VENTOS DO SUL Revista do Grupo de Poetas Livres www.poetaslivres.com.br Difundindo a Poesia e fazendo Amigos Uma Revista sem prazo de validade Ano XVI—nº 42—Janeiro a Julho de 2014 Distribuição Gratuita Antiga Casa de Câmara e Cadeia. Atual Palácio Dias Velho, Florianópolis, SC; prédio prestes a ser restaurado pela municipalidade (gestão Cesar Souza Junior). Foto site IPUF. (v. resumo histórico) Sumário: GRUPO DE POETAS LIVRES Capa / Casa de Câmara e Cadeia. Dados administrativos / 2 Oração do Poeta / 3 Hino dos Poetas Livres / 3 Editorial / 4 Canção aos Poetas / 5 Histórico da Casa da Câmara e Cadeia / 6 Colaborações de Associados e Amigos I– Osmarina / 7 Colaborações de Associados e Amigos II - J.I.Pilati / 8 Aos Poetas Mortos... Lindolf Bell / 9 Colaborações de Associados e Amigos III—Doumerval / 10 Obras em Destaque I—Julio de Queiroz e Doralice / 11 Obras em Destaque II—Antonio C.Pereira / 12 Homenagem do Grupo de Poetas Livres—Gildásio / 13 Um novo olhar I / 14 Sócios Correspondentes / 15 a 19 De braços abertos....Estamos! / 20 a 23 Um novo olhar II / 24 Poema a várias mãos / 25 Um novo olhar III / 26 As Cartas de Celestino (Prof.Celestino Sachet) / 27 Poetas sem fronteiras / 28 In Memoriam / 29 Promovendo...Poetas do Grupo / 30 a 38 Biblioteca Maria Vilma Nascimento Campos / 39 e 40 Aconteceu / 41 e 42 Aconteceu –Arquitetura de Florianópolis—Túnel do Tempo / 43 Contracapa / 44 Fundado em 13 de abril de 1998, por Maria Vilma Nascimento Campos e alguns abnegados. No ano de 2014 completa 16 anos de ininterruptas atividades. É uma entidade privada, sem vínculos partidários ou religiosos e sem fins econômicos. Seus Projetos, Concursos e Publicações dão-lhe notoriedade não só no Estado de Santa Catarina, bem como no Brasil e no exterior por onde a Revista Ventos do Sul viaja com as poesias de seus membros e de amigos. Reúne-se todas as 5as.feiras,a partir das 19.30 horas, na Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho(vide endereço no Expediente). Para participar, o poeta deverá ter disponibilidade de horário e ter produção em poesia. Possui estatuto e regimento interno. Possui a Oração do Poeta, Canção do Poeta, Hino dos Poetas Livres, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”, Bandeira e Troféu Garapuvu, todos instituídos por Portarias. Seus poetas ao representarem o Grupo em solenidades, são identificados por sua Medalha. Lei de Utilidade Pública Estadual n. 14.560, de 01.12.2008, proposta pelo deputado Júlio Garcia, assinada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira e Utilidade Pública Municipal n. 5.671, de 26.05.2000, proposta pelo vereador André Freyesleben, assinada pela prefeita Angela Amin. Embora possua as duas leis, não recebe subvenção social, sobrevivendo da colaboração de seus poetas. Possui membros Efetivos, Correspondentes e Beneméritos. ##### (*)A logomarca do GPL, na capa desta Revista, foi idealizada por Hiamir Polli, uma das fundadoras do Grupo. EXPEDIENTE: Revista Ventos do Sul Organização e Editoração: Profa. Maura Soares Revisão: Eloah Westphalen Naschenweng Sede:Biblioteca Pública Municipal Prof.Francisco Barreiros Filho, rua João Evangelista da Costa 1160,Estreito. Fone (48) 3271 7914 *** Caros associados, mantenham em dia suas colaborações; só assim o GPL poderá continuar sua trajetória, que é difundir a poesia e fazer amigos. CORRESPONDÊNCIA: Profª Maura Soares Avenida Patrício Caldeira de Andrada,581 apto 306 – Abraão - Residencial Victória Florianópolis,SC Cep 88085-150 Fone (48) 3249 6082 [email protected] Veja histórico da CASA DA CÂMARA E CADEIA, em outra página desta Revista. 2 Hino dos Poetas Livres Oração do Poeta (*) A E7 /. Faz bem sonhar A Poetar é bom F#m E A No GPL tenho união, amor e paz./. (estribilho) C#7 F#m Com a rima penso a vida EA Com o metro ajudo a fala F#m Bm Nos versos livres meu coração EA Vai ao teu e diz assim: DA Poetas Livres, meu grupo amado F#m Bm Que me transporta e me aconchega EA Com ternura noite e dia. F#m Bm Nas linhas do “Ventos do Sul” EA Meus escritos dizem paz Bm E A Dá-me, Senhor, as palavras certas para que eu possa expressar o amor pela vida e pela humanidade. Dá-me inspiração para mostrar que somos todos irmãos. Aponta-me, Senhor, o caminho da compreensão do mundo. Permite-me apresentar as belezas da vida,as dores do mundo, as injustiças sociais e exprimir o que me vai na alma. Autoriza-me a falar as verdades do coração. Abençoa, Senhor, minhas palavras para que possam atingir aqueles que amam a vida e a Arte. Faz com que todos sintam, por meu intermédio, que só o Amor maior pode revolucionar o mundo E que esta revolução de Paz Venha por meio da Poesia. Zeula Soares (julho de 2009) (*) Autoria de Zeula Soares, do GPL. Instituída através da Portaria 02/2009, assinada pela Vice-presidente Heralda Victor, em 7 de Agosto de 2009. Voando em rumo do saber que o amor traz. Bm E A Dizendo ao mundo a oração da poesia. (*) Hino Oficial do Grupo, letra e música de José Cacildo Silva. Instituído por Portaria n. 3/2009, de 4 de setembro de 2009, assinada pela vicepresidente Heralda Victor. Zeula Soares Registro: Em 10 de abril de 2014, foi eleita a diretoria do GPL, biênio 2014-2016, tendo como presidente Eloah Westphalen Naschenweng, cuja posse deuse dia 24 de abril. A Revista Ventos do Sul congratula-se com a nova Diretoria, desejando uma gestão tranquila e com muitos projetos desenvolvidos. A nominata da nova diretoria encontra-se na contracapa desta edição. 3 Cacildo Silva Poeta, não é somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso. Cora Coralina Editorial Fala da Presidente do GPL Eloah Westphalen Naschenweng Biênio 2014—2016 Agradeço aos amigos aqui presentes que vieram compartilhar este momento de festa e de posse. Substituir a Maura é um grande desafio. Sua dedicação total ao longo de 13 anos frente ao Grupo de Poetas Livres a tornaram digna de qualquer comparação. Portanto, o que assumimos nesta noite é um legado construído cotidianamente na última década, com muito amor, abnegação e generosidade. Sabemos nós, a diretoria empossada, que estamos diante de um tempo e de um contexto de imensos, antigos e novos desafios, mas são estes sentimentos de vontade e ousadia que hão de renovar, aquecer, fortalecer e florescer as atitudes que farão nossos sonhos coletivos, reais. É a magia da poesia que nos une e nos fortalece. Poeta é aquele que deixa janelas e portas abertas para o improvável, mistura beleza, pesca estrelas, corre com as nuvens, planta flores na beira do caminho, bordas versos, afasta sombras, correntes de ar e turbilhões de vento. Faz uma mistura de cores e dores, e coloca todo universo em uma palheta. Em estado de graça partilha doces sensações e músicas interiores que assobiam sinfonias inéditas, para que o tempo o leve no rodopio de uma dança inesquecível. Poeta é versos, delírio, esperança, suavidade, nostalgia e sentimentos. O Grupo de poetas Livres é esse encontro de amantes das palavras comprometidos com os sentimentos e com a emoção formando uma comunidade de amigos que amam e lavram como carícias palavras e sonhos dando a vida o brilho merecido. Nossa missão é persistir, é divulgar é compartilhar, é tirar a poesia do espaço secundário que vem ocupando na literatura e leva-la para o lugar que lhe é devido. Este é o nosso sentimento e a nossa disposição para desenvolver um ótimo trabalho, amparados e apoiados por todos os membros do Grupo que são a nossa maior fonte de energia Peço a Deus que ilumine as nossas mentes e os nossos corações para que, com fé e sabedoria, possamos transformar em ações e realidade, o que planejarmos. Como diz o poeta: Enquanto houver um louco, um poeta e um amante Haverá sonho, amor e fantasia. E enquanto houver sonho, amor e fantasia Haverá a esperança. (William Shakespeare) Forte abraço ! Eloah Westphalen Naschenweng President do GPL [Na posse da Diretoria dia 24.4.2014, Auditório Abelardo Sousa da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho] 4 CANÇÃO AOS POETAS Música: Adair lima Letra: Áurea Baldissera G C Brilha uma estrela G Antes do sol se pôr C A “Canção aos Poetas”, composta pelo Maestro Adair Lima com letra da associada e 1a.Tesoureira do GPL, Áurea de Mello Baldissera, foi apresentada em primeira mão dia 24 de abril de 2014, quando das comemorações dos16 anos de atividades do Grupo; posse da Diretoria Biênio 2014-2016 e palestra da jornalista Yula Jorge sobre a vida e a obra da poeta goiana, Cora Coralina. A Canção aos Poetas incorpora-se ao acervo do Grupo e aos seus símbolos, a saber: Oração do Poeta, Hino dos Poetas Livres, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”, Bandeira e Troféu Garapuvu. O agradecimento de toda nação GPL aos compositores. G Vida presente D/F# G Um pensador G C Prantos contidos G Juras de eterno amor C Adair Lima G Um sol nascente D/F# G CDG Supera a dor G É assim que vivemos C G Sem medo de sonhar C G Livres podemos D/F# G Áurea de Mello Baldissera Poetizar 5 CASA DA CÂMARA E CADEIA - Palácio Dias Velho— A nossa Capa traz a antiga sede da Câmara Municipal de Florianópolis. Numas pinceladas, extraímos trechos da obra da Profª Historiadora Sara Regina Poyares dos Reis, A Casa da Câmara e Cadeia da Antiga Vila de Nossa Senhora do Desterro—Síntese Histórica, Papa-Livro,2008. Igualmente transcrevemos artigo da jornalista Aline Torres. [Maquete mostra como ficará o projeto histórico após revitalização, com novas cores e uma cobertura reforçada.] (Publicada no Jornal Noticias do Dia, em artigo de Aline Torres) “Foi na época da vinda, para a Ilha de Santa Catarina, dos colonizadores açorianos e madeirenses, que teve início a preocupação com a fixação dos mesmos à nova terra e a sua acomodação em diversos pontos da Ilha. Para evitar uma ocupação desacerbada, o Rei de Portugal,D.João V, assinou, a 9 de agosto de 1747, uma Provisão Régia que teria por finalidade baixar medidas básicas para a organização dos núcleos e sua urbanização. A Vila de Nossa Senhora do Desterro, a partir daí, começou a definir um centro urbano nos moldes portugueses, onde estariam localizados os três principais edifícios: a Igreja, a Casa do Governo e a Casa da Câmara e Cadeia. (...) Conforme as Posturas e as Ordenações portuguesas, nessa praça, nunca uma ao lado da outra, mas sim em lados opostos. Esse sistema se nota em todas as vilas portuguesas. A arquitetura dos núcleos urbanos coloniais teve sempre a mão do escravo, que era a força bruta indispensável nessas lides, daí porque nem sempre possuiu um bom nível tecnológico. Certo é que, normalmente, a orientação das obras estava nas mãos de engenheiros do governo (quase sempre militares), mas a mão-de-obra era essencialmente escrava. As técnicas construtivas eram primitivas,usando a matéria prima local e, em alguns casos, com cantaria importada de Portugal, como por exemplo , a pedra de lioz e azulejos para revestimento das paredes, ainda não produzidos no Brasil no século XVIII. Usavam-se, na confecção das paredes,os sistemas de pau-a-pique, adobe ou taipa de pilão, além de pedra, barro e tijolo, essas em construções mais ricas. Nesse último caso, a argamassa era feita com oleato de cálcio (óleo de baleia), o que dava uma incrível solidez à parede. A simplicidade tecnológica advinda da ausência de aperfeiçoamento era suplantada pela abundância de mão-de-obra representada pelo braço escravo. (...) A velha praça central da Vila, depois Cidade do Desterro (ao passar de Vila para Cidade, foi cortado o “Nossa Senhora” do nome), no então chamado Largo da Matriz, foram construídos, no velho urbanismo português, os principais edifícios: a Matriz no ponto mais alto, a Casa do Governo e a Casa da Câmara e Cadeia, todos os edifícios que ainda aí estão,embora bastante alterados pelo passar dos séculos. O primeiro local onde funcionou a Câmara e Cadeia da Vila não era uma, mas várias casinhas geminadas existentes no mesmo local onde, posteriormente, foi construído o definitivo edifício, na esquina daquela que seria, mais tarde, chamada Rua da Cadeia. Eram cinco pequenas construções que iam até próximo da praia, propriedade de Antonio de Oliveira Bastos, capitão de um pequeno contingente militar que havia sido transferido para a Ilha em 1737. Primeiro alugadas, as casinhas foram depois compradas pela Câmara.” (opus cit. págs. 11 e 12) Durante anos funcionou assim até que “em 2 de fevereiro de 1771, foi decidida a construção do prédio da Câmara e Cadeia da Vila de Nossa Senhora do Desterro, o mesmo prédio que ainda hoje se mantém na Praça XV de Novembro.”(p.19) Durou nove anos a construção e foi inaugurado em 29 de dezembro de 1780. Funcionou como Assembleia Provincial no século XIX.” ***************************** Casa de Câmara e Cadeia, em Florianópolis, será restaurada pela quarta vez nos seus 242 anos. Desde que foi edificada em 1771, a Casa de Câmara e Cadeia, em Florianópolis, construída por João Tavares Fernandes, foi restaurada três vezes: na década de 20, com ornamentação rebuscada por platibandas; na década de 40, quando os balaústres foram retirados; e em 1992, quando o casario colonial ganhou ares ecléticos com um quê de barroco. Nada mais. Agora o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), libera recursos, R$ 4, 5 milhões, para a quinta revitalização do prédio, à mercê por seis anos da negligência do poder público. A parceria foi firmada com o prefeito Cesar Souza Junior, que dará uma contrapartida de 20% para as obras, e mais R$ 2,5 milhões para a construção de um museu hi-tech, com uma proposta interativa. O projeto ainda será licitado. Também será construído ao lado do casario do século 18 um complexo que abrigará a sede administrativa, banheiros e cafeteria. A Casa foi tombada como patrimônio histórico em 1984 e perdeu sua função prática em 2005, quando a Câmara mudou de sede. Após dois anos foi interditada pelo Ministério Público, que alarmou sobre a depredação do prédio de 865,9 metros quadrados, e permaneceu abandonada durante toda gestão de Dario Berger, servindo, inclusive, como abrigo para usuários de crack, que dormiam sobre as escavações arqueológicas. Não é a toa que o casario foi escolhido como o primeiro museu a desvelar a memória de Florianópolis. A vida em Desterro girava em torno de cinco elementos arquitetônicos. A Igreja Matriz. O Largo. A Casa do Governador. O Forte Santa Bárbara. E a Casa de Câmara e Cadeia: no térreo, cárcere para assassinos, ladrões e agitadores; no pavimento superior, palco das principais decisões do Estado, por onde transitavam homens com poder econômico e político. As obras começarão pela cobertura, onde será instalada a passarela técnica de inspeção e janelas do sótão e seguirá pelas paredes, assoalho e pintura. Não há prazo para conclusão, mas com a verba federal garantida a licitação abre em setembro. (Artigo de Aline Torres, na íntegra, publicado no ND On-Line em 18 de julho de 2013) (Jornal Noticias do Dia , Florianópolis, SC) 6 Colaborações de Associados e Amigos Neste número teremos a nossa confreira da ADL-Academia Desterrense de Letras, Osmarina Maria de Souza, que tem muita história para contar. Com seu jeito alegre, nos conta uma das peripécias que fazia quando estudante. Com satisfação transcrevemos sua crônica “Tia Alice”. TIA ALICE Foi bom ter ido à Agência dos Correios comprar selos. Ao sair pela porta lateral, na Rua Victor Meirelles deparei com o elevador do prédio. Agora havia ali um pequeno balcão. Para que? Um balcão em frente à porta de um elevador! Seria ali agora o setor de protocolo? Pensando, entrei no túnel do tempo e fui sorrindo até 1944. Eram quatro jovens: Dora Luz, Dalva Botelho, Iraci Silveira e eu fugidas do Instituto de Educação ali perto, entre duas aulas, somente para uma subida rápida no elevador do Correio. Aquele elevador, agora desativado, que brincadeira gostosa, sadia. . O bom não era só o elevador, mas também a corrida que dávamos rindo por havermos blefado o funcionário da Escola. Ainda bem que conseguimos, dizia uma. Vamos ver amanhã, dizia outra, e ríamos. Muito cansadas, apertamos o botão e o ascensorista perguntou: - Onde vão? - Falar com tia Alice, respondeu de imediato a colega Dalva. Subimos. No entanto o funcionário que já estava cansado de nos