REGIONAIS
Vencendo desafios
SESI Rondônia leva atendimentos de educação,
saúde e lazer ao local de trabalho
FOTOS: SESI/RONDÔNIA
ma e começou
uma ação para
acabar com o
a n a l fa b e t i s mo
entre seus empregados. Reativou o
prédio onde estava instalada antes
uma escola. Para
fazê-la funcionar,
fechou parceria
com o SESI Rondônia e com a prefeitura do município. Desde então,
mais de cem pessoas, entre trabalhadores e seus
familiares, freCesbra: reforma em antigo prédio e parcerias para levar educacão e
qüentam aulas de
saúde aos empregados da unidade instalada na zona rural
cursos de alfabetização, que vão da
A distância entre o local de primeira até a oitava série.
trabalho e o centro da cidade sempre dificultou a vida dos empre- PRODUTIVIDADE
O SESI fornece a metodologia
gados da Companhia Estanífera do
Brasil (Cesbra) - uma das indús- e a administração municipal, os
trias do Grupo Brascan, produtora professores. “A iniciativa foi imde estanho e derivados - instala- portante para os trabalhadores e
da na área rural do município de também para a empresa”, diz a
Itapuã do Oeste, a 136 quilôme- coordenadora de ensino da Cesbra,
tros de Porto Velho, capital de
Rondônia. Os funcionários da Cesbra moram com suas famílias em
dependências da empresa, localizadas a 17 quilômetros do centro
da cidade. A falta de transporte
coletivo entre a fábrica e o centro dificultava a locomoção das
pessoas e fazia com que muitas
sequer conseguissem aprender a
ler e escrever, pois não havia escola na zona rural. Também era
reduzido o acesso dessa população a serviços de saúde, como
Maria Luiza, levando o
atendimento odontológico.
consultório para o local
Há cerca de dois anos, a emde trabalho
presa decidiu enfrentar o proble4 •
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Maria Valdirene Oliveira Sousa. A
empresa, ela diz, ganhou em produtividade, porque o trabalhador
alfabetizado utiliza os equipamentos com mais eficiência.
Outro problema era o atendimento odontológico. “O trabalhador gastava muito tempo,
muitas vezes um dia inteiro, para
se submeter a uma consulta”, diz
a dentista Maria Luiza Vicente
Gonçalves de Oliva, responsável
pela Unidade SESIClínica de Porto Velho. A solução encontrada
foi instalar, no local de trabalho, um consultório onde, duas
vezes por semana, o dentista recebe pacientes.
Ao vencer desafios como os
da Cesbra, o Departamento Regional presta serviços integrados de educação, saúde e lazer,
contribuindo para fortalecer a
indústria local e promover o desenvolvimento humano, metas
consideradas prioritárias pelo
diretor regional, Júlio Augusto
Miranda Filho.
As consultas médicas anuais
no DR somam quase 23 mil e os
exames laboratoriais, aproximadamente 33 mil. Na área da saúde bucal, o SESI Rondônia efetua por ano cerca de 40 mil atendimentos. Os serviços são realizados no SESIClínica ou nos consultórios particulares de médicos
terceirizados. Desde 2002, os
médicos contratados pela instituição podem escolher uma das
duas opções para prestar serviços, explica Maria Luiza.
O sistema de terceirização,
ressalta, permite oferecer bom
atendimento com preços mais
acessíveis ao trabalhador. Os pacientes, segundo Maria Luiza,
pagam em média 35% do preço
normalmente cobrado na área
médica no Estado. Além do atendimento clínico, as ações preventivas - em especial, campanhas e
palestras de esclarecimento sobre Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, AIDS e sedentarismo são as mais requisitadas pelas
empresas, que também priorizam
os programas de Saúde e Segurança no Trabalho.
“Rondônia é um Estado relativamente novo e as empresas que
vêm se instalar aqui normalmente
nos procuram para adequar as condições do ambiente de trabalho à
legislação”, explica Olinda Maria
da Silva, assistente de administração da área de Saúde e Segurança no Trabalho do SESI.
