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A Samamultimídia
Educação e Arte
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Especial Semana Santa
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A revista que pode
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Humanus V
Volume II
Nas melhores e mais corajosas
bancas e livrarias do país
Semana Santa
e a Luz
Entre as trevas
Novela
em sete capítulos
Baseada na obra
Assim Ouvi do Mestre
de Joaquim José de Andrade Neto
Capítulo I
No dia 24 de dezembro do ano 3761 do calendário judaico, o
Filho de Deus se encarnava na Terra, no corpo e no nome de
Jesus.
Jesus, que nasceu na humilde manjedoura de Belém, é o
microcosmo encarnado do Cristo sideral. Quando o Cristo
humano veio ao mundo, houve verdadeira mobilização de todas
as forças planetárias nas esferas celestes. A Sua passagem pela
Terra seria o maior e o mais maravilhoso poema de todos os
tempos.
Num cenário paradoxal, o Cristo deixaria a inspiração do Seu
Verbo como fogo luminoso no coração da humanidade,
assombrando e maravilhando a todos desde o primeiro instante
de Seu nascimento.
No ano 28 da nossa Era, no dia 28 de janeiro, Jesus foi batizado
por João, nas margens do Jordão.
A partir desse momento mágico, como um fulgurante
relâmpago, tiveram início os três anos mais importantes da
História da humanidade, ficando gravado no bronze da
eternidade a mais misteriosa de todas as Mensagens.
Nunca, num tempo tão limitado, a Terra assistiu a
tantos milagres e mistérios de um modo tão intenso, tão
contínuo, tão hiperbólico e tão radical.
Com Sua palavra e exemplo, Ele impele o homem a
considerar-se em toda a sua nudez e em toda a sua
miséria, e a reconhecer que nada é. As críticas de Jesus,
qual de nós as não recebeu em pleno rosto? Tudo quanto
o Nazareno ensina contraria a tendência do homem em
se sujeitar às suas paixões. Nenhuma doutrina vai tão
longe na existência heróica da renúncia, do dever de
tomar a vida ao contrário do que é corrente.
É essa atitude de juiz, de reformador moral implacável,
com quem nenhuma concessão e nenhum acordo foi
possível, que está na origem do antagonismo contra o
Cristo, e que O levará ao alto do Gólgota.
A hora de Jesus se aproxima, a partir de
agora, vão precipitar-se os acontecimentos
que, cortando a Sua existência humana,
darão à Sua Mensagem a conclusão
necessária e fascinante.
Estes serão, pois, os derradeiros sete dias
de Jesus na Terra, quando Ele dirá os mais
diretos e mais contundentes de Seus
ensinos e advertências, produzindo em toda
a Jerusalém, impressão profunda, mudando
o curso da História e dando início a um
Novo Tempo.
02 de abril do ano 30
Domingo
Nesse domingo imaginamos uma
daquelas formosas manhãs de primavera
da Judéia, em que, na transparência
etérea dos cenários distantes, no ar vivo
que perpassa cheio de perfumes vegetais,
no gorjeio mil vezes repetido da
toutinegra, o espírito humano julga sentir
aí a própria presença da divina Graça.
Uma numerosa multidão encaminhou-se,
de madrugada, para a estrada de Betânia
com o objetivo de ouvir o Salvador. Não
se falava senão dos Seus milagres.
Jesus se dirigia para Jerusalém. A vereda seguia
pelo flanco leste do Monte das Oliveiras, para
atingir, depois de algumas voltas, uma espécie de
planalto do qual a cidade se avistava, magnífica.
Mais adiante, antes do desfiladeiro, ficava um
povoado. É nessa altura que Ele tem um gesto cujo
alcance não foi logo compreendido pela turba, mas
que nenhum dos Evangelistas deixou de sublinhar.
Chamando dois discípulos, ordenou-Lhes: “Ide ali,
àquela aldeia, que fica mesmo em frente. Logo à entrada,
encontrareis presa uma jumenta com uma cria; ninguém
ainda as cavalgou. Soltai-as. Se alguém vos perguntar
“Que estais a fazer? Qual a razão por que soltais esses
animais?”, respondei “O Senhor precisa deles”.
Imediatamente, vo-los deixarão trazer”.
Um jumento?
Sim, cumpria-se a profecia de Zacarias:
“Eis que chega o teu Rei, cheio de bondade,
montado num burro, num burrico, na cria de uma
burra” (IX, 9).
