Nordeste é a região do País com maior número de casos Neste domingo, 29 de janeiro, é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase (a data é comemorada em todo último domingo do mês de janeiro) No Brasil há aproximadamente 23 mil casos de hanseníase em tratamento. Destes, mais de 8 mil estão na região Nordeste, conforme dados divulgados pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde no último dia 26 de janeiro, ou seja, metade do número de casos registrados ano de 2010. De acordo com o diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), Cleo Borges, ainda existem pontos que dificultam o tratamento, especialmente no setor público, como acessibilidade, falta de capacitação dos profissionais, a falsa ideia de que a doença "acabou" em algumas partes do País. Com isso, o especialista explica que a hanseníase acaba se tornando uma doença negligenciada pelos gestores municipais, com pouco investimento e falta de atenção devida. “Este cenário contribui para uma baixa adesão ao tratamento, por parte do próprio paciente, que enfrenta ainda o preconceito da doença, referenciada como „coisa ruim‟, „morte‟, epidemia, exclusão, pobreza”, explica. No enfrentamento da hanseníase, o médico de família e comunidade (MFC) atua como agente promotor de qualidade de vida ao paciente e na detecção precoce da hanseníase. “O MFC é capaz de fazer um diagnóstico precoce de qualquer alteração dermatológica e, nos casos confirmados de hanseníase, pode usar uma ferramenta de grande importância: o exame dos contactantes”. Borges ressalta a necessidade promover ações diárias e vigilância contínua por meio de um programa de trabalho anual que contemple o diagnóstico de novos casos e o término do tratamento dos já existentes. Sobre a hanseníase *Doença transmissível por meio das gotas eliminadas no ar pela tosse, fala e espirro e também do contato direto com as lesões da pele de uma pessoa com hanseníase que não está em tratamento. A hanseníase é causada por uma bactéria (Mycobacterium leprae), e afeta principalmente a pele e os nervos, o que causa limitações de mobilidade em seus portadores. A hanseniase em si não mata, mas as complicações advindas da doença sim, estas podem ser letais. *A hanseníase é o mesmo que lepra. *A hanseniase tem cura, o tratamento é feito exclusivamente pelo SUS, nas Unidades Básicas de Saúde ou em centros de referência, por cerca de 6 a 12 meses, dependendo da classificação da doença *Outros fatores que envolvem a transmissão da doença são: cidades com baixo índice de desenvolvimento humano, altos níveis de pobreza/miséria, ausência de vigilância sanitária, locais insalubres para se viver *Sem tratamento, é uma doença contagiosa. Sua transmissão se dá pelo ar, por meio das vias aéreas superiores. “Não existe a necessidade do isolamento, mas sim de tratamento e de exame dos contactantes, uma vez ao ano, durante cinco anos”, relata Cleo Borges. Segundo o médico de família, quando em tratamento, a transmissão cessa logo nas primeiras semanas. Médico de família e a Hanseníase O papel do médico de família e comunidade é o de tratar não só a doença, mas o paciente que tem a doença, entender o contexto onde ele vive, respeitar seus dogmas, crenças e culturas populares. Adequar realidades, amenizar agravos com exames de contato e fazer a busca dos contactantes. Lembrar que a prevalência de hanseníase no Brasil é determinante de qualquer suspeita de uma lesão dermatológica com alteração de sensibilidade. Enxergar além dos problemas locais, gestão e falta de investimento em ações básicas de saúde. Provendo o individuo atendido de uma atenção diferenciada, única e de qualidade, de uma doença incapacitante, cruel e que por si só, deixa um fardo muito pesado para o individuo que a possui. Informações a imprensa RS Press (11) 3868-2505 / (11) 3672-4197