RRPPAtualidades
Versão digital: www.rrpponline.com.br
Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 17 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2011
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NÚCLEO FOTO PP/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA
GERAÇÃO Y
Chegou a nossa vez
•Somos inquietos, apressados,
questionadores, independentes, criativos
2
RRPPAtualidades/Julho 2011
EVENTOS
Delegação
Abrapcorp: redes sociais
em alta nos debates
• Alunos e professores
• Congresso de Comunicação Organizacional
mobiliza estudantes em mesas temáticas
EM MAIO, ocorreu em São Paulo,
na Faculdade Paulus de Comunicação, o
V Congresso da Abrapcorp (Associação
Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas). O tema era Redes Sociais, Comunicação e Organizações. A programação
contou com convidados internacionais,
painéis, mesas temáticas e a realização
do V Fórum de Debates sobre Comunicação Organizacional e Relações
Públicas. Os debates versaram sobre
Comunicação Organizacional e Processos Colaborativos; Interação, Redes Sociais e Sociabilidade e Mídias
Sociais, Incerteza e Organizações. O
diferencial da edição foi a presença
maciça de estudantes.
O Congresso incluiu apresentações de trabalhos pelos professores,
pesquisadores e alunos de pós-graduação, além de ter contemplado
sessões voltadas para alunos de graduação: as oficinas e o Espaço de Iniciação Científica, destinado à apresentação dos resultados de trabalhos
de pesquisas de iniciação científica
e monográficos. Os trabalhos de
iniciação científica necessitam ser
indicados pelos professores-orientadores mediante um ofício-padrão,
embora a apresentação só possa ser
feita pelos estudantes, em nenhuma ∆∆
hipótese pelo orientador.
Segundo a doutora em Ciências da
Comunicação, Cleusa Scroferneker, o
Congresso foi avaliado positivamente
por trazer um tema de ponta para discussão. “As redes sociais chegaram para
ficar, portanto as organizações devem
investir na comunicação digital e desta
forma atingir grande parte das pessoas”, comentou a professora da PUCRS.
O congresso enfatizou que os profissionais da área não devem apenas operar
e conhecer os instrumentos, “é preciso
mais do que isso para que não ocorram
equívocos e mau uso das redes”, sublinhou. Desde o primeiro congresso da
Abrapcorp, a professora Cleusa foi responsável pela coordenação de um Grupo
de Trabalho, entretanto, com a mudança de proposta deste ano, os GTs foram
substituídos por mesas temáticas. As-
sim, tornou-se coordenadora da mesa
de Processos, Políticas e Estratégias de
Comunicação Organizacional, que teve a
participação de Andréia Arruda Barbosa,
aluna de pós-graduação em Comunicação Social, como sua orientanda.
O incentivo aos alunos de pós-graduação e iniciação científica para participação em eventos e apresentação de
trabalhos é uma prática constante dos
RAFFAELA BURATTO/ RRPP
Professora Cleusa relata sua participação
professores. A doutora Scroferneker
sentiu-se lisonjeada em apresentar Andréia no Congresso, que teve sua dissertação aprovada com louvor. O que
mais lhe chamou atenção foi a presença
de muitos alunos durante o evento. No
encerramento, 80% dos presentes eram
estudantes, o que surpreendeu a professora, pois normalmente o número de
profissionais é superior.
O VI Congresso ocorrerá em São
Luís, no Maranhão, de 26 a 28 de abril
de 2012. O ano é comemorativo para a
Universidade Federal do Maranhão, por
isso a escolha do local. O tema será Linguagem, Discurso e Organizações.
Gabriela Massetti Vargas
Jéssica Trombini Caldas
Raffaela Broedbeck Buratto
HOJE EM DIA o aprendizado acadêmico não se limita às salas de aulas.
No período de 9 a 12 de março, sete alunos de Comunicação Social da PUCRS
tiveram a oportunidade de ampliar seus
conhecimentos na área. Trata-se do 14th
Annual International Public Relations
Research Conference, ocorrido em Miami. A conferência foi organizada pela
Universidade de Miami, no hotel Holiday Inn, e contou com a presença de
aproximadamente 200 pessoas, incluindo pesquisadores, alunos e profissionais
da área de Relações Públicas de diferentes países.
No evento, a profª drª Ana Steffen
apresentou uma campanha de Relações
Públicas para ONGs internacionais, desenvolvida pelo núcleo do Famecos Sem
Fronteiras. A profª Vanessa Purper, que
inicialmente iria como ouvinte, acabou
gentilmente apresentando um trabalho
de conclusão de curso de uma aluna da
UFRGS, orientada por Denise Avancini,
já que ambas não puderam comparecer.
A PUCRS destacou-se por ser a única universidade presente a levar estudantes de graduação que participaram
das mesas redondas. “Os alunos da Famecos foram a grande atração do congresso”, enfatiza Ana.
De volta ao Brasil, os acadêmicos
contaram para a revista RRPP Atualidades que a experiência de aprendizagem
motivou a participação na viagem. “Foi
uma oportunidade de conhecer outras
interfaces da profissão de relações-públicas, a maneira como ela é vista fora
do Brasil e estabelecer contato com
profissionais estrangeiros”, relata Paula
Passos, 20 anos e estudante do 5º semestre de RRPP. Victoria Claudia Baldo,
19 anos, destacou que a possibilidade de
aprendizado e o que viveu, dificilmente
poderia encontrar no Brasil.
“Estudantes da
Famecos foram a
grande atração do
Congresso.”
EVENTOS
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da Famecos nos Estados Unidos
participam juntos de conferência de Relações Públicas em Miami e fazem a diferença
ARQUIVO PESSOAL
As pesquisas eram apresentadas em mesas temáticas, tudo
para possibilitar uma maior aproximação entre os presentes. Essa
organização permitiu que os visitantes escolhessem qual trabalho
gostariam de assistir. A dinâmica
chamou a atenção dos alunos da
Famecos, porém, alguns sentiram
dificuldades com o idioma, principalmente pela rapidez, pelas gírias
e expressões locais. “São várias pessoas de vários países falando inglês,
cada um com um sotaque diferente,
então tínhamos que prestar atenção redobrada para conseguir compreender o que era dito”, declarou
Thamira Medina, 23 anos. Outra
participante, Mayara Aloy Cunha,
∆∆ Missão da PUCRS debateu RRPP com estrangeiros
20 anos, acredita que nos congressos internacionais exista um maior
envolvimento de pessoas de culturas diferentes, o que tornou possí-
vel conhecer mais sobre a profissão
e sua atuação no mercado mundial.
As alunas afirmam que a viagem foi “uma experiência mara-
vilhosa, indo além de suas expectativas”. Conheceram outro país e
tiveram a oportunidade de manter
contato com grandes pesquisadores da área de comunicação. Um
deles foi o dr. Paulo Nassar, atual
presidente da Aberje, que elogiou
a presença dos estudantes e disse
que acredita que a participação dos
jovens é muito importante, pois
representam o futuro da profissão
de RRPP. As famequianas esperam
motivar outros alunos a participar
dos próximos eventos internacionais. Estejam presentes!
Deocliciana Cassama
Fabiane Marcilio
Larissa Carvalho
RRPP Atualidades
PUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação
Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do
Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim
Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil.
Versão Online: www.rrpponline.com.br
E-mail: [email protected]
Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet
Vice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira
Diretora da Famecos: Drª. Mágda Cunha
Coordenadora do Curso: Drª.
Cláudia Moura
Edição: alunos de Produção de
∆∆ Turma da manhã
Mídia Impressa e Digital em RRPP.
Apoio: Fotojornalismo e jornal Hipertexto.
Professores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana Sandini.
Turma da Manhã: Bruna Pires
Rocha, Camila Herbert Ferreira, Cibele Linck Silveira, Débora Barbedo
Castro, Deocliciana Gomes, Elisa
Cunha Englender, Fabiane Cristina
Marcilio, Flávia Graciolli Azevedo,
Gabriela Lima Sarmento, Gabriela
Massetti Vargas, Iabna Infaga, Iracema Peres Teixeira, Jéssica Trombini Caldas, Laís Benini, Laíse Teixeira dos Santos, Larissa Dal Corso,
Larissa de Carvalho, Laura Goldim,
∆∆ Turma da noite
Luana Pinheiro Silveira, Lucas Yustas Sikorski, Luisa da Silva Schumacher, Maria Agustina Del Sastre,
Marina Souza da Silva, Mauricio Caliendo Gerchmann, Rafaella Fraga
Lopes, Raffaela Brodbeck Buratto,
Stéfani Dias Escossi, Thiago Rodrigues Sá e Ussumane Djalo.
Turma da noite: Ana Carolina
de N. Perin, Ana Gabriela Marques
Paixão, Andressa Rodrigues Dias,
Bruno das Virgens Dornelles, Camila Amorim, Camila Fortes Luce, Carolina Luz Paulo, Daniella Tecchio
Klaus, Fernanda Silva de Morais,
Fernanda Soares Oliveira, Gabriela Fraga, Gabriela Perrenoud Raabe, Gabriela Rosner de Almeida,
Giovanna Roveda Weiand, Hohana
Gomes Barreto, Igor Silveira Nery,
Isabela Patta Rosa, Jéssica Olsson
Ullmann, Júlia de Mello Cláudio,
Júlia Osório Ribeiro Ramos, Juliana
Massena da Silva, Júlia Pereira, Karilson Mello Furtado, Kilary Rapaaki
Burtet, Liziane Aparecida Lucchese,
Lucas Aricio Pacheco, Lucas Martins
de Azevedo, Luís Aírton Guterres,
Luiza Guedes, Luiza Leal Vargas,
Mariana Frota Medeiros, Mariana
Johann, Mariane de Oliveira Lima,
Marina Alves de Soares, Matheus
Muniz Mendes, Paula Siqueira, Pedro Henrique B. M. Nery, Richard
Lemos Wagner, Rudmar Aminadab
Santos, Thiago Sacco Pereira, Vanessa Echevengua Padilha e Vanessa
Martins Moreira
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CAPA/ Especial
GERAÇÃO Y
Impaciente, tem pressa e questiona
• Baby Boomers criaram o ambiente nos anos 80, uma época acelerada, tudo agora é consequência
NÚCLEO FOTO PP/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA
A MAIORIA dos jovens passa
cerca de 10 horas por dia em frente
ao computador, não é novidade que
usem a internet e as redes sociais
para se comunicarem, estudarem e
trabalharem. Com base em depoimentos ou simples observação em
escolas, faculdades, ambientes de
trabalho ou famílias, pode-se chegar às características dessa nova
geração que está surgindo e toma
conta de tudo, a Geração Y.
A faixa etária abrange pessoas
que nasceram a partir da década de
1978, junto com a internet e outras
tecnologias. Segundo a consultora
Eliane Kullock, presidente do Grupo Foco em entrevista a repórter
da revista VOCÊ S/A, essa é a geração “da tentativa e erro”. Adquirem as novas tecnologias e aprendem a usá-las na prática, por isso
têm dificuldade de planejamento.
Para eles, usar o improviso é algo
comum.
Eliane destaca que a Geração Y
tem essas características como consequência de seus antecessores, os
chamados Baby Boomers. “Foram
eles que inventaram os fast foods e
a internet, e criaram situações para
que tudo acontecesse mais rápido.
Por isso os jovens de hoje já nasceram em uma época acelerada. Eles
esperam que as informações e as
respostas venham rápido”, observa
a consultora. Para ela, quando se
diz que a Geração Y é impaciente,
não se pode esquecer que ela só é
assim porque a geração anterior
criou um mundo impaciente.
Outra característica é a forma
como lidam com seus pais, eles têm
mais liberdade. Nas gerações anteriores, os pais eram autoritários e
os filhos obedientes. A Geração Y
estabelece quase que uma parceria
com os pais. Os filhos possuem voz
ativa na família e suas opiniões são
levadas em consideração. Isso faz
com que essa geração não se dê bem
com autoritarismo, ou seja, eles estão acostumados a argumentar, a
saber o porquê das coisas. Quando
recebem uma ordem, na escola ou
na faculdade, de uma pessoa mais
velha que não esteja acostumada a
lidar com esses jovens, dificilmente
irão acatar obedientes. É provável
que questionem e queiram saber o
motivo daquilo.
Sempre vai existir uma resistência dos Baby Boomers em
aceitar que os jovens tenham sua
própria opinião, quando eles, nessa idade, não podiam se expressar.
Porém, é importante que entendam
que a Geração Y teve uma criação
diferente, já nasceram com o direito a uma opinião, em uma época em que podem expressar suas
vontades em diversas redes sociais,
sem qualquer tipo de repreensão.
Karilson Mello Furtado
Julia Ribeiro
Eles dizem o que pensam. Confira
Os jovens Eduardo Franzen,
22 anos, estudante de Desing na
UFPEL, 2° semestre; Laís Miranda, 18 anos, aluna do Colégio São
Judas Tadeu, 3º ano; e Anna Caroliny Moraes, 14 anos, que cursa
a 6ª série no Colégio Dolores Alcaraz Caldas, dizem o que pensam
sobre a Geração Y.