É, portanto, um sinal messiânico que Jesus
quer dar à Sua entrada em Jerusalém,
escolhendo aquela montada tão humilde: o
triunfo que a si mesmo prepara é o do Rei
anunciado pelos Profetas.
Espontaneamente, imensa multidão dispôsse em cortejo.
Alguns cortavam ramos para, com
eles, juncarem o caminho; outros
agitavam no ar enormes palmas.
Muitos deles estendiam os mantos na
passagem, e todos os discípulos,
transportados por uma alegria sem
limites, puseram-se a cantar, a plenos
pulmões, louvores a Deus:
Hosana
nas
Alturas!
Bendito
seja O que
vem em
nome do
Senhor!
Paz no
Céu e
glória
nas
Alturas!
Por toda parte se ouviam esses gritos de
Hosana!, exclamações de entusiasmo,
cânticos de alegria.
Cinco mulheres colocadas numa pequena
eminência dirigiam os seus olhos ansiosos
para o lugar por onde devia vir o Rei dos
reis. Uma daquelas mulheres trazia um
largo manto azul celeste, que a cobria
inteiramente. No seu formoso semblante
brilhava a felicidade, a satisfação, o êxtase.
Essa mulher era a Mãe amantíssima desse
Rei que Se aproximava.
Confundida com a multidão,
rodeada das Suas leais
companheiras, que não A
abandonaram nunca, queria
regozijar-se com a vitória d’Aquele
que havia trazido em Suas
entranhas. Felicidade passageira,
alegria momentânea, que em breve
deveria tornar-se dolorosa
amargura! Dor sem igual! Os Seus
olhos puros e radiantes como a
tênue luz da aurora iriam em breve
converter-se em fontes inesgotáveis
de pranto.
Nos últimos dias de março, a situação havia se tornado,
de repente, extremamente grave para Jesus. Com a Sua
presença em Jerusalém, aqueles que estavam presos às
suas velhas crenças e razões políticas foram
definitivamente dominados pela inquietação e pela cólera
incendiada pelos fariseus e seus asseclas. Odiavam n’Ele
simultaneamente o Profeta e o agitador, como O
chamavam. Realmente, é inegável que com Ele tudo e
todos eram tocados e agitados por uma Força Estranha. A
ressurreição de Lázaro, que havia convertido e atraído um
grande número de judeus, fôra a gota d’água para o início
da conspiração. Ora, como esconder diante deste milagre
espantoso o poder e a Verdade do Messias? Os fariseus
avisaram as autoridades do Templo, e os pontífices se
alarmaram. E então, inúmeras reuniões, sem caráter
oficial, foram feitas para deliberar sobre o caso. ©
Conta-se que tais encontros foram realizados numa
casa de campo de Caifaz, o Sumo Sacertode, para lá do
vale sinistro da Geena, o qual, ainda hoje, tem o nome
de Monte do Mau Conselho. Foram concílios realizados
na surdina, de forma clandestina, na calada da noite,
por uma meia dúzia de pobres diabos que
maquinavam o assassinato de Deus! E o caso de Jesus,
além das questões religiosas, iria começar a transitar
para o campo político e judicial. Bem sabiam os
escribas farisaicos por quais inconfessáveis razões
denunciavam Jesus aos poderes públicos; no entanto,
não desejavam se expor.
“Que havemos de fazer? Este homem opera muitos
milagres. Se o deixamos atuar, toda a gente acreditará n’Ele,
e os romanos virão destruir não só a nossa cidade mas
também a nação judaica”. ©
Assim consideravam os pontífices de Jerusalém, que,
exaltados, de tudo faziam para estabelecer pontos de
semelhança entre os vulgares agitadores de Jerusalém e
Jesus quando, na verdade, todos sabiam da abissal
diferença entre eles. No entanto, tinham todo o interesse
em estabelecer a confusão, e embora os fariseus se
calassem publicamente, manobravam às ocultas.
Pode-se imaginar a atrapalhação e a sinistra
movimentação das autoridades judaicas. A manobra
exigia muito cuidado, pois o povo adorava Jesus.
Enfim, tramava-se, discutia-se ainda quando o
“Agitador”, com audácia inacreditável, reapareceu em
Jerusalém, zombando com suprema autoridade dos
Escribas, Doutores, anciãos e sacerdotes, de todo o
sinédrio. ©
Os fariseus, que tinham espiões por toda parte,
foram logo prevenidos. Esperava-se que Jesus fosse
pela Páscoa a Jerusalém, mas contava-se que o
fizesse discretamente, como nas visitas anteriores.
