ORDENAMENTO DO
TERRITÓRIO E
TRANSFORMAÇÕES URBANAS:
TRÊS TIPOS DE PROJECTO
EM FRANÇA, ITÁLIA E PORTUGAL
Introdução
►
►
Ordenamento:
Acção ou efeito de ordenar. Método do conjunto de preceitos
seguidos no tratamento e exploração das matas.
Planeamento:
Trabalho de preparação para qualquer empreendimento, no qual
se estabelece os objectivos, as etapas, os prazos e os meios para sua
concretização.
1981 Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Amigo dos Livros Editores
Com este trabalho queremos descobrir eventuais
diferenças entre os modos de ordenamento em França,
Itália e Portugal. Também o nosso objectivo é de
confrontar diferentes projectos que parecem ter a mesma
origem de reconversão industrial. Como foram tratados
estes projectos de nível internacional com um forte
impacto na cada cidade e sociedade?
Plano
► Ordenamentos





em França e em Itália:
Conceito e definições
Origens
Leis de base
Âmbitos dos instrumentos de gestão territorial
Esquema teórico de funcionamento
► Exemplos:
França, Itália, Portugal
 Projecto Ile de Nantes
 Génova expo 92
 Parque das Nações, expo 98, Lisboa
O ordenamento
em França
Conceitos e organização
O conceito, definições
►
Ordenamento = equipamento:
►
Ordenamento = preservação: Lógica oposta à precedente, o
O ordenador é um construtor,
todas as acções de ordenamento tem de materializar-se por uma construção. A
competência do ordenamento foi, durante muito tempo, associada ao
ministério do equipamento.
ordenador tem de intervir o menos que possível. Definição oposta à
precedente, deriva ecologista.
►
Ordenamento = criação de empregos: Corresponde ás
preocupações da época. Considera que se pode diminuir o desemprego com
intervenções locais. Corrigir os maus funcionamentos do sistema económico.
As origens
1947 Publicação de um livro “Paris et le désert français” (F: Gravier), que
denuncia o centralismo francês, com um movimento de crescimento de Paris
que domina todo o território. Este livro tem um grande impacto no mundo
politico que decidiu reagir.
Esta ideia vai marcar profundamente o ordenamento francês nos anos
seguintes.
Um exemplo é a politica das metrópoles de equilibro: opor-se à hegemonia
parisiense com metrópoles de província, que vão ser favorecidas pelas infraestruturas e transferes de empresas públicas e administrações. O ponto não é
de fazer concorrência a Paris, mas de tentar reequilibrar o território. Esta
acção foi a primeira e a mais significativa e orienta o ordenamento pelos anos
seguintes.
Existe neste movimento uma tendência à afirmação das regiões como nível
decisivo do ordenamento, em oposição ao nível central.
Esquema teórico de funcionamento
Níveis e instrumentos de reflexão e decisão sobre o ordenamento
 Nível 1 : Nacional
Direcção Geral do Ordenamento (CIAT)
Esquema Geral de Ordenamento (DATAR)
 Nível 2 : Regional
Grandes regiões (metrópoles d’équilibre , DATAR)
Regiões administrativas
DATAR: organismo governamental de
 Nível 3 : Intermediário
reflexão sobre o ordenamento,
Departamento
SDAU (Esquema Director composto por universitários
de Ordenamento Urbano)
 Nível 4 :
commune PLU (Plano
Local de Urbanismo)
investigadores…
CIAT: Comité interministerial de
decisão sobre o ordenamento reunisse
os diversos ministros referidos pelo
assunto.
Leis de base
►
Loi d’orientation foncière 1967 (LOF):
Criação dos instrumentos básicos pelo ordenamento:
POS: Plano de Ocupação do solo. Ao nível do município, fixa o uso do solo
em pormenor. (agora PLU)
SDAU: (Esquema de ordenamento e urbanismo) Aplica-se as áreas urbanas
e servem para localizar os grandes equipamentos futuros. Incita as cidades a
pensar juntas pelo futuro.
Nesta lei aparece pela primeira vez a vontade de considerar o território
inteiro, com instrumentos que podem aplicar-se a todo o território.