Quando você tem de fazer
algum trabalho no colégio/faculdade, costuma usar somente a internet? Se sim, por que
não usa mais os livros?
Eduardo Franzen: Na internet também tem referência de
livros, apesar de que alguns livros
impressos são mais específicos e
menos generalistas que a internet.
Laís Miranda: Uso a inter-
net porque é mais fácil, está tudo
ali. Nos livros falta o Ctrl. (risos)
Anna Caroliny Moraes: Dependendo da professora, dou um
Ctrl + C, Ctrl + V e torço pra ela não
descobrir.
Se alguém dá uma ordem,
você acata facilmente?
Eduardo: Se eu respeito a
pessoa e vejo que é plausível, sim.
Laís: Depende de quem que tá
me dando essa ordem e para o que
é, geralmente pergunto “por quê?”
Anna Caroliny: Tento obedecer meus pais e professores, senão depois quem se dá mal sou eu.
Você conversa com teus
pais sobre qualquer assunto?
Eduardo: Não moro com
meus pais, mas sempre que passo
um tempo lá com eles tento trocar
uma ideia, não sei se posso chamar
de conversa.
Laís: Qualquer assunto não,
né?! Tem assuntos que prefiro tratar com amigos.
Anna Caroliny: Ah, depende, às vezes pergunto umas coisas,
mas se eu tenho vergonha vou no
twitter mesmo.
Se você não quer ir na viagem da família, para determinado lugar, teus pais aceitam
tua opinião?
Eduardo: Sim, eu já pago minhas contas e meio que não devo
muita satisfação.
Laís: Se eu insistir muito e tiver onde ficar, tudo bem.
Anna Caroliny: Não.
CAPA/ Especial
A galera
no comando
• A inovadora geração de profissionais
invade o mercado de trabalho
PROFISSIONAIS INQUIETOS
gostam de desafios e querem feedback de suas ações o mais rápido
possível. Estas são algumas das
características da nova geração de
empreendedores, a Geração Y, que
abrange pessoas nascidas a partir
de 1978. Em contraponto, são considerados distraídos e insubordinados. Estão sempre online, ligados
nas atualidades e redes sociais.
Diante desse nicho de inovadores profissionais, o professor da
PUCRS, Cássio Scolovsky Grinberg, formado em Economia pela
UFRGS e com especialização em
International Business Management em Londres, afirma que “é
difícil generalizar todo o comportamento de uma geração”. Ele acredita que muitos empreendedores
desse grupo são superficiais e não
levam a sério os problemas em
determinadas situações. Observa
que a falta de leitura é um problema dessa faixa etária, pois vários
jovens sofrem frente à dificuldade
de escrever e apresentam até certo tipo de descompromisso com
suas obrigações. “Tal cenário se
apresenta porque esse grupo está
acostumado a receber tudo pronto,
não determina especificamente um
foco e tem muita ambição”, comenta Grinberg.
Na área da comunicação, o
professor pondera que os jovens
da Geração Y podem estar acostumados com a internet, mas não devem acreditar que essa ferramenta
possa substituir o “olho no olho”. É
imprescindível uma relação face a
face. “Os clientes muitas vezes preferem e precisam desse contato”,
alerta o professor Cássio.
Apesar dos jovens se posicionarem como se já fossem profissionais completos, devem aceitar
as críticas que muitas vezes trazem
ensinamentos, diz o professor.
Como ponto positivo da Geração Y,
ele destaca a velocidade de execução de tarefas, criatividade e interação que podem agregar valores e
resultados no mundo organizacional. O especialista em Marketing
acredita que a geração Y é muito
promissora, mas apenas na medida
em que estiver madura o suficiente,
sabendo canalizar o comportamento mais imediatista e ambicioso
para o que realmente importa. “Devem tentar manter os padrões de
ética necessários às relações”, diz.
Rudney Aminadab Santos, 33
anos, mestre em Economia, graduado e pós-graduado pela PUCRS, é
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um exemplo dessa prole. Ele é professor universitário da Unilasalle
e conta que para chegar onde está
não foi um processo “da noite para
o dia”. Levou cerca de cinco anos
para se formar e, após, trabalhou
no setor privado. O especialista assegura que tal experiência agregou
muito em seu crescimento e fomentou a ideia de ingressar na área da
educação. Quando fez o Mestrado,
já tinha a vontade de ser educador
e logo buscou oportunidades na
área. O economista revela que houve dificuldades no percurso. Uma
delas foi a financeira, sem contar as
inúmeras horas de dedicação e estudo. Por outro lado, teve apoio de
professores e pesquisadores que o
ajudaram no processo de conquista
pelo emprego que tanto desejava.
Santos acredita que sua geração
tem muito para acrescentar no
mercado de trabalho. Aponta que
a inovação, quebra de paradigmas
e a vontade de mostrar resultados
são atributos dessa faixa de profissionais.
Hohana Barreto
Luiza Leal Vargas
Rudmar Santos
NÚCLEO FOTO PP/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA
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CAPA/ Especial
CAMILA CUNHA/ HIPER
Minha vida é uma
trilha sonora!
∆∆ Gabriela Raabe é fã de Badaui, CPM22
A
paixão por bandas de música
acaba tornando-se em um fanatismo, até mesmo em religião.
Cada vez mais existem pessoas que são
fascinadas por artistas musicais. Os jovens, que na maioria respondem a esse
grupo, estão desprendo-se de seu tempo e dinheiro para acompanhar os seus
astros, muito provavelmente, por causa
da facilidade de acesso à mídia social.
Mas o que passa pelas cabeças desses
fãs incondicionais?
Para Gabriela Raabe, 19 anos, estudante de Relações Públicas, a música é
parte fundamental da vida, algo que ela
não consegue ficar sem. Acredita que é
uma forma de expressar os sentimentos sem precisar falar. Badaui, vocalista da banda CPM22, é o artista com
quem ela mais se identifica. Desde os
seus 12 anos, ouve e segue a banda, e a
única coisa que mudou, até agora, foi o
amadurecimento que teve no decorrer
desses anos, pois seu amor e fanatismo
continua até os dias atuais. Questionada
sobre o estilo musical da banda CPM22,
ela o define como hardcore melódico, o
que a faz gostar ainda mais deles, pois é
esse estilo de música agitada e que fala
sobre sentimentos que a fez tornar-se fã
assídua da banda, os seguindo sempre
que pode por shows no Brasil a fora.
Na visão do músico Igor Manaue, 20
anos, a música é vida. Tudo que ele faz
está ligado a ela. Sua referência musical
é a banda Los Hermanos, tudo que eles
fazem é bom, segundo Igor, desde sua
letras musicais até seus ideais. “A música constrói a personalidade da pessoa,
não no sentido de se vestir, mas sim na
visualização do seu ponto de vista”. Colega na disciplina de Mídia Impressa e
Digital, ele afirma que não tem um estilo
único, o que gosta mesmo é de música.
Los Hermanos deixou de atuar há algum
tempo. Hoje, a banda faz aparições em
ocasiões raras, como o último Festival
de Salvador. Os integrantes, atualmente, fazem trabalho solo ou compõem outra banda.
Mariane Santana, 19 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, se
identifica com a banda pop RBD por
suas ideologias e mensagens transmitidas ao público através das músicas. Na
sua visão, a música corrobora a personalidade de cada um, ajudando até nos
momentos difíceis da vida como uma
forma de arte e de identificar os sentimentos. Assim como a banda Los Hermanos, a RBD não está mais atuante no
mundo musical, porém Mariane continua ouvindo e seguindo os passos do
trabalho solo dos seus ídolos.
O dicionário online já diz que paixão é um sentimento excessivo; amor
ardente; entusiasmo; vício dominador;
alucinação. Porém, uma explicação concreta por esse amor pela música é difícil de ser descrita. As pessoas apenas
aproveitam seus momentos livres para
escutar, seguir e idolatrar seus cantores
preferidos.
Daniela Tecchio, Gabriela Fraga e Pedro Nery
CAPA/ Especial
RRPPAtualidades/Julho 2011
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Os fansites ganham o mundo
V
ivenciamos a era da informação de forma
intensa e como nunca poderíamos supor alguns anos atrás. Se há décadas era
inviável um fã brasileiro corresponder-se com
algum ídolo internacional, hoje em dia este distanciamento foi derrubado e se estabeleceu novo
padrão de relacionamento entre ídolos e fãs.
Surgiram, assim, os chamados fansites, que
são sites criados por fãs de uma banda ou artista. A divulgação proporcionada por estes “agenciadores” em geral é tão positiva que muitos fãs
acabam realizando parcerias com gravadoras
internacionais e até mesmo com os próprios ídolos, que acabando conhecendo os seguidores na
internet.
Exemplo de sucesso de parceria é o trabalho
de Andressa Nadvorny, 21 anos. Ela integra uma
equipe de seis membros que se dividem entre
as funções de webmaster, tradutores e redatores responsáveis por legendar vídeos e atualizar
a galeria de fotos do site www.avengedsevenfold.com.br. “Nós entramos em contato com o
Avenged Sevenfold através do managment da
banda nos Estados Unidos e hoje em dia realizamos promoções com prêmios fornecidos por
eles. A equipe já se encontrou com a banda em
show aqui no Brasil mais de uma vez, e ficamos
felizes ao notar que eles sabem da existência
do site”, conta Andressa. O domínio dedicado
à banda americana foi criado inicialmente por
membros de um outro fansite dedicado à banda Linkin Park, mas com o tempo acabou sendo desativado e só retornou mais tarde quando
pessoas da equipe atual entraram em contato
com o grupo antigo e pediram permissão para
continuar o trabalho. Com outros integrantes e
novo fôlego, o site obteve algumas conquistas,
começando por uma parceria de divulgação mútua com a Warner Brasil, gravadora responsável
pela divulgação da banda no país. Apesar de
não oficializar nenhum fansite, a Warner realiza
parcerias que podem gerar desde divulgação de
promoções até ingressos e passes de imprensa
para shows da banda.
Outro exemplo de sucesso é o fansite dedicado a banda americana Linkin Park, criado em
2002. Surgiu a partir de um grupo no site Yahoo
com o mesmo nome. A equipe conta com a colaboração de 15 pessoas, algumas participaram
diretamente da criação e outras foram recrutadas a partir de um “processo seletivo”, exposto
no próprio site. Também há convidados especiais, localizados devido às suas contribuições à
comunidade de fãs de Linkin Park no Brasil, por
meio do Orkut, pelos próprios comentários no
domínio da banda ou até mesmo em outros sites.
A professora de 22 anos, Natália Freitas,
que faz parte da equipe do site www.slipknotbr.
com, explica como a equipe já foi reduzida pela
falta de contribuição de alguns membros: “No
começo éramos cinco, mas a gente foi reduzindo e tirando o pessoal que não contribuia com
nada, e acabaram ficando só dois. O único integrante original é o webmaster, e o pessoal escolhido normalmente é conhecido nosso, a gente
faz um testezinho antes e vê se a pessoa se encaixa. Aí o pessoal é dividido nas funções, seja de
design, webdesign, redação, tradução, legendas
etc”. A idéia do site veio em 2005, antes de um
show do Slipknot no Brasil, com o intuito de aumentar a publicidade para a banda. A partir daí,
a equipe entrou em contato com a gravodora e
as produtoras de show, através de e-mails, para
conquistar algumas parcerias que facilitassem a
divulgação do grupo no país.
Outra forma de fortalecer as fanbases pelo
mundo tem sido os street teams que são praticamente uma “versão 2.0” do marketing de grupo.
Formam uma espécie de exército para fãs. Usam
os termos em inglês “army” (exército) para denominar o grupo e “soldier” (soldado) para os
fãs, que possuem missões, claro, para favorecer
a divulgação da banda.
Priscylla Piucco, 21 anos, é dona de um desses teams, dedicado ao conjunto americano My
Chemical Romance. O MCRmy é o street team
oficial da My Chemical Romance e um dos mais
reconhecidos. Antes não havia este tipo de envolvimento dos fãs no Brasil. Somente surgiu
com o chamado Brazilian Parade, que publicava
mensagens pedindo para a banda vir ao Brasil,
entre outros projetos com igual objetivo. “Eu decidi montar o army brasileiro, baseado no americano, mas com estrutura e modelo de missão
próprios”, explica Priscylla.
A organização da equipe é feita de forma
hierárquica. Além da líder Priscylla, existem
duas sublíderes que assumem o comando na ausência da estudante e logo abaixo delas quatro
moderadoras e uma colaboradora não oficial,
que ajudam na organização dos soldiers durante
votações e premiações. Priscylla afirma que mais
algumas serão selecionadas para trabalharem
no site, que agora irá ao ar em parceria com a
MTV. “A escolha não se dá por votação, eu escolho quem entra, geralmente por mérito dentro
do army e que eu considere ter boas ideias para
inovar. As sublíderes também têm o direito de
indicar moderadores”, garante.
