XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção
Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002
AGREGAÇÃO DE VALOR: CASO DA CADEIA DE CARNE
BOVINA
Ronaldo Perez
Universidade Federal de Viçosa – Departamento de Tecnologia de Alimentos
Campus da UFV CEP 36571-000, Viçosa- MG BR; [email protected]
José Antonio D. Rios
Universidade Estadual de Campinas – Departamento de Engenharia de Alimentos/FEA
Cidade Universitária "Zeferino Vaz" Barão Geraldo - Campinas – SP, Cx.Postal 6121, CEP:13081-970
Márcia L. Bandeira
Universidade Federal de Viçosa – Departamento de Tecnologia de Alimentos
Campus da UFV CEP 36571-000, Viçosa- MG BR
ABSTRACT
This study evaluates the value aggregation in the beef chain, and results of the
introduction of the generating actions of the value to the offered products. This was
possible starting from the software implementation and yield calculation of meat cuts, for
the implementation of a qualitative vision of the forms of value aggregation. The study
revealed a chain of low aggregate value, in function of the option for the production of
traditional products. This study suggests alternatives that can modify these results of
aggregation of disclosed value.
Key words: value aggregation, beef chain, competitive efficiency
1. INTRODUÇÃO
Muitas empresas, em diferentes cadeias produtivas, estão buscando diversificar a
oferta de seus produtos, segmentar o seu mercado de comercialização e desenvolver novos
produtos, de forma a agregar mais valor as matérias primas primárias de origem
agropecuária. Estas tentativas têm por objetivos principais, conseguir a fidelidade dos
consumidores a partir do atendimento de suas necessidades e exigências, e como
conseqüência aumentar a lucratividades das empresas.
Todo este processo de agregação de valor, busca atender a um mercado mais
qualificado, em que se valoriza mais os produtos ofertados, seja pela disponibilização da
sua função principal de uso, que é o atendimento das necessidades fitais do organismo,
quanto pelo consumo diário de minerais, carboidratos, vitaminas, proteínas, via injeção de
alimentos. Mas no caso deste tipo de produto, ainda busca-se atender os anseios quanto aos
valores de estima e estética, ou seja, os valores do saudável e do bom gosto. Os produtos
orgânicos são exemplo da boa utilização destes valores secundários, e por isto conseguem
junto ao consumidor um maior valor agregado sobre os produtos ofertados.
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Na engenharia de valor se busca a agregação de valor, principalmente, via a redução
dos custos, seja na modificação dos ingredientes do produto, modificação das funções
principais de uso do produto, substituição dos itens acessórios, como embalagem do
produto e de transporte, modificação da forma de distribuição, locais de oferta do produto.
São muitas as informações que devem ser avaliadas, de forma a se conseguir uma redução
dos custos e um aumento da agregação do valor, a partir da matéria prima primária. Este
processo não valoriza a diferenciação e a segmentação de mercado, mas a competitividade
via aumento de escala, troca de insumos, fornecedores, uma competitividade que esta
fortemente baseada no preço.
São praticamente inexistentes os estudos que se propõe em analisar a agregação de
valor nas cadeias produtivas agroindustriais. Isto se dá em função da dificuldade de se
obter informações precisas quanto às receitas e volumes de produção obtidos por cada um
dos segmentos da cadeia. Na cadeia produtiva bovina, por exemplo, é impossível
identificar e contabilizar a produção e receita obtida pelas empresas fornecedoras de
insumos e de distribuição, e é ainda muito difícil levantar dados das empresas de
processamento e abate.
Na intenção de realizar este tipo de estudo, o passo a se tomar é a da estimativa de
receitas por animal e agregação de valores ao longo da cadeia produtiva, desde a
propriedade rural até o consumidor, desconsiderando o segmento de insumos. O estudo
realizado por Abrahão et al (2000) proporciona uma estimativa da agregação de valor
desde a venda do animal ao frigorífico até a compra da carne in natura pelo consumidor
final.
2. METODOLOGIA
A metodologia adotada utilizou os princípios da engenharia e análise de valor,
aplicada à cadeia produtiva de carne bovina. Para o cálculo de agregação de valor na
cadeia, utilizou-se como ferramentas o software de Abate e de Desossa da Alvo
Informática que possibilita a obtenção de rendimento do boi em carcaça e cortes, e
planilhas do Supermercado Escola – FUNARBE, a qual disponibiliza o rendimento dos
cortes em produtos finais para o consumidor.