►
Lois Deferre (1982)
São as lei de base da regionalização do ordenamento. Fazem da região uma
entidade territorial com muitas competências no ordenamento: educação,
ambiente, transportes, formalização por contrato com o estado do
financiamento de planos de ordenamento, de realizações: A região é o
território maior do ordenamento.
►
Leis muito numerosas nos últimos anos (descentralização)
O objectivo é de dar mais poder ás regiões, e também de criar novos
territórios de ordenamento (“intercomunité”, “pays”)
Âmbitos dos instrumentos de gestão
territorial
►
Estado
O estado é sempre o nível de ordenamento mais forte. Tem os instrumentos e o dinheiro. Tem
uma rede de serviços (Direcções regionais e departamentais dos equipamentos e da
agricultura, DATAR...) com uma acção forte (permitidos de construção, estudos, organizam
reflexões sobre os territórios…)
►
Região
Escalão maior mas contestado. Recebedor exclusivo pela contratualização com o estado
(financiamento de projectos), e escalão privilegiado pela União Europeia pelos programas
comunitários. Mas as outras colectividades territoriais contestam muito as regiões que têm um
orçamento fraco (17% do orçamento total dos municípios, departamentos e regiões). Têm
também um problema de legitimação: entidade nova (criadas em 1955), origem tecnocrática
(o departamento e o município têm uma origem revolucionaria)
►
Departamento
Escalão com um forte poder económico mas não tem fortes competências no ordenamento.
►
Município
Escalão muito contestado pelos políticos, porque tem muitas competências (redacção dos PLU,
SCOT, autorização de construção) e é muito pequeno (36 000 municípios), por isso, não é
adaptado ao ordenamento urbano e de maneira geral às estratégias de ordenamento. apesar
disso, é impossível suprimir. Além disso, este escalão permite uma democracia de proximidade
melhor e uma melhor percepção das realidades territoriais.
Exemplo da educação
A educação na sua organização
territorial (gestão, construção…) tem o
esquema teórico seguinte:
►
►
►
►
As universidades são da competência do estado
Escolas secundarias: região
Escolas preparativas: departamento
Escolas elementares: freguesia
Na realidade esta organização não é aplicada em totalidade, por exemplo:
muitas partes das universidades são financiadas pelas regiões (formações,
construções) departamentos (antenas das em cidades mais pequenas)…
Outros instrumentos de
ordenamento territorial
► Parques
Naturais Nacionais
Zonas sem habitantes com um grande interesso ecológico. A zona central é totalmente
protegida e criação de uma zona protegida ma habitada a volta.
► “Loi
Littoral”
Lei de 1986 visa o ordenamento litoral. Lei de protecção com vontade de proteger o
litoral do “betão”. Conhecida por ser uma lei corajosa, com decisões importantes como a
proibição de construir a menos de 100 metros da costa; é também a mais difícil de fazer
aplicar: não é aplicada em totalidade hoje (pela administração o pelos particulares).
► “Intercomunalité”
Se não é possível de contornar o cancellar os municípios no ordenamento, um
instrumento foi criado por permitir de fazer fundir-se lhe. Têm de reunir alguns impostos
(taxe professionnelle) para ter um orçamento e de definir algumas competências que
vão ser “intercommunales”. Para incitar os municípios a reunir algo, existem algumas
vantagens fiscais. Agora a maioridade dos municípios franceses são em
“intercommunalité”.
O ordenamento
em Itália
Conceitos e organização
Os conceitos e as definições
O planeamento e o ordenamento com 3 grandes objectivos:
• Produção bens públicos: saúde, infra-estruturas, segurança
• Produção instrumentos: regras, normas, projectos
• Sustentar e defensor da produção dos bens públicos, distribuição dos recursos aos
níveis fracos da população
►Definição
A. Magnaghi
1981
O Planeamento como acção no governo territorial é só uma parte do sistema. O governo do território é um
conjunto de acções realizadas das forças sociais, institucionais e actores económicos. Não são bastantes as
regras para explicar uma transformação. É mais importante o processo que põe em jogo diferentes actores.