E eis que, afinal, Ele aí estava a chegar como
triunfador, assumindo ostensivamente o papel
messiânico do Rei da glória. “Mestre – disseram-lhe,
furiosos – manda calar os Teus devotos! – Declaro-vos –
respondeu-lhes Jesus – que se eles se calarem, as próprias
pedras clamarão”.
Todos queriam testemunhar a passagem do
Redentor. Todos ansiavam tocar Suas vestes, porque
davam saúde ao corpo e êxtase ao espírito.
Um dos soldados romanos, embora pertencente à
classe dos indiferentes, não resiste e pergunta a uma
mulher: “Quem é este? Que fez este Homem para
que todos O adorem?”, ao quê sua interlocutora lhe
responde:
“Sua voz aplaca as tempestades, Seus pés caminham
por cima da superfície das águas sem que o Seu
corpo submirja, Suas mãos fazem ver aos cegos, e
quando diz ao paralítico “anda!” ele anda e
quando diz aos mortos: “Levanta-te” os mortos
levantam-se, e vivem como tu e eu.”
E então o soldado levantou-se sobre a ponta dos
pés para O ver passar, e sem saber como, exclamava
arrebatado como os outros:
– Hosana nas alturas!
Bendito Aquele que vem em nome do Senhor!
No alto da subida, nos flancos do Monte das Oliveiras,
Jesus parou. Tinha diante de Si a cidade, estendida a Seus
pés, e verdadeiramente majestosa.
Jerusalém era, então, bem mais suntuosa que hoje, mas já
era, como o é até hoje, uma cidade de pedra. Ali só o reino
mineral impõe a sua lei, e seu aspecto, segundo
Chateaubriand, “sugere monumentos confusos de um cemitério,
perdidos numa paisagem de deserto”. Mas naquele tempo,
como resplandecia essa milenária capital que Herodes, o
magnificente tirano, acabava de vestir com roupagens
completamente novas! O ouro escorria pela fachada do
Templo que Jesus tinha na frente de Seus olhos. A imensa
mole do Santuário exibia seus átrios, torres e cercas; a
célebre Antônia, caserna de guarnição romana, era um
quadrilátero impressionante: por toda parte avistavam-se
os suntuosos palácios dos poderosos sacerdotes e tetrarcas,
e, ao fundo, a Torre de David. ©
O povo reuniu-se em torno d’Ele e guardou
um profundo silêncio, porque Cristo tinha
indicado que ia falar, e as Suas palavras eram
um tesouro para todos. O solo estava juncado
de flores, palmas e murta; e o ambiente,
perfumado como um bosque encantado. O
silêncio foi tão universal que até as aves que
saltavam de ramo em ramo suspenderam os
seus gorjeios para ouvirem o Rei dos reis. Os
raios claros e brilhantes do sol caíam como
uma chuva de ouro sobre a formosa cabeça de
Jesus. Todos estremeceram. ©
Seus olhos lacrimosos ergueram-se ante o panorama da cidade,
e a perspectiva dos perigos futuros, vislumbrados no íntimo do
Seu Espírito, avolumaram em Seu ser um alarmante
pressentimento. Todas as Suas recordações estavam ali. Por que
havia de ser preciso que tudo aquilo terminasse num trágico beco
sem saída – e que a recusa e a cegueira tivessem de ser o resultado
de uma determinação da Providência? Um soluço subiu dentro
d’Ele. Com uma voz que chegou até aos últimos com a mesma
vibração com que chegava aos primeiros exclamou: “Ah! Jerusalém,
se ao menos neste dia, que te é oferecido, soubesses o que poderia trazer-te
a paz! Porém, agora, estas coisas estão escondidas dos teus olhos... Dias
hão de vir em que os inimigos te cercarão de trincheiras, e investirão
contra ti e te atacarão por todos os lados. Derrubar-te-ão, a ti e aos teus
filhos: em todo o teu âmbito não deixarão pedra sobre pedra, pois não
soubeste conhecer o tempo em que foste visitada!” ©
Estranhas e misteriosas palavras; na
ocasião, Jesus não as explicou.
Doloroso pranto corria pelos olhos dos
fiéis. As palavras do Messias haviam
confrangido os corações.