Para a realização dos cálculos de agregação de valor, se desenvolveu uma ferramenta
própria para determinação dos valores agregados em cada elo da cadeia, bem como a
agregação total. A sua utilização depende da implementação de dados, que são entre outros
preços praticados pelos produtores rurais, frigoríficos e varejistas.
Além das avaliações quantitativas se realizam outros estudos que utilizam avaliações
qualitativas, seguindo modelo proposto por Fernandes e Kuhn (1996).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 Agregação de valor ao longo da cadeia produtiva
O estudo realizado na cadeia demonstrou que a agregação de valor, no segmento
industrial de abate e desossa, figura entre 40,7% a 42,5%. Embora estes valores não sejam
considerados tão ruins pelo nosso estudo, estão longe de agregação conseguida nos
segmentos de produtos mais sofisticados, como por exemplo o chocolate que tem 1030%.
Já com relação ao varejo a agregação de valor se situa entre 11% a 40,2%, para os cortes
tradicionais e cortes especiais, respectivamente. Já quando se avalia a participação dos
valores agregados em cada segmento com relação ao produto final, estes valores são bem
mais modestos. Estes valores, no segmento de abate, estão entre 20,6% a 26,1% e no
varejo encontra-se entre 9,9% a 28,7%.
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Segmentos
Valor Por Animal3
Estudo 1
(R$)
Valor agregado na cadeia
Participação de
cada Segmento no
Preço Final
Estudo 2 Estudo 1 Estudo 1 Estudo 2 Estudo 2 Estudo 1
(R$)
(R$)
(R$)
Estudo 2
Pecuarista1
359,0
630,0
-
-
-
-
52,6%
64,1%
Frigorífico2
511,6
886,3
-
-
-
-
22,4%
26,1%
-
-
152,6
42,5%
256,3
40,7%
-
-
682,2
983,4
-
-
-
-
25,0%
9,9%
Agregação no Varejo
-
-
170,6
33,3%
97,1
11,0%
-
-
Agregação na Cadeia
-
-
323,2
90,0%
353,4
56,1%
-
-
Agregação no
Frigorífico
Varejo2
Tabela 1 - Agregação de valor na cadeia bovina por animal, cortes tradicionais. (Estudo 1
(dados de Abrahão et al 2000). Estudo 2 (cálculos deste trabalho- cortes tradicionais), 1 - valor médio da
arroba do boi, 2 - incluí miúdos e couro, 3- referência boi de 15@)
Segmentos
Valor por
Animal3
(R$)
Pecuarista1
630,0
-
Frigorífico2
886,3
-
-
Varejo2
(cortes especiais)
Agregação no Varejo
(cortes especiais)
Agregação na Cadeia
(cortes especiais)
Agregação no Frigorífico
Valor agregado
na cadeia
(R$)
Participação de cada
Segmento no Preço Final
50,7%
256,3
40,7%
1.242,5
-
-
28,7%
-
356,2
40,2%
-
-
612,5
97,2%
-
20,6%
-
Tabela 2 - Agregação de valor na cadeia bovina por animal, cortes especiais. (1 - valor médio
da arroba do boi, 2 - incluí miúdos e couro, 3- referência boi de 15@)
Avaliando-se os dados apresentados fica muito clara a baixa agregação de valor ao
longo da cadeia tradicional, que oferta carne in natura em cortes tradicionais,
principalmente no segmento de varejo. No entanto, quando o varejo desenvolve seus
produtos e serviços com processos mais sofisticado, ofertando cortes especiais,
porcionados e temperados, gera-se maior agregação e um aumento da participação deste
segmento em relação à cadeia. Esta prática porém, não atende a todos os mercados e tem
uma abrangência limitada, com atuação voltada aos mercados mais exigentes que
valorizam a qualidade e os demais atributos incorporados.
Na avaliação realizada de agregação de valor o fator mais preocupante é a elevada
participação da matéria prima primária sobre o valor final dos produtos ofertados, que se
encontra entre 50,7% a 64,1%, para os cortes tradicionais e cortes especiais,
respectivamente. Esta baixa agregação de valor ao longo da cadeia produtiva, também
caracterizar o produto como commodity.
