Mudanças Climáticas e
Compromissos da Empresa
Socialmente Responsável
Conferência Internacional
Ethos 2006
19 a 22 de Junho de 2006
Mudanças Climáticas
Causas e Conseqüências
As mudanças climáticas podem ser
caracterizadas pelo aquecimento
global que se verifica na Terra, e
ocorre devido ao aumento
indiscriminado das emissões de gases
causadores de Efeito Estufa.
Efeito Estufa
Fenômeno natural gerado por gases causadores
de efeito estufa -GEE-, os quais absorvem luz
infravermelha térmica que deveria ser
direcionada ao espaço, aquecendo a atmosfera e
garantindo a vida no planeta.
O Efeito Estufa Intensificado, contudo,
causado pelo aumento das concentrações de
GEE altera as condições de temperatura
naturais, sendo prejudicial a fauna e a flora
terrestre.
Gases Efeito Estufa
Contribuição relativa de
gases provenientes de
atividades antrópicas ao
efeito estufa
•Dióxido de Carbono CO2
•Metano CH4
•Clorofluorcarbonos (CFCs artificial)
•Óxido Nitroso NOx
•Ozônio (O3)
Concentração de CO2 na atmosfera
Principais Causas do Efeito Estufa
• Queima de carvão, petróleo e gás natural pela
indústria e sistemas de transporte, que causam
grande emissão de gás carbônico
• Destruição das florestas e diferentes tipos de
vegetação e mudanças no padrão de uso do solo
• Criação de gado e o cultivo de arroz, atividades
que emitem metano, óxido nitroso e outros
gases de efeito estufa.
Aumento da Temperatura
Atmosférica – 1960 a 2060
Graus Celsius
Fonte: www.nasa.gov
Mortes estimadas devido ao
Aquecimento Global em 2000
Mortalidade por Milhões
de Pessoas
0–2
2–4
4 – 70
70 – 120
FONTE: University of Wisconsin - Madison
Evidências das Mudanças
Climáticas Globais
• Principal instituição no mundo sobre o
tema: IPCC (Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas)
– Estabelecido em 1988 pelo PNUMA e OMM
– Integrado por mais de 2000 cientistas do
mundo todo
– Instância de subsídio científico para as
negociações internacionais
Evidências das Mudanças
Climáticas Globais
• Segundo o IPCC:
– As temperaturas mundiais elevaram-se em torno de
0,6oC no curso do século XX;
– Cobertura de neve diminuiu cerca de 10% depois do
final da década de 1960 nas médias e altas latitudes
do Hemisfério Norte;
• Exemplos de incidentes climáticos graves possivelmente
relacionados às mudanças climáticas globais: Katrina e
Rita nos EUA, Catarina em Santa Catarina, as enchentes
em São Paulo em maio de 2005.
• Seca na Amazônia?
Fonte: IPCC
Evidências das Mudanças Climáticas
Globais
• Aumento do nível do mar:
–
–
–
–
Elevação média do nível do mar de 9 à 88 cm até o ano 2100
Inundação de zonas costeiras e ilhas;
Agravamento das erosões costeiras;
A água salgada poderá invadir as reservas costeiras de água
doce;
– Ecossistemas costeiros e oceânicos serão ameaçados;
• Recursos Hídricos
– A modificação dos padrões de precipitação afetam os
suprimentos de água;
– Evaporações serão mais abundantes;
– Enchentes
• Saúde
– As doenças propagadas por vetores associados à alteração de
temperatura, como dengue e malária, por exemplo, poderão ter
sua incidência potencializada.
Fonte: IPCC
Evidências das Mudanças
Climáticas Globais
Agricultura
- Maiores temperaturas influenciarão os padrões de
produção;
- A umidade dos solos será afetada pela mudança do
regime de chuvas;
- A produtividade das pradarias e pastagens será
altamente afetada.
