1 FACULDADE ASSIS GURGACZ UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS PARA O CONTROLE DA OBESIDADE ENTRE ACADÊMICOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE PARTICULAR DO OESTE DO PARANÁ Cascavel 2012 2 ANDRESSA TECCHIO UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS PARA O CONTROLE DA OBESIDADE ENTRE ACADÊMICOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE PARTICULAR DO OESTE DO PARANÁ Trabalho de conclusão de curso apresentado a Faculdade Assis Gurgacz, FAG, Curso de Farmácia. Prof. Orientadora:Dra.Francine Martins Pereira. Cascavel 2012 3 ANDRESSA TECCHIO UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS PARA O CONTROLE DA OBESIDADE ENTRE ACADÊMICOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE PARTICULAR DO OESTE DO PARANÁ Trabalho apresentado no Curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da Professora Dra. FRANCINE MARTINS PEREIRA. BANCA EXAMINADORA _______________________________ Francine Martins Pereira Orientadora _______________________________ Patrícia Lucca Professora _______________________________ Kellen Simm Professora Cascavel, 23 de Novembro de 2012. 4 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a vocês que sempre acreditaram e investiram no meu sonho para que eu pudesse realizá-lo, que me deram toda a estrutura para me tornar a pessoa que eu sou hoje. Pelo amor e apoio incondicional, meus pais, Clávio e Roselaine. Amo vocês! 5 AGRADECIMENTOS À Deus, por nos dar a vida e incluir nela pessoas tão maravilhosas e importantes, por estar comigo em todos os momentos, me iluminando, sendo meu refúgio e fortaleza nos momentos mais difíceis, a Ele agradeço por todas as vitórias e conquistas alcançadas durante a minha vida. Agradeço à minha orientadora Professora Doutora Francine Martins Pereira, pela orientação segura e atenciosa que contribuiu muito no desenvolvimento deste trabalho. Pela amizade e confiança demonstrada, meus sinceros agradecimentos. Agradeço especialmente aos meus pais, Clávio e Roselaine, por sempre me proverem de ensinamentos para a vida e para todas as questões nos momentos mais difíceis, sem que para isso, não exigissem nada em troca. Pai, só eu sei o quanto você e a mãe lutaram para realizar esse sonho. Mesmo com o tempo de convívio muitas vezes sacrificado, eu sempre estava em seus pensamentos e você nos meus. Te devo tanto em troca e sou tão grata pelo exemplo que você é em minha vida, nada é suficiente para expressar a admiração que eu sinto pela sua pessoa. Mãe obrigada pela sua amizade, além de mãe você sempre será minha melhor amiga, obrigada por cada incentivo e orientação, pelas orações em meu favor, pela preocupação para que estivesse sempre andando pelo caminho correto. Não sei o que faria sem o seu sorriso e a sua presença confortante. Pai e mãe obrigada por tudo e por sempre estarem presente em todos os momentos. Vocês sempre farão parte de cada conquista e recompensados para o resto da vida. Amo vocês! Ao meu irmão Eduardo que sempre me proporcionou seu carinho e seu sorriso tão lindo, fazendo eu até esquecer as minhas ansiedades e angústias. A Mana Te ama! 6 Ao meu irmão Jader por todo amor, que mesmo a distância, de forma especial e carinhosa me deu força e coragem, me apoiando em todos os momentos. Eu amo você e sempre vou estar do seu lado! À minha avó Dani, por me amparar com suas preces e orações, que sempre esteve ao meu lado me guiando para que tudo desse certo, torcendo pelo meu sucesso. Obrigada pelo carinho, amor e palavras de conforto. Obrigada por tudo. Amo Você. À minha avó Teolides, que infelizmente não pode estar presente neste momento tão feliz da minha vida, mas que não poderia deixar de dedicar a ela, pois se hoje estou aqui, devo muitas coisas a ela e por seus ensinamentos e valores passados. Obrigada por tudo, Amo você! Saudades eternas! Aos meus tios, tias, primos e primas, que são à base da minha vida, por todo carinho, compreensão, apoio, incentivo e dedicação em todos os momentos desta jornada. Sou muito grata a vocês a melhor família do mundo! Tio Ivan Muímo, só nós para entender o significado desta palavra! Aos Professores Giovane Douglas Zanin, Patrícia Stadler Rosa Lucca pela atenção e esclarecimento de dúvidas sempre que necessário, pela competência e incentivo durante o período acadêmico. Aos demais professores pelos valiosos ensinamentos, a vocês minha eterna gratidão, pelo apoio e ajuda nos momentos precisos, pelo aprendizado, dedicação, paciência, compreensão e profissionalismo. Muito obrigada! Um agradecimento especial as minhas amigas Luciane Fracaro, Juliana Trevizolli e Camila Pereira estando sempre presente, esclarecendo minhas dúvidas e me ajudando muito na realização deste trabalho. Muito Obrigada! 7 Costumo dizer que quem tem amigos, nunca está só. Felizmente, estou longe de ser uma pessoa sozinha. Não caberia nesse espaço, caso fosse citar um a um os nomes de todos os que me ajudaram nesse percurso. Portanto meus amigos sintamse agradecidos. Mas neste momento não poderia esquecer de um agradecimento especial as minhas amigas Taís, Ingridy, Nathany, Luciane, Ana Paula, Camila Pereira, Eduarda, Janaina e Luiza que fizeram parte da minha vida durante esses quatro anos de graduação, proporcionando e ao mesmo tempo dividindo momentos de alegrias, tristezas, ansiedade, desespero, conquistas e experiência. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês. Dedico este trabalho e todo meu carinho a vocês minhas eternas amigas! Vou sentir saudades. As minhas amigas Mônia, Sirlei e Daniela, a quem aprendi a amar e construir laços eternos. Obrigada por todos os momentos. Porque em vocês encontrei verdadeiras irmãs. Obrigada pela paciência, pelo sorriso, pelo abraço, pelo apoio, pela mão que sempre se estendia quando eu precisava. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês. Vou sentir saudades. Meus sinceros agradecimentos aos acadêmicos que puderam doar um pouco do seu tempo para a realização deste trabalho. Muito Obrigada! 8 Sumário 1 - REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................... 09 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 23 2 - ARTIGO ............................................................................................................... 28 NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA....................................................................... 40 9 REVISÃO DE LITERATURA A obesidade é uma doença epidemiológica global, resultante de estilos de vida sedentários, da melhoria das condições socioeconômicas e da disponibilidade de alimentos processados de alto valor calórico e de refrigerantes, nas sociedades industrializadas (ROBBINS & COTRAN, 2005; TARDIDO & FALCÃO, 2006). Estimase que nos últimos 100 anos o consumo de gorduras vem aumentado em 67% e o de açúcar em 64%. Já quando se trata do consumo de verduras e legumes diminuiu 26% e o de fibras 18% (COUTINHO, 2007). Alguns estudos mostram um aumento de peso da população tanto em países desenvolvidos quanto de países em desenvolvimento. O número de obesos ganha proporções de epidemia mundial, considerando que 50% a 60% da população da América do Norte classificada como tendo sobrepeso e desse percentual 35% dos americanos são considerados obesos (SANTOS 97). Segundo Gigante et al., (1997) houve um aumento da proporção de pessoas com excesso de peso no Brasil entre 1974 e 1989, possuindo maior incidência na região sul do país, onde esta apresenta as maiores prevalências de obesidade, sendo semelhantes e, até mesmo superiores, a países desenvolvidos. Esta doença é definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão tal, que acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos (PINHEIRO, FREITAS & CORSO, 2004), sendo um aumento do tecido adiposo além das necessidades físicas do organismo, gerando um excesso crônico de ingestão calórica relativa ao gasto de energia (RUBIN & FARBER, 2002). A classificação de obesidade pode ser dada através do índice de massa corpórea (IMC). Este é definido pelo peso (kg) dividido pelo quadrado da estatura (m²). Indivíduos com índice menor que 18,5 kg/m 2 estão abaixo do peso; entre 18,5 e 24,9 kg/m² são considerados normais; de 25 a 29,9 kg/m² têm sobrepeso e IMCs acima de 30 kg/m² são considerados sobrepeso grau II ou obesidade. A gravidade da obesidade, segundo a OMS, está subdividida em grau I quando o IMC está de 30 a 34,9 kg/m², grau II com IMC de 35 a 39,9 kg/m² e a obesidade grau