ver diariamente ali, nos seguiu e segurando o braço da colega disse ameaçando-a: Aqui não tem tia Alice nenhuma. Saímos em desabalada carreira deixando a amiga em apuros. Chegamos ainda a tempo para segunda aula. Minutos depois, quando a professora fazendo a chamada disse "Dalva... na porta da sala de aula ouviu-se um ofegante "presente". Antonieta de Barros, muito calma, como era do seu feitio, fez a pergunta: - Onde estava? - Lá na frente, dona Antonieta, falando com tia Alice, e nos olhou significativamente entre o medo e a raiva. - Quer comprar agulhas, minha senhora?. Com esta pergunta é que saí do túnel do tempo, com um sorriso saudoso. Então lembrei que aquela foi a última vez que fomos passear o elevador do correio. E agora, aqui no meu canto fico a pensar: O Correio está no mesmo lugar, o Instituto agora é Faculdade Estadual e por onde andarão as colegas Dora, Dalva e Iraci? Será que tem subido muitos elevadores, já que agora existem muitos nesta cidade, e será que lembram de nossas peraltices de jovens do Instituo Estadual de Educação? NOTA: a título de curiosidade, havia na cidade somente dois elevadores, ambos iguais inclusive no tamanho, um na Agência dos Correios e o outro no Hotel La Porta (já desaparecido, na esquina em frente à farmácia Vitória. Osmarina Maria de Souza (Acadêmica da ASAJOL, ADL e ALBiguaçu) NOSTALGIA Caminhava distraído, chutando amores, ou quem sabe, decisão... Mas caminhava, abraçado ao violão e sutilmente dedilhava uma canção. E cantarolava, mas caminhava. Por testemunha a lua cheia cor de prata, que do alto o seguia. Mas caminhava, e tocava, e cantava. De onde vinha? Não sei. Mas caminhava e tocava na noite vadia cheia de nostalgia e de amor VAZIA. (Osmarina Maria de Souza) 7 Colaborações de Associados e Amigos JUCA RUIVO, um poeta de duas pátrias José Isaac Pilati (*) José Leal Filho, o bardo gaúcho e oestino que usava o pseudônimo de Juca Ruivo, é para mim o mais completo dos patronos. Guerreiro e revolucionário maragato, ajudou a construir – nas refregas – o imaginário da nação, em que nasci; engenheiro, construiu as pontes que conduziram meus antepassados, nas migrações desesperadas do Sul; colonizador, fundou a bela Maravilha, onde concluí a saga de nascer – para ser catarinense – ao desembarcar do colo materno; e poeta popular, é o autor do mapa telúrico do sentimento crioulo - na expressão de Luiz Lessa – numa poesia que me orienta os caminhos da alma, como espelho de aguada e Cruzeiro do Sul, nesse lado do Equador. Nascido em Quaraí, em 1902,em frente à cidade de Artigas, herdou dos pais José e Adolfina, e do avô José Joaquim, o que se herda num torrão conquistado a sangue, suor e atávica saudade: a tradição, a imensidade da alma, o portunhol, o sentimento de igualdade, a frugalidade dos sem-luxo e o destino gaúcho. Destino que é a continuação – com negros, índios e castelhanos – de ter sido um dia ibero, depois celtibero, em seguida mouro e após, maragato nos pampas do Sul, e finalmente catarinense do Oeste. Faleceu em 1972, em Porto Alegre, modesto e digno, apesar do poder, que nunca o corrompeu. Criado entre três pátrias e no caldeamento de raças, na lida do campo e no verbo missioneiro, cedo ouviu as primeiras rimas de um templo heroico, das balas de fuzil – com zunido do Minuano; viu a justiça pronta que exemplava os maulas; e teve no negro Malaquias um verdadeiro irmão, na chocadeira da morte. Malaquias morreu nos braços do amigo, na tomada da estação Quatiguá, e a mais triste das mensagens do jovem Leal, talvez, ficou escrita, com a ponta da faca, na cruz de madeira do negro fraterno. Mais tarde, diria em versos: Malaquias deu o cacho, num floreio em Quatiguá: ali sepultado está crucificado a balaços. Os poemas de Juca Ruivo logo passaram a circular de mão em mão, e iam sendo declamados por sua gente, que via neles a expressão do sentimento coletivo: o documentário de um povo vitorioso, oprimido pelo progresso. Ando tropeando lembranças pra negociar nas balanças da Churrasqueada da Ilusão... Contratado pela Companhia Territorial Sul-Brasil, em fins de 1949,vem para Palmitos, no Oeste catarinense, com a esposa Alaíde, na época exata em que se fundava Maravilha. Distante das rodas literárias, ninguém sabia que fora parceiro de Mario Quintana, e que era festejado no mundo dos literatos, em todo o Rio Grande. Projetou vilas, abriu caminhos, batizou lugares, enquanto, longe, Juca Ruivo— o heterônomo — espoucava nas antologias, Luzia nas páginas literárias, inspirava Jayme Castelo Braun e toda uma geração de novos poetas; e na República Oriental do Uruguai, informa seu biógrafo José Alberto Barbosa,seus versos estavam transcritos em praça pública, desde 1928. Naqueles ermos catarinenses, tendo às mãos o poder sobre dezenas de municípios de hoje, tratava a todos com a mesma fidalguia e simplicidade, naquele jeito gaúcho, que o oestino encarna muito bem. Seus raros momentos de degustação cultural são no escritório de Advocacia de Paschoal Apóstolo Pítsica, então presidente da Academia Catarinense de Letras, como pude testemunhar em 1969. Em 1957, sai a primeira edição dos seus versos em Tradição,por iniciativa do C.T.G. Minuano, de Iraí, prefaciada por Nogueira Leiria. Em 1968, os maravilhenses, que já tinham dado nome civil ao estádio local, fundam o C.T.G. Juca Ruivo que em 1985 promove a reedição de sua obra, com prefácio e biografia de José Alberto Barbosa. Sua poesia é tradicionalista, mas revela traços modernistas e uma forma muito própria, personalíssima, de rimas e melodias. Nela estão a paisagem e a lida campeiras; os personagens típicos, os costumes, os valores, a influência missioneira, charrua e castelhana. Seu vocabulário é castiçado de espanhol e o seu ritmo é ode tapejara errante e teatino, degustando travessia. Seu poema parece, às vezes, um chiripá de índio solitário e triste, sob a chuva torrencial de banalidades desse mundo de consumo, de modismos e aculturação. A cordeona, a milonga, o churrasco, o tostado e o chimarrão são os companheiros inseparáveis da sua altivez intuitiva, que veio das tabas, dos desertos africanos, da Maragateria moura e da alma castelhana, que encarna no verso e habita entre nós. Atrás da sua poesia está o intelectual deserdado da estância do seu tempo, o exilado que sabe das coisas; enfim, o engenheiro de bota, bombacha e pingo por perto. Colonizado por gaúchos, o Oeste catarinense tem os mesmos traços dessa atávica saudade dos desertos berberes, da Espanha moura,da saga maragata, e mais saudade do Rio Grande, antes de curada a saudade da Alemanha e da Itália. Por isso, Alá vela pelo Oeste e Juca Ruivo é seu poeta. Tavico (...) Se foi Tavico da crioula estância, pr´aquela imensa onde Aureliano mora, chegando ao laço de imprevistos rumos, das caminhadas, grandes, sem repouso. Adeus comparsa de gaúchas lidas, parceiro invicto de carreiras grandes! Guarda-me um canto no teu rancho etéreo, onde possamos chimarrear, de mano, pois qualquer dia estarei contigo. (*)Trecho do Discurso de posse do Prof.Dr.Poeta José Isaac Pilati, na cadeira 23, da Academia Desterrense de Letras, em 2000, cujo patrono é José Leal Filho – o Juca Ruivo. (**)”Tavico”, último poema, foi declamado por Juca Ruivo a José Alberto Barbosa, em Porto União,SC,em 12 de abril de 1972, menos de um mês antes da morte do próprio Ruivo. Barbosa passou os versos para o papel, datilografando no ato; e o poeta, ao ensejo da tarefa, que assinou, enfatizava que, com Tavico de parceiro, nunca havia perdido uma carreira. (Tavico—apelido de João Octávio Nogueira Leiria) (***)In: Juca Ruivo Tradição, José Isaac Pilati, José Alberto Barbosa e João Batista Marçal. Florianópolis, Fundação Boiteux, 2004. 8 Aos Poetas Mortos...Fontes de muitas Inspirações LINDOLF BELL Lindolf Bell nasceu em Timbó, município de Santa Catarina, em 2 de novembro de 1938. Faleceu em 10 de dezembro de 1998. Formado pela Escola de Arte Dramática de São Paulo, seu gosto pela poesia veio dos pais, Theodoro e Amália Bell, uma fonte improvável, uma vez que ambos eram lavradores. Essa influência foi definitiva na carreira de Bell, encontrando-se enraizada na vida e nas obras do poeta. Lindolf foi líder do Movimento Catequese Poética, uma iniciativa que levava a poesia às ruas por meio de recitais e de cantorias que fazia na janela de sua amada, permitindo que milhares de pessoas conhecessem essa forma de arte. (Wikipédia) O Jornal Notícias do Dia, Florianópolis, 22 e 23 de fevereiro de 2014,publica excelente matéria sobre o poeta que revolucionou a poesia com seu projeto Catequese Poética. Extraímos trechos da citada matéria assinada por Edinara Kley. “Há 50 anos, enquanto o Brasil sofria os efeitos do golpe militar de 1964, Lindolf criava em São Paulo a Catequese Poética, movimento que mudaria para sempre a ideia da arte em público no país. Com livros debaixo do braço e bolsos munidos de poesia, foi às ruas disparar a palavra cantada em versos em todas as direções. Enquanto na política brasileira o regime era ditador, na poética se vivia plena e intensamente a democracia. Bell nasceu para colocar poema e poeta em seu devido lugar. Em todos os lugares. “Poema é delírio organizado precariamente e seu lugar é onde possa desorganizar, onde possa inaugurar”, dizia sobre o objeto. Ao mesmo tempo acreditava que o ambiente do sujeito era qualquer onde pudesse estabelecer diálogo, dúvida, reflexão, rompimento, aurora. Com essa certeza, levou a poesia— até então retida em livros e cadernos—a locais prováveis e improváveis. Visitou teatros, escolas e faculdades. Declamou em boates, estádios de futebol e viadutos. Encantou plateias eruditas e populares. (...) “Nos anos 60 havia uma forte tendência do poeta que caminha em direção ao povo. Toda essa geração tinha em mente essa quebra de paradigmas. Outros fizeram um trabalho não tão sistemático, só que o Bell na época tinha disponibilidade de peitar isso e levou nós todos a participar desse movimento”, declara Rubens Jardim, um dos poucos remanescentes a continuar catequizando. Para o poeta, a utilização do espaço público pelas artes é a herança cultural do movimento. “Bell abriu as portas das praças para os recitais, para as apresentações de orquestras, para artistas plásticos e artesãos.Depois dele, todo mundo,de alguma forma, passou a usar isso para manifestar e consumir arte. Esse foi seu grande legado”, reitera o amigo (Rubens), que usa o computador para fazer a “Catequese Poética Eletrônica”. Os efeitos dessa chama cultural acesa em 1964 se propagou até a década de 1970. (...) Poesia no corpo—A urgência de Bell em integrar a poesia no cotidiano dos brasileiros resultou na apresentação do poema em suportes nunca antes utilizados. A leitura poética e as experiências com objetos, roupas, dança e música ultrapassaram fronteiras continentais e em 1969 as instalações poéticas do movimento foram expostas no Museu de Arte Moderna de Chicago e na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Entre todos os meios utilizados para comunicar poesia, o “corpoema” (poesia no corpo), criado na década de 70, foi o mais inovador e bem sucedido. Fragmentos de poesias eram serigrafados em peças de roupa e seu alcance se multiplicava imediatamente. “O corpo torna-se, assim, parte integrante do poema, como este será integrante da paisagem diária”.(Lindolf Bell) *** Sobre Lindolf Bell,assim declara a vice-presidente do Grupo de Poetas Livres, Profª Maura Soares: Na década de 70-80 estava trabalhando no Conselho Estadual de Cultura e exercia a função de Secretária das Câmaras. Todos os processos passavam por minhas mãos e cada conselheiro nomeado pelo presidente—dentro de sua área—dava seu parecer. Nessa época Lindolf era Conselheiro e vinha todas as quartas-feiras a Florianópolis participar das reuniões. Conversávamos muito, pois ele chegava cedo vindo de ônibus de Blumenau. Conversa vai, conversa vem, disse-lhe ao me perguntar, que eu escrevia alguma coisa e não sabia se eram contos ou crônicas. Pedia para ler. Nervosa, ficava à espera do que iria dizer. Ele: deste texto gostei. Vou levar. E para minha surpresa, tive uns 3 textos publicados no Jornal de Santa Catarina. Até hoje não entendi porque ele não quis levar um texto sobre segregação racial. Pediu-me para “enxugar” o texto. Disselhe que sim, mas quando cheguei em casa e comecei a mexer, vi que não poderia tirar nenhuma frase. Este texto não foi publicado por ele. Somente agora no século 21, na Revista História Catarina , ano IV, nº 19,maio 2010, Editora Leão Baio, Lages,SC, é que o artigo foi publicado, com fotos de James Baldwin(escritor americano que defendia a igualdade racial); Cruz e Sousa, a atriz Ruth de Souza, o ator Antonio Pitanga e filhos Camila e Rocco. Devo a Bell o gosto para publicar meus escritos, esparsos em revistas como a Sul e A Verdade. Incentivava-me sempre, e continuei a escrever e à época também estava escrevendo para teatro infantil, e já contabilizo 15 peças encenadas pelo Grupo Independente. No seu livro As Annamárias, poesia, 2a.edição 1979, com ilustrações de sua esposa e artista plástica Elke Hering Bell, Lindolf fez para mim a seguinte dedicatória: “À Maura, esta palavra lavrada de chegar e achega, o abraço amigo...Bell”. Desta obra que extraio : I Sol meu, levanta sob as pálpebras fechadas, sob a retina debaixo da memória dos dias, quando decifrávamos a pressa dos temporais em teu jardim parado e temporal. Amada, que tempo nos teve, que tempo nos houve, que tempo deteve aquelas águas que nos alagaram no largo amado de nosso tempo amado, atado e desatado, com as palavras que explodem e retinem dentro do vácuo mais aberto que a duração de um dia, onde gritar é fender o ar da ausência. Embarcamos na noite. E tudo é tão vago. E tudo é tão tenso. E o fogo de dentro, escuro e denso, queima e nos queima e queima, e eu recolho as cinzas deste deslumbramento e te aguardo com a lenha de meu sangue e o sangue de meus dias para sempre — para sempre sangue de meus dias. *** 9 COLABORAÇÕES DE ASSOCIADOS E AMIGOS O PERDÃO Doumerval Tavares Fontes (*) Não há coisa melhor em nossas vidas do que o perdão. Quantas vezes ficamos muito felizes ao nos aproximarmos de um amigo. Em geral o ser humano é melindroso, por uma palavra mal empregada, ou por expressão do nosso pensamento, a pessoa se afasta sem nos darmos conta da razão. A convivência entre seres humanos não é fácil, mas à medida que vamos solidificando,acabamos tendo a possibilidade de conhecê-la melhor, assim se torna menos frágil, pois uma passa a tolerar mais a fraqueza do outro. O perdão é mola mestra da sociabilidade, que nos eleva ao Criador. Às vezes ficamos esperando que a outra pessoa venha pedir desculpa, mas o tempo passa e ela não vem. Nada impede de a procurarmos, por isso que a busca do perdão é sensacional e divina. Não custa lembrar o que disse o Criador sobre o perdão, nos levando praticamente a uma multiplicação infinita das vezes que temos que exercê-la perante nosso semelhante. FELICIDADE Por que tanta pressa? Vai salvar o mundo? Salve este momento vivendo-o com o amor ao próximo e a si mesmo. Seja mensageiro da luz, distribuindo flores em vez de espinhos. Pense em algo diferente, surpreendente que você possa fazer para melhorar o ambiente do seu lar, do local onde vive ou no trabalho. Coloque sua mesa perto da janela, para ser beijado pelo Sol enquanto você trabalha. Isso é amor a você mesmo. Já pensou em levar flores para sua casa e as colocar na sala, perfumando o ambiente, alegrando a todos? Isso é amor ao próximo. Um e outro nos dão felicidade. A felicidade desde agora, não mais tarde, amanhã um dia qualquer. A felicidade de nos sentir e fazer os outros felizes. Tente também desinteressadamente praticar esses atos. Dá certo e a recompensa é doce. (*)Amigo do GPL, Doumerval é poeta e escritor e reside em São Vicente, SP. Suas mensagens são de esperança e harmonia. Santo Antonio de Lisboa. Foto: Maura. 