Biodiversidade
-Diversidade biológica altamente ameaçada pela
mudança do clima – extinção de diversas espécies;
- Desertos e ecossistemas áridos tendem a apresentar
condições mais extremas;
- Regiões montanhosas serão submetidas a um
considerável stress devido às atividades humanas.
Fonte: IPCC
• Se hoje existe um consenso entre cientistas
de que mudanças climáticas globais estão
em curso e têm como origem a influência
das atividades humanas no ambiente, ainda
há um longo caminho a se percorrer no que
diz respeito à mitigação das causas desse
fenômeno. As negociações internacionais
abriram caminhos para lidar com esse
problema, ao estabelecerem diretrizes para
redução de emissões dos gases do efeito
estufa (GEEs).
Protocolo de Kyoto
• Adotado em 1997 na cidade de Kyoto, e em
vigor desde fevereiro de 2005, o Protocolo
estabelece que os países industrializados se
comprometam a reduzir no período de 2008
a 2012 as emissões dos GEEs em 5,2%,
com relação ao que era emitido em 1990.
Para isso, o acordo prevê uma série de
iniciativas, entre elas, os chamados
mecanismos de flexibilização – Comércio de
Emissões, Implementação Conjunta e
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL).
Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL)
• É um mecanismo financeiro que possibilita aos
países desenvolvidos, para que cumpram seus
compromissos quantificados de limitação e redução
de emissões de Gases de Efeito Estufa assumidos
na Convenção sobre Mudança do Clima, financiarem
projetos de redução e/ou seqüestro de emissões nos
países em desenvolvimento.
Países que não conseguirem reduções domésticas
poderão adquirir “títulos” (CER) para atender suas
metas.
CER – Certificado de Redução de Emissões
Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL)
CERs são baseados em projetos, como:
• Substituição de fonte de energia: diesel
– para eólica
– para solar
• Seqüestro de carbono por atividades florestais
• Captura de “metano” de aterro sanitários
Mercado crescente :
• transferência de recursos internacionais para
projetos de energia limpa
Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL)
Mercados Principais:
• China, Índia, Brasil
Vantagens da China e Índia sobre o
Brasil:
• Matriz energética brasileira é
fundamentalmente renovável
Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo (MDL)
O MDL é capaz de transferir dos
países desenvolvidos para os
países em desenvolvimento mais
fundos que os projetos de
cooperação técnica.
Desafios para o Futuro
Haverá Protocolo depois de 2012?
Quais serão as metas no segundo
período de compromissos (pós 2012)?
Brasil, China e Índia terão que assumir
compromissos?
Desafios para o Futuro
Brasil, China e Índia negociarão em
bloco o segundo período de
compromissos?
EUA farão parte desta nova fase? Terão
que assumir compromissos?
Maiores Emissores
FONTE: Pew Center – Climate Data: Insights and Observations
Emissões Acumuladas
FONTE: Pew Center – Climate Data:
Insights and Observations
Projeção das Emissões
• As projeções das emissões são
extremamente incertas principalmente para
os países em desenvolvimento
• As emissões globais de gases efeito estufa
estão projetadas para crescer 39% a 89%
até 2025 e 63% a 235% até 2050.
• Até 2025 a parcela de emissões dos países
em desenvolvimento é projetada para ser
aproximadamente 55% do total (comparada
a 48% em 2000)
Projeção das Emissões
FONTE: Pew Center – Climate Data: Insights and Observations
As emissões tendem a aumentar
exponencialmente.
A comunidade internacional tem cada
vez mais se preocupado com a
questão.
MOMENTO DO SETOR EMPRESARIAL
SE ENGAJAR NA CAUSA.
Compromisso do Setor
Empresarial
Embora o Brasil não tenha
compromissos de redução de
emissão de gases efeito estufa, é
NECESSÁRIO que o setor
empresarial assuma seu
importante papel na sociedade e
REDUZA SUAS EMISSÕES.
