OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BANCO DE DADOS REGIONAL Eixo temático: Indicadores Sociais1 Variável: IDESE O Idese (Índice de Desenvolvimento Sócio-Econômico) é um índice sintético, inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), compreendendo um conjunto amplo de indicadores sociais e econômicos, classificados em quatro blocos temáticos: educação; renda; saneamento e domicílios; e saúde. O Idese varia de zero a um e, assim como o IDH, permite que se classifique o Estado, os municípios ou os Coredes em três níveis de desenvolvimento: baixo (índices até 0,499), médio (entre 0,500 e 0,799) ou alto (maiores ou iguais a 0,800) (FEE, 200?). Já o IDH objetiva oferecer um contraponto a outro indicador bastante utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também considera dois outros fatores: longevidade e educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. Já a educação é avaliada pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda, por sua vez, é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um (PNUD, 2000) Metodologia do IDESE (FEE, 2000) O Idese é um índice sintético, composto por 12 indicadores divididos em quatro blocos temáticos: Educação; Renda; Saneamento e Domicílios; e Saúde. Esses indicadores são transformados em índices e, então, agregados segundo os blocos aos quais pertencem, gerando, assim, quatro novos índices (um para cada bloco). O Idese é o resultado da agregação dos índices desses blocos. Os Indicadores que compõem o Idese são transformados em índices, como se mostra a seguir: 1 Christine da Silva Schroeder (PPGDR-UNISC). em que Ix,j,t é o índice do indicador x da unidade geográfica j no tempo t; yx,j,t é o indicador x da unidade geográfica j no tempo t; LIx é o limite inferior do indicador x; LSx é o limite superior do indicador x. A utilização de limites no cálculo dos índices implica que um município, Corede, ou mesmo o Estado, se possuir um indicador abaixo do limite inferior estabelecido, terá um índice 0 (zero) para esse indicador (nulo). De forma semelhante, unidades geográficas que possuam um indicador maior que o limite (superior) estabelecido possuirão um índice 1 (um) para esse indicador e serão classificadas como totalmente desenvolvidas. A classificação quanto ao nível de desenvolvimento só é possível porque a escolha desses limites é feita com base em parâmetros internacionais (tal como adotado pela ONU em seu IDH), permitindo, assim, que as unidades geográficas às quais os índices se referem sejam classificadas quanto ao seu nível de desenvolvimento em relação a qualquer localidade (do mundo). Portanto, assim como no IDH, as unidades geográficas podem ser classificadas pelos índices (construídos dessa forma) em três grupos: baixo desenvolvimento (índices até 0,499), médio desenvolvimento (entre 0,500 e 0,799) e alto desenvolvimento (maiores ou iguais a 0,800). Ainda, esses limites, uma vez definidos, são mantidos fixos ao longo do tempo, permitindo-se análises temporais. Gerados os índices dos 12 indicadores de uma determinada unidade geográfica, os índices dos blocos do Idese da localidade analisada surgirão a partir da média aritmética ponderada dos índices dos indicadores que compõem cada bloco, utilizando-se os pesos mostrados no quadro a seguir. Por fim, o Idese dessa região será obtido através da média aritmética (com pesos iguais de 0,25 para cada bloco) dos índices obtidos nos quatro blocos. Blocos do Idese, índices componentes de cada bloco, pesos dos índices nos blocos e no Idese, limites dos índices e fontes dos dados brutos Peso Peso Fontes dos no no Limite Limite Dados Blocos Índices Bloco Idese Inferior Superior Brutos Taxa de Edudata do abandono no INEP, ensino Ministério da fundamental 0,25 0,0625 100% 0% Educação Taxa de Edudata do reprovação INEP, no ensino Ministério da fundamental 0,20 0,0500 100% 0% Educação Taxa de Censo atendimento Demográfico no ensino 2000 do Educação médio 0,20 0,0500 100% 0% IBGE; Renda Condições de Saneamento e Domicílio Saúde Taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos e mais de idade 0,35 Geração de renda - PIBpc 0,50 Apropriação de renda VABpc do comércio, alojamento e alimentação 0,50 Percentual de domicílios abastecidos com água: rede geral 0,50 Percentual de domicílios atendidos com esgoto sanitário: rede geral de esgoto ou pluvial 0,40 Média de moradores por domicílio 0,10 Percentual de crianças com baixo peso ao nascer 0,33 Taxa de mortalidade de menores de cinco anos 0,33 Esperança de vida ao 0,33 0,0875 100% 0% 100 ($ 40 000 0,1250 ppp) ($ ppp) Edudata do INEP, Ministério da Educação; FEE Censo Demográfico 2000 e PNAD do IBGE FEE 11,22 4.486,64 0,1250 ($ ppp) ($ ppp) FEE 0,1250 0% 100% Censo Demográfico 2000 do IBGE 0,1000 0% 100% 0,0250 seis um Censo Demográfico 2000 do IBGE Censo Demográfico 2000 e PNAD do IBGE;FEE 4% DATASUS do Ministério da Saúde. 