10 OBRAS EM DESTAQUE Amor e Morte: Os dançarinos da vida, contos, de Júlio de Queiroz, associado correspondente do Grupo de Poetas Livres, editada pela Edifurb-Editora da Furb,Blumenau,2013. A obra é dividida em 3 contos: Águas de Siloé; Tão forte quanto a morte e Plenitude. Júlio Dias de Queiroz nasceu em Alegre, Espírito Santo, em Fevereiro de 1926 e, após estudos iniciais, realizados nas cidades do Rio de Janeiro e Porto Alegre, diplomou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica (RS,1953). Aperfeiçoou seus conhecimentos em universidades alemães (Bonn e Munique), como bolsista da Fundação Alexander von Humboldt (1954-1958). Em 1958 voltou ao Brasil. A partir de 1959 radicou-se na futura capital do País onde prestou serviços à Presidência da NOVACAP. Muitas foram suas atribuições, as quais desenvolveu com extrema capacidade. Em Londres (1968), como bolsista do Conselho Britânico, fez curso sobre o treinamento de servidores públicos no Real Instituto de Administração Pública. Convidado, radicou-se em Florianópolis,SC, onde como assessor, elaborou textos oficiais a partir do Governador Colombo Machado Salles, (1971/1975) e Governadores e Secretários de Estado(1975/1992). Aqui dedicou-se também ao jornalismo e devido a sua produção, ingressou na Academia Catarinense de Letras, onde ocupa a Cadeira n.10. É membro da Academia Sul Brasileira de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, da Academia Catarinense de Filosofia. Possui 25 obras publicadas e tem participação em 12 Antologias. A partir de seu ingresso como associado correspondente do Grupo de Poetas Livres, suas poesias são publicadas na Revista Ventos do Sul e está nas V, VI e VII Antologias do GPL (2008, 2010, 2013, respectivamente). O GPL encenou,de sua autoria, o poema “Balada dos Já-com-Terra”. AMOR E MORTE. Na contracapa da obra está o seguinte texto: Viver é um trajeto que o amor e a morte percorrem muitas vezes, dançando entrelaçados. Nessas caminhadas renovadas, cada um dos dois vê o modo diferente a paisagem, que é a mesma. Depois de muitas idas e vindas, o amor e a morte compreendem por que são dois separados e, também, que apenas um pode se tornar eternidade. Então acontece o milagre: com a compreensão, amor e morte se transformam numa essência só. Seu nome é plenitude. ***************************** Doralice Rosa de Souza Silva lançou, em 5 de junho de 2014, sua terceira obra, Colcha de Retalhos. A nossa Doíca nasceu em 17 de outubro de 1930 no Sertão de Imaruim, em São José. Faz parte do Grupo de Poetas Livres, onde participa de todos os seus projetos,tendo apresentado a biografia de Cora Coralina, dentro do Projeto “O Escritor e sua obra”. Autora de Casa de Barro:poesias para corações simples; e Castelo de Pedras: poesia e prosa. No presente livro,retoma temáticas presentes nas obras anteriores, como a religiosidade, a saudade da infância, o fazer poético e o enlevo perante a natureza. A orelha do livro é assinada por Zeula Soares(*) e diz o seguinte: O novo livro de Doralice, a nossa Doíca do Grupo de Poetas Livres, tem o interessante título de Colcha de Retalhos. Ele sugere lembranças que se vão colando umas às outras, criando uma atmosfera de saudade do que já passou e experiências vividas no dia a dia, presentes em sua memória. Como uma colcha de retalhos que se costura pedaço a pedaço, assim Doralice expõe seus sentimentos, tece seus poemas e sua prosa, tudo impregnado com a saudade da infância, sempre presente em sua vida adulta, e com a alegria e a felicidade que esbanja em suas atitudes. O amor à família, a fé em Deus, a flagrante interação com a natureza, demonstrados em seus poemas, retratam uma mulher que se preocupa com o ser humano sem perder o interesse pela vida que a cerca. O rio, a chuva, o sol, a lua, os fenômenos da natureza,são retratados pela autora com versos singelos, expressando sentimentos puros e verdadeiros. Em “Colcha de Retalhos”, Doralice falado cotidiano, de sua vida,de suas experiências, de sua família, com o otimismo que demonstra sempre, como prova com o poema “Nunca é Tarde”. Também na prosa a narrativa flui com simplicidade, dando-nos a sensação de que está falando pessoalmente. E nota-se, mesmo na prosa, que a linha que costura sua Colcha de Retalhos tem a marca Saudade. (*) Membro do Grupo de Poetas Livres e do Grupo Armação e autora da Oração do Poeta, Oração Oficial do Grupo de Poetas Livres. 11 OBRAS EM DESTAQUE Antônio Carlos Pereira lança seu segundo romance: O vizinho — Crime sem castigo. Membro do Grupo de Poetas Livres, participa do grupo de leitores “Livros e Litros”, Palhoça. Nasceu em 1956, em Florianópolis, SC. Formado em Letras pela UFSC, fez também Administração pela ESAG, sênior. É professor de Português da rede pública estadual, atualmente licenciado. Autor de “O mistério do Cisne Negro”. SINOPSE DA OBRA A família de Tito se muda para uma pequena casa na localidade de Capoeiras, uma vez que seu pai está desempregado e precisa cortar gastos. Sozinho e chateado, o jovem lamenta a súbita separação dos antigos companheiros. No novo bairro conhece um vizinho, de quem logo se torna amigo e confidente. O idoso, um homem inteligente e sensível, aos poucos vai ganhando a confiança do rapaz e, com isso, uma verdadeira amizade se forma, isso foi o suficiente para que o garoto se integrasse à comunidade. Entra para uma ONG, que trabalha com ações ligadas à sustentabilidade e à proteção de animais. Não demora muito se interessa pela líder da entidade, uma bela garota e faz de tudo para conquistá-la. Militando na ONG, é convidado a investigar um mistério sobre o sumiço de animais, principalmente gatos na comunidade. Sua missão: atualizar o cadastro de animais sumidos e, se possível, encontrar pistas que identifiquem o responsável. Enquanto investiga, vai se deparando com mistérios que rondam a vida dos moradores e constata que alguns são capazes de qualquer coisa, inclusive de cometerem crimes, para não terem seu passado remexido e revelado. Ninguém é rico o suficiente para apagar o próprio passado. Oscar Wilde CONSIDERAÇÕES SOBRE “O VIZINHO – CRIME SEM CASTIGO”, DE ANTONIO CARLOS PEREIRA Há, no acervo de filmes hollywoodianos, diversas películas que tratam de vizinhos misteriosos. A trama bem urdida nos leva a desfechos mirabolantes que deixa o espectador, nas mais das vezes, assustado e incrédulo quanto a existência desses personagens de aparência dócil, mas que trazem em seu íntimo fatos de sua passagem nebulosa pelo planeta. Assim como nos filmes de Hollywood, o leitor vai encontrar no livro O vizinho – crime sem castigo, do poeta e associado do Grupo de Poetas Livres, Antônio Carlos Pereira, um pouco de tudo: romance, amizade, família e uma trama com final surpreendente. Livro agradável de ler com o leitor/a avidamente ansiando na revelação do que o personagem-narrador Tito conseguiria descobrir quanto ao misterioso desaparecimento dos gatos das famílias residentes na região de Capoeiras, parte continental de Florianópolis. Amigo velho ou velho amigo, o militar Inácio – o vizinho - revela-se a Tito um homem de grande sabedoria. Resta ao leitor saber até que ponto tudo é sincero e verdadeiro. O livro O vizinho – crime sem castigo, para quem tem o hábito na leitura de romances e com currículo em obras de Agatha Christie ou mesmo quem não tem, irá se deliciar com a trama urdida por Antônio Carlos Pereira, neste seu segundo romance bem ao gosto do público, ávido por novidades na literatura catarinense. Recomendo a leitura. Florianópolis, 16 de março de 2014 Profª Maura Soares Arthur, descansa depois de um dia sem nada por fazer. Nem desconfia do matador de gatos. Mas este está a salvo, pois o matador é só um personagem da obra de Antônio Carlos Pereira. Foto:Maura. Arthur é o gato da sua casa. 12 HOMENAGEM AO GRUPO DE POETAS LIVRES Manifestações de carinho o GPL tem recebido ao longo dos seus 16 anos. Do nosso amigo Gildásio Taborda Barbosa, de Sant´Ana do Livramento, RS, recebemos um adesivo com o poema em homenagem ao Grupo. Gildásio em todas as datas festivas envia seus regalos aos membros do GPL: marcadores de livros pelo Dia das Mães, das Crianças, do Idoso, enfim, sempre nos acarinhando com seu jeito de gaúcho da fronteira. Nosso obrigado e a admiração de sempre, caro poeta. 13 UM NOVO OLHAR No 9º concurso On-line “Prêmio Licinho Campos de Poesias de Amor”, de 2013, a Comissão recebeu 608 poemas de várias partes do Brasil e exterior. O Editora da Revista, Profª Maura Soares, achou por bem dar um novo olhar naqueles poemas que não receberam 5 votos dos componentes da Comissão de Avaliação, alguns 4 e outros, 3. O resultado está nesta página. São Poemas de Amor que merecem ser lidos,embora não tenham tido classificação para prêmio. Foram selecionados 29(vinte nove) autores internautas que publicamos em três espaços nesta Revista. TEAR DO TEMPO AMOR DE CARNAVAL Dentro de tua alma (não na rua) choras pela marchinha antiga pelo buraco no peito que o tempo escavou pelo amor que partiu antes da chegada. Teu bloco passa calado pelo asfalto deserto mas esperas o máximo da bateria de tua escola embora para ela sejas um estranho. Lançado às margens de lixo das avenidas transformas a manhã de cinzas em tarde chuvosa e entras na neblina da noite negra sem máscara. Depois do choro vem o silêncio forte e dolorido como ele só palavras em vão sofridas inúteis. O tempo tece sem parar um manto azul sem estrelas sem sol sem luar. ROGERIO LUZ Um passarinho me disse que o amor é azul. Azul também é a vida muitas vezes desbotada, outras tantas colorida. DE TANTO AMAR Na aquarela azulada do amor sem moldura, meu passarinho voou com suas asas de cera à procura do sol — voou! [20.07.1936] Gávea, RIO Já amei tanto que carrego no peito um cenário de escombros. Não ficou pedra sobre pedra. Já amei tanto que não restou muito do tudo que fui. Os sonhos pereceram afogados. Já amei tanto que me doei inteira. Ficou comigo apenas a solidão. Já amei tanto que multipliquei as dores e hoje, de tanto amar sou como um espectro que perambula entre os vivos sabendo que estou morta. TELMA LÚCIA FARIA [29.12.1957] FLORIANÓPOLIS, SC ECOS DE AMOR A luz do teu olhar meigo me encanta Canta meu coração de terno enleio Leio em teu sorriso todo o ardor Dor,desejo, anseios e alegrias Ias a cantar estrada afora Ora a chorar ora a sorrir... Rir é o privilégio do amante Ante os mistérios do coração São tantos e tais os teus encantos Canto, pois, a luz que me fascina A luz do teu olhar que me alucina! PERPÉTUA AMORIM [17.9.1954] FRANCA,SP RESSURREIÇÃO Eis que volto ao parquinho abandonado... De fato,está bem gasto, sem valia, porções de entulho e mato lado a lado, em vez da meninada em correria. Olhando o carrossel empoeirado não sei o que dá mais melancolia, se o céu de luto todo declarado ou nossa dupla de alazões vazia. Ontem, quantos passeios demos juntos! Hoje, nossos cavalos já defuntos, encontro apenas restos de ilusão. Mas um clarão de lendas muda o enredo... Torna a girar o mágico brinquedo, com a tua imagem me estendendo a mão... REGINALDO COSTA DE ALBUQUERQUE [23.10.1963] CAMPO GRANDE, MS SONIA REGINA ROCHA RODRIGUES [21.5.1955] SANTOS, SP 14 O homenageado com o 9º Concurso On-line: Licinho Campos, em um dos seus grandes momentos de declamação. SÓCIOS CORRESPONDENTES SOMENTE A VERDADE DEIXA-NOS LIVRE! ONLY THE TRUTH MAKE US FREE! Se soubéssemos estaríamos surpreendidos. Você é capaz de discernir entre segurança e insegurança? Qual é o caminho que você quer escolher? Você pode? Você deve se aventurar num caminho cheio de promessas?! Pense! Somente a verdade deixa-nos livre! If we would know, we would be surprised! Would you know the difference between recurity and nonsecurity? Which way do you want to go? Should you adventure yourself with a life fall with promisses? Think! Only the truth make us free! ANNEMARIE MULDER-HENDEL ANNEMARIE MULDER-HENDEL Arraial do Cabo, Rio de janeiro [tradução da autora para o inglês] Arraial do Cabo, Rio de Janeiro NUR DIE WAHRHEIT MACHT UNS FREI! Wenn wir es wüBten, würden wirerstaunt sein. weiBt Dúzwischen Sicherheit und Unsicherheit zú unterscheiden? Welchen weg willst Dú gehen? Solltest Du einen weg voller Versprechúnger wagen? Denke! Nur die Wahrheit macht uns freí! ANNEMARIE MULDER-HENDEL Arraial do Cabo, Rio de Janeiro [tradução da autora para o alemão] O ENCONTRO... Annemarie, em foto de Sergio Moniz As margens do rio de água clara Águas cristalinas Pássaros voando calmamente Árvores pintadas por um artista Ali acontece o encontro Tantos anos depois Ele chega Rodeado por crianças Como se fosse um grupo de bailarinos Alegres e vestidas de anjos... MÁRCIA REIS BITTENCOURT Canelinha,SC O SÁBIO... O sábio tira proveito de todas situações Aprende com a derrota Fortalece-se com a meditação... O LAGARTO DE OURO O pai de minha avó dizia que sonhava todas as noites um sonho diferente e que o mesmo sonho poderia deixá-lo rico. Ele sonhava com o lagarto de ouro que corria atrás dele e o lagarto morava debaixo de uma figueira. Então ele contava a história para as pessoas que encontrava. Cada amanhecer a figueira que ficava perto de sua casa aparecia com um buraco mais fundo; eram as pessoas que durante a noite iam cavando para ver se encontravam o tal lagarto de ouro. O buraco foi ficando cada vez maior e servia para minha avó brincar de casinha. O lagarto de ouro nunca ninguém teve notícia dele, se realmente existiu ou se era só imaginação fértil do pai de minha avó que vivia sonhando com o lagarto de ouro. MANOEL MARIO REIS BITTENCOURT (texto elaborado com a idade de 11anos) (Márcia Reis Bittencourt) Márcia e Manoel Mário. Mãe e filho membros do Grupo, ajudando o GPL a formar sua família. Márcia é coordenadora oficial dos concursos de poesia, pelo GPL, na região de Tijucas. Manoel Mário costuma se apresentar ao violino e é membro da orquestra regida pelo maestro Carlos Alberto Vieira. 15 SÓCIOS CORRESPONDENTES DITOS POPULARES FAÇO POESIA Brabo que só um siri na lata Pula mais do que pipoca Feio que só briga de foice Mais mole do que minhoca. Faço poesia p´ra sentir o vento Refrescar-me a face enruguecida, P´ra lançar louvores ao dom da vida, Para correr o mundo em pensamento. Folgado que só colarinho de palhaço Mais apertado do que pinto no ovo Mais por dentro do que palito de picolé É mais besta do que peru novo. Faço poesia, com um sentimento, De versos numa rima bem sentida, De alma aberta, calma, enternecida De sonho, de ilusão, sem um lamento. Mais quente que braguilha de ferreiro Dorme mais do que um gato Anda mais do que notícia ruim É mais tolo que filhote de pato. E, assim, sigo firme, com esperança De ver, no rosto lindo da criança, Um feliz sorriso, ao nascer do dia. Mais seco do que língua de papagaio É mais chato do que gilete Mais sujo do que pau de galinheiro Mais por fora do que umbigo de vedete. Às aves que volteiam, no horizonte, Ao sol que vai sumindo, atrás do monte, Para eles, e p´ra mim, faço poesia. Fede mais do que ovo goro É mais gordo do que filho de ladrão Mais malcriado do que guia de cego Roda mais do que pião. ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO Parede, Portugal [In: ...antes que chegue o inverno, pág. 103] JOÃO BIRICO FILHO [In: Entre flores e espinhos, pág. 13] Floresta, Pernambuco SOLIDÃO Tão fáceis me farias sempre as noites se fosses o passante inesperado que acompanhasse, sem retornos nem promessas, o vento, que a cada manhã traz a claridade. Tão fáceis me farias sempre os dias se fosses a certeza garantida, as refeições sempre planejadas e os retratos guardados com desvelo. Mas tanto de meus dias és espera e tanto de minhas noites és ausência, que tão difícil me fizeste sempre a vida. JÚLIO DE QUEIROZ [In As vozes da Poesia] Tela de Vera Sabino, ilustração ao poema de Júlio de Queiroz, da publicação As vozes da Poesia, poemas musicados por Alberto Andrés Heller, com ISSO É VOCÊ Você é primavera em flor, Você é uma verdadeira Santa, Você é a açucena em langor, Cujo perfume inebria e encanta. Você é o luar aparecendo, Você é o sol a se esconder, De você estou mais que carecendo, Confuso, não sei como proceder. Você é um bálsamo confortante, Você é tudo o que eu sonhei, Companheira,amiga ou amante, Que para a vida sempre desejei. Você é uma brisa refrescante, Acariciando todo meu ser, Seu lindo corpo de mulher amante, Traz-me calor, ternura e prazer. >>>>>> Continuação... Você é mina de águas cristalinas, Regando a semente do amor, Você, mulher, com traços de menina, É, do meu jardim, a mais bela flor. Você é fonte de inspiração, Para qualquer pessoa idear, Para, seja no verso ou canção Discorrer sobre o verbo AMAR. Continuação... Você é a soma dos predicados, Para mim, é a razão, o porquê, Portanto, o amante dedicado, Pode dizer-lhe: ISSO É VOCÊ. ADELINO CARLOS BRITO DE ALCÂNTARA DR. BRITO Mairiporã, São Paulo Você é o tudo que vem do tudo, No qual até o máximo se retrai, Então, o infinito fica mudo, Ante sua beleza que se esvai. Você é a luz que me ilumina, Você é o calor de que preciso, Você, com sua alma de menina, Às vezes, me conturba, indeciso. Você é como as águas da fonte, Deslocando-se pro imenso mar, Parece com um pássaro no monte, Vive alando,sempre a cantar. Você é o verbo da oração, Formando o predicado verbal, Cujo objeto é o coração, Dessa análise sentimental. Você é a rota da perfeição, É o largo caminho da verdade, É a sonhada trilha da razão, Para se chegar à realidade. Você é magia e esplendor, É clarão de manhã ensolarada, Tônico que me eleva o vigor, Luz que me ilumina a estrada. Você é a semente da beleza, É símbolo da sensualidade, Você é o extrato da beleza, Dessa sua grande simplicidade. >>>>>>> 16 Há lugares em que morre o espírito para que nasça uma verdade que é sua própria negação.” “Sobre a morte e as cores, não sabemos discutir”. “O mundo acaba sempre vencendo a história”. (Albert Camus, in Bodas em Tipasa) SÓCIOS CORRESPONDENTES ESQUECE Desta vez Eu e você; esquece, é noite. Bem sei não importa cismar sozinho; deixa-me sonhar. Se em mim nada é risonho, ajuda-me sorrir Com desejos cansados não posso sentir caída nos braços. Esquece. Então atenta em mim — esquecido E eu também em ti — esquecida sonho sem sentir Esquece. [in Hotel Fazenda Termas de Ibirá,SP, 25.12.2013] NELSON CARNEIRO São José do Rio Preto, SP Nelson Carneieo TUAS MÃOS MOMENTOS Ansiosa por sentir o teu contato Meus olhos se debruçam em teu retrato E nele vou traçando o roteiro Dos beijos que te quero dar primeiro. Há momentos de sua vida, Que você para e silencia. Pensa na época percorrida, Época de tristeza e alegria. São momentos marcantes Que você jamais se esquece. Mas os mais importantes Foram aqueles que você estava em prece. Nas tuas mãos a emoção desato: Teu instrumento de trabalho exato A minha admiração tem por inteiro E o meu carinho e orgulho verdadeiro. Quero toca-las, acariciá-las, Sentir a sua pele e beijá-las. Deixar-me embriagar pelo desejo, Orando em outro lugar você se sentia Um lugar de harmonia e amor! Suas mágoas você esquecia Conversando com Nosso Senhor. Arranhar na tua barba o meu rosto E me enrubescer toda de gosto. Colher na tua boca o teu beijo. LEATRICE MOELLMANN [In:Sedução, p. 177] Muitos momentos você pensou, parou... E o último momento de sua vida chegou. JANETE VEIGA ITAIÓPOLIS, SC 17 SÓCIOS CORRESPONDENTES QUE CONTA Que conta o tempo que corre? Que fala o vento soprando? Que diz a água correndo? Que pensa o pássaro voando? Que diz a planta brotando? ERRANTES Caminhantes sem rumo Atormentados pelos fantasmas Dos destroços das suas perdas E mutilados em suas almas O tempo O vento A água O pássaro A planta... Carregam as suas culpas Em corações dilacerados Deferidas abertas pela vida Reféns de acontecimentos passados Lucy Golino LUCY GOLINO Belo Horizonte, MG Sentimentos embotados Saudades jamais resolvidas Forasteiros para si mesmos Nessas vidas perdidas Excluídos e marginalizados Tendo a rua como morada Sem sonhos e maltrapilhos Vivendo sem nada O MOSQUETEIRO Eu sou lá de Passo Fundo E preciso de uma passagem Pra sair desse submundo E logo seguir viagem Pobres espíritos sofredores Perderam a razão de viver Desiludidos e maltratados Esperam a hora de morrer A solidão me apavora Não sei o que está acontecendo Rezo pra Deus e Nossa Senhora Preciso de ajuda; estou quase morrendo Incapazes de corrigir suas rotas De superar suas loucuras e paranoias De recolher seus pecados E reescrever suas estórias. Só tem um policial Que acompanha o meu sofrimento Passa toda manhã pra saber se estou legal Elevando a minha auto-estima Aliviando o meu tormento ALCIDES CALAZANS Florianópolis, SC MADRUGADA Até que um dia chegou a hora E pelo policial eu fui surpreendido Se prepara, homem, pra ir embora Já consegui tua passagem Arruma a tua bagagem Que eu te deixo na rodoviária Já chega o que tens sofrido Madrugada serena Calma, silenciosa Era noite escura Até que a lua prateada apareceu As nuvens contrariadas Se afastaram e deram lugar A linda prata do luar A noite clareou Leve brisa como um beijo Em cada folha Em cada flor Até nos rochedos E nas matas Tudo suave Para acariciar os bichinhos E aves das florestas Num sono profundo No maior silêncio do mundo O sopro encantado Tocando de leve os lagos Rios e mares Devagar se afastando Dando lugar Aos raios solares E assim o dia amanheceu. [8.2.2004] Eu sou o Leonardo da Silva—o mosqueteiro E o policial eu chamo de maninho Sou um andarilho e vivo nesse mundo sozinho Mas nesse mundo encontrei Um policial humano e guerreiro. [25.8.2005] VALTER OSVALDO SANT´ANA Santo Amaro da Imperatriz,SC “Esse teu rir nervoso e contraído deixa em tua face por onde perpassa a impressão de que tens vivido das ilusões que a vida despedaça.” MARINÊS POTÓSKÊI Pato Branco, Paraná (Teu sorriso, in Poemas do meu caminho, de Sylvia Amélia Carneiro da Cunha) 18 SÓCIOS CORRESPONDENTES IRMÃO O JUIZO FINAL Quero com poesia ensinar-te fé e como poeta realizar teu sonho de paz Estava eu em pleno alto mar num dia propício para pescaria. Então, joguei a rede no mar, comecei por jogá-la a bombordo. Após algum tempo de espera puxei-a e, para surpresa minha, ela veio vazia. Lancei a rede a estibordo, e após bom tempo de espera, ao puxá-la novamente, a mesma veio vazia. Insisti um pouco mais e joguei a rede pela proa, obtendo o mesmo resultado. Por fim, já sem esperanças, lancei a rede pela popa do barco, e ela veio vazia, assim como em todos os outros lados. Então, a inquietude começou a me perturbar, onde estão os peixes? Onde estão todos? De repente, um total silêncio no mar, e assim pude perceber: todos já haviam ido, no entanto, só faltava eu, o último a ser pescado. [02.08.2001] Quero transformar tuas adversidades em bênçãos e fazer teu ideal tornar-se um sonho verdadeiro Quero fazer-te sair de ] teu casulo E diante de tuas fragilidades superar teus medos Querido irmão eis o grande segredo Ama como se não houvesse amanhã Ama sempre por primeiro IVONE LIDIA RODRIGUES SERRA DO ARARIPE I Enciumado, talvez, comigo, agora, O horizonte envolvente, distanciado, Alegrou-se ao saber que fui embora, Ignorando, porém, quão tenho amado. Vivendo ausente, no meu peito mora Toda a saudade e me mantém magoado; Canções á amada faço, a toda hora, Como o faz um poeta apaixonado. Ei-la viçosa, bela, sobranceira, Expondo a chã esparsa e arenosa, Chã alcançada apenas por ladeira. Ladeiras construídas de nesgueia Na doçura climática que goza, Doçura que ora canto, e decantei-a. [In: Serra do Araripe, pág. 5] JOSÉ PEIXOTO JUNIOR Brasília,DF NEOMAR NARCISO B. CEZAR JUNIOR O TEMPO QUE NOS SEPARA Meus olhos em lágrimas Desnudam minh’alma E mostro calado A dor e a saudade Que sinto de ti Abro a janela De meu coração E busco distante A todo instante O olhar, o sorriso És para mim Uma grande paixão O tempo invade Dias, horas,minutos Avolumam-se os hiatos Dos encontros amorosos Afastando-me de ti De forma tão covarde Sinto-me prisioneiro Nas masmorras destes dias Grilhões atam-me os pés Meu corpo imóvel sofre A alma desesperada Busca por ti Na lembrança dos colóquios Oh, minha doce amada! ARNALDO GOLINO 16 de março 2014 Belo Horizonte, MG Chapada do Araripe, também conhecida como Serra do Araripe 19 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! DETENTE DESISTÊNCIA A doce lira de cantar plangente Justo reparo faz ao meu quarteto. Concordo não ser bom forma somente. Preciso de algo mais no meu soneto. Que prisa tienes detente solo un instante y observa la hermosura de esa flor. Um pouco mais de amor, quem sabe um canto, sentida melodia menos clássica, a rima mais profana, não litúrgica. Simetria menor e mais encanto. Detente y pasa tus dedos por sus pétalos como si lo pasaras a tu mujer amada y sentirás la belleza de la naturaleza. Tens razão, doce lira, não te importes com meu cantar esquivo, quiçá tonto, com rimas tão fechadas, sem recortes. Vou tentar ser moderno neste ponto e decretar do meu poema a morte, dedicando-me, agora, só ao conto. Pero que no sabemos apreciarla y convivir con ella solo al perder lo que amamos recién nos damos cuenta lo que perdemos. (2009) ROBERTO RODRIGUES DE MENEZES (ADL, ALMESC, ASAJOL) [In Ao correr da vida, pág. 105 DONATO PERRONE Buenos Aires, Argentina [email protected] SIETE NI Ni perro ni gato que me ladre o maúlle Ni esposo ni novio que me hable o golpee Ni un fantasma Benito que me asuste TEMPO Em memória de Evandro Magalhães e de Stuart Angel Dizei-me em tempo o que é o tempo? Senhor, antes de cruzar a ponte, Ensinai-me: linha reta de eterna agonia? bússola na encruzilhada? Sim, o choro de uma menina nascida na luz de agosto, de um menino junto a flor de maio. Ni padre ni madre. É o vento? O espaço? O mar? ROLANDO REVAGLIATTI Buenos Aires, Argentina Meus mortos não me respondem, Senhor. Tempo: não o retenho — areia da praia que escapa das mãos. Lapso no cosmos, cometa errante, eu sei, Senhor: assim sou: pretérito menino contemplando a gaivota, sentado no trapiche da Praia de Fora. (escrito em Salvador, BA, julho de 2010) EMANUEL MEDEIROS VIEIRA [Brasília, DF] A vida não é mais do que uma contínua sucessão de oportunidades para sobreviver. Praia do Bom Abrigo,anos 50, numa homenagem ao Emanuel Medeiros Vieira que,embora residindo em Brasília, não se esquece de suas raízes. (Gabriel Garcia Marquez— 1927-2014) 20 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! NOS QUEDAN COSAS POR HACER A todos nos quedan cosas por hacer. Ahora me dices como en secreto, Que mañana culminas un deseo La ilusión de apuntarte a uma ONG. Siempre me dices, lo tuyo es componer, Las cosas del teatro, entretener. Lo mio es diferente, pensar en los demás, Hay tantos que necesitan un hogar. ¡La suerte está echada al fin! Yo a consolar al triste, a buscar. Tú, si puedes, a hacer reir, Como ves nuestro camino es el curar. Yo escribiré el poema más alegre, Tú curarás algún dolor, Igual serán nuestros caminos, los dos sabemos dar amor. ÁRIA DO PROSCRITO Uma aranha de fogo, felpuda, nojenta instalou-se em seu peito com teias e olhos, e caçava-lhe os sonhos que vinham da alma. Destruiu-lhe o espelho de ver-se pessoa. Incutiu-lhe as maneiras da própria peçonha. Como um monge em avesso vivendo de pouco, e fumando pecados que não praticou. E sentia no peito o aperto de ver-se como fruta que murcha esgoelada no verde, a cabeça cortada morrendo as estrelas... JOSÉ ISAAC PILATI (ADL, ACLEJ,IHGSC,ACF,ASBL) UMBU VELHO Talvez porque la gauchada, antigamente, fosse uma gente iletrada e abarbarada; ou porque, pelas lidas campeiras acossada, não tinha como escrever decentemente, MANUEL GONZALEZ ALVAREZ [In Revista La voz Del hogar, pág.15] Madri, Espanha riscava então, por chasque, à ponta de adaga, na casca e cerne d´algum umbu los seus recados; e eram juras de amor, encontros arreglados, avisos em traços fundos que o tempo não apaga, pois, no correr das eras, quem vai por sua trilha, tem no arcano e lanhado umbu xucra cartilha, que habla de amores e tormentos, dores e glórias. Tchê, umbu de estrada de estância, umbu velho! Tu carregas gravado, no teu rabiscado lenho, valioso e fachudaço mundaréu de estórias! INQUIETAÇÃO JOSÉ ALBERTO BARBOSA Meu pensamento liberto Vagueia pelo universo, Em busca de explicação. Não se detém em fronteiras, Adentra o espaço do Cosmo Que escapa à compreensão. (membro do IHGSC, biógrafo de Juca Ruivo, em parceria com José Isaac Pilati) Jaraguá do Sul, SC Não encontra o que procura Volta ao ponto de partida Na ânsia de descobrir O que dá sentido à vida, E a alquimia secreta Que a tudo faz ressurgir. ZENILDA LINS A fronteira entre o imaginário e a realidade é, por vezes, ampla. Mas há nela uma passagem, tênue fímbria em que se encontram fantasia e aspiração. Ali nascem os sonhos que fazem possíveis os ideais. Hoyêdo de Gouvêa Lins, in Regresso ao Bosque do Sonho, p.111, 2009. Ninho de amor de Pablo Neruda e Matilde. Postal da Casa La Chascona, Santiago do Chile. Acervo: Maura "Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde, amo-te simplesmente sem problemas nem orgulho: amo-te assim porque não sei amar de outra maneira." Pablo Neruda 21 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! ANOITECER (*) BANHO Declina no horizonte o sol. As aves migram aos seus ninhos. Deleitam as flores o último arrebol. A brisa beija os campos com carinho. O banho envolve o corpo em espumas a água retira o excesso do dia e recompõe o noturno incenso do perfume. A natureza mergulha serena. No lusco-fusco que surge mansamente. As águas dos rios escurecem de repente. E toda essa beleza inspira um poema. O corpo repete em rito de coragem a secagem no suave contato da toalha. No fim do dia a luz do sol esmaece. A criação se eleva numa prece. Os animaizinhos a essa transição reverencia E no cair da tarde tudo silencia. A água em filetes sobre o piso retém da impureza o dia amedrontado. Os bichinhos diurnos procuram abrigo. E sai da toca o animal noturno. Os homens retornam ao lar amigo. E surge a lua no céu taciturno. PEDRO DU BOIS Itapema,SC http://pedrodubois.blogspot.com SUELI HERRERO São José do Rio Preto,SP [In:Momentos, pág. 33] (*) republicado por falha na edição anterior. (poema enviado por email, pelo autor) SAUDADE, ONDE MORAS? ALTERNATIVO Moro no olhar dos que às vezes retornam e tornam a partir olhando para trás! Olhando para trás, num longo caminho,veem-se sozinhos nos arrozais, espantando os passarinhos, quantas vezes! Quantas vezes andar a terra toda revirada. Quantas vezes: velhas trilhas, batidas de martelo e bigorna, bem cedo, pés congelados, sulcos de arado,araruta e taiá... Mais cedo ainda há luar, puro ar e um cansado andar em direção ao rancho (Aquele grande velho e desajeitado rancho. Regulares não há duas tábuas, nem duas telhas. Seculares cicatrizes de pontas de ferro lhe cobrem o corpo inteiro, teias de aranha, centelhas do passado, que vive morto, guardado em seu interior quieto, na quietude nas nossas memórias)...enquanto isso, na casa nem tudo repousa; há passos embora não se ouça, há fogo em gravetos e palhas e a chaminé já anuncia e espalha ser novo dia. Mais tarde na mesa mais calor se vê, na inscrição da velha xícara mais amor: Parabéns pra você... E tudo mais se queda mudo...silêncio...ensurdecedor silêncio... para onde se foi tudo?... Foi tanta felicidade que talvez a pouca idade não pode avaliar. Foi tão cheia nossa infância, que não há tempo nem distância que possa esvaziar: uma garrafa vazia,uma caneca de esmalte que em seu bojo trazia uma flor cor escarlate; um ferro de passar foi trem, levou brasa; um ranchinho chegou a ser casa... A casa grande, verde em meio ao verde. Um corredor de emoções ao meio, em cada porta uma certeza,em cada janela um devaneio. Nos fundos, lá fora, corrente sempre, como a querer levar as mágoas, meu riacho adolescente,rememora nossos feitos, com os olhos rasos d´água...raso d´água, jaz teu leito. Na neblina do corpo vislumbro estações e acasos. Ao desígnio da sorte me deixo e,em mim, ordeno o poder de negar-me à cidade. Distante das ruas repletas me livro do abismo letal dos haveres. Projeto meu corpo em meu sonho e acresço ao presente a voz de vontades longínquas, submersas. O rumor dos motores opõe-se em arbítrios e em tudo acelera a sentença do caos. O Outro se dá à força dos fatos. Eu, no entanto, me abstenho do afã bestial. Caminho para dentro de mim até onde me posso alcançar. ALCIDES BUSS [In: Cadernos da Noite, 2a.ed.,pág.33] Coronel ÁLVARO MAUS (ALMESC- Academia dos Militares SC) [In: 1a.Antologia da ALMESC, Papa-Livro,2013] Medusa, xilogravura de Julia Iguti. Ilustração de entrada na obra de Alcides Buss, Cadernos da Noite. 