leia mais Curso promove inclusão digital em Terra Santa, Oriximiná e Faro Página 3. MRN apresenta novos projetos para o Oeste do Pará Página 4. Ano 1 • nº 3 • junho / JULHO 2008 Moradores das comunidades exibem com orgulho peças inspiradas no estilo Konduri: influência indígena Patrimônio preservado Comunidades do Boa Vista e do Moura mantêm antigos costumes e resgatam cultura local Muito além das belezas naturais de localidades que ficam no coração da Amazônia, as comunidades do Boa Vista e do Moura se destacam pelos seus moradores. Eles preservam suas ricas tradições. Quem tem a oportunidade de conhecer os locais, distantes cinco horas de barco de Oriximiná, próximos a Porto Trombetas, se depara com a forte presença do artesanato regional e com as histórias de costumes antigos. “Aqui nós trabalhamos na agricultura, com plantação de mandioca e banana, principalmente. Na parte da cultura, a gente tem danças e festas tradicionais, como o Círio de São José”, conta José dos Santos, de 66 anos, da comunidade do Boa Vista. Ele lembra ainda da “ladainha”, as rezas que eram feitas em latim, língua muito utilizada antigamente durante as missas. “A gente usa um pouco dessa festa Zuleide Viana e sua produção artesanal: parceria com o Museu Emílio Goeldi recupera tradições cultural dos tempos antigos. Mas isso é diferente hoje em dia, porque não são todos que sabem.” A cultura tradicional também está presente no artesanato, que sofre influência do estilo Konduri, a arte dos índios que viveram na região. “Nós mesmos já fazíamos um trabalho de resgate das peças, mas isso se intensificou quando os técnicos do Museu Emílio Goeldi vieram até aqui e fizeram um levantamento de toda essa arte. É um trabalho sério e que ajuda a gente”, lembra Zuleide Viana, de 53 anos, do Boa Vista. ”Era uma coisa que estava no esquecimento, mas que mudou quando o Museu e a MRN vieram aqui. Hoje eu me sinto feliz, me sinto uma ceramista de verdade. Tendo a argila, a gente inventa qualquer coisa”, relata Maria do Carmo, 48 anos, moradora do Moura. Essa riqueza cultural e artesanal foi apresentada para o Brasil em julho. Zé Lopes, morador da comunidade do Boa Vista, participou da Mostra de Ciência e Tecnologia (Expo C&T), realizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Paulo. Ele representou os artesãos que participam do Projeto de Educação Ambiental e Patrimonial (PEAP), desenvolvido pelo Museu Goeldi de Belém, em parceria com a MRN. transporte hidroviário Para muitos ribeirinhos do Oeste do Pará, navegar no rio Trombetas e seus afluentes é uma responsabilidade e tanto. Dependendo do tipo de embarcação e das condições climáticas, é necessário adotar procedimentos de segurança específicos. Confira o que dizem alguns usuários do transporte hidroviário na região: “A navegação no Rio Trombetas é legal porque ele é bem grandão. Agora, existem muitas possibilidades e facilidades de acidentes. Nós, que moramos no Moura, temos informações porque no mês de julho tivemos um encontro com o projeto LEME, da MRN, e ele nos informou como devemos navegar. Eu sugiro que os barcos grandes deixem a beira do rio próxima ao mato para os barcos pequenos, porque o rio Trombetas é bem largo e os barcos grandes deveriam navegar pelo meio do rio.” Maria do Carmo de Oliveira de Jesus – Comunidade Moura - Oriximiná. CENAS DA REGIÃO Castanhais A Castanha-do-Pará é um produto conhecido e comercializado mundialmente. Na região Oeste do nosso Estado esta produção acontece através da exploração feita por comunidades. Por isso, a preservação dos castanhais é de grande importância. A MRN desenvolve um trabalho no qual áreas antes exploradas são reflorestadas e os castanhais, enriquecidos. Um exemplo é o enriquecimento nas bordas do platô Almeidas. Até o fim de 2007, mais de 3 mil mudas de castanheiras haviam sido plantadas no local. E através do reflorestamento, mais de 10 mil mudas de castanheiras foram plantadas na área. TRABALHO ESPECIAL Em Terra Santa existe um colégio que faz um trabalho muito especial. É a Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Simone Neves Pinheiro. Destinada para estudantes portadores de necessidades especiais, a escola, que atende 61 alunos em oito turmas pela manhã e tarde, é um exemplo de inclusão social. “É um trabalho coletivo, onde todos ajudam de várias formas. Ainda sentimos que algumas pessoas possuem preconceitos, mas isso é algo isolado. As crianças são especiais e conseguem superar todas as dificuldades”, comenta a diretora Eliana Pereira Guerreiro. 