POLINIZAÇÃO ARTIFICIAL NA CULTURA DO MARACUJAZEIRO-AMARELO
ROSEANO MEDEIROS DA SILVA
Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Agronomia/Fitotecnia – UFERSA
e-mail: [email protected]
O maracujazeiro-amarelo (Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg.) é uma cultura
de grande importância econômica para o Brasil, sendo o primeiro produtor mundial, com
produção média de 38 mil toneladas anuais e com boas perspectivas para ampliação da área
cultivada. Os estados do Nordeste que se destacam em produção e produtividade são Bahia,
Sergipe, Pernambuco, Ceará e Paraíba. O maracujazeiro-amarelo apresenta uma
produtividade média de 12 a 15 t/ha, havendo potencial para produção de 30 a 35 t/ha. Os
frutos são consumidos tanto “in natura” como na indústria de sucos e polpas.
O maracujá amarelo é auto-estéreo, dependendo, assim, da polinização cruzada para
produzir frutos. A planta apresentar alto insucesso na polinização pelo vento, devido ao
grande peso e viscosidade do grão de pólen, necessitando, portanto, de um agente
transportador. A polinização natural é feita pelas Mamangavas (Xylocopa spp.)
Uma das práticas culturais que aumenta a
produtividade, elevando o potencial produtivo
da cultura é a polinização artificial, que consiste
em o produtor com o auxilio de “dedeiras” de
flanela, retirar o pólen de uma flor e colocar em
outras flores de plantas diferentes, efetuando a
polinização cruzada e jamais polinizar com o
pólen das flores da mesma planta. Todo esse
processo deverá ser feito no mesmo dia em
virtude das flores permanecerem abertas por um
único dia, iniciando a abertura as 12:30 horas e
terminando a partir das 18:00 horas. Na prática três pessoas podem efetuar esse trabalho em
1 ha, com uma eficiência de polinização de 50 a 60 flores por minuto.
Recomenda-se a polinização artificial em plantios com mais de 10 hectares, uma vez
que a polinização natural pelas abelhas mamangavas se torna difícil, principalmente nos
surtos de grandes floradas ou quando a população desse inseto é pequena. A polinização
feita artificialmente é mais eficiente que a polinização natural, cerca de 50% e 30%
respectivamente. Uma forma de medir a necessidade do uso dessa prática e por meio da
avaliação do número de flores caídas. Sabendo-se que a flor de maracujá após seu dia de
abertura, fecha e cai caso não seja fecundada, então a queda acentuada de flores por planta,
pode refletir a necessidade do incremento da polinização artificial.
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