►Definição
prof. A. Balducci
2005
Ordenamento e planeamento público tem que mudar: de provider directo a enabler com solução possível
►Definição M.Sernini
Mexico_1535: Carta do Governador pelo Rei de Espanha
“...vez cada vez que prossegue a construção dos mosteiros e edifícios públicos, estiveram grandes erros,
porque nem entre os planos deles, nem fora dos planos, foi feito o que è mais oportuno.
De facto ninguém sabia o que era mais oportuno fazer, nem sabia como faze-lo correctamente.
Para corrigir esta situação, eu fiz um acordo com os freis de São Francisco e de São Agostino.
O acordo correspondia a um plano razoável para a cidade.
Agora todas as construções seguem o plano.”
Conceito na Facultade de Arquitetura e Sociedade do
“Politecnico di Milano”
Fala-se de “Governo do Territorio”
A ideia é que o processo de planificação e
ordenamento é mais complicada, a cuja
“Gestão do processo” e os actores são o
“Governo do Território
As origens
A urbanística italiana começa em 1942 com a lei do Plano Regulador
Geral (PRG) e de área vasta. Tecnicamente um plano perfeito (mas
atrasado em comparação aos países europeus) que dava aos
concelhos grandes poderes de expropriação e de planeamento.
Embora a adaptação não foi imediata.
Depois do fim da guerra em Itália construiu-se com outras tipologias.
Estamos a falar do “Plano para a Reconstrução”. Mais que uma
década de construção rápida, selvagem, quase incontrolada, regulada
do mercado dos grandes proprietários territoriais.
Por fim a Corte Constitucional.
A primeira sentença nº 55 a 9 de Maio de 1968, em base ao direito à
edificação dos terrenos. Desde este ano até 1983 muitas sentenças
tiram poderes ao PRG.
O maior problema italiano é que existe uma lei para a defesa do solo que
não é aplicada. Além disso não existe uma lei que estabelece em
maneira certa e clara um regime dos solos.
Formalmente é o PRG que regula o planeamento mas são os projectos
privados e negociados a transformar os territórios.
Leis de base
►
Lei Urbanística (1942)
Estabeleceu o Plano Regulador Geral (PRG) como instrumento básico do ordenamento territorial italiano.
O PRG è um acto administrativo.
►
Lei Ponte (1967)
Introduziu o Standard, instrumento que estabelece valores mínimos de serviços e espaços livres para
cada nova intervenção de construção ou reestruturação dos edifícios. Esta lei nasceu como consequência
e resposta politica à desastrosa inundação e ao desmoronamento em Firenze em 1966.
►
Lei Galasso (1985)
Tira a tutela da paisagem e ambiente a quaisquer critérios de construção com uma nova aspiração para
um planeamento territorial.
►
Lei Objectivo (2001)
É usada para fazer mais rapidamente obras públicas importantes (que fazem parte do programa do
governo) e tudo o que o governo planeia para o desenvolvimento nacional.
►
Lei Lupi (ainda em discussão parlamentar)
Todos os espertos a querem. Lei que quer ordenar o complexo quadro legislativo que opera em Itália que
causa numerosas sentenças. É muito criticada para o conceito de gestão do território que tem.
Esquema teórico de funcionamento
Nivel 1: Nacional
O estado delegou muitas competências a níveis locais.
A sua acção responde ao princípio da sustentabilidade vertical.
Politicas gerais de tutela e valorização do território e do ambiente, como
a Formação dos Parcos Naturais Nacionais.
Ponto de passagem dos fundos de programação e coesão europeia.
Pode intervir em caso de riscos para a evacuação da população.
Como efeito da « lei Obiettivo 2001 » o estado realiza directamente
grandes projectos infraestruturais.
Nivel 2: Regional
Desde 1999 as regiões têm a maior competência em matéria
urbanística.
Cada região tem uma lei diferente.
Individuam os âmbitos do planeamento do território e fixam as réguas.
Escalão privilegiado pela União Europeia pelos programas comunitários
porque cada região é também uma unidade NUT europeia.
