REUNIÃO DE TRABALHO SOBRE ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS: PROMOVENDO COOPERAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL Promovida pelo Governo do Brasil, por meio do Ministério do Meio Ambiente e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em colaboração com o Governo dos Estados Unidos da América, por meio do Departamento de Estado e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, e com o Programa Global para Espécies Exóticas Invasoras (GISP). DECLARAÇÃO Reunidos na cidade de Brasília, de 17 a 19 de outubro de 2001, especialistas representando Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela resolveram emitir a seguinte declaração: RECONHECEM QUE: 1. As espécies exóticas invasoras, que incluem pragas, doenças e ervas daninhas, além de causarem enormes prejuízos econômicos, principalmente à agricultura, constituem uma das principais ameaças à biodiversidade e aos ecossistemas naturais, além dos riscos à saúde humana. 2. A crescente globalização, com o incremento do transporte, do comércio e do turismo internacional, o início das mudanças climáticas causadas pelo efeito estufa e mudanças no uso da terra, tendem a ampliar as oportunidades de introdução e expansão de espécies exóticas invasoras na região. 3. A América do Sul abriga metade das florestas tropicais e mais de um terço de toda a biodiversidade do mundo, imenso e valioso patrimônio natural em grande parte compartilhado por 13 países, muitos deles megadiversos; biodiversidade que é a base da sustentabilidade dos serviços ambientais, dos recursos florestais e pesqueiros, da agricultura e da nova indústria da biotecnologia. Cerca de 50% do Produto Interno do Brasil, por exemplo, vem do uso direto da biodiversidade e seus recursos genéticos. 4. Os prejuízos causados por espécies exóticas invasoras à produção agrícola na América do Sul excedem a muitos bilhões de dólares ao ano. A título de exemplo, na Argentina a mosca das frutas custa US$ 10 milhões de dólares ao ano com programas de controle, mais 15-20% da produção em perdas anuais diretas, equivalentes a US$ 90 milhões de dólares por ano, e impactos econômicos e sociais indiretos incalculáveis com a redução da produção e perda de mercados de exportação. 5. Como integrantes de um mesmo continente, separados apenas por fronteiras políticas, os países sul-americanos compartilham o mesmo destino no caso de introdução de espécies exóticas invasoras – é essencial, portanto, a promoção de maior cooperação entre os países na região na prevenção e controle de um inimigo comum. CONCLUSÕES: 1. Apesar dos avanços recentes na prevenção e controle de espécies exóticas invasoras que ameaçam a agricultura, constata-se a necessidade de maior atenção para a prevenção e controle dos impactos de espécies exóticas invasoras sobre os ecossistema naturais e sobre a rica biodiversidade da região. 2. Se reconhece a importância de implementar plenamente na região a Decisão V/8 da 5a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica que estabeleceu diretrizes para a prevenção e controle de espécies exóticas invasoras que ameaçam ecossistemas, habitats ou espécies. 3. Há necessidade de se promover maior intercâmbio de informação, começando pela elaboração de diagnósticos nacionais sobre o problema, pesquisa, capacitação técnica, fortalecimento institucional, conscientização pública, coordenação de ações e harmonização de legislações. 4. Sem prejuízo de outros temas identificados nos diagnósticos nacionais, merece atenção urgente o problema de introdução de espécies exóticas invasoras nas diferentes bacias hidrográficas da região e ecossistemas transfronteiriços. 5. Também existe a necessidade de se promover maior coordenação e cooperação entre os setores agrícolas, florestais, pesqueiros e ambientais nacionais no tratamento dessa questão, incluindo a criação de comissões nacionais sobre espécies exóticas invasoras, e envolver outros setores relacionados ao tema como saúde, turismo, transporte e comércio, bem como o setor privado. 6. É essencial, portanto, a promoção de maior cooperação entre os países na região na prevenção e controle de um inimigo comum, incluindo a elaboração de uma estratégia regional sul-americana para espécies exóticas invasoras, bem como cooperar com os demais países das Américas e com o esforço global para solucionar um problema comum liderado pela FAO, CDB e GISP. 7. Constata-se, entretanto, que existe falta de conscientização pública da importância desse tema, o que facilita a introdução acidental de espécies exóticas invasoras. 