2 • Konduri • JUNHO / JULHO “A navegação é o seguinte: tem que ver o tempo. Se você vê, por exemplo, uma nuvem escura e um vento fora do normal, é bom ter cuidado. Mas considero a viagem no Rio Trombetas como boa. São raros os casos de acidentes ocorridos neste rio. Há 25 anos como marinheiro de leme faço transporte de gado em balsas e nunca sofri nenhum acidente, pois sempre segui as orientações da marinha.” Luzumar Souza de Oliveira – Oriximiná. “Para nós, que conhecemos o rio, não temos maiores dificuldades. Mas após Porto Trombetas, seguindo para a Cachoeira Porteira, fica difícil a navegação para quem não conhece. Em algumas localidades próximas da Cachoeira há muitas pedras, que podem ocasionar acidentes a quem não conhece a região.” Claudomiro dos Santos Sena (Codó) – Comunidade Boa Vista - Oriximiná. Ouvidoria MRN: o caminho da comunicação Inclusão digital é realidade no Oeste Basta discar 0800-727-6776. Este é o número da Ouvidoria MRN. Você sabe o que é isso? A Ouvidoria é uma forma de todos se comunicarem com a empresa. Mas atenção: o serviço deve ser usado apenas para tratar de assuntos como agressão ao meio ambiente (desmatamentos e poluição, por exemplo), discriminação (preconceito racial e social ou de qualquer natureza), assédios, suborno, informações falsas, mau uso de equipamentos e recursos da empresa, além de comportamentos e procedimentos inadequados. A Ouvidoria MRN é um serviço independente, imparcial, isento, sigiloso, ético e 100% confiável. Então, qualquer pessoa pode ligar e, se quiser, nem precisa se identificar. As denúncias e apelações feitas à Ouvidoria serão encaminhadas para o Comitê de Conduta da MRN, composto por empregados da empresa, que tomará as devidas providências. Informática ganha espaço em Terra Santa, Oriximiná e Faro Até pouco tempo, a inclusão digital parecia algo distante das localidades de Oriximiná, Faro e Terra Santa. Mas hoje a realidade é outra. Vários trabalhos desenvolvidos neste ramo vêm dando certo. Um exemplo é a escola de informática do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Terra Santa. Em funcionamento há cinco anos, o local oferece aulas de informática e demais orientações sobre como utilizar o computador para mais de 300 alunos. Recentemente, cerca de 60 deles receberam o certificado de conclusão do curso. É o caso de Gerusa Pantoja da Silva, 12 anos, que desenvolveu novas habilidades durante o curso. “Aqui aprendi várias coisas, como mexer no computador, que antes eu não sabia muito bem. Deu para aprender mais e até ajudar as pessoas.” Outro grande exemplo de sucesso do curso é Lícia Cristian Canuto, que após concluir as aulas se tornou instrutora da escola de informática. ”O curso é excelente e possibilita grandes oportunida- des, já que a informática atualmente é essencial para a vida de todo mundo. Pessoas que não sabiam ligar e desligar o computador hoje têm noção do que é informática e sabem como lidar com a máquina”, diz. Ela acrescenta que, como o sindicato não visa lucro e sim resultados com o projeto, a expectativa é que no futuro o curso influencie na busca de trabalho por parte dos jovens e das empresas. A escola funciona com oito computadores e atende os sócios, filhos de sócios e a comunidade em geral. A idade mínima para ingressar no programa é de 12 anos. As aulas são realizadas em dois períodos: um de seis meses, com aulas intercaladas, e outro de três meses, com aulas diárias. Segundo Jorge Canuto, presidente do sindicato, o Projeto de Inclusão Digital é uma grande oportunidade para que os participantes desenvolvam suas habilidades, estendendo-as ao mercado de trabalho. Moradora de Terra Santa durante curso de informática: chance para desenvolver habilidades JUNHO / JULHO • Konduri • 3 VENDA DE SEMENTES “As famílias das comunidades estão se beneficiando diretamente com a venda das sementes, já que cada uma as comercializa