EMPREGABILIDADE COMO A NOVA REALIDADE DO MERCADO DE
TRABALHO
FABIO AUGUSTO BORIN
Discente do Curso de Administração das Faculdades Integradas de Três
Lagoas – AEMS
FLAVIO PARO
Discente do Curso de Administração das Faculdades Integradas de Três
Lagoas – AEMS
ROMUALDO HORTOLAN
Discente do Curso de Administração das Faculdades Integradas de Três
Lagoas – AEMS
TATIANE BARBOSA FAGUNDES
Discente do Curso de Administração das Faculdades Integradas de Três
Lagoas – AEMS
ÂNGELA DE SOUZA BRASIL
Docente Esp. do Curso de Administração das Faculdades Integradas de Três
Lagoas – AEMS
ANTONIO DONIZETE LEMES
Docente Esp. do Curso de Administração das Faculdades Integradas de Três
Lagoas – AEMS
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo abordar as transformações e as novas
exigências que o mercado de trabalho. Atualmente o conhecimento adquirido ao
término do ensino médio, cursos técnicos e universitários não são o bastante para
garantir a colocação de um profissional em determinada empresa e muito menos sua
permanência durante anos. A atualização do conhecimento vem sendo exigida cada
vez mais, uma vez que a tecnologia avança de maneira muito rápida exigindo dos
profissionais habilidades para dominar esses avanços. A globalização do mercado
gerou uma necessidade constante nas empresas em projetar e moldar seu futuro,
em função de sistemas de qualidade e produtividade competitivas, reestruturando-se
em virtude desta tendência, valorizando assim, o capital humano intelectual e
provocando uma revolução no cenário empregatício. A exigência por perfis que
atendam a características como a dedicação às atividades, o desenvolvimento de
competências profissionais e a capacidade de inovação, acarreta a junção de
diferenciais que agregam valor à sua sustentabilidade no mercado. O profissional
moderno deve ter o poder de percepção das oportunidades existentes à sua volta,
posicionando-se um passo a frente dos possíveis concorrentes, enxergando nas
entrelinhas do mercado uma maneira de manter-se reconhecido e com remuneração
constante.
Palavras-chave: Conhecimento;
Profissionais; Globalização.
Capital
Humano
Intelectual;
Competências
INTRODUÇÃO
Devido as constantes mudanças ocorridas no mundo, como os avanços
tecnológicos e a globalização, observa-se a necessidade das pessoas se
reestruturarem diariamente para se adaptarem a nova realidade.
O
emprego
já
representou
segurança
profissional
para
muitos
trabalhadores em tempos anteriores, em que ás pessoas ingressavam em uma
determinada empresa e saía da mesma aposentada, como observa Minarelli (1995,
p. 17).
Eles não viam necessidade de qualificação diferente da função que eles
atuavam, pois, o seu tempo de permanência na empresa era longo e não
imaginavam que pudessem ser demitidos. Os profissionais confiavam o seu futuro
nas mãos do empregador e cabia a ele o treinamento e desenvolvimento da sua
mão de obra. Isso tornava os profissionais acomodados, visto que não buscavam
outros meios para se desenvolverem profissionalmente, pois, não se preocupavam
com uma possível demissão.
Com o advento da inovação tecnológica, em que as máquinas passaram
a ocupar o espaço de inúmeros trabalhadores, observa-se que o emprego tomou
nova dimensão, exigindo uma reestruturação organizacional para as empresas. As
máquinas por seu alto potencial de produção começaram a competir diretamente
com os trabalhadores. E aqueles que não se posicionaram diante de todo esse
desenvolvimento, se viram perdidos, pois, os mesmos até então não haviam
observado as novas tendências do mercado e foram pegos de surpresa.
As suas funções antes braçais e até mesmo repetitivas, quase foram
extintas, dando espaço a um novo conceito: o de planejar, desenvolver, controlar e
elaborar ações para tornar os processos industriais cada vez mais eficazes.
Percebe-se que os profissionais não devem se qualificar visando trabalhar
em apenas uma única organização, sua carreira profissional deve ser fundamentada
em bagagens de conhecimentos e experiências que possam ser aplicados em outras
empresas tornando-o competitivo no mercado.
