RRPPAtualidades Versão digital: www.rrpponline.com.br Revista semestral. Curso de Relações Públicas/Famecos/PUCRS - Ano 17 n° 33 - Porto Alegre, RS, Brasil - Julho 2011 QR CODE Fotografe com o celular e entre direto no site NÚCLEO FOTO PP/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA GERAÇÃO Y Chegou a nossa vez •Somos inquietos, apressados, questionadores, independentes, criativos 2 RRPPAtualidades/Julho 2011 EVENTOS Delegação Abrapcorp: redes sociais em alta nos debates • Alunos e professores • Congresso de Comunicação Organizacional mobiliza estudantes em mesas temáticas EM MAIO, ocorreu em São Paulo, na Faculdade Paulus de Comunicação, o V Congresso da Abrapcorp (Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas). O tema era Redes Sociais, Comunicação e Organizações. A programação contou com convidados internacionais, painéis, mesas temáticas e a realização do V Fórum de Debates sobre Comunicação Organizacional e Relações Públicas. Os debates versaram sobre Comunicação Organizacional e Processos Colaborativos; Interação, Redes Sociais e Sociabilidade e Mídias Sociais, Incerteza e Organizações. O diferencial da edição foi a presença maciça de estudantes. O Congresso incluiu apresentações de trabalhos pelos professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação, além de ter contemplado sessões voltadas para alunos de graduação: as oficinas e o Espaço de Iniciação Científica, destinado à apresentação dos resultados de trabalhos de pesquisas de iniciação científica e monográficos. Os trabalhos de iniciação científica necessitam ser indicados pelos professores-orientadores mediante um ofício-padrão, embora a apresentação só possa ser feita pelos estudantes, em nenhuma ∆∆ hipótese pelo orientador. Segundo a doutora em Ciências da Comunicação, Cleusa Scroferneker, o Congresso foi avaliado positivamente por trazer um tema de ponta para discussão. “As redes sociais chegaram para ficar, portanto as organizações devem investir na comunicação digital e desta forma atingir grande parte das pessoas”, comentou a professora da PUCRS. O congresso enfatizou que os profissionais da área não devem apenas operar e conhecer os instrumentos, “é preciso mais do que isso para que não ocorram equívocos e mau uso das redes”, sublinhou. Desde o primeiro congresso da Abrapcorp, a professora Cleusa foi responsável pela coordenação de um Grupo de Trabalho, entretanto, com a mudança de proposta deste ano, os GTs foram substituídos por mesas temáticas. As- sim, tornou-se coordenadora da mesa de Processos, Políticas e Estratégias de Comunicação Organizacional, que teve a participação de Andréia Arruda Barbosa, aluna de pós-graduação em Comunicação Social, como sua orientanda. O incentivo aos alunos de pós-graduação e iniciação científica para participação em eventos e apresentação de trabalhos é uma prática constante dos RAFFAELA BURATTO/ RRPP Professora Cleusa relata sua participação professores. A doutora Scroferneker sentiu-se lisonjeada em apresentar Andréia no Congresso, que teve sua dissertação aprovada com louvor. O que mais lhe chamou atenção foi a presença de muitos alunos durante o evento. No encerramento, 80% dos presentes eram estudantes, o que surpreendeu a professora, pois normalmente o número de profissionais é superior. O VI Congresso ocorrerá em São Luís, no Maranhão, de 26 a 28 de abril de 2012. O ano é comemorativo para a Universidade Federal do Maranhão, por isso a escolha do local. O tema será Linguagem, Discurso e Organizações. Gabriela Massetti Vargas Jéssica Trombini Caldas Raffaela Broedbeck Buratto HOJE EM DIA o aprendizado acadêmico não se limita às salas de aulas. No período de 9 a 12 de março, sete alunos de Comunicação Social da PUCRS tiveram a oportunidade de ampliar seus conhecimentos na área. Trata-se do 14th Annual International Public Relations Research Conference, ocorrido em Miami. A conferência foi organizada pela