CIDADES7 QUINTA-FEIRA, 15 DE OUTUBRO DE 2015 A GAZETA FACEBOOK/REPRODUÇÃO FATALIDADE Capixaba morre ao visitar Machu Picchu, no Peru Professora aposentada tinha 57 anos e sofreu um mal súbito, segundo familiares NATALIA BOURGUIGNON [email protected] Uma capixaba de 57 anos morreu na última segunda-feira enquanto visitava as ruínas da cidade de Machu Picchu, no Peru. A professora aposentada Maria de Fátima Cavati Castellan moravanazonaruraldeSão GabrieldaPalha,noNoroeste do Estado, e viajava em um grupo de excursão. “Ela fez a caminhada de subida até as ruínas e na descida se sentiu mal. Funcionários do parque tentaramsocorrer,fazeroatendimento, mas a morte foi súbita”, contou uma das filhas da vítima, Mara Castellan. SEM PROBLEMAS “Ela tinha ido para o Chile, onde a altitude era ainda maior que no Peru, e não sentiu nada” MARA CASTELLAN FILHA DA VÍTIMA Maria de Fátima viajava comduasirmãsnaexcursão. Segundoafilha,todostomaram as precauções necessárias para evitar os efeitos da altitude.“Elatinhaidoparao Chile, onde a altitude era ainda maior que no Peru e não sentiu nada. Ela não tinha problemas de saúde, foi uma fatalidade mesmo”. A família aguarda a liberação do corpo no Peru e a chegada ao Brasil, o que só deve acontecer na semana que vem. “O que está sendo mais difícil é não ter previsão certa de quando o corpo dela vai chegar aqui”. O corpo da professora já passou pelo IML da cidade de Cuzco, onde estão as irmãs dela e os outros membros da excursão, e foi liberado na terça-feira. Ontem, ela foi encaminhada para umafuneráriaemLimaeespera a documentação do consulado do Brasil no Peru parafazerotrasladoatéSão Gabriel da Palha. Desde que se aposentou, Fátima já tinha viajado para países como o Chile, Argentina e Paraguai. “Ela gostava muito de viajar. A gente até brincava que com a chegada dosnetoseladeveriadarum tempo”, lembra a filha. Maria de Fátima Cavati Castellan não tinha problemas de saúde, segundo a filha AR RAREFEITO “É PRECISO TER MUITO PREPARO PARA A VIAGEM” Eduardo A. de Castro Cardiologista Cardiologista no Hospital Metropolitano, Eduardo Alberto de Castro, afirma que a grande altitude da cidade de Machu Picchu pode ter causado a morte da professora. Qual o efeito da altitude no corpo? Em lugares de altitude, o ar tem menos oxigênio. Nesses locais, os órgãos vitais ficam menos oxigenados e cada esforço se torna mais desgastante. Caminhar por 2 Km em uma grande altitude requer o mesmo esforço que correr 10 km no nível do mar. Cerca de 20% das pessoas que passam mal com os efeitos da altitude sofrem esse mal súbito. O que ocorre com menos oxigenação? O mais comum é a pessoa sentir dor de cabeça, can- saço, tontura. No entanto, em pessoas que têm fatores de risco, podem acontecer derrames, paradas cardíacas ou edemas pulmonares. O corpo consegue se adaptar ao ar rarefeito em cerca de dois meses. Caso contrário tem que ter um condicionamento físico muito bom para enfrentar uma viagem dessa. Quem entra nesse grupo de risco? Pessoas com mais de 40 anos, fumantes, hipertensos, pessoas com colesterol alto...