Os fansites passaram a ocupar papel de destaque na carreira dos artistas. É possível vislumbrar que, no futuro, cada vez mais as bandas estarão atreladas a uma relação com seus fãs.
Bruno Dornelles
Heelary
Fernanda Soares Oliveira
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CAPA/ Especial
Como organizar um evento independente
Festival de Rock
na praia do Pinhal
Q
uase duas décadas de veraneios na casa da praia de
Pinhal, quase 20 anos de
história. Esse é um dos motivos do
Bernardo* gostar tanto do seu lar
no litoral. Porém, por devaneios
da vida, recebeu a notícia de que
o imóvel seria vendido. Inconsolável, decidiu: faria uma festa de despedida para deixar a casa marcada
para sempre na memória de todas
as pessoas que fossem lá, como ficou marcada na dele. Para realizar
o evento – que foi um sucesso –
Bernardo chamou um amigo para
organizar, e esse é o tema que vamos abordar nesse texto: Como organizar um evento bem-sucedido,
no sentido da alegria, e de forma
independente, tendo como base o
∆∆ The Tape Disaster abriu o festival com rock instrumental
nosso exemplo.
Pense, antes de tudo, em algo organize uma van ou ônibus. De- Valeu a experiência
que você queira fazer e seus ami- pois, faça uma lista de tudo que é
gos gostem. No nosso caso, foi um necessário para isso ser realizado,
O Felipe contou como foi orgae comece a pesquisar nizar essa grande festa:
show com quatro banpreços. Não pense apedas de amigos. Marque Bandas
“Primeiramente, para realizanas no baixo custo, leve ção do evento em Pinhal, foi precio dia do evento com participantes:
em conta a qualidade. so analisar a possível data e o local
alguma
antecedência
Lembre sempre que to- onde ocorreriam os shows. Foi espara que os convidados The Tape Disaster
dos têm que gostar e se tudado o tamanho da sala (onde fopossam se organizar e Lepata
sentir bem na festa. Fei- ram instalados os equipamentos).
todos possam compare- Plátano
Deathbythecolt
to o orçamento, contrate O segundo passo foi falar com os
cer. Se a festa for fora da
tudo e agende a entrega moradores dos arredores da casa,
cidade, como no nosso
caso, pense em como os convoca- das encomendas para, pelo menos, pois o show seria com aparelhagem
dos irão se deslocar ao local. Se não dez horas antes do evento, para não completa para uma banda, e a casa
puderem ir de carro, se antecipe e haver imprevistos.
não tem isolamento acústico.
∆∆ Banda Lepata
∆∆ Banda Deathbythecolt
Concluídas as etapas anteriores, os organizadores começaram
a cotar aluguel de aparelhagem
(amplificadores de guitarra, amplificador de contrabaixo, P.A
para Vozes, Bateria, Microfones,
pedestais). Conseguimos um valor bastante baixo devido negociação com conhecidos meus para os
amplificadores de guitarra e o de
contrabaixo. O mesmo aconteceu
com a bateria, que conseguimos de
graça com outro amigo. O que mais
deu trabalho e precisou de mais dinheiro foi o aluguel dos P.As para
vozes. O que acarretou certo encarecimento do evento. Com tudo já
confirmado restava apenas a parte
de promoção do evento. Desenvolvi
um “web-flyer” (http://www.deathbythecolt.com/pinhal) para circular em redes sociais, com todas
as bandas trabalhando na divulgação. O flyer continha informações
como: bandas participantes, local
do evento com link para Google
Maps, horário de início e valor.”
A organização e o evento foram
um sucesso e ocorrerão novas edições. A próxima está prevista para o
segundo semestre de 2011. Só falta
a casa. Aquela já era.
Ígor Silveira Nery
Kilary Rapaaki Burtet
Thiago Sacco Pereira
MUNDO
Mobilidade Acadêmica
• Estudantes aproveitam a oportunidade de estudar no exterior
O
Programa de Mobilidade Acadêmica (PMA) da PUCRS visa
proporcionar aos alunos a
grande oportunidade de conhecer novas culturas e continuar estudando. A
PUCRS está associada a universidades
em diversos países, como Alemanha,
Argentina, Áustria, Brasil, Canadá, Chile, China, Coréia do Sul, Dinamarca,
Espanha, Estados Unidos, Finlândia,
França, Itália, Japão, México, Noruega,
Portugal, Suécia e Uruguai.
O tempo de duração do estudo é de
um ou dois semestres. Para participar
do programa, são necessários alguns requisitos, como ter, no mínimo, 18 anos,
estar regularmente matriculado em um
curso de graduação da PUCRS, haver
cursado no mínimo 25% dos créditos do
currículo, entregar o formulário de inscrição devidamente preenchido, apresentar coeficiente de rendimento igual
ou superior a sete, carta de recomendação de um professor da respectiva Unidade Acadêmica, cópia do passaporte e
demonstrar conhecimento no idioma
do país de destino. O processo de seleção exige critérios como prova de proficiência em língua estrangeira e língua
portuguesa (para Portugal) e entrevista
individual ou em grupo.
O resultado é divulgado no site da
PMA e disponibilizado na Mobilidade
Acadêmica. Os alunos selecionados devem comparecer no Núcleo para assinar a sua confirmação de interesse na
vaga e os suplentes também. Caso haja
desistência, o estudante suplente ocupa
a vaga. Um de seus objetivos é oferecer
uma experiência única e inesquecível
ao estudante, visando contribuir tanto
para o lado profissional, tanto para o
lado pessoal.
Julia Finamor, estudante de Jornalismo da Famecos, está cursando o
quarto semestre na Universidade Católica Portuguesa. A expectativa de Júlia
para essa nova experiência é ter uma
boa oportunidade de ampliar o seu currículo, contando com um diferencial no
mercado para, futuramente, garantir
ótimos trabalhos. “Eu optei por Portugal após pesquisar todas as universidades com que a PUCRS está associada e
contei com a ajuda do professor Vitor
Necchi, que me recomendou a universidade de Portugal pelo fato de ser voltada para o jornalismo literário, minha
RRPPAtualidades/Julho 2011
9
Conhecimento
sem fronteiras
Dalcídio Moraes Cláudio e Yuri Elias Rodrigues são outros dois exemplos entre milhares de
estudantes que optaram por estudar no exterior.
As experiências, os aprendizados, as dificuldades são um pouco da rotina desses brasileiros
que estão a milhares de quilômetros de casa.
Dalcídio Moraes Cláudio, 64 anos, doutor
em matemática computacional, escolheu a Alemanha para realizar seu Doutorado, foram cinco
anos de curso. Aproveitou muito a experiência
para enriquecimento pessoal e, é claro, profissional. Ressalta como maiores aprendizagens a
importância da preservação do meio ambiente e
a valorização da pessoa humana. Ele considera
a experiência proveitosa: “Cada dia agradeço ter
tido esta experiência”. Dalcídio só trouxe boas
lembranças. “Fui muito bem recebido, tinha
∆∆ Júlia estuda Jornalismo em Lisboa
pouco contato com outros estrangeiros, pois
área de interesse”, explicou.
precisava aprender o idioma, mas os poucos
Jussela, vinda de Nanjing, na Chiamigos que tive naquela época guardo até hoje,
na, também está vivendo a experiência
com carinho, em minha memória.”
de estudar em outro país. Sua universiMas nem tudo foi fácil. Dalcidio conta que
dade original (Communication Univerteve dificuldade na adaptação devido ao idioma
sity of China) e a PUCRS são parceiras
ser muito difícil e também pelo fato do nível de
no PMA, por isso, ela está em nossa
escolaridade dos alemães serem muito superiouniversidade. Está cursando o primeires, “tive que correr atrás”, explicou. Perguntaro semestre do curso de Jornalismo e já
do sobre como aproveitava seu tempo livre, foi
faz planos para concluir o curso e fazer
bem direto: “Conheci toda a Europa (é pouco?)”.
o mestrado na própria PUCRS. A estuYuri Elias Rodrigues, 20 anos, está cursandante e mais 25 colegas, que também
do Matemática em Coimbra – Portugal. A viaestão fazendo intercâmbio, moram em
gem vai durar
um prédio no bairro Rio Branco. O que
dois anos. O que
mais gosta de fazer na cidade é passear
chamou a atenno Parque da Redenção e ir ao Mercado
ção de Yuri foPúblico.
ram os diversos
Vitória, também vinda da China,
intercambistas
da cidade de Harbin, sempre teve muido mundo inteita curiosidade em estudar no Brasil.
ro que estão em
Quando descobriu que a Harbin NorCoimbra. “Vale a
mal University, a faculdade na qual
pena notar como
estudava, tem uma parceira com a
Coimbra
tem
PUCRS, ela resolveu vir para cá cursar
muitos estudanLetras. Ela está no segundo semestre
tes de diversas
e pretende terminar a graduação aqui.
partes do munVitória mora com 13 colegas, que tamdo. O melhor é
∆∆ Yuri em Portugal
bém fazem o programa de Mobilidade
conhecer
essas
Acadêmica, em um prédio no bairro
pessoas que saíram do seu país, assim como
Bom Fim. “Assistir ao pôr do sol no Gavocê, e têm interesses em comum.”
sômetro é a coisa que eu mais gosto de
Yuri contou que a principal dificuldade foi
fazer”, disse a universitária. Ela arguconseguir a documentação exigida aos estranmenta que foi muito bem recebida pela
geiros e onde morar, agora têm sido a distância
universidade, que as pessoas em Porto
da universidade. Apesar de ter muitas atividaAlegre são bastante hospitaleiras e o
des, Yuri arruma tempo livre para se divertir,
ambiente é agradável e tranquilo.
devido a grande comunidade estudantil, são realizadas muitas festas. Gabriela Carvalho, Luiza Guedes,
Andressa Dias
e Marina Soares
Thiago Sá
Camila Ferreira
10 RRPPAtualidades/Julho 2011
PERSPECTIVA
GABRIELA SARMENTO/ RRPP
Profissional de
Relações Públicas:
a primeira crise
a gerir é a sua
• Para entrar no mercado de trabalho
é preciso vencer preconceitos das empresas
e visão estereotipada da profissão
AINDA NA ADOLESCÊNCIA, tações (Jornalismo, Publicidade e
os jovens têm o difícil dever de fa- Relações Públicas), cada uma tem
zer a escolha profissional, optar por suas particularidades e apresenuma universidade e ser aprovado. tam aos futuros profissionais seus
desafios, muitos deUma tarefa que muitos apontam como “Valeu muito a pena. les de gênero comum,
difícil e angustian- E lembre-se que um como o mercado cada
te. Feita a escolha,
Relações Públicas vez mais exigente e a
tudo se resolve e os não é mais um pro- relutância de algumas
medos e as angúsfissional no mercado, organizações à comunicação, gerada, printias são deixadas de
é O [grifo dele]
cipalmente, por falta
lado? Não, elas esprofissional.”
de conhecimento e vitão apenas no início,
são estereotipada.
apontam as pesquiDentre as habilitações, a de Resas. E com a Comunicação Social o
lações Públicas, diferente das deprocesso não é diferente.
No decorrer dos semestres cur- mais, sofre de um conceito vago na
sados, os universitários da comuni- concepção geral, consequência de
cação social já procuram se inserir ter pouco mais de 40 anos de hisno mercado de trabalho, através de tória no país. Como ciência, prevê
estágios. Levando em consideração e controla o exercício do poder nos
que há na comunicação três habili- sistemas de relacionamento entre a organização e seus públicos
(internos ou externos), buscando
sempre a comunicação excelente. É
uma atividade de gestão da comunicação organizacional que utiliza
Nome: Guilherme Max Silva
as informações de maneira estraApelido: Gui
tégica para estabelecer e manter
Idade: 23
os públicos em relacionamentos
Semestre: 8°
cooperativos, atuando como interCurso: Comunicação Social, hamediadora e facilitadora. Procura
bilitação em Relações Públicas
criar e manter a transparência de
Hobby: fotografia
uma imagem favorável das organiCor: Azul
zações e contornar possíveis crises.
Filme: Velozes e Furiosos, todos.
Nesse sentido, acaba sendo conMúsica: Billionaire
fundida com outras áreas, como o
Livro: Cuba por Korda
Marketing. Ao contrário do que se
Como se vê daqui a 5 anos: realipensa, ambas divergem em pontos
zado profissionalmente
fundamentais. O Marketing tem
Disciplina mais marcante: Negoseus objetivos centrados em deciação
terminados segmentos de públicos
Frase favorita: em latim ‘teme, mesmo visando a conquista e a
pus fugit carpe diem’, tradução:
manutenção de clientes, se preoaproveite o dia o tempo todo.
cupa essencialmente com o lucro.
Frase tatuada em suas costas.
Já RRPP deve ter uma visão global
PERFIL:
∆∆ Guilherme com sua mais nova paixão: a fotografia
da organização perante todos seus
públicos, que são sua preocupação
e enfoque.
