90 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DO DOMÍNIO NUTRIÇÃO IDENTIFICADOS EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS DIAGNOSTIC OF NURSING FIELD OF NUTRITION IDENTIFIED IN ELDERLY INSTITUTIONALIZED Marilda Mendes Lucena Acadêmica de enfermagem [email protected] do Centro do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG Prof.ª Helisamara Mota Guedes Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Goiânia. Docente do curso de Enfermagem do Centro do Leste de Minas Gerais – Unileste-MG. [email protected] RESUMO As alterações nutricionais encontradas em idosos institucionalizados prevalecem em relação aqueles que vivem independentes na sociedade. O consumo nutricional deficiente nos idosos pode desencadear a má nutrição. O objetivo deste estudo é identificar os diagnósticos de enfermagem do domínio nutrição da classe ingestão da Taxonomia II da NANDA (2006). Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa do tipo descritiva. A pesquisa foi desenvolvida na instituição de longa permanência Paulo de Tarso, situado no bairro Bom Retiro, em Ipatinga-MG. A população desse estudo foi de 16 idosos. O instrumento de coleta de dados foi um formulário semi-estruturado com questões abertas e fechadas, além de exame físico e verificação de medidas antropométricas. Este estudo identificou os diagnósticos de enfermagem: Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais em 11 (68,7%) idosos, Nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais 4 (25%) idosos. Os diagnósticos Deglutição prejudicada e Risco de nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais não foram identificados. Os resultados evidenciam a importância de um enfermeiro nas instituições de longa permanência para que seja prestado um cuidado sistêmico ao idoso. Palavras chaves: Assistência ao idoso. Nutrição do idoso. Diagnóstico de enfermagem. ABSTRACT Changes nutrient found in the elderly institutionalized prevail regarding those living independent in society. Consumption poor nutrition in the elderly may trigger the malnutrition. The objective of this work is to identify to the disgnostic of nursing of the domain nutrition of the classroom ingestion of Taxonomy II of the NANDA (2006). This is a qualitative approach to study the type descriptive. The survey was developed in the establishment of long-stay Paulo de Tarso, located in the district Bom Retiro, in Ipatinga-MG. The population of this study was 16 elderly. The instrument for data collection was a semi-structured form with questions open and closed, in addition to physical examination and verification of anthropometric measures. This study identified the diagnoses of nursing: Nutrition unbalanced: unless the body needs 11 (68,7%), Nutrition unbalanced: more than the body needs 4 (25%). The diagnoses Swallowing damaged and Risk of Nutrition unbalanced: more than the body needs have not been identified. The results highlight the importance of a nurse in institutions for longstay to be especially careful systemic provided to the elderly. Key Words: assistance to the elderly. Nutrition Aging. Diagnosis of nursing. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez. 2008. 91 INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial. Uma série de fatores conjugados entre os quais o melhor controle das doenças transmissíveis, a contenção de afecções crônicas, a melhor qualidade de vida tem favorecido o aumento da expectativa de vida das populações. Estes fatos associados à redução das taxas de mortalidade e fertilidade têm proporcionado aumento quantitativo e proporcional de idosos na sociedade (PAPALEO NETTO, 2002; LUN, 2007). Mesmo o envelhecimento sendo um processo fisiológico natural, as mudanças que surgem na velhice não ocorrem de forma homogênea, ocorrendo de forma diferenciada tendo influência de gênero, etnia e condições socioeconômicas, seguida de progressivas alterações nas características psicológicas, biológicas, fisiopatológicas, provocando deteriorização funcional e estrutural de órgãos e tecidos que refletem em todo organismo afetando a nutrição e saúde do idoso podendo ocorrer alterações no paladar, cheiro, visão e audição, interferindo no ato de saborear e comer os alimentos, modificações estas que acabam variando desde um quadro de desnutrição até mesmo o sobrepeso e a obesidade (BRUNETTI; MONTENEGRO; MANETA, 2002, DUTHIE; KATZ, 2002, SMELTZER; BARE, 2005; LUN, 2007). Caracterizando assim o envelhecimento como um processo contínuo, onde ocorrem mudanças tanto físicas, quanto psicológicas, estas que acarretam perda da capacidade de adaptação do idoso