Créditos: Heleida Nobrega Metello Divisão Técnica de Hanseníase/ São Paulo maio 2006 O homem chega, traz consigo a doença e na bagagem: a dor e o oculto. E com eles, nos ocupamos. NÓS nos ocupamos ...com todas as interfaces que perpassam por ele e por sua doença. (...) O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de, vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem. (...) Alberto Caieiro, “O Guardador de Rebanho” O ‘outro’ que precisa de cuidado. Cuidado humanizado, pois cada vez mais vem sendo fragmentado e observado por olhos, ouvidos e mãos MECÂNICAS. Acabamos perdendo a visão da sua integralidade. Nós e o ‘outro’ Fios que tecem o nosso cotidiano E nessa trama, onde firmamos nosso compromisso? (...) As vezes o meu coração grita. Eu ouço e prefiro calar. As pessoas não param pra ouvir. Ou sequer conseguem escutar. Vou deixá-lo falar por mim. Talvez me ajude a viver.(...) ( Vinícius Rocha – guarda metropolitana) Perdemos de vista o verdadeiro sentido da Humanidade? Humanidade, uma noção ética: o que deve ser realizado por todos e em cada um... Edgar Morin Ética que corporifica um conjunto de atitudes. Atitudes sempre abertas à vida com suas inúmeras possibilidades. Ética que nos abre as portas para a compaixão. Compaixão, entendida como uma maneira de sentir. Compaixão, que significa: ‘sofrer com’ não ficar indiferente à dor do ‘outro’. Se não temos compaixão, temos uma perturbação no olhar: “Vejo os velhos e posso até mesmo escrever uma tese sobre eles (...) Mas a tristeza do velho é só dele, não entra em mim. Durmo bem. (...)” Rubem Alves Durmo bem? Que tal lembrarmos do dia de hoje. O que fizemos? Qual a imagem da última ação que cada um de nós desenvolveu? Como a desenvolvemos? Basta lembrar que: se colocamos entusiasmo em nossa ação, o ‘outro’ a visualiza com cor, calor e movimento. Conseqüentemente, dá um passo para frente, levado pelo sentimento de SIMPATIA. No entanto, se a desenvolvemos de forma rude, com frieza, a ação transparece sem cor, sem movimento e calor frente ao ‘outro’. Conseqüentemente, ele dá um passo para trás, movido pelo sentimento de ANTIPATIA e faz o movimento de rejeição. Que movimento vai garantir melhor resultado em nosso trabalho? A porta que fica entre Nós e o ‘Outro’ está aberta? A nossa ação ‘toca’ o ‘outro’? Apreende a imagem do ‘outro’ ? Apreende o ‘outro’ na plenitude da sua dignidade, dos seus direitos e, sobretudo, da sua diferença? (Frei Betto) “Sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.” Cora Coralina Muitas vezes basta ser: ”Colo que acolhe, Braço que envolve, Palavra que conforta, Silêncio que respeita, Alegria que contagia, Lágrima que corre, Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove.” Cora Coralina O que fazemos, para que fazemos, para quem fazemos, com quem fazemos, fazemos? TEXTO E FORMATAÇÃO DOS SLIDES HELEIDA NOBREGA METELLO Música: 06-one man’s dream.wav Imagens: Internet