Modo de ação dos herbicidas e mecanismos de resistência das plantas daninhas Engª Agrª Drª Taísa Dal Magro - UCS-CAMVA Engª Agrª Liese de Vargas Pereira - UDESC Sequencia da apresentação • • • • • • Introdução Mecanismos de ação Resistência Alterações em plantas daninhas resistentes Mecanismos de resistência Considerações finais 2 Introdução Métodos físicos Método cultural MIPD Método preventivo Método biológico Métodos químico Método mecânico 3 Introdução • Controle químico – Mecanismos de ação dos herbicidas – Resistência de plantas daninhas a herbicidas – Mecanismo de resistência 4 Como a planta “morre”? Ação dos herbicidas 5 Inibidores de ALS Luz + CO2 + H2 O Glicose 3 – fosfoglicerato Fotossíntese PEP Leucina Valina Acetolactato ALS Piruvato + Cetobutirato ALS ou AHAS Acetohidroxibutirato Isoleucina Inibidores de ALS Luz + CO2 + H2 O Glicose 3 – fosfoglicerato Fotossíntese PEP Leucina Valina Acetolactato Piruvato ALS + Cetobutirato ALS ou AHAS Acetohidroxibutirato Isoleucina Mecanismos de ação Local de aplicação MOA (preferencialmente) Folhas PD controlada (preferencialmente) Inibidores de ACCase M Inibidores de ALS M, D (c) Inibidores de EPSPs MeD Inibidores de GS MeD Mimetizadores de auxinas D Inibidores de PROTOX D Inibidores de Fotossistema I MeD Fonte: Adaptado de Roman et al., 2007; Vidal; Mertotto Jr., 2001. 8 Mecanismos de ação Local de aplicação PD controlada (preferencialmente) MOA (preferencialmente) Solo Inibidores de Fotossistema II D Inibidores de Carotenos - HPPD MeD Inibidores da síntese nucleicos e proteínas de ácidos M Inibidores de polimerização de Tubulina M Inibidores de ácidos graxos de cadeia longa M Fonte: Adaptado de Roman et al., 2007; Vidal; Mertotto Jr., 2001. 9 Resistência “é a capacidade herdável de uma planta sobreviver e reproduzir após à exposição a um herbicida, que normalmente seria letal para a população original” (Vargas et al., 1999) Aplicação de herbicidas por vários anos Suscetível (99,009%) Suscetível (0,001%) Fonte: Adaptado de Santhakumar, 2003. Resistente (0,001%) Resistente (99,009%) População inicial da espécie “X” População final da espécie “X” 429 biótipos 234 espécies 138 dicotiledôneas 96 monocotiledôneas 154 herbicidas 80 culturas 65 países Número de biótipos Brasil Anos Fonte: Adaptado de Heap, 2014 21 Brasil Fonte: Heap, 2014 22 Brasil Fonte: Heap, 2014 Alterações em plantas daninhas resistentes • Ausência de controle • Dose de herbicida para controle • ....... 24 Ausência de controle Dose para controle Resistente Suscetível 26 Dose para controle Resistente Suscetível 27 Alterações em plantas daninhas resistentes • • • • Ausência de controle Dose de herbicida para controle Valor adaptativo/habilidade competitiva ..... 28 Mecanismo de resistência “forma pela qual a planta não é controlada após a aplicação de herbicidas que, em condições normais, controla os integrantes da população” 29 Mecanismo de resistência Perda de afinidade do herbicida pelo local de ação Metabolização e desintoxicação do herbicida Redução da concentração do herbicida no local de ação Super expressão da enzima Absorção e translocação Compartimentalização 30 Mecanismos de resistência e implicações no manejo 31 Perda de afinidade do herbicida pelo local de ação PEP Leucina Valina Atetolactato Piruvato ALS + Cetobutirato ALS ou AHAS