A Psicibernética e a Prática Docente Profº.Edna Martins dos Santos Fernandes PUC PR Ms.Mirian Célia Castellain Guebert- PUCPR Ao depararmos com a palavra PSICOCIBERNÉTICA ficamos no mínimo entrigados para sabermos do que se trata. E ao ler essa pesquisa sente a real importância de que as idéias essenciais da psicocibernética sejam desenvolvidas para auxiliar o professor em busca do auto-aperfeiçoamento. Portanto algumas dessas considerações sobre esse tema, foram aplicadas no município de São José dos Pinhais, em Escola Municipal e uma Escola Especial, com o corpo docente do turno da tarde, buscando motivar o desenvolvimento de uma fisionomia psíquica saudável que, na verdade, esses profissionais de ensino alimentam e procuram, indo de encontro com a opinião que fazem de si mesmo. O processo de ensinar é muito complexo, porque implicam não só a capacidade intelectual, mas também fatores de ordem social, emocional, perceptual, física e PSICOLÓGICA. Na escola sabe-se que é preciso respeitar e seguir a seqüência natural, na qual o ser humano manifesta seu pleno domínio das interações a que são sujeitas. No entanto deixa-se de explorar outros instrumentos valiosos de expressão como relaxamento, brincadeiras, dinâmicas, movimentos, música, afetividade e outras valorizações, tornando o processo de ensinar monótono (e o de aprender mais ainda), ocultando o lado criativo e animado das professoras que por seus relatos e convivência no espaço pedagógico, onde desenvolve-se a atividade profissional, as histórias de vida são relatadas em conversas informais caracterizando a sua auto-imagem fragilizada. O ambiente escolar ignora o seu papel transformador e por vezes nega a importância de um profissional sentir-se motivado e que dessa forma busque através de seus mecanismos positivos e pensamento lógico, o SUCESSO. Frente a essas reflexões, resta-nos lembrar que dentro da escola, existem profissionais com diferentes histórias de vida, detectamos portanto inúmeros impecílios que dificultam a construção de uma AUTO-IMAGEM positiva, criando a necessidade de um olhar diferente, uma análise rigorosa e científica destas causas emocionais, da inércia, e formas para tentar amenizá-las. 2 Utilizando-se das idéias da PSICOCIBERNÉTICA para buscar ajudar professoras a obterem cada vez mais de uma auto-imagem positiva e porque não dizer de uma vida mais feliz, a pesquisa procurou entender, “Como a psicocibernética pode influenciar na prática docente pedagógica?”. No entanto, quando acrescentamos um foco psicológico que implica em utilizar o nosso servomecanismo para acabar com medos, angústias, frustrações que geralmente são causadores de desajustes ao meio, levando em último grau a um bloqueio da fisionomia psíquica, poderemos lembrar o que escreveu Frank Smith: “Uma criança só pode ser bem sucedida, se estiver certa e ser capaz disto”, citado por Dr. Maxuell Maltz, (1972 p. 24). Portanto, somos todos capazes de construir a nossa própria personalidade, distanciando dos mecanismos de fracasso e utilizando as energias positivas que possuimos para buscar o fortalecimento da AUTO-IMAGEM, a isso chamamos PSICOCIBERNÉTICA . Em contra partida, percebemos baseados nesse tema que na Escola Municipal e na Escola Especial os profissionais de ensino comprovadamente muitas vezes constróem estruturas emocionais abaladas criando uma AUTO- IMAGEM negativa e baixa auto-estima que as impedem de conseguir uma melhoria na qualidade de vida. Outro aspecto que vem sendo negligenciado e por vezes mal compreendido é a diferença que a dimensão afetiva aliada a instrumentos de expressão podem fazer. Se for dada a necessária atenção e valorização as professoras, logo desenvolvem com certeza a consciência que as levará ao auto-conhecimento e consequentemente ao auto-aperfeiçoamento. Na escola, em geral há uma tendência a enfatizar somente as capacidades cognitivas de saberes sistematizados, no entanto procuramos mudanças de paradigmas e o objetivo dessa pesquisa é de levar a pensar, bem como executar novas idéias para ajudar no processo de se amar e ensinar através dessa ação, usando para isso a psicocibernética. Para tornar viável esse tema se faz necessário que as professoras conheçam e experimentem os benefícios de ser um psicocibernético, fortalecendo assim sua auto estima e auto-imagem, utilizando suas energias para o autoaperfeiçoamento melhorando sua prática em sala de aula. Desenvolvendo para 