Segundo Minarelli (1995, p. 22), “uma carreira profissional é de
responsabilidade de quem a desenvolve, isto é, do seu proprietário, e não do
tomador de serviços ou do empregador”.
Sendo assim, cada indivíduo deve procurar se qualificar independente da
atividade que esteja realizando. Não pode esperar somente do seu empregador
algum treinamento para o seu desenvolvimento profissional, mesmo porque, se o
empregador lhe oferecer alguma qualificação, esta só irá abranger a área de seu
interesse, ou seja, algo que esteja relacionado às atividades desenvolvidas por este
profissional dentro desta empresa. O profissional deve visar mercado, como um todo
ele deve se qualificar com o intuito de ser absorvido em outras empresas..
Este trabalho tem como objetivos específicos conceituar através de
pesquisa bibliográfica os meios para se ter empregabilidade; verificar através de
pesquisa de campo a percepção dos acadêmicos em relação ao desenvolvimento de
conhecimentos e habilidades para se ter a empregabilidade; analisar se os mesmos
buscam acompanhar as tendências do mercado no mundo do trabalho e procuram
se desenvolverem profissionalmente para se tornar empregável.
1. EMPREGABILIDADE
Empregabilidade tem como definição às novas realidades. Novos
empregos surgiram, exigindo qualificações dos trabalhadores diferentes das que
existiam até então. A grande demanda por profissionais com conhecimentos mais
específicos elevou o número de desemprego, uma vez que os profissionais
disponíveis no mercado, não atendiam as necessidades reais dos novos empregos.
Segundo Pedro Carlos de Carvalho (2006), durante o século XX as
empresas sofreram mudanças constantes, resultantes de influencias externas que
afetaram e ainda interferem em seu planejamento, métodos, processos e
estratégias, fazendo com que elas determinem novas exigências e requisitos para
contratação de profissionais capacitados e devidamente preparados que contribua
decisivamente para as suas respectivas operações.
Ele ainda ressalta que elas estão se reestruturando rapidamente e
sempre com o mesmo objetivo de se tornarem mais empreendedoras, competitivas e
em condições de buscar a adoção de novas tecnologias, para se aproximar cada
vez mais dos seus clientes e esperam que as decisões necessárias para esse
sucesso, sejam tomadas por profissionais que tenham acesso à informação e que
apresentem muito mais agilidade em seus movimentos e em seus desempenhos.
Portanto, as empresas estão sempre à procura de profissionais que se
diferenciam por suas qualidades humanas e pela agilidade de ampliar seus recursos
e capacidades potencias sempre.
Os profissionais precisam olhar sua carreira com olhos mais críticos,
tomando essa responsabilidade para si, pois, afinal ele é o “proprietário” deste
conhecimento e não as organizações. Logo, segurança profissional, hoje, significa
conseguir trabalho e remuneração, independente de vínculo empregatício.
(MINARELI, 1995).
Minarelli (2005) reafirma que os profissionais devem encarar o mercado
de trabalho não como oportunidades de empregos a serem ocupados, mas como
favorecimento a quem detecta problemas e disponibiliza-se a resolução dos
mesmos, agregando assim, valor verdadeiro às necessidades das organizações. Em
consequência obterá trabalho, dinheiro e reconhecimento profissional.
Hoje, a inovação tornou-se referência para que as organizações consigam
ser competitivas, desencadeando uma série de mudanças no âmbito empresarial e
profissional. As empresas dispõem de alta tecnologia e exigem que os seus produtos
sejam de ótima qualidade com baixo custo de produção.
Em virtude destas transformações o mercado de trabalho contemporâneo,
gera uma demanda por trabalhadores que apresentem uma melhor qualificação,
construindo assim, uma nova classe de profissionais liberais; causando um
desequilíbrio entre a oferta e a procura de emprego, obrigando de forma lenta, mas,
consciente os empregados efetivos, a se preocuparem com a obtenção de novos
conhecimentos e detenção de novas atribuições e responsabilidades e em
contrapartida outros profissionais, procurando uma oportunidade para demonstrar
suas habilidades e desenvolver novas formas e diferenciais para se manterem
empregados.