►
Nível 3:
províncias
áreas metropolitanas (formas deferentes, não em conformidade com a lei de
1991)
“Comunidades montanhas”
Uniões de conselhos (formas deferentes)
Agencias sectoriais
Agencias de desenvolvimento local
►
Concelho
Sujeito do governo do território. É o ente adepto à planificação e
ordenamento do território.
Define de acordo com as directrizes de âmbito nacional e regional e com
opções próprias de desenvolvimento estratégico uso do solo e a respectiva
programação, habitualmente com o instrumento do PRG.
Realiza o “Plano Estratégico do conselho”.
Tem um orçamento cada vez menor nos últimos anos.
Conclusões
►
Portugal não tem um verdadeiro nível regional, mas em Itália é o nível
mais importante para o ordenamento do território. Em cada região há
uma própria legislação através de uma lei regional. Por exemplo a lei da
região Lombardia foi alterada recentemente na lei 149/2005.
►
Em Itália existe uma série de níveis intermédios, sobre os concelhos, com
características e competências diferentes.
►
Sobreposição, em algumas temáticas a fim de controlar, dos níveis
hierárquicos e de competência na transformação urbana e territorial.
EXEMPLOS DE ORDENAMENTO
DO TERRITORIO EM FRANÇA,
ITÁLIA E PORTUGAL
►
Exemplo em França (Nantes)
 ILE DE NANTES
►Enquadramento
territorial:
 É um espaço de 337 hectares no centro geográfico da aglomeração de
Nantes (5 kms sobre 1 km). Representa um conjunto urbanizado entre os
braços do rio (la Loire) com 13 000 habitantes. Muitas actividades
industriais marcaram este território durante os séculos XIX e XX. Esta
parte de Nantes é um aglomerado de bairros variados.
O projecto de ordenamento deste espaço consiste em construir uma
cidade contemporânea num centro da aglomeração.
O plano
existente
Fonte: l’ île
de Nantes,
le plan
guide en
projet
► Porquê
este projecto?
 Para transformar este território num centro real de aglomeração
desenvolvendo as funções urbanas: habitação de qualidade,
desenvolvimento económico, comércios, meios de transporte,
equipamentos sociais e culturais...etc.
► Objectivos:
 Transformar o espaço público e tentar melhorar, restaurar e não
destruir sistematicamente o que já existe para conservar o
património (património industrial, memoria da cidade)
 Reatar a ligação com o rio: o interesse dum rio para a
aglomeração de Nantes. (utilizar a potencialidade de
“waterfront”)
 Oferecer uma capacidade de alojamento ao centro de Nantes
(para 13000 e 15000 habitantes).
 Desenvolver as actividades económicas: construção e renovação
de escritórios, implantação de comércios…etc..
 Melhorar as condições de vida no espaço público.
 Construção de equipamentos sociais e culturais e
desenvolvimento das actividades de pesquisa e do ensino
secundário.
► Os
actores:
 Criação de SAMOA: em 2003 (Société d’Aménagement de la
Métropole Ouest Atlantique) controlada por colectividades
locais (61%) e organismos privados (39%). A sua missão é pôr
em prática as realizações previstas no espaço público, também
tem uma influência muito importante nas decisões do projecto,
nas acções a realizar.
 “Atelier île de Nantes”: é a associação dos dois arquitectos que
ganharam o concurso de 1999 para a reabilitação da ilha,
sendo por isso os responsáveis pelo projecto.
 SNCF, Alsthom, Calberson: entre outras, são empresas que
exerceram uma influência predial nestes actores económicos.
 A população: pelo meio de inquéritos embora seja muito
complicado consultar todos os habitantes da ilha.
 Associações de operários antigos para a conservação do
património das implantações industriais e navais.
►
O método:
 A elaboração duma planta guia para elaborar um esquema de
composição do espaço público da ilha. Mostra as zonas de acção
durante os próximos anos.
Plano geral do
projecto.
Fonte: l’ île de
Nantes, le
plan guide en
projet
Todos os trimestres a planta guia é posta em dia, é um instrumento de
trabalho sempre em evolução. Assim, todos os actores da cidade podem
partilhar o projecto.