3 isso um pensamento criativo tendo consciência de suas verdadeiras potencialidades, através de relaxamentos, músicas, alongamentos, mensagens, novidades, imaginação, afetividade enfim de uma imagem positiva de si mesmo. Fica evidente também a importância do estímulo ao envolvimento e da reflexão, fazendo-as considerarem-se membros importantes do grupo ao qual pertencem tornando as noções de frustração e pessimismo frágeis, discutíveis e a afetividade elevada, bem como as outras idéias da psicocibernética. Para finalizar destacamos toda preocupação em proporcionar um ambiente positivo, agradável, energético onde ocorra o fortalecimento da auto-estima, auto imagem caminhando assim rumo a auto-realização e a reconhecer-se como professores psicocibernéticos. Segundo o livro “Psicocibernética”, cibernética deriva da palavra grega kybenetes, que significa TIMONEIRO, o homem do leme, o homem que conduz seu barco ao porto. A palavra formada pelo Dr. Maxuell Maltz “PSICOCIBERNÉTICA” na década de 70 significa: guiar a mente a um objetivo produtivo e útil. Pessoas dominadas por sentimentos negativos provavelmente perderam a orientação. Desviando-se do rumo certo. Então os princípios da psicocibernética, que nada mais é, do que um processo criador que busca como produto final a autorealização do ser humano podendo nos ajudar a conduzir de forma FELIZ o nosso barco. Muitos no entanto, podem questionar: “qual é esse porto?”. Dr. Maltz em seu livro Psicocibernética afirma que esse porto á a PAZ DE ESPÍRITO, pois cada um de nós é um composto de muitas pessoas diferentes, particularmente duas forças opostas de frustração e confiança. psicocibernétcia significa, nesses moldes, a utilização do instinto de SUCESSO, de busca da FELICIDADE que existe em nós para alcançar a total dimensão de nosso auto-respeito. É um passo a mais à frente do pensamento positivo ou seja é a AÇÃO positiva. Quando temos pensamentos construtivos fica mais fácil transportá-lo para uma realização criadora, caminhando assim, na direção do objetivo, não permitindo que sentimentos negativos nos desviem do caminho. 4 Na visão do Dr. Maxwell Maltz cirurgião plástico de Nova York, (conferencista e um psicocibernético assumido), os princípios da psicocibernética envolvem meios e métodos de guiar a mente em direção a auto-realização. Fica evidente que através da Psicocibernética, que é uma força canalizadora, poderemos nos conhecer melhor, viajarmos dentro de nossa própria vibração não sendo suscetíveis a vibrações negativas. Vamos tecer, para finalizar, algumas considerações sobre o real papel da PSICOCIBERNÉTICA no ambiente escolar. Tanto na visão clínica- afetiva do Dr. Maxwell quanto na visão teológica-parapsicológica do Padre Will’s ambas refletem exatamente a busca pela integridade do ser humano, para que se tornem pessoas completas e realizadas, seres humanos inteiros físico, mental, psicológico e espiritualmente passando a despertar interesse em si mesmo, o desejo de chegar a algum lugar cultivando uma auto-imagem e uma auto-estima elevada. Nós, professores, diante da leitura dessa pesquisa conhecendo um pouco das idéias desses fantásticos autores inclusive do Dr. Brenden poderemos efetivamente estar motivados e querer nos canalizar, utilizando a psicocibernética para transpor obstáculos aumentando a nossa força vibratória positiva. “... Quando possui dignidade, possui também compaixão, sendo dotados de compaixão serão também humildes – sabendo ser humildes, encontrarão a coragem necessária para serem eles mesmos, sem se cercarem de muralhas de ressentimentos. Precisamos aprender a derrubar as muralhas de ressentimentos que nos impedem de ver nossa imagem devidamente focalizada: uma imagem feita à semelhança de Deus”(Maltz, 197 p.251). Os primeiros estudos no processo científico tiveram origem na antiga união Soviética. As normas da psicocibernética treinam os agentes mais eficientes dos serviços secretos do mundo. Muitos estudiosos utilizam-se baseados na psicocibernética sistemas para alcançar SUCESSO em seu empreendimentos. Programas que geralmente preparam seus adeptos para vencer, infundindo em sua personalidade o desejo de vencer. Segundo o Dr. Maxwell Maltz, todos nós temos em nosso interior um servomecanismo que trabalha subconcientemente no sentido de nos ajudar a 5 alcançar nosso objetivo de sucesso e felicidade. Por exemplo: se hoje você quer pegar um objeto qualquer, pode fazê-lo