O formando de Relações Públicas na PUCRS, Guilherme Max
Silva, 22 anos, confessa que chegou
a pensar em largar a faculdade. “A
maioria dos estudantes nos dias de
hoje já pensou ou já trancou a faculdade alguma vez, uns por motivo de viagens, outros por falta de
interesse ou por não se adaptarem.
Eu já pensei em largar, mas descobri, trabalhando com os professores, que tudo pode dar certo, com
foco e objetividade”, diz Guilherme.
O acadêmico assegura que se
aprende muito na faculdade, principalmente a teoria. Também estende aos estágios a sua preocupação com a parte mercadológica da
profissão: “O mercado de trabalho
na nossa área vem crescendo consideravelmente, mas ainda assim,
há poucos estágios que oferecem
aquilo que o aluno precisa para se
qualificar para o mercado quando
for um profissional formado.” Ele é
categórico ao reclamar que o maior
desafio de um RRPP é fazer as organizações entenderem as suas reais
funções no mercado.
Perguntado se valeu a pena a
sua escolha, ele demonstra convicção e amor pela profissão. “A faculdade foi muito boa, aprendi muitas
coisas boas e conheci pessoas maravilhosas, fazendo amizades que
pretendo levar para vida inteira.
Achei uma nova paixão, a fotografia, estou me formando e logo quero aprender mais e mais sobre foto.
Hoje eu já tiro uma foto com outra
visão, o melhor cenário, o melhor
ângulo, é fascinante o que se pode
fazer com uma máquina na mão.
Valeu muito a pena. E lembre-se
que um relações-públicas não é
mais um profissional no mercado, é
O [grifo dele] profissional.”
Gabriela Sarmento
Stéfani Escossi
Ussumane Djaló
TECNOLOGIA
RRPPAtualidades/Julho 201111
O passarinho azul
nas empresas
• O twitter é uma forma rápida de conversar com o cliente e entender o que ele quer
LAURA GOLDIM/ RRPP
O
uso do Twitter por empresas está num crescente. O
que divulgam na rede? E
por que muitas não se mantêm?
O Twitter é um site de redes
sociais muito popular hoje em dia.
Nem todas as organizações o utilizam da mesma forma, mas o objetivo é o mesmo: chamar atenção
para sua marca. Segundo Mauricio
Trilha, responsável pelo Twitter da
locadora e centro de entretenimento E O Vídeo Levou, a ferramenta é
uma forma de aproximar-se ainda
mais dos clientes; muitos pedem
indicações de filmes através dele.
A interatividade é o diferencial, “é
uma forma rápida de conversar
com o cliente e entender o que ele
quer”, conclui Trilha.
Empresas que atuam em ramos diferentes, como a E O Vídeo
Levou e o restaurante típico grego
Greek Donner, se fazem presentes
de formas diferentes no twitter. A
locadora o utiliza basicamente para
divulgar novos produtos (filmes,
games, posters e camisetas) que
chegam até a loja. Além disso, realizam promoções em parceria com
as principais produtoras (Playarte,
Paris Filmes, Sony, Warner) para
seus seguidores. O restaurante tem
um enfoque diferente: divulgam
curiosidades e frases de pensadores
gregos. “É uma maneira de trazer
um pouco da Grécia para Porto Ale-
∆∆ Fachada da E O Vídeo Levou, locadora e centro de entretenimento
gre”, afirmam.
Pode ser muito útil em casos de
crise também. Entretanto, seu uso
deve ser feito com cuidado, para
não agravar ainda mais a situação.
Em 2009, a pizzaria norte-americana Domino’s Pizza enfrentou uma
grande crise. Dois de seus funcionários de uma loja na Carolina do
Norte publicaram no YouTube um
vídeo em que apareciam desrespeitando completamente as normas de
higiene. O escândalo foi altamente
divulgado no Twitter e logo a empresa reagiu: foi criada uma conta
e assim deram vários esclarecimen-
tos e respostas aos internautas.
Dessa forma, a crise pôde ser superada com o mínimo de danos.
Muitas empresas encontramse no Twitter, e suas contas estão paradas, sem atualizações há
meses. Essa desistência deve-se à
falta de planejamento prévio. Antes de entrar na rede, é preciso ter
seus objetivos bem estabelecidos e,
uma vez nela, usar uma linguagem
adequada e publicar conteúdos que
sejam do interesse dos internautas,
para que sigam a empresa e a recomendem a outros.
Outro fator de desistência por
POR QUE DAR UNFOLLOW ?
A facilidade em “seguir“ empresas no Twitter serve para ambos os lados. Assim como com um
clique pode-se interagir com a empresa, com outro, tudo é desfeito e
a organização perde um seguidor.
Em uma pesquisa realizada
com 1.561 americanos usuários de
redes sociais, no período entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011,
as razões dadas pelos internautas
para deixarem de seguir empresas
no Twitter são:
 52% mensagens chatas e repetitivas
 41% mural com excesso de
propaganda
 39% excesso de postagens
 27% só seguiu o perfil para
aproveitar uma ação promocional
específica.
A salvação é usar a ferramenta
com equilíbrio. As promoções online são cada vez mais frequentes.
É preciso cuidado para não haver
também excesso de promoções,
pois é desagradável ter seu Twitter
cheio de apelos comerciais que não
lhe interessam.
Fonte: http://www.heat.com.br/blog/
parte das organizações é a falta de
paciência. O uso da rede é um processo contínuo, é preciso primeiro
legitimar-se nesse novo meio para
depois poder palpar seus resultados. A longo prazo, o Twitter é
capaz de aumentar as vendas e
aproximar os públicos da empresa. Quando esse estágio é atingido,
ambos os lados se beneficiam, o
que torna os relacionamentos mais
favoráveis à organização.
Laura goldim
lucas sikorski
maría agustina del sastre
12 RRPPAtualidades/Julho 2011
VARIEDADES
Como somos vistos na tela
Os relações-públicas no cinema
FOTO DIVULGAÇÃO
POUCOS FILMES tratam da
nossa profissão, mas todos parecem nos colocar em maus lençóis.
Por que os cineastas parecem detestar os profissionais de Relações
Públicas? E o público em geral se
deixa levar por essas opiniões?
Quando perguntados sobre
filmes em que os personagens
principais são relações-públicas,
os cinéfilos geralmente lembram
de Obrigado por Fumar (Thank
you for Smoking/2006) ou Mera
Coincidência (Wag the Dog/1997).
Não é exatamente como queremos
ser lembrados pelo cinema: Nick
Naylor, o personagem principal de
Obrigado por Fumar, é lobista para
a indústria do tabaco, considerado
o demônio e alega fazer pelo aluguel (se comparando aos nazistas
que assim o declararam em julgamento). De Niro, em Mera Coinci-
∆∆ cena do filme “Obrigado por Fumar”.
dência, cria uma guerra em estúdio
hollywoodiano para abafar escândalo sexual do presidente.
Por que os cineastas têm essas
opiniões de nós? Syd Field, famoso
roteirista e teórico de Hollywood,
diz que todo filme precisa de conflito. Não há, portanto, razão
para fazer um filme em torno do
relações-públicas da indústria do
Mariane Lima
FOTO DIVULGAÇÃO
Como as cores podem
influenciar no cotidiano?
O livro “Psicodinâmica das co- reservas de imaginação criativa do
res em Comunicação”, de Modesto homem, agindo não somente sobre
Farina, diz que elas influenciam quem fruirá a imagem, mas, tampoderosamente o indivíduo, no bém, sobre quem a constrói.
Sobre o indivíduo que recebe
terreno psicológico, e ainda representa sob outros aspectos, que as a comunicação visual, a cor exerintegram definitivamente na vida ce uma ação tríplice. É vista: impressiona a retina.
cotidiana. Segundo
As cores influenciam É sentida: provoca
o autor, num ampessoas diferentes
uma emoção. E é
biente de trabalho,
é aconselhável o
de maneiras diferen- construtiva, pois,
uso de cores claras,
tes, subordinadas às tendo um significado próprio, tem
como azul e verde,
condições fisicas e
valor de símbolo e
pois cores fortes
influências culturais. capacidade, porcomo vermelho e
tanto, de construir
laranja são excitantes, tiram o apetite e aceleram as uma linguagem que comunique
uma ideia.
indisposições estomacais.
As cores influenciam pessoas
No ambiente industrial, quer
sob composições harmônicas am- diferentes de maneiras diferentes.
bientais, quer caracterizando os O homem reage a ela subordinado
produtos, as cores assumem im- às suas condições físicas e às suas
portância capital. Evitam aciden- influencias culturais, mas sua sintes, acelerando mão-de-obra e or- taxe pode ser aprendida por qualdenando o mecanismo das tarefas. quer um que esteja interessado em
A análise das cores na comu- estudar os inúmeros processos de
nicação leva à conclusão que ela comunicação visual.
oferece amplas possibilidades e
favorece a capacidade de liberar
Jéssica Olsson
leite, a não ser que ele saiba que
esse leite é adulterado; as criancinhas desaparecidas da caixa sejam
invenção de marketing, ou que ele
esteja usando trabalho escravo. Há
de se adicionar a isso o fato de que
a sociedade de uma forma geral, vê
grandes companhias como a fonte
de todo o mal. A ironia do mundo
capitalista é que as pessoas detestam quem ganha mais do que elas.
Há uma boa notícia, no entanto: fazendo uma enquete em um
grupo de cinéfilos, rapidamente, se
descobre que os filmes relacionados não deixaram uma impressão
negativa sobre a profissão. Apesar
das citações, o público entende que
se tratam de dramas ou comédias e
não retratam a realidade de todos
os profissionais da área.
SIGNIFICADO DAS CORES:
Preto: está associado à ideia
de morte, luta ou terror, no entanto, também se liga ao mistério e a
fantasia. Significa também dignidade.
Branco: associa-se à ideia de
calma, paz, pureza. Também significa inocência.
Vermelho: a cor da paixão do
sentimento. Significa também poder.
Verde: significa vigor, juven-
tude, frescor, esperança e calma.
Amarelo: transmite calor, luz
e descontração. Transmite otimismo.
Laranja: siginifica movimento
e espontaneidade.
Azul: Simboliza lealdade, a fidelidade, personalidade e sutileza.
Roxo: transmite a sensação de
tristeza. Significa prosperidade,
nobreza e respeito.
Rosa: simboliza a beleza, a
saúde, sensualidade e também o
romantismo.
VARIEDADES
CIDADANIA
RRPPAtualidades/Julho 201113
Barbie chega aos 50 anos
Ocorreu no shopping
Iguatemi, em Porto Alegre, durante 20 dias, neste primeiro
semestre, a exposição “Mundo
Encantado da Barbie”. Falar
sobre Barbie parece uma coisa antiquada e que pertence à
vilã chamada ditadura da beleza. Acontece que, por mais
que a famosíssima boneca seja
abominada por uns, a grande
maioria é fã dela, o que permite
concluir que independente de
gostos e tempos ela ainda “causa”. A origem da peça plástica
é alemã e foi lançada no mercado em 1959, causando grande
indagação; até então as bonecas disponibilizadas eram apenas de bebês – o que propunha
uma espécie de “treinamento”
materno às meninas. Barbie já
nasceu quebrando paradigmas
e, desde então, seguiu e criou
tendências.
Foram expostas mais de
400 bonecas raras – incluindo
o primeiro exemplar – Kens,
amigas, irmãs... todas da coleção pessoal do curador Carlos
Keffer – que possui um dos
mais expressivos acervos do
Brasil. Na mostra, foi possível
conferir a boneca representando hábitos e costumes de cada
década: comportada e recatada
no início dos anos 60 até a mulher profissional que faz a linha
de frente no nosso cotidiano,
passeando entre as linhas de
noivas, princesas, divas etc.
Apesar de sua aparência e figurino terem colaborado com o
surgimento de um estereótipo
de beleza – o que faz muitas
meninas e mulheres buscarem sua semelhança – não se
pode negar que ela influiu (e o
faz até hoje) em muitos outros
aspectos que se refletem na sociedade, tendo como principais
a atitude e a postura da mulher
moderna.
Quem brinca de Barbie
não brinca de boneca, brinca de
mulher. O “Mundo Encantado
da Barbie” reforçou essa concepção ao expor as peças em
ambientes temáticos que reproduzem o cotidiano de cada
época. Observa-se a evolução
do comportamento feminino
e das edições lançadas como
uma instigante via de duas
mãos, refletindo algo como:
“se a Barbie que é uma boneca
faz, eu também posso fazer.”
Encorajada, a mulher superou
a brincadeira que a imitou. A
boneca permitiu que seu sexo
evoluísse e vice-versa. Quando
era pequena, quem nunca viu
uma Barbie veterinária/aeromoça... e pensou que, quando
crescesse, queria ser como ela?
E vai saber qual Barbie uma
criança já viu e também quis
ser como ela? Condenada ou
amada, a boneca é um ícone,
já são 50 anos de história e é
a mais vendida e conhecida no
mundo, passando de geração a
geração. Falar de Barbie é polêmico, adulto, infantil e está
sempre na moda.
