O Setor Elétrico no Atual Governo
Seminário no IE / UFRJ
fevereiro de 2007
Luiz Pinguelli Rosa
Coordenador da Pós-graduação de Planejamento Energético
e do IVIG (Instituto Virtual)
da
COPPE / UFRJ
Secretário Executivo do Fórum Brasileiro de Mudança Climática
O PAC e a Energia

O debate sobre energia no início do
segundo mandato do presidente Lula se
aguçou.
O
Plano de Aceleração do Crescimento
(PAC), gerou forte expectativa de superar
o marasmo em que caiu a economia
brasileira há mais de uma década.
 Portanto
é importante o êxito do PAC e a
energia não deve ser um gargalo.
Ações do Atual Governo no Setor Elétrico

Suspendeu privatizações

Renegociação de alguns contratos – com El Paso em
Manaus, com Shell e Enron em Cuiabá (parcial), com
AES na Eletronet (pediu falência)

Conclusão e aquisição de termelétricas pela
Petrobrás

Novo modelo do setor e volta do planejamento - EPE

Conclusão da obra de duplicação de Tucurui

Duas novas turbinas de Itaipu
Ações do Atual Governo no Setor Elétrico
 Parcerias
de Furnas nas hidrelétricas de
Peixe Angical e Simplício
 Expansão
da transmissão
alternativas- Proinfa: eólica, pch’s
e termelétricas a biomassa
 Fontes
 Universalizaçãlo
 Revitalização
– Luz para Todos
de Angra I - troca do
gerador de vapor
Problemas do Setor Elétrico no Atual Governo

Dificuldades ambientais das novas hidrelétricas

Herança das privatizações e do racionamento

Transferência de renda de estatais
- Superavit primário
- Descontratação das geradoras
- Calote da AES no BNDES
- Contratos antigos de termelétricas e com CIEN
com perdas para geradoras da Eletrobrás
- Parcerias em termelétricas do PPT com perdas
para Petrobrás

Leilão de energia
- energia velha com preços baixos demais
- energia nova com usinas a carvão e a diesel
Problemas do Setor Elétrico no Atual Governo

Destinação de 30% da energia aos consumidores
livres a preços muito baixos e contratos variáveis

Inserção caótica das termelétricas no sistema

Dificuldade de gás natural para termelétricas

Risco de deficit só superado pelas chuvas recentes

Demora na definição de Rio Madeira e Belo Monte

A eterna questão da geração nuclear e Angra III
Problemas do Setor Elétrico no Atual Governo

Sistemas isolados da Região Norte
- CCC
- Dificuldades do Luz para Todos

Inadimplência das Distribuidoras federalizdas no Norte e
Nordeste

Gestão das empresas elétricas federais

Escalada da tarifa para consumidores cativos da rede

Aumento das emissões de gases do efeito estufa na
contramão da história
O primeiro sinal em 2003
Grupo de Estudos para a Nova Estrutura do Setor
Elétrico (Genese), criado em 2003 para
assessorar o Conselho Superior do Sistema
Eletrobrás (Consise) formado pelos presidentes
das empresas geradoras federais.
O Consise ganhou naquela época um papel
estratégico importante na Eletrobrás, definindo
linhas de ação das suas empresas.
O Genese colocou para o
Ministério de Minas e Energia:
1) Queda do mercado após o racionamento, gerando
excedente de energia no curto prazo, jogou para baixo o
preço no mercado spot, o que se liga a:
a -descontratação das geradoras levou-as a vender no
spot perdendo receita e reduzindo a capacidade de
investir;
b -a questão dos consumidores livres que apareceu
agora.
2) Questão mal resolvida das termelétricas, a qual se liga
hoje à do gás natural (insuficiente para a geração elétrica
além da inadequação dos contratos).
Debate no Congresso Brasileiro de Energia de
2004
Um ponto de natureza técnica que mereceu
atenção é a inserção das termelétricas no
sistema de base hidrelétrica brasileiro.
Este aspecto se relaciona à necessidade de
rever o próprio método de tratamento da
variação hidrológica, da definição de energia
assegurada, de risco e custo do déficit e do
uso da curva de aversão a risco.
Um equívoco é a idéia de que não há como ter
segurança de energia no sistema hidrelétrico
sem termelétricas.
Energia Termelétrica

As termelétricas deveriam ser remuneradas
pela capacidade.

É necessário se repensar o planejamento
para um sistema hidrotérmico com novas
usinas a fio d’água.

