Estudo de caso
Certificação LEED®
da Torre B Porto Seguro
SUMÁRIO
PANORAMA GERAL ............................................................................................................................. 3
Aspectos ambientais .................................................................................................... 3
Ocupação ....................................................................................................................... 3
INVESTIMENTOS E CUSTOS ............................................................................................................ 3
USO DO TERRENO ............................................................................................................................... 4
LOCALIZAÇÃO....................................................................................................................................... 4
ÁGUA ........................................................................................................................................................... 4
ENERGIA E ATMOSFERA ................................................................................................................... 5
MATERIAIS ................................................................................................................................................. 6
AMBIENTE INTERNO ........................................................................................................................... 6
LEED® ........................................................................................................................................................... 7
NÍVEL PRETENDIDO: LEED NC (LEED FOR NEW CONSTRUCTION) ......................... 7
DIFICULDADES ...................................................................................................................................... 8
1 - Compra de materiais compatíveis ao LEED ...........................................................
2 - Alterações de projetos com obra em atividade .....................................................
3 - Método construtivo aplicado .................................................................................
4 - Programação das atividades ..................................................................................
5 - Condicionamento de materiais no final da obra ...................................................
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LIÇÕES APRENDIDAS ......................................................................................................................... 9
Estudo de caso | Certificação LEED® da Torre B Porto Seguro
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PANORAMA GERAL
A Porto Seguro S.A obteve a certificação LEED®
(Leadership in Energy and Environmental Design) para
a construção da Torre B de seu prédio, localizado na
Alameda Barão de Piracicaba, número 618/634, no Bairro
Campos Elísios, em São Paulo, Brasil.
A certificação LEED® é um tipo de certificado concedido
a edifícios sustentáveis, que é analisado e entregue
pela organização não governamental americana U.S.
Green Building Council (USGBC). O objetivo desse tipo
de documento é manter o foco na sustentabilidade das
ações, incentivando a transformação dos projetos, obras e
operações das edificações.
Houve também projetos para redução do consumo de
água e redução no consumo de energia, por meio do
aumento da eficiência energética, além da utilização de
materiais reciclados na construção do prédio e métodos
que melhoram a qualidade de vida dos funcionários,
como a melhoria da qualidade do ar que circula no
interior do edifício.
Ocupação
O prédio será ocupado única e exclusivamente por
funcionários da Porto Seguro e conta com 11 andares,
que serão ocupados do 1º ao 9º, possuindo capacidade
de acomodar 1800 pessoas. Já o 10º e 11º andares estão
aguardando o layout final, portanto, ainda não foi definida a
capacidade total de pessoas que o edifício pode comportar.
Visão Geral
• Altura do prédio: 46,42 m
• Área do prédio: 1555.98 m²
• Mês e ano de conclusão: agosto/2013
• Tempo de obra: 3 anos e 4 meses
Prédio Torre B da Barão de Piracicaba visto de longe.
Nesta foto é possível observar que o prédio está localizado
em uma região urbanizada.
Foto da entrada de pedestre do prédio. Nestas fotos é possível ver os três
grandes portões de saída, que dão acesso a rua Barão de Piracicaba.
Aspectos ambientais
A Porto Seguro conseguiu ultrapassar o mínimo de pontos
para obter a certificação LEED - NC v.3 (for New Construction,
que significa construções novas), e pretende alcançar o nível
ouro de certificação, obtendo 62 pontos.
Esse novo prédio da Porto Seguro está posicionado em
uma área onde há a possibilidade de escolha entre várias
linhas de metro, ônibus ou trem. Além da disponibilidade
de transporte público no entorno, o prédio possui um
fácil acesso de pedestres, com portões largos, além de
contar com estacionamento para carros e bicicletas.
Estudo de caso | Certificação LEED® da Torre B Porto Seguro
INVESTIMENTOS E CUSTOS
Durante o projeto, a Porto Seguro S.A. evitou desperdícios
de recursos – tanto de dinheiro como de material. A
empresa traçou o objetivo de obter a certificação LEED ®
após a elaboração do projeto, não desde o início, como é
de costume, fazendo o possível para adquiri-lo.
Para cumprir as exigências da certificação LEED, foram
gastos em torno de 2,2% do valor total da obra.