Débora Rico Caetano
Raffaela Brodbeck Buratto
JÚLIA MERKER/ HIPER
∆∆ Exposição das 400 bonecas de Carlos Keffer
RODRIGO ADAMS/ JM
∆∆ Jovens voluntários se unem na sede do Vida Urgente
Salvando a vida
dos motoboys
• Vida Urgente lança novo projeto
“Quando
pedem
urgência
em suas
entregas,
os usuários do
serviço
também se
tornam
responsáveis.”
U
m novo projeto do Vida
Urgente foi lançado no
dia 29 de março, o Moto
Vida. Um projeto voltado diretamente aos motoboys se utiliza
da conscientização em três pontas do serviço de telentrega: os
profissionais, as empresas, e os
próprios consumidores. Baseado
nas últimas pesquisas, que revelam um triste índice: 40% dos
acidentes tem o envolvimento de
motociclistas, apesar das motos
representarem apenas 20% da
frota de veículos do Brasil.
Com o objetivo de mobilizar
a sociedade gaúcha para uma
mudança de cultura e o desenvolvimento de um comportamento de referência para todo
o Brasil, a Fundação Thiago de
Moraes Gonzaga
desenvolve
programas de capacitação do voluntariado jovem. O número de
inscritos sempre supera as expectativas. O Vida Urgente está
em constante renovação através
da criação de novas ações em
escolas, parques, festas e outros
locais escolhidos pelos próprios
voluntários. Hoje o projeto tem
mais força, conta com jovens que
se conscientizaram da importância em valorizar a vida e se engajaram em tentar salvá-las.
Depois da decisão tomada e
da conscientização dos direitos
e deveres de ser um voluntário,
tornar isso real é muito simples,
basta acessar o site do Vida Urgente e se cadastrar.Uma pesquisa foi feita em cima dos motivos pelos quais jovens se tornam
voluntários de projetos humanitários. Os resultados do levantamento, que contém também
entrevistas, mostram diversos
aspectos do voluntariado.
A estudante Maria Eduarda
Victolla Paiva, de 18 anos, colabora no projeto como atriz na
peça “Exército do sonhos”. A
maioria dos jovens se tornam
voluntários por terem perdido
amigos ou familiares no trânsito.
Outros são motivados pela conscientização pessoal e também
pela influência de amigos que já
participaram.
Diza Gonzaga, que fundou
o Vida Urgente com o marido
Régis Gonzaga após a perda do
filho Thiago, destaca a intenção
do novo projeto para salvar vidas
de motoboys e alerta que a dimensão do problema cresce pela
pressa que todos têm em receberem teleentregas: “Quando pedem urgência em suas entregas,
os usuários do serviço também
se tornam responsáveis pelo
alarmantes números de acidentalidade e imprudências cometidas pelos motoboys”.
bruna pires
débora castro
rafaella lopes
14 RRPPAtualidades/Julho 2011
COMUNICAÇÃO
RP só faz festinha?
• Com certeza, não!
MAURÍCIO CALIENDO/ RRPP
Q
ue as casas noturnas estão sempre lotadas, isso todo mundo
sabe. Porém, o que muitos não
sabem é que existe todo um trabalho do
profissional de Relações Públicas por trás
disso.
Os jovens têm um gosto musical
muito eclético, que vai do pagode ao indie. E para dificultar ainda mais a vida
de quem organiza as festas, eles querem
mais e mais novidades. Por isso, um bom
planejamento estratégico é fundamental
nos dias de hoje. Você sabe o que é planejamento estratégico? É o método pelo
qual a empresa define a mobilização de
seus recursos para alcançar os objetivos
propostos. Mas nem sempre esse papel é
exercido por um Relações Públicas, como
afirma Rafael Tavares, 26 anos, estudante de Administração da UFRGS e sócio
da Produtora Hi5: “As casas noturnas de
Porto Alegre são administradas por pessoas sem qualificação em Relações Públicas, o que obriga os estabelecimentos
a terceirizar o serviço desse profissional.
As boates fazem apenas a parte administrativa financeira, e pouco se preocupam
com a parte de relacionamento com os
clientes”.
O trabalho de uma produtora nem
sempre é a organização absoluta do evento, mas sim fazer o relacionamento com
o público, fidelizando os clientes das casas noturnas. “A produtora Hi5 é uma
empresa de relacionamento. Somos chamados de produtora, mas de produção
efetiva, fazemos pouco.” Segundo Tavares, elas estão sempre em busca de novos
lugares para produzir as festas, assim
como os proprietários das casas procuram diferentes produtoras para realizar
os eventos.
Infelizmente, ainda existe um mito
com a profissão de Relações Públicas.
Muitas pessoas pensam que esse profissional só faz “festinha” e não reconhecem
que ele é essencial para qualquer empresa, pois trabalha em diversas áreas como
organização de eventos, comunicação in-
terna, assessoria de imprensa, gestão empresarial, pesquisa etc. “O trabalho de um
relações-públicas não é feito só na noite,
e sim antes dela”, afirma Pedro Reis, 24
anos, estudante de Relações Públicas da
PUCRS e produtor de eventos da Hi5.
Mas esse preconceito não atinge somente a área da Comunicação Social. “Cursei
Educação Física na UFRGS, antes de cursar Administração, e sofria desse preconceito também”, disse Tavares.
Para Pedro, o profissional deve ser
competente e muito mais que um promoter de festas. A função do relaçõespúblicas vai muito além das “festinhas”.
Esses profissionais estão mostrando toda
sua qualificação nos diversos âmbitos da
profissão.
Laíse Santos
Larissa Dal Corso
Maurício Caliendo
Organização
de eventos
envolve
comunicação interna,
assessoria
de imprensa, gestão
empresarial,
pesquisa etc
COMUNICAÇÃO
MARINA SOUZA/ RRPP
A observação do
consumidor
A
s empresas utilizam
vários métodos para
conseguirem entender os fatores que
fazem os potenciais
consumidores decidirem pela
compra dos produtos, e também
para chegarem mais perto daquilo
que eles gostam. As técnicas mais
utilizadas atualmente para conhecer os públicos de interesse são:
entrevistas, observação, painéis e
Hall Test.
Um dos métodos mais conhecidos é a entrevista, que é feita
através de encontros e trocas de
informações com o entrevistado.
Essa é a técnica mais flexível de investigação, pois pode ser utilizada
para qualquer tipo do assunto.
Outra técnica é a de observação, que se da através de coleta de
dados. Não consiste em apenas ver
ou ouvir, mas também em examinar os fatos que se tem como obje-
to de estudo.
Os painéis de consumidores
consistem na escolha de clientes,
para que fiquem em uma casa testando determinado produto de
uma empresa, para depois a organização saber qual a opinião deles
sobre o produto. Já o Hall Test
também tem como objetivo testar
o produto, só que as pessoas são
recrutadas na rua para fazer o teste.
A comunicação, quando bem
utilizada nas organizações, é capaz de gerar resultados desejados,
tanto internamente quanto externamente. Uma pesquisa de opinião, feita para o público interno,
fornecerá informações com relação
à imagem da organização e seus
produtos ou serviços. A pesquisa
de opinião desenvolvida para os
públicos externos também tem um
papel fundamental para a vida da
empresa. Um exemplo é o caso do
RRPPAtualidades/Julho 201115
As empresas utilizam métodos para
entenderem fatores que fazem
os consumidores decidirem pela compra
dos produtos, e também para chegarem
mais perto daquilo que eles gostam.
lançamento do sabão em pó Ala, ço. Para ela, hoje em dia as organo final da década de 90. Tanto nizações são muito iguais no mero processo de desenvolvimento, cado. As que se destacarão serão
quanto todas as ações de divulga- aquelas que irão procurar atender
ção do produto foram orientadas as demandas e expectativas dos
por pesquisas prévias. Para elabo- consumidores. Claro que sempre
rar a campanha promocional do norteadas por princípios éticos, de
Ala, foram considerados os valo- transparência e qualidade.
res, conceitos culturais, padrões
Juan Domingues, professor de
socioeconômicos e comportamen- Jornalismo da Famecos, diz que os
tais dos consumidométodos de pesquisa
res especificamente
constituem uma es“É importante
da região do nordeste
tratégia interessante
que as empresas para que as empredo Brasil. A partir da
considerem a
pesquisa, percebeusas conheçam seus
necessidade
do
se que a embalagem
públicos, e não errem
plástica é a mais adeconsumidor para em suas iniciativas .
quada, já que muitas
Como exemplo, ele
desenvolver um
mulheres da região
cita o caso do jornal
produto ou reaainda lavam roupas
Diário Gaúcho, cujo
lizar um serviço.” nome foi escolhido
nas águas dos rios.
(Cleusa ScroferPor isso, as embalaatravés de uma enneker)
gens de papelão são
quete feita com as
molhadas com muita
pessoas. Para Dofacilidade nesses lomingues, a pesquisa
cais, o que compromete a durabili- é fundamental para que a empresa
dade e a conservação do sabão.
conheça seus públicos e tenha uma
As organizações hoje têm chance menor de erro. O professor
consciência de que é necessário julga ser relevante o monitoraentender os seus consumidores, mento dos públicos por parte das
pois vários fatores os influenciam empresas, pois eles vão mudando o
na hora da compra, assim como seu comportamento. Segundo Doas classificações sociais a que eles mingues, essa mudança ocorre ou
pertencem. Com isso, a grande porque entrou um outro produto
maioria das empresas procura en- semelhante no mercado, ou porque
trar nos grupos sociais, nos quais se decepcionaram com aquele que
cada um de seus consumidores gostavam. “Esse monitoramento
esta inserido, para então fazer um que é uma forma de conhecer perproduto adequado para eles.
manentemente o público, tem que
Para Cleusa Andrade Scrofer- existir, pois o pensamento dos conneker, professora da Faculdade de sumidores é inconstante’’, observa.
Comunicação Social da PUCRS, a O jornalista revela que não tem
utilização dos métodos de pesquisa uma opinião formada se o monié fundamental para que as empre- toramento dos consumidores feito
sas conheçam seus públicos. Se- a partir de câmeras escondidas é
gundo Scroferneker, só podemos antiético ou não. No caso das câconhecer os públicos os ouvindo, meras em gôndolas do supermere as técnicas de pesquisa permitem cados, as empresas têm a intenção
ouvi-los e entendê-los, para ,pos- de se beneficiar com o comportateriormente, planejar ações que mento das pessoas e, para ele, ‘’talpossam atender às expectativas vez isso não seja tão ético quanto
desses públicos. A professora julga possa parecer.’’
ser importante o fato de as empresas considerarem a necessidade
Cibele Linck
do consumidor para desenvolver
Iracema Teixeira
um produto ou realizar um serviMarina Souza
16 RRPPAtualidades/Julho 2011
COMUNICAÇÃO
Artigo
De onde viemos e
para onde vamos?
Ao entrarem no curso de Relações Públicas, é
comum os alunos se questionarem sobre o que é
ser um RP. Porém, poucos se perguntam: qual a
verdadeira origem do curso no país? E mais: quase
ninguém sabe que o Brasil é uma das poucas nações que regulamenta esta profissão.
A primeira vez em que o termo ganhou notoriedade foi em janeiro de 1914, ano em que surgiu o
primeiro departamento de Relações Públicas, pertencente à concessionária de iluminação pública
de São Paulo. Já em meados dos anos 50, foi criada
a Associação Brasileira de Relações Públicas, constituída, na época, por estudantes e praticantes da
atividade. Devido a esse reconhecimento e a gradativa demanda por profissionais da área, no ano
de 1967 foi finalmente regulamentada a profissão.
Ainda há pouco conteúdo sobre a inserção da
profissão no país. Alguns estudiosos afirmam que
seu surgimento deve-se ao boom da industrialização iniciada nos anos 2o e que ganha impulso com
Getúlio Vargas a partir dos 30, e os problemas gerados nos campos sociais, econômicos, trabalhistas e políticos. Durante o Estado Novo, na informação oficial e até na imprensa, havia uma nítida
proposta de divulgação governamental.
Outras referência históricas são mais recentes,
atrelando as Relações Públicas à ditadura militar,
responsabilizando-a por mascarar a repressão política nos “anos de chumbo”, de 1964 até início da
década de 80. É impossível negar que os anos 60
foram os verdadeiros responsáveis por alçar nossa
profissão no mercado e na mídia, pois além da regulamentação, neste período foram abertos vários
cursos de graduação, o da PUCRS foi dos primeiros, em 1967. Também, nesse período, surgiram as
primeiras publicações sobre o tema, como o livro
“Para entender de Relações Públicas”, escrito por
Cândido Teobaldo de Souza Andrade.
