Boa tarde a todos! Ou Boa noite a todos!
CLARA
Ajudante geral, babá, pacoteiro, entregador de frutas nos finais de semana, caixa de
restaurante. Isso é o que éramos até fevereiro de 2010. Ajudávamos no trabalho de
casa, cuidávamos dos irmãos menores, de crianças, gostávamos de assistir TV, de jogar
futebol, ouvir música, dormir, BA-GUN-ÇAR. Não tínhamos muita responsabilidade!!
De repente, nossos pais, namorado, escola nos falaram sobre um tal Formare em uma
empresa chamada E-A-T-O-N (hum, será que é essa a pronúncia??) Bem, seja lá como
for e mesmo sem entender direito do que se tratava, fizemos a inscrição, afinal
conhecíamos a fama da empresa. Nós e mais 120 alunos. Fomos para a seleção: prova
de português, matemática, conhecimentos gerais, redação, entrevista domiciliar,
dinâmica em grupo – nossa, nunca tínhamos participado disso antes. É, não foi nada
fácil!
Tivemos que superar nossa timidez, nossa insegurança e encarar este desafio. Não
desgrudávamos do celular esperando que alguém ligasse e nos desse o resultado: sim
ou não. Nunca pensamos que pudéssemos ser selecionados, eram muitos os
candidatos. Ficamos numa expectativa muito grande. Nós e nossa família.
Enfim a ligação. Ufa!! PAS-SA-MOS.
A partir daí as novidades começaram a acontecer em nossas vidas; coisas que nunca
tínhamos visto ou pensado ou até mesmo imaginado, agora faziam parte de nosso dia-adia. Uma empresa grande – nunca imaginávamos que era deste tamanho...
E os jardins, o “convívio” – como podia ser um lugar deste tamanho tão limpo e dentro de
uma empresa? Quantas árvores. E o restaurante, então! Quantas pessoas almoçando
juntas todos os dias........máquinas de café – e quanto tomar café entre uma aula e
outra...
E a cada dia descobríamos e conhecíamos o que era uma multinacional por dentro.
Quantos departamentos... máquinas transformando barras de aço, processo para fazer
caixa de câmbio, linha de montagem, forjaria. Vimos como se faz uma transmissão!
E.....descobrimos que a pronúncia não era E-A-T-O-N e sim é EATON.
Nos chamou a atenção também a quantidade de educadores voluntários dispostos a
dividir conosco seus conhecimentos e experiências. Sem contar a maneira como fomos
tratados pelos gestores que nos deram palestras. Quanta atenção.
Em nossa sala de aula, 20 jovens diferentes, com diferentes histórias, sonhos. Jovens
com opiniões diferentes, vivência diferente e isso nos trouxe muitas surpresas! Tivemos
desentendimentos, desavenças, conflito de idéias. Mas tivemos também reconciliação,
perdoamos, brincamos, aprendemos. Em nossa sala houve união, amizade. Unidos
levamos broncas, puxões de orelha; aprendemos que há limites, procedimentos,
políticas. VA-LO-RES.
Sim, fomos e somos diferentes, mas aprendemos a ouvir,
mesmo sem concordar. Aprendemos a nos respeitar.
J. LUCIANO
O alto astral da Yasmim, a risada da Bruna, a maquiagem da Grace, o tombo da Jéssica
Santos!!! A brincadeira de carrinho com as cadeiras. Mesmo o silêncio da Thais e da
Rosângela marcou nossos dias em sala de aula.
Não vamos nos esquecer do que aprendemos com a palestra do Mauricio Lousada, da
revelação do amigo secreto (que confusão para chegarmos a um consenso). A
montagem da árvore de Natal, nossa confraternização, dos presentes que ganhamos
do Papai Noel!!! E também nossa participação na entrega de presentes a entidades
carentes junto com o Grupo de Voluntários da Eaton.
Não nos esqueceremos da palestra do Sr. Patrick, da palestra da Simone, da dinâmica
do educador Regis e do desafio de ter que preparar e apresentar sozinho um trabalho
de Comunicação para vencer a timidez. Do nosso passeio a São Paulo, da visita ao
Museu da Língua Portuguesa, ao Museu do Futebol – acho que nunca tínhamos entrado
em um museu antes. Nossa ida ao Hopi Hari – quanta diversão!