Acetohidroxibutirato Isoleucina Alteração do local de ação Planta suscetível Planta resistente Herbicida Herbicida Enzima Enzima 33 Alteração do local de ação Planta suscetível Planta resistente Herbicida Herbicida Enzima Enzima 34 Cyperus difformis FR: >103,2 Figura 1 - Controle de biótipos de Cyperus difformis resistente ( . ) e suscetível (o) ao herbicida pyrazosulfuron-ethyl, pelos herbicidas bentazon, bispyribac-sodium, cafentrazone-ethyl, penoxsulam e pyrazosulfuron-ethyl aos 28 dias após a aplicação dos tratamentos. UFPel, Capão do Leão-RS, 2006-2007. (Os pontos representam os valores médios das repetições e as barras verticais os intervalos de confiança). 37 Bidens pilosa FR: 40,92 FR: 40,92 FR: 57,47 FR: 57,47 FR: 173,84 FR: 173,84 FR: 57,16 FR: 57,16 Figura 2– Curva de dose-resposta da porcentagem de fitotoxidade dos biótipos resistente (R) e sucetível (S) de B. pilosa com os herbicidas chlorimuron-ethyl, nicosufuron, metsulfuron-methyl e imazethapyr usando o modelo log-logístico. 38 Fonte: Christoffoleti, 2002 Bidens subalternans FR: 498 FR: 797 Alteração: triptofano por leosina na posição 574 Thr574Leu FR: 726 FR: 877 Figura 3. Controle dos biótipos de Bidens subalternus suscetível e resistente aos herbicidas inibidores De ALS com os herbicidas chlorimuron – ethyl (A), imazethapyr (B), cloransulanmethyl (C ) e bispyribac-sodium (D), 21 dias após a aplicação dos tratamentos. Ensaio 1. 39 UFRGS. Porto Alegre – RS. 2006. Fonte: Lamego, 2006 Fimbristylis miliacea FR: 116,8 FR: 22 FR: 275,3 FR: 435,4 Alteração: asparagina por glutamina Asp376Glu FR: 78,7 FR: 3,29 FR: 185,2 FR: 3,29 Figura 4. Controle de biótipos suscetível (◊FIMMI 13) e resistente (●FIMMI 10 e ○FIMMI 12) de Fimbristylis miliacea aos 28 DAA de pyrazosulfuron-ethyl (A), bispyribac-sodium (B), 40 Fonte: Schaedler, 2012 Penoxsulam (C ) e (imazethapyr + imazapic) (D). Echinochloa spp. Alterações: MOSTS51 Thr574Leu maior nível de resistência FR: 16,375 PALMS01 FR: 183,06 Ser653Asn menor nível de resistência Figura 5- Controle visual (%) de seis biótipos de capim-arroz em função de diferentes concentrações do herbicida imazethapyr, aos 23 DAA (D). Porto Alegre. RS. 2013. Fonte: Bortoly, 2013 41 Metabolização e desintoxicação do herbicida • Decomposição da molécula rapidamente pela planta resistente • Formas: hidrólise, oxidação e conjugação 42 METABOLISMO DE MOLÉCULAS HERBICIDAS O O CH2 C R Where R= Ala. Val. Leu. Asp. Glu. Phe. Trp. Cl O O CH2 C R Cl Cl OH ? ? Cl Cl Amino acid conjugation O O CH2 2,4 - Dichlorophenol OH O CH2 Cl side-chain oxidation Cl C CH2OH O C O O OH Cl OH sugar conjugation OH Glucose ester of 2,4 -D Cl 2,4 - D Cl O O O CH2 C O OH CH2 sugar conjugation Cl O 2,5 - D, 4 - OH 2,5 - D, 4 - -glucoside Glucose O CH2 Cl Cl OH 2,3 - D, 4 - OH C Vacúolo Cl OH O OH Cl Cl NIH Shift 2,4 - D -hydroxylase C O OH O CH2 C OH Cl sugar Cl conjugation O glucose 2,3 - D, 4 - -glucoside 43 O O COOH-CH2-NH-P-OH NH2-CH2-P-OH OH OH AC AMINOMETILFOSFÓNICO GLYPHOSATE AMPA C-P LIASE NH2-CH3 O METILALANINA C H H METILALANINA DEHIDROGENASE FORMALDEIDO 44 Echinochloa spp. FR: 0,002 Alterações: metabolização menor nível de resistência Figura 6- Controle visual (%) de seis biótipos de capim-arroz em função de diferentes concentrações do herbicida imazethapyr, aos 23 DAA (D). Porto Alegre. RS. 2013. Fonte: Bortoly, 2013 45 Redução da concentração do herbicida no local de ação • Armazenamento em locais (compartimentalização); inativos como vacúolo • Quantidade que atinge o local de ação é reduzida, não sendo letal (absorção e translocação). 