Se ainda nutrimos dúvidas quanto à origem
dessa atividade no país, fica a certeza de um futuro
promissor. Em entrevista à revista Exame, Jeffrey
Scharlaf, dono da empresa The Jeffrey Group, especializada em comunicação, define: “Os brasileiros são muito sociáveis. Esse é um dos motivos do
nosso sucesso por aqui.” Ele revela que o grande
potencial do setor deve-se ao fato de que o mercado de Relações Públicas ainda é muito novo país.
Hoje, os dois grandes aliados da profissão são
as novas tendências digitais e crescimento contínuo do Brasil no mercado internacional. RRPP
ganha novo folêgo e se insere definitivamente em
uma posição de destaque nas organizações brasileiras.
Bruno Dornelles
Heelary
Fernanda Soares Oliveira
Pesquisa: o passo
fundamental
para o sucesso
• A pesquisa em RRPP está, cada dia mais, sendo procurada por empreendedores. Apresenta resultados eficazes para abrir negócios e atingir públicos diferenciados.
É COMUM graduados e ainda universitários sentirem vontade de abrir seu
próprio negócio. Porém, não sabem por
onde começar, ou quando colocam suas
ideias em prática, não obtêm sucesso.
Isso porque não conhecem ou até mesmo desmerecem um passo fundamental:
a pesquisa de mercado.
A pesquisa está se tornando um serviço cada vez mais requisitado na hora
de abrir um novo negócio, podendo indicar ao empreendedor se a sua iniciativa é viável, orientá-lo sobre qual o lugar
mais adequado para abrir seu estabelecimento, conhecer os concorrentes, os
prováveis consumidores e quais são suas
necessidades e expectativas. “A pesquisa
em RP pode objetivar diagnóstico. Isto
é, conhecer uma determinada situação/
fenômeno para, posteriormente, frente
aos resultados do estudo, decidir sobre
ações estratégicas futuras. Nesse sentido, é o primeiro passo do negócio. É necessário ter conhecimento detalhado do
cliente/situação/contexto/etc para, com
base nestas informações, propor ações
de comunicação e/ou marketing”, argumenta Maria Helena Castro de Oliveira,
professora da PUCRS.
Uma avaliação de mercado serve
como instrumento que auxilia na tomada de decisões importantes. Para isso,
deve ser elaborada estrategicamente, de
maneira que visualizem os problemas e
oportunidades em contexto.
Para uma amostra fornecer o resultado verdadeiro, é indispensável que
seja realizada da forma mais verdadeira
possível. O responsável deve ter colaboradores que exerçam seu trabalho de
forma honesta, para que os dados coletados, que é o material de estudo do
pesquisador, sejam reais. Se houver alguma fraude no processo de coleta, todo
o resultado acaba sendo condenado, o
que faz o cliente correr riscos ao confiar
totalmente no trabalho que lhe foi entregue. “Pesquisa vende credibilidade.
Qualquer pessoa que busca, ou contrata,
pesquisa está crente e confiante do seu
resultado. Ou seja, o que o pesquisador
afirmar ao final do estudo, os resultados
alcançados, servirá de base para a tomada de decisões”, destaca Maria Helena.
“Ter convicção de que o resultado é fruto de um trabalho desenvolvido através
de procedimentos adequados, corretos
e confiáveis é fundamental para que o
cliente possa tomar decisões, muitas
vezes, vitais para a empresa que dirige”,
conclui.
Fernanda Morais
Mariana Johann
RRPPAtualidades/Julho 201117
COMUNICAÇÃO
Assessoria de comunicação:
Relações Públicas e Jornalismo
• Os dois profissionais se completam na comunicação de uma organização
ESPAÇO EXPERIÊNCIA
A atividade de assessoria de imprensa se
propõe a criar um elo entre as organizações e os
veículos de comunicação. No meio acadêmico e
profissional, discute-se muito qual profissional é
mais qualificado para executar a função, o relações-públicas ou o jornalista? Será que essa discussão tem fundamento? Existe uma habilitação
mais capacitada para ser o assessor de imprensa
de uma organização?
Ambos os profissionais possuem habilidades importantíssimas para a realização da atividade de assessoria, sendo difícil responder
a essa questão. Os assessores de comunicação
trabalham com a informação pura, e cabe a eles
encontrar a maneira mais adequada de passá-la
aos veículos de comunicação. O jornalista posPATRÍCIA PAES/ DUO
∆∆ Maria Inês, formada nas duas áreas
sui maior embasamento na questão do relacionamento com a imprensa e a compreensão dos
veículos, além de ter maior prática na escrita,
já que praticam mais durante a vida acadêmica
do que os RPs. Já os relações-públicas são mais
preparados para lidar com o posicionamento da
organização perante a sociedade, a construção
de sua imagem e o gerenciamento de possíveis
crises.
A professora Denise Avancini Alves, graduada em Relações Públicas e Administração
de Empresas pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), professora dos cursos de Relações Públicas e Publicidade e Propaganda da PUCRS e coordenadora do Núcleo
de Assessoria e Comunicação Digital do Espaço
Experiência da Famecos, acredita que não deve
existir qualquer tipo de competição, mas sim
uma complementação das duas atividades, para
que a assessoria de imprensa aconteça de forma
excelente. Denise também destaca que o grande
desafio da função é atingir os objetivos da organização sem passar por cima da ética profissional e de princípios pessoais.
“Aquele jornalista que tem o viés de veículo terá mais dificuldade de atuar na área de
planejamento. E o RP já desenvolve essa função
na trajetória acadêmica, mas, por outro lado,
não exercita a produção textual com tanta ênfase. Então, na parte operacional de produção de
textos, na identificação de notícias menos institucionais e mais objetivas, talvez ele tenha um
hiato para compensar”, compara Denise. Para
ela, os dois têm que se aprimorar ao longo da
sua trajetória profissional. “Muito vai depender
do tom da organização. A própria empresa identificará qual o profissional que vai se adequar no
formato de gerenciamento dessa assessoria de
comunicação”, diz a professora.
Maria Inês Möllmann, relações-públicas
e jornalista de formação, sócia-gerente da Influence Imprensa e Relações Públicas e professora do curso de Relações Públicas da PUCRS,
SAIBA MAIS
A assessoria de imprensa foi criada em
1906 pelo jornalista americano Ivy Lee. Ela
se caracteriza por ser um instrumento de comunicação desenvolvido para as organizações
onde sua principal tarefa é tratar do relacionamento entre uma pessoa física, entidade,
empresa ou órgão público e a imprensa. No
Brasil, quem normalmente desempenha a
função de Assessoria de Imprensa são os relações-públicas ou os jornalistas. Em outros
países, a função não é reconhecida como jornalística, e sim como de relações-públicas.
Lafaiete Bacelar
∆∆ A professora Denise Avancini Alves
acredita que, para se tornar um bom assessor
de imprensa, o profissional deve ter um amplo
conhecimento de práticas jornalísticas. “Precisa
saber fazer uma matéria, um lead, uma linha de
apoio, além de reconhecer que tipo de informação um determinado veículo de comunicação espera da organização”, enumera Möllmann. Para
ela, o graduado em Relações Públicas deve se
preparar para enfrentar este desafio, somando
às suas já conhecidas habilidades para identificar as características de uma empresas e seus
públicos.
Segundo a professora, no âmbito acadêmico, ambos profissionais não são totalmente habilitados para a atividade. O aperfeiçoamento
acontece com as experiências profissionais. Já
Denise acredita que esse aperfeiçoamento deve
ser buscado pelo profissional em complementações acadêmicas, mantendo-se sempre atualizado a respeito das mudanças da área. A intenção
não é criar uma disputa entre os dois cursos, e
sim entender porque existe essa discussão, analisando as distinções e semelhanças das duas
áreas, chegando à conclusão de que ambas se
completam.
Luana Pinheiro
Luisa Schumacher
18 RRPPAtualidades/Julho 2011
COMUNICAÇÃO
ARQUIVO RRPP
“As organizações procuram pessoas
que saibam fazer a diferença, sejam visionários e perseverantes, saibam tomar
as decisões corretas, tenham atitude e
espírito de liderança e, principalmente,
criatividade.”
(Alessandro de Almeida)
FLÁVIA AZEVEDO/ RRPP
O DESAFIO
de se tornar um
empreendedor
• “O mercado da comunicação necessita de empreendedores e boas empresas que se comprometam em prestar serviços de qualidade”
∆∆ Denise Pagnussat, professora da PUCRS e empreendedora
O Empreendedorismo vem
ganhando destaque no mercado
de trabalho. Pessoas renomadas
como Silvio Santos, Roberto Justus, Jorge Gerdau e Raul Randon
são reconhecidos por suas iniciativas. Segundo o professor Luis
Humberto de Mello Villwock,
da Faculdade de Administração,
Contabilidade e Economia da PUCRS, esta área promissora surgiu no Brasil na sua colonização,
onde tudo tinha de ser construído e produzido. “É uma ação que
alguém sonha e quer colocar em
prática”,disse Villwock.
“As organizações procuram
pessoas que saibam fazer a diferença. São características fundamentais ser visionário e perseverante, saber tomar as decisões
corretas, ter atitude e espírito
de liderança e, principalmente,
criatividade”, explica o professor
Alessandro Luis Sica de Almeida,
do curso de Relações Públicas da
PUCRS. Na área de Comunicação
Social, o Empreendedorismo vem
ganhando destaque a partir de
profissionais que montaram seu
próprio negócio.
O jornalista e publicitário Ivy
Lee (1877 - 1934), criou o primei-
ro escritório de Relações Públicas
em Nova Iorque, em 1906. Passado um século, muita coisa mudou,
mas o desafio é o mesmo. “O mercado da comunicação necessita de
empreendedores e boas empresas
que se comprometam em prestar
serviços de qualidade”, enfatiza
Denise Pagnussat, professora e
ex-aluna de Relações Públicas da
Famecos. Entrou no mercado de
trabalho precocemente. Com 21
anos, organizou a própria empresa
de Assessoria de Comunicação, a
Comunicative, e por sua capacidade de empreender fez com que sua
iniciativa se consolidasse.
Ser empreendedor em Relações Públicas é saber adequar-se
às diversas situações e públicos,
ter a capacidade de conhecer o
mercado em que está atuando e, a
partir disso, transformar ideias em
negócio. Na área de Comunicação
Social, independente do profissional ser o dono ou o colaborador,
ambos têm a oportunidade de empreender, devido a sua flexibilidade e capacidade criadora.
Flávia Azevedo
Iabna Infaga
Laís Benini
RRPPAtualidades/Julho 2011 19
FERRAMENTAS
ISABELA ROSA
Comunicação Interna
A relevância
da intranet nas
organizações
I
ntranet é uma rede que possibilita o acesso a informações
institucionais e a formulários
eletrônicos, sendo destinada ao
público interno das empresas e
instituições. Na era da informação,
o processamento de dados e a sua
transformação em informações
prontas para serem usadas nas
tomadas de decisões representam
uma grande oportunidade para a
melhoria do processo de comunicação. Só através de uma comunicação interna eficiente, é que acontece a troca de informações.
O principal objetivo da intranet é manter todos os funcioná-
rios bem informados de tudo o
que acontece dentro do ambiente
de trabalho, facilitando a comunicação empresarial. Uma das ferramentas mais destacadas na comunicação interna é a intranet, por
ser um instrumento cada vez mais
utilizado simplificando a busca por
dados institucionais, além de possibilitar o acesso a informações
pessoais do funcionário.
“Todos os colaboradores da
empresa têm acesso à intranet. Ao
abrir o Internet Explorer, automaticamente abre a página da intranet. Neste site, é possível acessar
todas as informações financeiras
∆∆ Intranet: ferramenta de
comunicação eficiente entre
funcionários
do colaborador, planejar férias,
imprimir contracheques, entrar
no sistema de compras (só pessoas com liberação da gerência), de
peças e equipamentos, sistema de
estocagem de peças, planejamento
da carreira, entre outros recursos.
Os colaboradores possuem todas
as informações necessárias para
eles na intranet. Esse sistema foi
implantado há mais de 10 anos,
desenvolvido pela área de TI (Tec-
nologia da informação). É um sistema que facilita muito, pois não
depende de outras pessoas para
conseguirmos as informações necessárias”, afirma o engenheiro
assessor técnico Fábio Rocha, do
setor ampliado da Gerdau, empresa líder no segmento de aço.
As grandes vantagens apresentadas são a redução dos custos,
das distâncias entre os colaboradores, o aumento da produtividade e
a criação de novas possibilidades
de interação institucional. A rede
oferece auxílio às rotinas de trabalho e possibilita a comunicação de
funcionários de diferentes setores,
e a obtenção de informações necessárias ao trabalho.
A intranet tornou-se importante nas organizações, tendo em
vista um ciclo no qual a empresa
passa transparência para o funcionário, que, por sua vez, repassa
essa transparência para o público
externo.
LUIS GUTERRES
ISABELA ROSA
VANESSA MARTINS
A
ssim que as empresas perceberam que o consumidor
tornou-se mais exigente e
ciente da diferença que suas opiniões poderiam fazer para as organizações, elas nasceram. As ouvidorias hoje são uma das partes
fundamentais de uma organização. É essa área a responsável por
ouvir e orientar o cliente.