individualmente para a MRN. Cada família recebe uma quantidade de sementes e se responsabiliza por colocar os preços e determinar o quanto irão coletar. Só depois elas entregam à Mineração, fazendo um acompanhamento mensal da variação de valor das sementes.” Ormezinda dos Santos - Oriximiná A venda de sementes está abrindo novas perspectivas de renda para as comunidades Boa Nova e Saracá, que têm como principal consumidora a Mineração Rio do Norte. Somente em 2007 as famílias locais lucraram R$ 41 mil com as vendas de sementes para a MRN. Por dentro dos novos projetos da MRN Comunidade e autoridades conhecem, durante audiências públicas em Terra Santa e Oriximiná, os planos para a abertura de novas minas na região Moradores, autoridades e políticos de Terra Santa e Oriximiná participaram de três audiências públicas no mês de junho. Realizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), elas fazem parte do processo de licenciamento ambiental, solicitado pela MRN, para a abertura de novas minas na região. As audiências aconteceram nos dias 22, 28 e 29. Na primeira delas foi discutido o projeto do platô Bacaba. Nas demais, o assunto foi a implantação de novas minas nos platôs da chamada Zona Leste, onde parte deles se localiza no município de Terra Santa. Esta será a primeira vez, em quase 30 anos de operação, que a MRN também atuará em outro município além de Oriximiná. A abertura das novas minas não irá aumentar a capacidade de produção da Mineração Rio do Norte, que atualmente é de 18 milhões de toneladas de bauxita por ano. As áreas substituirão os locais onde o minério está acabando. Ou A audiência pública em Oriximiná serviu para apresentar e tirar dúvidas sobre o projeto Terra Santa: expectativa de desenvolvimento Biblioteca comunitária em Faro Projeto de incentivo à leitura prevê a construção de um prédio de 75 m² nos altos da paróquia de São João Batista Abranger conhecimentos e incentivar a leitura. É com esse objetivo que a Igreja Católica de Faro, por meio do pároco padre Dico, criou o projeto Biblioteca Municipal, que será aberta ao público de Faro e de localidades próximas. Essa será a primeira biblioteca comunitária do município, já que as demais pertencem às escolas locais. Como o projeto ainda é novo e as obras estão no início, o padre ainda não tem dados concretos da capacidade de livros e de pessoas atendidas, e nem do período de conclusão da cons- 4 • Konduri • JUNHO / JULHO seja, a MRN não irá aumentar de tamanho. “As audiências públicas são importantes porque é o momento das pessoas questionarem e conhecerem o projeto”, disse a secretária de Meio Ambiente de Oriximiná, Fátima Guerreiro. Já Roselito Pimentel, presidente da colônia de pescadores Z-75, de Terra Santa, espera que os empreendimentos gerem bons resultados. “Se a mineração entrar e for correta, e tenho certeza que vai ser, e o prefeito souber investir, com certeza vai trazer desenvolvimento para nós”, falou. trução. Mas ele acredita que até o final desse ano a biblioteca será entregue à comunidade. O projeto conta com a parceria da Prefeitura Municipal de Faro e da Mineração Rio do Norte, que, juntas, irão construir um prédio de 75 m² nos altos da paróquia de São João Batista. Tudo para garantir uma boa infra-estrutura e a qualidade dos serviços. “Esta biblioteca atenderá todo mundo, tanto as escolas como a comunidade em geral. Pensamos nisso porque aqui as pessoas não têm o hábito da leitura e queremos incentivá-las a ler mais. Todos precisam ter acesso à informação, que é essencial para o crescimento pessoal e profissional”, explica padre Dico. Para a obtenção dos livros, o padre irá iniciar uma campanha de doação em Faro, Oriximiná e Terra Santa, além de contar com a ajuda de amigos de outros estados. Será aceito qualquer tipo de livro, da literatura ao lúdico, pois a finalidade é oferecer temas variados para agradar a todos os públicos. Publicação da Mineração Rio do Norte. Coordenação: Comunicação MRN ([email protected]). Rua Rio Jari, s/n, Porto Trombetas. Oriximiná/PA. CEP: 68275-000. Telefone: (93) 3549-7743. Fotos: Divulgação/MRN e Juraci do Vale. Produzido e editado por Temple Comunicação (www.temple.com.br). Telefone: (91) 3205-6500.