FORMAÇÃO DA CLASSE TRABALHADORA No Brasil a entrada de trabalhadores estrangeiros levou a um crescimento de indústrias, tanto de “fundo de quintal” quanto as indústrias com estruturas maiores, como fábricas. O crescimento da população urbana e da classe operária levou a manifestações operárias. O movimento operário era visto como uma “questão de polícia.” O surgimento da classe operária remonta a Revolução Industrial, determina o fim das relações servis e dá início as relações trabalhistas, onde o trabalhador vende sua força de trabalho para sobreviver. O primeiro período da revolução industrial foi marcado por inúmeras injustiças e abusos contra os trabalhadores, que trabalhavam em locais insalubres, com longas jornadas de trabalho e salários baixos. O proletariado foi passando por diversos estágios desde a manufatura à maquinofatura, adquiriu o direito de greve e passou a se organizar em sindicatos e instituições que lutavam pelos seus direitos. Quando chegou no Brasil a classe proletária passou por dificuldades semelhantes ao operariado inglês, somado as dificuldades estruturais ainda enfrentava as dificuldades políticas. As indústrias no Brasil Primeiras décadas do século XX em algumas cidades brasileiras iniciou-se a formação da sociedade industrial: o empresariado e o operariado. No interior daquela sociedade fundada na agroexportação, surgiu as primeiras indústrias no Brasil. Em São Paulo: imigrantes com algum capital e outros que tinham origem na agroexportação e nas casas comerciais. Dificuldades dos primeiros empresários: a concorrência externa; a crítica, feita por vários setores, de que a indústria brasileira era “artificial”; a luta operária por melhores salários e condições de trabalho. Os empresários industriais criaram associações de classe para a defesa de seus interesses. Os empresários tentavam convencer a sociedade de que sua riqueza era fruto de seu esforço pessoal, e não de privilégios governamentais. Alguns políticos e líderes de classes defendiam uma política governamental de amparo a indústrias para reduzir a dependência do país em relação aos capitais externos. Vida operária Características comuns: o predomínio de estrangeiros entre os operários; longas jornadas de trabalho; trabalho infantil; nenhuma menção a multas ou punições. Esse era o perfil do operário de São Paulo naquelas primeiras décadas republicanas. Na cidade do Rio de Janeiro tinham características um pouco diferentes. Com a grande imigração ocorrida no final do século XIX em direção as fazendas de café, vários trabalhadores foram para a cidade em busca de uma vida melhor. E também se destacam uma forte presença de italianos entre os primeiros operários. Imigrantes em São Paulo - difundiram no meio operário as idéias de transformações radicais da sociedade pela via revolucionária socialista ou anarquista. O anarquismo ganhou força e logo se transformou na principal corrente política de base operária. Não existia proteção ao trabalhador; o trabalho infantil era justificado como forma de se retirar os meninos da rua; eram extremamente duras as condições de trabalho. As idéias de supressão do estado e de todas as formas de repressão encontravam boa receptividade. Governo e patrões eram vistos como inimigos. Os anarquistas não confiavam nas instituições liberais. Desprezavam os políticos, os partidos e o parlamento. Mas defendiam a atuação sindical de resistência e combatiam tanto as correntes que defendiam a existência de um partido operário como os sindicatos ou associações de caráter assistencialista. Lideranças anarquistas foram perseguidas pelos empresários e pelo governo. Na grande imprensa, sua imagem era apresentada como a de um terrorista estrangeiro que queria destruir a paz existente nas relações entre os operários brasileiros e seus patrões. Foram criadas várias leis de expulsão do país de lideranças operárias estrangeiras, com o objetivo de enfraquecer a corrente anarquista. Apesar da repressão governamental e patronal e das enormes dificuldades de organização, os movimentos sindicais paulistas e cariocas tiveram condições, no decorrer da década de 1910, com o apoio de trabalhadores com capacidade de liderar importantes movimentos grevistas entre os anos de 1917 e 1920. Foi importante a divulgação, pelos anarquistas, que procuravam reforçar uma imagem positiva do trabalhador. O Governo e a grande imprensa difundiam a imagem do trabalhador brasileiro como vítima da ação de “baderneiros e terroristas”. O movimento sindical brasileiro, não foi um fato isolado, seguiu movimentos que ocorriam na Europa - movimento s de trabalhadores impulsionados pela vitória do socialismo na Rússia. Em 1922, surgiu o Partido Comunista do Brasil (PCB), que passou a disputar, com os anarquistas, o controle do movimento sindical. A presença do movimento operário na cena política teve por resultado a aprovação, pelo Congresso, de algumas leis trabalhistas, como a lei de férias para trabalhadores da indústria e do comércio e as limitações ao trabalho dos menores. Movimento operário: Causas: ampla exploração dos trabalhadores urbanos das fábricas e ausência de legislação trabalhista que amparasse os trabalhadores. Até a década de 20 predomínio de imigrantes italianos de ideologia anarquista. Principais formas de luta: formação de sindicatos e organização de greves. A partir de 1922 o principal instrumento de luta operária foi o PCB, que tenta organizar os operários. Postura do governo em relação ao movimento operário: repressão (“caso de polícia”). FIM Adaptado de http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/adrienearaujo/hi storiadobrasil004.asp