O Departamento Regional
atende 120 empresas que empregam 5.200 trabalhadores. Boa
parte da procura por consultorias
na elaboração de Programas de
Prevenção de Risco ou de Controle Médico no Estado vem de
empresas dos setores de madeira
e móveis. A GM Madeiras, indústria madeireira de Ji-Paraná, a
400 quilômetros de Porto Velho,
recebe dos especialistas do SESI
consultoria nos programas de prevenção ambiental e segurança e
saúde do trabalho.
“Os técnicos nos auxiliam nas
adaptações necessárias para evitar danos ambientais quando introduzimos um equipamento novo
na fábrica ou mudamos alguma
estrutura, explica Sirlene Rigon,
assistente administrativa da GM
Madeiras. Além disso, o SESI orienta a empresa no programa de Controle de Saúde Ocupacional. “Os
trabalhadores passam por exames
periódicos e fazem consultas extras em casos especiais, como
suspeita de problemas de audição em operários que trabalham
em locais onde há barulho de
máquinas”, salienta Sirlene.
A prevenção de doenças ocupacionais e de outras enfermidades freqüentes entre trabalhadores, como as Doenças Crônicas
Não-Transmissíveis, é
o principal objetivo
do trabalho do SESI
em outra indústria de
pequeno porte, a
Madeireira V. Bonfante do Oeste, localizada em Espigão do
Oeste, a 600 quilômetros de Porto Velho. “Uma das principais ações do SESI
aqui são as palestras para conscientizar os colaboradores sobre prevenção
de doenças”, diz Marlene Queiroz Figueiredo, responsável por
acompanhar o trabalho do SESI
na empresa.
A V. Bonfante mantém a parceria com o SESI há um ano e
nesse período, segundo Marlene,
já há resultados positivos. “O
principal deles é o maior cuidado dos trabalhadores com o manuseio das máquinas”, afirma.
Além do acompanhamento médico, os empregados da V.
Bonfante recebem assistência
odontológica. “Fazíamos esse
trabalho antes da parceria com o
SESI, mas não era tão completo”, ela compara.
DEMANDA CRESCENTE
Para Olinda Maria, do Departamento Regional, o programa
SESI Ginástica na Empresa é um
complemento importante nas
ações de saúde. A demanda de
companhias de grande porte,
como Embratel e Brasil Telecom,
por esse serviço é crescente. Empregados de 26 empresas fazem
ginástica laboral antes de iniciar
a jornada de trabalho, três vezes por semana. Ao todo são
beneficiados 3.546 trabalhadores no Estado.
É nos segmentos de móveis e
madeira, segundo a técnica em
Orçamento, Susy Marques de
Lima, da área de Planejamento e
Desenvolvimento, que se concentra a maior parte da demanda
Prédio do SESIClínica, no alto, e crianças de
unidade educacional em Rondônia: muito esforço
para superar obstáculos
pelo programa SESI Educação do
Trabalhador. “O ensino básico é
muito requisitado por essas empresas”, afirma Susy. O DR registrou no ano passado 10.165 matrículas nos cursos de alfabetização até o terceiro ano do ensino médio, dentro do programa
SESI Educação do Trabalhador. Do
maternal à oitava série, as escolas do SESI têm matriculados
2.152 alunos.
Assim como faz com a Saúde
e a Educação, o SESI-RO leva aos
trabalhadores atividades de
Lazer, integradas aos demais serviços. Festival de dança, festival de pipa, festa do trabalhador e a colônia de férias beneficiaram no ano passado 26 mil
pessoas. Além disso, a instituição mantém um curso de balé e
sapateado para 300 alunos.