III quando o IMC ultrapassa 40 kg/m² (REIS, 2010). Outra forma de identificar a obesidade é através da avaliação da circunferência abdominal. Sendo que há dois tipos básicos de distribuição de gordura, uma delas é a abdominal e outra gluteofemoral. Em estudo realizado na 10 população brasileira pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade andróide (abdominal), esta associada ao de risco de doenças metabólicas, principalmente a hipertensão arterial (SBEM, 2010). Segundo Abeso/sbem (2010), a circunferência de cintura ≥ 80cm e ≥94cm em mulheres e homens adultos, respectivamente já podem ser consideradas como risco de complicações metabólicas. Hauner (2002) cita que há fortes evidências que a obesidade abdominal é um fenótipo característico de resistência à insulina, que desencadeia outras complicações envolvidas com a síndrome metabólica e culmina no aparecimento de outras doenças crônicas não transmissíveis. De acordo com Cecil (2005), O excesso de peso contribui para o surgimento e complicação de várias doenças como hipertensão arterial, hipercolesterolêmica, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, neoplasias, dislipidemias de forma geral, anormalidades do sistema endócrino, complicações mecânicas como doenças articulares degenerativas, apnéia obstrutiva do sono, distúrbios gastrointestinais, disfunções na vesícula biliar, problemas pulmonares entre outros. Além das alterações metabólicas causadas pela obesidade, esta síndrome geralmente traz consigo alterações estéticas e psicológicas, levando muitas pessoas em busca de tratamentos rápidos e eficazes. SISTEMA NERVOSO CENTRAL O Sistema Nervoso Central influencia o balanço energético e o peso corporal, através de três mecanismos: (1) efeitos no comportamento, incluindo alimentação e atividade física; (2) efeitos na ativação do Sistema Nervoso Autônomo, que regula a energia gasta e outros aspectos do metabolismo; (3) efeitos no sistema neuroendócrino, incluindo a secreção de hormônios, tais como o hormônio do crescimento, tireóide, cortisol, insulina e hormônios esteroides. Portanto, existem vários fatores que atuam e interagem na regulação da ingestão de alimentos e de armazenamento de energia, contribuindo para o surgimento e a manutenção da obesidade. Entre eles, fatores neuronais, endócrinos e adipocitários, bem como fatores intestinais (RODRIGUES; COSTA, 2003). As descobertas científicas dos últimos 15 anos evidenciam ainda mais o papel do sistema nervoso central no desenvolvimento da obesidade. Cientistas acreditam que a doença decorre de algum erro no processamento de informações que chegam 11 ao sistema nervoso central, sendo então a obesidade um fator resultante de eventos genéticos e cerebrais. Pessoas que têm predisposição genética se forem submetidas a um ambiente com comida altamente palatável e abundante e falta de atividade física, podem se tornar obesas. Alguns indivíduos podem ter com a comida uma relação parecida com o vício em drogas. Os mecanismos de recompensa no cérebro podem ser parecidos. Existem algumas substâncias químicas que fazem a pessoa ter uma vontade de comer certos tipos de alimentos ricos em gordura e açúcar. Essas mesmas substâncias seriam as responsáveis por levar a pessoa a consumir drogas (AZEVEDO, 2011). A conexão entre gordura e comportamento alimentar sugere que deve haver uma comunicação entre o tecido adiposo e o encéfalo. Imediatamente, suspeitou-se que deveria haver um sinal hormonal proveniente do sangue, essa suspeita foi confirmada nos anos 1960 por Douglas Coleman e colegas, trabalhando com camundongos geneticamente obesos. O ADN de uma linhagem de camundongos obesos não apresenta qualquer das duas copias de um gene chamado de ob (esses camundongos são chamados de ob/ob). Coleman lançou a hipótese de que a proteína codificada pelo gene ob fosse o hormônio encarregado de dizer ao encéfalo que as reservas de gordura estão normais. Assim no camundongo ob/ob, que não apresenta esse hormônio, o sistema nervoso é levado a concluir que as reservas de gordura estão baixas, e os animais são anormalmente motivados a comer (BEAR et al., 2008). Uma das hipóteses cerebrais para obesidade é que as pessoas obesas podem comer em excesso porque possui menor número de receptores para dopamina, uma substância química cerebral associada ao prazer. A dopamina é um dos neurotransmissores, ou seja, mensageiros químicos utilizados pelos neurônios para transmitir sinais entre si e para todo o sistema nervoso. A dopamina tem um papel importante nas sensações de recompensa, prazer e saciedade, sensações essas associadas ao comer, sexo, amor, reprodução, etc. Substâncias como álcool, cocaína e nicotina também ativam o circuito. Atualmente os estudos que avaliam a função de determinados sistemas cerebrais são chamados estudos funcionais do cérebro e, normalmente, são realizados com Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET ou SPECT). Através do PET, tem-se observado que a performance dopamínica nos obesos tem sido menor, ou seja, poucos receptores de dopamina mostram-se funcionais. A falta de dopamina talvez cause o excesso de apetite para 12 compensar a atividade diminuída nesse sistema de recompensa e saciedade. Essa mesma linha de pesquisa também tem encontrado poucos receptores de dopamina nos cérebros das pessoas viciadas em álcool, cocaína e opiáceos, o que sugere um menor número de receptores em pessoas com vícios, seja ele qual for. Talvez por isso o Comer Compulsivo esteja classificado junto com os Transtornos Aditivos (BALLONE, 2011). O Hipotálamo, uma estrutura do sistema nervoso central que tem um papel fundamental na regulação de vários comportamentos que contribuem para a homeostasia, (como o ato de comer, beber e o controle da temperatura) esses comportamentos integrando com estímulos externos, atuam como incentivos, e estímulos internos, que informam o estado do organismo. A relação funcional do hipotálamo com outras estruturas do sistema nervoso central garante a integração do sistema endócrino com outros sistemas efetores, como o motor e o autonômico (BEAR et al., 2002). A inflamação do hipotálamo - uma estrutura com 1,5 cm³ que compõe o cérebro e é responsável pela regulação da fome e do gasto de energia - pode ser causada pela ingestão de gorduras saturadas e não somente pelo hábito de comer muito. Como se não fosse suficiente, a alteração do órgão, apontada como uma das principais causas para a obesidade, também pode levar à alteração da função do pâncreas, local responsável pela produção de insulina. A substância transporta a glicose presente no sangue para dentro das células, permitindo a produção de energia, vital para o corpo sobreviver (GUYTON & HALL, 1998). A resposta do hipotálamo varia de acordo com estímulos externos, principalmente por meio de hormônios, tal como leptina, grelina, PYY 3-36, orexina e colecistoquinina, que são produzidos pelo aparelho digestivo e pelo tecido adiposo (leptina). Mediadores sistêmicos, tal como o fator de necrose de tumor alfa (TNFa), interleucinas 1 e 6 e hormônio liberador de corticotropina (CRH) influenciam o apetite negativamente; o que explica porque pessoas doentes frequentemente comem menos. O relógio biológico, regulado pelo hipotálamo, interfere na fome. Processos de outros locais cerebrais, como o sistema límbico e o córtex, projetam no hipotálamo, modificando o apetite. Isto explica porque, em quadros de depressão clínica e estresse, o consumo de energia pode mudar drasticamente (CAVALHEIRA et al., 2005) . 