Estas características são diferentes com relação às cadeias produtivas de alto valor
agregado. Nesta, a participação do segmento agropecuário não é superior aos 35%. Isto
porque, na mesma tem-se a implementação de tecnologias mais modernas e produtivas,
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mudanças de estrutura são contínuas e o que possibilita uma maior distribuição dos valores
gerados, proporcionando sustentabilidade a todos os seus membros.
3.2 Avaliação Qualitativa do Valor
Além da avaliação quantitativa de valor, é importante uma análise dos aspectos
qualitativos de agregação de valor. Esta análise toma como base, o conhecimento de todos
os aspectos da cadeia produtiva de carne bovina, relatados no diagnóstico realizado,
principalmente no que se refere aos aspectos de relação de mercado.
Para isto, avaliam-se as práticas de diferenciação e diversificação, segmentação
seguindo modelo de Porter (1990), e ainda o valor de uso, custo, estima, e estética dos
produtos ofertados pela cadeia, de acordo a proposta de Fernandes & Huhn (1996).
As formas atuais de diferenciação estão relacionadas à oferta de cortes embalados a
vácuo e bandejas, ou mesmo a oferta da chamada carne de qualidade, o qual identifica a
fazenda, o frigorífico, o sexo do animal, idade. Estas práticas demonstram um baixo grau
de diferenciação , já que as cadeias de carnes concorrentes ofertam cortes porcionados
congeladas, cortes temperados para aperitivos, oferecem empanados e miniaturas
direcionadas a crianças, todos com excelente praticidade. Além disso, ofertam ainda,
produtos mais elaborados, os chamados prontos para consumo, carnes recheadas com
queijo, bacon, a parmegiana, com legumes e outras.
A agregação de valor tem como principal caminho à diferenciação e a diversificação.
A diferenciação se dá pelos atributos aparência visual, origem, sanidade, qualidade, sabor,
teor de ingredientes e insumos, desempenho, durabilidade, estilo, método de produção
(orgânico), livre de modificação genética. Já por serviços, ocorre a partir freqüência de
entrega (regularidade) ou formato de entrega (de uso especifico, limpo, embalado, pronto
para exposição). A terceira forma de diferenciação é a do atendimento, relações de
proximidade com o cliente, competência, reputação e credibilidade, educação, facilitam-na.
Por último, temos a diferenciação pelo uso da marca.
Todo este trabalho em busca agregação de valor tem duas correntes: a da valorização
dos produtos ou a da redução dos custos. A valorização pode ser principalmente
desenvolvida por frigoríficos e pelo varejo, em quanto à redução dos custos de ser
realizada pela eliminação de atravessadores e pela modernização da pecuária.
A ação de valorizar o uso pode ser desenvolvida a partir da demonstração da
qualidade da carne bovina, frente às demais carnes. A estima e a estética podem ser
fortalecidas pela valorização do apelo a tradição de consumo, do sabor característico, do
consumo de pratos tradicionais da culinária brasileira. A estima pode ser valoriza pela
divulgação dos aspectos nutricionais da carne bovina, do atendimento as necessidades
diárias de ferro e vitaminas. A estima pode ser ainda, valorizada pelo fortalecimento da
imagem do boi verde (Boi verde que é criado a pasto, sem uso de antibióticos, comumente
utilizados pela cadeia de frangos). E, por último, a estima e a estética podem ser
valorizadas, pelo fortalecimento de marcas de referência e pelo fortalecimento da imagem
de redes tradicionais e açougues dos bairros, que comercializam carne bovina com
qualidade há algumas décadas.
Para a valorização da carne bovina, é importante um aprofundamento de pelos
valores de uso, custo, estima e estética. Porém, o ponto de partida deve ser o atendimento
das necessidades, mas principalmente a valorização da carne bovina a partir do
desenvolvimento do valor percebido pelos frigoríficos, varejo e consumidor final.
Neste sentido, a realização de treinamento a curto prazo de pessoal junto ao
segmento de distribuição, do subsistema B, é essencial. É necessário também, a longo
prazo, a oferta de produtos para auto-serviço além do desenvolvimento de pessoal.
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Os produtos destinados para o auto-serviço têm ainda a intenção, de valorizar ainda
mais a carne bovina junto aos supermercados, diminuindo a vantagem apresenta pelas
carnes de frango, com relação às perdas e necessidade de manuseio.
