Dr. Luiz Alberto G. Camargo
Rua Tanque Velho,208
Vila Iguaçu
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ORIENTANDO O PACIENTE
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AFTAS
O que é uma afta?
A afta ou úlcera aftosa recorrente é uma doença comum, que ocorre em cerca de 20% da população, caracterizada pelo
aparecimento de úlceras dolorosas na mucosa bucal, as quais podem ser múltiplas ou solitárias.
Quais as características clinicas da afta?
As aftas costumam ser percebidas por ardência e prurido, bem como pelo surgimento de uma área avermelhada. Nessa época
desenvolve-se a úlcera, recoberta por uma membrana branco-amarelada e circundada por um halo vermelho. Essas lesões permanecem
cerca de 10 dias e não deixam cicatriz; em geral, o período de maior desconforto perdura por dois ou três dias.
Todas as aftas são iguais?
Não. Atualmente são reconhecidas três tipos tipos de aftas, sendo a vulgar ou minor a forma mais prevalente . As outras
formas são mais raras: uma delas é conhecida como herpetiforme, porque lembra a manifestação do herpes simplex, apresentando um
grande número de pequenas ulcerações superficiais arredondadas e agrupadas, que também perduram por cerca de 10 dias; a outra forma
é chamada afta major, que, como o nome indica, produz uma ferida maior(com mais de 1 cm de diâmetro), mais profunda, mais
dolorida, mais difícil de tratar e que permanece semanas ou, às vezes, meses.
Por que as aftas doem tanto?
As aftas são lesões ulceradas: há exposição do tecido conjuntivo, que é rico em vasos nervosos, o que provoca dor. Além
disso, o quadro pode ser agravado por infecções causadas por microorganismos do meio bucal.
Que causa a afta?
Não podemos afirmar que exista um agente etiológico especifico. A literatura aponta uma alteração da resposta imunológica
como possível causa primária em alguns pacientes e secundária em outros. Os ácidos presentes na alimentação, os pequenos traumas à
mucosa distúrbios gastrintestinais, o ciclo menstrual e o estresse emocional agem como fatores desencadeantes.
Qual a relação entre as aftas e a dieta?
Alguns alimentos, quando em contato com a mucosa bucal, podem desencadear uma resposta imunológica alterada em certos
pacientes, o que provocaria o aparecimento da ulceração. Muitas vezes os pacientes são alérgicos: têm aftas quando ingerem certos
alimentos.
As aftas são contagiosas?
Não, pois não se trata de doença infecciosa. No entanto, há um traço familiar envolvido. Filhos de pais portadores de aftas
apresentam chances bem maiores de também sofrerem com aftas.
Outras doenças podem parecer aftas?
Sim. O câncer de boca, ou carcinoma epidermóide freqüentemente começa como uma lesão ulcerada. Por isso, frente a uma
úlcera bucal que não cicatriza dentro de 15 dias, o paciente deve procurar o cirurgião- dentista para o diagnóstico da lesão. Além disso,
algumas doenças infecciosas, como o herpes, e algumas doenças dermatológicas com ocorrência intrabucal, como o lúpus, embora
tenham características próprias bem conhecidas, em certas fases de seu desenvolvimento podem parecer-se com aftas, principalmente
para o leigo.
Só agora, perto dos 50 anos de idade, comecei a sofrer com aftas. Por quê?
Confirmado o diagnóstico (pois nem toda ferida na boca é uma afta), será preciso investigar algum fato relevante na história
médica do indivíduo ou se houve alguma modificação importante em seus hábitos de vida. Um fator muitas vezes relacionado com essa
história é o abandono do hábito de fumar. O fumo provoca um espessamento da mucosa bucal, que parece tornar-se mais resistente à
penetração de agentes desencadeadores da afta. Resta saber se vale correr o risco de adquirir um câncer de boca ou pulmão para se
proteger das aftas.
Queimo minhas aftas com formol; há algum problema nessa prática?
A aplicação de substância caústicas, como o formol, sobre as aftas destrói o tecido da região, inclusive as terminações
nervosas, o que faz desaparecer a dor. Entretanto, o que se faz é substituir a afta por uma queimadura química, que causa injúria a tecidos
normais. Além disso, há risco de maiores danos pela inadequada manipulação dos produtos por parte dos usuários. Não se recomenda tal
prática.
Qual o melhor tratamento para as aftas?
Não existe tratamento que seja eficaz para todos os portadores de aftas. Alguns têm uma lesão aftosa uma vez por ano; outros
apresentam lesões múltiplas diuturnamente. As medicações de uso sistêmico, como os imunossupressores, são mais efetivas na redução
dos sintomas, mas possuem efeitos colaterais indesejáveis, às vezes graves, sendo, por isso, reservadas para os casos mais severos da
doença, exigindo o acompanhamento atento de um especialista. Para os indivíduos com quadros clínicos mais leves, a melhor abordagem
é a aplicação tópica de anti-sépticos, antiinflamatórios, anestésicos ou protetores de mucosa, naturais ou sintéticos. O cirurgião – dentista
deve ser consultado para um adequado diagnóstico e orientação terapêutica.
REVISTA DA APCD V.53, N.6 , NOV/DEZ . 1999
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