O papel das ouvidorias é fazer
a ponte entre o cliente e a organização, levando suas opiniões, críticas e sugestões ao responsável
por determinada área, visando o
retorno ao cliente através do bom
atendimento. Conforme a estudiosa sobre Relações Públicas, Margarida Kunsch, esse profissional deve
defender o consumidor. Portanto,
o ideal é que as funções de uma
ouvidoria sejam organizadas e coordenadas por profissionais de Relações Públicas, pois são capacitados para cuidar do relacionamento
entre públicos e organizações.
Os profissionais que trabalham no setor de ouvidoria também tem que conhecer profundamente a empresa para que saibam
a quem recorrer para resolução de
problemas e sejam capazes de repassar as informações corretamente, reforçando a boa imagem da
instituição, mesmo diante de uma
reclamação. Tal requisito para o
sucesso das ouvidorias está presente nas habilidades dos relaçõespúblicas: conhecer o negócio.
Como é uma ouvidoria?
O dia a dia de uma ouvidoria,
em geral, é resolver problemas que
vem do público externo. Quando
se fala em Ouvidoria, há uma ligação natural à palavra reclamação.
Segundo Ana Paula Haubert, relações-públicas e coordenadora da
ouvidoria do Internacional, os elogios dos públicos são muito raros
nas ouvidorias. “Nós, como consumidores, estamos mais acostumados e preparados para reclamar do
que para reconhecer, valorizar um
bom atendimento e elogiar”, observa a profissional. É assim que o
profissional de Relações Públicas
se destaca nesta área, pois é instruído a “apagar incêndios” dentro
ARQUIVO PESSOAL
Ouvidorias, a ponte entre o cliente e as instituições
das empresas. É ele quem
resolve problemas e sabe
lidar com situações diversas. O profissional que
trabalha nesse área em
uma organização deve ter
total controle sobre seus
sentimentos, já que pode
passar por situações
constrangedoras.
A partir da ideia de
investir ainda mais nas
ouvidorias, as empresas
começam a transformar,
de forma ainda tímida,
esse setor em “relacionamento”, o que, na prática ∆∆ Ana Paula, coordenadora
,seria fugir da ideia de da ouvidoria do Internacional
que as ouvidorias servem
mais contribuição das RRPP para
somente para reclamações, aproas ouvidorias, mas ainda precisa
ximando-as do cliente de maneira
ser explorada a fundo para que
mais acolhedora. O conceito ainda
traga benefícios, tanto para as
é muito vago, mas já citado por
empresas como para os clientes,
profissionais da área.
e também expanda a presença das
Também ainda não é o cosRelações Públicas no mercado de
tume do cliente encaminhar suas
trabalho.
ideias às empresas, embora um
novo quadro de relacionamento
com as organizações esteja se forJÚLIA CLÁUDIO
mando. A iniciativa trará ainda
RICHARD WAGNER
20
RRPPAtualidades/Julho 2011
DIVULGAÇÃO
A Comunicação no Escotismo
• Os comunicadores Eduardo Furasté e Juliano Moura relatam a experiência da construção
de uma informação integrada que busca dar visibilidade ao escotismo gaúcho
C
riado por Lorde Robert Ste- lecer cada vez mais a imagem do
phenson Smyth Baden-Po- escotismo no Estado por meio da
well, em 1907, o Escotismo comunicação dirigida e suporte aos
é um movimento mundial, educa- Grupos.
Apesar dos parcos recursos ficional, voluntariado, apartidário
e sem fins lucrativos. O objetivo é nanceiros, a Comissão conta com
incentivar o desenvolvimento de um diretor de Comunicação Social,
jovens, por meio de valores que Eduardo E. Furasté, com formapriorizam a honra. A prática bus- ção em Publicidade e Propaganda,
ca o trabalho em equipe e a vida ao nomeado pela direção regional da
ar livre. O jovem deve assumir seu UEB. Ele supervisiona as ações
próprio crescimento, transforma- realizadas pelo estagiário de Redo-o num exemplo de fraternidade, lações Públicas, Juliano Moura da
lealdade, altruísmo, responsabi- Rosa. Também conta com o apoio
lidade, respeito e disciplina; a ser voluntário de profissionais e estudantes vinculados ao movimento.
seguido pela sociedade.
A União dos Escoteiros Bra- O grupo se empenha em realizar
sileiros (UEB) é uma organização uma divulgação efetiva, baseada
em um plano de cocivil, fundada em 1924
municação específicom propósitos educa“O tema
co, que atende as necionais, culturais, benecomunicação
cessidades da região
ficentes e filantrópicos,
no escotismo
Sul. Para Juliano, a
que congrega os Grupos
é bastante
paixão pelo escotismo
de Escoteiros existentes
é fator comum entre
no Brasil (atualmente
rico e ainda
os voluntários, que
há cerca de 60.000 afihá muito a
desenvolvem um traliados a UEB). No Rio
ser explorabalho integrado nas
Grande do Sul, a UEB/
do”
áreas de produção de
RS possui a Comissão
conteúdo jornalístico,
Regional de Imagem e
Comunicação (CRIC), que realiza assessoria de imprensa, relações
ações de comunicação, visando o públicas, publicidade e propaganda
diálogo tanto com os públicos que e, como não poderia deixar de ser,
participam do movimento escotei- nas novas mídias digitais e tecnoloro, como os que são alheios. A CRIC gias da informação.
A qualidade da comunicação
integra a Comissão de Crescimento
do Escotismo Gaúcho, atuando na também se dá através da escolha
elaboração de projetos e materiais de meios determinantes que visam
de estímulo à divulgação do mo- o alcance do público alvo, em sua
vimento escoteiro. A ideia é forta- maioria, jovens. A comunicação
∆∆ A União dos Escoteiros do Brasil tem 60 mil filiados
FOTOS CARLOS ALMADA
∆∆ Comissão de Crescimento busca incentivar adesões
oficial utiliza-se de ferramentas de
grande alcance (Twitter, Facebook,
Orkut, newllestters, mala direta e
e-mail), que sempre direcionam ao
site da organização, fonte primária
de informações. Juliano esclarece:
“Nele são publicadas convocações e
outras publicações oficiais, além de
abrigar as notícias do escotismo no
nível regional e local. Com os Grupos Escoteiros, especificamente, o
mais utilizado é o e-mail e a mala
direta. Normalmente, quando há
uma convocação ou aviso mais importante, é enviado um e-mail para
os presidentes de grupo solicitando
o repasse da informação.”
O site possui papel fundamental para os objetivos da comissão
por ser o local onde se estabelecem
os vínculos entre os grupos locais,
regionais e a comunidade na qual
estão inseridos. Um espaço onde
todos têm sua representatividade
através da divulgação de eventos
e da troca de informações sobre
acampamentos, reuniões e demais
oportunidades de crescimento. “É
onde realmente acontece a interação mais direta dos jovens com o
escotismo. Há também, neste nível, as questões institucionais e de
divulgação com suas problemáticas
e conflitos. Um bom exemplo é a
interação dos grupos com as entidades que lhes emprestam o espaço para sede, ou ainda a relação
do grupo com o entorno da comunidade onde se encontra”, explica
Moura.
É nesse contexto de comunica-
ção construída por agentes das habilitações de Comunicação Social
(PP, RRPP e Jornal), trabalhando
em constante rede colaborativa
para seus públicos, que a CRIC tem
observado crescente visibilidade
do movimento, com aparições inéditas na mídia, seja na realização
de entrevistas ou em participações
em programas de televisão e rádio,
bem como em reportagens de jornais.
“É um trabalho que precisa ser
realizado de forma profissional,
dada a sua complexibilidade. O
tema comunicação no escotismo é
bastante rico e há muito o que ser
explorado”, ressalta Furasté.
Carolina Luz Paulo
Julia Pereira
Paula Peña Siqueira
PARA SABER MAIS
Escritório UEB/RS
www.escoteirosrs.org.br
Rua Castro Alves, 398,
Rio Branco, POA/RS
Fone: (51) 3330-9784
Funcionamento:
Segunda a Sexta,
das 9h às 12h30min e
13h30min às 18h.
Sábados, das 9h às 13h.
NATIVISMO
RRPPAtualidades/Julho 2011
21
ANA PERIN/ RRPP
O sentimento
bairrista no Rio
Grande do Sul
“(...) Mostremos valor constância, nesta ímpia
e injusta guerra. Sirvam nossas façanhas,
de modelo a toda Terra (...)”
(Trecho do Hino do Rio Grande do Sul)
“O AMOR EXAGERADO pela
terra não faz mal a ninguém desde
que respeite a opinião do outro”. A
declaração é do cantor regionalista
Ernesto Fagundes, a respeito do
sentimento bairrista que impera no
Rio Grande do Sul.
O nativismo é um conjunto de
sentimentos e atitudes que priorizam e ressaltam a cultura da localidade a qual pertence o indivíduo.
A expressão esteve muito presente
em épocas de revoluções internas.
A partir de movimentos de massa,
principalmente da mídia, músicas e
novelas a favor da aculturalização,
da formacão de uma identidade nacional, o nativismo manifestou-se
com grande intensidade como resistência. O contraponto.
O gaúcho é exemplo de amor
ao seu estado. São diversas demonstrações, desde músicas a
programas de rádio e TV, como,
por exemplo, Galpão do Nativismo
(Rádio Gaúcha) ou Galpão Crioulo
(RBSTV) de grande popularidade.
O bairrismo é a valorização do
local onde se vive e a ideia de que
este é superior a qualquer cultura
ou estado político. É um sentimento forte no Rio Grande do Sul, que
se vê com frequência nos estádios
de futebol, como afirma o site www.
obairrista.com.br.
Internacional
e Grêmio, dois times que praticamente dividem o estado, em tentativas constantes de provar que de
algum jeito são melhores do que
os outros, representam muito bem
essa ideia.
Dois personagens da mídia
rio-grandense, Ernesto Fagundes,
compositor e cantor, e Ruy Carlos
Ostermann, jornalista e radialista
que apresenta os programas Gaúcha Entrevista e Sala de Redação,
ambos na Gaúcha, falaram ao
RRPP Atualidades sobre o tema.
Para Fagundes, o sentimento
bairrista é algo inerente ao gaúcho,
mas ressalta que sempre se deve
respeitar as diferenças. “É um sentimento de amor à terra, em geral
ele é mais forte quando se está fora
do seu pago, em outra querência.”
Quando saímos das origens, o pago
gaúcho, e temos de viver em outro
lugar, uma nova querência.
Ostermann conceitua o bairrismo como um sentimento de oposição a tudo aquilo que diverge do
seu local de procedência. “Uma redução do espaço significativa e uma
exacerbação dos valores contidos
neste espaço”, conceitua. O jornalista acredita que o bairrismo traz
pontos positivos quando este sentimento possibilita gerar valores
fortes de qualidade ao estado, embora, alerta Ruy, “podemos gostar
de nosso estado, mas nem por isso
temos que excluir os demais desses
valores, de uma convivência”.
Idolatrações pelo estado são
fáceis de serem vistos no Sul, o
Hino Riograndense é um exemplo típico. Não há outro estado no
Brasil em que saiba parte ou toda a
letra do hino, como o RS, que cultiva esta cultura nas escolas, seminários, jogos, entre outros eventos
municipais e estaduais. Esse sentimento se deve não só pela cultura
de décadas que foi preservada, mas
por valores intrínsecos de orgulho,
admiração e de afirmação categórica pela terra. Infelizmente, não são
só esses os sentimentos cultivados
pelo gaúcho, há muito exagero,
egoísmo, e pouca humildade no
bairrismo. São fatores como estes
que fazem o estado estagnar e se
separar dos demais.
Ana Carolina Perin
Juliana Massena
Liziane Lucchese
∆∆ Monumento ao Laçador, símbolo do gauchismo
Opinião
POSITIVO: “O Skank,
se não fosse mineiro,
bem que poderia ser gaúcho...” afirmação de Henrique Portugal, tecladista
da banda, de Minas Gerais, após apresentação
no Planeta Atlântida RS.
Em entrevista, o vocalista Samuel também disse
que curte o fato dos gaúchos cantarem o já famoso “ah, eu sou gaúcho!”
Segundo ele, em nenhum
outro estado se vê semelhante manisfestação.
NEGATIVO: “A ideia
do bairrismo é de se ter
tudo melhor que os outros... É danoso, ruim,
estraga uma cultura, super valoriza, cria uma
expectativa muito maior
do que efetivamente é. Eu
sou contra!”
Opinião do gaúcho
Fabian Chelkanoff, professor de jornalismo da
Famecos.
22 RRPPAtualidades/Julho 2011
OPINIÃO
Ensaio
O real vilão
da falta de tempo
ARQUIVO HIPER/ VINICIUS RORATTO CARVALHO
O
aumento indiscutível de tarefas que o
brasileiro tem de executar por dia já não
é novidade para ninguém. No entanto,
são muitos os que ainda não sabem como dar
conta de todas elas e, sem querer. culpamos o
excesso de obrigações pela nossa falta de tempo,
quando deveríamos culpar a nós mesmos.