22 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! ARCA DO TEMPO TRILHOS CRUZADOS Sinta. Trinta pinta e marca a arca do tempo! Não sei o que aconteceu Parece que tudo mudou; é como aquela canção que diz “mudaram as estações, nada mudou!” E o coração na contramão batendo um papo com a razão A idade? Não minta apenas sinta Se trinta, ou não a arca continua seguindo no Mar da Vida. CLARISSE DA COSTA Biguaçu, SC VERSOS AO MEU AMOR Grisalhos tens os cabelos E tens a face enrugada, Mas teus carinhos, teus zelos, Me dizem que sou amada. Bem sei que a lua te deu Aos cabelos a brancura; Sei também que tu és meu E que sou tua ventura. Gosto desses teus cabelos Assim mesmo cor de neve. Que te conhecer, ao vê-los, Amar-te, por certo, deve. Como os de Papai Noel Teus cabelos são bonitos Tem a alvura do papel Como estes versos escritos. VALDIRA BARBOSA [In Chinelos, pág. 81. Poema de 11.7.1955] Rio de Janeiro,RJ 1 Forte ao solo imersa hidropônica ao vento relata o sentido do verde fotossíntese: calor queimado na rede armada à outra ponta. PEDRO DU BOIS COMO ANTIGAMENTE... A vida é uma jogada Feita de trilhos cruzados. Pobre jogada! Fora dos trilhos da vida, não há vida, não há nada. Há o jogo da incerteza, os trilhos e a encruzilhada por onde passa o trem fantasma da falsa vida... Que bom se tudo fosse como antigamente... Tudo era alegria... o céu era sempre azul... a terra bela e fértil... os homens se amavam sem paixões, Sem maldade... Mas... Quando isso aconteceu?! Oras! Quando o amor habitava em nós; quando as estrelas cantavam e o Sol era ameno... quando, em nossos corações só habitava o Criador. Que bom se tudo fosse como antigamente... quando em teus lábios só amor eu encontrava; quando no céu só uma estrela brilhava, e cheguei à conclusão: só a ti eu amava. a vida airada! SILVÉRIO DA COSTA [In: Trilhos cruzados, pág. 19] Chapecó, SC FELICIDADE É assim, feito magia... Adentra e golpeia escuro céu. Arrefece mágoas, transpõe lufadas hibernais. Ilumina...E no iluminar arremesso alma. É assim, parece magia. Quisera catar das luzes o advir E permanecer sendo feliz. Felicidade, de onde vens? Em que ponta de estrela incendeias? És, talvez, a branca lua? Ou quem sabe o secreto pulsar das flores... Doce mistério dos grandes amores. Felicidade,sei, principias. Não...Não ainda! Detenha-se insólita luz. É assim,feito magia; NILSON MELLO (ASAJOL) [In:Fragmentos d´alma] Florianópolis,SC MARIA DO CARMO TRIDAPALLI FACCHINI [In: Prelúdio Poético, pág. 68] Nova Trento,SC MORDIDAS DE AMOR Amor e paixão Une os amantes E a todos os instantes Vibram com fervor Traduzindo desejos Entre abraços e beijos E mordidas de amor. Amor e paixão Paixão e carícias Carinho e delícias Perde-se o juízo Ternura e calor Mordidas de amor Leva-nos ao paraíso. Nilson Mello. Foto gentilmente cedida pelo escritor e poeta Cel. Roberto Rodrigues de Menezes, presidente da Academia de Letras dos Militares Estaduais—ALMESC. El recuerdo que deja un libro es más importante que el libro mismo. Gustavo Adolfo Bécquer Amor e carinhos Paixão e ternura Que doce aventura Sentimento tão terno Não existe temor Só mordidas de amor É nosso amor eterno! ANTÔNIO PEREIRA DE MELLO [In:Zine “Expressando em Poesia” CAPOSM—Santa Maria, RS [In: A árvore pela raiz, pág. 11] Balneário Camboriú, SC 23 Flores sobre portão. Rancho Queimado. Foto: Maristela Giassi UM NOVO OLHAR II Seguem outros poemas participantes do 9º Concurso On-line Prêmio Licinho Campos de Poesias de Amor. Um novo olhar da editora da RVS, que acha serem merecedores de oportunidade de divulgação. EROS O amor é como o chão que piso O sangue da tormenta crua É solo árido fecundo Sobre o qual deposito minha fúria Areia movediça pântano onde fica Fixada a racional loucura É um rio que passa,recortando o risco Em ondas fixas cavas e obtusas. Abstrata imagem que se fez porto Na plana densidade fria e turva Castelo subterrâneo de fantasmas Carcomido,ferrugem da armadura As grades que aprisionam a alma Desembocam em infernais agruras Guardiães de gerações inteiras É espectro em ríspida ternura O fim da linha...Eros insensível O fio que tece a minha sina Em sensuais e sinuosas curvas. GLÁDISON DE SOUZA COELHO (15.12.1972) SÃO PAULO, SP COMPARTIMENTOS CONFEITARIA À entrada, o silêncio de esquecidos momentos... Quando um poeta escreve num papel Versos de amor que adoçam a poesia Convida amantes a uma fantasia Para ler delícias que nem pão de mel! E, na sala, espalhados: Restos. Rastros. Retratos. Decerto a musa ganha flor e anel... Se é nobre o amor, a joia é de valia, Se o afeto é pouco,acaba a euforia: E o falso açúcar tem sabor de fel... Da cozinha à copa: A mesa não posta. Perguntas sem respostas. Neste recheio há dores; há espinhos... Abraça o amor com beijos e carinhos De bombons caros e maçã-do-amor... Um leito. Um travesseiro. Um quarto de solteiro. E este lirismo,versos de confeito, É percebido num mais-que-perfeito Amor colhido por um beija-flor! E, pelos corredores, faces do passado, contam-se histórias de um amor despedaçado. CRIS DAKINIS (13.12.1966) São Pedro da Aldeia, RJ EDWEINE LOUREIRO (20.9.1975) DA TOTAL ENTREGA Tendo comprometido o coração deu-se além, de modo mais complexo, a saciar-lhe o peito, o ego, o gosto, o sexo, sem haver se arrependido, então. Contudo, quanto mais ela se dava de novo, mais queria ainda se entregar, como, provando,viciasse o paladar, escravizando a alma, a mente e a palavra. E assim doou o pensamento após,até face a veemência com quem partia o corpo, a ponto mesmo de lhe faltar o ar,também... matando a própria ambição, tal um aborto, querendo ser somente a sua mulher... agora e sempre, na hora do amor...amém! ANDRÉ LUÍS SOARES (06.10.1964) Praia do Morro,Guarapari,ES AMOR Pobre da minha avó, não consegue pronunciar iogurte. Outro dia, vendo meu avô frágil na cama, veio até mim, vai lá comprar aqueles iutchi para o fada. Catou todo seu dinheiro falando-me traz tudo o que der. E ela nem precisou falar em amor. Saitama, Japão COM LOUVOR E COM TERNURA Se te amei! Se minha vida só queria Pela tua viver, No silêncio do amor e da ventura Nos teus lábios morrer! (Álvares de Azevedo) Amei-te com louvor e com ternura Em todo vão de tempo e cada hora. Vertida nesse amor me fez tão pura Aos teus pés como quem um Anjo adora. Oh! Quanto frenesi, quanta ventura... Sagrados braços pela noite afora! Do instante a magia só perdura... Do anoitecer até a branda aurora. Tão louca! Mil quimeras no meu peito Lancei à luz candente desse olhar! Amei-te com amor mais insuspeito, A gêmea alma que reflete o par. Mas deste-me amor tão putrefeito, Um peso morto que se lança ao mar. ALESSANDRA BERTAZZO (09.9.1975) Curitiba, PR Alzemiro (E) e Licinho, nossos amados poetas que já partiram,mas deixaram sua obra poética, que é eterna. Ei-los numa das sessões especiais do Grupo de Poetas Livres. Licinho chamava Alzemiro de pai. Ambos tinham um carinho especial pelo Grupo. Foto: Maura DE PERTO, DE LONGE Sonhar secreto é ter de perto Em cada momento incerto A vida inteira a ganhar. Amar de longe só me corresponde Se de perto me abrigo dessa ponte Canal de alma e de luar. MARCELO BONADEU São Miguel do Oeste,SC IRISMARQUEKS ALVES PEREIRA (01.2.1983) Parazinho, RN 24 POEMA A VÁRIAS MÃOS Ideia da nossa presidente-perpétuo Maria Vilma Campos, desde o início do Grupo, para que os poetas em reunião produzissem um poema. Assim fizemos em várias ocasiões a as publicamos na RVS e na Mini-Antologia do GPL encartada numa Agenda da Consultora Iguatemi, em 2000. Cada verso leva o nome do autor, compondo o texto. POEMA A VÁRIAS MÃOS Ex-associado Milton e esposa, Maria Vilma (Idealizadora do exercício com poemas), Alzemiro e Maura (2004) A natureza ilumina o mundo na vida cotidiana (Sandra) Encanta e enfeita a alma (Eloah) No tempo que sonha (Zeli) Inspirando poesia (Vera) Relembrando os bons tempos (Nelson) E tu presente, visa em minha alma, a sorrir (Sinval) Mas te vejo tão maltratada,desrespeitada... (Áurea) Conserve a natureza, ela é um presente divino (Doralice) Restou, então, o Amor (Sinval) POEMA A VÁRIAS MÃOS Fui em busca do amor (Maura) Para realizar meu sonho (Heralda) Preciso de ti (Sinval) Ainda que pareça impossível (Áurea) [Reunião do dia 20 de março de 2014, com Sandra Regina Clara Nepomoceno Pinto, Eloah Westphalen Naschenweng, Zeli Maria Dorcina, Vera Portella, Nelson Badin, Sinval S. Silveira, Aurea deMello Baldissera, Doralice Rosa de Souza Silva] Sei que te encontrarei, meu amor (Vera) Mesmo com muita saudade, meu corpo clama por ti (Sandra) Farei deste momento ternura e delicadeza (Eloah) Pois acredito em milagres (Nelson) Então, sempre te esperarei (Zeli) Ele, o amor, nos encontrará. (Antônio Carlos) [Reunião do dia 13 de março de 2014,com Maura Soares, Heralda Victor, Sinval Santos da Silveira, Áurea de Mello Baldissera, Vera Portella, Sandra Regina Clara Nepomoceno Pinto, Eloah Westphalen Naschenweng, Nelson Badin, Zeli Maria Dorcina, Antônio Carlos Pereira). Praia de Sambaqui. Foto Maura O Beijo, de Gustav Klint. Um verdadeiro poeta tem que abordar vários temas; tem que fundir suas algemas; tem que sair da lanterna; expor sua resistência interna. (José Luiz Amorim, poeta do GPL) **** Amo el amor de los marineros / que besan y se van. Dejan una promesa. / No vuelven nunca más. En cada puerto una mujer espera: / los marineros besan y se van. Uma noche se acuestan com la muerte / em el hecho del mar. Pablo Neruda, in Antologia Poética, pág 38 25 UM NOVO OLHAR III OSTRACISMO AMOR BUCÓLICO Afasto-me da vida social no momento Clamo por ti, ao léu, a quatro ventos Para levar-me ao meu amor no teu universo Límpido,cândido em forma de versos Quero um amor bucólico, puro feito lírios... Para na vida e na pós vida amar Que traga pra mim indeléveis delírios Quero ser o seu porto nalgum lugar Esplêndido, majestoso, eis que surges! Escuta o apelo desse ser que urge Para encontrar esse amor tão raro e belo nas tuas profundezas que respeito e zelo! Se for sonho, nem de longe, me acordo... Isso pra mim seria um martírio Desejo-lhe suas mãos, seus lábios...E me desbordo... Seu olhar me acalma, é pra minh´alma colírio Arremesso-me em tuas ondas colossais Mergulho na escuridão,às cegas...abissais à procura de meu amor em algum manto aprisionado no canto dos imponentes corais Sigo sem temor, meu coração vai lento Sentindo a magia do momento, não quer ser precoce Sei que o Amor que sinto serve-me de sustento Encontro-te entre as mil, meu amor, escondida Na tua casa em nácar, úlcera dolorida Vem para minhas mãos ser protegida Suntuosa, formosa pérola colorida! MARIA ANGÉLICA DA SILVA FANTI Sem preleções futuras, só nós dois Lealdade e fidelidade seguirão nossos caminhos Companheirismo e alegria hoje, sem pensar no depois JOSÉ DNILSON CASTELO BRANCO BARBOSA (11.12.1957) Recife, PE (17.1.1959) Gravataí, RS AMOR CICLONE AMOR PRIMEIRO O amor chegou, pregou no coração a vontade louca de ficar perto, Viver este momento de paixão, tão intenso, tão perfeito,tão certo. Amor sem sossego, qual furacão leva tudo com movimento aberto, com pressa, na direita ou contra mão, lendo o seu pensamento sempre incerto. Louco amor, com medo de ferir,fere mas, vibra seu coração, que prefere machucar a si, do que não viver. A vida não tem graça sem amor. Mesmo tendo tudo, sem qualquer dor, sabe que viver é amar, bem querer. RUTH HELLMANN CLAUDINO O amor é a essência da alma num ciclone; corisco sentimental nos olhares;emoções levadas por redemoinhos; êxtase no cone dos desejos; abismo de carícias e afeições. O amor é o eflúvio irreprimível num vórtice de prazeres; vagalhão voraz em turbilhões de amplexos; acalanto indomável no ápice de aventuras; oceano convulso de paixões. O amor é o furacão selvagem que balança os corações nos sonhos dos enamorados; raio de luz na borrasca de um beijo frêmito. O amor é a procela sagrada da esperança; êxtase de volúpias no mar de apaixonados; caravela à deriva, num sonho real e infinito. GERSON AUGUSTO GASTALDI (9.2.1949) SÃO PAULO, SP (2.2.1954) Dourado, MS ENCANTO DA CANÇÃO Naquele instante tão distante do agora, a canção tocou a saudade que coloriu a tarde de abril quando o sol partiu, mas eu resolvi ficar na noite que caiu no laço do teu abraço. E, foi então, naquele ão do Refrão, perdido no canto do canto de encanto da canção que entendemos e tocamos a eternidade que existe dentro de cada hora. THAIS MARIA SPERANDIO (28.4.1980) São José dos Campos,SP Licinho e Heralda contrapondo suas poesias, na festa de aniversário de Maristela Giassi, Bom Abrigo, Florianópolis, 2011 (O amigo Grego e Eunice—de costas).Foto:Maristela Giassi. 26 As Cartas do Prof. Celestino Sachet Esta seção tem agradado muitos poetamigos daqui e de outras plagas. Sentimento gostoso que o Prof.Celestino transmite ao GPL, eis que são cartas manuscritas, pois o professor não gosta de trabalhar em computador. Assim, ao pegar a caneta e escrever sobre o exemplar que recebe, transborda sua alegria e nos deixa uma vontade de mais e mais trabalhar para apresentar -lhe uma Revista que segue o lema do Grupo: Difundir a Poesia e fazer amigos. Como bom e fiel amigo que é sempre, nos presenteia com suas pérolas. Esta carta tem data de 23 de janeiro de 2014 e foi recebida em 28.de janeiro de 2014. Ei-la: 27 POETAS SEM FRONTEIRAS Temos a satisfação em abrirmos novamente uma página para publicação de poetas cujas obras já estão imortalizadas. O legado que deixaram,deixam e deixarão para a posteridade merece ser divulgado. CHARNECA EM FLOR SONETO LXXIX Enche o meu peito, num encanto mago, O frêmito das coisas dolorosas... Sob as urzes queimadas nascem rosas... Nos meus olhos as lágrimas apago... DE NOITE, amada, amarra teu coração ao meu e que eles no sonho derrotem as trevas como um duplo tambor combatendo no bosque contra o espesso muro das folhas molhadas. Anseio! Asas abertas! O que trago Em mim? Eu oiço bocas silenciosas Murmurar-me as palavras misteriosas Que perturbam meu ser como um afago! Noturna travessia, brasa negra do sonho interceptando o fio das uvas terrestres com a pontualidade de um trem descabelado que sombra e pedras frias sem cessar arrastasse. E nesta febre ansiosa que me invade, Dispo a minha mortalha, o meu burel, E, já não sou, Amor, Sóror Saudade... Por isso, amor, amarra-me ao movimento puro, à tenacidade que em teu peito bate com as asas de um cisne submergido, Olhos a arder em êxtases de amor, Boca a saber a sol, a fruto, a mel: Sou a charneca rude a abrir em flor! FLORBELA ESPANCA 1894,nasce Vila Viçosa,Alentejo,Portugal. Falece em Matosinhos,madrugada 7 para em 8.12.1930. AOS QUE SONHAM Não se pode sonhar impunemente um grande sonho pelo mundo afora, porque o veneno humano não demora em corrompê-lo na íntima semente... RAUL DE LEONI (1895-1926) [In: Livro dos sonetos,pág.110] para que às perguntas estreladas do céu responda nosso sonho com uma só chave, com uma só porta fechada pela sombra. PABLO NERUDA 1904-1973 {In: Cem sonetos de amor, pág. 95] MOCIDADE E MORTE A GUITARRA Começa o pranto da guitarra. Quebram-se os copos da madrugada. Começa o pranto da guitarra. E inútil calá-la. É impossível calá-la. Chora monótona como chora a água, como chora o vento sobre a nevada. É impossível calá-la. Chora por coisas distantes. Areia do Sul quente que pede camélias brancas. Chora flecha sem alvo, a tarde sem manhã, e o primeiro pássaro morto sobre o ramo. Oh! guitarra! Coração malferido por cinco espadas. FEDERICO GARCIA LORCA (1898-1936) OH! EU QUERO viver, beber perfumes Na flor silvestre, que embalsama os ares; Ver minh´alma adejar pelo infinito, Qual branca vela n´amplidão dos mares. No seio da mulher há tanto aroma... Nos seus beijos de fogo há tanta vida... Árabe errante, vou dormir à tarde À sombra fresca da palmeira erguida. Pablo Neruda CASTRO ALVES (1847-1871) [In Espumas Flutuantes, pág. 24] ACROBATA DA DOR Gargalha, ri, num riso de tormenta, Como um palhaço, que desengonçado, Nervoso, ri, num riso absurdo, inflado De uma ironia e de uma dor violenta. Da gargalhada atroz, sanguinolenta, Agita os guizos, e convulsionado Salta, gavroche, salta clown, varado Pelo estertor dessa agonia lenta... Pedem-te bis e um bis não se despreza! Vamos! Retesa os músculos, retesa Nessas macabras piruetas d´aço... [In:Antologia Poética, pág. 53-54] E embora caias sobre o chão, fremente, Afogado em teu sangue estuoso e quente, Ri! Coração, tristíssimo palhaço. VIRIATO CRUZ E SOUSA (1861-1898) Se a alma que