Universidade de Miami, no hotel Holiday Inn, e contou com a presença de aproximadamente 200 pessoas, incluindo pesquisadores, alunos e profissionais da área de Relações Públicas de diferentes países. No evento, a profª drª Ana Steffen apresentou uma campanha de Relações Públicas para ONGs internacionais, desenvolvida pelo núcleo do Famecos Sem Fronteiras. A profª Vanessa Purper, que inicialmente iria como ouvinte, acabou gentilmente apresentando um trabalho de conclusão de curso de uma aluna da UFRGS, orientada por Denise Avancini, já que ambas não puderam comparecer. A PUCRS destacou-se por ser a única universidade presente a levar estudantes de graduação que participaram das mesas redondas. “Os alunos da Famecos foram a grande atração do congresso”, enfatiza Ana. De volta ao Brasil, os acadêmicos contaram para a revista RRPP Atualidades que a experiência de aprendizagem motivou a participação na viagem. “Foi uma oportunidade de conhecer outras interfaces da profissão de relações-públicas, a maneira como ela é vista fora do Brasil e estabelecer contato com profissionais estrangeiros”, relata Paula Passos, 20 anos e estudante do 5º semestre de RRPP. Victoria Claudia Baldo, 19 anos, destacou que a possibilidade de aprendizado e o que viveu, dificilmente poderia encontrar no Brasil. “Estudantes da Famecos foram a grande atração do Congresso.” EVENTOS RRPPAtualidades/Julho 2011 3 da Famecos nos Estados Unidos participam juntos de conferência de Relações Públicas em Miami e fazem a diferença ARQUIVO PESSOAL As pesquisas eram apresentadas em mesas temáticas, tudo para possibilitar uma maior aproximação entre os presentes. Essa organização permitiu que os visitantes escolhessem qual trabalho gostariam de assistir. A dinâmica chamou a atenção dos alunos da Famecos, porém, alguns sentiram dificuldades com o idioma, principalmente pela rapidez, pelas gírias e expressões locais. “São várias pessoas de vários países falando inglês, cada um com um sotaque diferente, então tínhamos que prestar atenção redobrada para conseguir compreender o que era dito”, declarou Thamira Medina, 23 anos. Outra participante, Mayara Aloy Cunha, ∆∆ Missão da PUCRS debateu RRPP com estrangeiros 20 anos, acredita que nos congressos internacionais exista um maior envolvimento de pessoas de culturas diferentes, o que tornou possí- vel conhecer mais sobre a profissão e sua atuação no mercado mundial. As alunas afirmam que a viagem foi “uma experiência mara- vilhosa, indo além de suas expectativas”. Conheceram outro país e tiveram a oportunidade de manter contato com grandes pesquisadores da área de comunicação. Um deles foi o dr. Paulo Nassar, atual presidente da Aberje, que elogiou a presença dos estudantes e disse que acredita que a participação dos jovens é muito importante, pois representam o futuro da profissão de RRPP. As famequianas esperam motivar outros alunos a participar dos próximos eventos internacionais. Estejam presentes! Deocliciana Cassama Fabiane Marcilio Larissa Carvalho RRPP Atualidades PUBLICAÇÃO informativa e de reflexão do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social (Famecos), da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, avenida Ipiranga 6681, Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, Brasil. Versão Online: www.rrpponline.com.br E-mail: [email protected] Reitor: Ir. Dr. Joaquim Clotet Vice-Reitor: Ir. Dr. Evilázio Teixeira Diretora da Famecos: Drª. Mágda Cunha Coordenadora do Curso: Drª. Cláudia Moura Edição: alunos de Produção de ∆∆ Turma da manhã Mídia Impressa e Digital em RRPP. Apoio: Fotojornalismo e jornal Hipertexto. Professores responsáveis: Tibério Vargas Ramos e Silvana Sandini. Turma da Manhã: Bruna Pires Rocha, Camila Herbert Ferreira, Cibele Linck Silveira, Débora Barbedo Castro, Deocliciana Gomes, Elisa Cunha Englender, Fabiane Cristina Marcilio, Flávia Graciolli Azevedo, Gabriela Lima Sarmento, Gabriela