13 Durante e imediatamente após o consumo das refeições ocorre às reservas energéticas corporais. Essa condição, na qual o sangue esta carregado de nutrientes, é chamado de estado prandial. Durante esse período, a energia é armazenada de duas formas: glicogênio e triacilglicerois. As reservas de glicogênio tem uma capacidade limitada e são controladas principalmente pelo fígado e no músculo esquelético. Reservas de triacilglicerois são encontradas no tecido adiposo (gordura) e tem uma capacidade virtualmente ilimitada. A síntese de macromoléculas como glicogênio e triacilglicerois a partir de precursores simples é chamada de anabolismo, ou metabolismo anabólico (BEAR et al., 2008) O hipotálamo de pacientes obesos apresenta padrões distintos de funcionamento se comparadas às de indivíduos magros. Essa região do cérebro é a responsável pelo controle da fome e do gasto energético. Um dos hormônios centrais nesse processo é a leptina, produzido no tecido adiposo (gordura corporal), e responsável por levar ao Sistema Nervoso Central a informação sobre a quantidade de energia que está sendo estocada. Quando essa comunicação fica comprometida, torna-se cada vez mais difícil controlar a ingestão de alimentos e o gasto de energia. A atividade no hipotálamo dos obesos não é tão intensa como nos magros. Os pesquisadores acompanharam um grupo de obesos antes e depois da cirurgia bariátrica (para redução do tamanho do estômago). “Esperamos oito meses para que perdessem bastante peso. Depois, verificamos uma melhora no padrão de função, mas ainda assim é diferente da atividade dos magros”, completa. Os médicos retiraram líquido cefalorraquidiano para avaliar. “Quem foi para a cirurgia e perdeu peso tem maior quantidade de substâncias que combatem inflamação no líquido”, conta. Segundo a estudiosa, isso é um indício de que nos obesos há inflamação na região (AZEVEDO, 2011). A leptina é um sinal endócrino que informa o tamanho das reservas energéticas para o sistema regulador da alimentação, substratos utilizados e o balanço energético, ligando a energia, utilizada como combustível, com a quantidade. Isto pode, portanto, ter um papel fisiológico no mecanismo que adapta o comportamento alimentar às necessidades energéticas, de acordo com os estoques de energia (LOPES et al., 2004). A leptina é uma proteína composta por 167 aminoácidos e possui uma estrutura, semelhante às citocinas, que consiste em um complexo de quatro hélices. Seu gene está localizado no cromossomo 7alfa31. 3. Após a sua produção, a leptina 14 é secretada na corrente sanguínea, ligando-se a proteínas, sendo que a porcentagem de ligação é maior em indivíduos magros (aproximadamente 45%) do que em obesos (aproximadamente 20%), sendo transportada até o cérebro, onde estimula ou inibe a liberação de vários neurotransmissores. A leptina plasmática cruza a barreira hemato-encefálica, através de um transporte ativo, e age sobre os receptores nas regiões lateral e medial do hipotálamo, para diminuir o apetite e aumentar o gasto energético por meio da estimulação simpática. A entrada da leptina no cérebro acontece por um mecanismo de transporte saturável, talvez por transcitose, mediado por receptor, através da membrana hemato-encefálica ou via líquido cefálico-raquidiano. Esta idéia é sustentada pela presença de grande número de receptores de leptina Ob-R nos microvasos cerebrais, os quais, embora não sejam capazes de expressar o gene da leptina, são capazes de ligar e internalizar este hormônio (BRANDS et al., 2000; LOPES et al., 2004; ROMERO, 2006). A hiperleptinemia, encontrada em pessoas obesas, é atribuída a alterações no receptor de leptina ou a uma deficiência em seu sistema de transporte na barreira hemato-encefálica, fenômeno denominado resistência à leptina. Existem dois mecanismos identificados. O primeiro pode envolver um defeito no transporte da leptina, através da barreira hematoencefálica, para sítios de ação dentro do SNC, visando regular o balanço energético. A existência de um transporte defeituoso é ressaltada pela potencial administração da leptina no cérebro (opondo-se à periférica) em ratos, com dieta induzida para obesidade (ROMERO, 2006). O resultado da ação da leptina é a inibição crônica da ingestão por redução do apetite. Assim o controle em longo prazo é estabelecido de acordo com as reservas de gordura. Entretanto, apesar dos indivíduos obesos apresentarem níveis elevados de leptina, devido à grande quantidade de tecido adiposo, não são desencadeados os efeitos do aumento do metabolismo e da inibição da ingestão por estes indivíduos apresentarem resistência à leptina (ALMEIDA, 2004). A insulina pode agir de forma sincronizada com a leptina preenchendo a função de um sinal do grau de adiposidade existente. Os níveis basais de insulina têm boa correlação com os índices de adiposidade. A insulina é transportada através da barreira hemato-encefálica causando à expressão de genes nas áreas cerebrais a infusão central de insulina diz a ingestão calórica em animais. Defeitos hipotalâmicos na sinalização de insulina, tal como com a leptina, causam um aumento no consumo alimentar e adiposidade. Estudos recentes mostram a 15 existência de uma via de sinalização comum (cross-talk) entre os sinais hipotalâmicos da leptina e da insulina (GELOSA et al., 2001; CARVALHEIRA et al., 2005). Outras regiões neurais e substancias tem relação com a regulamentação da alimentação. Humor e alimento estão interligados. Um sistema no encéfalo envolvido no controle do humor utiliza serotonina como neurotransmissor. A serotonina danos um dos elos entre alimento e humor. Determinações de serotonina no hipotálamo revelam que suas concentrações estão baixas durante períodos de jejum, aumentam em antecipação à chegada de alimento e apresentam um pico durante uma refeição, especialmente em resposta a carboidratos. A serotonina é produzida a partir do aminoácido triptofano, presente na dieta. As concentrações de triptofano no sangue variam de acordo com a quantidade de carboidratos na dieta (KOBB, 2002). Assim, o aumento do triptofano no sangue e o aumento de serotonina no encéfalo é uma provável explicação para os efeitos de bom humor que atingimos após a ingestão de um biscoito de chocolate. Acredita-se que anormalidade na regulação da serotonina no encéfalo seja um dos fatores que contribuem aos transtornos alimentares, como anorexia nervosa e bulimia nervosa (KOBB, 2002). O desenvolvimento das estruturas neurais que participam da regulação do comportamento alimentar inicia-se na vida intra-uterina. Durante este período e também no período pós-natal, o hipotálamo é vulnerável a influências ambientais que podem modificar tanto sua estrutura quanto a sua função, podendo predispor ao desenvolvimento de patologias metabólicas. Atualmente várias pesquisas têm sugerido que a obesidade materna resulta em um maior risco de desequilíbrios do metabolismo do feto (ALMEIDA, 2004). FORMAS DE TRATAMENTO PARA OBESIDADE O tratamento médico para a obesidade passa pela combinação de dietas de baixas calorias, modificação comportamental, e aumento da atividade física. Quando, com a modificação do estilo de vida, não consegue atingir os objetivos, recorre-se ao uso de fármacos anti-obesidade (MONTEIRO, 2008). Estes são indicados quando o paciente possui um IMC maior que 30kg/m 2 ou quando apresenta doenças associadas ao excesso de peso, com IMC superior a 25kg/m 2 (CARNEIRO et al, 2008). 16 Os medicamentos utilizados no processo de perda de peso podem ser distribuídos em três grupos: os que diminuem a fome ou modificam a saciedade (sacietógenos), os que reduzem a digestão e a absorção de nutrientes e os que aumentam o gasto energético (WORLD HEALTH ORGANIZATION 1998). Medicamentos sacietógenos modificam a ingestão de alimentos, aumentando a disponibilidade de neurotransmissores como catecolaminas (noradrenalina e adrenalina), serotonina e dopamina no sistema nervoso central (BORGES et al, 2006). Os agentes catecolaminérgicos (anfepramona, femproporex e mazindol) apesar de serem aceitos com tratamento da obesidade, não vendo sendo recomendado especialmente pelo risco de abuso e de efeitos colaterais, além da recuperação do peso após a interrupção do seu uso (BORGES et al, 2006). Sendo que estes medicamentos estão com venda proibida em todo território nacional de acordo com a resolução - RDC Nº 52, DE 6 DE OUTUBRO DE 2011. De acordo com essa mesma resolução, exigem medidas de controle da prescrição e dispensação de medicamentos que contenham a substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários e dá outras providências. A anfepramona atua inibindo o apetite tem efeito psicoestimulante e potencial para causar dependência. Essa substância trata a obesidade apenas em curto prazo, sendo fundamental que a pessoa desenvolva hábitos de alimentação e estilo de vida que favoreçam o emagrecimento para não recuperar o peso perdido quando parar de tomá-lo. O femproporex é um anorexígeno de ação semelhante e com efeitos colaterais menos intensos que a anfepramona tendo a noradrenalina como neurotransmissor. Além da utilização muitas vezes exagerada e irracional no combate a obesidade, grande parte da utilização do femproporex é devido à sua propriedade estimulante capaz de manter a pessoa acordada (SANTOS et al, 2002). O Mazindol também é uma droga anorexígena que estimula o consumo de oxigênio e aumenta a estimulação da