INSTITUTO DE PERINATOLOGIA DA BAHIA - IPERBA
PROTOCOLO - OBS - 003
DATA: 20/07/2004 PÁG:1 / 2
TÍTULO: INCOMPETÊNCIA ISTMO-CERVICAL
1. CONCEITO
Modificações do colo uterino na ausência de contrações uterinas provocando falência no
sistema oclusivo do útero grávido.
2. INCIDÊNCIA
0,5 a 1% de todas as gestações.
3. DIAGNÓSTICO
Identificação de fatores de risco como antecedentes obstétricos de manobras traumáticas
de dilatação cervical, abortamento no 2º trimestre e partos repetidos com idades
gestacionais cada vez mais precoces, partos vaginais instrumentados, cirurgia cervical
prévia dentre outros.
Exame pélvico: avaliação do colo uterino através do exame especular e toque vaginal.
Ultra-sonografia transvaginal: avaliando o comprimento do colo (menor que 2 cm) e
afunilamento (apagamento do orifício interno).
Na não grávida: Passagem fácil pelo orifício interno da vela de Hegar número 8,
histeroscopia revelando dilatação do colo > 1 cm, na fase lútea.
4. TRATAMENTO - CERCLAGEM DO COLO UTERINO
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Técnica: Mac Donald, com utilização de fita umbilical.
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Idade gestacional ideal: entre a 12ª e 16ª semanas de gestação, podendo em alguns
casos ser realizada até a 20ª semana.
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Condições para realização: dilatação cervical inferior a 4 cm, apagamento cervical inferior
a 60%, bolsa íntegra e não protrusa.
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Contra-indicações: Bolsa rota, corioamnionite, colo muito esvaecido, hemorragia uterina,
anomalias fetais graves, atividade contrátil uterina.
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Época da retirada da fita: com 38 semanas de gestação, retirar a fita ambulatorialmente
(sem necessidade de anestesia) e aguardar trabalho de parto; se cesárea eletiva, proceder
a retirada da fita, logo após o procedimento anestésico com a paciente em posição
ginecológica. Se cesárea de urgência, retirar a fita após o procedimento cirúrgico.
5. RECOMENDAÇÕES
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Restrição relativa a esforços físicos;
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Cerclagem de urgência: especial atenção; pode ser realizada até a 28ª semana na
ausência de contra-indicações;
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Evitar processo isquêmico do colo uterino, procurando não exercer pressão excessiva
sobre a fita umbilical;
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Sempre tratar a colpite, se presente;
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Não existem vantagens na utilização de profilaxia antibiótica e da tocólise profilática;
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A fita deve ser retirada em qualquer época caso: presença de trabalho de parto franco,
rotura prematura de membranas e óbito fetal;
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Avaliar cuidadosamente o colo na 37ª semana, caso colo muito apagado, dilatado ou com
a fita provocando lacerações, retirá-lo.
6. DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA
6.1. Final results of the Cervical Incompetence Prevention Randomized Cerclage Trial
(CIPRACT): Therapeutic cerclage with bed rest versus bed rest alone Sietske M.
Althuisius, MD,a Gustaaf A. Dekker, PhD,b Pieter Hummel, PhD,c Dick J. Bekedam,
PhD,d and Herman P. van Geijn, PhDa Amsterdam and Alkmaar, The Netherlands, and
Adelaide, Australia Volume 185, Number 5 Althuisius et al 1107 Am J Obstet Gynecol
6.2. Manual de Assistência ao Parto e Tocurgia – 2002 – FEBRASGO
6.3. Gestação de Alto-Risco / Secretaria de Políticas, Área Técnica da Saúde da Mulher –
Brasília Ministério da Saúde, 2000
7. ANEXOS
Não se aplica
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Elaborado por
Dr. Omar Ismail Darze CRM 7417
Coordenação de Ensino e Pesquisa
Editado por
Aprovado por
Data
20/07/2004
Luciana Branco
CRA-BA N. º 6593
Dra. Dolores F. Fernandez
Coordenação Médica