Massetti Vargas, Iabna Infaga, Iracema Peres Teixeira, Jéssica Trombini Caldas, Laís Benini, Laíse Teixeira dos Santos, Larissa Dal Corso, Larissa de Carvalho, Laura Goldim, ∆∆ Turma da noite Luana Pinheiro Silveira, Lucas Yustas Sikorski, Luisa da Silva Schumacher, Maria Agustina Del Sastre, Marina Souza da Silva, Mauricio Caliendo Gerchmann, Rafaella Fraga Lopes, Raffaela Brodbeck Buratto, Stéfani Dias Escossi, Thiago Rodrigues Sá e Ussumane Djalo. Turma da noite: Ana Carolina de N. Perin, Ana Gabriela Marques Paixão, Andressa Rodrigues Dias, Bruno das Virgens Dornelles, Camila Amorim, Camila Fortes Luce, Carolina Luz Paulo, Daniella Tecchio Klaus, Fernanda Silva de Morais, Fernanda Soares Oliveira, Gabriela Fraga, Gabriela Perrenoud Raabe, Gabriela Rosner de Almeida, Giovanna Roveda Weiand, Hohana Gomes Barreto, Igor Silveira Nery, Isabela Patta Rosa, Jéssica Olsson Ullmann, Júlia de Mello Cláudio, Júlia Osório Ribeiro Ramos, Juliana Massena da Silva, Júlia Pereira, Karilson Mello Furtado, Kilary Rapaaki Burtet, Liziane Aparecida Lucchese, Lucas Aricio Pacheco, Lucas Martins de Azevedo, Luís Aírton Guterres, Luiza Guedes, Luiza Leal Vargas, Mariana Frota Medeiros, Mariana Johann, Mariane de Oliveira Lima, Marina Alves de Soares, Matheus Muniz Mendes, Paula Siqueira, Pedro Henrique B. M. Nery, Richard Lemos Wagner, Rudmar Aminadab Santos, Thiago Sacco Pereira, Vanessa Echevengua Padilha e Vanessa Martins Moreira 4 RRPPAtualidades/Julho 2011 CAPA/ Especial GERAÇÃO Y Impaciente, tem pressa e questiona • Baby Boomers criaram o ambiente nos anos 80, uma época acelerada, tudo agora é consequência NÚCLEO FOTO PP/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA A MAIORIA dos jovens passa cerca de 10 horas por dia em frente ao computador, não é novidade que usem a internet e as redes sociais para se comunicarem, estudarem e trabalharem. Com base em depoimentos ou simples observação em escolas, faculdades, ambientes de trabalho ou famílias, pode-se chegar às características dessa nova geração que está surgindo e toma conta de tudo, a Geração Y. A faixa etária abrange pessoas que nasceram a partir da década de 1978, junto com a internet e outras tecnologias. Segundo a consultora Eliane Kullock, presidente do Grupo Foco em entrevista a repórter da revista VOCÊ S/A, essa é a geração “da tentativa e erro”. Adquirem as novas tecnologias e aprendem a usá-las na prática, por isso têm dificuldade de planejamento. Para eles, usar o improviso é algo comum. Eliane destaca que a Geração Y tem essas características como consequência de seus antecessores, os chamados Baby Boomers. “Foram eles que inventaram os fast foods e a internet, e criaram situações para que tudo acontecesse mais rápido. Por isso os jovens de hoje já nasceram em uma época acelerada. Eles esperam que as informações e as respostas venham rápido”, observa a consultora. Para ela, quando se diz que a Geração Y é impaciente, não se pode esquecer que ela só é assim porque a geração anterior criou um mundo impaciente. Outra característica é a forma como lidam com seus pais, eles têm mais liberdade. Nas gerações anteriores, os pais eram autoritários e os filhos obedientes. A Geração Y estabelece quase que uma parceria com os pais. Os filhos possuem voz ativa na família e suas opiniões são levadas em consideração. Isso faz com que essa geração não se dê bem com autoritarismo, ou seja, eles estão acostumados a argumentar, a saber o porquê das coisas. Quando recebem uma ordem, na escola ou na faculdade, de uma pessoa mais velha que não esteja acostumada a lidar com esses jovens, dificilmente irão acatar obedientes. É provável que questionem e queiram saber o motivo daquilo. Sempre vai existir uma resistência dos Baby Boomers em aceitar que os jovens tenham sua própria opinião, quando eles, nessa idade, não podiam se expressar. Porém, é importante que entendam que a Geração Y teve uma criação diferente, já