noradrenalina na gordura marrom (assim como a anfetamina, a fenfluramina e a dexfenfluramina) em ratos. Leva à redução da insulina e do Hormônio do Crescimento (MANCINI & HALPERN, 2002). Entre os agentes de ação serotoninérgica encontra – se a sibutramina inibidora da norepinefrina combinado com a recaptação de serotonina, e seu modo de ação é atribuível, principalmente, ao aumento da saciedade e consequente 17 diminuição da ingestão calórica, ao contrário das outras drogas anorexígenas que agem direto na supressão da fome (COUTINHO, 2009). Alguns pesquisadores realizaram ensaios clínicos com a sibutramina. Em 2004, por exemplo, Ozkan et al., estudaram 58 pacientes obesos, em ensaio clínico randomizado, controlado com placebo. No protocolo, todos os pacientes foram submetidos à restrição energética e tiveram o IMC, lipídios séricos e pressão sanguínea, avaliados antes e depois de 12 semanas de tratamento. Ao término do estudo o peso corporal do grupo sibutramina e placebo diminuíram significativamente, sem que houvesse diferenças estatisticamente significantes entre os dois grupos. Porém, outros parâmetros de avaliação de risco cardiovascular, como relação cintura quadril, colesterol total, LDL-c e TG diminuíram apenas no grupo sibutramina. Os autores concluíram que dietas com restrições de energia, associadas com 10 mg por dia de sibutramina são mais efetivas e afetam favoravelmente os parâmetros lipídicos, em comparação ao grupo placebo, ainda que a perda de peso não tenha sido superior. Já Cuellar et al.,(2000), realizou estudo envolvendo indivíduos com IMC acima de 30 Kg/m2, todos participantes receberam material ilustrativo, aconselhamento nutricional e plano alimentar com 30 Kcal/Kg/peso ideal por período de 6 meses. Além de encontrarem repostas nos perfis antropométrico e metabólicos significativamente melhores com a sibutramina, chamou a atenção o baixo nível de adesão do grupo controle, possivelmente decorrente da ineficácia do tratamento. Pesquisas demonstram que pacientes tratados com sibutramina têm apresentado como reações adversas mais comuns: boca seca, aumento da pressão arterial, dor nas costas, palpitações, diminuição do apetite, vertigem, sudoração, taquicardia, anorexia, insônia, dores de cabeça e reações de hipersensibilidade (BEHAR, 2002). A fluoxetina também é exemplo de anorexígeno serotoninérgico, é um derivadooxitrifluorfenil da fenilpropanolamina que inibe seletivamente a recaptação de serotonina no terminal pré-sináptico demonstrando grande eficácia no tratamento da obesidade em longo prazo e indicada para o tratamento da depressão e dos transtornos obsessivos compulsivos (MARTIN & ANTÓN 2002). Outro fármaco com eficácia na redução de peso é o orlistat um agente farmacológico inibidor da lípase pancreática (HVIZDOS, 1999). Com a inibição da ação dessas enzimas provoca uma menor absorção de gordura no nível intestinal, 18 porém, essa inibição não é total, aproximadamente 1/3 da gordura ingerida, o que leva a uma perda de peso gradual. Há evidências bastante claras de que também há uma melhora nas comorbidades associadas à obesidade, como hiperglicemia, dislipidemia e hipertensão arterial (GUERCIOLINI 1997; DAVIDSON et al, 1999). Além disso, a sua ação é exclusivamente gastrintestinal e não promove alterações na absorção de drogas usualmente utilizadas em psiquiatria como os antidepressivos, pode ser a droga de escolha em indivíduos obesos em tratamento psiquiátrico (VASQUES, 2004). Seus efeitos colaterais incluem flatulência, urgência fecal, esteatorréia e redução na absorção de vitaminas lipossolúveis. Sendo que a absorção de vitaminas lipossolúveis pode ser contornada com a ingestão de suplementos destas vitaminas, ingeridas duas horas antes ou depois do uso do medicamento (MAGILONE et al., 2005). Substâncias termogênicas que aumentam o gasto energético como a cafeína, hormônios da tireóide e a efedrina, são utilizadas com menos frequência na obesidade, pois apresentam efeitos colaterais semelhantes aos demais anorexígenos (SAMPAIO et al., 2010). Segundo Coutinho (2009), o uso de medicamentos para perda de peso é efetivo em longo prazo, mas, após um ano de tratamento, as drogas mais utilizadas atualmente (sibutramina e orlistat) geram uma perda de peso subtraída do placebo em media de 3-5 kg. A partir daí o campo do tratamento farmacológico da obesidade tem passado por uma série de novas drogas e combinações de drogas com diferentes propostas. Como por exemplo, a terapia combinada que se resume a associação de duas drogas com mecanismos de ação distintos intuito de promoverem efeito sinérgico na redução do peso corporal. Neste grupo, destaca-se a associação de bupropiona e naltrexona (FARIA et al., 2010). Segundo Anderson et al ., (2002), a bupropiona inibe a recaptação de dopamina e norepinefrina, aprovado atualmente para tratamento de depressão e como coadjuvante da cessação do tabagismo. Já a naltrexona é um antagonista de receptor opióide, aprovado inicialmente como tratamento da dependência aos opiáceos e, posteriormente, da dependência ao álcool. Estes medicamentos quando associados possuem um efeito sinérgico. Com o aumento dos níveis de dopamina e norepinefrina mediado pela bupropiona, estimulando a atividade neural da proopiomelanocortina (POMC). Os neurônios 19 produtores da POMC, localizados no núcleo arqueado do hipotálamo, ao serem estimulados, levam a clivagem de dois peptídeos principais: o hormônio estimulador do α-melanócito (α-MSH) e a β-endorfina. O aumento do α-MSH leva a ativação do MC4R e das vias de sinalização secundaria levando a um aumento do gasto energético e a diminuição do apetite. Em contrapartida, foi demonstrado que a βendorfina, um opióide endógeno, é responsável por um mecanismo de auto-inibição da via da POMC, ocorrendo um aumento da ingestão alimentar em roedores. Ao inibir os receptores opióides, a naltrexona libera os neurônios da POMC da inibição pela β-endorfina e, portanto, vai potencializar os efeitos ativadores dessa via pela bupropiona (GREENWAY et al., 2009; PADWAL et al., 2009). Devida vasta contra indicação e grande número de efeitos colaterais de medicamentos sintéticos, nota-se uma elevação na busca á tratamentos não farmacológicos, onde o publico em geral faz uso métodos alternativos para perda de peso, como produtos emagrecedores a base de ervas denominados fitoterápicos. TRATAMENTO FITOTERÁPICO DA OBESIDADE Há milhares de anos, vem utilizando sendo utilizado pelo homem os recursos da flora no tratamento de diversas patologias. Há relatos, por exemplo, do uso de plantas com finalidades terapêuticas por volta de 3.000 a.C. na obra Pen Ts’ao do chinês Shen Nung (KO, 1999; TYLER, 1996). No ano 78 d.C., o botânico grego Pedanios Dioscorides descreveu cerca de 600 plantas medicinais, além de produtos minerais e animais no tratado De Matéria Medica. Este tratado permaneceu como fonte de referência por mais de quatorze séculos (ROBBERS, SPEEDIE 1996; TYLER, 1996). As propriedades terapêuticas de determinadas plantas foram sendo descobertas e propagandeadas de geração em geração, fazendo parte da cultura popular através da observação e propagada. E hoje as plantas medicinais desempenham, portanto, papel importante na medicina moderna, por fornecer fármacos extremamente importantes, os quais dificilmente seriam obtidos via síntese química, como por exemplo, os alcalóides da Papaver somniferum e os glicosídeos cardiotônicos da Digitalis spp. Em segundo lugar, encontram-se as fontes naturais por fornecer compostos que podem ser levemente modificados, tornando-os mais eficazes ou menos tóxicos. Em terceiro lugar, os produtos naturais podem ser utilizados como protótipos para obtenção de 20 fármacos com atividades terapêuticas semelhantes a dos compostos originais (ROBBERS, SPEEDIE, TYLER, 1996). Atualmente observa-se um aumento na utilização de fitoterápicos pela população brasileira. Alguns fatores poderiam explicar o aumento do uso desses medicamentos, como avanços ocorridos na área cientifica que permitiram o desenvolvimento de fitoterápicos reconhecidamente seguros e eficazes, como também uma forte tendência de busca, pela população, por terapias menos agressivas destinadas ao atendimento primário à saúde (YUNES; PEDROSA; CECHINEL FILHO, 2001). Segundo uma pesquisa realizada pela OMS (Organização Mundial de Saúde), especialmente em países em desenvolvimento, 65 a 80% da população mundial confiam nos produtos à base de plantas medicinais no tratamento