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Projeto incentiva comunitários
a plantar mudas frutíferas.
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Entidades unem forças
pela regularização de terras.
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Ano 1 • nº 1 • abril 2008
Um jornal feito com a sua cara
Comunidades de Oriximiná, Terra Santa e Faro ganham espaço para divulgar suas ações
O
s moradores de Oriximiná, Terra Santa, Faro
e suas comunidades são o ponto de partida
do jornal Konduri, que busca contar a história desse nosso povo do Oeste do Pará, descrevendo
seu dia-a-dia, costumes e jeitos, comidas tradicionais, artesanatos e cultura. O Konduri é um jornal
que conta com o apoio da MRN e é feito para e pelo
povo dessa região.
As matérias da primeira edição falam da força
de gente como Kenar Pena, que luta pelos direitos
de pessoas garantirem a propriedade da terra onde
moram. Uma realidade que tira o sono de mais de
1.400 pessoas nos arredores de Oriximiná.
Há história de gente experiente na vida, como
Dona Maria Raimunda, 75 anos, que já cuidou de
muitos doentes por conta da malária na comunidade do Moura, onde mora. Hoje, ela relembra, feliz,
que isso é coisa do passado.
E há também a fé de jovens como Edernan da
Costa, 24 anos, que mora às margens do lago Sapucuá, onde as comunidades implantam Sistemas
Agroflorestais. Essa é uma das apostas do jovem
para gerar renda à família.
A cada edição de Konduri, vamos falar de uma
comunidade e seus costumes. No próximo jornal
será a vez da Castanhal. Boa leitura!
Origem Konduri
Estudos arqueológicos indicam que no Baixo Trombetas, até o Lago de Faro,
existiam os índios Konduri, que viveram entre 205 d.C até o período pós-colombiano. Os Konduri eram ceramistas e praticavam agricultura, estabelecendo suas
aldeias nos locais elevados de terra firme e em praias de várzea.
Combate à Malária
A malária é doença comum na região. Mas em
algumas comunidades do rio Trombetas é coisa
do passado. Duas vezes por ano, profissionais do
Hospital de Porto Trombetas combatem o mosquito
que transmite a malária, pulverizando inseticida, e
ensinam como fazer isso, além de cuidar dos doentes.
Desde 1999, o número de doentes reduziu. Nas
comunidades do Lago do Moura, por exemplo, os
casos de malária são raros, segundo os moradores.
“Ficamos surpresos com a melhora. Prova é que este
ano ainda não tivemos nenhum caso da doença, o
que até quatro anos atrás era muito comum. Tenho
dois filhos e fico feliz por saber que eles não correm
mais tanto risco e, se pegarem a doença, terão uma
assistência melhor do que antigamente.”
Ednaldo Oliveira de Jesus, Presidente da
Cooperativa de Prestadores de Serviços do
Lago do Moura.
Cultivo garante renda para comunitários
Projeto da MRN, que incentiva o plantio de árvores frutíferas, beneficia comunidades de Oriximiná
Plantar árvores frutíferas em meio à
floresta nativa é uma técnica bem sucedida no Amazonas, em Rondônia e no Pará.
Essa prática, que os técnicos em agricultura dão o nome de Sistemas Agroflorestais
ou SAF’s, tem sido implantada por meio
de um projeto em algumas comunidades
de Oriximiná.
O projeto promovido pela MRN conta
com o apoio de profissionais da Emater,
órgão do governo que dá assistência técnica a produtores rurais. Em fevereiro, a
empresa doou 12 mil mudas de espécies,
como açaí, pupunha, laranja, limão, abacate, goiaba, entre outras. A iniciativa é
resultado de um compromisso fechado
entre a MRN e os comunitários.
A proposta dos SAF’s é que nos próximos anos as áreas plantadas gerem frutos,
que poderão estar na mesa dos agricultores e também na feira para serem comercializados, aumentando a renda dessas
famílias.
De acordo o engenheiro agrônomo
Aluísio Ribeiro dos Santos, da Emater,
essa técnica só tem vantagens, pois a floresta proporciona um ambiente perfeito
para que as árvores produzam frutos, sem
grande necessidade de manutenção. “É
um trabalho que daqui a 20 ou 30 anos
vai continuar dando resultado, uma vez
que as plantas, se bem cuidadas, continuarão a produzir. Outro fato positivo é que
ninguém precisa desmatar para plantar as
mudas”, explica Aluísio.