8. A efetiva prevenção e controle de espécies exóticas invasoras na América do Sul necessitará de apoio financeiro e técnico adequado. REUNIÓN DE TRABAJO SOBRE ESPECIES EXÓTICAS INVASORAS: PROMOVIENDO LA COOPERACIÓN EN AMÉRICA DEL SUR Promovida por el Gobierno de Brasil, por medio del Ministerio del Medio Ambiente y de la Empresa Brasileña de Investigación Agropecuaria (EMBRAPA) del Ministerio de la Agricultura, Pecuaria y Abastecimiento, en colaboración con el Gobierno de los Estados Unidos, por medio del Departamento del Estado y de la Embajada de los Estados Unidos en Brasil, y con el Programa Global para Especies Exóticas Invasoras (GISP). DECLARACIÓN Reunidos en la ciudad de Brasilia, del 17 al 19 de octubre del año 2001, expertos representantes de Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Colombia, Ecuador, Guyana Francesa, Paraguay, Perú, Surinam, Uruguay y Venezuela resolvieron emitir la siguiente declaración: RECONOCEN QUE: 1. Las especies exóticas invasoras, que incluyen plagas, enfermedades y malezas, además de causar enormes perjuicios económicos, principalmente a la agricultura, constituyen una de las principales amenazas a la biodiversidad y a los ecosistemas naturales, además de los riesgos a la salud humana. 2. La creciente globalización, con el incremento del transporte, del comercio y del turismo internacional, el inicio de los cambios climáticos causados por el efecto invernadero y cambios de uso de la tierra, tienden a ampliar las oportunidades de introducción y expansión de especies exóticas invasoras en la región. 3. América del Sur alberga mitad de los bosques tropicales y más de un tercio de toda la biodiversidad del mundo, inmenso y valioso patrimonio natural en gran parte compartido por los 13 países, mucho de ellos megadiversos; biodiversidad que es la base de la sostenibilidad de los servicios ambientales, de los recursos forestales y pesqueros, de la agricultura y de la nueva industria biotecnológica. Por ejemplo, cerca de 50% del Producto Bruto Interno de Brasil proviene del uso directo de la biodiversidad y sus recursos genéticos. 4. Los daños causados por las especies exóticas invasoras a la producción agrícola en América del Sur exceden a muchos mil millones de dólares al ano. A titulo de ejemplo, en Argentina la mosca de los frutos costa US$ 10 millones de dólares al año en programas de control, mas 15-20% de la producción en perdidas anuales directas, equivalente a US$ 90 millones de dólares por año, y impactos económicos y sociales indirectos incalculables con la reducción de producción y perdida de mercados de exportación. 5. Como integrantes de un mismo continente, separados apenas por fronteras políticas, los países sudamericanos comparten un mismo destino en el caso de la introducción de especies exóticas invasoras, por lo tanto es esencial la promoción de una mayor cooperación entre los países de la región, en la prevención y control de un enemigo común. CONCLUSIONES: 1. A pesar de los avances recientes en la prevención y control de especies exóticas invasoras que amenazan la agricultura, se constata la necesidad de una mayor atención para la prevención y control de los impactos de estas especies invasoras sobre ecosistemas naturales, así como sobre la rica biodiversidad de la región. 2. Se reconoce la importancia de implementar plenamente en la región la Decisión V/8 de la 5a Conferencia de las Partes del Convenio sobre Diversidad Biológica que estableció directrices para la prevención y control de las especies exóticas invasoras que amenazan los ecosistemas, hábitats o especies. 3. Hay necesidad de promover un mayor intercambio de información, comenzando por la elaboración de diagnósticos nacionales sobre el problema, investigación, capacitación técnica, fortalecimiento institucional, concientización pública, coordinación de las acciones y harmonización de las legislaciones. 4. Sin perjuicio de otros temas identificados en los diagnósticos nacionales, merece una atención urgente el problema de introducción de especies exóticas invasoras en las diferentes cuencas hidrográficas de la región y ecosistemas transfronterizos. 5. Asimismo existe la necesidad de promover una mayor coordinación y cooperación entre los sectores agrícolas, forestales, pesqueros y ambientales nacionales en el tratamiento del tema, incluyendo la creación de comisiones nacionales sobre especies exóticas invasoras, e involucrar otros sectores relacionados al tema como salud, turismo, transporte y comercio, así como el sector privado. 6. Es esencial la promoción de una mayor cooperación entre los países de la región, en la prevención y control de un enemigo común, incluyendo la elaboración de una estrategia regional sudamericana para especies exóticas invasoras, así como cooperar con los demás países de las Américas y con el esfuerzo global para solucionar un problema común liderado por la FAO, CDB y GISP. 7. Se reconoce la falta de conciencia pública sobre la importancia de este tema, lo que facilita la introducción accidental de especies exóticas invasoras. 