Indefinição de papéis para Gás Natural /
Biomassa / Nuclear/ Carvão.
A polêmica em 2004/2005 sobre a Projeção
da Demanda e Oferta de Energia Elétrica

Um ponto polêmico foi a discrepância das projeções
de oferta de energia elétrica efetuadas pelo ONS na
sua Segunda Revisão Quadrimestral e a apreciação
das mesmas pelo Ministério de Minas e Energia,
levando em conta a conclusão de algumas obras
consideradas no horizonte até 2008.

Um estudo acadêmico da COPPE reduziu esta
discrepância pela inclusão das usinas eólicas, de
biomassa e pequenas hidrelétricas do PROINFA,
sem, no entanto, eliminá-la.

Este tipo de projeção envolve incertezas, logo não
era vista como sinalização de que haverá falta de
energia no futuro, mas tão só para orientar ações do
Governo para garantir que não falte.
Projeções de oferta x demanda de energia
58
56
54
[GWmed]
52
50
48
46
44
42
40
2003
2005
2004
Mercado Alto
Oferta Atraso
Fonte: Elaboração própria a partir de ONS (2004).
Mercado Referência
2006
Oferta Referência
2007
Oferta Ref + Proinfa
2008
Leilão de energia velha

Melhorou momentaneamente a situação das
geradoras federais que recebiam R$ 18/ MWh
pela energia (hidrelétrica) que era vendida
por R$ 140/MWh por termelétricas
contratadas desligadas.

Entretanto as geradoras federais venderam
energia a preços muito baixos por longo
prazo, perdendo capacidade de
investimento, em particular em hidrelétricas.
Consequência da descontratação de Furnas

Furnas foi obrigada a cancelar contratos a partir de 2003.

Furnas vendia energia (hidrelétrica) para as distribuidoras
por contrato a R$ 80 / MWh, enquanto no spot era
remunerada por apenas R$ 18 / MWh.

Parte da energia no spot substituía energia contratada de
usinas termelétricas, que ficavam desligadas, pois o
Operador Nacional do Sistema não as despachava se
houvesse água em nível adequado nos reservatórios.

Essas termelétricas desligadas recebiam até R$ 130 /
MWh pelos contratos que tinham com as distribuidoras.

Furnas gerava energia com 100% da sua capacidade,
metade remunerada por contratos por cerca de R$ 80 /
MWh, metade no mercado spot por R$ 18 / MWh, o que
dava em média R$ 49 / MWh com enorme perda.
Filosofia de serviço público de energia

Um objetivo é obter na remuneração da empresa elétrica
parte dos recursos para a expansão do serviço, pois sai
menos caro do que levantar recursos a juros que terão
de ser pagos pelo consumidor na tarifa futura.

No leilão de energia velha de dezembro de 2004 as
geradoras privatizadas quase não venderam energia, ao
contrário das geradoras federais, que venderam barato.
Foi permitido às geradoras privatizadas venderem
energia para empresas antes do leilão.

O menor preço da energia velha é consistente com a
filosofia de serviço público para transferir ao consumidor
a vantagem de haver hidrelétricas antigas, que duram
muitas décadas, ao contrário das termelétricas.

Mas não deu o resultado desejado como mostra estudo
de Roberto d’Araujo apresentado em seminário na
FIESP em janeiro de 2007.
França
China
Noruega
Nova Zelandia
Estados Unidos
Canada
Australia
Coreia
Grécia
Finlandia
Polonia
Dinamarca
Alemanha
Eslovaquia
Suiça
Espanha
Tchecoslovaquia
Brasil sem Impostos
Reino Unido
México
Brasil c/ Impostos
Austria
Hungria
Irlanda
Portugal
Turkia
Japão
Italia
Tarifa industrial brasileira sem e com 30% de impostos
comparada.
US$/kWh
0,180
0,160
0,140
0,120
0,100
0,080
0,060
0,040
0,020
0,000
India
Africa do Sul
China
Canada
Noruega
Coreia
Estados Unidos
Australia
México
Grécia
Tchecoslovaquia
Turkia
Finlandia
Polonia
Hungria
Suiça
Eslovaquia
Brasil sem Impostos
Nova Zelandia
França
Espanha
Reino Unido
Austria
Brasil c/ Impostos
Portugal
Irlanda
Luxemburgo
Japão
Alemanha
Italia
Holanda
Dinamarca
Tarifa residencial brasileira sem e com 30% de impostos
comparada.
US$/kWh
0,350
0,300
0,250
0,200
0,150
0,100
0,050
Tarifas e Tarifa(95) corrigida pela inflação
Exclusive impostos.
250
200
200
Média
180
160
Industrial
140
150
120
+ 68%
100
100
80
+ 78%
60
50
40
20
0
0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
350
300
300
250
200
250
Comercial
Residencial
200
150
150
100
+ 30%
50
+ 62%
100
50
0
0
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Fonte: ANEEL e IBGE
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Energia Nova