Com essa evolução, os profissionais que contemplam cargos ou querem
mantê-los, devem desenvolver características e cabedais de conhecimentos, que
condizem com a atual situação do mercado, onde o mesmo procura constantemente
perfis moldados pela auto competência.
Tantas mudanças transformam definitivamente o conceito de segurança,
hoje. Este conceito está ligado á atratividade do prestador do serviço. Para Minarelli
(1995, p. 41), “o melhor negócio é parar de pensar como empregado e começar a
pensar como alguém que presta serviços e pode ser solicitado para cumprir
determinada tarefa”.
As empresas querem profissionais com habilidades técnicas, mas com
diferenciais que saibam inovar e criar alternativas que contribuam para o progresso
das organizações, atuando na solução de seus problemas, tendo não apenas a
capacidade de relacionar-se com pessoas, mas também a aptidão de modificar para
melhor o ambiente ao qual está inserido.
Malschitzky (2004) enfatiza que novo mercado de trabalho prolifera-se a
solicitação
de
trabalhos
temporários,
prestadores
de
serviços
autônomos,
trabalhadores por dia e por hora, liberando os profissionais para conciliarem diversos
tipos de trabalhos e interesses profissionais.
Em meio a estas transformações oriundas da abertura do mercado
mundial, cria-se uma propensão nas organizações por terceirização e consultorias,
facilitando assim, a atuação dos profissionais liberais que, por conveniência, prestam
serviços para diversos clientes, gerenciando dessa maneira o seu empreendimento
intelectual e a sua rede de relacionamentos, que lhe propicia sempre vantagens
competitivas em uma alta concorrência.
Diante do apresentado, um profissional deve apresentar um conjunto de
habilidades e potencialidades para se manter em evidência no mercado de trabalho.
Muitas destas habilidades podem ser aprendidas e outras desenvolvidas. Ele deve
apresentar, dentre outras, a disponibilidade para se adequar aos novos tempos. As
portas para o mercado de trabalho somente se fecharão para os indivíduos que
“virarem as costas” para os novos caminhos que se abrem.
Portanto, a ocupação de um trabalhador no meio empregatício se dá na
administração de sua própria carreira, empreendendo as suas habilidades e
competências, transformando-as em um produto que gere pré-disposição nas
organizações em obtê-las, associando esse conjunto de referências a um diferencial
competitivo em relação ao mercado saturado pela concorrência.
2. A NOVA REALIDADE DO MERCADO DE TRABALHO
Com a globalização, muitos setores da economia sofreram fortes
pressões para se adaptarem às novas realidades. Novos empregos surgiram,
exigindo qualificações dos trabalhadores diferentes das que existiam até então. A
grande demanda por profissionais com conhecimentos mais específicos elevou o
número de desemprego, uma vez que os profissionais disponíveis no mercado, não
atendiam as necessidades reais dos novos empregos.
O tema empregabilidade, expõe várias visões de diferentes autores, onde
abordam requisitos que precisam ser desenvolvidos pelos profissionais, para se
manterem empregáveis no mercado de trabalho.
O mercado de trabalho cada vez mais se trava em concorrência e diante
disso, para conseguir se sobressair em meio a essa concorrência é preciso que o
profissional desenvolva conhecimentos e habilidades diferenciadas, para tornar-se
competitivo no mercado.
A empregabilidade equivale, nos Estados Unidos, a employability ou
condição de dar emprego ao que se sabe habilidade de ter emprego (MINARELLI,
1995). O termo tem ampliado sua abrangência, atingindo, de forma geral,
profissionais de todos os níveis, no sentido de que cada um é responsável pelo seu
auto desenvolvimento.
Um dos primeiros autores a abordar o tema foi (Minarelli 1995, p11) que
entende a empregabilidade como sendo:
A condição de ser empregáveis, isto é, de dar e conseguir emprego para os
seus conhecimentos, habilidades e atitudes intencionalmente desenvolvidas
por meio de educação e treinamentos sintonizados com as necessidades do
mercado de trabalho.