nasceram com o direito a uma opinião, em uma época em que podem expressar suas vontades em diversas redes sociais, sem qualquer tipo de repreensão. Karilson Mello Furtado Julia Ribeiro Eles dizem o que pensam. Confira Os jovens Eduardo Franzen, 22 anos, estudante de Desing na UFPEL, 2° semestre; Laís Miranda, 18 anos, aluna do Colégio São Judas Tadeu, 3º ano; e Anna Caroliny Moraes, 14 anos, que cursa a 6ª série no Colégio Dolores Alcaraz Caldas, dizem o que pensam sobre a Geração Y. Quando você tem de fazer algum trabalho no colégio/faculdade, costuma usar somente a internet? Se sim, por que não usa mais os livros? Eduardo Franzen: Na internet também tem referência de livros, apesar de que alguns livros impressos são mais específicos e menos generalistas que a internet. Laís Miranda: Uso a inter- net porque é mais fácil, está tudo ali. Nos livros falta o Ctrl. (risos) Anna Caroliny Moraes: Dependendo da professora, dou um Ctrl + C, Ctrl + V e torço pra ela não descobrir. Se alguém dá uma ordem, você acata facilmente? Eduardo: Se eu respeito a pessoa e vejo que é plausível, sim. Laís: Depende de quem que tá me dando essa ordem e para o que é, geralmente pergunto “por quê?” Anna Caroliny: Tento obedecer meus pais e professores, senão depois quem se dá mal sou eu. Você conversa com teus pais sobre qualquer assunto? Eduardo: Não moro com meus pais, mas sempre que passo um tempo lá com eles tento trocar uma ideia, não sei se posso chamar de conversa. Laís: Qualquer assunto não, né?! Tem assuntos que prefiro tratar com amigos. Anna Caroliny: Ah, depende, às vezes pergunto umas coisas, mas se eu tenho vergonha vou no twitter mesmo. Se você não quer ir na viagem da família, para determinado lugar, teus pais aceitam tua opinião? Eduardo: Sim, eu já pago minhas contas e meio que não devo muita satisfação. Laís: Se eu insistir muito e tiver onde ficar, tudo bem. Anna Caroliny: Não. CAPA/ Especial A galera no comando • A inovadora geração de profissionais invade o mercado de trabalho PROFISSIONAIS INQUIETOS gostam de desafios e querem feedback de suas ações o mais rápido possível. Estas são algumas das características da nova geração de empreendedores, a Geração Y, que abrange pessoas nascidas a partir de 1978. Em contraponto, são considerados distraídos e insubordinados. Estão sempre online, ligados nas atualidades e redes sociais. Diante desse nicho de inovadores profissionais, o professor da PUCRS, Cássio Scolovsky Grinberg, formado em Economia pela UFRGS e com especialização em International Business Management em Londres, afirma que “é difícil generalizar todo o comportamento de uma geração”. Ele acredita que muitos empreendedores desse grupo são superficiais e não levam a sério os problemas em determinadas situações. Observa que a falta de leitura é um problema dessa faixa etária, pois vários jovens sofrem frente à dificuldade de escrever e apresentam até certo tipo de descompromisso com suas obrigações. “Tal cenário se apresenta porque esse grupo está acostumado a receber tudo pronto, não determina especificamente um foco e tem muita ambição”, comenta Grinberg. Na área da comunicação, o professor pondera que os jovens da Geração Y podem estar acostumados com a internet, mas não devem acreditar que essa ferramenta possa substituir o “olho no olho”. É imprescindível uma relação face a face. “Os clientes muitas vezes preferem e precisam desse contato”, alerta o professor Cássio. Apesar dos jovens se posicionarem como se já fossem profissionais completos, devem aceitar as críticas que muitas vezes trazem ensinamentos, diz o professor. Como ponto positivo da Geração Y, ele destaca a velocidade de execução de tarefas, criatividade e interação que podem agregar valores e resultados no mundo organizacional. O especialista em Marketing acredita que a geração Y é muito promissora, mas apenas na medida em que estiver madura o suficiente, sabendo canalizar o