Participação pífia de hidrelétricas

Entraram usinas a carvão e a diesel de energia cara e
poluentes

Participação privada no primeiro leilão menor que a
esperada pelo governo

Grande parte da enegia vendida foi de estatais,
particularmente da Petrobrás

Grande parte foi de usinas existentes, logo não implica
em expansão da geração.
Primeiro leilão de energia nova

De 17 hidrelétricas o governo somente
conseguiu licença ambiental para 6, com um
total de apenas cerca de 400 MW médios.

Usinas a óleo, a diesel e a carvão foram
habilitadas no leilão, além de gás e bagaço de
cana, bem melhores.

Foram habilitados geradores diesel,
emergenciais, que, desde o racionamento de
2001, pagamos no seguro apagão.
A Questão do Gás Natural

O gás natural tem sido objeto de debate, destacandose a necessidade de definir melhor sua participação
na geração elétrica, inclusive na geração fora da rede

Houve a ampliação do uso de gás natural, nos
veículos, na indústria e nas residências

Há hoje problemas para expandir a oferta do gás
frente à demanda crescente

No último leilão de energia elétrica a participação de
hidrelétricas foi muito menor do que se esperava

Vários fatores devem ser considerados, um deles o
gás da Bolívia.
A disponibilidade das termelétricas

Quando o ONS mandou ligar um conjunto de
termelétricas, menos da metade operou.

Uma resolução da ANEEL retirou 3600 MW de
termelétricas do plano de operação porque não
dispunham de gás e revelou que o risco de déficit de
energia é bem maior do que se calculava.

Houve uma polêmica com o MME e determinou-se que
as termelétricas operassem por tempo limitado em
teste. O resultado do teste foi pior que o esperado.

Pediu-se à Petrobrás para remanejar o gás de outros
usuários. A Petrobrás informou que:
(1) não dispõe do gás para operar estas termelétricas;
(2) cerca de 3 GW termelétricos não estão contratados;
(3) há problemas no novo modelo.



Oferta e Consumo de Gás
Natural no Brasil (números
redondos)
50% importado da Bolívia
50% nacional
S Paulo é o maior consumidor e depende mais do gás
boliviano – cerca de 75%
Consumo se distribui:
70% industrial,
20% veicular
10% residencial, comercial
e cogeração de energia elétrica nas empresas
Não inclui usinas de geração termelétrica
Efeito do preço do petróleo no gás

A alta do preço internacional do petróleo repercute
no Brasil - inclusive no gás natural e, portanto, na
geração elétrica - embora hoje, a participação do
petróleo na economia mundial seja menor do que
nos tempos dos choques dos anos 70.

Em nível mundial esta participação nos custos dos
produtos em geral é a metade do que era naquele
tempo. Também o preço de US$ 50 / barril é bem
menor do valor que atingiu no segundo choque do
petróleo em 1979, em dólares constantes corrigidos.

Embora seja irreal esperar um impacto tão forte da
alta do barril do petróleo, há o crescente e elevado
consumo da China, a saída do Iraque como grande
produtor, a instabilidade do Oriente Médio, incluindo
as relações estremecidas dos EUA com o mundo
árabe.
Importação de GNL

A Petrobras estudava a a possíbilidade de importar Gás
Natural Líquido (GNL) antes da crise do gás boliviano.

Caso o consumo continue crescendo nos níveis atuais, o
país pode chegar a 2010 com o déficit no fornecimento
de gás natural da ordem de 15 milhões de metros
cúbicos por dia

Isto acontecerá caso as hidrelétricas gerem muito abaixo
da sua capacidade em conseqüência da escassez dos
reservatórios nacionais

As usinas termelétricas demandarão gás natural. O
problema existia potencialmente antes do problema
boliviano, pois não há gás natural para as termelétricas
existentes, se forem despachadas pelo ONS em caso de
necessidade.