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USO DO TERRENO
LOCALIZAÇÃO
A Porto seguro S.A ocupará todo o prédio, desde o 1º
ao 9º andar, contando com o piso térreo e com os cinco
subsolos, onde serão alocados as vagas para carros. Todos
os andares, com exceção dos subsolos, contam com vista
para o exterior do prédio, devido à alta quantidade de
vidros no empreendimento.
O prédio localiza-se na Alameda Barão de Piracicaba, uma
área urbana desenvolvida, com zonas residenciais na sua
proximidade e abastecida por serviços básicos, como
bancos, restaurantes, escolas, supermercados, teatros,
farmácias, entre outros.
O edifício conta com 1.100 vagas para carros, que são
distribuídas da seguinte forma:
• 57 das 1.100 vagas (cerca de 5% das vagas) são demarcadas
como veículos de baixa emissão. Essas vagas estão localizadas
mais próximas aos elevadores, servindo de incentivo a utilização
de carros com baixa emissão e consumo;
• Cerca de 5% das 1.100 vagas é destinada aos deficientes
e também estão localizadas próximas aos elevadores;
• 1.080 das 1.100 vagas, correspondendo a 98% delas,
estão alocadas nos subsolos do prédio, diminuindo os
efeitos da formação de ilhas de calor.
Essa região possui integração com sistema de transporte
público, servido por diversas linhas de metro (como as
estações Marechal Deodoro e Santa Cecília, da linha vermelha,
e a estação da Luz, das linhas azul e amarela da CPTM), trem
(com a estação Luz da linha 11, Coral, e da linha 7, Rubi, da
CPTM) e ônibus. Por possuir localização privilegiada, o edifício
conta com uma distância menor que 800 metros de um metrô
ou trem, e com distância menor que 400 metros de pontos
de parada de ônibus. Essa facilidade de acesso ao transporte
público acaba por incentivar a população a usar este meio,
que, por sua vez, contribui para menor emissão de Gases do
Efeito Estufa (GEE).
Outros métodos que tornam o prédio mais sustentável
são as vagas para bicicletas, alocadas no 1º subsolo,
incentivando a utilização desse meio de transporte
que não emite gases do efeito estufa; e a utilização de
48,8% da área livre de construção, que corresponde a
2.101,41m2, para designação de área verde do terreno.
Vista externa do prédio. Nesta foto, é possível visualizar as entradas
para pedestres e veículos.
ÁGUA
Com relação à água, o edifício adotou estratégias
para reduzir o consumo no empreendimento, o
que acarretou uma redução de 23,96% no consumo
em relação ao que seria gasto usando métodos e
estratégias convencionais. Esse objetivo de redução
foi atingido devido à instalação de equipamentos
como os economizadores de água de torneiras de
lavatórios, mictórios, bacias sanitárias, chuveiros,
torneiras de serviço e sprays de pré-lavagem de
utensílios de cozinha.
Fotos das vagas para automóveis com baixa emissão de gases (verde à
esquerda) e para deficientes (a azul à direita). Ambas estão localizadas
próximas ao acesso aos elevadores.
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Outra estratégia é a utilização do sistema de reuso da
água, possibilitando que 93% das bacias sanitárias e
dos mictórios fossem abastecidos apenas com sistema
de reuso (com uma Estação de Tratamento de Águas
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Cinzas localizadas no 5º subsolo), correspondendo a uma
economia de 7348,70 m3/ano.
Com relação ao paisagismo e irrigação, o projeto
demonstrou redução de 54,2% no consumo de água
potável para este fim, sendo que desse total reduzido,
100% será abastecido por águas pluviais.
(UV), fazendo com que a área de trabalho aqueça menos,
diminuindo os gastos com ar condicionado para manter a
temperatura ideal e, consequentemente, o consumo.
Existem também projetos de melhorias, que contribuirão
para reduzir ainda mais o consumo de água por ano,
como a instalação de restritores de vazão nas torneiras
em geral e a instalação de válvulas Dual Flush (duplo
fluxo) dos vasos sanitários.
Nas duas imagens acima é possível observar o interior do prédio e o
benefício da maior entrada de raios solares devido a propriedade do
vidro. Nas fotos é possível observar a iluminação que penetra no prédio
e a abundância de vidros.