de suas doenças, ou utiliza a medicina tradicional (ou alternativa, não convencional, não ortodoxa ou medicina complementar) na atenção primaria à saúde (RAHMAN & SINGHAL, 2002). Esses produtos são utilizados para várias finalidades, sob diferentes combinações (com medicamentos alopáticos, homeopáticos, entre outros) baseadas em evidencias pessoais ou históricas, onde geralmente não é atribuído nenhum evento adverso (CALIXTO, 2000; FUNARI & FERRO, 2005). De acordo com a legislação sanitária o fitoterápico, é o medicamento obtido exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. Caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade (MINISTERIO DA SAÚDE 2004). Segundo Santos et al (2007), são muitas as plantas medicinais indicadas para o tratamento da obesidade no Brasil. De acordo com Borsato et al. (2008), atualmente tornou-se frequente o uso destas drogas vegetais seja por indicação do corpo clínico seja pela própria população, existindo diversas plantas utilizadas como alternativas terapêuticas para a redução de peso como, por exemplo, Citrus aurantium L., Cordia ecalyculata Vell., Fucus vesiculosus L., Garcinia cambogia L. N., Hibiscus sabdariffa L., Hieracium pilosella L., Passiflora incarnata L., Phaseolus vulgaris L.,(PELIZZA, 2010). Dentre os vegetais utilizados na obesidade a citrus aurantium tem grande destaque, é conhecida popularmente como laranjeira-amarga, laranjeira-azeda, laranjeira-cavalo e laranjeira de Sevilha. Seus frutos, flores, e folhas têm sido usados 21 na medicina popular para o tratamento de ansiedade, insônia e como anticonvulsivante (COSTA, 2002). O fruto seco imaturo de C. aurantium contém aproximadamente 10% de flavonóides e inúmeras feniletilaminas, que incluem metiltiramina, octopamina e psinefrina. Atualmente o interesse pelos frutos verdes de C. aurantium tem crescido devido ao seu uso em produtos emagrecedores de origem vegetal (HAAZ, et al, 2006). Porém recentemente, os riscos associados ao consumo de extratos de frutos imaturos deste vegetal têm causado preocupação devido aos seus possíveis efeitos no aumento da pressão arterial o que acarretaria em alterações no sistema cardiovascular (MATTOLI et al., 2005). CALAPAI et al .,(1999) observou uma redução no consumo de alimentos e aumento da mortalidade, nos grupos de ratos tratados com extrato de C. aurantium. Já Colker et al., (1999), utilizou o extrato de Citrus aurantium em humanos e constatou-se que a planta reduziu consideravelmente a adiposidade dos indivíduos do grupo teste em relação ao grupo que utilizava o placebo, sendo que a redução foi de em média cerca 3,1 Kg de gordura corporal (JONES, 2004). Outra planta citada como emagrecedora é a Cordia ecalyculata Vell., esta tem como nome popular “porangaba”, "chá de bugre” ou “café do mato”, é de origem sul americana, pertencente à família Boraginaceae. Pode ser encontrada em florestas tropicais da Argentina e Paraguai e em grande extensão na área brasileira. Além dos seus efeitos na inibição de apetite e redução de peso, também é utilizada na medicina popular como tônico, diurético e antiinflamatório (CRUZ, 1995; LOPES et al, 2000; MENGHINI et al., 2008). Entre seus constituintes destacam-se alcalóides como alantoína, cafeína e ácido alantonico; glicosídeos como a consolidina, taninos e pigmentos entre outros (ASSONUMA, 2009). Apesar da alta demanda comercial de produtos a base de Cordia ecalyculata pela alegada propriedade emagrecedora e supressora do apetite, estudos em animais não demonstram redução de massa corporal, ingestão alimentar ou consumo de água após administração do extrato desta (SIQUEIRA et al, 2006). Já o Fucus vesiculosus, o qual é uma alga marinha de origem do atlântico norte, que tem como característica o acumulo de iodo presente na água do mar. É constituído de mucilagens compostas por fucoidina e laminarina (ésteres polissacarídeos sulfatados) e algina (acido poli-D-manurônico). Auxilia na perda de 22 peso, agem como diuréticos além de apresentar uma leve ação laxativa (BELLETI et al., 1998). Alternativa para quem quer reduzir gorduras é a utilização da Garcinia cambogia L. a qual tem origem indiana e é considerara uma fonte natural de ácido hidroxicítrico. Atua acelerando utilização de gordura corporal e limitando a formação de ácidos graxos para a lipogênese, gerando redução de peso (SANTOS et al., 2007). A partir daí nota-se o interesse acadêmico a respeito do conhecimento de plantas medicinais tem crescido, após a constatação de que a base empírica desenvolvida ao longo dos anos pode em muitos casos ter uma comprovação científica que possibilitaria atender ao binômio segurança e eficácia exigida pelos órgãos d 1 e controle de medicamentos (MONTEIRO, 2008). UTILIZAÇÃO DE FÁRMACOS SINTÉTICOS X FITOTERÁPICOS PARA O TRATAMENTO DA OBESIDADE Segundo Silva, & Campesatto-Mella (2008), o uso de emagrecedores é uma situação preocupante, pois a maioria das pessoas estão fazendo uso abusivo de anorexígenos apenas para fins estéticos. Machado (2010) realizou estudo analisando estratégias de emagrecimento e uso de substâncias para perder peso em uma população do município de Pelótas-Rs e constatou que 26,6% dos entrevistados tentaram perder peso no último ano, porém apenas 36% destes combinaram controle dietético e exercícios físicos como estratégia utilizada, enquanto que quase a metade optou por utilizar alguma substância para tal. Foi encontrado ainda que, pertencer ao sexo feminino e perceber seu peso como excessivo são as características mais associadas ao uso de alguma substância para perder peso e que 75% destes usuários são considerados sedentários. Ceresini et al ., (2001) realizou uma avaliação do uso de medicamentos para o controle da obesidade por universitárias e constatou que a utilização de medicamentos para emagrecer foi relatada por 22,5% das estudantes. Quanto ao tipo de medicamento utilizado (8,1%) relataram utilizar anfepramona; (9,7%) femproporex e orlistat; (22,6%) produtos fitoterápicos; (35,5%) fluoxetina e 30 (48,4%) sibutramina. Ao questiona-los sobre a indicação do uso de tais 23 medicamentos, 1 (1,7%) relatou o balconista da farmácia como responsável; 3 (4,8%) o farmacêutico; 6 (9,7%) algum parente; 10 (16,1%) amigo e 47 (75,8%) o médico. Vale ressaltar que 27 (4,5%) disseram comprar tais medicamentos sem a apresentação da receita médica, tendo em 18 (66,7%) o farmacêutico como responsável por esta venda. Já Silva, & Campesatto-Mella (2008), encontraram em estudo analisando o uso de anorexígenos por acadêmicas de uma instituição de ensino superior um consumo de 12,9% de fármacos destinados ao emagrecimento entre as acadêmicas, analisando o uso de drogas psicotrópicas entre universitários, obteve um consumo de 10,98% desses fármacos entre as mulheres. Já Tavares; Béria; Lima (2001), em estudo determinando uso de drogas entre escolares do ensino fundamental e médio, apontaram um consumo de 5,5% de derivados anfetamínicos entre as mulheres. A sibutramina aparece em primeiro lugar com um dos medicamentos mais utilizados (26,26%), seguida do femproporex (22,37%;), anfepramona (4,40%;) e mazindol (3,95%;). Os (34,21%) indicados como outros são referentes a medicamentos destinados à perda de peso, como a fluoxetina, Orlistat, “preparações naturais” dentre outros e que não se enquadram na classe dos anorexígenos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABESO/SBEM. Atualização das diretrizes para o tratamento farmacológico da obesidade e do sobrepeso. Disponível em http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes2010.pdf ANDERSON JW, GREENWAY FL, FUJIOKA K, GADDE KM, MCKENNEY J,O’NEIL PM. Bupropion SR enhances weight loss: a 48-week double-blind, placebocontrolled trial. Obes Res.;10(7):633-41.b, 2002. ASSONUMA, MM. 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O tratamento com dietoterápica em conjunto com atividades físicas e psicoterapia, a fim de modificar o estilo de vida do paciente, porem em alguns casos, recomendam-se medidas farmacológicas, diante disso o estudo teve como objetivo analisar a utilização de fármacos para o controle da obesidade entre acadêmicos do curso de Farmácia de uma Faculdade Particular do Oeste do Paraná. Os dados da pesquisa foram coletados através de questionário, com uma amostragem de 60 acadêmicos, com base no estudo conclui-se uma alta porcentagem de acadêmicos que utilizam medicamentos para emagrecer sendo mais do sexo feminino, além do mais muitos adquirem tais medicamentos sem prescrição médica, praticando a automedicação, mesmo possuindo o conhecimento do prejuízo acarretado pelos anorexígenos. Nota-se que 52% praticam atividade física, enquanto 55% dos acadêmicos fazem dieta para o controle do peso, este número representa a tendência da população mundial ao culto de uma beleza estética. UNITERMOS: Peso corporal, medidas farmacológicas, saúde. * Correspondência: Andressa Tecchio, Curso de Farmácia, FAG – Faculdade Assis Gurgacz, Avenida das Torres, 500 – Loteamento FAG – 85806-096 – Cascavel – PR, Brasil. E-mail: [email protected]. 