na sociedade (BRUNETTI; MONTENEGRO; MANETTA, 2002). Segundo Mancílha e Py (2001), para alcançar uma velhice saudável é necessário conservar boas maneiras e atitudes, praticar exercícios físicos, manter o cérebro em atividade, reduzir os níveis de ansiedade e estresse, sempre alimentando de maneira correta e balanceada, conservando assim á viva espiritualidade. Devido a essas alterações há ainda o isolamento social, os poucos recursos financeiros, a má informação de valores nutricionais dos alimentos, falta de motivação e às vezes redução de habilidade motora. O somatório desses fatores torna mais limitado a capacidade de escolha dos alimentos, acabando por agravar ainda mais o problema sob a ótica nutricional (BRUNETTI; MONTENEGRO; MANETTA, 2002; SMELTZER; BARE, 2005). Os idosos institucionalizados fazem parte de um grupo limitado para realização das atividades de vida diária ressalta-se que a maioria encontra-se longe dos amigos, familiares, residência e sociedade. É necessário que o enfermeiro incentive os idosos, a serem autônomos e independentes preservando a capacidade de controle a sua própria saúde (FREIRE; TAVARES, 2005). Desta forma para que seja prestada uma assistência humanizada é importante que o enfermeiro tenha conhecimento da história de vida do idoso suas expectativas e limitações buscando elaborar um diagnóstico de Enfermagem (DE) que atenda as suas necessidades. O DE é um julgamento clínico, sobre as respostas do indivíduo ou pessoas que os cercam aos problemas de saúde atuais que possam vir a acontecer. A elaboração de um diagnóstico com qualidade só ocorre após o histórico de enfermagem buscando explicar a resposta do indivíduo a um problema de saúde, onde o enfermeiro deverá ter conhecimento teórico e competência legal para intervir nas necessidades do indivíduo (POTTER; PERRY, 1999). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez. 2008. 92 O enfermeiro analisa os dados, identifica os problemas existentes e potenciais, que são o alicerce do plano de cuidados. É possível verificar pontos precisos para o desenvolvimento de um planejamento eficaz tendo clareza na determinação da intervenção a ser prestada. A elaboração de um diagnóstico deve surgir a partir de um raciocínio crítico, podendo ser útil para o individuo, sua família e comunidade. Deverá ser escrito de forma clara e compreensível, pois servirá de comunicação para outros profissionais. É de suma importância que o enfermeiro interprete e identifique corretamente todas as necessidades da pessoa para alcançar os possíveis resultados pelos qual o enfermeiro tem responsabilidade (POTTER; PERRY, 1999; CARPENITO, 2002; NANDA; 2006). O uso do DE é de grande importância para que o enfermeiro tenha uma visão mais ampla para direcionar o cuidado a pessoa, é bom tanto para os profissionais quanto para o individuo, pois melhora a comunicação entre eles (POTTER; PERRY, 1999). Este estudo se justifica uma vez que a população está envelhecendo de forma rápida e a conscientização de hábitos alimentares saudáveis auxilia na promoção de uma melhor qualidade de vida a estes idosos. Este estudo também proporcionará à enfermagem subsídios para planejar e implementar ações que promovam uma assistência ampla e direcionada para as necessidades do idoso. O estudo tem como objetivo, analisar os diagnósticos de Enfermagem do domínio Nutrição da classe Ingestão da Taxonomia II da Nanda (2006) em idosos institucionalizados, de forma a identificar os fatores relacionados e as características definidoras de tal domínio. METODOLOGIA Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa do tipo descritiva. A abordagem qualitativa abrange o assunto de maneira minuciosa, buscando sempre o esclarecimento e não a explicação dos fenômenos estudados (RAMPAZZO, 2002). Para Gil (2002), as pesquisas descritivas têm o objetivo de descrever as características de determinada população ou estabelecimento de relação entre variáveis. A pesquisa foi desenvolvida na instituição de longa permanência Paulo de Tarso, situado no bairro Bom Retiro, em Ipatinga-MG. A população desse estudo abrange 49 idosos. O critério de inclusão foi a capacidade de deambular até a balança antropométrica. A amostra foi equivalente a 16 idosos. A coleta de dados ocorreu no mês de outubro de 2007, no horário de 7:00 às 14:00 horas. A pesquisadora esteve presente durante o horário de alimentação, observando a mastigação e deglutição dos idosos. O instrumento de coleta de dados foi um formulário semi-estruturado com questões abertas e fechadas, além de exame físico e verificação de medidas antropométricas. Foi feito um estudo piloto com o formulário, em três idosos de uma unidade básica de saúde. Este estudo piloto serviu para se fazer adequações no instrumento quanto a pertinência e clareza das perguntas, média de tempo gasto na coleta de dados e para se adquirir habilidades no seu manuseio. A identificação dos diagnósticos de enfermagem, fator relacionado e característica definidora foram feitos por dois pesquisadores ao mesmo tempo Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez. 2008. 