A planta guia não é um projecto petrificado porque o objectivo não é ter
uma parte da cidade acabada e fixa. Com efeito, o objectivo é ter uma
parte central de cidade activa e atractiva que possa evoluir e adaptarse.
É um instrumento de discussão, um apoio para as decisões e para o
dialogo entre os vários actores.
►
As evoluções e o calendário:
 O movimento começou em 2OO2 e alguns decénios serão
necessários para acabar o projecto.
 Há um plano de acções até 2007: este programa é baseado num
eixo de espaços públicos este-oeste para ligar os vários bairros
da ilha (2 linhas de transporte colectivo, 250000 m2 de
construções novas, uma escola de arquitectura, criação ou
renovação de 70 hectares de espaço público, reorganização do
centro comercial Beaulieu, projectos culturais e turísticos…etc.).
 A acção pode demorar 30 anos.
Plano das acções 2002-2007
Fonte: l’ île de Nantes, le plan guide en projet
►
Conclusão:
 O projecto final, « l’île de Nantes » será um centro de metrópole
com muitas funções urbanas:
alojamento, actividades
económicas, pesquisa, ensinos secundários, comércios, transporte
colectivo, equipamentos sociais, culturais e para tempos livres.
 Podemos dizer que este método é original porque a construção do
espaço público não é a mesma em todos os sítios. Com efeito,
esta construção é adaptada às possibilidades e aos recursos de
cada sítio. Ao mesmo tempo, a planta guia mantém uma
coerência real. Assim, podemos falar dum urbanismo “oportunista”
que se pode adaptar às varias situações e que melhora e não
destrói o espaço público.
 « Il s’agit désormais de concevoir et de réaliser un nouveau
quartier de centre d’agglomération où puissent cohabiter et se
mêler, dans le plus grand respect de l’environnement naturel et
urbain, les différentes fonctions qui font la ville, donc tout l’intérêt
qu’il y a à y vivre. » Jean Marc Ayrault, Maire de Nantes (28-062005).
Exemplo em Itália (Génova)
 Génova Expo 1992 e área Porto
►
Enquadramento territorial:
O projecto foi na área geral do porto histórico e comercial com uma
área global de 85 hectares.
► O porto sempre teve a parte mais importante da cidade a todos os
níveis: comercial, industrial, trabalho, cultural e social.
► O projecto de ordenamento deste espaço consiste em dar nova força e
atractividade a um pólo que subiu a crise pós industrial dos anos
oitenta, crise que manifestou-se em todos os países industriais.
►
Esguicho de Renzo Pianopara o desenvolvimento da area portual
►
Porque este projecto?
Para integrar e coordenar fisicamente o bairro antigo do
rossio de Gènova com o próprio porto. O programa
começou com a transformação das áreas da Expo 1992
entre o molhe velho e a estação marítima.
A ideia foi ligar centralidades culturais e exposição.
►
Os objectivos:
Restituir a área do porto antigo à cidade.
Criar mais habitabilidade e lazer na área, todo o ano, através de
eventos culturais, com desenvolvimento de actividades
relacionadas com actividades congressistas, com a
realização de infra-estruturas.
Criar um pólo atractivo turístico nacional e internacional no interesse
geral.
►
•
Os actores:
Grupo de trabalho do arquitecto
“Renzo Piano” que ganhou o
concurso para Expo 1992.
Conferiu importância a toda a questão
• “Porto Antico S.p.a” é uma sociedade de capital misto (51% Câmara
Municipal de Génova , 39% “Câmara de Comercio e 10% autoridade
porto de Génova ) constituiu-se em 1995 com o objectivo de recuperar a
área do antigo porto através de projectos de produtividade.
• Câmara Municipal de Génova
• Região Liguria
As evoluções e o calendário:
•
1987 - Foi constituída uma comissão para estudar algumas soluções para integrar a cidade
e o porto em ocasião das “Colombiadi”
•
1992 - Expo para o 500° aniversário da descoberta da América, veio criar um espaço de
lazer no bairro “Darsena” com a construção de um aquário, a Nova Feira, o pólo “Fiumara”
com cinemas, centro comercial e museus.
