Resumos Expandidos COKRIGAGEM USADA NA ESTIMAÇÃO DO VOLUME DE EUCALYPTUS SP EM PLANTIO NA REGIÃO DO ARARIPE – PE. Wellington Jorge Cavalcanti Lundgren1; José Aleixo da Silva2; Rinaldo Luiz Caraciolo Ferreira3; Luzia Ferreira da Silva4 Dr. em Ciências Florestais UFRPE/UAST ([email protected]); PhD em Biometria e Manejo Floretal UFRPE ([email protected])l 3 ; Dr. em Ciências Florestais UFRPE.([email protected]) 4 ;Dra.em Fitotecnia UFRPE/UAST ([email protected]) 1. 2. Introdução e Objetivos A estimação do volume de madeira é de importância incontestável no manejo florestal. O uso da geoestatística na estimação de variáveis dendrométricas é uma realidade já comprovada, [2]. A estimação do volume de madeira em pé não é tarefa banal, muitas vezes requer a informação de outras variáveis (DAP = diâmetro a altura do peito, altura da árvore, idade, sitio etc). Quanto maior a amostra melhor será a estimativa, porém existem variáveis que são de fácil medição como por exemplo o DAP e outras de difícil medição como a altura da árvore. A cokrigagem estima uma variável de interesse com o uso dos valores da própria variável e a distância entre as medições, que agrega outra variável secundária, fortemente correlacionada com aquela de interesse e, ainda, a distância entre as medições. O objetivo da pesquisa é verificar o erro cometido pela cokrigagem na estimação do volume de madeira de um plantio de Eucalyptus sp. Material e Métodos A pesquisa foi realizada em 2009 na Chapada do Araripe em Pernambuco, com coordenadas geográficas de 07°27’37’’ S e 40°24’36’’ W e altitude de 831 metros. Um plantio de Eucalyptus com 1875 árvores, com espaçamento 2x2 m, teve a população de volume cubada, rigorosamente, pelo método de Smalian. Foram retiradas 200 amostras, aleatoriamente, com seus volumes utilizados para variável de interesse. Cada árvore foi localizada no plano (X,Y), os DAPs de todas as árvores foram utilizados como variável secundária. A correlação entre a variável de interesse (volume) e a variável secundária foi calculada. Foram construídos três semivariogramas, sendo dois simples (variáveis de interesse e variável secundária) e o terceiro foi o cruzado amostral (1,2). Y * ( h) = 1 2. N ( h ) ∑ N (h) i =1 [ Z (xi ) − Z ( xi + h )] 2 (1) Y12 * (h ) = 1 2. N ( h ) .[Z 2 ( x1 + h )] ∑ [Z (x ) − Z (x N (h) j =1 1 i 1 1 + h )] (2) Em que: Y12*= semivariância cruzada amostral; h = distância entre os pontos; N(h) = número de pontos existentes dentro da distância h; xi = ponto (X,Y); (xi + h) = ponto com distancia h; Z1 = variável de interesse medida. Z2 = variável secundária medida. Após a construção dos semivariogramas amostrais foi necessário escolher um modelo teórico de semivariograma que melhor se ajuste aos valores para cada um dos três semivariogramas amostrais. Os parâmetros que compõem os modelos teóricos 115 3º Encontro Brasileiro de Silvicultura são três[2]: a)Efeito pepita, que fornece os valores dos erros cometidos devido à micro variações nas medições. b)Patamar, que fornece a semivariância quando ela deixa de aumentar e se estabilizar em torno de um determinado valor. A correlação entre o volume e o DAP foi satisfatória com R2 = 0,85. Com os 200 volumes da amostra medidos foi construído o semivariograma amostral para os volumes que apresentaram dependências espaciais (Figura 2). c)Alcance, que fornece a distância máxima em que é encontrada a influência da dependência espacial. A cokrigagem foi utilizada para construção de mapa de volume (3) Z 1* ( x0 ) = ∑ j =1 λ1 Z 1 (x1 j ) + ∑ J =1 λ 2 j Z 2 (x 2 j ) N N (3) Em que: Z*1 = valor do atributo de interesse no local x0 , λi = peso da interpolação da variável de interesse Z1; λ2 = peso da interpolação da variável secundária Z2; x0 = local em que o atributo Z será estimado; x1j e x2j = locais das medições da variável de interesse e secundária, respectivamente. Para verificar o erro cometido foi elaborado o gráfico observados X estimado e o R2, além do erro médio. Resultados e discussão Figura 2. Semivariograma amostral para o volume. O semivariograma para o DAP também apresentou dependência espacial (Figura 3). Figura 3. Semivariograma simples para o DAP As 200 amostras cobriram a área do plantio de forma satisfatória (Figura 1). O semivariograma cruzado também foi construído e apresentou dependência espacial (Figura 4). Figura 1. Medições dos DAPs (A) e locais das amostras em que foram medidos os volumes (B). Figura 4. Semivariograma cruzado entre o Volume x DAP. 116 Resumos Expandidos Os semivariogramas teóricos têm os seguintes parâmetros (Tabela1): Tabela 1. Valores dos parâmetros dos semivariogramas teórico. Vol = volume, Ef. Pepita = Efeito pepita, Esf. = Esférico, Exp = Exponencial. Variáveis Parâmetros Volume DAP Vol x DAP Exp. Modelo Ef. pepita Esf. 1129x106 Esf. 3,00 66400 Patamar 2567x106 7,50 201000 Alcance 44,10 33,00 11,80 O mapa do volume (Fiigura 5), foi construído com a cokrigagem que apresentou valores muito homogêneos para as estimativas, como se a área de plantio apresentas- se pouca diversidade de volumes. Figura 5. Mapa do volume de madeira construído por cokrigagem. Figura 6. Gráfico dos volumes de madeira observados e estimados Conclusão A cokrigagem não mostrou ser uma técnica promissora na estimação do volume de madeira em pé. Referencias Bibliográficas [1] MATHERON, D. F. Traité de Geostatistique Appliquée. Technip. 2v., 1962 – 1963. The Theory of Regionalized Variables and its Applications. Centre Geoestatistique (Fontainebleau, France), 1971. [2] MELLO, José Marcio de et al. Métodos de amostragem e geoestatística para estimativa do número de fustes e volume em plantios de Eucalyptus grandis. Rev. FLORESTA, Curitiba, PR, v. 39, n. 1, p. 157-166, jan./mar. 2009. O gráfico dos valores Observados X Estimados (Figura 6) apresentou o R2 baixo (0,33), porém nota-se que a grande maioria dos valores está dispersa em relação a linha de inclinação 1 (um). O erro médio não foi pequeno (0,02323 m3) em relação aos volumes observados e é considerado um erro alto, em torno de 21%, para o volume médio de cada árvore. 117