em qu que se confirma que, par Bergson, a imaginaç ação ocupa-se em talhar o que aparece à consc nsciência imediata como um conjunto indivisíve ível: “Os sentidos, entregues a si mesmos, apr apresentam-nos o movimento real, entre duas as detenções reais, como um todo sólido e ind indiviso. A divisão é obra da imaginação, que ue tem justamente por função fixar as imagen gens moventes de nossa experiência ordinária ária” (BERGSON, 2006, p.221). O caráter de fixidezz e de imobilidade da inteligência é enfatizadoo ppelo filósofo em vários momentos de suaa obra. Caráter que se manifesta quandoo o intelecto, ao considerar o movimento, re retém dele apenas uma sucessão de posições. s. Observamos O que esse modo como a inteligên gência é apresentada, acompanhando o movim imento como uma série de pontos que se ap apresentam um após o outro, assemelha-see ao modo como Bergson outrora nos repres resentava a imaginação, acompanhando o núm úmero de sons de um movimento pendular.. Q Que significado essa semelhança tem para nós ós? A operação de decompor, seja um movim imento indiviso, seja os estados psicológicos os intrinsecamente coesos, aparece como sen endo comum à inteligência e à imaginação. ão. A inteligência acompanha o movimento to através de pontos que lhe são dados em uma sucessão numérica, assim como a im imaginação acompanhava, igualmente de mane neira quantitativa, os sons emitidos pelo pêndu ndulo do relógio. Portanto, observamos um term ermo comum entre as funções da inteligência ia e da imaginação, e esta constatação despe spertou em nós o ISSN 2177-0417 - 103 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 interesse em investigar quai uais são os limites entre essas duas faculdadess nno que concerne às suas funções no proces cesso do conhecimento. Nesse ponto, as dua uas questões que surgem e que nós temos co como essenciais para nossa investigação são: o: onde começa e onde termina o trabalho da imaginação na atividade de decompor a to totalidade do real em imagens descontínuas? s? E em que momento e contexto ela poderá aba abandonar este seu papel no conhecimento par para apresentar-se em campos mais férteis,, ju junto à realidade contínua e indivisível quee se manifesta apenas através de um esforço dee iintuição? Em “Matéria e Memó mória”, Bergson evoca o testemunho da cons nsciência que nos mostra “em nosso entendim imento certa faculdade de dissociar e de oporr lo logicamente, mas não de criar ou de constru struir” (Ibidem, p. 212). Encontramos ao lon ongo de sua obra descrições recorrentes acerc erca da inteligência, cuja função é opor e decom ompor de maneira lógica o objeto que ela la busca conhecer; função ora atribuída ex explicitamente à inteligência, ora deduzidaa ddo processo imaginativo. No entanto, uma fac faculdade de “criar ou de construir” parece não ter sido objeto de atenção de nosso filóso sofo, assim como evidenciado e criticado por or alguns comentadores, como veremos logo ad adiante. Gilson atenta igualme mente para o problema da falta de um tratamen ento da faculdade imaginativa em Bergson. El Ele afirma que: “Quando Bergson parte das imagens, im ele evita analisar o papel da imagina inação produtiva” (GILSON, 1992, p.41). Worm orms, por sua vez, observa que a faculdadee qque, para Bergson, responde pela represen sentação de seres fictícios e imaginários, pres resentes nas narrativas e fábulas, é a fabulaçãoo _ que substitui a imaginação enquanto fonte nte de ficção. Segundo ele, a inscrição dessa sa nova faculdade gera uma polêmica de muit uitas frentes. Uma delas, a que nos interessaa nno momento, é a psicológica: “sobre a delim imitação dos conceitos e das faculdades, aqui ui ‘a imaginação’” (WORMS, 2000, p.27). En Enquanto isso, Caeymaex considera que “Talv alvez não haja um ‘problema’ da imaginaçãoo em Bergson” (CAEYMAEX, 2005, p.32), ), o