Foto dos reservatórios de água localizados no alto das duas torres.
ENERGIA E ATMOSFERA
No prédio da Porto Seguro, foram instalados métodos
que possibilitaram a redução do consumo de energia,
comprovada pela simulação inicial de Eficiência
Energética, que apontou uma redução entre 14,04% a
14,24% no consumo de energia em relação ao padrão
da norma norte-americana (ASHRAE), que é bem mais
eficiente do que a norma brasileira.
Essa redução do consumo de energia foi possível por
conta de ações como a construção do prédio em pele de
vidro, ou seja, os andares possuem muitos vidros de alta
eficiência com a capacidade de transmissividade (passa
muita luminosidade), o que possibilita a entrada de
luminosidade, clareando a área de trabalho e permitindo
o desligamento de algumas luzes do edifício. Esse vidro
colocado no edifício tem também a capacidade de
proteção, que diminui a passagem de raios ultravioleta
Estudo de caso | Certificação LEED® da Torre B Porto Seguro
Outro ponto importante para a economia de energia é o
fato de o elevador ser confeccionado para economizar o
máximo possível, por meio de um sistema que possibilita
a economia de viagens ao mesmo andar. Esse sistema
funciona da seguinte forma: o funcionário ou visitante
pressiona o número do andar que pretende ir do lado
de fora do elevador, sendo assim, o sistema destinará
as pessoas que vão ao mesmo andar para o mesmo
elevador, não desperdiçando energia com viagens ao
mesmo destino.
Nestas duas, fotos é possível observar os botões do lado externo do
elevador para direcionar as pessoas que irão para o mesmo andar a
utilizarem também o mesmo elevador
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Outros pontos importantes na economia de energia do
prédio podem ser observados a seguir:
1. Foram projetados quatro grupos geradores, aplicadas no
prédio Torre B, da marca STEMAC, com potência de 1600
KvA. Os grupos geradores são compostos por motores
diesel de desempenho reconhecido, acoplados a geradores
de alta eficiência e montados sobre base metálica, com
acionamento automático ou manual. Projetados para
aplicações nos regimes de emergência, horário de ponta
ou serviço contínuo. Disponíveis nas versões “carenados” e
“silenciados”, tanto em unidades móveis como estacionárias;
2. Existe um sistema de automação predial, que controla a
iluminação, ar condicionado, sensores para acesso às salas
de TI, controle do CO2 disperso nos ambientes e medição de
energia (consumo de energia gasto na Torre B);
3. O ar condicionado está atendendo, com base na Norma
ASHRAE, a todos os requisitos de preocupação ambiental
em termos de eficiência energética, custos de operação do
ar condicionado mais baixo, redução de emissão de CO2 e
qualidade do ar no interior dos ambientes.
MATERIAIS
A construção do prédio contou com a utilização de materiais
que possuíssem conteúdo reciclado em sua composição,
correspondendo a cerca de 20% a 30% dos gastos com
materiais incorporados no empreendimento. Outro método
bastante importante foi a escolha de fornecedores dentro
de um raio de 800 km da obra, o que diminui os impactos ao
meio ambiente devido à proximidade com o campo de obras,
emitindo menos poluentes pelo transporte de materiais.
Outro método de extrema importância foi o controle contra
desperdício de material e a realização do programa de
coleta seletiva durante a obra, aliado ao treinamento de seus
funcionários, possibilitando que eles separassem os materiais
da construção que poderiam ser enviados para reciclagem.
Esse programa será mantido após o termino da construção
e terá dispositivos para descarte consciente separado por
pavimento (andar), facilitando o descarte. Juntamente ao
programa, foi criado um plano de gestão de resíduos e um
programa de comunicação visual e educação para incentivar a
coleta seletiva.
Com relação ao descarte dos resíduos em geral,
aproximadamente 75% destes foram desviados de
aterros, sendo destinados a outros meios de descarte que
não causam danos ao ambiente e nem a sociedade.
Já os materiais perigosos foram destinados a empresas
regulamentas pela CETESB ao encaminhamento de resíduos
de interesse ambiental, aos locais de reprocessamento,
armazenamento, tratamento ou disposição final, realizado
Estudo de caso | Certificação LEED® da Torre B Porto Seguro
de forma correta, regulamentados pela documentação de
Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse
Ambiental (CADRI).