93 (discente e docente) e não houve divergência de opiniões. Estes dados estão demonstrados em forma de tabela e comparados com outros estudos nesta área. Para realização desta pesquisa foi solicitada autorização por escrito do responsável da instituição Paulo de Tarso. Os idosos foram informados sobre a pesquisa, objetivos e finalidades do trabalho, foram garantidos o sigilo das informações e o direito de retirarem-se da pesquisa a qualquer momento. Este estudo contemplou a Resolução 196/1996 que regulamenta pesquisa com seres humanos (BRASIL, 1996). Os idosos que participaram desse estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Houve dois idosos que se recusaram a participar do estudo. RESULTADO E DISCUSSÃO Dos 16 participantes desse estudo, 11 (69%) eram do gênero feminino e 5 (31%) do gênero masculino. Sabe-se que a longevidade feminina está associada ao cuidado que as mulheres têm com a saúde, pois as mesmas realizam o acompanhamento médico-obstétrico mais efetivo, previnem mais, tendem a possuir o estilo de vida mais saudável o que atenua os fatores de risco, estão menos expostas a risco associados a acidente de trabalho e de trânsito, menor risco de homicídio e suicídios (HERÉDIA, et al 2004). A idade dos entrevistados variou de 60 a 90 anos. Sendo que 5 (31,2%) idosos estavam entre 60 a 64 anos, 2 (12,5%) entre 65 a 69 anos, 3 (18,7%) entre 70 a 74 anos, 3 (18,7%) de 75 a 79 anos e 3 (18,7%) idosos com 80 anos ou mais. A população brasileira com idade igual ou superior a 60 anos vem aumentando nos últimos tempos, os idosos institucionalizados são mais velhos do que os que vivem na sociedade com idade média em torno de 80 anos (GORZONI; PIRES, 2006). Foi realizado um estudo no lar dos idosos, localizado no município de Caratinga-MG, com 10 idosos de ambos os sexos encontraram idosos a partir de 60 anos, com média de 73 anos (FREIRE; TAVARES, 2005). Neste estudo a faixa etária que prevaleceu foi a de 60 a 64 anos, contradizendo os outros estudos. Dos entrevistados, 14 (87,5%) são analfabetos e 2 (12,5%) relatam ter estudado até a 4ªsérie. Segundo dados do IBGE (2006) o analfabetismo ou semianalfabetismo compromete o nível de entendimento do indivíduo, dificultando o acesso à informação disponível através da leitura e escrita, ficando restritos e dependentes de informações de terceiros. De acordo com Herédia et al. (2004) constata-se que o analfabetismo em idosos revela a pouca importância dada para a educação anteriormente, além disto a maioria dos idosos relataram ser da zona rural, em que o número de escolas era bastante reduzido e de difícil acesso. Para medir o índice de massa corporal (IMC) foi utilizada uma balança, com o indivíduo usando o mínimo possível de roupas e descalço. O peso dos idosos foi verificado pelo índice de massa corporal [IMC = MC (Kg) / EST(m²)]. Para está avaliação foi utilizada a seguinte classificação <22 = baixo peso, 22-27eutrófico, >27 sobrepeso (BRASIL, 2006). Neste estudo, encontrou-se 11 (68,7%) idosos com baixo peso, 1 (6,3%) eutrófico e 4 (25,0%) idosos obesos. Barbosa et al. (2006) realizaram em estudo de base populacional, com 1796 idosos identificando que 532 (29,6%) eram baixo peso, 775 (43,1%) peso normal, 589 (32,7%) obesidade. O presente estudo mostrou dados de descompensação alimentar dos idosos, valendo ressaltar que esta Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez. 2008. 94 instituição é filantrópica, mantida por uma instituição espírita, não contando com assistência nutricional. Salgado (2002) relata que as alterações fisiopatológicas referente à alimentação são vistos de uma forma simplória, não dando uma atenção e nem sendo tratada com o respeito necessário. É necessário fazer transformações dietéticas na alimentação dos idosos em decorrência das alterações fisiológicas que diminuíram as habilidades para absorver e digerir os alimentos, ressalta-se que a importância das instituições de longa permanência buscar preparar os alimentos de forma nutritiva e saborosa que agrade o paladar dos mesmos. Nesse estudo encontrou-se 4 (25,0%) idosos obesos. Campos (2000) relata que tanto a obesidade, como