comportamento mais imediatista e ambicioso para o que realmente importa. “Devem tentar manter os padrões de ética necessários às relações”, diz. Rudney Aminadab Santos, 33 anos, mestre em Economia, graduado e pós-graduado pela PUCRS, é RRPPAtualidades/Julho 2011 5 um exemplo dessa prole. Ele é professor universitário da Unilasalle e conta que para chegar onde está não foi um processo “da noite para o dia”. Levou cerca de cinco anos para se formar e, após, trabalhou no setor privado. O especialista assegura que tal experiência agregou muito em seu crescimento e fomentou a ideia de ingressar na área da educação. Quando fez o Mestrado, já tinha a vontade de ser educador e logo buscou oportunidades na área. O economista revela que houve dificuldades no percurso. Uma delas foi a financeira, sem contar as inúmeras horas de dedicação e estudo. Por outro lado, teve apoio de professores e pesquisadores que o ajudaram no processo de conquista pelo emprego que tanto desejava. Santos acredita que sua geração tem muito para acrescentar no mercado de trabalho. Aponta que a inovação, quebra de paradigmas e a vontade de mostrar resultados são atributos dessa faixa de profissionais. Hohana Barreto Luiza Leal Vargas Rudmar Santos NÚCLEO FOTO PP/ ESPAÇO EXPERIÊNCIA 6 RRPPAtualidades/Julho 2011 CAPA/ Especial CAMILA CUNHA/ HIPER Minha vida é uma trilha sonora! ∆∆ Gabriela Raabe é fã de Badaui, CPM22 A paixão por bandas de música acaba tornando-se em um fanatismo, até mesmo em religião. Cada vez mais existem pessoas que são fascinadas por artistas musicais. Os jovens, que na maioria respondem a esse grupo, estão desprendo-se de seu tempo e dinheiro para acompanhar os seus astros, muito provavelmente, por causa da facilidade de acesso à mídia social. Mas o que passa pelas cabeças desses fãs incondicionais? Para Gabriela Raabe, 19 anos, estudante de Relações Públicas, a música é parte fundamental da vida, algo que ela não consegue ficar sem. Acredita que é uma forma de expressar os sentimentos sem precisar falar. Badaui, vocalista da banda CPM22, é o artista com quem ela mais se identifica. Desde os seus 12 anos, ouve e segue a banda, e a única coisa que mudou, até agora, foi o amadurecimento que teve no decorrer desses anos, pois seu amor e fanatismo continua até os dias atuais. Questionada sobre o estilo musical da banda CPM22, ela o define como hardcore melódico, o que a faz gostar ainda mais deles, pois é esse estilo de música agitada e que fala sobre sentimentos que a fez tornar-se fã assídua da banda, os seguindo sempre que pode por shows no Brasil a fora. Na visão do músico Igor Manaue, 20 anos, a música é vida. Tudo que ele faz está ligado a ela. Sua referência musical é a banda Los Hermanos, tudo que eles fazem é bom, segundo Igor, desde sua letras musicais até seus ideais. “A música constrói a personalidade da pessoa, não no sentido de se vestir, mas sim na visualização do seu ponto de vista”. Colega na disciplina de Mídia Impressa e Digital, ele afirma que não tem um estilo único, o que gosta mesmo é de música. Los Hermanos deixou de atuar há algum tempo. Hoje, a banda faz aparições em ocasiões raras, como o último Festival de Salvador. Os integrantes, atualmente, fazem trabalho solo ou compõem outra banda. Mariane Santana, 19 anos, estudante de Publicidade e Propaganda, se identifica com a banda pop RBD por suas ideologias e mensagens transmitidas ao público através das músicas. Na sua visão, a música corrobora a personalidade de cada um, ajudando até nos momentos difíceis da vida como uma forma de arte e de identificar os sentimentos. Assim como a banda Los Hermanos, a RBD não está mais atuante no mundo musical, porém Mariane continua ouvindo e seguindo os passos do trabalho solo dos seus ídolos. O dicionário online já diz que paixão é um sentimento excessivo; amor ardente; entusiasmo; vício dominador; alucinação. Porém, uma explicação concreta por esse amor