A Petrobrás estuda adaptar termelétricas para serem bicombustíveis queimando diesel, mas é muito caro.
Solução do GNL

Permite o uso interruptível do gás natural nas
termelétricas, adquado para complementação
das hidrelétricas,

No regime de complementação termelétrica as
usinas só operam quando há escassez de água
nas hidrelétricas

Este regime é incompatível com os contratos
“take or pay” do gás natural

As plantas de regaseificação podem também
gerar energia elétrica na expansão do GNL
Energia Hidrelétrica





A hidreletricidade ainda é a opção natural do
Brasil.
Há uma barreira por razões ambientais e outros
interesses
O processo de licenciamento ambiental de uma
hidrelétrica é mais complicado e demorado
(anos) que o de uma termelétrica (poucos
meses)
Resultado pífio no leilão de energia nova
Indecisão sobre Madeira e Belo Monte
Consumo de Energía en AL
Populación AL / Mundo = 7%
Año 2004 - Millones toe
Total: Mundo = 10224 AL = 483
Petróleo
Gas Natural
Nuclear
Hidroeléctrica
 4,7%
5,8%
4,0%
0,8%
21,1% 
Recursos Hídricos
Brasil
Rússia
Canadá
Indonésia
China
EUA
Peru
EUA
Canadá
China
Brasil
Rússia
Noruega
Japão
França
km3 / ano
8,2 (1°)
4,5
2,9
2,8
2,8
2,0
1,9
Capacidade MW
79,5
66,9
65,0
57,5 (4°)
44,0
27,5
27,2
25,3
Fonte: FAO, ONU, 2003 Citado por Roberto D ‘Araujo,
Seminário sobre Estratégias Energéticas, 2004
Comparação da Geração Elétrica

Hidro
Investimento por kW
Alto
Custo Combustível
Custo de O & M
Baixo
Custo da energia
Baixo
Linha de Transmissão Longa
Tempo de construção Grande
Tempo de vida
Grande
Geração de emprego Grande
Impacto ambiental
Reservatório
Efeito estufa
Menor
Importação
Pequena
Taxa de retorno
Baixa
Térmica
Menor
Muito alto
Alto
Alto
Menor
Menor
Pequeno
Menor
Atmosfera
Grande
Grande
Alta
Nuclear
Muito alto
Baixo
Muito alto
Muito alto
Menor
Grande
Médio
Médio
Radioatividade
Nenhum
Média
Baixa
Comparação entre os Grandes Projetos
Belo Monte Madeira Angra III
Investimento
Alto
Alto
Alto
Custo de energia
Baixo
Baixo
Alto
Linha Transmissão Longa
Longa Menor
Oposição Ambient. Grande Grande Menor

Problemas técnicos – Variação da vazão sem reservatório de
regulação em B. Monte e Madeira, turbinas bulbo em Madeira,
com problema de estabilidade elétrica (uso de corrente
contínua?)
ENERGIA NUCLEAR

Problema da indefinição do destino final dos rejeitos
radioativos dos reatores, objeto de protesto
ambientalistas.

Angra I e II têm tido agora boa performance no
ranking mundial

Troca dos geradores de vapor de Angra I,fabricados
numa parceria da NUCLEP com a Areva francesa.

Discussão sobre a construção ou não de Angra III.
Dívida referente à construção de Angra II.
Situação da geração nuclear no mundo

Não há novos reatores em construção nos EUA,
que, entretanto, estão estendendo o tempo de
vida de seus reatores e manifestam a intenção
de construir os reatores avançados.

Também a França, que manteve até pouco
tempo atrás um intenso programa nuclear, não
tem nenhum reator em construção. Na Europa,
no momento, há apenas um reator nuclear em
construção na Finlândia.