sem esforço. Mas, quando você era pequeno e queria pegar um objeto, zigueazagueava as mãozinhas. Depois, observando os outros, acaba aprendendo e passa a executar o mesmo ato com sucesso. Esquece, com certeza, a maneira errada de fazê-lo guarda na memória apenas o procedimento que levou ao sucesso. A ação de pegar o objeto que hipoteticamente poderia ser uma caneta é subconsciente, pois foi recorrido ao SERVOMECANISMO que existe em nós (o mecanismo de sucesso). O ato de pegar a caneta é realizado subconscientemente e não através da força de vontade., bem como não é feito pelo cérebro anterior, pois este é o centro da determinação dos objetivos, mas não o executor. Historicamente vemos que o professor na década de 60 no Brasil, era tratado com um respeito celestial mistura de anjo e Deus, ou seja esperava-se dele que fizesse milagres e que chegasse ao céu como recompensa por seus feitos, não necessariamente pelo salário. O grande público só passou a conhecer os baixos vencimentos e as condições de trabalho inadequados na década de 70 quando a magia se desfaz. Os termos “Dom”, “sacerdócio”, “missão nobre” são substituídos por “proletariado”, “falta de dignidade” e “humilhação”. No entanto, ocorreu algo ainda pior, o excesso de auto-piedade, baixa autoestima, auto-imagem debilitada leva a perda da dimensão do próprio valor da identidade. Então, como resgatar a valorização perdida ao longo de todos esses anos? O sociólogo Rodolfo Ferreira, professor de sociologia da Educação da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, acredita que uma alternativa poderia ser ampliar discussões em torno da importância da educação, o que ocorreria a médio prazo, essa missão cabe aos cursos de pedagogia e as entidades representativas de classe objetivando resgatar essa identidade tão fragilidade. Somente dessa forma o personagem pode se tornar o AGENTE da própria transformação. Uma mudança relevante que já ocorreu foi a abolição da expressão “tia” do cotidiano da escola. Até porque as professoras estão frequentando a universidade e se especializando atendendo a meta governamental de atingir 100% em 2007 6 tendo dados de 1999 em torno de 47%. Um aspecto bem relevante é a participação da elaboração do projeto político pedagógico da escola, permitindo que o professor ocupe efetivamente o seus espaços recuperando a auto-imagem e auto-estima. Outro aspecto importante para se chegar a identidade profissional, saudável seria o envolvimento na elaboração da política educacional, visto que sem conhecer e opinar sobre as leis que regem o próprio trabalho, muitos docentes só se limitam a criticar, queixar-se e denunciar de forma inconsistente Por outro lado muitas mudanças não alteram as condições de trabalho muito menos melhoram o desempenho dos educandos. Surge então a FRUSTAÇÃO. “Se o aluno não aprende, o culpado é o professor, nunca a política educacional”. (NORONHA, 2001 P. 26). Para resgatar a identidade, o professor deve ser a imagem viva do “aprender a aprender”, visto que ser pcicocibernético é estar sempre esclarecido, lendo, estudando se informando. É de conhecimento do público leigo, que a profissão de ser professor é estratégica. Para tanto deve receber a devida atenção, a devida em termos de remuneração e formação, com todas as conseqüências advindas. A sociedade tem direito de cobrar do professor competência, desde que respeite e valorize, remunerando convenientemente. A culpa por assim dizer da política educacional está em permitir ou se omitir da formação do professor, pois todos sabemos que o profissional que tem má formação de origem e falta de atualização sistemática, está fadado a levar o aluno a não aprender consequentemente ao FRACASSO. A função intelectual que é a do educador, só poderá ser eficazmente assumida se o educador for convenientemente EDUCADO. De acordo com Pedro Demo para podermos atingir patamares aceitáveis de qualidade educativa da população é primordial resolver a questão dos professores: “a qualidade formal”, que está bem ruim diga-se de passagem, porque em alguns casos se faz curso superior em Instituições de idoneidade duvidosa ou só se tem escola normal ou ainda porque se esta atrasado em termos de competência técnica. Outro aspecto é a “qualidade política”, pois partindo do pressuposto que a educação básica é instrumentação fundamental da CIDADANIA, o professor não poderia ser agente dela, sem ser, ele mesmo 7 CIDADÃO. Diante