29 INTRODUÇÃO A obesidade é definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal em extensão tal, que acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos, sendo um aumento do tecido adiposo além das necessidades físicas do organismo, gerando um excesso crônico de ingestão calórica relativa ao gasto de energia (Rubin & Farber, 2002). De acordo com Cecil (2005), o excesso de peso contribui para o surgimento e complicação de várias doenças como hipertensão arterial, hipercolesterolêmica, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, neoplasias, dislipidemias de forma geral, anormalidades do sistema endócrino, complicações mecânicas como doenças articulares degenerativas, apnéia obstrutiva do sono, distúrbios gastrointestinais, disfunções na vesícula biliar, problemas pulmonares entre outros. Alem alterações comportamentais que reduzem a qualidade de vida dos indivíduos obesos. Vários fatores, principalmente a alterações dos valores nutricionais das dietas consumidas atualmente, sendo estas mais ricas em gorduras, açúcares e alimentos refinados e com teores reduzidos de fibras e carboidratos complexos associados à diminuição da prática de atividades físicas pelos indivíduos (Francischi et al., 2000). De acordo com Vasques et al., (2004) o tratamento desta patologia deve ser composto por uma abordagem multidisciplinar, através de dietoterapia em conjunto com atividades físicas e psicoterapia, a fim de modificar o estilo de vida do paciente com excesso de massa gordurosa. Além destas mudanças, em alguns casos, recomenda-se a adesão de medidas farmacológicas. O tratamento médico para a obesidade passa pela combinação de dietas de baixas calorias, modificação comportamental, e aumento da atividade física. Quando, com a modificação do estilo de vida, não consegue atingir os objetivos, recorre-se ao uso de fármacos anti-obesidade (Monteiro, 2008). Estes são indicados quando o paciente possui um IMC maior que 30kg/m 2 ou quando apresenta doenças associadas ao excesso de peso, com IMC superior a 25kg/m2 (Carneiro et al, 2008). Como forma usual de tratamento utilizam-se medicamentos denominados anorexígenos. Contudo, estes apresentam como desvantagens diversos efeitos colaterais, dependência física e psíquica, custo elevado sendo inacessível a grande parte da população (Rodrigues et al., 2010) além de que de acordo com Mancini & 30 Halpern (2002) como o tratamento para a obesidade não cura a doença há a obtenção do peso perdido com a interrupção do uso dos medicamentos, sendo necessária a associação de medidas complementares ao mesmo, como o uso de drogas vegetais. Atualmente observa-se um aumento na utilização de fitoterápicos pela população brasileira. Alguns fatores poderiam explicar o aumento do uso desses medicamentos, com avanços ocorridos na área cientifica que permitiram o desenvolvimento de fitoterápicos reconhecidamente seguros e eficazes, como também uma forte tendência de busca, pela população, por terapias menos agressivas destinadas ao atendimento primário à saúde (Yunes et al., 2001). O objetivo do presente estudo foi avaliar a utilização de fármacos para o controle da obesidade por acadêmicos de Farmácia de uma Faculdade Particular do Oeste do Paraná. MATERIAIS E MÉTODOS Iniciou – se o estudo após a aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade Assis Gurgacz. Os dados foram coletados no mês de Outubro, através de questionário contendo 11 questões objetivas e descritivas, para uma amostragem de 60 acadêmicos. Após autorização do professor realizou-se a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e a assinatura do mesmo. O questionário foi aplicado para os acadêmicos selecionados do 60 e 80 período do curso de Farmácia da mesma instituição, em sala de aula durante período normal. Os dados foram calculados por frequência relativa e representados através de gráficos e tabelas percentuais com o auxilio do Microsoft Office Excel 2007. RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante das adversidades enfrentadas pelas pessoas obesas e a dificuldade de perder peso, boa parte dessas recorrem ao uso de fármacos, como uma solução rápida e definitiva. Muitas vezes essa decisão é pessoal sem indicação medica. Porém, por trás dessa ilusória rápida perda de peso, que nem sempre acontece, 31 existem perigos ocultos. Pesquisas mostraram que somente o uso de drogas para emagrecer não é suficiente para uma perda de peso permanente, saudável e eficiente. Os resultados obtidos nas questões relacionadas ao sexo, idade, estado civil e se fazem uso ou não de medicamentos para controle da obesidade encontram-se dispostos na Tabela I. TABELA I. Resultado do questionário quanto ao sexo, idade, estado civil e uso de medicamentos para perda de peso. Idade Estado civil Sexo 17-20 21-25 Acima de 25 Casado Masculino 1,6% 13,3% 0% 0% Feminino 23,3% 56,6% 5% Total 24,9% 69,9% 5% Solteiro Faz ou já fez uso Sim Não 15% 1,6% 13,3% 10% 75% 23,3% 61,6% 10% 90% 24,9% 74,9% Como pode –se observar na Tabela I, do total dos 60 entrevistados, 51 (85%) da população amostrada eram compostas por mulheres e dessas 14 (23,3%) tinham entre 17 e 20 anos, 34 (56,6%) entre 21 e 25 anos e as demais que corresponde a 3 (5%) tinham idade igual ou superior a 25 anos, sendo que 45 (75%) destas afirmaram ser solteiras e 6 (10%) casadas. Os homens corresponderam a 9 (15%) do publico amostrado, sendo que 1 (1,6%) tinham idade entre 17 a 20 anos e 8 (13,3%) de 21 a 25 anos, não sendo entrevistados homens com idade igual ou superior a 25 anos, quanto ao estado civil todos afirmaram ser solteiros. Quanto à utilização de medicamentos para emagrecer 6,6% dos homens, que corresponde a 1 (1,6%) do público masculino amostrado, já fizeram ou fazem uso do mesmo, enquanto 93,4% dizem nunca ter utilizado, sendo que este valor corresponde 8 (13,3%). Com relação às mulheres que fazem ou já fizeram uso de medicamento para emagrecer 27,4% já utilizaram algum tipo de fármacos para este fim enquanto que 72,6% dizem nunca ter usado. Na Tabela I esses valores estão expressos levando em consideração que apenas 14 (23,3%) dos 85% que corresponde à porcentagem de mulheres da amostra fazem ou já fizeram uso de medicamentos, enquanto 37 (61,6%) nunca utilizaram medicamentos para este fim. 32 Segundo Guimarães et al., (2004) em estudo realizado em Assis (SP), no qual o uso de anfetamínicos por estudantes de escolas públicas e particulares foi maior no sexo feminino (3,5%) que no masculino (1,8%). Pesquisa realizada por Fonseca et al., (2006) onde foram aplicados questionários em 100 estudantes do sexo feminino, com idade entre 17 e 46 anos, encontraram um resultado mais alarmante sendo que das entrevistadas, 30% afirmaram que já tomaram ou tomam medicamentos para emagrecer. Outras pesquisas realizadas por Gerlack & Morrone (2006) apresentaram que a maior incidência de utilização de fármacos de acordo com a idade das pacientes encontra-se na faixa etária entre 37 e 49 anos de idade, constituindo um total de (55%). Uma faixa etária maior encontra-se entre cinco pacientes (25%), as quais possuem de 54 até 78 anos de idade, por outro lado quatro pacientes (20%) concentram- se entre 20 e 27 anos de idade. Pesquisas realizadas por Toledo et al., (2010) referente á utilização de medicamentos para perda de peso entre universitários, demonstraram que dos 487 alunos entrevistados, 9% utilizaram medicamentos para emagrecer onde os alunos com idade entre 21 e 30 anos representaram a maior parte da amostra. Já Silva & Campesatto-mella (2008), realizaram uma avaliação do uso de anorexígenos por acadêmicas de uma instituição de ensino superior e constataram um consumo de 12,9% de fármacos destinados ao emagrecimento entre as acadêmicas, sendo 8,5% classificados como anorexígenos. Dentre as 15 (25%) das pessoas entrevistadas que afirmaram fazer uso de fármacos para perda de peso, 80% dizem utilizar às vezes e 20% utilizam frequentemente. O Brasil é o país em que há o maior consumo de medicamentos para emagrecer, segundo a Comissão Internacional de Controle de Narcóticos (CICN), que alerta os governantes do país para uma medida eficaz na restrição da venda desse tipo de medicamento. De acordo com o relatório de 2007, no Brasil o consumo de moderadores de apetite é de 12,5 pessoas a cada mil habitantes, quase o triplo do consumido nos Estados Unidos, que é de 4,5 pessoas por mil habitantes (Toledo et al, 2010). 