leia mais Caravana da Leitura percorre escolas de Ensino Fundamental da região Página 2 Cultura popular da quadra junina é preservada por meio de festejos Página 3 Ano 5 • nº 38 • MAIO / JUNHO 2014 FORMAÇÃO teatral em destaque Projeto fomenta produções artísticas e leva espetáculos às cidades do oeste U ma das mais antigas formas de manifestação artística, o teatro exerce grande importância na formação cultural das pessoas. Além de expressar os costumes de uma época, tem a capacidade de emocionar. Porém, pela região do Baixo Amazonas, o movimento cênico ainda é pouco representativo e está mais presente nas escolas, graças à integração de atividades curriculares ligadas às artes. Em alguns lugares, o cenário aponta novas possibilidades, como no município de Oriximiná. Por lá, o projeto Experimental fomenta produções teatrais e impulsiona a cena local com a articulação de companhias, que promovem oficinas, realizam ações nas instituições públicas e levam espetáculos a outros centros urbanos. Através do Experimental, a Cia de Teatro, Humor e Festa Uirapuru vem protagonizando um importante papel no estímulo ao teatro regional, com o patrocínio da MRN, por meio do Programa Conexão Comunidade (via Lei Rouanet, do Ministério da Cultura). O projeto realiza oficinas teatrais gratuitas, no período de maio a setembro, envolvendo em média 150 participantes de várias idades e seguimentos. São crianças, adolescentes, jovens, professores, atores e produtores culturais aprendendo e aprimorando seus conhecimentos sobre a arte cênica. “Desde o mês de maio estamos realizando oficinas todas as noites e além das oficinas damos apoio logístico e técnico a outros grupos de teatro. O projeto proporciona a formação de novos atores e dá suporte para essas pessoas continuarem atuando”, afirma Annieli Valério, atriz e produtora cultural da companhia. Com o encerramento das oficinas programado para setembro, o grupo já planeja a realização do Festival Intercolegial de Teatro de Oriximiná (FITO) como resultado de tudo o que foi produzido e considerando a participação em massa da classe estudantil. O Conexão Comunidade é um dos dez grupos oficiais de teatro que integram a Associação dos Produtores e Atores de Artes Cênicas de Oriximiná (APACO) Quem atua no teatro amador oriximinaense recebeu o Experimental com grandes expectativas. “Acho o projeto formidável porque precisamos trazer mais gente para o meio teatral e isso só ajuda a crescer o movimento no município. Vou participar das oficinas para atores e estou com muita expectativa para essa troca de experiência”, ressalta Deoclécio Vieira, ator e coordenador da Cia de Artes Konduri. A companhia desenvolve o projeto Punho de Rede, voltado para a dança, a música, o teatro e a capoeira, com crianças e adolescentes beneficiárias de programas sociais em Oriximiná. Fazer teatro em nossa região é um grande desafio, principalmente porque as pessoas não veem essa atividade como profissão e isso interfere na valorização do nosso trabalho. Mas com uma logística comercial atuante, elaboração de projetos, inscrição em editais, parcerias certas, é possível fazer o que gostamos.” Annieli Valério, atriz e produtora cultural da Cia de Teatro, Humor e Festa Uirapuru a importância das comidas e bebidas típicas para nossa identidade cultural A lém de encher de sabor a vida dos moradores da Amazônia, nossas comidas típicas mostram o quanto a culinária ajuda a identificar nossa cultura, tradições e costumes. A gastronomia regional ainda desponta como uma alternativa de geração de renda para as famílias que mantêm viva a memória e a tradição cultural do Pará. Saiba quais delícias paraenses são as preferidas dos nossos leitores. Joana Dalva Coelho Vieira, artesã e dona de casa, Oriximiná “Eu gosto muito de nossas comidas típicas e, sempre que posso, faço para minha família. Conheço muitas, como a maniçoba, o pato no tucupi, o tacacá. O pato no tucupi é meu preferido. Só penso que mais pessoas deveriam aprender a fazer essas comidas para manter viva essa tradição que é muito importante para nós. Se ninguém mais souber prepará-las, daqui a pouco a gente perde esse costume.” Caravana une artes para dar impulso à leitura Circulação por escolas públicas convida jovens para o mundo dos livros E studantes do 1º ao 5º ano de escolas públicas de Oriximiná já estão recebendo a visita da Caravana da Leitura em Ação e sendo convidados por meio da música, da dança e