Travestis de
MT conquistam
direitos na
sala de aula
A GAZETA - CADERNO B
CUIABÁ, 27 DE SETEMBRO DE 2009
PÁGINA 2
Chico Ferreira/João Vieira
São 6 4 c âmeras e spalhadas p or C uiabá e V árzea G rande, i nclusive n os b airros, m as n em t odas e stão e m f uncionamento
VIGILÂNCIA 24 HORAS
População não está segura
com instalação de câmeras
Dúvida é se criminalidade vai reduzir em alguns pontos e não vai migrar para outros
RAQUEL FERREIRA
já teve a casa invadida por assaltantes. “Acho que deve melhorar
as coisas por aqui, mas acho que
não vai durar muito. Com certeza
A falta de segurança e o abuos vagabundos vão quebrar”.
so de quem pratica crimes em
O vendedor Rubens BernarCuiabá e Várzea Grande deixam a
do de Aguiar, que atua na avenida
população descrente sobre a efido CPA, bem próximo a mais uma
ciência das 64 câmeras de vigilânnova câmera, afirma que só vai
cia que a Secretaria de Estado Seacreditar na eficiência do serviço
gurança Pública (Sejusp) está insquando ver alguma mudança na
talando em vários pontos críticos
segurança. Ele destaca que nunca
das 2 cidades.
foi assaltado, mas está cansado
O projeto de Vigilância Elede ver pedestres terem as coisas
trônica Monitorada (VEM) existe
levadas. “Aqui, se vodesde 2006, mas
cê piscar fica sem as
dispunha de 9 câsuas coisas”.
meras somente no
Este é o mesmo
Centro da Capital.
pensamento de um gruO estudo para inspo de pessoas que contalar em outros
versavam no bairro
pontos da cidade
Somos vítimas
Cristo Rei sobre a efie de Várzea Grande ocorre desde constantemente de ciência das câmeras.
Dois homens e uma
2008 e não foi
assaltos quando
mulher, que não quisebem aceito por alestamos indo
ram se identificar,
gumas pessoas
que se sentem trabalhar ou saindo questionavam se o
para estudar
equipamento realmente
prejudicadas com
iria funcionar, destaa “invasão de pricando que ele havia sido instalado
vacidade” nos bairros, como ocorhá meses e até o momento ninreu no Jardim Leblon, onde os traguém deixou de ser assaltado na
ficantes da rua 4 de janeiro derrurua por isso. “Aqui não tem hora
baram o poste que serviria de supara ser vítima, toda hora você
porte para a câmera.
presencia algum roubo, alguma
A rua é tida como uma das
agressão. O bairro inteiro é assim.
mais comprometidas pelo tráfico
As pessoas estão cansadas de tede drogas no bairro e muitos morarem as casas invadidas também”.
dores têm medo de passar na reOutro morador do bairro, que
gião à noite, além de terem as catambém não quis ter a identidade
sas invadidas constantemente por
revelada, lembra que a preocupaassaltantes. A dona-de-casa Alenição da segurança pública é limitace Ricardo dos Santos, 29, mora
da e atende somente os comércios
bem próximo ao poste derrubado
dos bairros. Ele comenta que as
pelos “donos” da rua 4 de Janeiro.
ruas de pouco movimento são onEla reclama que não pode deixar
de ocorrem a maioria dos crimes,
nada no quintal que some. “Não
mas nada é feito para impedir as
posso nem pendurar roupa. O que
ações criminosas. “Deviam fazer
deixo para fora vai embora”.
blitzes nas ruas que cortam as aveEla destaca que a criminalinidas. Somos vítimas constantedade corre tão solta na região, que
mente de assaltos quando estamos
as casas perderam o valor e ninindo trabalhar ou saindo para estuguém consegue vender os imóveis,
dar. Essas câmeras vão servir para
citando a vizinha que colocou a caos bandidos mudarem de ponto”.
sa à venda há muito tempo, mas
Embora hajam muitas desnão aparece interessados em comconfianças sobre a proteção eficaz
prar. “Se conseguirem instalar as
que as câmeras possam oferecer, a
câmeras aqui vai ser bom, mas duempresária Deversila Batista de
vido que consigam”.
Queiróz, proprietária de uma auto
A descrença na durabilidade
peças no Cristo Rei, lembra que todo equipamento, diante da destruida medida e esforço é válido na
ção por conta dos bandidos, é
tentativa de conter a violência. Ela
compartilhada pela dona-de-casa
afirma que nunca foi assaltada, poMiriam Andrade, moradora no Jarrém destaca que é a única na redim Brasil, em Cuiabá, onde há
gião com esta sorte. “Sou protegiuma câmera instalada. Ela destaca
da por Nossa Senhora e tomo alque falta segurança e policiamento
guns cuidados. Fecho a loja cedo,
no período da noite e comenta que
DA REDAÇÃO
“
evito andar na rua quando anoitece. Mas aqui não tem hora nem lugar para ser assaltado. A Polícia até
faz rondas, mas hoje existe muito
mais bandidos que policiais”.
Instalação - A escolha dos
pontos para instalar os equipamentos foi realizada com ajuda da Polícia Militar, que tem atuação direta
nas ruas da cidade. O coordenador
do Centro Integrado de Operações
em Segurança Pública (Ciosp),
Major Cesar Brum, explica que
ampliação do número de câmeras
em Cuiabá e Várzea Grande é um
projeto importante da segurança
pública. Ele destaca que a função
delas é ajudar a Polícia a evitar
que o crime aconteça, antecipando
a ação. Quando já existe o delito,
as câmeras podem ajudar a solucionar crimes.
Brum comenta ainda que
elas não ficam escondidas e com
isso oferecem a sensação de segurança à população. “As câmeras
estão em ambientes públicos e são
monitoradas pela PM. Em Várzea
Grande, o monitoramento é feito
pela Guarda Municipal que atua
dentro do Ciosp. As imagens são
usadas em investigações da Polícia Civil e não podem ser entregues à população em geral”.
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População não está segura com instalação de câmeras