A introdução de cores nas bandejas é um passo ainda pouco utilizado que pode surtir
resultados em curto prazo, porém o setor depende de ações bem mais ousadas com relação
à apresentação de produtos. Neste sentido, existe a necessidade de contratação de
profissionais de designer, junto aos frigoríficos, para desenvolvimento de novas
embalagens para os produtos já ofertados, e auxiliar o processo de lançamento de novos
produtos.
O fortalecimento dos centros de pesquisa governamentais e a introdução de centro de
pesquisa privado são medidas imprescindíveis para retomada do processo evolutivo e a
partir do lançamento de novos produtos.
A publicidade é um outro importante caminho funcionando esta como veículo
gerador de desejos e criador de funções, devendo os profissionais desta área satisfazer o
valor além do uso, estima e estética, de forma a agregar valor aos produtos ofertados.
É importante, rapidez na adoção de novas tecnologias, em equipamentos, em
processos e insumos, para se acelere ao máximo o processo evolutivo. Isto vai favorecer o
lançamento, a adequação e a melhoria de produtos.
Para se agregar valor à carne bovina, deve-se, além disso, garantir a saniedade dos
animais, o abate precocemente, a implantação de programas de rastreabilidade que permita
aumentar a segurança alimentar. A segurança alimentar, só vai ser garantida a partir de
uma ação mais efetiva dos serviços de fiscalização de produtos de origem animal, evitando
que carnes de origem desconhecidas, os chamados abates clandestinos cheguem ao
mercado consumidor disfarçado de produtos nobres.
Em resumo, o resultado do processo de agregação de valor deve seguir os caminhos
da diferenciação, e da valorização das funções do uso, custo, estima e estética, amplamente
discutido anteriormente. Neste sentido, é importante que a cadeia produtiva de carne
bovina, consiga evoluir em duas diferentes direções, a do crescimento de valor e do
crescimento da escala, quadro 1 e figura 1.
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CRESCE O VALOR PERCEBIDO PELO CONSUMIDOR
Segmentos de mercado
Mercado Aberto
Produtos Tipo III: (orgânicos, Produtos Tipo IV: (Produtos prontos e semiprontos)
artesanais)
Característica da rede
Característica da rede
Alta qualidade;
Altíssima qualidade/premium;
Forte adoção de tecnologias;
Tradição;
Elevado inovação e lançamento de novos
Pequena produção;
produtos;
Custos e Preços elevados;
Forte presença de marcas. Produtos classe A e
Baixa
elasticidade-preço
B;
demanda;
Elevados volumes de produção;
Canais
de
distribuição
Custos e preços moderados;
sofisticados e localizados em
Elasticidade-preço demanda, moderada;
pontos nobres;
Elevada adoção de diferenciação, produto,
Atuação
em
nichos
de
imagem, atendimento, serviços;
mercado;
Atuação
nos
mercados
nacional
e
Comunicação direta;
internacional;
Gastos
elevados
com
comunicação
(propaganda);
Alta coordenação entre frigoríficos e
supermercados
Distribuição extensiva;
Produtos Tipo I: (carne in natura, Produtos Tipo II: (carne in natura, salsicha,
hambúrguer, lingüiça) Tradicionais.
artesanais de baixa sofisticação)
Característica da rede
Característica da rede
Qualidade e segurança, inspecionados;
Qualidade
duvidosa
dos
Forte adoção de tecnologias para aumento da
produtos;
produtividade e redução de custos;
Baixa sofisticação;
Baixa adoção de marcas quanto a carne in
Baixos investimentos, em
natura. Presença de marcas dos frigoríficos nos
pessoal,
infra-estrutura
e
produtos processados. Produtos classe B, C,D;
equipamentos;
Elevados volumes de produção;
Tradição/ artesanal;
Custos e preços baixos, baixas margens, foco
Pequena produção;
nos custos;
Custos e Preços baixos;
Elasticidade-preço demanda, alta;
Alta
elasticidade-preço
Adoção de diferenciação, baixa em imagem,
demanda;
moderada em atendimento, alta em serviços;
Canais de distribuição
Atuação
nos
mercados
nacional
e
populares;
internacional;
Atuação
em
mercados
Baixos gastos com comunicação (propaganda);
negligenciados;
Alta coordenação entre frigoríficos e
Elevada evasão fiscal;
supermercados
Comunicação direta;
Distribuição extensiva;
CRESCE O MERCADO DE ATUAÇÃO
(CRESCE A ESCALA)
Quadro 1 Agregação de Valor versus Mercado Consumidor, adaptada de Neves et al
(2001)
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VALOR AGREGADO
A agregação de valor, como apresentada no quadro acima, pode-se dar a partir da
diferentes propostas de ofertas de produtos. Esta, por sinal, exige diferentes tecnologias,
níveis de escala de produto, níveis de capital e atende a diferentes exigências de seus
consumidores.
