16 Brasil Econômico Segunda-feira, 14 de maio, 2012 ECONOMIA CRIATIVA TERÇA-fEIRA QUARTA-fEIRA EMPREENDEDORISMO EDUCAÇAo/GEST Ao Editor executivo: Gabrlel de Sales [email protected] Fundo para emergentes quer mais que o "arroz com feijão" Performa é a primeira empresa brasileira de venture capital a abrir um escritório Natália flach [email protected] o endereço 19 West 44th Street, em Nova York, é a prova de que números sólidos na economia se traduzem em interesse de investidores estrangeiros pelo país. O local abriga o primeiro escritório de uma gestora de venture capital brasileira fora do território nacional . A Performa Investimentos escolheu a cidade, porque é ali que está boa parte dos investidores que apartaram recursos no Fundo Mútuo de Investimento em Empresas Emergentes Inovadoras, que captou R$ 26 milhões no ano passado. No momento, os sócios da Performa estão levantando recursos para o segundo fundo que deve chegar, no mínimo, a RS 150 milhões. Ele faz parte do Programa BNDES Fundo de Ino- Humbtrto Matsuda Sócio da Performa Investimentos "Estam os de olho em empresas que atuam na diminuição da poluição dos carros, na redução do consumo, em como medir a pegada de carbono de cidade," vação em Meio Ambiente, que tem como objetivo apoiar o empreendedorismo e explorar as oportunidades de investimentos em empresas inovadoras. "Aínda não tem prazo definido, mas deve ser de 10 anos. Vai ser um ENTENDA MAIS o que é o programa BNDES Fundo de Inovação em Meio Ambiente OBJETIVO TAXA DE PERfORMANCE Apoiar, por meio de até dois lundos de investimento, o empreendedorismo e explorar as oportunidades de investimentos em empresas inovadoras. de modo a propiciar o desenvolvimento de tecnologias limpa Será de, no máximo. 30% dos ganhos distribuidos pelo fundo Queexcederem o capital original investido. atualizado pela variação do IPCAe acrescido do custo de oportunidade de 6% ao ano TAXA DE ADMINISTRAÇÃO PARTICIPAÇÃO MAXIMA DA BNDESPAR Até 90% do patrimônio comprometido de cada lundo. limitada a R$270 milhões (R$ 135milhões para cada fundo) Até 3% a.a. sobre o patrimônio comprometido, limitada a R$4,5 milhões/ano o fundo só iniciará suas atividades PRAZO DE DURAÇÃO O fundo terá prazo de até 10anos Fonte: BNOES Quando seu patrimônio comprometido alcançar um montante mínimo de R$150milhões produto diferenciado", afirma Humberto Matsuda, sócio da Performa. "Muita gente fala sobre tecnologias limpas e acaba investindo em biocombustíveis e energia solar. Vamos investir em tudo menos isso. Estamos de olho em empresas que atuam na diminuição da poluição dos carros, na redução do consumo, em como medir a pegada de carbono de cidade inteira e na gestão de resíduos sólidos. Não vamos fazer arroz com feijão." Matsuda não fala abertamente sobre retornos, mas aponta que é "agressivo", uma vez que o investimento em empresas pouco maduras é arriscado. "Por isso, o retorno tem vários múltiplos." Sobre essa cadeia de investimento - que começa com a empresa iniciante, passando pelo investidor-anjo e venture capital até chegar a um prívate equíty -, o executivo diz que, por muitos anos, andou de lado no Brasil. "O país entrou no circuito internacional por causa dos indicadores macroeconômicos e porque muitas empresas brasileiras começaram a atuar em mercados semelhantes ao de companhias americanas. Com isso, houve maturidade mais rápida." Os recursos - que até então eram bastante escassos - começaram a chegar ao Brasil. Resultado, pela primeira vez, as venture capitais passaram a disputar as startups. "A disponibilidade de dinheiro foi grande e rápida, principalmente naquelas companhias de mídia, redes sociais e compras coletivas. No nosso caso que o interesse é sustentabilidade e biotecnologia ainda estamos sozinhos. Tanto é que temos ajudado ou tros venture capitais a coinvestir." em Nova York Matsuda conta que a Periorma leva os empreendedores para os Estados Unidos para ganharem experiência. "No Vale do Silício (onde nasceram grandes empresas de tecnologia), eles encontram outras st artups e aprendem o que deve ser incorporado na empresa deles e o que é dispensável. O Brasil já tem muitas parcerias com Argentina e Chile, na América do Sul", diz. Além disso, o executivo conta que está aumentando o número de investidores-anjo no Brasil. "Mas O modelo de associações de investidores-anjo não deslanchou no país. Acho que o Brasil deve acabar adotando o modelo de listas que não giram em torno de uma associação. Neste caso, é um mailing partilhado que recebe os Power Points dos empreendedores." _ Uma estreia promissora com a captação de R$ 26 milhões Empresas iniciantes de biotecnologia, nanotecnologia, saúde (farmacêutica, equipamentos para área médica), sustentabilidade, tecnologias limpas (smart grids, energia limpa, água) e internet estão no radar da equipe da Performa Investimentos. A gestora de venture capital vai aportar RS 26 milhões nas companhias. "Podemos investir até RS 4 milhões em cada uma, mas preferimos que O aporte seja de RS I milhão a RS 2 mi- lhões", afirma Humberto Matsuda, sócio da gestora. No momento, cinco empresas já foram selecionadas. Uma delas é CVD Vale, empresa de tecnologia que faz pesquisa e desenvolvimento de materiais avançados, especialmente o diamante CVD. "Eles fazem brocas de dentista, revestimento e brocas do pré-sal. As outras quatro empresas são da área de internet, biotecnologia e sustentabilidade", diz sem dar mais detalhes. A captação dos RS 26 milhões foi feita no Brasil e no exterior. "Somos o primeiro fundo de venture capital a fazer oferta pública. Sem falar que o tíquete inicial era de apenas RS 20 mil. Com isso, atraímos investimento de 58 investidores-anjo", diz. "Estrangeiros estavam procurando oportunidade no Brasil. como o BNY Mellon que fez a distribuição, Cerca de 20% do fundo vem de fora, dos Estados Unidos mais especificamente." _ N.F,