que ela deduz pelo fato de que ele não se ocupou com uma psicologia da vida imagin ginária. Em nosso ponto de vista, embora reco conheçamos que Bergson não tenha problemati atizado o papel da imaginação, encontramoss eem muitos pontos de sua obra, definições, s, considerações e exemplos relativos ao proce ocesso imaginativo que, embora sucintos, noss pparecem bastante relevantes para um questi stionamento profundo e produtivo acerca dda função e do mecanismo da imaginaçãoo nna criação e no conhecimento. Em “A imaginação”, ”, Sartre se questiona sobre o modo pelo qua qual a imaginação criadora pode surgir a parti rtir de um esquema estático do conhecimento: to: “se as imagens não podem fornecer mais is do que ‘mosaicos’, como pode o esquema ma modificá-las a ISSN 2177-0417 - 104 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 ponto de fazer com quee eelas se fundam em uma nova imagem, de uma qualidade irredutível?” (SARTRE, 19 1987, p.62). Então, juntamente com Sartre, no nos perguntamos: “como explicar a imaginaçã ação criadora?” A Função Fabuladora Como nos mostram passagens p da obra “Duas fontes da moral e dda Religião”, há um equívoco em tomar a im imaginação como sendo a faculdade responsá sável pela criação de personagens e de história órias fictícias. O erro decorre do fato de que a ppsicologia reúne sob um mesmo rótulo aas descobertas da ciência, as realizações es da arte, e as representações fictícias. Par Para Bergson, a faculdade que responderá pela la ficção, não tem nenhum parentesco com aqu aquelas, senão pelo fato de que também não se confunde com o trabalho lógico: “É unic nicamente pela comodidade da linguagem, m, e pela razão inteiramente negativa de qque estas diversas operações não são nem percepção, nem memória, nem trabalho lógi ógico do espírito” (BERGSON, 2003, p.58). As Assim, ele isola as representações fictícias doo ddomínio “artificialmente delimitado da imagi aginação” e chama de fabulação o ato pelo qu qual elas surgem. Definir esta função fabulado adora como sendo uma variação da imaginaçã ção é, portanto, um equívoco que Bergson exp xplica da seguinte forma: “Nós chamamos dee iimaginativas as representações concretas que ue não são nem as percepções nem as lembran ranças. Como essas representações não desen senham um objeto presente nem uma coisa pa passada, elas são todas (...) designadas por um uma única palavra na linguagem corrente” (Ibi Ibidem, p.104). Portanto, como dizía izíamos, nosso filósofo irá considerar a fabu abulação como a faculdade responsável pela la criação de personagens sobre os quais conta ta-se uma história, atividade singular na vida da de romancistas e dramaturgos. Além disso sso, ele ressalta o caráter misterioso da fabula ulação, mas adverte que o mesmo atributo é vválido para todas as outras faculdades, por nã não conhecemos o mecanismo interior delass ((Ibidem, p.106). Contudo, parece-nos quee ele empenhou-se em buscar, em suas obr bras, muito mais elementos para a compreens ensão do mecanismo interno de outras faculdad dades, tais como, a inteligência, a percepção e a memória, do que o fez em relação à imagi aginação. Eis uma das razões pelas quais a inv nvestigação da função e dos processos dessa últ última ganhou um interesse particular para nós à medida que nos aprofundávamos no estu studo das obras de Bergson. As declarações qu que surgem aqui e acolá em seus escritos acerc erca do papel e da ISSN 2177-0417 - 105 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 função da imaginação noo conhecimento e na criação, além de escas cassas, o colocam diante do embaraço causado do pelas contradições que elas geram. Em “O Riso”, a imaginação im ganha uma dimensão poética,, e por que não, criadora? Nessa obra, Berg rgson afirma que a imaginação poética só pod ode ser uma visão mais completa da realidade