desta postura a não cidadania que inclui a desvalorização profissional, sobretudo em termos de remuneração, a desorganização associativa e sindical certamente contribui para a identidade tão conturbada historicamente do professor. Salientamos ainda, que em relação a formação profissional que nos últimos anos, em nosso país, a discussão é intensa, os motivos são bem conhecidos por todos, a escola não vai bem e precisa ser mudada, não bastando “pacotes de decretos” e “decretos de leis” para que a escola mude a atenda as necessidades dos indivíduos. A professora Nilda Alves chama a atenção sobre o termo EDUCADOR (recuperado entre nós nos fins da década de 70) que é um chamamento ético a uma responsabilidade social em nossa profissão, porém é considerado bastante amplo, porque todos os seres humanos são educadores, portanto o termo mais correto seria PROFISSIONAIS DO ENSINO pois vivenciamos a maior parte do nosso dia ligados a uma ação pedagógica dentro e fora da escola, recebemos um salário (na maior parte dos casos baixos) pelo exercício profissional e nos organizamos ou pelo menos deveríamos, em entidades que congregam outras, profissionais, é uma profissão reconhecida (nem sempre valorizada socialmente), portanto somos PROFISSIONAIS DE ENSINO vulgo PROFESSORES. Quando citamos Ensino nos remetemos a Educação que tem significado social e político. A ação educativa no ensino sistematizado não ocorre fora de uma sociedade concreta mergulhada em toda sua complexibilidade. A escola muitas vezes é vista como a reprodutora de determinada estrutura social. O educando passa a ter seu lugar e papel reduzido ao de reprodutor mecânico da sociedade. A tarefa de recompor o pensar e o agir, colaborando para a formação de uma concepção de mundo homogêneo que recupere a coerência e a força libertadora do agir, é exigência da sociedade (ou pelo menos deveria ser) com respeito à EDUCAÇÃO. Responda, se puder, quem articula essa dura tarefa de recompor agir e pensar nos educandos? Nós, profissionais do ensino é claro. É o que escolhemos, deveria também ser o que acreditamos, porém pesa sobre os ombros largos do professor: “O aluno 8 é figura carente em todos os sentidos, na média pobre materialmente, indigente culturalmente, coloca dificuldades extremas de aproveitamento escolar, que só poderiam ser bem manejadas por profissionais muito bem preparados”. (DEMO, 1993 p.88). Estamos preparados? A reflexão proposta por Pedro Demo é forte e muito relevante. Mas é necessário concordar que dar conta da pobreza material no espaço escolar de forma adequada não é viável, mas é sem dúvida o grande problema da escola a pobreza política. É lamentável que nós profissionais da educação, por vezes, não nos encaixamos em nossa identidade cidadã o “elemento político”. “Nem um aluno poderia em tese e por direito, ter seu aproveitamento prejudicado pela incompetência do professor”. (DEMO, 1993 p.88). Profissionais do ensino, tem uma forte tendência a se sentirem incompetentes ao menos uma vez no dia, mas o que é ser incompetente? Segundo o ÁBILA, 1986 p. 428, um é: “adj. e s. Que, aquele ou aquela que não revela competência inábil”. Partindo dessa definição que somos trifásicos semelhantes a Deus (mas que nem sempre conseguimos), podemos portanto vez ou outra ser inábeis, buscando a competência. O segredo é a busca.Porém, como buscar? Como ser profissionais de ensino competentes nos dias atuais? Como recuperar a identidade profissional? Embora a finalização dessa história tenha sido triste, fica evidente que o primeiro professor da civilização ocidental soube lidar com as pressões de seu meio e superar as suas frustrações até a morte. Curiosamente, professor é uma palavra de origem latina, é aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte, uma técnica, uma disciplina. É o mestre. Infelizmente, essa imagem nem sempre é real (como escrito anteriormente). O respeito não ocorre nem na sociedade, nem entre os próprios colegas, e o que é mais grave, nem com ele próprio. Sócrates, sem dúvida tinha uma AUTO-IMAGEM positiva de si mesmo, o que impulsionavao a ser o que foi. Utilizava seu servomecanismo para o SUCESSO, diferentemente de alguns profissionais da educação que diante das pressões se frustram e criam “frustradinhos”. A pior das pressões, não são as que levam a morte como no caso 9 de Sócrates, mas sim as pressões interiores, que por vezes nos “caleja” a vida toda. Para superar