AMBIENTE INTERNO
O prédio conta com projetos que objetivam o conforto
e o bem-estar dos funcionários. Para isso, há o controle
da qualidade do ar interna, que possibilita a renovação
no ar, ventilação e vazão e qualidade térmica, buscando
sempre o conforto humano. Além disso, o controle
da temperatura estará ao alcance dos funcionários,
permitindo que eles adequem a temperatura conforme
o gosto da maioria e o fato de que. E, por contar com
muitos vidros, o prédio possibilita que 90% das áreas
regularmente ocupadas apresentem vistas para o exterior,
o que também permite aos funcionários certo conforto.
Foi comprovada a melhora na qualidade de vida que
todos esses elementos geram para os funcionários por
meio de um estudo realizado por Sterling em 1983, que
evidenciou que a mudança de um prédio iluminado com
luz natural e com ventilação para um edifício fechado
aumenta muito o caso de absenteísmo (ausência no
trabalho) dos funcionários por conta de doenças. Isso
ocorre porque muitos dos casos de doenças são gerados
por conta da má ventilação e não renovação do ar
interno, já que substancias tóxicas que são eliminadas
dentro do empreendimento não saem completamente de
dentro dele.
Com relação ao subsolo, à medida que terminavam a obra
de um subsolo, utilizaram-se máquinas que possibilitaram
a limpeza do pó gerado pela construção neste, mantendo
assim a qualidade de vida dos funcionários da empresa,
fazendo com que eles não entrassem em contato com a
poeira gerada pela construção.
Houve também o controle para que não houvesse a
utilização de gases clorofluorcarbono (CFC), já que a
Resolução CONAMA 267/2000 proíbe o uso desse gás
no Brasil, utilizando, nos sistemas de condicionamento
de ar e refrigeração e sistemas de combate a incêndios,
gases que não agridam a camada de ozônio. Foi pensado
também em utilizar apenas produtos com baixo teor de
Compostos Orgânicos Voláteis (VOC), sendo assim, para
produtos como adesivos, selantes, tintas e revestimentos,
foram aplicados produtos à base de água e não de
solventes em todo o prédio.
Outra ação adotada para controle da qualidade do ar é
a proibição do fumo nas áreas comuns do prédio, sendo
permitido apenas nas áreas determinadas para fumantes,
que estão a 8 metros de distância de qualquer ponto de
coleta de ar.
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LEED®
Crédito 1 – Água potável para paisagismo ‐ Reduzir 100%
- Pretendido;
A Certificação LEED® possui sete dimensões a serem
avaliadas nas edificações, entre elas: espaço sustentável,
eficiência no uso de água, energia e atmosfera, materiais
e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e
processos e créditos de prioridade regional.
Crédito 2 – Tecnologias inovadoras para efluentes;
Todas essas categorias possuem pré-requisitos, que são
práticas obrigatórias, e créditos, recomendações que,
quando atendidas, garantem pontos a edificação. O
nível da certificação depende da quantidade de pontos
obtidos no total, podendo ser: CERTIFICADO, 40-49;
PRATA, 50-59; GOLD, 60-69; PLATINA, 80-110.
A seguir, os créditos e as pontuações que o prédio Torre B
da Porto Seguro obteve e o total que poderia ser obtido
em cada uma das sete dimensões.
NÍVEL PRETENDIDO:
LEED NC (LEED FOR NEW
CONSTRUCTION)
TERRENO SUSTENTÁVEL
19 pontos obtidos de 26 possíveis (01 em verificação)
Pré-requisito 1 – Prevenção de poluição nas atividades de
construção – Pretendido;
Crédito 1 – Escolha do terreno;
Crédito 2 – Densidade urbana e comunidade local;
Crédito 4.1 – Transporte alternativo – Acesso ao
transporte público;
Crédito 4.3 – Transporte Alternativo – Veículos de baixa
emissão e baixo consumo;
Crédito 5.2 – Desenvolvimento local ‐ Área livre de
construção;
Crédito 6.1 – Projeto para drenagem de águas pluviais ‐
Controle de Quantidade;
Crédito 6.2 – Projeto de drenagem de águas pluviais ‐
Controle de Qualidade – Pretendido;
Crédito 7.1 – Ilhas de calor ‐ Não‐cobertura;
Crédito 7.2 – Ilhas de calor ‐ Cobertura.