E Ele entra, enfim, na
cidade, pela Porta
Dourada. Eis que montado
num jerico, o Patriarca
Divino fazia por ali a Sua
solene entrada entre as
aclamações da multidão
que neste momento sentia
dentro de si a Revelação
do Salvador. Essa porta é a
mais próxima do Templo:
Jesus subiu até lá. ©
O espetáculo que viu foi precisamente igual àquele que,
dois anos antes, O havia indignado: fé e negócios
misturavam-se em promíscua combinação; pórticos
transformados em lojas de cambistas, átrios em campos de
feira, salas sagradas em mercearias. Uma dissonância
áspera, um rumor agudo, misturado com gritos de animais,
erguia-se daqueles santos lugares. A mesma indignação de
outrora excitou de novo o Messias, que, batendo para a
direita e para a esquerda, varreu o caminho na sua frente;
decididamente, a sua entrada na cidade não haveria de
passar despercebida!
Este ato de força deve ter-se tornado mais
impressionante pela presença, em volta de Jesus,
de todo aquele cortejo que O acompanhava. O
entusiasmo era patente. Vozes cristalinas de
crianças aclamavam o Messias.
Os fariseus, cada
vez mais
inquietos, diziam
uns para os
outros: “Bem vedes
que nada se ganha
em tergiversar:
todos correm para
Ele!”.
Jesus era,
definitivamente, o
Homem do dia.
Mas, no esplendor de toda aquela glória que revela
o Salvador no próprio coração de Jerusalém, naquele
instante em que o povo todo, reunido para a festa da
Páscoa, pronuncia e repete o Seu nome, Jesus não
perde, um só momento, a consciência do destino que
O espera e do qual Ele não se esquiva, não foge. Para
os discípulos que Lhe pedem que Se mostre aos
gregos que O chamavam com um interesse simpático,
o Messias responde: “Vai soar a hora em que qualquer
pessoa O verá glorificado!”
E como, possivelmente, tivesse lido no coração dos
presentes a impaciência, a sede ardente dos triunfos
temporais, repete, uma vez mais, qual será a
verdadeira condição da Sua glória: ©
“Sim, chegou a hora em que o Filho do Homem
deverá ser glorificado. Mas em verdade vos digo
que, se o grão de trigo caído na terra não morrer,
continuará sendo único; mas, se morrer, dará
muito fruto. Aquele que ama a vida, perdê-la-á; e o
que abomina a existência neste mundo, conservála-á para a vida eterna”.
Jesus mostra empenho em repetir quanto vai
Lhe custar essa nova humanidade. O mistério
da Redenção ergue-se-lhe, inexorável, na idéia.
Os seus discípulos ainda não compreenderam
que espécie de glória lhes está reservada; não
sabem o que significa, naquele estranho jogo
do perde-ganha, “abominar a existência neste
mundo”. Ele sabe-O, no entanto. E como é,
nesse momento, Homem, em face daquele
futuro tão próximo e tão negro, apodera-se
d’Ele uma perturbação terrível, mais ainda
pelo que representa tal futuro para a
humanidade do que em relação a Si próprio.
A turba ouviu o ruído misterioso.
Algumas pessoas supuseram que um
Anjo lhes havia falado.
“Não foi por amor de mim que Ele falou,
mas sim por amor de vós – continuou Jesus.
– Chegou a hora do Juízo: vai ser expulso o
Príncipe do Mundo. E quando o Filho do
Homem tiver sido arrebatado da Terra,
atrairá tudo para si!”
A profecia atroz não é compreendida.
“Mas a Lei diz que o Messias ficará
eternamente! Nesse caso, Ele não pode
anunciar que vai morrer.
Arrebatado?
Que quer Ele dizer?
O Filho do Homem?
Quem é Ele, afinal de contas?”
(João, XII, 29, 34).
Assim, aquele dia que começara na luz
esplendorosa de triunfal manhã, iria encerrar-se em
sombria inquietação. Chegou a noite. São já menos
numerosos os que cercam Jesus, que permanece
ainda num terraço do Templo que, pouco a pouco,
esvazia-se de fiéis. Que pensariam os Doze que
ficaram com o Mestre? Não era ainda nesse dia,
com certeza, que, amotinando o povo, obrigariam
Caifaz a sagrar Rei aquele Messias desconcertante!
Atrás d’Ele, tornaram a descer para a Porta
Dourada, e retomaram o caminho de Betânia. ©
Semana Santa
e a Luz
Entre as trevas
Amanhã
Se Deus quiser
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