pela música é difícil de ser descrita. As pessoas apenas aproveitam seus momentos livres para escutar, seguir e idolatrar seus cantores preferidos. Daniela Tecchio, Gabriela Fraga e Pedro Nery CAPA/ Especial RRPPAtualidades/Julho 2011 7 Os fansites ganham o mundo V ivenciamos a era da informação de forma intensa e como nunca poderíamos supor alguns anos atrás. Se há décadas era inviável um fã brasileiro corresponder-se com algum ídolo internacional, hoje em dia este distanciamento foi derrubado e se estabeleceu novo padrão de relacionamento entre ídolos e fãs. Surgiram, assim, os chamados fansites, que são sites criados por fãs de uma banda ou artista. A divulgação proporcionada por estes “agenciadores” em geral é tão positiva que muitos fãs acabam realizando parcerias com gravadoras internacionais e até mesmo com os próprios ídolos, que acabando conhecendo os seguidores na internet. Exemplo de sucesso de parceria é o trabalho de Andressa Nadvorny, 21 anos. Ela integra uma equipe de seis membros que se dividem entre as funções de webmaster, tradutores e redatores responsáveis por legendar vídeos e atualizar a galeria de fotos do site www.avengedsevenfold.com.br. “Nós entramos em contato com o Avenged Sevenfold através do managment da banda nos Estados Unidos e hoje em dia realizamos promoções com prêmios fornecidos por eles. A equipe já se encontrou com a banda em show aqui no Brasil mais de uma vez, e ficamos felizes ao notar que eles sabem da existência do site”, conta Andressa. O domínio dedicado à banda americana foi criado inicialmente por membros de um outro fansite dedicado à banda Linkin Park, mas com o tempo acabou sendo desativado e só retornou mais tarde quando pessoas da equipe atual entraram em contato com o grupo antigo e pediram permissão para continuar o trabalho. Com outros integrantes e novo fôlego, o site obteve algumas conquistas, começando por uma parceria de divulgação mútua com a Warner Brasil, gravadora responsável pela divulgação da banda no país. Apesar de não oficializar nenhum fansite, a Warner realiza parcerias que podem gerar desde divulgação de promoções até ingressos e passes de imprensa para shows da banda. Outro exemplo de sucesso é o fansite dedicado a banda americana Linkin Park, criado em 2002. Surgiu a partir de um grupo no site Yahoo com o mesmo nome. A equipe conta com a colaboração de 15 pessoas, algumas participaram diretamente da criação e outras foram recrutadas a partir de um “processo seletivo”, exposto no próprio site. Também há convidados especiais, localizados devido às suas contribuições à comunidade de fãs de Linkin Park no Brasil, por meio do Orkut, pelos próprios comentários no domínio da banda ou até mesmo em outros sites. A professora de 22 anos, Natália Freitas, que faz parte da equipe do site www.slipknotbr. com, explica como a equipe já foi reduzida pela falta de contribuição de alguns membros: “No começo éramos cinco, mas a gente foi reduzindo e tirando o pessoal que não contribuia com nada, e acabaram ficando só dois. O único integrante original é o webmaster, e o pessoal escolhido normalmente é conhecido nosso, a gente faz um testezinho antes e vê se a pessoa se encaixa. Aí o pessoal é dividido nas funções, seja de design, webdesign, redação, tradução, legendas etc”. A idéia do site veio em 2005, antes de um show do Slipknot no Brasil, com o intuito de aumentar a publicidade para a banda. A partir daí, a equipe entrou em contato com a gravodora e as produtoras de show, através de e-mails, para conquistar algumas parcerias que facilitassem a divulgação do grupo no país. Outra forma de fortalecer as fanbases pelo mundo tem sido os street teams que são praticamente uma “versão 2.0” do marketing de grupo. Formam uma espécie de exército para fãs. Usam os termos em inglês “army” (exército) para denominar o grupo e “soldier” (soldado) para os fãs, que possuem missões, claro, para favorecer a