Desafios na Sala de Aula: dimensões possíveis para um
planejamento flexível
Artigo 011006
Data: Dez/2011
DANIELA ALONSO
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Desafios na Sala de Aula: dimensões possíveis para um
planejamento flexível
Uma das discussões mais importantes sobre a educação inclusiva é que ela não pode ser uma
prática repetitiva, na qual o planejamento é seguido rigidamente, sem variação, para todos os
alunos. Ao contrário, a inclusão na sala de aula implica em oferecer uma proposta ao grupo como
um todo, ao mesmo tempo em que atende às necessidades de cada um, em especial àqueles que
correm risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação na sala de aula.
É no planejamento que se determina o quê, quando e como ensinar. Um plano de aula, ou uma
sequência didática pode contemplar regulações organizativas nos objetivos, conteúdos, estratégias,
recursos ou na avaliação. Podemos chamá-las de adequações ou flexibilizações (do termo
"flexibilidade", que é qualidade do que é flexível. Cientes de que a ideia de flexibilização vincula-se
à necessidade de conceder maior plasticidade, maior maleabilidade, ao que se quer flexionar,
destituindo-o da rigidez tradicional). Para estruturar as flexibilizações, se faz necessário refletir
sobre os possíveis ajustes nas formas de organização didática sem que se torne um plano paralelo,
segregado ou exclusivo (que tem poder para excluir). As flexibilizações e/ou adequações inseridas
na prática pedagógica devem estar a serviço de uma única premissa: diferenciar os meios para
igualar os direitos. Principalmente o direito à participação, ao convívio.
Uma das abordagens para um Planejamento Flexível considera três importantes categorias a serem
dimensionadas pelo professor: complexidade, quantidade e temporalidade. Cada uma delas, ou a
intersecção delas poderá ajustar os objetivos e os conteúdos para garantir a equidade de
oportunidades no processo de ensino aprendizagem. Tanto os objetivos como os conteúdos
poderão ser priorizados, complementados ou reajustados desde que contemplem a temática
Daniela Alonso é educadora, consultora de projetos educacionais, selecionadora do Prêmio Educador Nota 10 - Fundação Victor Civita, psicopedagoga,
especialista em Educação Inclusiva.
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Desafios na Sala de Aula: dimensões possíveis para um
planejamento flexível
Artigo 011006
Data: Dez/2011
oferecida ao grupo classe. Os mesmos princípios que orientaram a organização dos objetivos e
conteúdos servirão para verificação e validação das aprendizagens.
Considerando os conteúdos escolares como objetos da aprendizagem, os alunos constroem
significados. O professor tem a função de mediador entre alunos e conhecimentos, facilitando o
processo de construção. Deve intervir exatamente nas atividades que o aluno ainda não tem
autonomia, oferecendo a ajuda necessária para que se sinta capaz de realizá-la. É nesse contexto
dinâmico que o professor seleciona procedimentos de ensino e apoio para compartilhar, confrontar
e resolver conflitos cognitivos.
Para que todos tenham acesso ao currículo, o professor poderá dimensionar a complexidade. O
currículo não é outro, não está restrito ou selecionado. É preciso, no contexto coletivo, diferenciar
atividades ou papéis individuais de modo que cada um encontre sentido, tenha oportunidade e
sinta-se constantemente desafiado em seu processo de aprendizagem. Quando necessário,
organizar atividades com diferentes formas de apoio: mediação individual, quantidade de tarefas
diferenciada, inserção de recursos específicos às necessidades.
A abrangência da temporalidade refere-se ao tempo que o aluno levará para construir
competências e aprender conhecimentos. Também se refere à diferenciação de tempo quanto ao
ritmo de trabalho, concentração, mobilidade, ou execução de atividades em diferentes situações na
rotina escolar.
Tal abordagem considera a sala de aula como espaço de concretização do projeto que foi
anteriormente elaborado nos diversos níveis do sistema educacional. Mas, é principalmente, um
espaço de construção e reconstrução do conhecimento, de descoberta do outro e de si mesmo. Se a
sala de aula é um contexto de construção, a sala de aula inclusiva exige um rompimento com
estratégias e práticas limitadas e limitantes para dar lugar a um espaço de participação com
alternativas individuais e/ou colaborativas.
Os princípios de prática colaborativa e agrupamentos produtivos favorecem a cooperação entre os
estudantes que se agrupam para resolver desafios e construir conhecimentos juntos. As aulas são
organizadas em abordagens didáticas que encorajam a participação diferenciada sobre um mesmo
contexto (tema ou conteúdo curricular), se complementam e constroem um conhecimento coletivo.
A medida de um planejamento para a diversidade (necessidades comuns ao grupo) e para a
educação inclusiva (necessidades específicas para alguns alunos) implica em fazer uma avaliação
pedagógica cuidadosa, valorizar as potencialidades e não as limitações e dinamizar o currículo. Na
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Data: Dez/2011
prática pedagógica diferenciada, todos os alunos exercitam o enfrentamento dos desafios e a
socialização dos conhecimentos com diferentes habilidades e/ou possibilidades.
São práticas que reconstroem um novo sentido para o currículo, destinam-se a todos os alunos e
representam uma oportunidade, um objetivo para que a escola gere transformações não só
pedagógicas, mas na própria sociedade!
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do artigo - Diversa - Educação inclusiva na prática