sente e faz conhece Só porque lembra o que esqueceu, Vivemos , raça, porque houvesse Memória em nós do instinto teu. (...) [In: Cruz e Sousa , Simbolista, pág. 93] Cruz e Sousa DA OBSERVAÇÃO Não te irrites, por mais que te fizerem... Estuda, a frio, o coração alheio. Farás, assim, do mal que eles te querem, Teu mais amável e sutil recreio... Teu ser é como aquela fria Luz que precede a madrugada, E é já o ir e haver o dia Na antemanhã, confuso nada. MARIO QUINTANA (1906-1994) [In:Quintana de bolso, pág. 35] FERNANDO PESSOA, Lisboa, 1888-1935 [In:Fernando Pessoa,Mensagem, pág. 42] 28 IN MEMORIAM O IMPREVISTO Tempo que tentei ser vida para viver, bastante achei. No entanto foi o que busquei paulatinamente, desordenadamente, ordenadamente, amorosamente, insistentemente, perseguidamente, cronologicamente, no tempo que agora parou. E no espaço neutro, porém celestial, esgotou o tempo regulamentar desse jogo da vida, de tudo que é sempre certo tanto quanto imprevisível: o FIM... PARA NÃO VER Quero dormir o sono bruto das pedras para não ver o drama dos que passam fome. Para não ver os que sofrem injustiças nem crianças morando na rua... Para não veros que valorizam a cor da pele. Para não ver o triunfo dos incapazes, os criminosos absolvidos, a mentira substituindo a verdade e a riqueza só nas mãos dos poderosos, impassíveis e cruéis. SYLVIA AMÉLIA CARNEIRO DA CUNHA (ACL, IHGSC) [In Poemas do meu caminho, pág. 62] ALZEMIRO LIDIO VIEIRA (ADL, ASAJOL, GPL) [In: Vertente, pág. 90] POESIA Amo a calma,a quietude, a mansidão De constelada noite de luar Em que a mente divaga e vai sonhar Num mundo de mentira, de ilusão. Amo as vozes do dia, a agitação Dos seres em intérmino lutar, O musgo, a flor, o pássaro, o jaguar, Da terra em luz banhada, a imensidão. Amo também o poeta que no verso, Que no rigor de alexandrino terso Da noite canta a solidão sentida. Amo a poesia de sonora rima E que ritmada, estética, sublima O dia pleno de esplendor e vida. AUSÊNCIA Lentos sussurros vem do mar, sereno mar das minhas lembranças. Murmúrios marinhos me traz o vento, suave vento das nossas andanças à orla da praia, as mãos unidas. Sussurros do mar. Não mais os teus. Murmúrios do vento apenas, agora. Alguns poucos preferem mandar-me pedras malignas que eu nunca cheguei a ver pois não atingem o alvo e se estilhaçam no chão Mas há que falar também nos silêncios que o silêncio é nada porém eis que agradeço pois cada um deles deixa em meu peito um inexistente adereço inexistente mas que eu vou usando para me acostumar MAURA DE SENNA PEREIRA (ACL) (Ultimo poema de Maura). [In: Poesia reunida e outros textos,pág. 274.Organização:Lauro Junkes] Nota: Maura de Senna Pereira é patrona da cadeira 33, da ADL, cadeira ocupada pela presidente do GPL, Profa.Maura Soares. HOYÉDO DE GOUVÊA LINS (ACL, IHGSC) [In:Vigília poética, pág. 38] TEUS OLHOS Há em teus olhos algo indecifrado Que não entendo, mas presumo e creio, Ser reflexo do meu doce enleio De instante a instante neles retratado... (Fpolis 24.11.1897– Rio 13.09.1961) [In: Chinelos—versos de um poeta apaixonado, pág.17] Há ânsias nesses olhos! E há pecado: Pois ao fitá-los, sempre em devaneio, Vislumbro a incerta mágoa, o incerto anseio De um sonho tentador não consumado... DEVASSIDÃO Bocas de tocam impacientes Desejos são beijos natos E a paixão que age indecente Me faz sentir teu palato Ora vivazes, ora indiferentes; Olhos tão lindos, meigos e atraentes Quem pode vê-los sem perder a calma? Criam-se asas em nossos braços Que nos cobrem como cobertor Mãos dão toques devassos Em momentos de amor Quem pode vê-los sem sentir vertigens? Quem pode vê-los e deixá-los virgens Do amor mais vivo e mais profundo d´alma? SAUL LESSA Delírios são doses de quimera Suspiros em festa são sussurros E na ânsia que o ápice encerra Troca-se gritos por urros. [In: Lascívia,p.82] No meu simples ofício de cantar tenho recebido flores em profusão e a flor é vida e o ofertante um irmão O mar é o mesmo e o vento se repete. Estou na nossa praia mas estou só, minha mão está vazia da tua. Minha face não precisa dos borrifos do mar, vão consolo do vento que percebeu tua ausência. FELICIANO MARQUES GUIMARÃES LICINHO CAMPOS (GPL) OS ADEREÇOS (Fpolis, 1980: para Dulcinha) [In: Signo n. 4, Revista da Academia Catarinense de Letras, 1971. Soneto publicado no Ensaio de Osmar Silva sobre Saul Lessa, intitulado “O poeta da Trindade”.] “De manhã ou à tarde pouco importa / a decorrência temporal do dia, / abre a branca luz solar a porta / azul do céu. / Então tudo irradia as sinfonias cromáticas dos crepúsculos. / Finda o mundo minúsculo / do negro da noite. /”Esmorzonando” oscila a sombra e a penumbra vacila./ E como é clássico e de bom uso, / o tom violete cora difuso / o panásio da aurora/”. [Trecho de A Sinfonia dos crepúsculos, ultimo poema de Mâncio Costa. In: Revista Signo n. 4 , da Academia Catarinense de Letras, 1971] 29 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! VIDA INQUIETA Coração dilacerado, amor que castiga... Peito aberto, apertado e oprimido. Ah! Inquietude da vida! Louca incerteza da perda quando se aproxima. Desistir de acreditar que ser feliz é e será sempre a palavra chave de toda a existência humana? Jamais... Viver, amar, ser feliz é arte de contínuo aprendizado. Abrir os braços e aceitar as imposições que a vida te lança, é acreditar sempre que o amor existe em todos os instantes de tua existência. Ama, Acredita Segue em frente E Corre de braços abertos para uma vida plena. ADRIANA CRUZ [Fundadora do GPL] [In: 5a.Antologia do GPL, 2008, pág.129] RENASCER Por longo tempo Fechei as portas do meu coração Minha casa caiu Meu mundo ruiu Como uma folha que rola ao vento Vivi meu tormento. Hoje, vejo o sol morrer sem sentir tanta tristeza, Pois eu sei, tenho certeza. No silêncio da manhã, novamente irá nascer. E poderei sentir O leve sopro do vento E poderei ouvir O doce canto dos pássaros Até mesmo o som dos galhos e folhas Que lentamente Suavemente Como a bailar Caem no chão. E por um longo tempo... Fechei as portas do meu coração. AUREA DE MELLO BALDISSERA [In: Desdobrando, pág. 52] FLOR DA ARMAÇÃO Era uma menina que na Armação se criou Era muito feliz, Tudo para ela era bom Só queria brincar, pular e dançar, Muito divertida tudo para ela era bom Até dançar ela sabia. Seus pais ficavam orgulhosos Daquela menina feliz. Trabalhava e ajudava seus pais, Sempre feliz; de nada reclamava. Fazia renda de bilro para ganhar seu dinheiro, Para as suas roupas comprar, Era a sua alegria, gostava muito de se arrumar Para ir à Igreja rezar o catecismo Em latim ela rezava “Kyrie eleison...eleison”. De tudo na igreja gostava Porque cantava em latim Sem nunca ter aprendido a falar E assim ela cantava. Esta é a menina A flor que na Armação se criou. AMOR E POESIA Narcotizado Dopado Anestesiado A poesia me deixa assim Encantado Sonhador Utópico Assim me deixa o amor Amor e poesia Anestesia do dia-a-dia ANTÔNIA MARIA GAMA [In: A flor da Armação, pág. 24] ANTÔNIO CARLOS PEREIRA FÉ A ave procurava força nas Pirâmides, esquentava o jantar na tocha da Estátua da Liberdade, cansou de curvar-se pro Buda. Visitou as Sete Maravilhas, mas só encontrou a Paz e a amplitude nos braços do Cristo Redentor. A palavra AMOR na caligrafia síria. Imagem enviada pelo historiador catarinense Gabriel Mathias Soares. ZELI MARIA DORCINA 30 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! MAURA AMOR EM NÚPCIAS Meu amor!... Começando agora o ritual Com mensagem do coração Levados pela emoção Inicio com a abertura Do primeiro botão. A nossa Maura Ícone dos Poetas Livres Saindo...mas entrando Em nossos corações agradecidos Belos trabalhos proporcionastes Grupo de Poetas Livres te agradecem Por tudo que a eles fizeste Hoje neste encontro te enaltecem Onde encontro um vale entre montanhas, Que não me são estranhas Admiradas, amadas as entranhas Sigo o instinto do amor Agradecido ao meu Senhor Por esta oportunidade, de amá-la na totalidade. Capricorniana assumida Responsabilidade impecável Doravante vice-Presidente Maura... quase sumida Lembranças de liderança inabalável Montanhas “Vesuvianas” De lavas leitosas Sustento da criação humana Néctar primaveril emana Unificando a dualidade Propiciando inspirações amorosas Desterrense sua Academia GPL seu coração Outros compromissos ainda assumiria A Líder da das nossa Organização Seu Troféu no Universo registrado João Guilherme lhe presenteou Nosso Troféu aqui Protocolado É o GPL que Maura nos brindou. Acatando intuições sublimes, com fervor Prometo uma união segura Como prova da perdura Sem dúvidas, esperanças Registra nas tuas lembranças Juras de fidelidade, como penhor. CARLOS PICCOLI Tijucas, 24.4.2014 [Homenagem de Carlos Piccoli à ex-presidente Profª Maura Soares, quando da cerimônia de posse da Diretoria do GPL, biênio 2014-2016, na qual assumiu a presidência a poeta Eloah Westphalen Naschenweng,ficando Maura com a vicepresidência] Que a recíproca de amor seja verdadeira Permanecendo como meta a vida inteira Que o verbo amar sem ser amado, tido Como o verbo do “tempo perdido” Inexista para que Nunca seja lembrado Que nosso amor “soe” sempre como um hino Com ritmo, intervalos, constância Em encontros, píncaros Divinos Como orquestra, de bateria e violino Que o descanso seja por exageros Que não haja exageros de descansos. CARLOS PICCOLI [In Antologia do GPL – 10 anos, 2008,pág.30] Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. Clarice Lispector ***** Carlos Piccoli Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá guerra. Bob Marley Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. William Shakespeare. 31 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! ONDE NASCI É bem no pé da montanha. É onde começa um vale. É lá onde as velhas casas, a estrada e o rio se juntaram, para me deixar saudade. Velhas casas se falassem, ou se sentissem um adeus repetiam a cada instante, de criança, os jeitos meus. Estrada de ti me lembro, trago-te no pensamento, quando estás calma, suspiro! Quando em ti pisam...tormento! Carrinhos, gaiolas, árvores. O campo de bater bola. Os meus colegas de escola. Os peixes e as crianças. Meus irmãos, os passarinhos. Todos lá...vivem distante. Meus pais, as laranjeiras, roças, quintais e parreiras, velhos amigos, vizinhos. As vendinhas sem renome. A ponte,a mata e os varais, os anzóis e as armadilhas, e as casas dos passarinhos. De tudo me lembro ainda. Tenho na imaginação. Só peço pra não morrer, sem que possa inda rever, meu Sombrio. Recordação!!! ETERNO AMOR A BOA SEMENTE Plantei uma boa semente nasceu uma planta viçosa Cresceram muitos botões abriram-se belas rosas Todas manhãs quando acordo vejo as rosas orvalhadas pelo sereno que cai durante a madrugada Quem planta boa semente colhe sempre linda flor se plantar felicidade colherá um grande amor. CANTIGAS De Amor Falo de meu amor entusiasmada e encantada com meu bem querer. O meu amor por ti, dizem, é nada. E, embora pensem que estou enganada, quero que todos saibam sobre mim e que meu amor por ti é tudo, enfim. De Amizade Canta-me uma canção, amigo. Tua voz enleva o meu viver. Fala das coisas que sinto e digo. Conta-me teus segredos. Revelar-te-ei os meus entrosados na amizade eterna e na comunhão etérea com Deus. O PALHAÇO Eu queria ser um palhaço Para botar aquela roupa Pra ver como eu ficava nela Para escutar um aplauso Da mão de uma moça bela. [In: Sonhos e fantasias, pág. 64] [In: Castelo de Pedras, pág. 54] [In: Janela e Solidão, pág. 111] Eu queria ser um palhaço Ainda tenho esperança Para colocar um sorriso Nos lábios de uma criança EUNICE LEITE DA SILVA TAVARES DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA CACILDO SILVA Eu queria ser um palhaço Eu queria ser um palhaço Mas eu não vou conseguir Porque para ser um palhaço Tem que fazer os outros rir Suave lembrança, doce recordação só minha. Qual joia rara escondida, na caixinha guardada no tempo. Sem tristeza, mágoa ou remorso, todo amor nela guardei do mundo que foi só nosso. Assim, bem cuidado, sempre que desejo, vejo meu amado numa ternura sem fim, sorrindo só para mim. De Paixão Foto publicada no Jornal Noticias do Dia, dias 3 e 4 de maio 2014, ilustrando a matéria “Poesia das Janelas” (Florianópolis) Caridade é o servir sem distinção; é o dar sem receber; é o ofertar sem que o outros percebam. Caridade nada mais é do que o reencontro de duas almas, uma você, outra Jesus. Stela Máris Alves O amor corrói o peito quando se transforma em paixão. Os humanos enlouquecem, perdem identidade, sentimentos, emoção. Paixão, sentimento tão grande (e ao mesmo tempo menor) que, quando sentida diminui o sentido da vida destruindo a força do Ser. De Saudade O que dizer da Saudade quando abre um buraco no peito e explode feito uma bomba deixando no fundo um efeito de luzes que irradiam a tristeza de viver sem ter por perto aqueles que amamos e por sua ausência sofremos? ZEULA SOARES Eu queria ser um palhaço Ainda tenho esperança Pra ver um senhor Uma senhora Se sentir uma criança. 21.5.2005 Obras de Eloah Naschenweng expostas no Stand dos Autores Catarinenses na Feira do Livro, nos dias 7, 10 e 14,datas nas quais o GPL se fez presente. Eu queria ser um palhaço. CELSO JOÃO DE SOUZA A Revista Ventos do Sul foi fartamente distribuída. Foto:Maura com máquina de Eloah. 32 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! CAMINHADA INSPIRAÇÃO Senti o manto das sombras quase transparente a infiltrar-se nos poros da alma para explorar os recantos escorregadios dos sentimentos. Inesperadamente Sem um anúncio Você se foi... Não explicou Não perguntei. Lembrei momentos, Você não sei... Senti bastabte Até chorei! Ficou saudade Lamento muito Era tão bom, mas... Valeu a pena Sua ausência Inesperada Inspirou mais Um poema... Soprei as poças iluminadas que bruxuleavam e se encolhiam, movidas pelo vento. Ouvi o eco dos sons que flutuavam envoltos na penumbra, enfeitiçados de silêncio. Deixei, desarmada, a luz interior margear os contornos da vida, driblar ausências, ofuscar dores para buscar reflexos mágicos e se fazer esplendor. Vi, perplexa e lisonjeada uma história de amor sem fim acender-se,criar anteparos e teimar em ficar. Capturei com palavras desdobradas a delicadeza e a frágil sublimidade dos sonhos que não se apagam, mas se transformam para que o tempo vá devolvendo em lembranças. HERALDA VICTOR [In: Travessia de ilusões, pág.50] Dei a cada instante, asas sutis, pedaços de céu, pátios encantados e na solidão abracei as dores, e fiz deste abraço, paz que enlaça. Andei pelos corredores da vida e aprendi. CARA DE MORTE Perguntaram-me se faço poesia. Não, respondi. Poesia vem sem ser chamada. De onde, não sei Parente, lá em Maceió, dizem que é carne nos dentes. Lá o pessoal é decente. O tolo sempre diz o que o outros não querem ouvir. Se a morte fosse de se amar e fosse bonita; eu diria: ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG [In: E-book, Dança da Vida, pág. 19] “A MorTe Vejo ao Longe”. IVAN ALVES PEREIRA (Cazzivan, Ivan de Paulo Jacintho)) [In: Há (mar) e Bebê ( r), pág. 60] 6 Te recuerdo como eras en el último otoño. Eras la boina gris y el corazón en calma. En tus ojos peleaban las llamas del crepúsculo. Y las hojas caían en el água de tu alma. Apegada a mis brazos como una enredadera, las hojas recogían tu voz lenta y en calma. Eloah, Maura, Stela Máris e Vera. 14 de maio 2014. Stand dos Autores Catarinenses, Feira do Livro. Largo da Alfândega, Florianópolis, SC. Foto:máquina Eloah. Hoguera de estupor en que mi sed ardia. Dulce jacinto azul torcido sobre mi alma. PABLO NERUDA [In: Os vinte poemas, pág. 43 da obra “Pablo Neruda Antologia Poética”, Rio, Livraria José Olympio Editora, 4a. ed. 1976] Assim eu caminhei... Esperando dias melhores, sorri ! Stela Máris Alves 33 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! OSCILAÇÕES CONSERVANDO A JUVENTUDE Se você esquecesse o nome Do presidente de sua empresa E quando pegasse o elevador com ele, O cumprimentasse com um olá presidente Ele sorridente ajustaria a gravata E se encantaria. Ser jovem independe da idade Podemos estar velhos com cinquenta ou sermos jovens com mais de oitenta. Conserve desde cedo a juventude, sem medos, sem grandes preocupações, mas seguindo as cinco atitudes contidas nestas lições: Evite a preguiça física e mental. Estar constantemente ativo em qualquer idade é fundamental. Mas se ele fosse o faxineiro E ao entrar no elevador Você o cumprimentasse Com um olá faxineiro Ele te lançaria um olhar fuzileiro Achando que foste grosseiro. Nunca desanime,seja persistente, faça planos, lute por sonhos seus, aprenda com as derrotas e siga em frente. Culpas,remorsos, não alimente. Agir sempre com bom senso e justiça beneficia a todos e a própria mente. JOSÉ LUIZ AMORIM Não guarde mágoas, ódios, vingança, não se prenda a infortúnios passados, ponderar e perdoar traz a bonança. O bom humor é preciso cultivar. Rir ou sorrir sempre que possível, a juventude ajuda a conservar. INVERNO Vem chegando o inverno E de mansinho Vai expulsando a minha primavera Que em seu desabrochar sereno Trouxe-me tantas ilusões Puras quimeras Tais atitudes rejuvenescem, trazem felicidade e enobrecem. SUELI RODRIGUES BITTENCOURT Poetisa da Paz projetopazepoesia.blogspot.com tudoporummundobemmelhor.blogspot.com As flores vão murchando Breve muito breve No entardecer tristonho, solitário É inverno frio, enfadonho sudário Folhas ao léu, vozes emudecidas Ventos calados, calmos, peregrinos No breve adeus da despedida Vozes veladas perseguem meu destino Ações quase inibidas Quem me dera Ainda em tempo Voltar à primavera NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN Celso João de Souza (com a camisa do GPL) e José Luiz Amorim (de chapéu), em evento artístico no Palácio Cruz e Sousa, 8 de maio de 2014. Na ocasião, Celso representou o GPL e teve oportunidade em se expressar através de sua poesia. 