ATITUDES E MANEJO DO PACIENTE INTERNADO MPF – Manejo Profissional Firme: Indicados para pacientes manipuladores, sedutores, maníacos com alterações importantes na área da conduta, incluindo pacientes psicóticos que apresentem traços de personalidade que se expressem através da tentativa de controlar o ambiente (“gritos”, “desmaios”, “manhas”etc.). É uma atitude caracterizada por um chamamento à realidade (preservações de normas e rotinas da Unidade, manutenção das vinculações técnicas prescritas, impedimento de previlégios), de modo firme (isto é, não ambivalente, em que algo dito deve ser mantido, claro e sem ser grosseiro). Não se trata de castigar o paciente, mas de colocar limites à condutas inadequadas do mesmo. MAA - Manejo Amigável Ativo: Destinada em geral, a pacientes psicóticos, mais regressivos, que precisam ser muito estimulados para realizarem suas atividades cotidianas, e que estão funcionando de forma tão frágil, que precisam ser mais cuidados e protegidos. São atitudes mais afetuosas, mas que não devem ser entendidas como licença para o paciente deixar de fazer o que for prescrito e sem que os mesmos devam ser “adotados” como filhos, gerando qualquer tipo de previlégio que não seja medicamente indicado. MAT – Manejo Amigável Tranquilo: A ser adotada em um grande número de pacientes deprimidos, neuróticos graves e paranóides, ou pacientes hipomaníacos - pacientes, enfim, que não necessitam grande estimulação e mobilização, mas que se mantenha com eles uma atitude tranqüilizadora e amigável, de solicitação sem exageros ou insistência. NOTA DE INTERNAÇÃO Dados de identidade: Nome, idade, estado civil, situação conjugal, profissão, renda pessoal e familiar (em salários mínimos), grau de instrução (se completo ou não). Endereço pessoal e profissional, telefone. Motivos da procura do tratamento (ou da baixa hospitalar). Aspecto do paciente: aparência, atitude, forma de se expressar, impressão e sentimento despertados no entrevistador. História da doença ou problema atual: (Anamnese pessoal e com terceiros, quando for realizada - grau de confiabilidade). a) Situação atual: Descrição detalhada dos sintomas apresentados pelo paciente no atual episódio: fase prodrômica e início, a interferência na vida diária, nas funções fisiológicas (sono, alimentação,sexualidade), nas relações interpessoais e no trabalho, relação ou não, do início do episódio atual, com eventos vitais significativos. b) Situação passada: Presença de episódios anteriores da mesma doença, ou de outros problemas. Tratamentos anteriores, uso de psicotrópicos, hospitalizações psiquiátricas, resultado de investigações realizadas. Tentativas de suicídio. c) Outros problemas médicos: Presença de doenças fisicas no presente e no passado. Medicações que o paciente está usando. História pessoal e social: a) Família de origem: Descrição sucinta dos pais: sua ocupação, traços caracterológicos mais salientes, a imagem predominante, bem como a relação do paciente com eles. Número de irmãos, a ordem de nascimentos. Ambiente familiar, as condições sócio-econômicas. Presença de crises familiares, antecedentes familiares de doença mental: depressão, psicoses, alcoolismo. Causas de morte, se conhecidas. b) Dados evolutivos: Breve resumo dos aspectos evolutivos relevantes incluindo o desenvolvimento psicomotor, escolaridade, relacionamento social, vida afetiva e sexual, história ocupacional e lazer até a data presente. Personalidade prévia: traços caracterológicos mais marcantes, anormalidades. c) Vida familiar atual: A família atual: companheiro(a), filhos, condições econômicas, lazer, crises, problemas presentes. Como o paciente vê os membros de sua família e a si mesmo em sua relação com eles. Problemas legais e criminais, filiação religiosa e sua importância. Exame do estado mental: Listagem dos sintomas apresentados ou relatados pelo paciente, percebidos pelo psiquiatra, enfermagem ou família, de acordo com as funções psíquicas: consciência, atenção, sensopercepção, orientação, memória, inteligência, afetividade, pensamento, juízo crítico, conduta e linguagem. Sintomas psicofisiológicos: sono, apetite, sexualidade e outros. Exames complementares: Exame físico, neurológico e exames de laboratório, e outros exames. Testes psicológicos. Diagnóstico: (o sistema oficial brasileiro é o CID-10) Eixo I - Diagnóstico positivo (DSM-IV ou CID-10 - grau de certeza: 1 a 3) e diagnóstico diferencial Eixo II - Diagnóstico de personalidade. Em candidatos a alguma forma de psicoterapia especificar o tipo de organização predominante de personalidade: sadio, neurótico, borderline ou psicótico, levando em conta os critérios de Kernberg. Eixo III - problemas físicos. Eixo IV - estressores psicossociais - escalas de gravidade de estressores para adultos e crianças. Eixo V - Nível de adaptação prévia no último ano - Escala GAF. Eixo VI - Formulação psicodinâmica . Especificação das áreas de funcionamento comprometidas, e sua relação com conflitos ou fatores desencadeantes que se evidenciaram na história do paciente, delimitação ou não de foco envolvendo suas relações interpessoais atuais e do passado. Elaboração de uma explicação psicodinâmica provisória para as dificuldades evidenciadas. Defesas predominantemente utilizadas. Aspectos sadios da personalidade (recursos do ego). Previsão do tipo de transferência predominante que se espera venha a ser desenvolvida na relação terapêutica. Condições do paciente para as diferentes formas de psicoterapia: Presença de sofrimento psíquico, motivação, capacidade para estabelecer uma aliança terapêutica, focalidade, capacidade de insight, nível de funcionamento prévio. Circunstâncias favoráveis para iniciar ou não um tratamento. Condições do paciente para uso de psicofármacos: condições clínicas: Psicofármacos utilizados anteriormente e resposta prévia, contra-indicações absolutas e relativas, efeitos adversos previsíveis, e a interação com outras drogas. Lista dos problemas e plano de tratamento: O HCPA vem adotando há muitos anos, o sistema da lista de problemas que sempre deve constar do prontuário inicial. Terapia farmacológica, psicoterapia, ECT, manejo da família, terapia ocupacional e social. Agressão a médico ou enfermeiro pelo paciente: 1. Comunicar à Segurança. 2. Comunicar à Medicina do Trabalho. 3. Registrar na Delegacia de Polícia. Paciente com risco de suicídio ou agressão a terceiros: 1. Primeira consulta: Se houver vaga, internar; se não houver vaga encaminhar aos postos que atendem emergência psiquiátrica. 2. Reconsulta - paciente sozinho: Serviço Social procura localizar familiar ou responsável. Segurança vigia o paciente. Não há local específico para aguardar solução. 3. Paciente acompanhado: Família vigia o paciente até haver vaga