Além disso, é importante percebe que a migração para níveis superior de status do
produto, confere a empresa a possibilidade de agregar valor. Isto se dá do Tipo I para o III,
e do Tipo II para o IV, prioritariamente.
Produto Tipo III
Produto Tipo IV
Produto Tipo I
Produto Tipo II
Escala de Produção
Figura 1 Agregação de valor, com a mudança do status de produtos ofertados
Além de demonstra os problemas enfrentados pela cadeia produtiva de carne
bovina, este estudo preocupa-se com soluções a serem seguidas. Estas têm por objetivo
possibilitar saídas para um aumento da competitiva da cadeia perante as demais cadeias de
carne nacionais e internacionais. Este contexto, apresentamos algumas propostas e ações
relacionadas à mesma, quadro 2.
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Propostas
Aproveitamento de sub
produtos
Oferta de carne in natura
congelada (cortes, pedaços)
Produtos elaborados
(prontos e semi prontos)
Design (embalagens,
informações, porções)
Serviços (atendimento,
receitas, uso)
Marcas
Publicidade
Responsável
Frigorífico
Ação
Desenvolvimento de novos produtos
Frigorífico+ e Varejo- Padronização de produtos, porcionamento,
adequação de embalagens, adoção do
congelamento, oferta nas ilhas de auto-serviço
Frigorífico+ e Varejo- Desenvolvimento de novos produtos e designar,
pesquisa de mercado, promoção e propaganda.
Frigorífico
Introdução P&D, contratação de pesquisa de
mercado e profissionais de design
Varejo
Treinamento de pessoal, padronização dos
serviços, melhoria de infra-estrutura e
comunicação visual
Frigorífico+ e Varejo- Criação, design e publicidade
Pecuarista-,
Divulgação de qualidade do plantel bovino,
Frigorífico-,
aspectos nutricionais, higiene e segurança
Varejo+
alimentar, rastreabilidade, uso e formas de
preparo.
Quadro 2 – Ações geradoras de agregação de valor na cadeia de carne bovina. Obs: + (maior
representatividade), - (menor representatividade)
As mudanças apresentadas acima permitirão o fortalecimento de marcas para a carne
bovina, o que resultará em valorização do produto, aumento de credibilidade das empresas,
garantia de procedência e qualidade. Em outra vertente deste processo, as mudanças de
design e demais formas de apresentação do produto, conjuntamente com campanhas
publicitárias, fortalecerão a competição com marcas de outros tipos de carnes já
consolidadas no mercado.
5. CONCLUSÃO
Estudos identificaram desigualdade na distribuição dos recursos gerados na cadeia,
com uma concentração no segmento primário. Demonstrando ainda, o baixo grau de
agregação de valor ao longo da cadeia produtiva. Porém o mesmo apresenta caminhos que
possibilitam um significativo aumento na geração de renda e agregação de valor a carne
bovina.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAHÃO, J.J.S., FREITAS, E., BORGES, A. R., BAENA, J., SETENARESKI, J. E.
Estudo de cadeias produtivas do agronegócio paranaense: bovinocultura de corte.
IAPAR, 2000, 24 p.
FERNANDES, D.M.P.; KUHN, I. Análise de valor. Anais do ENEGEP, 1996.
NEVES, M. F., MACHADO FILHO, C. P., CARVALHO, D. T., CASTRO, L. T.. Redes
agroalimentares & marketing da carne bovina em 2010. Preços Agrícolas, jan./fev,
2001b. pg. 7-18.
SAAB, M. S. B. L. M., Valor percebido pelo consumidor: um estudo de atributos da carne
bovina, 1999. Tese de mestrado – FEA/USP.
SILVA, C.A.B.; BATALHA, M. Estudo sobre a eficiência econômica e competitiva da
cadeia agroindustrial da pecuária de corte. Brasília:Instituto Evaldo Lodi/CNI, 2000,
pg. 580.
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Agregação de valor: caso da cadeia de carne bovina