Todos estamos sofrendo com o maior número de atividades cotidianas, e isso só tende a
piorar com o passar do tempo. Menos funcionários para executar a mesma tarefa, maior demora no deslocamento devido ao alargamento da
frota de veículos automotores, elevação do grau
de estresse no dia a dia; são alguns fatores que
não só nos roubam minutos do dia, mas diminuem a qualidade de vida.
Funcionários felizes e satisfeitos rendem
mais para as empresas. Frente aos fatores já
apresentados, torna-se um desafio aos empresários ter, de fato, grau máximo de rentabilidade
vindo dos seus empregados. Não apenas preocupações externas (filhos, cônjuge e contas a pagar) e internas (prazos, relatórios e colegas de
trabalho), mas também as paralelas atrapalham
o trabalho.
O tempo é precioso. Disputamos o nosso
com inúmeras intervenções que tentam roubálo, chamando a nossa atenção. São elas, desde
artistas de rua e outdoors, até os filhos e amigos. A época da escravidão já se foi, mas algumas
pessoas ainda não agem como senhores e senhoras do próprio tempo, e administrá-lo acabou
por virar uma arte. Prova disso é que empresas
investem em consultorias capazes de aumentar
a produtividade e melhorar a qualidade de vida
dos funcionários através da administração do
tempo.
O nível de distrações desnecessárias presentes no ambiente de trabalho é surpreendente.
Redes sociais, e-mails, celulares e, até mesmo,
reuniões em hora e local inadequados são inimigos da eficiência e da efetividade profissional.
Muitos acreditam serem multifuncionais, capazes de exercer mais de uma tarefa ao mesmo
tempo. Pesquisas observam, no entanto, que ao
trabalharmos com mais de um foco, acabamos
por atrasar a finalização de todos eles em até
duas horas, em relação ao tempo que demoraríamos dedicando total atenção a cada um por vez.
Como fazer, então, para que tenhamos aproveitamento máximo no trabalho e consigamos,
de fato, viver as nossas vidas? Incontáveis são
as pessoas que falam da necessidade de um dia
de 48 horas, ou que gostariam de poder começar
algum curso, inscrever-se na academia ou reencontrar os amigos, mas a falta de tempo não lhes
permite. Será que ele está realmente faltando ou
nós que não sabemos administrá-lo direito?
Disse Paulo Coelho que “o primeiro sintoma
de que estamos matando nossos sonhos é a falta
de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo
para tudo”. E a receita para que se tenha tempo
para realizar os sonhos é muito simples: organização, planejamento e saber definir prioridades.
Criamos urgências todos os dias que não
são, de fato, urgentes. Saber definir prioridades
entra como fator chave para que possamos cumprir as tarefas realmente necessárias no momento, e para que não se acumulem atividades para
os dias e semanas seguintes. Além de conseguirmos, assim, fazer as coisas com mais calma, evitamos um estresse tremendo.
A agenda é algo que tem sido deixada de
lado por muitos, mas é uma ferramenta útil na
organização pessoal. Às vezes, tudo o que precisamos é relacionar as atividades da semana em
um papel, para que possamos visualizá-las como
um todo, para então poder dividi-las igualmente
entre aqueles cinco dias úteis seguintes. Definir
horários para fazer as coisas é outra tática válida. Ter horas específicas para refeições, sono,
trabalho e lazer, ajuda, e muito, na produtivida-
de – assim definimos o que fazer no tempo reservado para aquela atividade específica.
Muitos são os pais que mandam os filhos
se organizarem para não ficarem com o tema
de casa por fazer na madrugada anterior à data
limite de entrega. Apesar de simples, a receita
complica na medida em que crescemos e as tarefas vão se tornando não apenas mais numerosas,
como também complicadas.
Se o problema é começar, bom, então que
comecemos, e o quanto antes. Christian Barbosa, reconhecido consultor da administração do
tempo e autor de diversos livros e artigos a respeito, adotou a máxima “quem quer faz, quem
não quer, arruma uma desculpa”. Ao invés de
esperarmos a sensação de imobilidade provida
pela falta de tempo tomar conta, por que não
nos organizarmos e tornarmos possível o início
da prática de atividades físicas ou a inscrição naquele curso que tanto queríamos?
Eu não quero mais ter de fazer o tema de
casa na madrugada... E você?
Elisa Englender
BARBOSA, Christian. A Tríade do Tempo. São
Paulo: Elsevier, 2008
COELHO, Paulo. O Diário de um Mago. São
Paulo: Planeta, 2006.
UNIVERSIDADE
RRPPAtualidades/Julho 2011
23
INOVAPUC
Rede articula sociedade, empreendedorismo e pesquisa
O
INOVAPUC é uma rede
que congrega o conjunto
de atores, ações e mecanismos relativos ao processo de
inovação e empreendedorismo da
PUCRS. O objetivo da rede é promover o processo de inovação e
empreendedorismo na Universidade, articulando todos os envolvidos
no ensino, pesquisa e extensão.
O foco da atuação da Universidade por meio da INOVAPUC
é promover um esforço multidisciplinar para buscar soluções e
oferecer respostas às demandas
da sociedade em termos de desenvolvimento econômico, social,
ambiental e cultural. A relação
entre universidade e sociedade
ocorre em dois sentidos. Primeiro
é preciso identificar na sociedade
problemas que podem dar origem
ao desenvolvimento de pesquisas.
Em paralelo, elencar resultados e
conhecimentos já disponíveis na
universidade que podem ser aplicados na solução de problemas
existentes.
A INOVAPUC articula funcionários do núcleo acadêmico e
GABRIELA RAABE/ RRPP
unidades periféricas. O núcleo acadêmico é composto pelos Institutos de Pesquisa e área de pesquisa
do MCT (unidades universitárias
onde se desenvolvem as pesquisas
científicas e tecnológicas).
Dependendo do potencial dos
resultados dessas pesquisas, podem ser repassadas para a sociedade e para a própria universidade.
As unidades periféricas são mecanismos institucionais voltados
à interação com a sociedade, mais
especificamente com empresas e
diferentes níveis de governo, quais
sejam: Agência de Gestão Tecnológica (AGT), Centro de Inovação
(CI), Escritório de Transferência de
Tecnologia (ETT), Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IDEIA),
Laboratório Especializado em Eletroeletrônica (LABELO), Núcleo
Empreendedor (NE), Incubadora
das Empresas (RAIAR) e Parque
Tecnológico (TECNOPUC).
Camila Luce
Gabriela Almeida
Gabriela Raabe
Matheus Mendes
Entrevista/ Aline Flores
Dentre as funções de Aline
Flores, destacam-se:
 Planejar e executar a comunicação interna e externa da
rede INOVAPUC;
 Identificar diferentes segmentos de públicos internos;
 Diagnosticar e avaliar processo de comunicação administrativa e interna já estabelecida
na rede;
 Sugerir e elaborar ações e
campanhas internas informativas;
 Identificar canais de comunicação já existentes (comunicação impressa, rede, eventos
etc), avaliar resultados obtidos
e dar continuidade;
 Apoiar as unidades periféricas da rede na elaboração
de materiais de divulgação de
eventos internos e externos.
Entre a comunicação e a tecnologia
A relações-públicas da INOVAPUC, Aline Flores, tem sala no
Tecnopuc, dentro da PUCRS. Seu
ambiente de trabalho é ímpar, tanto no sentido de infraestrutura, que
proporciona o bom andamento do
trabalho, como de aprendizado e
crescimento. “Dentro do Tecnopuc,
o contato com empresas e pessoas
de diferentes áreas é diário, tornando a troca de conhecimentos muito
frequente”, diz. Confira sua entrevista.
Como é a convivência com
profissionais de áreas tão diferentes?
Maravilhoso, pois acredito que
o olhar externo enriquece muito
o trabalho, eles conseguem trazer pontos de vista até então não
vislumbrados. Tanto em relação
ao trabalho diário junto às Unidades da Rede INOVAPUC, como no
ambiente do Portal Tecnopuc, que
oferece uma experiência única de
convivermos com pessoas de diferentes áreas e culturas. Um exemplo é quando pegamos o elevador e
nos deparamos com pessoas falando inglês, espanhol, alemão, francês, tudo ao mesmo tempo. Acredito que essa seja uma oportunidade
e possibilidade de aprendizado e
crescimento muito grande para todos os públicos da Universidade.
Você acha que existe alguma dificuldade de convivência?
Não, pelo contrário, acredito
que todas as Unidades da Rede,
inclusive
o
Tecnopuc,
partilhem dos
mesmos objetivos de proporcionar
experiências o que
faz com que o
ambiente fique ∆∆ Aline Flores
mais harmônico.
O Tecnopuc, com toda sua dimensão, com as unidades da PUCRS
instaladas, como as mais de 62 empresas, é um pólo de oportunidades
em pleno desenvolvimento. O centro oferece possibilidades de pesquisa e estágios, fazendo com que
os alunos busquem o conhecimento e a experiência devida, dentro da
própria universidade.
aventura na indonésia
24 RRPPAtualidades/Julho 2011
FOTOS ACERVO PESSOAL
À procura
das ondas
• Em busca de adrenalina, pessoas viajam à
Indonésia atrás de um único prazer: o surf
Quem decide viver o prazer de enfrentar uma “Surf Trip”, com certeza tem a Indonésia em sua lista. Nas ondas do Oceano Índico e na periculosidade de seus corais, muitos surfistas querem se entregar, viver
esse prazer.
São mais de 18 mil ilhas (seria impossível dizer o número exato,
a cada ano novas ilhas são oficialmente catalogadas) que compõem o
maior arquipélago do mundo, sendo o quarto país mais populoso. Os
frequentes terremotos, e os pelo menos 150 vulcões ativos em geral não
intimidam os turistas, que lotam toda a faixa de areia das praias.
A água cristalina e a certeza de ondas perfeitas atraem os surfistas,
e lhes deixam na memória uma imagem e sensação inesquecíveis, tornando o desejo de voltar sempre presente em seus sonhos. A geografia, a
cultura, os hábitos, o povo e seus segredos transformam esse paraíso em
uma fonte repleta de conhecimento, descanso de alma e energia.
Gabriel Lobo, estudante de 25 anos, encarou, esta aventura. Sempre
que pode, ele bota o pé na estrada em busca do contato com a mãe natureza e os desafios das águas salgadas.
Por que você escolheu a
Indonésia? Por quanto tempo
foi abrigado por ela?
Na busca de ondas, o que realmente importa é nunca parar de
procurar. Devido às diversas ilhas
como opções e a certeza de encontrar ondas perfeitas em alguma
delas, certamente isso, juntando
com a beleza e a tranquilidade das
praias, faz da Indonésia o lugar
ideal. Vivenciei duas inesquecíveis
temporadas no país, 2009 e 2010,
desfrutando desde o conforto e
agito da ilha de Bali às buscas intermináveis a lugares paradisíacos
e belas ondas.
Como funciona a comunicação do país, já que os nativos falam uma língua local?
Através de suas numerosas
ilhas, o povo está distribuído por
distintos grupos étnicos, linguísticos e religiosos. Devido a isso, em
alguma das ilhas você pode ter que
utilizar gestos para a comunicação,
nada que paciência e um pouco de presentes, por isso a importância
criatividade não resolvam. Os nati- do surfista, antes de embarcar para
vos têm como característica a hu- Indonésia, estar preparado fisicamildade, simplicidade e o sorriso mente e tomar certos cuidados. Se
machucar em uma ilha, como Gsempre estampado no rosto
Qual é a emoção de surfar Land, por exemplo, com assistênnas mesmas ondas onde acon- cia médica a algumas horas de distância, não deve ser agradável. Vale
tecem os WCT’s?
Quando você olha o mar e en- lembrar que um bom seguro saúde
tra pela primeira vez em um dia de é recomendável.
Qual é a tua sensação ao
boas ondas, a sensação é a mesma
de olhar um filme de surfe em que ouvir a palavra “Indonésia”?
Sensação relaxante e tranquiaparecem grandes profissionais,
como Kelly Slater e Andy Irons sur- lizante com muita diversão, avenfando. A diferença é que você está tura e ondas perfeitas.
ali vivendo aquilo que é o sonho de
qualquer surfista.
Ana Gabriela Paixão, Giovana Weiand,
Sabendo do risco de estar
Lucas Azevedo e Lucas Pacheco
em cima de corais
afiados, que você
pode cair e se machucar a qualquer
momento, o que faz
você enfrentar o desafio?
As primeiras vezes
são bem assustadoras
por ser fundo de coral,
porém, com algumas
semanas de prática, os
surfistas se acostumam
e perdem aquele receio
inicial. Contudo, o medo ∆∆ O surfista australiano Mick Fanning
e o risco sempre estão com o entrevistado Gabriel
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