divulgação da banda. Priscylla Piucco, 21 anos, é dona de um desses teams, dedicado ao conjunto americano My Chemical Romance. O MCRmy é o street team oficial da My Chemical Romance e um dos mais reconhecidos. Antes não havia este tipo de envolvimento dos fãs no Brasil. Somente surgiu com o chamado Brazilian Parade, que publicava mensagens pedindo para a banda vir ao Brasil, entre outros projetos com igual objetivo. “Eu decidi montar o army brasileiro, baseado no americano, mas com estrutura e modelo de missão próprios”, explica Priscylla. A organização da equipe é feita de forma hierárquica. Além da líder Priscylla, existem duas sublíderes que assumem o comando na ausência da estudante e logo abaixo delas quatro moderadoras e uma colaboradora não oficial, que ajudam na organização dos soldiers durante votações e premiações. Priscylla afirma que mais algumas serão selecionadas para trabalharem no site, que agora irá ao ar em parceria com a MTV. “A escolha não se dá por votação, eu escolho quem entra, geralmente por mérito dentro do army e que eu considere ter boas ideias para inovar. As sublíderes também têm o direito de indicar moderadores”, garante. Os fansites passaram a ocupar papel de destaque na carreira dos artistas. É possível vislumbrar que, no futuro, cada vez mais as bandas estarão atreladas a uma relação com seus fãs. Bruno Dornelles Heelary Fernanda Soares Oliveira 8 RRPPAtualidades/Julho 2011 CAPA/ Especial Como organizar um evento independente Festival de Rock na praia do Pinhal Q uase duas décadas de veraneios na casa da praia de Pinhal, quase 20 anos de história. Esse é um dos motivos do Bernardo* gostar tanto do seu lar no litoral. Porém, por devaneios da vida, recebeu a notícia de que o imóvel seria vendido. Inconsolável, decidiu: faria uma festa de despedida para deixar a casa marcada para sempre na memória de todas as pessoas que fossem lá, como ficou marcada na dele. Para realizar o evento – que foi um sucesso – Bernardo chamou um amigo para organizar, e esse é o tema que vamos abordar nesse texto: Como organizar um evento bem-sucedido, no sentido da alegria, e de forma independente, tendo como base o ∆∆ The Tape Disaster abriu o festival com rock instrumental nosso exemplo. Pense, antes de tudo, em algo organize uma van ou ônibus. De- Valeu a experiência que você queira fazer e seus ami- pois, faça uma lista de tudo que é gos gostem. No nosso caso, foi um necessário para isso ser realizado, O Felipe contou como foi orgae comece a pesquisar nizar essa grande festa: show com quatro banpreços. Não pense apedas de amigos. Marque Bandas “Primeiramente, para realizanas no baixo custo, leve ção do evento em Pinhal, foi precio dia do evento com participantes: em conta a qualidade. so analisar a possível data e o local alguma antecedência Lembre sempre que to- onde ocorreriam os shows. Foi espara que os convidados The Tape Disaster dos têm que gostar e se tudado o tamanho da sala (onde fopossam se organizar e Lepata sentir bem na festa. Fei- ram instalados os equipamentos). todos possam compare- Plátano Deathbythecolt to o orçamento, contrate O segundo passo foi falar com os cer. Se a festa for fora da tudo e agende a entrega moradores dos arredores da casa, cidade, como no nosso caso, pense em como os convoca- das encomendas para, pelo menos, pois o show seria com aparelhagem dos irão se deslocar ao local. Se não dez horas antes do evento, para não completa para uma banda, e a casa puderem ir de carro, se antecipe e haver imprevistos. não tem isolamento acústico. ∆∆ Banda Lepata ∆∆ Banda Deathbythecolt Concluídas as etapas anteriores, os organizadores começaram a cotar aluguel de aparelhagem (amplificadores de guitarra, amplificador de contrabaixo, P.A para Vozes, Bateria, Microfones, pedestais). Conseguimos um valor bastante baixo devido negociação com conhecidos meus para os amplificadores de guitarra e o de contrabaixo. O mesmo