Ele enfatiza aspectos como a segurança profissional que não advém
exclusivamente da capacitação técnica, mas do conjunto de fatores profissionais,
humanos e sociais sendo preciso, investir na autogestão da carreira e construção de
bases próprias, em seis pilares: adequação vocacional, competência profissional,
idoneidade, saúde física e mental, reserva financeira, fontes alternativas e
relacionamentos.
Carvalho define empregabilidade como:
Um conceito no qual se estabelece para os profissionais, empregados ou
não, a obrigatória preocupação no sentido maior de se manterem
permanentemente atualizados e empregáveis, diante das exigências de
formação, em face das habilidades, especializações e talentos que o
mercado de trabalho requer (CARVALHO, 2006, p.57).
O mesmo relata que muitos desempregados podem ter dificuldade para
encontrar um emprego devido à falta de treinamento, formação, educação e o
desejo de ter melhores empregos e que, nos negócios e na indústria, trabalhadores
são contratados para dar retornos superiores, ao valor que recebem por seus
serviços porque se não for assim, a empresa poderá falir.
O autor propõe alternativas necessárias exigidas, pelo mercado de
trabalho, para o posicionamento dos profissionais em face de critérios, posturas,
atitudes e comportamentos que devem ser analisadas com o objetivo fundamental
de servirem como base para uma reflexão pessoal.
Estas alternativas contribuíram para a formação e para a socialização
profissional, que são adquiridas através de relacionamentos com os seus
semelhantes; com colaboradores e com a hierarquia; com veteranos e novatos; com
o processo técnico e com o processo administrativo; com produtos e com serviços
prestados pela empresa; com as regras sociais e valores; com a identidade da
empresa, com a sua história, seu presente e seu futuro; com clientes, fornecedores e
com a situação financeira da empresa; com a conjuntura social e cultural e com a
cidade.
A sua formação e socialização, advém destes relacionamentos mantidos
com diversos tipos de pessoas que estejam a sua volta. É através deste convívio
que o profissional amplia a sua bagagem de conhecimentos e experiências e
transmite a suas potencialidades para o mercado.
Segundo Braga (2001), a Rhodia, empresa pioneira na abordagem do
tema, define a empregabilidade como a “condição daquele que, apesar das
mudanças no mundo do trabalho, não deixa de estar apto para nele permanecer”
(apud CASALI, 1997, p. 263). Ela enfatiza que, para manter-se empregável o
profissional precisa buscar se desenvolver com o intuito de acumular conhecimentos
que lhe servirão de bagagens, e estes são alcançados por meio de educação,
formação e treinamento.
O treinamento é a preparação do profissional para exercer corretamente
uma função ou tarefa dentro da organização, caracterizando-se assim como uma
função prioritária da empresa. E completa: “sem educação, formação e treinamento,
pode haver emprego, mas os profissionais não terão empregabilidade” (Apud
CASALI, 1997, p.12).
Para (Sarsur 1999, p 38), a empregabilidade é entendida como:
Uma ação individual, que pode ser estimulada ou não pelas organizações,
que faz com que os funcionários de todos os níveis busquem estar melhor
preparados para enfrentar o mercado de trabalho e suas mutações,
pressupondo uma postura pro ativa, no sentido de capacitar-se e qualificarse permanentemente, em termos de habilidades e capacidades técnicas,
humanas, conceituais e de relações sócias.
Com essa visão os profissionais terão mais chances de permanecerem no
mercado de trabalho cada vez mais competitivo e em constante mudança, seja
através de vínculos formais, assalariados ou atuando em diferentes organizações
mantendo uma demanda frequente e, com isso, remuneração permanente, pois
dispõem de conhecimentos, habilidades e experiências que os tornarão competitivos
e aptos a atuar no mercado (SARSUR, 1999).
A autora em um artigo científico discute o tema empregabilidade, expondo
que o tema é relativamente novo no Brasil, mas bastante apropriado, em virtude da
adversidade de mudanças que cerca o mundo do trabalho e que a adequação às
contingências do mercado tem sido uma premissa cada vez maior para os
profissionais atuantes em todos os níveis da organização.
Neste artigo ela relata que a empregabilidade designa
Conjunto de conhecimentos, habilidades, comportamentos e relações que
tornam o profissional necessário não apenas para uma, mas para toda e
qualquer organização. [...] Agora, mais importante que apenas obter um
emprego, é tornar-se empregável, manter se competitivo em um mercado
em constante mutação. Preparar-se, inclusive, para várias carreiras e
diferentes trabalhos – às vezes simultâneos (apud SARSUR MEHEDFF,
1997, p.40).