USO RACIONAL DA ÁGUA
08 pontos obtidos de 10 possíveis (02 em verificação)
Crédito 3 – Redução no consumo de água ‐ Reduzir 30%;
Crédito 3 – Redução no consumo de água ‐ Reduzir 35%;
Crédito 3 – Redução no consumo de água ‐ Reduzir 40%.
ENERGIA E ATMOSFERA
05 pontos obtidos de 35 possíveis (04 em verificação)
Pré-requisito 1 – Comissionamento básico dos sistemas
que consomem energia – Pretendido;
Pré-requisito 2 – Eficiência energética mínima –
Pretendido;
Pré-requisito 3 – Proibição de CFC Obrigatório;
Crédito 1 – Otimizar eficiência energética ‐ Reduzir 12% Pretendido;
Crédito 1 – Otimizar eficiência energética ‐ Reduzir 14% Pretendido;
Crédito 3 – Comissionamento avançado ‐ Pretendido;
Crédito 4 – Gestão avançada do gás refrigerante;
Crédito 5 – Medição e verificação.
MATERIAIS E RECURSOS
04 pontos obtidos de 14 possíveis (03 em verificação)
Pré-requisito 1 – Depósito de recicláveis – Pretendido;
Crédito 2 – Gestão de resíduos em obra ‐ 50% fora do
aterro;
Crédito 2 – Gestão de resíduos em obra ‐ 75% fora do
aterro;
Crédito 4 – Conteúdo reciclado ‐ 10% (pós‐consumo + ½
pré‐consumo) ‐ Pretendido;
Crédito 4 – Conteúdo reciclado ‐ 20% (pós‐consumo + ½
pré‐consumo) ‐ Pretendido;
Crédito 5 – Materiais regionais ‐ 10%;
Crédito 5 – Materiais regionais ‐ 20%;
Crédito 7 – Madeira certificada FSC ‐ Pretendido.
QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO
01 ponto obtido de 15 possíveis (06 em avaliação)
Pré-requisito 1 – Qualidade do ar interno – Pretendido;
Pré-requisito 1 – Redução no consumo de água ‐ Reduzir 20%;
Pré-requisito 2 – Controle da fumaça de tabaco – Pretendido;
Crédito 1 – Água potável para paisagismo ‐ Reduzir 50%;
Crédito 2 – Ventilação adicional ‐ Pretendido;
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Crédito 3.1 – Plano para qualidade interna do ar durante a
obra ‐ Pretendido;
conhecimento de aplicabilidade química, toxicológica e
aplicação destes produtos para adequações à Norma.
Crédito 4.1 – Materiais com baixo VOC ‐ adesivos e
selantes ‐ Pretendido;
2- Alterações de projetos com obra em atividade:
Crédito 4.2 – Materiais com baixo VOC ‐ tintas e
revestimentos ‐ Pretendido;
Crédito 4.3 – Materiais com baixo VOC ‐ sistemas de pisos
‐ Pretendido;
Crédito 7.1 – Conforto térmico ‐ Projeto ASHRAE 55 ‐
Pretendido;
As mudanças de projetos quando a obra já estava em
atividade trouxe dificuldades nos tratos do LEED, pois,
com os pavimentos fechados e com vidro instalado,
sempre existiam serviços que estavam fora dos padrões
da Norma LEED.
INOVAÇÃO DE PROJETOS
03 pontos obtidos de 06 possíveis (02 em verificação)
Um exemplo foi o processo para lixar as paredes, gerando
resíduos ou poeira que eram extremamente difíceis de
retirar dos andares. A dificuldade está no fato de que, para
a LEED, a limpeza do ambiente durante a execução da
obra é um pré-requisito. Outro exemplo foi o retrabalho
no processo de colagem das placas melamínicas, que
também gerava sujeira no ambiente.
Crédito 1.1 – SSc4.1 ‐ Transporte alternativo e acesso ao
transporte público;
3- Método construtivo aplicado:
Crédito 8.2 – Paisagens para 90% das áreas de piso.