o baixo peso pode está interligado com a diminuição da capacidade funcional. As conseqüências de uma nutrição irregular, tanto por déficit ou por excesso de nutrição, vêm refletindo num quadro de má nutrição em maior ou menor grau. De acordo com Duthie e Katz (2002), ao analisar-se um idoso obeso é necessário investigar a sua história familiar de obesidade, atividades físicas, medicamento em uso e cronologia do ganho de peso. É necessário que o enfermeiro incentive o idoso a perder peso, pois a perda de peso irá trazer benefícios para sua saúde. Este estudo identificou os DE do domínio Nutrição, sendo eles; Nutrição desequilibrada: menos do que as necessidades corporais, Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais, Deglutição prejudicada, Risco para nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais (NANDA, 2006), conforme se observa na TAB 1. Tabela 1 Distribuição dos títulos dos diagnósticos de enfermagem por gênero, segundo a Taxonomia II da NANDA (2006). Categoria Diagnóstica Gênero masculino Gênero feminino Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais Nutrição desequilibrada: mais que necessidades corporais Deglutição prejudicada Risco para nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais - 11(68,7%) 4 (25,0%) - - - - - No presente estudo, percebe-se que o DE nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais está presente em 11 (68,7%) idosas, sabe-se que na velhice surgem mudanças no organismo o que leva a redução nas funções fisiológicas, principalmente modificações digestórias, alterações na percepção sensorial e diminuição da sensibilidade a sede, interferindo sempre no consumo alimentar (CAMPOS, 2002). De acordo com Duthie e Katz (2002), o desequilíbrio nutricional em idosos institucionalizados é mais prejudicial que em idosos que vivem na comunidade. A baixa ingesta protéico-calórica em idosos institucionalizados é evidente, mostrando uma diminuição da massa muscular e adiposa. Outro ponto destacado é a desnutrição que está associada ao aumento da morbimortalidade e aumento de Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez. 2008. 95 despesas tanto em hospitais, como em instituições. Nas instituições de longa permanência em que a desnutrição protéico-calórica vem sendo mais evidenciada, a alternativa é colocar uma equipe multidisciplinar, sendo que o enfermeiro pode exerce um papel importante no incentivo da ingesta calórica, e monitorização da resposta á terapia verificando constantemente o peso corporal e avaliando exames de sangue periódicos e de alguns marcadores bioquímicos que poderão ajudar a monitorar o processo. Também foi encontrado o DE nutrição desequilibrada: mais que as necessidades corporais em 4 (25,0%) idosos. Sabe-se que a obesidade em idosos está associada a uma depleção do estado funcional e a um elevado índice de úlceras de pressão e a síndrome da apnéia do sono. Uma dieta balanceada, exercícios físicos, alterações no comportamento e motivação dos profissionais poderá desencadear o alicerce da redução de peso (DUTHIE; KATZ, 2002). Os diagnósticos de deglutição prejudicada e risco de nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais não foram encontradas neste estudo. Estão apresentados na TAB. 2 os fatores relacionados e as categorias diagnósticas identificados em idosos institucionalizados. Observa-se que o DE Nutrição Desequilibrada: menos que as necessidades corporais, apresentou como fator relacionado incapacidade de ingerir comida causada por fatores biológicos (68,7%). A diminuição no consumo nutricional associa-se também a coordenação motora do idoso, muitas vezes comprometida por doenças relacionadas ao envelhecimento incapacitando-o de realizar sozinho as atividades de vida diária. A dificuldade de manusear alguns alimentos durante a refeição contribui para que ele evite o consumo, contribuindo para sua inadequada alimentação (MORIGUTI et al, 1998). Tabela 2 Distribuição dos fatores relacionados dos diagnósticos do domínio Nutrição em idosos institucionalizados, segundo a Taxonomia II da NANDA (2006). Categoria diagnóstica Fatores relacionados N% Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais Incapacidade para ingerir comida causada por fatores biológicos 11 (68,7%) Nutrição desequilibrada mais que as necessidades corporais Ingestão excessiva em relação às necessidades metabólicas 4 (25%) Deglutição prejudicada _ _ Risco para nutrição desequilibrada mais que as necessidades corporais _ _ O DE Nutrição Desequilibrada: mais que as necessidades corporais apresentou como fator relacionado ingestão excessiva em relação as necessidades metabólicas. Em relação à ingestão excessiva de nutrientes calóricos pela população idosa, percebe-se que as condições socioeconômicas, transformações fisiológicas decorrentes da idade e as dificuldades de realizar sozinhas as suas atividades diárias fazem com que cada vez mais o idoso fique sedentário. Os efeitos da Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez. 2008. 