do teatro para a grande viagem que o mundo literário pode proporcionar. O projeto mudou de nome, fez novas parcerias e segue levando o universo lúdico dos contos e lendas a crianças e adolescentes de 22 escolas do sistema municipal de ensino oriximinaense. “A Caravana da Biblioteca em Ação, por ser voltada para as escolas, deixou de ser coordenada pela biblioteca municipal e passou a integrar os projetos da Secretaria de Educação. Por esse motivo, houve a mudança”, explica Silvia Printes, coordenadora da iniciativa. Durante o ano, a Caravana da Leitura será executada em três temporadas com a abordagem dos temas: o Conto da Chapeuzinho Vermelho, a Lenda das Icamiabas e o conto As Costureiras das Fadas. A primeira etapa ocorreu nos meses de maio e junho; a segunda está programada para agosto e setembro, e a terceira será executada no mês de outubro. “Nessa primeira fase, estamos trabalhando com o conto da Chapeuzinho Vermelho e mesmo sendo muito conhecido a gente percebe a empolgação das crianças e as vemos tentando representar o que assistiram. Isso é recompensador”, comemora Silvia. O projeto reproduz as narrativas em apresentações de dança, canto e teatro. Os artistas são todos remunerados e selecionados por meio de edital. Em 14 anos de atividade, além de incentivar o hábito da leitura, a ação também contribui para a valorização de profissionais da arte. “A caravana nos beneficia de diversas formas, mostrando o nosso tra- 2 • Konduri • MAIO / JUNHO 2014 Caravana da Leitura em Ação encanta crianças e adolescentes do sistema municipal de ensino Parcerias balho, nos remunerando, possibilitando a troca de experiências com outros artistas em apresentações fora da cidade como a Feira do Livro. Além de poder receber o carinho do público que pede autógrafo, nos reconhece na rua, é tudo muito gratificante”, comenta Leandro Lobato, artista plástico e dançarino, que integra a caravana há 10 anos. Em 2014, o projeto ganhou um novo parceiro, a Biblioteca Vagalume, uma biblioteca itinerante que acompanha a Caravana e possui voluntários para fazer a leitura de alguns livros antes das apresentações. A Caravana da Leitura em Ação tem a MRN como principal patrocinadora, por meio do programa Conexão Comunidade, via Lei Rouanet, do Ministério da Cultura. Celestina Pereira, professora de Artes e Língua Portuguesa, Oriximiná Fotos: Blog Amazônia Acontece Maria Domingas Barbosa da Silva, vendedora de iguarias, Oriximiná “Na minha opinião, nossas comidas regionais são muito importantes para nossa cultura e para ganhar dinheiro. Quando as pessoas vêm de fora, elas querem conhecer nossos pratos, saber como são feitos, isso identifica a gente. O pato no tucupi e o tacacá só têm aqui e são os que eu mais gosto.” “Cada região tem uma maneira de se identificar, quando a gente viaja para o nordeste do país verifica que isso é muito forte lá, como o acarajé da Bahia. Vejo que em nossa região ainda precisa de um trabalho forte para valorizar nossas tradições e marcar nossa identidade cultural. São poucos os lugares onde podemos comprar maniçoba, por exemplo.” Recursos do FIA promovem cidadania T Festividade de São João Batista, realizada em junho deste ano na cidade de Faro Santos ganham homenagens na cidades da região oeste Celebrações nos municípios mantêm viva a tradição da cultura popular brasileira N o mês de junho, a região oeste do Pará fica tomada por festas ligadas aos santos. De Faro a Óbidos, romeiros ganham um motivo a mais para celebrar e reverenciar os padroeiros das cidades. Quadrilhas e danças regionais também entram em cena nos arraiais e eventos das localidades. E nesse embalo ninguém fica parado. Além de fortalecer a fé, é tempo de manter vivas as tradições culturais, como o Festival da Cultura e o Festival de Danças da Escola Nicolino, em Oriximiná; Concurso de Quadrilhas, Festival de Bois-bumbás Cacau e Tira Prosa e Festividade de São João Batista, em Faro. A MRN é patrocinadora de grande parte desses eventos. reze projetos sociais desenvolvidos em Oriximiná, Terra Santa, Faro e Óbidos atendem crianças e adolescentes da região oeste paraense com atividades esportivas e culturais, práticas de leitura e escrita, orientações sobre informática, trânsito, iniciação profissional, dentre outros. As iniciativas têm parceria da MRN, auxiliam na promoção a cidadania e foram beneficiadas, este ano, com recursos do Fundo da Infância e da Adolescência (FIA), do governo