Crédito 1.2 – WEc 3 Redução no consumo de água ;
Crédito 1.3 MRc 5 Materiais regionais – Pretendidos;
Crédito 1.5 ID: Programa de educação ambiental –
Pretendidos;
Crédito 2 – Profissional credenciado LEED®.
PRIORIDADES REGIONAIS
03 pontos obtidos de 04 possíveis (01 em verificação)
Crédito 1.1 – WEc3 Redução no consumo de água;
Crédito 1.2 – WEc2 Tecnologias inovadoras para efluentes;
Crédito 1.3 EAc1 Otimizar eficiência energética –
Pretendido;
Crédito 1.4 – EAc5 Medição e verificação.
DIFICULDADES
A Porto Seguro enfrentou algumas dificuldades para
a obtenção da certificação. As principais estão listadas
abaixo:
As fundações foram executadas antes mesmo dos
processos e execução da escavação do piso do 5º subsolo.
Sendo assim, as estruturas foram executadas até sua
totalidade e, só no final da obra, foi construído o piso do
ultimo subsolo.
Este processo trouxe muita dificuldade nos tratos
de acompanhamento dos fiscais do LEED e de seus
requisitos. Isso porque o manuseio de maquinário estava
sujando todos os subsolos com a lama que era retirada da
construção do 5º subsolo.
Por conta disso, houve gastos com contratação de carros
pipa para limpar todos os subsolos, nos adequando às
normas do LEED e evitando que perdêssemos pontos
importantes para a certificação.
4- Programação das atividades:
Devido a problemas na logística dos processos em obra, o
cronograma das atividades não seguiu seu fluxo correto,
ocorrendo desajustes nos tratos de acompanhamento das
atividades dos fiscais do LEED na obra. O piso do prédio,
por exemplo, foi executado antes da infraestrutura de
calhas de piso e das instalações de elétrica.
1- Compra de materiais compatíveis ao LEED:
5- Condicionamento de materiais no final da obra:
A construtora responsável pela obra enfrentou uma
grande dificuldade encontrada para comprar materiais
que seguissem as especificações das normativas
americanas.
Como as áreas começaram a ser entregues a Porto Seguro
antes do término da construção, os espaços começaram a
ficar escassos para o condicionamento dos materiais de obra.
No Brasil, existe uma grande dificuldade de encontrar
matérias-primas de qualidade e um pequeno, ou quase
mínimo, conhecimento dos processos LEED, não havendo
Estudo de caso | Certificação LEED® da Torre B Porto Seguro
Essa situação exigiu que solicitássemos outros locais nos
terrenos que circundam a obra guardar esses materiais. Neste
contexto, a dificuldade foi adequar também essas áreas do
entorno para atender aos requisitos e padrões da LEED.
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LIÇÕES APRENDIDAS
Com a reestruturação do projeto para a obtenção
da certificação LEED, foi possível chegar a algumas
conclusões. Entre elas, a de que muitas empresas têm
uma visão restrita a cerca de construções verdes, e não
de um processo. Sendo assim, algumas delas encaram
que gastar dinheiro para se adequar às normas do LEED,
mesmo que seja no máximo 10% do valor total da obra,
é um desperdício. Porém, esse projeto agrega vários
benefícios como melhoria da qualidade de vida dos
funcionários, menor degradação ambiental e menor
desperdício de recursos ambientais, que já andam
escassos no mundo.
Além disso, em longo prazo, as construções verdes
podem trazer muitas vantagens a uma empresa. Entre
esses benefícios estão:
• Diminuição dos custos operacionais;
• Diminuição dos riscos aos funcionários;
• Aumento da tecnologia e inovação do prédio, com
recursos mais novos, prolongando assim a obsolescência
do edifício;
• Melhoria na segurança e na saúde do funcionário,
aumentando seu rendimento (produtividade);
• Aumento da conscientização dos trabalhadores;
• Uso racional dos recursos e mitigação dos efeitos de
mudanças climáticas.
Diante disso, podemos concluir que o dinheiro gasto
para atender aos requisitos da certificação pode ser
considerado um investimento, pois, no futuro, ele renderá
lucros à empresa.
Outra lição aprendida, um ponto de melhoria, é que os
objetivos do projeto devem ser determinados logo no
começo. Inclusive a decisão de obter a Certificação LEED,
pois, isso facilitaria a conquista desse objetivo.
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