Mas também não vamos nos esquecer das aulas tensas do Quirino, das broncas da
Dulci, da bronca do José Roberto. Nos lembraremos sempre do Vilella, do Kalunga, do
Corali, do pessoal de Leves, Médias e Pesadas. Enfim, teremos muito de quem nos
lembrar.
Além de tudo o que vivemos e tivemos, não poderíamos deixar de mencionar a bolsa
auxilio!! Muitas coisas pudemos fazer! Com nossa primeira bolsa auxílio compramos
presentes para irmãos, para os pais, avós, namorados, namoradas e, é claro, para nós
também. Roupas, tênis, sapatos, passe escolar, fizemos festa surpresa para nossa mãe.
Compramos Coca-Cola para o pessoal da sala de aula, fizemos churrasco, comemos
pizza e lanches com os amigos.
Nossa bolsa auxilio nos ajudou a pagar contas, a pagar cursos, curso de informática. A
comprar um computador, um celular, ir para a praia, comprar guloseimas para nossa
casa!
E a Cesta de Natal!!! Nunca tínhamos ganhado uma. Nossos irmãos menores adoraram,
nossas mães ficaram orgulhosas. Abrimos com toda a família. E comemos o “peru” com
a família na confraternização de Natal.
Também tivemos o convênio médico e como resultado: alguns de nós passaram a usar
óculos e todos puderam fazer várias consultas.
DARLENE
Nossa vivência no Formare também nos ajudou, e muito, em nosso dia-a-dia na escola.
Nosso comportamento mudou, passamos a nos dedicar mais, a nos comunicar melhor e
ter mais responsabilidade. Nossas notas em matemática, português e inglês
melhoraram, até os professores perceberam nossa mudança.
E isso foi graças ao empenho e dedicação dos muitos voluntários que passaram por
nossa sala de aula. Os voluntários foram o coração deste projeto. Nos estimularam, nos
moldaram, nos ensinaram com suas experiências, com seu olhar, com seu sorriso. Nos
fizeram acreditar em nós. Foram pacientes, amigos, generosos. Algumas vezes pegaram
no nosso pé, nos ensinaram nos dando puxões de orelhas, broncas, tiveram pulso firme,
foram rígidos, mas ao mesmo tempo divertidos, nos levantaram nossa auto-estima.
Alguns viraram nossos amigos, outros... nossos “pais”, pessoas que nos incentivaram a
fazer e ver o novo de uma forma que não víamos e nem fazíamos. Todos deram o seu
melhor.
Mas para que tudo isso fosse possível, sabemos que foi preciso dedicação e tempo para
organizar, conhecer e coordenar o projeto e, principalmente, foi preciso muita
disposição para coordenar estes 20 jovens. Não deve ter sido uma tarefa muito fácil
para a Milena e para a Vivian.
Nas nossas desavenças, foi preciso que a Milena tivesse muita paciência e o-ri-en-tação. E, nada mais eficaz do que suas dinâmicas e brincadeiras. Com seu jeito
compreensivo nos corrigia e ensinava fazendo com que percebêssemos que erramos e a
partir daí nos propunha as mudanças de comportamento. Quanta sabedoria!
A Vivian com seu bom humor nos animava e nos impulsionava a seguir em frente, a
aceitarmos um caminho novo.
E a Eaton!!! Alguns de nós achavam que produzia carros, pois sempre viam muitos
carros no estacionamento; ou será que também peças para aviões? Outros pensavam
que fazia peças para empilhadeiras. Para alguns na Eaton só tinha máquinas e
operários, não havia tantos departamentos com tantas funções diferentes. Agora
sabemos o que a Eaton produz, nós vimos!!!!!
Sabemos também que a Eaton acredita em jovens, pois apóia o SENAI, os Patrulheiros
e o Formare, claro! Acredita que é possível um mundo melhor, por isso investe em nossa
comunidade, tem grupo de voluntários. Percebemos que a Eaton se preocupa com o
meio ambiente, com saúde, com educação. Entendemos que a Eaton é uma empresa
ÉTICA!
Hoje temos orgulho de dizer o nome da Eaton, contar que fizemos parte desta empresa
por um ano, que fomos a 1ª. turma de muitas que virão e temos confiança que o nome
Eaton nos abrirá muitas portas.
A
todos
voces,
Eaton,
Educadores
Voluntários,
palestrantes,
coordenadores,
colaboradores da Eaton............................a todos voces... MUITO OBRIGADA!!!!!!!
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