Os países que têm hoje importantes programas
de reatores em andamento são a China, o Japão
e a Coréia do Sul
Reatores Nucleares e Capacidade Instalada no Mundo
GWe
400
369.7 GWe 500
443 reatores
450
327.6 GWe
423 reatores
350
400
300
350
250
300
250
200
200
150
150
100
100
50
50
2006
2004
2002
2000
1998
1996
1994
1992
1990
1988
1986
1984
1982
1980
1978
1976
1974
1972
1970
1968
1966
1964
1962
1960
1958
0
1956
0
Source : IAEA PRIS
Pakistan
Armenia
Netherlands
Romania
Slovenia
Argentina
Mexico
Hungary
Brazil
Lithuania
South Africa
India
Bulgaria
Slovakia
Finland
Czech Rep.
Switzerland
Taiwan
Belgium
800
China
Spain
Great-Britain
Sweden
Ukraine
Canada
South Korea
Russia
Germany
Japan
France
United-States
Generação Nuclear de Electricidade no Mundo
em 2004 (TWh)
Total: 2617 TWH
700
600
500
400
300
200
100
0
Source: IAEA/PRIS 2005
Tendências e Perspectivas Tecnológicas
Reatores de futura geração – rápidos regeneradores (Fenix
e Super-fenix ) que permitem melhor aproveitamento do
urânio não se tornaram técnica e economicamente
viáveis
Reatores – em projeto
 Intrinsicamente seguros
 LWR Avançados Advanced Boiling Water reactror (ABWR)
Areva European Pressurized Reactor (EPR)
Westinghouse Advanced Passive Reactor (AP)

Modulares Reator Brasileiro - Marinha
Reator – África do Sul
Combustível
 Óxido Misto de Urânio e Plutônio
 Reaproveitamento de barras de urânio enriquecido 
Reatores de Urânio Natural
ENRIQUECIMENTO DO URÂNIO

Falhou a tecnologia do Acordo com a Alemanha e a
Marinha desenvolveu a ultracentrifugação, em
transferência para a INB

É falsa a insinuação de que o Brasil enriqueceria
urânio para poder fazer ogivas nucleares. Elas são
proibidas pela Constituição e vedadas por
compromisso assumido pelo país em três acordos
internacionais. O projeto de Cachimbo denunciado
pela SBF foi extinto.

Foi correta a posição do Governo em não concordar
com exigências de inspeções das instalações
nucleares brasileiras, além daquelas assumidas no
Tratado de Não Proliferação
Carvão

O consumo do carvão mineral, cujas reservas mundiais são
grandes, se mantém alto em nível mundial, apesar de seu
impacto nas emissões de gases de efeito estufa.

Há grande esforço para o seqüestro geológico do CO2

No Brasil este consumo é pequeno, quase restrito ao carvão
siderúrgico ou ao coque importado, além de algumas
termelétricas no sul.

No leilão de energia elétrica uma usina a carvão saiu
vencedora.
Efeito Estufa
Aumento da temperatura média global da
atmosfera próxima à superfície da Terra,
contribuindo para mudanças do clima com efeitos
potencialmente danosos para todo o planeta
Emissores de Gases do Efeito Estufa
 Carvão
 Petróleo
 Gás Natural
 Hidroeletricidade
Não contribuem para o efeito estufa
 Biomassa – Alcool, bagaço de cana, biodiesel
 Fontes alternativas – Solar, eólica, energia do mar
 Nuclear
Model show similar outcomes
°C
temperature increase
5.0
1
2
3,4
JCM-JCM (1)
Hadley (2)
4.5
4.0
CICERO-SCM (3)
CSIRO-ACCC (4)
3.5
5
6
7
8,9
RIVM-ACCC (5)
3.0
ECOFYS-ACCC (6)
UCL-ACCC (7)
2.5
IVIG-ACCC (8)
UIUC-ACCC (9)
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
-0.5
1900
1950
2000
2050
2100
Modelling and assessment of contributions to climate change
Reservoirs a
Significant Source of
Greenhouse
Gases?
Emissions from Reservoirs: Instituto Virtual (IVIG) - COPPE
Funnel Bubble Collector Coupled to a Gas Collecting Bottle
Hidrelétricas Estudadas – COPPE / IVIG – USP/ S. Carlos
Greenhouse Gas Emissions from Brazil – 1994
(source: Brazilian National Communication)
Energy
 103 t
Industry
103 t
Cattleraising
103 t
Land Use
Changes
and
Forestry
103 t
Waste
Treatment
103 t
Total
103 t
CO2
236,505
CO2
16,870
CO2
-
CO2
776,331
CO2
-
CO2
1,029,706
CH4
401
CH4
3
CH4
10,161
CH4
1,805
CH4
803
CH4
13,173
N2O
9
N2O
14
N2O
503
N2O
12
N2O
12
N2O
550
Calculation Based in First Extrapolation
Method
152,010 x 365 = 55.49 M t CO2 y-1
55,49 Mt CO2 /1,029 M t CO2 = 5.4%
2,201.03 x 365 = 803.4 k t CH4 y-1
803.4 k t CH4 /13,173 k t CH4 = 6.1%
Quarto Relatório do IPCC

Houve redução da incerteza. A ciência convive com o erro.
Uma boa teoria sobre a natureza permite especificar os erros
nas previsões, como ocorre na estatística das pesquisas
eleitorais. Quase sempre a certeza é sobre o óbvio, se eu
disser que amanhã ou choverá ou não choverá, estou certo,
mas não disse nada. O interessante é quando a meteorologia
diz que amanhã há 90% de probabilidade de chover.

