A Web 2.0 pode salvar o BI?
Mashups podem fazer o BI deixar de ser exclusividade de matemáticos e estatísticos.
Veja como as organizações interligam tecnologias para tomar decisões de negócio
melhores
Por Computerworld, EUA
08 de outubro de 2008 - 07h00
O policial Jon Greiner aumentou a sua equipe de um para 11. E ele fez isso sem chamar
ninguém do Departamento de Polícia.
O grupo existente de dez tenentes recebeu novas ferramentas web de business
intelligence fáceis de usar, que permitem combinar e manipular dados de registros de
prisões, documentos judiciais, registros de liberdade condicional, mapas e outros
recursos para identificar áreas problemáticas com o objetivo de evitar que mais crimes
aconteçam.
“Meus oficiais de polícia - 30 anos mais jovens - adoram games. Se eu pudesse colocar
nas mãos deles algo amigável, eles se sairiam muito bem como analistas criminais”,
explica Greiner. Hoje, os policiais estão usando novas ferramentas de BI para traçar um
perfil geográfico dos crimes e analisar dados da polícia em segundos.
Antes, o único analista criminal do departamento levava dias para atender a um pedido
de relatório. Além disso, policiais com vasta experiência nas ruas agora podem aplicar
este conhecimento à análise de crimes.
Bem-vindo ao Business Intelligence 2.0, um mundo onde as grandes promessas
originais do BI finalmente estão sendo cumpridas. E isso está sendo feito por
profissionais comuns - longe dos estatísticos ou analistas - que acessam o BI com
aparência de web.
De especialistas para usuários comuns
Policiais, físicos, contadores e vendedores estão mixando e analisando dados
estruturados e não estruturados de fontes dispersas através dos meios que fazem sentido
para eles. “Todas estas novas tecnologias visam a tornar mais fácil criar e consumir
aplicações analíticas", diz Kurt Schlegel, analista do Gartner.
Hoje, é comum empresas reclamarem o usuário comum não entende e não consegue
usar BI tradicionais. Na realidade, tudo indica que não mais de 20% dos usuários na
maioria das organizações acessam ferramentas de relatório, query ad hoc e
processamento analítico online regularmente.
O modelo comum é o seguinte: os relatórios são pedidos pelos diretores para a equipe
de TI. Sobrecarregados, estes profissionais podem levar semanas. Quando os tomadores
de decisão finalmente recebem um relatório, muitas vezes o ignoram ou destroem
porque os dados deixaram de ser relevantes ou atuais.
Mas, com as interfaces baseadas na web, isso está mudando. Tecnologias como a
arquitetura orientada a serviços (SOA na sigla em inglês) permitem combinar dados de
uma variedade de fontes em formatos cada vez mais padronizados.
“Estamos vendo cada vez mais mashups em soluções de BI on-demand que permitem
ao usuário combinar e exibir seus dados com dados de fontes externas”, afirma Dan
Vesset, analista da IDC. “O objetivo é tirar a TI do desenvolvimento de interfaces e
relatórios para envolvê-la mais em qualidade e integração dos dados. É aí que gera mais
valor agregado.”
Vesset acrescenta que o time executivo finalmente percebeu o valor do BI nos negócios
da companhia. “O negócio está percebendo o real valor da análise. Muitas organizações
estão montando grupos de gerenciamento de informação e centros de competência em
BI no lado do negócio.”
Nova realidade
Hoje, o mapeamento geográfico é o tipo mais popular de mashup com BI (também
conhecido como “bashup”).
Uma corretora de imóveis pode criar mapas com as informações sobre vendas de
apartamentos e relacionar esses dados com a proximidade de transporte público, apenas
para citar um exemplo.
Mas, segundo os especialistas, isso é apenas o início. Além disso, com tecnologias
como busca integrada e “in-memory analytics”, ficará mais fácil indexar grandes
volumes de dados estruturados e criar aplicações analíticas de alto desempenho para
conjuntos de dados cada vez maiores. Elas também prometem habilitar os usuários a
explorar dados e descobrir novos insights de novas maneiras.
A empresa de seguro Excellus BlueCross BlueShield está vinculando dados de
reclamações aos resultados dos programas de bem estar físico. A idéia é permitir uma
análise melhor da eficácia de custo de diferentes programas e benefícios.
Problemas no horizonte
Os mashups de BI podem sofrer com os mesmos problemas do BI tradicional: a
qualidade dos dados é fundamental.
Esta é a opinião de Vesset, da IDC. Ter qualidade de dados inclui governança de dados,
gerenciamento dos dados principais e de toda a infra-estrutura que garanta dados
confiáveis.
“Grande parte disso não tem nada a ver com tecnologia. Trata-se de definir o que são
‘dados bons’ e como serão gerenciados os indicadores de desempenho”, explica Vesset.
Outro problema pode estar na ‘marca do fornecedor de mashup’. A própria TI da
empresa cliente pode ficar com medo de adotar empresas emergentes que não têm
nomes tradicionais no setor.
Será que o BI vai finalmente explodir com a adição das mashups da web 2.0?
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