A era da empregabilidade desponta frente às mudanças ocorridas no
contexto econômico, social e político, obrigando os profissionais a se preocuparem
com uma adoção de postura que atendam as oportunidades que surgem no
mercado (SARSUR 2002).
Para Bueno (1996), o conceito de empregabilidade veio substituir o
antigo pacto entre patrões e empregados, no qual o trabalhador dava bons serviços,
lealdade e honestidade e recebia em troca a perspectiva de estabilidade. Isso
representa a perda do caráter vitalício dos empregos, passando o trabalhador a ser
mais responsável pela sua carreira, que será desenvolvida não mais em uma única
organização e sim em várias organizações, conforme oportunidades surgidas em
função das competências desenvolvidas por ele.
Há pouco tempo o trabalhador que trocava de emprego era mal visto hoje
a situação inverte-se e aquele que permanece muito tempo na mesma organização,
pode ser considerado acomodado ou incapaz de enfrentar novos desafios. Os
conceitos de empregabilidade levam o indivíduo a entender que é de sua
responsabilidade o auto desenvolvimento de sua carreira profissional e é
fundamental a preocupação pelo desenvolvimento de uma nova estratégia de
mudança em relação à postura pessoal e profissional.
O profissional da época contemporânea deve ser um empreendedor de
sua empregabilidade, deve gerir seus conhecimentos de tal forma que possa ser
produtivo em qualquer modalidade de trabalho, ora como empregado, outra como
empregador.
Malschitzky (2003, ANEXO II) “o conhecimento deve ser atualizado
sistematicamente, haja vista que a evolução das tecnologias se deu muito rápido e,
em consequência disso, os processos produtivos tiveram que se adaptar às
mudanças”.
Segundo a autora os profissionais além de conhecimento atualizado e
diversificado, precisam desenvolver habilidades de comportamento que atendam às
exigências de relacionamento nas organizações.
Malschitzky define empregabilidade como sendo:
A busca constante do desenvolvimento de habilidades e competências
agregadas pela via do conhecimento específico e pela multifuncionalidade
que tornam o profissional apto para obtenção do trabalho dentro ou fora da
empresa (MALSCHITZKY, 2003, ANEXO II).
Para ela “um dos ativos mais importantes da empresa moderna são as
pessoas e seus conhecimentos”. Portanto, o desenvolvimento dos profissionais está
baseado principalmente na obtenção de conhecimentos, sua capacidade e
desempenho estão intimamente ligados ao seu grau de conhecimento.
Em artigo publicado Malschitzky (2004, p.46) descreve as necessidades
que os profissionais devem adquirir para melhorar sua empregabilidade:
Para aumentar a empregabilidade, os profissionais precisam estar aptos do
ponto de vista técnico, gerencial e intelectual, humano e social para
solucionar com rapidez problemas cada vez mais sofisticados e específicos.
Torna-se vital, portanto, a obtenção de novos conhecimentos, múltiplas
habilidades e boa reputação para que o profissional possa oferecer e
vender seus serviços e empresariar seus talentos. Os conceitos de
empregabilidade à luz de vários autores, leva a entender que o indivíduo é
responsável pelo seu auto desenvolvimento e, é fundamental a
preocupação pelo desenvolvimento de uma nova estratégia de mudança de
postura pessoal e profissional.
Braga (2001) comenta que a Secretaria de Formação e Desenvolvimento
Profissional – SEFOR – do Ministério do Trabalho, vem adotando sistematicamente
o termo empregabilidade como “um conjunto de conhecimentos, habilidades,
comportamentos e relações que tornam o profissional adequado não apenas para
uma, mas para toda e qualquer organização”. Ela complementa que Segundo a
SEFOR os componentes da empregabilidade podem ser sintetizados em três:
competência profissional, disposição para aprender e capacidade de empreender. A
competência profissional é uma questão de aprendizado formal e de experiências
acumuladas no decorrer da vida, sendo permanentemente construída, aprimorada,
renovada e, por isso, a importância da disposição para aprender (apud SEFOR,
1999).