Valdinéia Lopes Gonçalves, moradora
da comunidade Boa Nova, foi uma das
pessoas beneficiadas pelo projeto que,
em dois anos de existência, já distribuiu
mais de 23 mil mudas. “Eu e meu marido não esperávamos por isso, mas, como
2 • Konduri
Produtor rural da região recebe mudas de frutas como açaí, pupunha, laranja, abacate e goiaba
Valdinéia Gonçalves é uma das beneficiadas
surgiu a oportunidade, vamos aproveitar. Se
der bons frutos, vamos vender, com certeza”,
diz ela. O produtor Ednaldo Cardoso, de 34
anos, confessa que resolveu entrar para o
projeto pensando nos cinco filhos. “A idéia
é primeiro usar como um alimento a mais.
E no futuro, que eles (filhos) tenham uma
fonte de renda”, diz Ednaldo.
Em 2007, foram implantados 30 SAF’s,
beneficiando as famílias que receberam
assistência técnica ao longo do período,
com informações sobre tratos culturais
como adubações, coroamento, poda, entre outras técnicas de cultivo. Em 2008,
tem sido feita a complementação do programa, beneficiando mais 40 produtores
e fazendo a ampliação e/ou replantio de
mudas nas áreas anteriores.
Edernan Serrão da Costa, 24 anos,
aposta na iniciativa. “A idéia é que um dia
nós possamos tirar algum lucro. Eu e meu
pai tínhamos uma criação de gado e agora resolvemos plantar as mudas“, diz ele,
que é um dos moradores do Saracá, outra
comunidade beneficiada pelo projeto.
“Lembro de quando não existia o projeto. As
pessoas ficavam doentes e não tinham muita
opção para se tratarem. Ficavam por aqui ou
iam para Oriximiná. Mas, agora, os poucos que
contraem a doença têm assistência. Eu cheguei
a pegar Malária duas vezes quando não
existia o projeto.”
Manoel Valério dos Santos,
agricultor e pescador.
“Eu nunca peguei malária, mas já
cuidei de muita gente e posso dizer
que realmente era complicado. Tinha
que fazer muito remédio caseiro para
combater a doença, mas era algo sem
muita estrutura. Fazem uns seis ou sete
anos que não cuido de ninguém.”
Maria Raimunda Siqueira, agricultora e
produtora de farinha.
CENAS DA REGIÃO
Os produtores de móveis de Oriximiná
ganharão um reforço para melhorar a
produção no município. Até o final do mês,
será assinado um convênio entre o Sebrae,
instituição de apoio às micro e pequenas
empresas, e a MRN, que vai gerar benefícios
para os pequenos empresários. Por meio da
parceria, os produtores terão acesso a cursos
de qualificação e, com isso, fortalecerão a
presença no mercado. Outros beneficiados
serão os consumidores e demais moradores
do município, que terão opções de compra
com maior qualidade.
A Amazônia agradece aos moradores das
comunidades de Conceição, Itaubal, Aliança,
Desengano e Barreirinha, do município
de Terra Santa, que conseguiram soltar no
lago Piraruacá 18 mil quelônios no mês de
fevereiro. A ação faz parte do projeto Péde-Pincha, iniciativa da Universidade Federal
do Amazonas (Ufam), do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e que conta com o
apoio da MRN. Desde que teve início, em
2001, o projeto já devolveu mais de 535 mil
quelônios aos rios da Amazônia.
PROGRAME-SE
Leitura
Festividades
Começa neste mês de abril
e se estenderá durante o
ano letivo nas escolas de
ensino fundamental de
Oriximiná mais uma etapa
do projeto “Caravana da
Biblioteca em Ação”.
No período de 26/4 a
1/5 serão realizadas as
festividades de São José
Operário, no bairro que leva
o mesmo nome. Detalhes
e mais informações pelo
telefone 3544-2681.
Música
Começou no dia 24/3 e segue durante
todo o ano o Núcleo de Educação
Musical Básica, promovido pela Secretaria
de Cultura nas escolas de ensino
fundamental do município.
Konduri • 3
regularização fundiária
A regularização fundiária é uma questão de longa data no Oeste
do Pará e é o tema do texto abaixo, em que diversas entidades
lutam pelo direito de cerca de 1.400 pessoas. Confira a opinião de
alguns moradores sobre esse assunto:
”Produzo farinha, planto mandioca e milho. Sempre morei onde estou
e aguardo essa regularização. Tenho esposa e quatro filhos e me sentiria
mais seguro se tudo estivesse bem acertado.”