►
1995 - Constituição do sujeito sociedade “Porto Antigo S.p.a.” que vem encarregada de
continuar o desenvolvimento de toda a área do porto de Génova.
►
2000 - Inicio programa europeu “Urban2” 2000 – 2006
na zona do porto e bairro Darsena
•
2004 - Génova capital Europeia da Cultura
•
Em todo este período todo o porto foi sujeito ás intervenções
pontuais para ligar o Bairro antigo com a “Darsena” e para fazer
desta uma área de lazer, cultura e turismo
O método:
►
Podemos afirmar que a metodologia utilizada è bastante clássica, estruturada
em: uma grande participação juntas e certas dos actores públicos, entregar a
direcção do projecto a um arquitecto genovense de fama internacional, uma
boa capacidade de gestão e recuperação de vários fundos e oportunidades.
O projecto nunca parou e
sempre está em discussão para
novas soluções e ampliação.
►


Conclusão:
A finalidade do projecto é transformar o porto no centro da capital de Génova. Este
objectivo è consolidado.
A volta do porto existe:
Aquário maior de Itália (ao nível daquele de Lisboa)
Cidade da Criança ( experiência muito interessante em Itália)
Centro Congressos “Cotone”
Elevador “Bigo” sobre o molhe
Museus, Bibliotecas, Cinemas e Teatros
A Nova Feira.
A cidade foi ligada ao porto, que agora tem uma nova caracterização turística.
A cidade volta a ser a “praça sobre o Mar Mediterrâneo”.
Il mio progetto per l'Esposizione Colombiana del 1992 era basato su una filosofia molto
semplice: realizzare nel Porto Antico interventi che fossero utili alla città anche dopo le
celebrazioni". (Renzo Piano)
►
Exemplo em Portugal (Lisboa)
 Parque das nações
►
Enquadramento territorial :
►É
um espaço (340 hectares) em Lisboa desviado da cidade (este)
sobre as margens do Tejo. Durante muito tempo era ocupado por
actividades industriais antigas, militares e petroquímicas.
►O
Parque das Nações era ocupado por grandes infra-estruturas
industriais, nomeadamente a refinaria da Petrogal e depósitos de
produtos petrolíferos (ex-Sacor e outras companhias, ocupando cerca
de 50 ha), o Matadouro Industrial de Lisboa, o Depósito Geral de
Material de Guerra, a Estação de Tratamento de Águas Residuais, o
Aterro Sanitário e a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos
(ETRS) de Beirolas, além de diversas instalações portuárias e
actividades afins.
►
Porquê este projecto?
► « O governo, ao escolher a zona oriental do município de
Lisboa e zonas limítrofes do município de Loures para a
instalação das infra-estruturas e equipamentos necessários à
realização da EXPO 98, pretendeu promover um adequado
reordenamento urbano daquela zona onde se observam
preocupantes índices de degradação, designadamente
ambiental» Plano de Urbanização da Zona Expo, publicação
em Julho de 1994.
Os objectivos:
►Organizar e realizar a última Exposição Mundial do século XX
(de 22 de Maio a 30 de Setembro de 1998).
►Revalorizar a relação da cidade com o Tejo.
►Recuperar o ambiente e a paisagem.
►Assegurar a integração deste espaço no tecido da «cidade» e
a participação na sua identidade para constituir uma nova
centralidade na área metropolitana de Lisboa.
► Os actores:
►Os actores que operaram na realização da EXPO`98 foram dirigidos para o Grupo
ParquExpo: Reinventar o território. O Grupo foi criado em 1993 para conceber, executar,
construir, explorar e desmantelar a Exposição Mundial de Lisboa (EXPO ’98), bem como para
intervir no reordenamento urbano na zona oriental de Lisboa onde se realizou a Exposição.
►Após a EXPO`98 e a sua transição para o Parque das Nações, o Parque EXPO`98 adaptou
o seu objectivo á intervenção em projectos de ordenamento do território e urbanísticos, como
a reabilitação urbana e a recuperação de patrimónios arquitectónicos, sem qualquer limitação
geográfica.