33 Os resultados referentes ao tipo de medicamento que os acadêmicos utilizam ou já utilizaram encontram-se na Tabela II. TABELA II. Medicamentos citados pelos acadêmicos. Medicamentos Número de Acadêmicos Porcentagem Sibutramina 12 80% Femproporex 3 20% Orlistat 2 13% Fluoxetina 2 13% Óleo de coco 2 13% Óleo de cartamo 2 13% Quanto ao tipo de medicamentos que os acadêmicos utilizam ou utilizaram 12 (80%) sibutramina; 3 (20%) femproporex; 2 (13%) orlistat; 2 (13%) fluoxetina; 2 (13%) óleo de coco; 2 (13%) óleo de cartamo. Ressaltando que alguns dos acadêmicos entrevistados relataram utilizar mais de um tipo de medicamento. Vale lembrar que o femproporex está com venda proibida em todo território nacional de acordo com a resolução - RDC Nº 52, DE 6 DE OUTUBRO DE 2011. De acordo com essa mesma resolução, exigem medidas de controle da prescrição e dispensação de medicamentos que contenham a substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários e dá outras providências. Ceresini et al., (2001) realizou uma avaliação quanto ao uso de medicamentos para controle de obesidade por universitárias e chegou à conclusão que 5 (8,1%) relataram que utilizavam anfepramona; 6 (9,7%) femproporex e orlistat; 14 (22,6%) produtos fitoterápicos; 22 (35,5%) fluoxetina e 30 (48,4%) sibutramina, estando de acordo com outros estudos que apontam estes dois primeiros fármacos como os mais utilizado no tratamento da obesidade Guimarães et al., 2004; Pizzol et al., 2006. Nesse estudo constatou-se que 60% compraram tais medicamentos com a apresentação da receita médica, enquanto 40% sem apresentação da mesma. Esses resultados confrontam aos encontrados por Ceresini et al ., (2001) onde após a conclusão das entrevistas 27 (4,5%) disseram comprar tais medicamentos sem apresentação da receita médica. 34 A preocupação com o controle das prescrições e com a venda sem receita médica se dá porque os medicamentos anorexígenos, assim como muitos psicotrópicos,apresentam uma gama de efeitos colaterais. Dentre os principais efeitos secundários estão os decorrentes do estímulo do sistema nervoso central como insônia, irritabilidade, agitação psicomotora, sudorese e do sistema nervoso simpático, que se caracteriza pelo aumento da pressão arterial, desencadeando taquicardia (Halpern; Mancini, 2000). Na pesquisa de Toledo et al., (2010), os medicamentos mais utilizados para emagrecer foram a quitosana, seguida da alcachofra, chá verde, femproporex e sibutramina. Silva & Campesatto-Mella (2008), obtiveram como resultado de sua pesquisa que os medicamentos mais utilizados, são a sibutramina a qual aparece em primeiro lugar (26,26%; n= 20) seguida do femproporex (22,37%; n= 17), anfepramona (4,40%; n= 4) e mazindol (3,95%; n= 3). Os resultados referentes ás reações adversas estão dispostos na Tabela III. TABELA III. Efeitos adversos mais frequentes. Efeito Adverso Número de Acadêmicos Porcentagem Boca seca 6 40% Insônia 4 26,6% Agitação 2 13,3% Tontura 2 13, 3% Aumento pressão 1 1% Arritmia 1 1% Enxaqueca 1 1% Problemas TGI 1 1% Como pode se observar na Tabela III, os efeitos adversos mais relatados pelos acadêmicos entrevistados foram boca seca representando um total de 6 (40%); insônia 4 (26,6%) e agitação 2 (13,3%). Toledo et al., (2010), encontrou em suas pesquisas como os efeitos adversos mais frequentes devido ao uso de medicamentos para emagrecer 21,6% boca seca; dor de cabeça, irritabilidade e taquicardia ambos com 15,7% e insônia 13,7%. 35 Tratando-se separadamente os fármacos anorexígenos, tem-se que o femproporex causa como efeitos secundários, como glaucoma, hipertensão pulmonar, vômitos, náuseas, ansiedade, cefaléia, enjoo, taquicardia, insônia, excitação, xerostomia e constipação (Behar, 2002). Em relação à sibutramina, os principais efeitos secundários relatados foram boca seca, insônia, constipação, náusea, taquicardia, palpitação, hipertensão, vasodilatação, dor de cabeça, ansiedade e distúrbio do paladar (Halpern; Mancini, 2000). Na questão que se tratava de histórico familiar com obesidade 26 (43%) responderam que possuem histórico de obesidade familiar e 34 (57%) não, assim por definição a obesidade é o resultado de varias condições que em conjunto promovem esta doença, estes incluem fatores genéticos, físicos, sociais e comportamentais, porem este fato não explica uma condição da mesma forma que parece ser um fator fundamental na determinação da susceptibilidade individual para a obesidade. Os resultados com relação ao tópico hábito de fazer exercícios físicos com o objetivo de ter uma vida saudável estão dispostos no Gráfico I. Hábito de exercícios físicos Sim Não 48% 52% ` GRÁFICO I. Hábito de praticar exercícios físicos. Dentre o total de acadêmicos entrevistados 31 (52%) praticam exercícios, enquanto 29 (48%) não tem hábito de praticar exercícios. Enquanto no Gráfico II 36 estão expressos os resultados quanto ao costume de fazer dieta alimentar regularmente. Faz dieta regularmente Sim Não 45% 55% GRÁFICO II. Habito de fazer dieta regularmente. Quando questionados sobre o costume de realizar dietas para o controle do peso 27 (45%) não faz qualquer tipo de dieta, já 33 (55%) dos acadêmicos entrevistados tem costume fazer dietas para o controle do peso, este número representa a tendência da população mundial ao culto de uma beleza estética que muitas vezes não se aplica a todos, isto pode gerar impactos negativos a saúde das pessoas devido ao consumo indiscriminado de fármacos que podem alterar e prejudicar a saúde da pessoa. Estudo em Porto Alegre, 80% dos entrevistados utilizaram a dieta e/ou a prática de atividades físicas associadas ao tratamento farmacológico, sendo que, 40% associavam dieta mais exercícios físicos, 25% somente a dieta alimentar e 15% apenas praticavam exercícios físicos (Pizzol et al., 2006). Contrariando os resultados referidos, no presente estudo 47,73% fizeram apenas dieta alimentar, 27,27% associou dieta alimentar e exercício físico e 15,5% realizavam somente o exercício físico. Considerando esses resultados, verifica-se que a maior parte dos entrevistados não estava realmente consciente sobre as medidas mais apropriadas para perder peso. A combinação exercícios físicos e 37 restrição calórica é um dos principais focos no tratamento da obesidade (Halpern; Mancini, 2000). CONCLUSÃO A administração de qualquer tipo de medicamentos deve ser realizada com cautela, pois cada medicamento específico depende de sua composição farmacológica e apresenta diversos efeitos colaterais. Por esta razão devem ser utilizados apenas em situações especiais de acordo com o julgamento criterioso do médico assistente. Estudos de Fármacos para a obesidade mostram que a maioria deles pode causar alterações significativas no metabolismo, pois podem levar a dependência física e química. Através do estudo realizado, pode-se observar que a porcentagem de acadêmicos que utilizam ou utilizaram medicamentos com o objetivo de emagrecer é alta, principalmente entre voluntários do sexo feminino sendo a maior população do curso de Farmácia. Pode-se destacar que, mesmo que os indivíduos possuam conhecimento sobre os riscos e agravos provocados pelo uso indiscriminado desses medicamentos, muitos adquirem os mesmos sem a devida orientação médica. Além disso, verificou-se que 55% dos entrevistados costumam manter uma dieta regular, enquanto 52% realizam algum tipo de atividade física. Diante disto, conclui-se que é de extrema importância o acompanhamento médico e a conscientização sobre a automedicação. Abstract Obesity is defined as an excessive accumulation of body fat in extent, which causes damage the health of individuals. Characterized by an increase of adipose tissue, generating a chronic excess of caloric intake relative to energy expenditure, contributing to the emergence and complications of various diseases. The treatment with diet therapy in conjunction with physical activities and psychotherapy in order to modify the lifestyle of the patient, however in some cases, are recommended pharmacological measures, given that the study aimed to examine the use of drugs to control obesity among academics of course of Pharmacy of a private Faculty of Western Paraná. The research data were collected through a questionnaire with a sample of 60 academics, based on the study concludes a high percentage of 38 academics who use medications to lose weight were more female, besides many acquire such drugs without medical prescription practicing self-medication, even having knowledge of the damage brought about by anorectics. Note that practice physical activity 52%, while 55% of academics diet for weight control, this number represents the tendency of the world population to the cult of an aesthetic beauty. Keywords: body weight; pharmacological measures; health. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELI, C. B. Susceptibilidade genética e outros fatores de risco associados ao sobrepeso e à obesidade em populações afro-descendentes do Vale do Ribeira – SP. Tese (Doutorado em Ciências na área de Biologia/Genética) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. ANVISA. Resolução - rdc nº 52, de 6 de outubro de 2011 .Dispõe sobre a proibição do uso das substâncias anfepramona, femproporex e mazindol, seus sais e isômeros, bem como intermediários e medidas de controle da prescrição e dispensação de medicamentos que contenham a substância sibutramina, seus sais e isômeros, bem como intermediários e dá outras providências. CARNEIRO, G.; et al. 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Química Nova, vol. 24, n. 1, p. 147-152, 2001. 40 NORMAS DA REVISTA CIENTÍFICA A REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences tem por finalidade publicar os seguintes tipos de publicação: Artigos originais relacionados com as áreas de conhecimento das Ciências Farmacêuticas, Trabalhos de atualização ou de revisão, que serão incluídos quando solicitados a especialistas pela Comissão de Publicações ou quando submetidos em forma de Abstract para avaliação quanto ao interesse. Ressalta-se a necessidade de se incluir visão crítica dos autores, inserindo os seus trabalhos no tema e avaliando em relação ao estado de arte no País. Notas Prévias relativas a novas metodologias e resultados parciais, cuja originalidade justifique a publicação rápida. Nesse caso, o limite é de 2.000 palavras, excluindose tabelas, figuras e referências. Pode-se incluir, no máximo, uma figura, tabela e 10 referências. Resenhas elaboradas por especialistas segundo sugestão da Comissão de Publicações. Suplementos temáticos e aqueles relativos a eventos científicos podem ser publicados mediante aprovação prévia da Comissão de Publicações. Os trabalhos elaborados por especialistas nacionais e estrangeiros podem ser apresentados em língua portuguesa, inglesa ou espanhola. Devem ser originais e inéditos e destinar-se exclusivamente à REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS/ Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences. Escopo e política Os manuscritos submetidos à Revista, que atenderem as "Instruções aos autores", são encaminhados ao Editor Científico, que indicará dois revisores especialistas no tema abordado (veja Relação dos Consultores - 2003 e gráfico 10). Após a revisão, cujo caráter anônimo é mantido durante todo o processo, os manuscritos são enviados à Comissão de Publicação, que decidirá sobre a publicação. Manuscritos recusados, passíveis de reformulação, poderão ser re-submetidos após reestruturação, como novo trabalho, iniciando outro processo de avaliação. Manuscritos condicionados à reestruturação serão reavaliados pelos revisores. Manuscritos enviados aos autores para revisão devem retornar à Editoria dentro de, no máximo, dois meses, caso contrário terão o processo encerrado. Forma e preparação de manuscritos Instruções para apresentação dos trabalhos 1. Estrutura dos originais 1.1.Cabeçalho: constituído por: 41 - Título do trabalho: deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho. - Autor(es) por extenso, indicando a(s) instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(m) mediante números. O autor para correspondência deve ser identificado com asterisco, fornecendo o endereço completo, incluindo o eletrônico. Estas informações devem constar em notas de rodapé. 1.2 Resumo (em português): deve apresentar a condensação do conteúdo, expondo metodologia, resultados e conclusões, não excedendo 200 palavras. Os membros da Comissão poderão auxiliar autores que não são fluentes em português. 1.3 Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os de natureza genérica e observando o limite máximo de 6(seis) unitermos. 1.4 Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com outros trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões de literatura devem ser substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, onde tais revisões tenham sido apresentadas. 1.5 Material e Métodos: a descrição dos métodos usados deve ser breve, porém suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho. Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente modificados, devem ser apenas referidos por citação. Estudos em humanos devem fazer referência à aprovação do Comitê de Ética correspondente. 1.6 Resultados e Discussão: deverão ser acompanhados de tabelas e material ilustrativo adequado, devendo se restringir ao significado dos dados obtidos e resultados alcançados. É facultativa a apresentação desses itens em separado. 1.7 Conclusões: Quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto. 1.8 Resumo em inglês (ABSTRACT): deve acompanhar o conteúdo do resumo em português. 1.9 Unitermos em inglês: devem acompanhar os unitermos em português. 1.10 Agradecimentos: devem constar de parágrafos, à parte, antecedendo as referências bibliográficas. 1.11 Referências: devem ser organizadas de acordo com as normas da ABNT NBR-6023, ordenadas alfabeticamente no fim do artigo incluindo os nomes de todos os autores. 42 A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores. 2. Apresentação dos originais Os trabalhos devem ser apresentados em lauda padrão (de 30 a 36 linhas com espaço duplo). Utilizar Programa Word for Windows. Os autores devem encaminhar o trabalho acompanhado de carta assinada pelo autor de correspondência, que se responsabilizará pela transferência dos direitos à RBCF. 3. Infomações adicionais 3.1 Citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser apresentadas no texto pelo(s) nome(s) do(s) autor(es), com apenas a inicial em maiúsculo e seguida do ano de publicação. No caso de haver mais de três autores, citar o primeiro e acrescentar a expressão et al. (em itálico) 3.2 Ilustrações: As ilustrações (gráficos, tabelas, fórmulas químicas, equações, mapas, figuras, fotografias, etc) devem ser incluídas no texto, o mais próximo possível das respectivas citações. Mapas, figuras e fotografias devem ser, também, apresentados em arquivos separados e reproduzidas em alta resolução(800 dpi/bitmap para traços) com extensão tif. e/ou bmp. No caso de não ser possível a entrega do arquivo eletrônico das figuras, os originais devem ser enviados em papel vegetal ou impressora a laser. Ilustrações coloridas somente serão publicadas mediante pagamento pelos autores. As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em algarismos romanos e as figuras em algarismos arábicos, seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA devem aparecer em maiúsculas na apresentação no texto e na citação com apenas a inicial em maiúsculo. 3.3 Nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais e substâncias químicas devem estar de acordo com as regras internacionais de nomenclatura. A grafia dos nomes de fármacos deve seguir, no caso de artigos nacionais, as Denominações Comuns Brasileiras (DCB) em vigor, podendo ser mencionados uma vez (entre parênteses, com inicial maiúscula) os registrados. Envio de manuscritos Os trabalhos devem ser remetidos por correio eletrônico, anexando à mensagem os arquivos correspondentes. 43 E-mail: [email protected] Secretaria de edição: Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas/Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences Divisão de Biblioteca e Documentação do Conjunto das Químicas/USP Av. Prof. Lineu Prestes, 950 Caixa Postal 66083 05315-970 - São Paulo - SP - Brasil Contato telefônico: Fone: (011) 3091.3804 FAX: (011) 3097.8627