Mas é preciso também empreender. Não apenas no sentido de "montar
um negócio próprio", mas, acima de tudo, em localizar-se e empreender-se a si
próprio, na economia e na sociedade em permanente transformação. O cidadão
produtivo é aquele capaz de aprender e gerir uma realidade que tem como regra a
transitoriedade permanente. (SEFOR, 1999).
Braga (2001) após vários estudos de outros autores que conceitua a
empregabilidade formula o seu próprio conceito ao qual ela considera como sendo a
definição de uma abordagem única.
Assim, ela define:
Empregabilidade é entendida como uma capacidade individual de manter-se
trabalhando e obtendo remuneração, ou de conseguir novo trabalho
remunerado, através de conhecimentos, habilidades e atitudes adequados
às exigências feitas pelo contexto onde está inserido o profissional (Braga,
2001 p.39).
Portanto a autora conclui que apesar da empregabilidade ser uma
responsabilidade individual, nem todos os profissionais têm capacidade de
desenvolvê-la devido a vários fatores, sendo eles, políticos, econômicos, sociais e
culturais, estes afetam a capacidade de empregabilidade. Cabe então o apoio das
empresas e do governo ações que apoiem o desenvolvimento desses profissionais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho enfocou a empregabilidade, onde se procurou
conceituar o tema e abordar os requisitos necessários que o profissional deve
buscar desenvolver para se promover a fim de se qualificar e poder ser absorvido
pelo mercado de trabalho.
O profissional deve ter olhos críticos para observar o mercado, analizando
a evolução e as tendencias do mesmo, procurando se antecipar aos fatos com o
intuito de acompanhar as mudanças que surgem, podendo assim dominar as novas
tecnologias e atender as exigencias solicitadas.
As organizações buscam selecionar de forma bastante criteriosa os
profissionais que contribuiram para o seu desenvolvimento. Estes devem possuir
qualidades
extremas,
concorrentes,
ter
podendo
diferenciais
assim
ser
competitivos
reconhecido
em
por
relação
suas
aos
seus
habilidades
e
consequentemente, desperte o interesse dos empregadores em obter os seus
serviços.
O desenvolvimento da empregabilidade é de extrema importancia pois visa
manter o profissional apto para ser absorvido pelo mercado de trabalho. Mas, para
se desenvolver o indivíduo precisa estar em constante busca por conhecimento e
experiencias que lhes servirão de bagagens para concorrer em meio as exigencias
do mercado.
A empregabilidade deve ser desenvolvida mediante critérios que envolva a
adequação a uma atividade que traga ao profissional satisfação em executá-la, que
busque meios para aperfeiçoar a sua profissão mantendo-o competente e eficaz,
que possa ter comprometimento e ser ético, que esteja bem consigo mesmo, que
busque fazer reservas para momentos inoportunos e que busque vender o seu
produto por meio de dilvugação através do público ao qual se relaciona.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAGA, Divane Florene Soares Leal. Reestruturação produtiva e
empregabilidade: dois estudos de casos com gerências intermediárias no setor
químico. (Dissertação de Mestrado) UFRGS, 2001.
BUENO, José Hamilton. Autodesenvolvimento para a empregabilidade:
sobrevivendo e prosperando numa sociedade sem empregos. São Paulo: LTr, 1996.
CARVALHO, Pedro Carlos de. Empregabilidade: A competência necessária para
o sucesso no novo milênio. 4. ed. Campinas: Editora Alínea, 2006.
MALSCHITZKY, Nancy. Empregabilidade: um modelo para a instituição de ensino
superior orientar e encaminhar a carreira profissional dos acadêmicos. (Tese de
Doutorado),UFSC, 2004.
MINARELLI, J. A. Empregabilidade: o caminho das pedras. 15 ed. São Paulo:
Editora Gente, 1995.
SARSUR, Amyra Moyzes. Empregabilidade e empreabilidade?: um estudo
conjunto a organizações e profissionais em Minas Gerais (Dissertação de Mestrado),
UFMG, 1999.
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empregabilidade como a nova realidade do mercado de trabalho