Álvaro Luiz Barbosa, agricultor da comunidade Monte Muriá.
“Desde 1993, formalizamos
pedidos de regularização de terras
junto ao Incra. Os moradores
trabalham em regime de cultura
familiar e alguns vivem nos locais
há mais de 80 anos.” Wander de
Almeida, presidente do Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras
Rurais de Oriximiná.
Parceria pela regularização de terras
Entidades trabalham
para agilizar a
documentação de áreas
para 28 comunidades
do rio Trombetas
Ter o próprio pedaço de chão e com a
segurança de que é possível produzir sem
o medo de perder o local onde se vive no
dia seguinte. É com esse pensamento que
moradores de 28 comunidades do Lago
Sapucuá, rio Trombetas e Maria Pixi estão
desde que a Associação das Comunidades
das Glebas Trombetas e Glebas Sapucuá
(ACOMTAGS) começou um trabalho para
regularizar as terras de mais de 1.400 famílias.
A ação também envolve o Sindicato
dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Oriximiná, Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) e
Instituto de Terras do Pará (Iterpa). “Queremos regularizar as terras, para que as
famílias que ali moram possam ter acesso
a créditos e a moradia mais digna”, expli-
Kenar dos Santos Pena
Emerson Carvalho
Antônio da Silva
Lucivaldo de Jesus
ca o presidente da ACOMTAGS, Kenar dos
Santos Pena.
Segundo o secretário de informação e assuntos jurídicos da Associação, Emerson Carvalho, o trabalho está no caminho certo. “No
ano passado, assinamos um convênio com
o Incra, Iterpa, Sindicato e a MRN, para
fazer o levantamento sócio-econômico, o
geo-referenciamento e o plano de desenvolvimento sustentável para gerar um relatório ambiental. Após essas etapas, que
já estão em andamento, certamente teremos tudo regularizado”, conta Emerson.
Enquanto a regularização não sai, os
moradores aguardam e apóiam os trabalhos desenvolvidos, confirma o presidente
da Associação dos Moradores da Comunidade Monte Muriá (ASMOCOMM), Antônio Pantoja da Silva. “Nos sentimos felizes
com o apoio que estamos recebendo da
ACOMTAGS e Sindicato e esperamos que
o Incra regularize logo nossas terras”.
O presidente da Associação dos Moradores da Comunidade Santo Antônio
(AMCOSA), Lucivaldo Santos de Jesus,
também luta pela regularização da terra.
“Tivemos uma reunião com o Incra e com
o Sindicato, e eles nos falaram que teríamos essa regularização, para que a gente
fizesse o cadastro das famílias”, comenta.
Mrn recebe visitantes
Programa de visita da empresa leva a
comunidade para conhecer o processo industrial
A MRN é uma grande indústria que atua na região. Mas o
que ela faz? Como funciona? Quais as áreas e o que existe na vila
de Porto Trombetas? Com certeza, muitos moradores das localidades próximas do empreendimento têm estas dúvidas. Nada
melhor do que visitar a empresa para ter as respostas, já que ela
está de portas abertas para as comunidades.
Desde o início dos anos 90, a MRN mantém um programa de
visitas para os comunitários. “A única coisa que pedimos é que
a comunidade faça o pedido através de alguma entidade, como
igreja, escola ou associação”, explica Pedro Ribeiro, responsável
pelas visitas programadas na empresa.
No dia 16 de fevereiro a Associação de Mulheres Trabalhadoras
4 • Konduri
do Município de Oriximiná (AMTMO) visitou a empresa. “Achei
fantástico. Ainda não conhecia a parte da mina, reflorestamento
e beneficiamento da bauxita”, declara Lenivalda de Souza Xavier,
presidente da AMTMO. Durante a visita, que durou o dia inteiro,
o grupo conheceu desde a lavra do minério até o embarque nos
navios, passando pela vila onde moram os empregados.
Publicação da Mineração Rio do Norte. Coordenação: Comunicação MRN ([email protected]). Telefone: (93) 3549-7743.
Fotos: Divulgação/MRN. Rua Rio Jari, s/n, Porto Trombetas. Oriximiná/PA. CEP: 68275-000.
Produzido e editado por Temple Comunicação (www.temple.com.br). Telefone: (91) 3205-6500.
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