Para se chegar a essa conclusão fazem-se cálculos com
modelos matemáticos, que usam equações da física e
informações empíricas sobre o estado da atmosfera. Nas
previsões meteorológicas de mais longo prazo o erro vai
aumentando e, a partir de certo ponto, fica imenso. Cai-se no
terreno da imprevisibilidade, de sistemas caóticos.

O clima é ainda mais complicado que a previsão do tempo.
Portanto, o fato de o Quarto Relatório chegar a um consenso
na redução da incerteza desarma os céticos e ajuda a
convencer governos e empresários.
Quarto Relatório do IPCC

Em segundo lugar, deu maior atenção aos casos
extremos, aos fenômenos severos como furacões,
chuvas intensas, etc. As conclusões apontam que a
intensificação do efeito estufa pela ação humana
contribui para anomalias que estão ocorrendo:
temperaturas malucas, degelo anormal no Pólo
Norte e, no Atlântico Sul, o furacão Catarina no
Brasil.

Esta foi uma novidade, pois, antes, se previa os
efeitos da mudança do clima para daqui a 50 ou 100
anos, quando os efeitos serão graves, como a perda
de parte da floresta Amazônica, a desertificação do
cerrado nordestino, a elevação do nível do mar em
alguns decímetros, a redução da produção de
alimentos.
Quarto Relatório do IPCC

Foi enfatizada uma coisa já sabida: a difícil reversão do
CO2 lançado, pois ele tem uma longa vida na atmosfera.
Uma vez acrescentado um certo número de moléculas
de CO2 no ar, levará mais de 120 anos para a natureza
reduzi-lo à metade. Portanto, se pararmos de emiti-lo
amanhã, o que é irreal, permanecerá o aquecimento por
mais de um século.

Daí a responsabilidade histórica dos países ricos, pois já
consumiam muito carvão desde o início do Século XIX,
depois passando ao petróleo e ao gás natural. A
responsa-bilidade diferenciada entre esses países e os
países em desenvolvimento foi decidida na Rio 92,
quando se elaborou a Convenção da ONU sobre o
Clima.

Sua primeira meta era de que os países ricos e excomunistas, de alto consumo de energia per capita,
reduzissem suas emissões em 2000. Em 1997 o
Protocolo de Quito alongou o prazo para 2008 -2012.
Alternativas de geração elétrica

Usinas eólicas, de biomassa e pequenas
hidrelétricas no PROINFA/ Eletrobrás

Outras fontes alternativas:
- barateamento da solar
- potencial do hidrogênio e pilhas a combustível
- uso de resíduos – lixo urbano

Conservação da energia – eficiência técnica

Racionalização e padrão de consumo e produção
PETRÓLEO
Gás Natural
Gasolina
Residencial
Serviços
Álcool
Bagaço
Usadas em
Escala
Diesel
Transportes
Lenha e
Carvão Vegetal
Óleo
Combustível
Querosene
Hidráulica
Industrial
Biodiesel
Fontes
Renováveis
Carvão
Geração
Elétrica
Eólica
Solar
Nuclear
Agrícola
Resíduos
Fontes
Alternativas
Fontes Alternativas de Energia
Elétrica e Universalização
 Programa
Luz Para Todos vai bem,
exceto da Região Norte – Sistemas
Isolados
 Imensa despesa com óleo e diesel
(CCC) – cerca de 4 bilhões de reais em
2006
 A solução é usar fontes alternativas:
bioeletricidade, solar, PCH no Norte
Projetos da COPPE
 Projeto
da COPPE de energia das
ondas no Ceará
 Estudo
do IVIG / COPPE = gás natural +
lixo urbano
 Planta
de biodiesel do IVIG para uso de
óleo de dendê em geradores diesel da
CELPA no Pará
Usina Verde na UFRJ
Incinera 30 t/dia
de lixo
Planta piloto de biodiesel do
IVIG/COPPE
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