essas pressões é preciso aceitar os seus períodos de fraqueza, a verdade é que nós nem sempre podemos nos sentir fortes. A não aceitação desse fato acabará nos desmoronando durante as crises (comuns em nossa profissão). Quando aumentam as pressões, é natural que nos sintamos inseguros e sem coragem suficiente para se pôr em ação, o que poderá até nos tornar arrogantes e incontroláveis. Para diminuir esse mal é preciso tentar superálas, canalizando positivamente as energias assim poupadas. Para tanto, sugere Dr. Maltz que devemos:Aceitar nossas deficiências, usando nossas qualidades para reativar o mecanismo de sucesso. Quando temos consciência de nós mesmos mantermos o verdadeiro “eu”, visto que sabemos enfrentar as pressões. Os problemas suplantados reforçar e enrijecem a nossa fibra ESPIRITUAL e intelectual. “Sucesso não significa obtenção de sucessos, sucesso significa a capacidade de superar um problema, um erro, um fracasso, uma tensão, um desgaste, um conflito”. (MALTZ, 1972 p.245). Alertamos para o fato, que as pessoas podem impedir que o mecanismo criador funcione com suas ansiedades e temores, tentando forçar uma solução através do cérebro anterior, sede do pensamento, porém o que não dá execução. Para tornar viável, os benefícios da psicocibernética em nossa prática, enquanto profissional de ensino é preciso saber que nós agimos com o todo psicossomático reagindo de acordo com agressões a que somos expostos, objetivando a sobrevivência. Esse instinto de conservação de todo organismo independe da nossa vontade, a conduta é sempre orientada pelo dever e pela luta em sobreviver. A busca da perfeição de cada um de nós dependerá de como compreendermos as nossas qualidades e da capacidade de poder utilizá-las aprimorando-as, ou seja, buscando a verdade que existe em cada um de nós. Só assim conheceremos a nossa AUTO-IMAGEM, ou seja, a opinião que fazemos de nós mesmos. 10 Podemos salientar ainda que todos possuímos mecanismo criador, ele funciona com os dados que fornecemos que poderão ser negativos ou positivos, reagindo de acordo com os pensamentos. Somos regidos por um “sistema” que orienta-nos para aquela ou esta posição, só depende do que lhe fornecemos é dessa forma que surge a necessidade de se conhecer. “Os mais complexos problemas, são as vezes os de mais fácil solução”. (MALTZ, 1972 p.11). A solução dependerá da maneira como nos dispusermos a encará-los, pois podemos alterar elementos quando necessário para criar e modificar idéias, conceitos e CONDUTAS formando a PERSONALIDADE. Por outro lado, se não tivermos confiança em nossas capacidades poderemos nos transformar em simples instrumento (nos desprezando intimamente).No entanto, a psicocibernética ensina que temos sempre o próprio caminho a seguir. A força a ser buscada, a energia que precisamos só depende de nós. É importante reforçar, que é no mesencéfalo, de acordo com a explicação do Dr. Maxwell , que existe um minúsculo computador eletrônico, um gravador, um servomecanismo automático um “MECANISMO DE SUCESSO” que leva-nos a realizar nossas metas.Temos potencial cerebral para realizar maravilhas, por isso a necessidade de guiar a mente em direção a um objetivo produtivo. Acionar o mecanismo de sucesso e desativar o mecanismo de fracasso que leva aos sentimentos negativos, frustrações diminuem sem dúvida a possibilidade de uma baixa AUTO-IMAGEM. “Suas ações estão intimamente relacionadas com a opinião que você faz de si próprio”. (MALTZ, 1972 p. 41). CONCLUSÃO Ao perceber professoras carentes de valorização (na relação com elas mesmas e no ambiente profissional) pessoas retraídas que sofrem sozinhas doenças corporais ou emocionais relacionadas ou não a turma em que trabalham e inúmeras queixas. Observou-se que algo necessitaria ser feito para amenizar essas questões, foi então que descobriu-se a PSICOCIBERNÉTICA como aliada 11 eficaz que proporciona, se vivenciada, uma melhoria efetiva na qualidade de vida e no modo de enxergar a escola como todo. As professoras, da escola municipal as quais participaram do desenvolvimento desta proposta passaram a refletir mais, o que fomentou pequenas revoluções no grupo, pois ocorreram tomadas de posições, cobrança de envolvimento de todos os grupos da escola, reconhecimento das limitações e dos potenciais, buscando alternativas compatíveis as situações. Houve crescimento do grupo com o favorecimento de um ambiente mais energizado fundamentados