8. La efectiva prevención y control de especies exóticas invasoras en América del Sur necesita de apoyo financiero y técnico adecuado. PREVENTION AND MANAGEMENT OF INVASIVE ALIEN SPECIES WORKSHOP: FORGING COOPERATION IN SOUTH AMERICA Promoted by the Government of Brazil, through the Ministry of Environment and the Brazilian Corporation for Agricultural Research (EMBRAPA) of the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply, in collaboration with the Government of the United States of America, through the State Department and the US Embassy in Brazil, and with the Global Invasive Species Programme (GISP). A CALL FOR ACTION Meeting in the city of Brasilia, from October 17 to 19 of 2001, experts representing Argentina, Bolivia, Brazil, Chile, Colombia, Ecuador, French Guyana, Paraguay, Peru, Suriname, Uruguay and Venezuela decided to issue the following declaration: RECOGNIZE THAT: 1. Invasive alien species, which include pests, diseases and weeds, besides causing enormous economic damage, mainly to agriculture, constitute one of the main threats to biodiversity and to natural ecosystems, in addition to risks to human health. 2. Increasing globalization, with increases in international transport, trade and tourism, and the initiation of climate changes due to the greenhouse effect and changes in land use, enhance the opportunities for the introduction and spread of invasive alien species in the region. 3. South America harbors half of the tropical forests and more than a third of the biodiversity of the world, an immense and valuable natural asset, in large part shared by 13 countries, many of which are megadiverse; biodiversity which is the basis for sustainability of ecosystems, of forest and fisheries resources, of agriculture and the new industry of biotechnology. About 50% of Brazil’s Gross National Product, for example, is derived from the direct use of biodiversity and its genetic resources. 4. The loss caused by invasive alien species in South America’s agricultural production exceeds several billion dollars annually. As an example, in Argentina the Mediterranean fruit fly costs US$ 10 million dollars per year in control programs, plus 15-20% of production in direct loss annually, equivalent to US$ 90 million dollars per year, and incalculable indirect economic and social impact with the reduced production and loss of export markets. 5. As they share the same continent, only separated by political boundaries, the South American countries share the same destiny in the event of introduction of invasive alien species – it is essential, therefore, to promote greater cooperation among the countries of the region to combat a common enemy. CONCLUSIONS: 1. Despite recent progress in preventing and controlling invasive alien species which threaten agriculture, the need is recognized for enhanced attention to the prevention and control of the impact of invasive alien species on natural ecosystems and on the rich biodiversity of the region. 2. The importance of full implementation in the region of Decision V/8 of the 5th Conference of the Parties to the Convention on Biological Diversity is recognized, which established guiding principles for the prevention and control of invasive alien species that threaten ecosystems, habitats or species. 3. There is a need to promote greater exchange of information, starting with the elaboration of national assessments on this problem, research, capacity building, institutional strengthening, public awareness, coordination of actions and harmonization of legislation. 4. Without prejudice to other themes identified in national assessments, the introduction of invasive alien species in the different hydrographic basins of the region and transboundary ecosystems deserves urgent attention. 5. Better coordination and cooperation is needed between the national agricultural, forestry, fishery and environmental sectors in the treatment of this issue, including the establishment of national committees on invasive alien species, and involving other sectors related to the issue such as health, tourism, transport and commerce, as well as the private sector. 6. It is essential, therefore, to promote greater cooperation among the countries of the region to combat a common enemy, as well as cooperate with the other countries of the Americas and with the global effort to solve a common problem led by FAO, CBD and GISP. 7. It is recognized, however, the lack of public awareness about the importance of this issue, which facilitates the accidental introduction of invasive alien species. 8. The effective prevention and control of invasive alien species in South America will need adequate financial and technical support.