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ENTREVISTA
Competência no presente para garantir o futuro
“A partir do momento em que tivermos uma população ativa e saudável - física
e emocionalmente -, teremos colaboradores mais produtivos: quem ganha
são as empresas e, conseqüentemente, o nosso País”
Júlio Augusto Miranda Filho, diretor regional do SESI Rondônia
FOTO: SESI/RONDÔNIA
Jornal SESI Nacional - Qual o papel do SESI Rondônia, como organização comprometida com a responsabilidade social do empresário?
Júlio Augusto Miranda Filho Buscamos constantemente uma
aproximação com a indústria oferecendo serviços voltados para a educação e qualidade de vida do trabalhador e seus dependentes, visando
ao aumento da produtividade do setor. Entendemos que, a partir do momento em que tivermos uma população ativa e saudável - física e emocionalmente -, teremos colaboradores mais produtivos e quem ganha
com isso são as empresas e, conseqüentemente, o nosso País.
O SESI vem se consolidando no
Estado como uma das instituições mais preocupadas com
a melhoria da qualidade de vida do trabalhador. A crescente demanda pelos serviços de saúde e segurança no
trabalho e por programas como Ginástica na Empresa, Lazer
na Empresa e Educação de Jovens e Adultos demonstra
essa realidade.
SN - Que princípios orientam o SESI Rondônia?
Júlio Miranda - Investir nas relações institucionais,
políticas, econômicas e sociais; valorizar os recursos humanos e fazer deles o diferencial; planejar e desenvolver
todas as ações da entidade tendo como referência o mercado; administrar de forma que o DR seja auto-sustentável;
fazer parcerias para fortalecer a Instituição e atender às
necessidades do nosso cliente.
SN - Quais os programas prioritários do SESI-RO e
suas linhas gerais?
Júlio Miranda – São duas prioridades: saúde e segurança no trabalho e ensino básico. Na área de saúde, ajudamos
as empresas no cumprimento da legislação, cada vez mais
exigente. Quanto ao ensino básico, é o maior gerador de
receitas de serviços deste Departamento Regional e com demanda crescente a cada ano, tanto pela sua qualidade como
pela qualificação do corpo funcional.
SN - Que transformações foram feitas pelo Regional para adaptar sua atuação ao mundo automatizado e globalizado?
Júlio Miranda - Fazendo uma
retrospectiva da atuação do Regional nos últimos cinco anos,
fica claro o crescimento físico
consolidado em escolas, clínicas
e um clube. A atuação do SESI
cresceu com a divisão estratégica do Estado em cinco pólos, coordenados por unidades fixas em
Porto Velho, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena.
Há aproximadamente três
anos o SESI se prepara para os
desafios da globalização, promovendo readequação e qualificação do corpo funcional e automação de processos. No início do
exercício de 2002, por exemplo,
foram terceirizadas as áreas de
saúde e lazer, com isso os atendimentos desses segmentos passaram a ser feitos por empresas contratadas pelo
SESI, além disso o quadro de pessoal foi ajustado às
limitações financeiras.
SN - Qual é o nível de demanda e aprovação dos serviços do Regional por parte do empresariado rondoniense?
Júlio Miranda - Nossas atividades têm aprovação dos
empresários e dos trabalhadores da indústria. A crescente
demanda pelos serviços do SESI comprova essa afirmação.
SN - Como o senhor projeta o SESI do futuro?
Júlio Miranda - O SESI do futuro terá maior estabilidade para o planejamento de suas ações, mais possibilidades
de expansão e de diversificação de serviços prestados. Tem
um futuro promissor e um vasto campo de atuação, aliado
à sua credibilidade, poder de articulação, capacidade instalada e competência.
A globalização e as constantes mudanças do mercado
exigem que fiquemos atentos às oportunidades de negócios.
SN - Que contribuições o SESI pode oferecer na
interação ou parceria com órgãos governamentais
para enfrentar problemas nas áreas de competência da entidade?
Júlio Miranda - O SESI já mantém com muita eficiência
parcerias com órgãos governamentais e oferece o que tem
de melhor: competência da equipe técnica e responsabilidade dos dirigentes.
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