►Hoje, a Parque EXPO é uma sociedade anónima de capitais públicos, com um capital
social de € 66.051.000, detido pelo Estado Português, através da Direcção-Geral do Tesouro
(99,1 %) e pela Câmara Municipal de Lisboa (0,9 %).
►O ParquExpo cooperou com algumas empresas de promoção imobiliária, como por
exemplo:
•
in Land, Promoção Imobiliária, S.A.
•
Rockbuilding
•
GERIL, Investimentos Imobiliários, Lda.
•
Bouygues Imobiliária
► O Método
► O projecto da EXPO'98 refere-se a ideia de "projecto global" porque nele se incluem dois
projectos: a realização da Exposição Mundial de Lisboa e a regeneração urbana de uma
área de cerca de 340 hectares, localizada privilegiadamente na parte oriental da cidade de
Lisboa, junto ao rio Tejo.
►
A realização da Exposição, em si mesma da maior importância para Portugal, funcionou
também como um motor de reabilitação urbanística e ambiental da referida área; o projecto
de regeneração urbana permitiu criar a estrutura organizativa e económico-financeira capaz
de acolher e englobar todas as valências implicadas na realização da Exposição.
►
As evoluções e o calendário:
► 23 de Junho de 1992: por 23 votos a favor contra 18 atribuídos a Toronto, Lisboa
foi escolhida por ser palco da última exposição do seu género internacional e
temática - a realizar no século XX.
► em 1993, a constituição do Comissariado e da empresa Parque EXPO '98, S.A.,
encarregada de lançar e executar o empreendimento
► A EXPO '98 foi um êxito absoluto e a sua efectivação esteve praticamente isenta de
falhas (52% gostou da EXPO e 43% gostou muito).
► O Parque EXPO 98, SA concretizou assim aquele que é, provavelmente, o mais
ambicioso projecto nacional de requalificação ambiental e desenvolvimento urbano
do século. A reconversão dos 330 hectares da Zona de Intervenção da EXPO 98,
com 5 quilómetros de frente ribeirinha, foi concebida com base num projecto que
privilegiou conceitos inovadores e de elevada qualidade.
► Conclusão:
► Ao
libertar a área global do Parque das Nações de todas as actividades que
ali existiam, foram recuperados 110 hectares de espaços verdes.
► A estratégia adoptada passou pela criação de um espaço urbano de elevada
qualidade, integrando as mais diversas funções urbanas, para obter uma
vivência equilibrada e para a instalação das mais prestigiadas empresas
nacionais e multinacionais.
► As necessidades da cidade ideal foram identificadas através de extensos
estudos de mercado, dirigidos a empresas e a futuros habitantes do Parque
das Nações.
► A população residente prevista no termo do projecto, é da ordem das 21 mil
pessoas, enquanto o número de trabalhadores rondará os 22.500.
► Os efeitos permanentes mais significativos, do ponto de vista quantitativo,
decorrem da valorização imobiliária induzida pelo Projecto Expo nos terrenos
da sua zona de intervenção e numa extensa orla em torno.
► Um outro efeito do processo da construção da Expo, então, é a experiência
de planeamento e de requalificação urbana, experiência que pode ser
utilizada para outras zonas do país.
Conclusão geral
Em primeiro lugar em termos de ordenamento territorial,
podemos ver que existem algumas diferenças. Em Itália o
sistema é regionalizado, em França e Portugal é mais
centralizado.
► Em segundo lugar em todos países temos uma
sobreposição dos diferentes níveis de ordenamento
► Enfim, os processos de transformação dos projectos de
Lisboa e Génova foram mais rápidos. Isto pode ser
atribuído á presença de uma manifestação como a Expo
que envolveu processos extraordinários e financiamentos
europeus.
► Expo Lisboa teve uma caracterização mais imobiliária que
Nantes e Génova: foi útil para o equilíbrio financeiro em
prazos mais rápidos.
►
Trabalho realizado por:
Luca Possamai
Fabio Arduini
Giuseppe Trupia
Felix Fortunier
Marion Chaillou
Download

ordenamento do território e transformações urbanas