46 Absorção Cera epicuticular Estômato Euphorbia heterophyla Fonte: Procópio et al. 2002 47 Figura 7. Detalhe de uma planta de azevém resistente, tratada com 2.280 g e.a. ha-1 de glyphosate, rebrotando aos 60 dias após tratamento com o herbicida – 48 Vacaria/RS, 2004. Fonte: Vargas et al., 2005 Resistente 100 Sensível 90 14 C-Glyphosate (%) 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Folha de aplicação Perfilho plincipal Perfilho 2 Perfilho 3 Raízes Exsudação radicular Figura 8. Translocação de glyphosate em azevém resistente e suscetível a glyphosate. Fonte: Ferreira et al., 2006 49 Lolium multiflorum Figura 9- Porcentagem de 14 C-glyphosate presente nas raízes em relação ao total presente na planta, nos biótipos resistente (R)e suscetível (S). Fonte: Ferreira, 2008 50 FR: >17 Figura 9- Acúmulo de matéria seca de biótipos de azevém resistentes em resposta a doses crescentes de glyphosate. Fonte: Roman et al., 2004 51 Raízes S R 25 15 10 14 C-Glyphosate (%) 20 5 0 6 12 36 72 Tempo (horas) Figura 10. Distribuição do glyphosate em biótipos de buva suscetível e resistente ao glyphosate 52 Fonte: Ferreira et al., 2008 Tabela 1- Acúmulo de ácido shiquímico (mg e g massa fresca-1) no período após aplicação do tratamento (HAT) com glyphosate (420 g e.a. ha-1) nos biótipos de Lolium multiflorum resistente (R) e suscetível ao herbicida glyphosate Fonte: Ribeiro, 2009 53 Figura 11. Mecanismo proposto pelo qual o herbicida glyphosate limita sua própria translocação devido aos efeitos no metabolismo do carbono nas folhas do tipo fonte. 1. Bloqueio da síntese de aminoácidos aromáticos. 2. desvio do carbono para formação do shiquimato-3-fosfato; 3. redução do carbono disponível para o ciclo de Calvin; 4. Decréscimo da síntese de amido e decréscimo da exportação da triose para o citoplasma; 5. Decréscimo do transporte de fotoassimilados para o floema; Rubp. Ribulosa 1,5 bifosfato; RuMP, ribulosa 5 fosfato; TP, ácido 1.3 bisfosfo-glicérico; 3PGA, gliceraldehido 3 fosfato; E4P. Eritrose-3-fosfato; PEP. phoenolpyruvate; DAHP. 3-desoxi-arabinoheptulsonato-7-fosfato; SHK3P. shiquimato; AROAA ;Aminoácidos aromáticos. Adaptado de Geiger e Bestman (1990). 54 Fonte: Ribeiro, 2009 55 Fonte: Ribeiro, 2009 Conyza bonariensis Tabela 2- Porcentagem da radioatividade absorvida em Conyza bonariensis resistente e suscetível (S) nos diferentes tempos de coleta. Fonte: Cardinali et al., 2012 56 Fonte: Cardinali et al., 2012 Figura 12. Autoradiografias da translocação do 14C-glyphosate pelos tecidos vegetais 57 57 de C. bonariensis resistente (R) e suscetível (S) ao herbicida glyphosate. Figura 13. Predição do surgimento da resistência de plantas daninhas aos herbicida “A” e “B” quando aplicados continuamente isolados, em rotação ou em misturas. Fonte: Powles et al., 1997 citado por Merotto Jr, 1998 Considerações finais • • • • Aumento dos casos de resistência Resistência múltipla Mecanismos de resistência X manejo Mudanças no sistema de produção 59 Engª Agrª Drª Taísa Dal Magro - UCS-CAMVA E-mail: [email protected] Fone: (54) 32318104 e (54) 91196773