96 nutrição inadequada refletem diretamente na saúde do idoso, tanto um déficit ou excesso de nutrientes poderá desencadear um quadro de desnutrição grave ou leve ou até mesmo a obesidade (CAMPOS, 2002; BRUNETTI, 2002). Apresentam-se na TAB. 3 as características definidoras de acordo com a freqüência de aparecimento dos diagnósticos do domínio Nutrição em idosos institucionalizados. Tabela 3 Distribuição das características definidoras dos diagnósticos do domínio Nutrição em idosos institucionalizados, segundo a Taxonomia II da NANDA (2006). Categoria diagnóstica Características definidoras N% Nutrição desequilibrada menos -Peso corporal abaixo do ideal 6 (37,5%) que as necessidades corporais -Membrana conjuntiva e mucosa pálida 6 (37,5%) Nutrição desequilibrada mais que as necessidades corporais -Saciedade imediatamente após a ingestão de comida. 1 (6,2%) -Peso 20%acima do ideal para altura 2 (12,5%) -Compleição nível de atividade sedentarismo. 2 (12,5%) Deglutição prejudicada - - Risco para nutrição desequilibrada mais que as necessidades corporais - - O DE nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais, apresentou como características definidoras o peso corporal abaixo do ideal 6 (37,5%), membrana conjuntiva e mucosa pálida 6 (37,5%), saciedade imediatamente após a ingestão da comida 1 (6,2%). Salgado (2002) a redução da gustação pode atingir de modo geral a ingestão alimentar, diminuindo a saliva dificultando a mastigação e deglutição dos alimentos, ressaltando que a maioria dos idosos são edulentos, dessa maneira eles procuram comer alimentos mais moles que em geral são mais calóricos em comparação o valor nutritivo das frutas e verduras substituídas por ele. Ocorrendo alterações no aparelho digestório por meio de motilidade fazendo com que o idoso sinta-se saciado com rapidez. O DE nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais, apresentou como característica definidora peso corporal 20% acima do ideal para altura 2 (12,5%) e compleição nível de atividade sedentarismo em 2 (12,5%) idosos. As necessidades energéticas diminuem após os 55 anos para ambos os sexos, ocorrendo uma diminuição do gasto energético basal, em função do declínio da atividade física e da massa ativa. A ingesta de carboidratos complexos, e fibras são indicadas, pois são de grande importância na prevenção e controle de algumas doenças crônicas. É necessário que o enfermeiro incentive os idosos a associarem atividades físicas e alimentação balanceada (SALGADO, 2002). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG-V.1-N.1-Nov./Dez. 2008. 97 CONCLUSÃO De acordo com o estudo percebe-se rque a maioria dos idosos encontra-se com peso corporal abaixo do ideal. É necessário que o enfermeiro busque alternativas para melhorar a alimentação dos idosos com base nos diagnósticos identificados. Nutrição desequilibrada: menos que as necessidades corporais encontrado em 11 (68,7%) idosos, Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais em 4 (25,0%). Os diagnósticos Deglutição prejudicada e Risco de Nutrição desequilibrada: mais do que as necessidades corporais não foram identificados nesse estudo. Através desses dados o enfermeiro deve utilizar os diagnósticos encontrados para subsidiar o planejamento e intervenções que são necessárias para prestar uma assistência humanizada e resolutiva ao idoso. É necessário que as instituições de longa permanência contem com uma equipe interdisciplinar na tentativa de reverter o quadro de má nutrição dos idosos institucionalizados promovendo melhores condições de saúde, consequentemente qualidade de vida, desencadeando a manutenção ou restauração da eutrofia. REFERÊNCIAS GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo:Atlas, 2002. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução nº 196/96, sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Conselho Nacional de Saúde. Brasília, 1996. BRASIL. IBGE. Censo demográfico 2002. Perfil dos Idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil, 2002. Tabela1-População residente, total e de 60 anos ou mais de idade, por sexo e grupos de idade, segundo as Grandes Regiões e Unidade da Federação-1991/2000. 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