0,0833 30% 316 por quatro 0,0833 mil por mil 25 0,0833 anos 85 anos DATASUS do Ministério da Saúde IDHM 2000 do PNUD, nascer IPEA e Fundação João Pinheiro Fonte: PNUD, 2000 Evolução IDESE 2001 a 2008 Rio Grande do Sul COREDE VRP Vera Cruz Venâncio Aires Vale Verde Vale do Sol Tunas Sobradinho Sinimbu Segredo Santa Cruz do Sul Rio Pardo Passo do Sobrado Passa Sete Pantano Grande Mato Leitão Lagoa Bonita do Sul Ibarama Herveiras General Câmara Estrela Velha Encruzilhada do Sul Candelária Boqueirão do Leão Arroio do Tigre 0,000 2008 2005 2001 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 Observando-se os dados referentes ao IDESE, é interessante destacar que os maiores IDESEs (dados de 2008) pertencem aos municípios de Pantano Grande, Santa Cruz do Sul e Vera Cruz. Ainda, a média do IDESE do COREDE-VRP é inferior ao IDESE do Rio Grande do Sul. À exceção de Passo do Sobrado e Vale do Sol, todos os demais municípios do COREDE-VRP tiveram aumento no seu IDESE do ano de 2005 para o ano de 2008. Os IDESEs mais baixos (dados de 2008) foram encontrados nos municípios de Herveiras, Ibarama, Passa Sete, Segredo e Vale Verde (todos inferiores a 0,600). Evolução IDESE Educação 2001 a 2008 Rio Grande do Sul COREDE VRP Vera Cruz Venâncio Aires Vale Verde Vale do Sol Tunas Sobradinho Sinimbu Segredo Santa Cruz do Sul Rio Pardo Passo do Sobrado Passa Sete Pantano Grande Mato Leitão Lagoa Bonita do Sul Ibarama Herveiras General Câmara Estrela Velha Encruzilhada do Sul Candelária Boqueirão do Leão Arroio do Tigre 0,680 0,700 0,720 0,740 0,760 0,780 0,800 0,820 0,840 0,860 0,880 0,900 Os 2008 2005 2001 maiores IDESEs – Educação (2008) foram localizados nos municípios de Pantano Grande e Santa Cruz do Sul. Já os menores índices foram encontrados em Estrela Velha, Herveiras, Passa Sete e Vale do Sol. Ainda, a média do IDESE-Educação no COREDEVRP permanece menor que a média do Rio Grande do Sul, embora com pequena diferença (0,822 e 0,853, respectivamente) Evolução IDESE Renda 2001 a 2008 Já, com relação ao IDESE-Renda, os maiores índices (2008) foram encontrados nos municípios de Estrela Velha, Mato Leitão, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. Os menores índices foram localizados em General Câmara, Herveiras, Segredo (todos abaixo de 0,620). Também neste índice a média do COREDE-VRP permanece menor que a do Rio Grande do Sul. Evolução IDESE Saneamento 2001 a 2008 Rio Grande do Sul COREDE VRP Vera Cruz Venâncio Aires Vale Verde Vale do Sol Tunas Sobradinho Sinimbu Segredo Santa Cruz do Sul Rio Pardo Passo do Sobrado Passa Sete Pantano Grande Mato Leitão Lagoa Bonita do Sul Ibarama Herveiras General Câmara Estrela Velha Encruzilhada do Sul Candelária Boqueirão do Leão Arroio do Tigre 0,000 2008 2005 2001 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 Com relação ao IDESE Saneamento, é possível perceber maior disparidade entre os índices nos diversos municípios, em comparação com o que é observado nos indicadores anteriormente apresentados. Tem-se, aqui, Estrela Velha, Lagoa Bonita do Sul, Mato Leitão e Vale Verde com os piores índices em 2008 (todos menores que 0,075) e, concomitantemente, Pantano Grande, Santa Cruz do Sul, Sobradinho e Vera Cruz com os maiores índices (variando entre 0,488 e 0,541), ou seja, significativamente maiores se comparados aos menores índices. Assim, observa-se que os índices extremamente menores acabam por diminuir consideravelmente a média do COREDE-VRP neste indicador (0,267), ainda muito inferior à média do Rio Grande do Sul (0,570). Evolução IDESE Saúde 2001 a 2008 Rio Grande do Sul COREDE VRP Vera Cruz Venâncio Aires Vale Verde Vale do Sol Tunas Sobradinho Sinimbu Segredo Santa Cruz do Sul Rio Pardo Passo do Sobrado Passa Sete Pantano Grande Mato Leitão Lagoa Bonita do Sul Ibarama Herveiras General Câmara Estrela Velha Encruzilhada do Sul Candelária Boqueirão do Leão Arroio do Tigre 0,750 2008 2005 2001 0,800 0,850 0,900 0,950 Finalmente, com relação ao IDESE Saúde, os índices dos municípios do COREDEVRP (dados de 2008) encontram-se todos bastante próximos entre si (variando entre 0,807 e 0,883). Os maiores índices podem ser localizados em Vera Cruz, Mato Leitão e Herveiras, e os menores, em Sobradinho e Encruzilhada do Sul. Cabe destacar que, neste índice, a média do COREDE-VRP (0,845) está bastante próxima da média do Rio Grande do Sul (0,846), de forma muito diferente de todos os demais índices anteriores, salvo o IDESE Educação, que também apresenta uma significativa proximidade entre as médias (0,822 e 0,853, respectivamente). Neste sentido, acerca dos IDESEs, convém destacar o seguinte, dentre outros aspectos: - O município de Herveiras destaca-se por apresentar índices baixos nos vários indicadores, sendo isto exceção apenas quanto ao IDESE Saúde; - Santa Cruz do Sul encontra-se entre os municípios com índices mais altos em todos os indicadores. REFERÊNCIAS DADOS do Banco de Dados do Observatório do Desenvolvimento Regional. FEE. Fundação de Economia e Estatística. Idese – Metodologia e Índice de Desenvolvimento Socioeconômico - Idese, 2000. Disponíveis em: http://www.fee.tche.br/ . Acesso em: 10 abr. 2012. PNUD. Desenvolvimento Humano e IDH. Disponível em: http://www.pnud.org.br/idh/ . Acesso em: 10 abr. 2012.