34 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! MÃE NATUREZA MELANCOLIA Canta el rio de noche Sus canciones de amor Canta el pájaro triste al sueño que murió Muchachita morena Esclava del dolor Liberta tus rencores Que es tiempo de perdón Al rocio que moja Por la tarde a la flor Lo evapora sin prisa La mañana del sol Deja el viento en las hojas Mensages de emoción Que trago de tan lejos De um monte de pasión Deus quando fez o mundo fez tudo no seu lugar Fez a terra, fez a serra, fez os rios e fez o mar. Fez tudo direitinho não deixou nada faltar. E depois criou o homem para o mundo governar. O homem, com sua ganância,está sempre querendo mais. Corta as matas, mata os bichos, polui o rio e até os manguezais. Nas praias faz avenidas, construção mais construção, vem o mar enfurecido joga tudo no chão. O homem apavorado acha que o fim do mundo chegou. É que o mar veio buscar o que o homem ocupou. A nossa Mãe Natureza sabe bem o que é seu. Veio buscar novamente o que sempre lhe pertenceu. Eu vou fazer um pedido para o povo brasileiro, que proteja a natureza e não pense só em riqueza. Use mais o coração ou não restará nada para o futuro da Nação. MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA (19.04.2001) NELSON RAMÓN BADIN [In: Parque de Coqueiros, obra artesanal) BEIJO Meu amor quando te beijo sinto o mundo a rodar a felicidade é tão grande parece que vou sufocar. O teu beijo me sustenta tenho grande emoção minha vida se renova tenho paz no coração. O dia que não me beijas minha alma vaga sem rumo as horas são tão longas até fico sem prumo. O teu beijo me sacia sinto o mundo a rodar minha alma se renova parece que vou voar. MAURÍLIA FREITAS [In: Minha Saudade, pág.57] RASTROS DA VIDA—Conto poético À noite, no silêncio do meu leito, só, com os meus pensamentos, tudo passa em minha mente. Reviso as alegrias e tristezas, vividas em cada momento deste dia. Viajo em sonhos lindos, mas consciente. Caminho pela terra e pelo céu, falando com os anjos. Aproveito, e beijo as estrelas. Percorro o mundo. Vou para bem distante de onde estou. Não há mais ninguém. Somente um vazio... Sinto-me seguro. Sou um sonhador, amante do amor, inimigo da dor, distante do sofrimento. Olho as pessoas plantando flores, talvez procurando amores. Como será que o jasmim produzo seu perfume, e sempre com o mesmo aroma? Entendo. Segredos da natureza... A exuberância da orquídea me fascina, assim como o teu olhar, me alucina. As lindas flores, ajudam-me entender a tua formosura. És fruto do universo, essência da ternura, a doce loucura... o profundo rastro da minha vida! SINVAL SANTOS DA SILVEIRA 35 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! TERRA DE SOL E MAR Floripa terra de gente feliz Do boi tatá do bumba meu boi E da bernunça que tanto me fez sorrir. EPÍLOGO (*) Brindamos com o coração, por mais uma reunião cheia de emoção. Que nossas palavras sejam acolhidas pelo Universo, para se fazer concreto os desejos em que os dias signifiquem afagos, os caminhos possam iluminar as escolhas, a fala a compreensão que falta no apoio merecedor das conquistas. Que nossa visão interceda ao belo, mãos que darão sustentação, pés que nos levem à direção exata, ouvidos que nos farão pronunciar as pautadas entonações, pelo saboroso linguajar produzido e que nosso olfato seja relevante agraciando nossos sentidos. Bendita seja a vida; que assim seja! Floripa do povo simples Do pescador que sai para o mar Sem saber se vai voltar. Floripa das meninas de saias rodadas Da pele rosada Das namoradeiras Que ficam a sonhar Floripa do sol e mar Das estrelas e do luar Da natureza encantada Que nos encanta a cada olhar. Floripa dos eternos apaixonados Pela sua terra pelo seu sol e pelo seu mar ... STELA MÁRIS ALVES SANDRA REGINA CLARA NEPOMOCENO PINTO CICATRIZES NA ALMA Todos tem fardos a carregar Cicatrizes que trazem na alma Algumas são mais recentes, Outras antigas e profundas Somos todos alterados pelo tempo E pelas circunstâncias Às vezes até alterados pela fé Os sonhos não devem morrer Mesmo que queiramos alcançar a lua Como um grande desejo Acredite se quiser Só tem uma coisa certa Que não há nada no mundo Que o amor não consiga perdoar Mesmo o que estiver dentro da alma Bem escondido entre você e Deus. [ Na reunião em que foi apresentado este poema, houve sugestão (aprovada) de ser declamado a cada término da sessão, eis que a Oração do Poeta abre todos os encontros administrativos] THEREZINHA CACILDA MOINTEIRO MANN O último ato coroa a peça. (ms./) Praia do Abraão. Foto: Maura. 36 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! JOGO DE SEDUÇÃO Maneiras delicadas em alguém tão Rude! Condutas reverentes em alguém tão Profano! Atitudes castas em alguém tão Libertino! NUA Nua, assim ela o esperava todas as noites Frias, quentes, com chuva ou ventania... Nua, ela esperava o amado que havia prometido... Promessas vãs, simples promessas... Mas a esperança a acompanhava Gestos tímidos em alguém tão afoito... *** Insinuando-se e se Esquivando! Ele não era dono de sua alma, mas a queria e muito Alma atormentada pelas amarras da vida Alma angustiada que vivia a romper-se em soluços Tristezas por não poder ver a amada Que, nua, o esperava para a entrega total do amor. Cativando e se Furtando! Oferecendo a truta e Sacando a Linha! Nua, despida de razão, pensamentos só para ele, Nos seus carinhos, nos seus beijos, no encontro dos corpos... Triste sina, a distância os separava e ele também ansiava pelo corpo da amada, pelas carícias, pelos beijos, pelos carinhos, corpos entrelaçados na volúpia do amor. Assim, aos poucos, fui-me Enredando! E, nessa dúvida fui-me Prendendo! Nessa incerteza fui-me Entregando! A noite já em meio... Batidas leves na porta... Nua, enrola-se num robe e abre a porta. Ei-lo que chega... Braços a enlaçam, o robe cai. Nesse Jogo de Sedução... fui-me Perdendo! MAURA SOARES, aos 5 de janeiro de 2013, 19.41h (inspirado na tela —imagem internet) só não querendo admitir tampouco me Render!!! (1991) MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS Presidente-Perpétuo do GPL Obras de Eloah W. Naschenweng e números da Revista Ventos do Sul que foram distribuídos na Feira. Foto: Eloah. Santo Antônio de Lisboa. Restaurante Villa do Porto. Foto:Maura 37 PROMOVENDO...POETAS DO GRUPO! NIRVANA UM NASCER DO SOL QUE VALEU Sou feliz sim...gosto de meu jeito atrevido e ousado de ser. Tenho autoestima elevada e acho que isso é o que me faz tão confiante... acreditar na felicidade. Tenho o sorriso como minha marca, e a doçura como referência. Tenho um coração cheio de amor, e a lealdade é o meu forte... Não me apaixono facilmente, alguém para ter o meu amor precisa ser muito especial... mas se isso acontece, me envolvo até as últimas consequências, valorizo e sou fiel aos meus sentimentos. Cada um é responsável pelos seus... o que fazem ou como são em relação a eles é assunto de cada um....eu sou fiel aos meus. Gosto de gente que abraça sem que precisamos pedir... gosto de gente que se emociona, que chora e ri ao mesmo tempo, gosto de quem acredita no amor, pois só quem se permite amar e se entregar conhece a verdadeira explosão de alegria, júbilo e jovialidade seja em que idade for... quem ama é sempre jovem, mesmo em idade avançada e conhece a verdadeira felicidade... Não adianta clamar...viver em busca, querer ser feliz, se não tiveres coragem, ousadia . Precisas sentir-te uma pessoa maravilhosa , linda e capaz de amar, incondicionalmente... Vive os teus sentimentos. Sempre. VERA PORTELLA Após o por do sol... Felicidade Risos que não podem ser contidos Ficamos ao luar Enchendo os pés de areia Ouvindo a melodia do mar e do vento Teve uma chuva Teve uma benção Então sentamos E admiramos as brilhantes ondas quebrando na areia Nessa noite encontrei minha estrela Encontrei sua mão Uma noite que valeu Você sente frio Então passo meu braço ao redor do seu corpo para aquecê-la E você finge acreditar em minhas boas intenções O sol começa a nascer E falo da minha alegria em dividir esse nascer de sol com você Isso a faz rir E me sinto extraordinário por isso Um medo bom me invade de repente E lábios tremem um instante antes do primeiro beijo ASSOMBRAÇÕES Tantos pensamentos E tão poucas palavras Ao menos, o cenário é perfeito Terra sagrada, abençoada Deixe minhas tristezas em paz Agora elas dormem calmas Sem traumas Já não me acordam Não há temores nem pesadelos Nas intermináveis noites Elas dormem há tanto tempo Preferem assim continuarem Não acordem minhas assombrações AIRTON DA SILVEIRA FILHO Deixe que assim continue Não precisa lembrar Os fantasmas que alem de nada fazerem So tristezas trazer E de novo reviver Não acordem minhas assombrações Elas dormem esquecidas Mas não estão destruídas Não acordem meus fantasmas Deixe que eles durmam E que eu viva Sem nunca mais reviver O que há muito tempo Procuro esquecer Airton da Silveira Filho, em foto do lançamento de seu romance “Aparências”, 26.9.2013. Foto:Maura MARISTELA GIASSI 38 BIBLIOTECA DOS POETAS “MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS” No primeiro semestre de 2014, nosso acervo bibliográfico ficou mais enriquecido com a doação de obras dos mais diversos autores, e também jornais, revistas, boletins e zines. Doação de Osmarina Maria de Souza, São José,SC, A professora “X” Maria e a Escritora Osmarina,em parceria com Edna DMerola. Doação de Osmarina Maria de Souza, São José, SC, Alaíde, a Imortal, de Dalvina de Jesus Siqueira, Janice M. Volpato e Osmarina Maria de Souza. Doação de Malungo, Recife,PE,zine De cara com a poesia, n.60, maio 2013. Recorte do Jornal Notícias do Dia de 11.12.13, ano 8 n. 2418, Coluna Expressão, de Yula Jorge, comentando sobre a Sessão de Encerramento do Ano Acadêmico do GPL, 2013. Recorte do Jornal Notícias do dia, Coluna A vida segue... de Paulo Alceu, 25.11.2013, ano 8, n.2404, cita Airton da Silveira Filho e seu livro Aparências. Recorte do Jornal DC—Diário Catarinense, 11.10.2013, p.50, obituário de Franciane Maciel Dutra, ex-associada do GPL. Recorte do Suplemento Literário Ô Catarina, dezembro 2013, n.80, com artigo de Marina Soares, Zeula Soares, uma atriz que fez história”. Recorte do Suplemento Literário Ô Catarina, dezembro 2013, n.80, sobre o Grupo Armação, cita Zeula Soares e mostra foto de peça em que aparece o ex-associado do GPL, Antonius Frank. Jornal O Nheçuano, Ano 5,n. 20, janeiro 2014 — de Roque Gonzalez,RS, com texto do escritor catarinense Enéas Athanázio. Mensagem de Natal e Texto do escritor e poeta Doumerval Tavares Fontes, São Vicente, SP. Doação de Gildásio Taborda Barbosa, Sant´Ana do Livramento, RS, sua obra Fênix—Poemas, dezembro 2013. Jornal da ANE - Associação Nacional de Escritores, ano VIII, n. 55, dezembro 2013, janeiro 2014, Brasília. Doação de Antonio Pereira Mello,Santa Maria, RS, as seguintes doações: zine Pô-esia n. 1; Pô-esia n.2; zine Missionários da Poesia,ano 4, n.45, janeiro 2014; Mensagem de Meimei “Deus age”, psicografada por Chico Xavier; Prece a Jesus, de Auta de Souza, psicografia de Chico Xavier; Encontro de Natal, texto de Meimei, psicografia de Chico Xavier; zine Expressando em Poesia, ano 4, n.37, janeiro 2014. Doação de Antonio Pereira Mello,Santa Maria,RS, zine Confraria da Amizade, ano 5, n.43, janeiro 2014. Doação de Doumerval Tavares Fontes, São Vicente, SP, os textos O Perdão e Saber o que somos. Doação de Doumerval Tavares Fontes, São Vicente, SP, os textos Recomeço e Felicidade. Doação de Gildásio Taborda Barbosa, Sant´Ana do Livramento, RS, um Adesivo com o poema Ao Grupo de Poetas Livres, cujo destaque damos neste número da RVS. Doação de Luiz Fernandes da Silva, João Pessoa,PB, a obra de Adauto Ramos, Adeus a um amigo. Registre-se que Maura Soares doou de seu acervo particular para a Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, onde o GPL possui sua sede, as seguintes obras: de Alexandre Herculano “Opúsculos—Controvérsias e estudos históricos”, impresso em Lisboa; Florianópolis, uma sín tese histórica, Fundação Franklin Cascaes, 1995; Reminiscências políticas, de João José Theodoro da Costa, Coleção Catariniana, IHGSC, 2003; Anita Garibaldi (uma trajetória e amor), de Leatrice Moellmann, 2001; IHGSC—Colóquio Ibero-Sul-Americano de História, Anais, 2009; Carta genealógica de famílias tradicionais de Santa Catarina, 1419-1986, de Iza Vieira da Rosa Grisard; Entrando nas escolas de Antonio Carlos, 2010, de Rogério Kremer; de Walmor Piccoli , Um pouco de História– Pratas, São Carlos,SC; de José Artulino Besen—História de Nossa Senhora do Desterro, IHGSC 2013; Rádio-teatro—Novelas da Rádio Nacional, revistas encadernadas em um único volume, edição de 1952; de Jali Meirinho, 1893-1894, História e Historiografia da Revolução em Santa Catarina, IHGSC, 2009; de Edson Telê Campos, A expansão urbana Região Metropolitana de Florianópolis, Insular, 2010; de Licurgo Costa—O Embaixador de Ariel—Edmundo da Luz Pinto, Insular, 1999; de Abelardo Sousa—O sábio e o idioma, IOESC,2002; de Nereu do Vale Pereira—Contributo Açoriano para a construção do Mosaico Cultural Catarinense, Papa-livro, 2003; de Sylvia A mélia Carneiro da Cunha—Gustavo Richard—um republicano histórico em Santa Catarina, Brasilia, 1995; de Leatrice Moellmann - João Moritz e o desenvolvimento de Florianópolis no século XX, Insular, 2007; dos organizadores Luiz Teixeira do Vale Pereira e Berenice Maria Sell do Vale Pereira—O orador oficial Hyppolito do Valle Pereira, edição dos autores, 2002. Recorte do Jornal Noticias do Dia,25.2.2014,ano 8 n. 2481, carta de Maura sobre matéria a respeito do poeta catarinense Lindolf Bell. Recorte do Jornal Noticias do Dia, 7.3.2014, ano 8, n. 2490,sobre peça infantil de Maura,Joãozinho e Maria na Casa da Bruxa. 39 BIBLIOTECA DOS POETAS “MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS” 1. Recorte do Jornal Notícias do Dia, ano 8 n.2492, 10.3.2014, referente os 110 anos de nascimento de Maura de Senna Pereira. 2.Recorte do Jornal Noticias do Dia,13.3.2014, artigo de Maura sobre o aniversário do Jornal, fundado em 13 de março de 2006. 3.Doação de Julio de Queiroz, sua obra Amor e Morte—contos—Os dançarinos da vida, Edifurb 2013. 4.Doação do Cel. Roberto Rodrigues de Menezes, Revista O Clarim, da ALMESC, Ano II, n.3, março 2014. Do GPL,membros e amigos citados às páginas 4,8,9,10,11,13,16,17. 5.Jornal da ANE-Associação Nacional de Escritores, n.56, fevereiro-março-2014. 6.Jornal da ANE-Associação Nacional de Escritores, n.57, Ano IX, abril—2014. 7.Doação de Luiz Fernandes da Silva, a obra de Joacil de Britto Pereira, Odon Bezerra Cavalcanti—Homem de Lutas e de Letras. 