nas idéias da psicocibernética. Considerando o grupo da escola especial, a resposta não foi a mesma, sendo que o grupo julga-se sofredor, e ao mesmo tempo culpam terceiros pelo fracasso de sua ação, Observou-se que este grupo passou a se reunir mais, possibilitando um melhor relacionamento no grupo, percebeu-se a resoluções de conflitos entre pequenos grupos que estavam prejudicando o andamento da ação docente. Canalizar energias, trabalhar com o servomecanismo existente em cada um, exige o desejo de buscar o crescimento pessoal. Por isso a necessidade dessas atividades realizadas estarem presentes na prática de todas as pedagogas das escolas, pois os profissionais da educação são na maioria das vezes receptivos dando-nos respostas positivas das provocações psicocibernéticas feitas. É como diz Eduardo Shinyashiki em sua palestra “Auto-confiança e Realização”: “Quem nunca teve um professor para se emocionar, nunca teve um professor.” Acrescentaríamos baseados nas idéias psicocibernéticas: “Quem nunca teve um professor psicocibernético nunca teve um professor.” Ajudar os professores a canalizar sua força não é tarefa impossível é sim investimento que trará retorno no aluno. Motivar reflexões que os levem a desvencilhar-se dos sentimentos negativos que acabam deixando-os sem orientação desviando-os do caminho. Um aspecto a ser vencido que não é muito fácil, no entanto, são as queixas, em especial as queixas-lamento que entravam qualquer servomecanismo, porque a queixa inibe o pensamento e imobiliza a ação. Por isso as professoras deveriam passar da queixa lamento (aquela que leva os ouvintes a condoer-se anulando a 12 argumentação) para a queixa-reclamo (aquela que leve a quem enuncie e a quem escuta a possibilidade de chegar a uma reflexão crítica) que dará espaço, então, para desaparecer as queixas e dar lugar ao juízo crítico. Outro aspecto, que vem de encontro com a situação do grupo pesquisado é o aborrecimento e a repressão da imaginação.“Poderia aborrecer-se quem tem aceso a imaginação e cuida para que nenhum vento a apague!” (Fernandez 1994 p.112). É interessante assinalar, por fim, que o juízo crítico (que implica transformação no mundo interno e externo) só ocorre por meio do constante questionamento a respeito de tudo, no entanto a ação de refletir e perguntar só se dará quando desativarmos o aborrecimento e a queixa improdutiva simultaneamente comprovando, então por meio dessa pesquisa que: “Se as professoras escutassem seus próprios protestos, ou inclusive simplesmente deixassem espaço e valorizassem suas próprias perguntas, isso bastaria para provocar um estado na armadura do sistema educativo.” (Fernandez 1994, p.113) O caminho esta proposto, os primeiros passos foram dados, as queixas começam a tomar novos rumos, buscando dar espaço ao juízo crítico, ao autoconhecimento (que buscam sozinhas, nos livros, no grupo ou com a ajuda de psicólogos) a auto-valorização, auto-estima e auto-imagem, ao pensamento criativo, no envolvimento com o grupo, na fragilização do pessimismo na construção de um ambiente positivo. Muitos resultados positivos estão sendo colhidos no cotidiano da escola. Acreditamos que na seqüência desse trabalho, existem enormes possibilidades de que as respostas esperadas aos objetivos propostos que ainda não foram alcançados certamente se efetivem. Porém resta-nos a certeza, que a PSICOCIBERNÉTICA influencia beneficamente e com louvor a prática docente, ou seja, é uma idéia que deve ser desenvolvida para a melhoria da ação docente, e consequentemente na qualidade do ensino. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ALVES, Nilda – Cadernos CEDES 17 – O Profissional do Ensino – São Paulo – Cortez Editora, 72 p. 1986 13 ALBISETTI, Valério – Para ser feliz: psicoteparapia para todos. Tradução Sérgio Raupp. São Paulo Paulinas 1995 BRANDREN, Nathaniel – Auto estima e os seus 6 pilares. Tradução Vera Caputo 3 ed. São Paulo: Saraiva, 1997 CYPERT, Samuel A. – Como se fortalecer com o poder da auto-estima. Rio de Janeiro: Campus. 122 p. 1994 FERNÁNDEZ, Alicia – A Mulher Escondida na professora; uma leitura psicopedagógica do ser mulher, da corporalidade e da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994. HANSEN, Mark Victor Ousadia de Vencer Tradução Lauro Santos Blandy; São Paulo ed. Makron Books, 1998 MALTZ, Maxwell – Psicocibernética. Rio de Janeiro Distribuidora Record 268 p. 1972 Ltda v. 1, 2, 3 e 4 1999