D E S TA Q U E C O M P A R A Ç Ã O D E P R É - A M P L I F I C A D O R E S : R E S U LT A D O S E A N Á L I S E Mas isso é ART? O ART Pro MPA II: quando ouvido sem preconceitos sobre seu preço e aparência, este acessível pré-amplificador valvulado foi bastante popular. de fita estéreo Royer SF12) e oito préamplificadores de microfone diferentes. Em seguida, eles tiveram seus níveis igualados e foram renomeados para que os ouvintes não soubessem qual préamplificador estavam escutando. Queríamos saber quanta variação existiria nos oito modelos de préamplificadores bastante diferentes e se os pré-amplificadores caros seriam muito melhores do que os modelos mais baratos. O aspecto mais surpreendente do teste para mim e para Hugh Robjohns foi como as nossas expectativas influenciaram nossas opiniões: quando escutamos cada take no estúdio do Jonathan, sabendo que tínhamos acabado de gravar um ART barato e muito feio ou um pré-amplificador valvulado construído à mão de £2000, achamos que conseguimos ouvir claras diferenças entre eles. Mas quando os arquivos tiveram seus níveis igualados e ficaram anônimos, de repente estas diferenças pareceram bem menores, ao ponto em que nenhum de nós achou que poderíamos diferenciá-los com certeza em um teste cego. Disponibilizamos os arquivos no site (você pode baixá-los no endereço www. soundonsound.com/sos/oct12/articles/ preampsmedia.htm), e muitos leitores da SOS e usuários do fórum postaram comentários detalhados. Hugh os reuniu em uma planilha, atribuindo pontos para cada pré-amplificador com base nestas opiniões subjetivas. Só então consultamos o gabarito, para descobrir quais foram os vencedores e os perdedores – e você pode ver qual é qual consultando a tabela nesta matéria. Os resultados, embora estejam longe de serem científicos, foram muito surpreendentes! 126 TA maior surpresa para nós foi a performance dos dois pré-amplificadores acessíveis que incluímos no nosso teste: um valvulado estéreo ART Pro MPA II em rack e uma Mackie 1604 VLZ Pro. Quando gravamos os arquivos, a nossa impressão foi que o Mackie tinha se comparado muito bem com os pré-amplificadores mais caros, mas nenhum de nós gostou do ART. Será que fomos rápidos demais em julgá-lo por seu preço, seus irritantes LEDs azuis e sua aparência um pouco brega? As opiniões dos leitores certamente sugeriram isso. Tanto com os Brauners quanto com os Sennheisers, mais participantes escolheram o Pro MPA II como seu preferido a qualquer outro pré-amplificador, e ele também obteve classificações bastante respeitáveis com o Royer SF12. Um pouco atrás dele, liderando a competição com os Brauners e em terceiro lugar com os Sennheisers veio... a Mackie! Mesmo admitindo a imprecisão inerente em tentar quantificar opiniões subjetivas, fica claro que, com microfones condensadores modernos e sensíveis, acessíveis modelos de pré-amplificador são ofuscados por nomes como Neve, API ou SSL. O microfone de fita Royer deveria ser o teste mais desafiador para os pré-amplificadores, porque sua saída relativamente baixa exigiu um ganho mais alto do pré-amplificador; na teoria, ele deveria ser o mais provável a expor quaisquer pontos fracos nos modelos acessíveis. É questionável se as opiniões coletadas dos leitores da SOS confirmam isso. A mesa Mackie certamente se saiu pior aqui, mas mesmo assim foi marginalmente preferida ao API 3124+ e ao Maselec MMA4XR, enquanto o ART ficou confortavelmente no meio. Elogios foram feitos de maneira bastante uniforme ao Prism Orpheus, SSL XLogic VHD Pre e ao AMS Neve 1073LB. Deve ser enfatizado novamente que estas classificações não representam nenhum tipo de avaliação científica e, de fato, é interessante ler as opiniões extremamente Dezembro 2012 / w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r diferentes atribuídas ao mesmo pré-amplificador por pessoas diferentes. Foi bastante comum encontrar um pré-amplificador classificado como primeira opção por algumas pessoas e como oitava opção por outras, ou ser descrito simultaneamente como tendo um “elegante som vintage” e sendo “estridente”! Nitidamente, diferentes pessoas têm diferentes expectativas e preferências, e ‘ouvem’ diferentes qualidades – quem pode dizer se elas são reais ou imaginadas? Mas, acima de tudo isso, deve ser mencionado que vários leitores admitiram não terem conseguido ouvir nenhuma diferença considerável entre os préamplificadores, e até mesmo aqueles que ouviram diferenças admitiram que elas foram bem sutis. Se existe uma grande conclusão que pode ser tirada deste exercício, não é que o ART Pro MPA II tem um revolucionário design superior que excede concorrentes mais caros. É que, quando usado dentro de seus limites operacionais pretendidos, para gravar um piano solo, a contribuição do pré-amplificador é muito menor do que a do microfone, de seu posicionamento, da sala, do instrumento e – acima de tudo – da música. Ninguém está afirmando que todos os préamplificadores soam iguais e certamente existem diferenças ergonômicas entre eles. (Depois de fazer estes testes, eu não teria nenhuma reclamação sobre a qualidade sonora se estivesse usando uma mesa Mackie para gravar um piano, mas ficaria muito irritado em tentar igualar ganhos de canais usando seus minúsculos potenciômetros de trim.) É provável que as diferenças entre pré-amplificadores também fiquem mais aparentes quando eles são intencionalmente ‘empurrados’ à saturação, como alguns engenheiros gostam de fazer. Mas esperamos que este teste faça algo para restabelecer um sentido de perspectiva. Os pré-amplificadores não são o elemento mais importante da gravação e, ao contrário do conselho que às vezes é dado em fóruns na Internet, muitas vezes a melhor opção para quem tem um orçamento limitado é investir seu dinheiro em microfones ou tratamento acústico e fazer experimentações com posicionamentos de microfones para obter o som procurado, em vez de gastar com pré-amplificadores caros. Não seja intimidado a pensar que você não pode fazer boas gravações com equipamentos acessíveis. Isso é possível.