8.Doação de Maura do Suplemento Literário A Ilha, n. 128, março 2014, ano XXXIII,com poema de Julio de Queiroz, textos de Celestino Sachet e de Maura. 9.Recorte do Jornal Notícias do Dia 1º de abril de 2014, coluna de Yula Jorge, publica convite do GPL para que ela desse palestra sobre Cora Coralina dia 24 de abril, GPL 16 anos. 10.Doação de Malungo, Recife,PE, o zine De cara com a Poesia, n.61, novembro 2013. 11.Doação de Eunice Tavares, sua obra Sonhos e Fantasias. 12.Textos de autoajuda, de Doumerval Tavares Fontes, São Vivente,SP. 13.Doação do Cel. Roberto Rodrigues de Menezes, a 1a. Antologia da ALMESC-Academia de Letras dos Militares Estaduais de Santa Catarina, Papa-Livro, 2013. 14.Doação de O Nheçuano, de Roque Gonzalez,RS, ano 5, n.21, março-abril-2014. 15.Doação de Pedro Du Bois, sua obra Em Contos. 16.Doação de Tânia Du Bois, sua obra O exercício das vozes—Crônicas. 17.Doação de Alcides Buss sua obra Cadernos da Noite. 18.Doação de Maura o Boletim do IHGSC, ano XVI, n.18, jan-fev-março 2014, foto de Maura e Capa da RVS 41. 19.Doação de Osmarina Maria de Souza, sua obra Era uma vez... Eu e a felicidade. 20.Doação de Maura das obras: de Eliana Pontes, Um coração aberto em Florianópolis, com prefácio de Adriana Cruz, poetisa do Grupo de Poetas Livres...e... de Antonio Celismar da Rocha, ex-membro do GPL, Tudo improvisado. 21.Recorte do Jornal Noticias do Dia, ano 9, 11 de maio de 2014, coluna Expressão, de Yula Jorge, que publica poema de eloah Westphalen Naschenweng, presidente do GPL,intitulado Dor e Amor de Mãe. 22.Doação de Doralice Rosa de Souza Silva, sua obra Colcha de Retalhos, lançada em 5 de junho, no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho. 40 ACONTECEU... No primeiro semestre de 2014, aconteceu: Registro que na Sessão Solene dia 6 de dezembro de 2013 da Academia Catarinense de Letras e Artes—ACLA, aconteceu homenagem à associada do GPL, Zeula Soares, pelo Prêmio pelo Conjunto da Obra. Heralda e Maura representaram o Grupo. Registro que dia 13 de dezembro de 2013, a escritora e membro da academias de letras ADL e ASAJOL, Kátia Rebello, lançou seu romance policial A realidade e a ficção, pela Papa-Livro, na Feira do Livro do Shopping Ideal, com Sessão de Autógrafo também de nossa confreira Heralda Victor. Compareceram Maura(pelo GPL) e Susana Zilli de Mello, Inês Lohn, Osmarina Maria de Souza, Roberto Rodrigues de Menezes e Hiamir Polli (organizadora da Feira). Registro do representante do GPL, na Argentina, Donato Perrone, que participou na UPF da Paz Internacional; que as reuniões no CaféTortoni começaram em janeiro de 2014. Dia 16 de janeiro de 2014, na residência da então presidente do GPL,Maura Soares, a visita da associada correspondente Janete Veiga, de Itaiópolis, SC. Márcia Reis Bittencourt, do GPL, compareceu ao Concerto do Festival Internacional de Coro e Orquestras,em Canelinha,SC, dia 1º de fevereiro de 2014. Neusita Luz de Azevedo Churkin representou o GPL em 9 de fevereiro, com poesia e música, na Abertura do Ano Literário da Academia de Letras do Brasil para Santa Catarina,evento acontecido no restaurante Saborear,em Governador Celso Ramos. Registro da escritora Luisa Fresta, Portugal, informações que foi premiada (2º lugar) no Concurso de Crônicas no Brasil (pela Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil). Trata-se do Prêmio Lázaro Francisco da Silva, de Mariana/ Minas Gerais e é o primeiro Concurso Internacional Literário da ALACIB. Luisa Fresta participou e foi premiada no 9º Concurso On-Line do GPL-2013. Dia 20 de março de 2014, tratativas para montagem da chapa concorrente à eleição do GPL, biênio 2014-2016. Nesse dia apresentaram-se para compor a diretoria: Eloah W.Naschenweng, Maura Soares, Antonio Carlos Pereira, Áurea de Mello Baldissera, Vera Portella, Sandra R.C.N. Pinto, Stela Máris Alves. Dia 27 de março de 2014, montagem definitiva da chapa para concorrer à nova diretoria do GPL. Biênio 2014-2016, ficando assim constituída: Presidente -Eloah Westphalen Naschenweng; Vice-presidente– Maura Soares; 1º Secretário —Antônio Carlos Pereira; 2º Secretário —Nelson Badin; 1º Tesoureiro —Áurea de Mello Baldissera; 2º Tesoureiro —Vera Portella; Diretor Cultural — Sandra Regina Clara Nepomoceno Pinto e Stela Máris Alves. Presidente Perpétuo - Maria Vilma Nascimento Campos e Presidente de Honra -Manoel Philippi. Registro em reunião do dia 27 de março, por Eunice, sobre o falecimento da coralista do Coral Italo-Brasileiro, Aquilina Theis, no dia 25 de março. O Coral Italo Brasileiro já apresentou audiência em sessão do GPL. Registro em reunião do dia 27 de março por Stela Máris Alves de que o Grupo de Dança que ensaia na Biblioteca,do qual sua filha Maria Olivia faz parte, obteve o 4º lugar no Concurso Mundial de Hip Hop Dance, em dezembro de 2013, em Córdoba, Argentina e o mesmo grupo irá a Ribeirão Preto, São Paulo, participar das eliminatórias para o Street Culture, Festival Internacional. Dia 10 de abril de 2014 aconteceu a Assembleia Geral para eleição da Diretoria do Grupo de Poetas Livres - Biênio 2014-2016. Apresentação de uma única chapa. Conduziu a eleição a associada Eunice Leite da Silva Tavares que contou com a participação de Maria da Anunciação Pereira. Conferidas as assinaturas dos membros com a chamada para colocar seu voto na urna, estavam aptos para votar 18 associados que responderam “Sim” à nominata da nova diretoria. Após a verificação e estando tudo de acordo com o que preceitua o Estatuto do Grupo, Eunice Tavares agradeceu o auxílio de Maria da Anunciação Pereira e declarou eleita a nova diretoria que regerá os trabalhos do GPL no período de abril de 2014 a abril de 2016, ficando assim constituída: Presidente: Eloah Westphalen Naschenweng Vice-presidente: Maura Soares 1º Secretário: Antônio Carlos Pereira 2º Secretário: Nelson Ramon Hernandez Badin 1º Tesoureiro: Áurea de Mello Baldissera 2º Tesoureiro: Vera Portella Diretoria Cultural: Sandra Regina Clara Nepomoceno Pinto e Stela Máris Alves Presidente-Perpétuo: Maria Vilma Nascimento Campos Presidente de Honra:Manoel Philippi Dia 12 de abril Neusita apresentou-se declamando poesia e executando melodias no acordeon, na Igreja Presbiteriana de Jordão (Governador Celso Ramos, SC), num Encontro de Mulheres Presbiterianas da Região da Grande Florianópolis - Sociedade Auxiliadora Feminina—SAF. O poetamigo MarioTessari recebeu dia 15 de abril, na sede da Academia Catarinense de Letras, em Florianópolis, o Destaque do Ano 2013, com sua obra Amores Efêmeros. Dia 24 de abril de 2014 aconteceu a Sessão de Posse da nova Diretoria do Grupo bem como as comemorações dos 16 anos de atividades. Heralda Victor comandou o Cerimonial e a assinatura no Livro de Atas dando posse oficialmente aos novos membros. A convidada, jornalista Yula Jorge, do Jornal Notícias do Dia, proferiu palestra sobre a poetisa Cora Coralina, apresentou poemas de sua autoria e de Cora. O Maestro Adair Lima apresentou a Canção aos Poetas, música de sua autoria e letra de Áurea de Mello Baldissera, numa homenagem ao Grupo. Apresentado um Banner com a Letra da Canção. A nova presidente, Eloah Westphalen Naschenweng agradeceu em nome de toda diretoria. Entregue a Medalha do Poeta Maria Vilma Campos, para Antônio Carlos Pereira e Stela Máris Alves. Na referida Sessão, o maestro Adair Lima também cantou para a plateia presente. Um brinde ao Grupo foi feito com bolo e espumante com os convidados. **Registro de Stela Máris Alves, Diretora Cultural do GPL: O Grupo de Dança Ghettos fica qualificado para a seletiva do Street Culture Festival Internacional, em Ribeirão Preto, depois de ter conseguido o 4º lugar no Festival Sudamericano de Córdoba na Argentina em dezembro de 2013. Esteve acompanhando o Grupo Ghettos nesta viagem Stela Máris Alves membro efetivo do GPL (Grupo de Poetas Livres ) a qual sua filha Maria Olívia fez parte deste grupo de dança.O Grupo tem como Coreógrafo o Professor de dança Anderson Costa e os ensaios acontece na Biblioteca Municipal Professor Barreiros Filho em Florianópolis. Ao Grupo Ghettos nosso agradecimento por ter levado à Córdoba o melhor da dança de Santa Catarina. 41 ACONTECEU... O poetamigo Edweine Loureiro, residente em Saitama, Japão,registra o recebimento do Certificado de 3º Lugar no Concurso Casimiro de Abreu. O poeta e escritor Luiz Carlos Amorim lançou obras de sua autoria na Feira do Livro do Shopping Itaguaçu, que ocorrou de 12 a 23 de março de 2014 Dia 17 de abril, Neomar N.B.C.Junior, correspondente do GPL, apresentou-se na TV COM comentando sobre o fenômeno da perda, em diálogo com o autor da obra “Morte sem sepultura”,Carlos Stegemann. Presente o Major PM Marcus Roberto Claudino. Nossa poetamiga Susana Zilli de Mello apresentou-se, juntamente com os membros da Associação dos Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses, no Sarau Poético organizado pela Associação, dia 8 de maio, no Palácio Cruz e Sousa. Dia 23 de abril de 2014, Eloah Westphalen Naschenweng e Maura Soares participaram da reunião conjunta Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e Instituto Carl Hoepcke, na Avenida Trompowsky,sede do ICH. O GPL ofertou a 7a.Antologia—Os mais belos poemas do Grupo de Poetas Livres e o exemplar da Revista Ventos do Sul número 41. Dia 8 de maio de 2014 no Museu Histórico Palácio Cruz e Sousa, José Luiz Amorim, Inês Carmelita Lohn, Elena Lamego e outros poetas, apresentaram-se no Sarau Poético Musical. Dia 8 de maio de 2014, no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, numa promoção conjunta Grupo Armação e Grupo de Poetas Livres, o ator do Grupo Armação, Edio Nunes, apresentou o monólogo Eu Confesso!, autoria e direção de Antonio Cunha. Dia 8 de maio de 2014, Luiz Carlos Amorim e Urda Klueger promoveram Sessão de Autógrafos na Feira do Livro de Florianópolis com as obras Flexa Dourada, Rio da Minha Cidade, Vida-Meu cachorro Atahualpa, Verde Vale,Cruzeiro do Sul. Luiz Carlos tornou a se apresentar na mesma Feira dia 16 de maio. Dia 15 de maio de 2014,no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal Prof Francisco Barreiros Filho, o lançamento da obra O Vizinho—Crime sem castigo, do associado do GPL Antônio Carlos Pereira, numa programação organizada pelo Grupo de Poetas Livres. Dia 27 de maio de 2014, a professora Zenilda Nunes Lins, lançou sua obra Tecendo alegoria, no restaurante Hino,Florianópolis,SC. Dia 29 de maio de 2014, na sede da Academia Catarinense de Letras, Julio de Queiroz lançamento das obras Amor e Morte e coletânea de ensaios do Julio, organizada pela Profª Dra. Salma Ferraz, Pelas frestas da caverna. Registro: das participações do Grupo de Poetas Livres na Feira do Livro de Florianópolis, dia 7 de maio, com a presidente Eloah W. Naschenweng autografando suas obras; dia 10 de maio, participação de Eloah e Maura divulgando o grupo com obras de Eloah e exemplares das Revistas Ventos do Sul sendo distribuídos entre os visitantes da Feira; dia 14 de maio com as presenças de Eloah, Stela Máris Alves e Vera Portella fazendo integração com os visitantes da Feira distribuindo Revistas e Eloah autografando suas obras. Dia 29 de maio de 2014, a Academia Catarinense de Letras – ACL e o Núcleo de Estudos Comparados entre Teologia e Literatura – NUTEL, da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, lançaram os livros Em Companhia da Solidão e Amor e Morte - os Dançarinos da Vida, de Júlio de Queiroz, e Pelas Frestas da Caverna, coletânea de ensaios do mesmo autor, organizada pela Prof. Dra. Salma Ferraz, no , na sede da ACL, Florianópolis. Dia 5 de junho de 2014, no Auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca Pública Municipal prof. Francisco Barreiros Filho, aconteceu o lançamento da obra de Doralice Rosa de Sousa Silva, Colcha de Retalhos, com apresentação musical de Rita de Cássia Dircksen, Vidomar Silva, Alexandre Rosa e Vinicius de Oliveira. Dia 7 de Junho de 2014, no município de São Pedro de Alcântara, aconteceu a inauguração da Casa de São Pedro, do Instituto Carl Hoepcke, Presença do GPL com Eloah Naschenweng e Maura Soares. ***Carta de Luisa Fresta, de Portugal, ao receber o Certificado e o Livro Lascívia, encaminhados como Prêmio do 9º Concurso On-line 2º Prêmio Licinho Campos de Poesias de amor—edição 2013.—Carta recebida em janeiro de 2014 Querida professora, O seu correio chegou hoje, fico muito grata pelo envio, recebi o certificado e o livro do poeta Licinho, que estou já a saborear com muito interesse, enquanto vou bebericando uma taça de vinho alentejano! Pelo que li ele faleceu no mesmo mês e ano que a minha Mãe, e isso é uma coincidência significativa para mim. Agradeço também o lindo cartão postal e o poema do António (José Barradas Barroso)- meu conterrâneo que eu não tenho (ainda) a honra de conhecer. É um belo soneto, inspirador e que transmite uma paz imensa. Por outro lado andei pela internet à procura do seu Tio-avô Álvaro Ventura e fiquei emocionada com a sua história de vida, através do texto da professora Maura. Deve ter sido uma pessoa incrível, genuína, um homem de fibra. Imagino que seja um orgulho imenso ter nas suas veias sangue de um homem assim, autêntico e comprometido com a sociedade, com esta visão tão humanista. Sinto que temos muito em comum e agradeço a Deus ter-me mostrado o caminho que me conduziu ao seu convívio. Um grande abraço e uma noite tranquila, Luísa Dia 26 de junho de 2014, Heralda Victor apresentou a vida e a obra do prof. Custódio de Campos, dentro do Projeto O Escritor e sua Obra, em reunião do Grupo. 42 ACONTECEU... ARQUITETURA DE FLORIANÓPOLIS—TÚNEL DO TEMPO Um dos belos monumentos da capital, o Palácio do Congresso. Inaugurado em 1910. Infelizmente destruído num incêndio; até os dias atuais envolto em mistério. Foto da obra de Walter F. Piazza, O poder legislativo catarinense– Das suas raízes aos nossos dias. 1834-1994. (obra datilografada por Maura Soares para o referido autor). Outro belo monumento da capital. Antiga Escola Normal; depois Instituto Estadual de Educação; depois Faculdade de Educação da UDESC. Atualmente Museu da Escola.Foto da obra Santa Catarina: revista de propaganda do Estado e dos Municípios, reprodução facsimilar da edição de 1939. Edição do Governo do Estado de Santa Catarina, 2002. Café Colonial—1912. Foto: Bruxo-els. Outra foto de Bruxo-els. Nosso cartão postal, a Ponte Hercílio Luz, anos 60. A ponte está interditada desde 1981 e sua reforma está longe de terminar.Faz aniversário em 13 de maio. Praça XV de Novembro 1910 Tela retratando o palacete do ex-governador Hercílio Pedro da Luz, situado na Avenida Mauro Ramos,infelizmente vítima de problemas na justiça com os herdeiros, segundo reportagens veiculadas na imprensa. Está deteriorado, ocupado por moradores de rua e viciados em drogas. Tela sem identificação do autor. As fotos acima pertencem ao acervo de Bruxo-els, porém estão disponíveis em site sobre as imagens de Florianópolis, onde as captamos. Já vai longe o tempo da tranquilidade de Florianópolis, com sua bela arquitetura, infelizmente substituída por verdadeiros caixotes onde se amontoam pessoas, lojas, escritórios. Em nome do progresso que não viu o que de beleza tínhamos, hoje buscamos nas memórias daqueles que amaram e amam a nossa Ilha e a trazem em forma de fotos.(Maura) 43 Belos flagrantes escolhidos da Ilha de Santa Catarina, os quais muitos deles o tempo levou; outros, o homem deu lugar à modernidade, mas o encanto das fotos perdura. Palmeiras em Itaguaçu, praia continental de Florianópolis. Ensaio fotográfico,por Maura. Os bancos, ainda mal cuidados, alguns quebrados, conservam as poesias do Projeto do GPL, “Poesia na Praça”. Foto:Maura Soares (ensaio fotográfico em 7 de janeiro de 2012) 44 GRUPO DE POETAS LIVRES –Biênio 2014-2016 Presidente: Eloah Westphalen Naschenweng Vice-presidente: Profª Maura Soares 1o.Secretário: Antônio Carlos Pereira 2o.Secretário: Nelson Ramon Hernandez Badin 1o.Tesoureiro: Áurea de Mello Baldissera 2o.Tesoureiro: Vera Portella Diretoria Cultural: Sandra Regina Clara Nepomoceno Pinto e Stela Máris Alves Responsável pelo Site: Eloah W. Naschenweng Presidente Perpétuo: Maria Vilma Nascimento Campos Presidente de Honra: Manoel Philippi