As produções dentro do CJA não param de acontecer. Contando com situações e ambientes cuidadosamente preparados, os alunos enriquecem suas experiências construindo e apropriando-se de novos saberes a cada dia. As turmas dos berçários e maternais, por exemplo, em trabalho conjunto de pais e professores venceram a etapa de adaptação à rotina e ao ambiente escolar. Conquista esta agraciada com um simbólico certificado e comemorada pelos pequeninos e pequeninas. O primeiro ano do ensino fundamental iniciou o projeto "Ilha das Letras". Coordenado pela professora Karina, o projeto procura trabalhar a ludicidade no processo de alfabetização. Interessados no misterioso sumiço de seus livros didáticos, os alunos receberam a visita de um pescador e de uma sereia que os auxiliaram a recuperar os livros. Com a consciência sobre o papel da escola no desenvolvimento do gosto pela leitura, a professora Debora, do 4º ano, deu início ao projeto "Literatura em Sala" que tem, entre as atividades planejadas, a visita a uma livraria para aquisição de livros. Para tornar a leitura um hábito é preciso que os estímulos comecem logo na infância. Especialistas consideram que formar bons leitores ainda é um desafio a ser enfrentado não só em casa, mas também nas salas de aula. Respeitar deveres e saber seus direitos, respeitar a diversidade e compreender a complexidade do mundo são alguns elementos que ajudam a construir um país verdadeiramente democrático. “Assim como o bom cidadão, o bom leitor é aquele que tem uma visão crítica”, diz José Castilho Marques Neto, secretário executivo do Plano Nacional do Livro e Cultura. 1,8 LIVRO por ano é a leitura média do brasileiro, segundo dados da Câmara Brasileira do Livro, um índice muito baixo quando comparado com a França (7,0), os Estados Unidos (5,1), a Inglaterra (4,9) ou a Colômbia (2,4). A BOA LEITURA A ação de decodificar o texto pode ser a mesma, mas ler um livro é diferente de ler outras publicações, pela qualidade diferenciada do texto. Um jornal ou revista, por exemplo, se utilizam da síntese, simplificação e são utilitários, voltados para uma função específica. Assim, o nível de abstração é muito menor que de uma boa obra literária. BICHO-PAPÃO O livro assusta jovens e adultos porque ler é um trabalho e muitos encaram a leitura como uma tarefa grande e difícil de ser realizada. Para a criança, isso não existe, não há restrições, pois o livro atrai olhos e dedos. Dessa maneira, a formação do leitor criança é muito mais simples e deve ser estimulada. Ainda na educação infantil, as turmas do 2º período das professoras Fernanda e Janaína desenvolveram o projeto "Quem sou eu" com o intuito, entre outros, de possibilitar aos alunos o conhecimento sobre suas histórias e sobre a origem de seus nomes. Este exercício de autoconhecimento e trocas com os colegas de classe também teve a parceria da professora Bruna de Educação Artística que auxiliou as turmas na confecção de um tapete com "marcas" de cada um dos alunos e na produção de peças e esculturas em argilas. Valorizando as diferenças e objetivando (re)criar, nos alunos, percepções acerca do outro que a professora Dalila de História desenvolveu a dinâmica das Máscaras com o 7º ano. Contando com o apoio da coordenadora pedagógica Carmem e do professor Eduardo (Ética e Empreend.), a professora Dalila proporcionou aos alunos momentos lúdicos para reflexões sobre a necessidade de respeitar as diferenças em nossa sociedade. A lista de projetos vividos no ambiente do CJA não termina nestes relatos. Por meio do contato com os professores e mecanismos de comunicação (e-mails e agenda escolar) é possível ter conhecimento de tudo o que ocorre no colégio. Suzete Neves Pessi possui graduação em Educação Física e em Letras Inglês (UFSC), especialização em Atividade Física e Saúde (UFSC/1996) e doutorado em Métodos de Investigação e Diagnóstico em Educação (Universidad Complutense de Madrid/1999). Professora no CJA desde 2000, atualmente ministra aulas de Inglês, no período matutino, do 5º ao 9º ano e é professora da turma do 1º período vespertino. Por adorar poesia e, em especial, Carlos Drummond de Andrade, atualmente, a Professora Suzete relê "Farewell" do renomado poeta brasileiro e publicado pela Editora Record. Coletânea de poesias que Drummond escreveu antes de morrer, a obra é indicada, segundo Suzete, "a todos que gostam de poesia, pois trata-se de um livro muito interessante e de várias leituras". "O autor utilizou as poesias como uma forma de despedida da vida, do seu público, da família", completa a professora. Do mesmo autor, Suzete também sugere: "Amar se aprende amando" (1985) e "Corpo" (1984).