estadual. Técnicos da mineradora acompanham as iniciativas com visitas e reuniões periódicas aos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente dos municípios. “Nessas reuniões repassamos informações sobre os procedimentos de apresentação de relatórios dos projetos contemplados em 2014, resultados obtidos em 2013 e resumo das visitas realizadas nos projetos”, diz Isaura Sabrina Rego, analista de Relações Comunitárias da MRN. As reuniões com os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente dos municípios de Terra Santa e Faro estão agendadas para o mês de agosto. “Essas informações são muito importantes para nós e ajudam a melhorar o material que produzimos para repassar à MRN sobre os nossos projetos. Os recursos que recebemos via FIA auxiliam na continuidade das atividades que realizamos e possibilitam às crianças e adolescentes que atendemos permanecerem no esporte”, completa Izaías Oliveira da Fontoura, coordenador do Projeto “Faça Um Criança Sorrir”, da Associação Brasil Esporte Clube, que atende meninos de 7 a 15 anos. MAIO / JUNHO 2014 • Konduri • 3 No caminho dos rios, elas também comandam Principal meio de transporte, pilotar embarcações não é tarefa exclusiva dos homens N o cotidiano das cidades, mulheres conduzindo bicicletas e motos para se deslocar de um lado para outro é algo comum. No campo, essa realidade muda e veículos como pequenas embarcações dominam a paisagem. E se engana quem pensa que só homens conduzem esse importante meio de transporte na Amazônia. Toda ribeirinha que se preze sabe conduzir uma canoa, pilotar uma rabeta, lanchas e até bajaras. A professora Elzanira Gonçalves Santos, moradora da comunidade Boa Vista, é um bom exemplo disso. Para garantir independência e maior flexibilidade nas atividades diárias – principalmente nos compromissos profissionais –, ela aprendeu a pilotar uma canoa e uma rabeta, e vai para o trabalho conduzindo as embarcações. Para ela, uma das dificuldades constantes é enfrentar a chuva durante o inverno. “Tem que dirigir segurando uma sombrinha, só que faço isso há tanto tempo que já me acostumei”, brinca Elzanira. “Carne crescida” tem tratamento Saiba como detectar os sintomas dessa doença que afeta a visão Renata Weisshuhn, oftalmologista: tratamento do pterígio deve ser feito por médico especialista Para os médicos, a doença se chama pterígio, mas ela é popularmente conhecida como “carne crescida”, porque se caracteriza pelo crescimento da pele do canto interno do olho. “Quando não é tratado, pode crescer tanto que cobre o eixo visual, impedindo que a pessoa veja através dele”, esclarece Renata Weisshuhn, médica responsável pelo setor de oftalmologia do Hospital de Porto Trombetas. A doença é provocada pela exposição sol, ao vento e à poeira e tem como outros sintomas ardência, lacrimejamento e vermelhidão nos olhos. Também costuma ser confundida com a catarata, mas a médica Renata Weisshuhn explica a diferença: “a catarata é o envelhecimento natural de uma lente que existe dentro dos olhos dificultando a visão; ao passo que o pterígio é pelo lado de fora, sendo uma cirurgia muito menos agressiva”. Quem apresentar os sintomas descritos deve procurar um oftalmologista para confirmar o diagnóstico, fazer o acompanhamento e, se preciso, o tratamento adequado. “Prefiro vir assim, porque quando eu preciso ficar mais tempo na escola, não me preocupo com o horário em que passam os barqueiros.” Elzanira Gonçalves, professora Saiba mais sobre o pterígio O que é – É o crescimento da pele do canto interno dos olhos em direção ao centro. Quando não é tratado, pode crescer tanto a ponto de cobrir o eixo visual, impedindo que a pessoa veja através dele. Sintomas – Além do crescimento de pele, o pterígio também provoca ardência, lacrimejamento e hiperemia (olho vermelho). Como prevenir – Usar óculos de sol e colírios lubrificantes recomendados e aprovados por um oftalmologista Tratamento – Feito por meio de uma cirurgia, quando é feita uma raspagem do pterígio que cresceu sobre a córnea. “O período de recuperação é de 15 dias e logo após o paciente já pode retornar ao seu serviço”, explica Renata Weisshuhn. Publicação da Mineração Rio do Norte. Coordenação: Comunicação MRN ([email protected]). Telefone: (93) 3549-7606 Fotos: Divulgação/MRN. Rua Rio Jari, s/n, Porto Trombetas. Oriximiná/PA. CEP: 68275-000. Produzido e editado por Temple Comunicação (www.temple.com.br). Telefone: (91) 3205-6500.