de, que parte de um esforço de observação interior; int o que ele ilustra da seguinte mane aneira. As personagens criadas por Shak akespeare seriam possibilidades de ser quee se abriram ao escritor em algum moment ento de sua vida, direções que ele imaginouu ppoder ter seguido. Portanto, retornar a estas as possibilidades e direções entrevistas, consi nsistiria num trabalho da imaginação poétic tica. Assim, para Bergson, é um engano supo por que o papel da imaginação poética consisti istiria em “compor seus heróis com pedaços to tomados a torto e a direito em torno deles, com omo para costurar um traje de arlequim. Nad ada que fosse vivo sairia daí. A vida não se recompõe. Ela simplesmente se deixa olh olhar” (BERGSON, O Riso, 2004, 125). A ppartir do trecho mencionado, o primeiro pro problema que surge é patente: Bergson tendoo ooutrora atribuído exclusivamente à funçãoo ffabuladora a ação de criar personagens e de contar uma história, parece aqui ter ddevolvido esta função à imaginação. O seg segundo problema implica que, se o dramaturg rgo, ao criar seus personagens, aplica-se na obs observação interna do seu próprio espírito, o que lhe proporciona uma compreensão ma mais completa da realidade, a imaginação,, qque se serve dessa compreensão, parece aq aqui relacionar-se melhor com a intuição doo que com a inteligência; contrariamente aoo modo como ela havia sido freqüentementee representada e definida ao longo das prim rimeiras obras do autor. Contudo, ainda em “O “ Riso”, encontramos a imaginação isoland ando um elemento formal da matéria, que ante tes era vista como vinculado a ela. Nesse caso so em particular, a seriedade, própria da cerim imônia, separa-se dela para assim produzirr o efeito cômico. Este ato de isolar ou de sep separar, mais uma vez é identificado por Bergs rgson como sendo obra da imaginação: “Pode de-se dizer que as cerimônias (...) perdem essa sa gravidade assim que nossa imaginação as isola is dela” (Ibidem, p.33). Assim, verificamos os que, dentro de uma mesma obra, a imagin ginação é apresentada sob duas funções distint tintas: ora ela une, compõe, cria; ora ela divi ivide e isola elementos, assim como fazia a inteligência no campo do conhecimento,, re rejeitando tudo que decorre da imprevisibilida lidade e da criação (BERGSON, 2005, p. 177). 7). Diante dessa dificuldade, nos perguntamos: os: em que ponto a imaginação deixaria de atu atuar como uma foice no campo da realidade ade espacializada, ISSN 2177-0417 - 106 - PP PPG-Fil - UFSCar V Seminá inário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSC Car 19 a 23 de outubro de 2009 para atuar junto à intuição, o, apreendendo uma realidade marcada pelo flu fluir incessante de novidades, de criações? Enf nfim, quando ela deixa de reproduzir para criar riar? Somente um estudoo minucioso dos escritos de Bergson poderá rá nos apresentar possibilidades de resposta stas para as questões aqui colocadas, qu que compõem a problemática acerca do pap papel da imaginação no conhecimento e na cr criação dentro da filosofia bergsoniana. BIBLIOGRAFIA BERGSON, Henri. O Riso. São Paulo: Martins Fontes, 2004. M e Memória. São Paulo: Martins Fontes tes, 2006. BERGSON, Henri. Matéria ontes, 2005. BERGSON, Henri. A Evolução Criadora. São Paulo: Martins Font BERGSON, Henri. O Pensamento e o Movente. In: Os Pensado dores. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 9. E sur les Donées Immédiates de la Co Conscience. Paris: BERGSON, Henri. Essai PUF, São Paulo: Mart artins Fontes, 2007. BERGSON, Henri. Les Le Deux Sources de la Morale et de la Relig ligion. Paris: PUF, 2003 CAEYMAEX, Floren rence. Sartre, Merleau-Ponty, Bergson: Les Ph Phenomenologies Existentialistes et leur eur Heritage Bergsonien. Paris: Georg Olms Ve Verlag, 2005. GILSON, Bernard. 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