O setor empresarial tem papel
fundamental na disseminação de
práticas que visem o
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento Sustentável
Social
“Satisfazer as necessidades do presente
sem comprometer a capacidade de as
futuras gerações satisfazerem suas
próprias necessidades”
Comissão Brundtland, 1987
Ambiental
Econômico
Com a agenda do desenvolvimento
sustentável crescendo e a elaboração de
mais relatórios sociais e ambientais, as
análises socioambientais foram integradas
nas avaliações mais amplas de governança
corporativa
Em termos financeiros isso significa que
empresas com forte atuação socioambiental
têm melhor performance econômica, ou no
mínimo são mais estáveis. Têm também
menores riscos operacionais ou perdas no
valor da marca.
FONTE: Governance and risk, 2004
Relatórios de Sustentabilidade
• Conceito: Instrumento que visa dar
maior transparência às atividades
empresariais, ampliando o diálogo de
uma organização com a sociedade, a
fim de prestar contas dos impactos
de sua atuação nas áreas social e
ambiental.
Modelos: GRI
Relatórios de Sustentabilidade
Processo, para publicamente, divulgar o
DESEMPENHO Econômico,
Ambiental e
Social das Organizações.
Desempenho Organizacional Total
Triple-bottom-line ou resultado triplo
Fonte: Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade 2002
O GRI
Iniciativa Conjunta:
ONG - Coalition for
Environmentally
Responsible Economies - CERES
E
Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente - PNUMA
- Principal Proposta –
DESENVOLVER e DISSEMINAR globalmente
“DIRETRIZES” para a elaboração de
relatórios de sustentabilidade
(Sustainability Reporting Guidelines)
Global Reporting Initiative (GRI)
Processo internacional com a participação
de diversos Stakeholders
- Finalidade Uso voluntário por organizações que queiram
relatar as dimensões Econômicas, Sociais e
Ambientais de suas atividades, produtos e
serviços.
 Indicadores de Desempenho Ambiental
A dimensão ambiental da sustentabilidade diz respeito aos
impactos de uma organização sobre sistemas naturais
vivos ou não, incluindo ecossistemas, terra, ar e água.
Com respeito às medidas ambientais no relatório, as
organizações são estimuladas a relacionar o seu
desempenho individual aos sistemas ecológicos mais
amplos dentro dos quais elas operam.
Ex: as organizações devem procurar relatar a sua
produção de poluição em termos de habilidade de seu
meio-ambiente (local, regional ou global) de absorver os
poluentes.
QUESTÕES CENTRAIS
-
Materiais;
Energia / consumo de Energia;
Água / Consumo de Água;
Biodiversidade;
Emissões, Efluentes e Resíduos;
Transporte
Indicadores relacionados as emissões da
empresa
 Iniciativas para o uso de fontes de energia renováveis
e para o aumento da eficiência de energia.
 Emissões de Gases de Efeito Estufa.
(CO2, CH4, N2O, HFCs, PFCs, SF 6) Relatar os
subtotais separados para cada gás em toneladas e
em toneladas de CO2 equivalentes para o seguinte:
· emissões diretas de fontes pertencentes ou
controladas pela entidade relatora
· emissões indiretas de aquecimento ou vapor
elétricos importados
Aconselha-se o Uso Protocolo de Gases de Efeito
Estufa da WRI
 Uso e emissões de substâncias destruidoras de ozônio.
Relatar cada número separadamente de acordo com os
anexos A, B, C, D e E do Protocolo de Montreal em
toneladas de equivalentes CFC-11 (potencial inibidor de
ozônio).
 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas
pelo tipo.
Incluir emissões de substâncias reguladas por:
- Controle e leis locais
- Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos
Persistentes (Anexos A, B e C).
- Convenção de Roterdã sobre Consentimento de
conhecimento Prévio Informativo (CPI)
- Protocolos de Helsinki, Sofia e Genebra para a
Convenção sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça a
Longa Distância
Outras emissões indiretas relevantes de gases
de efeito estufa.
