REDAÇÃO – Vestibular de Inverno 2014 - 29/6/2014
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INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA
1. Verifique se este caderno contém defeito de impressão gráfica. Qualquer problema avise, imediatamente,
ao fiscal.
2. Apresente sua redação de forma legível e sem rasuras, na folha “Definitivo”, utilizando caneta
esferográfica AZUL ou PRETA.
3. Não colocar seu nome e não assinar as folhas “Rascunho” e “Definitivo”, sob pena de o seu texto ser
zerado.
4. A folha de rascunho deverá ser devolvida com a prova de redação.
5. Lembre-se de colocar um título para o seu texto.
6. Releia o que você já escreveu na página destinada ao rascunho e verifique se o seu texto foi desenvolvido
com coerência e coesão. Atenção aos problemas de ordem gramatical.
7. Faça uma revisão do texto e, se necessário, modifique-o antes de passá-lo a limpo.
8. Seu texto será zerado se:
8.1.
Ultrapassar os limites de linhas para o texto (mínimo de 20 linhas e máximo de 30 linhas);
8.2.
Fugir ao tema escolhido.
9. O tema traz instruções próprias que devem ser cumpridas.
10. A partir do tema, são propostos dois tipos de composição: dissertação e narração. Faça apenas um deles.
TEMA PARA REDAÇÃO
Leia os textos seguintes e faça um dos temas propostos.

TEXTO A
Eu sei, mas não devia. (Marina Colasanti)
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao
redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se
acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais
cedo à luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se
acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da
viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e
dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que
haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E
aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração.[...]
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as
pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se
acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a
ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que
cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas
filas em que se cobra. (...)
(Do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.)

TEXTO B
O alto preço do comodismo (Diego Andreasi)
Todo mundo almeja progredir em sua carreira, correto? Todos nós desejamos ganhar cada vez mais, ter
mais responsabilidades, mais reconhecimento por nosso trabalho realizado, enfim... Esses são os princípios
por trás de quase todas as teorias motivacionais existentes. Como gestores treinados nos princípios
acadêmicos, partimos do pressuposto de que todos os nossos colaboradores sonham com um plano de
carreira, de um dia poder chegar ao topo da pirâmide organizacional. Entretanto, como eu sempre digo,
pessoas são imprevisíveis, e como tal, nem todas se enquadram dentro do que nós julgamos ser o melhor para
elas. Como já dizia o personagem Cinematográfico Tio Ben ao aconselhar o seu sobrinho Peter Parker, em
uma das frases mais conhecidas da história do cinema (ou pelo menos para os amantes dos filmes da Marvel):
“com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. O que o sábio Tio Ben já entendia, e que seu sobrinho
veio a descobrir mais tarde, é que nem todas as pessoas cobiçam ter grandes responsabilidades. Ficar em
uma posição por estar bem – ou por supor que está bem - numa determinada situação, é o que costumamos
chamar de comodismo. O comodismo não é algo novo, o filósofo alemão Max Weber, em 1905, escreveu em
seu livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, uma passagem que bem exemplifica o raciocínio do
povo que vivia naquela época.
"[...] o povo só trabalha porque é pobre, e enquanto for pobre. Se o indivíduo tiver que trabalhar mais
para poder ganhar mais, ele prefere trabalhar o mesmo tanto para continuar ganhando aquilo que ele já
ganhava. Ou seja, a pessoa vai procurar trabalhar o mínimo possível para garantir o seu bom sustento e ter
como comer e dormir [...]”.
Ao ler o trecho citado, me lembrei de uma antiga história contada por um professor nos tempos de
faculdade. Ele, que gerenciava a área de Recursos Humanos de uma grande empresa, percebeu que havia
uma funcionária que trabalhava no setor de fotocópias com um grande potencial. Era comunicativa,
extrovertida, compromissada, estava cursando uma faculdade, ou seja, ela merecia algo melhor. Encantado
com as habilidades da funcionária, ele a convidou para trabalhar em outro setor, um lugar onde ela teria um
plano de carreira, um salário melhor, mais reconhecimento, mas como não poderia deixar de ser, também teria
mais responsabilidades. A tal moça imediatamente aceitou, e, por duas semanas, executou prontamente o seu
serviço. Na terceira semana a surpresa. A promissora funcionária estava solicitando voltar ao setor de
fotocópias, alegava estar infeliz com o seu atual trabalho, não queria tantas responsabilidades, preferia a boa e
velha rotina que só o antigo serviço poderia lhe proporcionar. E o salário? Bem, ele já era o suficiente para
pagar suas contas... (...)
(http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/o-alto-preco-do-comodismo/76997/)
 TEXTO C - Pensamento de John Kennedy
"O Conformismo é o carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento."
TEMA 1
Os textos apresentados enfatizam um assunto comum: o conformismo. Cada texto, porém, assume uma visão
sobre o conformismo ou, como preferir, comodismo, segundo o ponto de vista e o contexto pelo autor adotado.
O seu papel, candidato (a), será o de compor um texto dissertativo-argumentativo sobre o comportamento
generalizado de aceitação passiva de uma vida marcada por uma série de restrições, segundo o texto de
Marina Colasanti, e o de oportunidades rejeitadas, segundo um exemplo do texto de Diego Andreasi. O texto
deverá partir do conceito de “conformismo”, apresentado por John Kennedy e fixar os argumentos a partir das
visões de Colasanti e Andreasi.
TEMA 2
A partir de leitura dos textos de apoio, o seu papel, candidato (a), será o de compor um texto narrativo cuja
personagem principal perpasse as três visões sobre o conformismo, enfatizadas nos textos de apoio.
Componha, portanto, um texto narrativo, priorizando o gênero relato pessoal, com experiências da personagem
a partir das relações desta com o conformismo em si.
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RASCUNHO
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