(Co2,Ch4, N2O, HFCs, PFCs, SF6). Este item
se refere a emissões resultantes das
atividades da entidade relatora, mas que se
originam de fontes pertencentes ou
controladas por outra entidade. Relatar em
toneladas de gás ou toneladas de equivalente
de CO2. Aconselha- se o uso do Protocolo de
Gases de Efeito Estufa da WRI.
Vantagens no Mercado Financeiro
Bolsas de valores criam índices de
sustentabilidade corporativa, que levam
em consideração aspectos sociais e
ambientais além dos econômicos na
valoração das empresas.
Dow Jones Sustainability Index
FTSE4good
ISE – Índice de Sustentabilidade
Empresarial da Bovespa
Vantagens no Mercado Financeiro
Índices de Sustentabilidade
Indicam uma maior valorização das
empresas que internalizam problemas
sociais e ambientais, buscando a
sustentabilidade, em relação a outras
que não trabalham com tais
responsabilidades.
ISE - Bovespa
As empresas de capital aberto preenchem
(voluntariamente) a um questionário sobre
seu desempenho SOCIAL, AMBIENTAL E
ECONÔMICO –Triple Bottom Line
As dimensões ambiental, social e econômicofinanceira foram divididas em quatro conjuntos
de critérios:
a) políticas (indicadores de comprometimento);
b) gestão (indicadores de programas, metas e
monitoramento);
c) desempenho; e
d) cumprimento legal.
ISE - Bovespa
Dimensão Ambiental
Empresas
“Alto Impacto”
“Impacto Moderado”
Critérios avaliados no questionário: consumo
de materiais, energia e água;
biodiversidade; emissões e cumprimento
da legislação ambiental
Empresas importantes de rating, como a
Standart & Poor’s estão adotando
critérios de desenvolvimento sustentável
em suas análises.
Nessas análises a questão das MUDANÇAS
CLIMÁTICAS é considerada uma das mais
importantes.
TENDÊNCIA MUNDIAL
Em âmbito nacional é necessário que
se estabeleça uma POLÍTICA
NACIONAL DE MUDANÇAS
CLIMÁTICAS
Iniciativa já apresentada pelo Fórum
Brasileiro de Mudanças Climáticas,
atualmente em tramitação como
Projeto de Lei.
Comunicação Nacional
• A Comunicação Nacional, como
compromisso de todos os países signatários
da Convenção Quadro sobre Mudança do
Clima, é o documento oficial que estabelece
a linha de base para futuros compromissos.
• Embora o Brasil não tenha compromissos
de redução ou de limitação de suas
emissões antrópicas de gases de efeito
estufa, em um segundo período de
compromissos provavelmente terá que
realizar reduções.
Comunicação Nacional
• Um dos objetivos: desenvolver e atualizar
periodicamente, inventários nacionais das
emissões antrópicas por fontes e remoções
de sumidouros dos gases de efeito estufa.
• Inventário Brasileiro: inventário de gases de
efeito estufa referentes ao período de 1990
à 1994 resultado da elaboração de 15
relatórios setoriais relativos à área
energética, industrial, florestal,
agropecuário, de tratamento de resíduos
além de informações adicionais de
instituições de excelência no país.
Comunicação Nacional
Inventário Brasileiro
75% das emissões brasileiras são
resultantes do DESMATAMENTO DA
AMAZÔNIA
Além disso deve-se estabelecer um
REGISTRO PÚBLICO DE EMISSÕES
Importância: Em um segundo
período de compromissos, torna-se
fundamental que haja um registro
público de emissões que comprove
eventuais reduções já realizadas,
com a finalidade de não punir as
empresas responsáveis.
Em suma, as empresas têm de
ser cada vez mais
responsáveis – social e
ambientalmente – para que
garantam sua sustentabilidade
no mercado contemporâneo.
Obrigado!
Fabio Feldmann
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PPT: Painel Temático 1