aconteceu com a bateria, que conseguimos de graça com outro amigo. O que mais deu trabalho e precisou de mais dinheiro foi o aluguel dos P.As para vozes. O que acarretou certo encarecimento do evento. Com tudo já confirmado restava apenas a parte de promoção do evento. Desenvolvi um “web-flyer” (http://www.deathbythecolt.com/pinhal) para circular em redes sociais, com todas as bandas trabalhando na divulgação. O flyer continha informações como: bandas participantes, local do evento com link para Google Maps, horário de início e valor.” A organização e o evento foram um sucesso e ocorrerão novas edições. A próxima está prevista para o segundo semestre de 2011. Só falta a casa. Aquela já era. Ígor Silveira Nery Kilary Rapaaki Burtet Thiago Sacco Pereira MUNDO Mobilidade Acadêmica • Estudantes aproveitam a oportunidade de estudar no exterior O Programa de Mobilidade Acadêmica (PMA) da PUCRS visa proporcionar aos alunos a grande oportunidade de conhecer novas culturas e continuar estudando. A PUCRS está associada a universidades em diversos países, como Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Canadá, Chile, China, Coréia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Itália, Japão, México, Noruega, Portugal, Suécia e Uruguai. O tempo de duração do estudo é de um ou dois semestres. Para participar do programa, são necessários alguns requisitos, como ter, no mínimo, 18 anos, estar regularmente matriculado em um curso de graduação da PUCRS, haver cursado no mínimo 25% dos créditos do currículo, entregar o formulário de inscrição devidamente preenchido, apresentar coeficiente de rendimento igual ou superior a sete, carta de recomendação de um professor da respectiva Unidade Acadêmica, cópia do passaporte e demonstrar conhecimento no idioma do país de destino. O processo de seleção exige critérios como prova de proficiência em língua estrangeira e língua portuguesa (para Portugal) e entrevista individual ou em grupo. O resultado é divulgado no site da PMA e disponibilizado na Mobilidade Acadêmica. Os alunos selecionados devem comparecer no Núcleo para assinar a sua confirmação de interesse na vaga e os suplentes também. Caso haja desistência, o estudante suplente ocupa a vaga. Um de seus objetivos é oferecer uma experiência única e inesquecível ao estudante, visando contribuir tanto para o lado profissional, tanto para o lado pessoal. Julia Finamor, estudante de Jornalismo da Famecos, está cursando o quarto semestre na Universidade Católica Portuguesa. A expectativa de Júlia para essa nova experiência é ter uma boa oportunidade de ampliar o seu currículo, contando com um diferencial no mercado para, futuramente, garantir ótimos trabalhos. “Eu optei por Portugal após pesquisar todas as universidades com que a PUCRS está associada e contei com a ajuda do professor Vitor Necchi, que me recomendou a universidade de Portugal pelo fato de ser voltada para o jornalismo literário, minha RRPPAtualidades/Julho 2011 9 Conhecimento sem fronteiras Dalcídio Moraes Cláudio e Yuri Elias Rodrigues são outros dois exemplos entre milhares de estudantes que optaram por estudar no exterior. As experiências, os aprendizados, as dificuldades são um pouco da rotina desses brasileiros que estão a milhares de quilômetros de casa. Dalcídio Moraes Cláudio, 64 anos, doutor em matemática computacional, escolheu a Alemanha para realizar seu Doutorado, foram cinco anos de curso. Aproveitou muito a experiência para enriquecimento pessoal e, é claro, profissional. Ressalta como maiores aprendizagens a importância da preservação do meio ambiente e a valorização da pessoa humana. Ele considera a experiência proveitosa: “Cada dia agradeço ter tido esta experiência”. Dalcídio só trouxe boas lembranças. “Fui muito bem recebido, tinha ∆∆ Júlia estuda Jornalismo em Lisboa pouco contato com outros estrangeiros, pois área de interesse”, explicou. precisava aprender o idioma, mas os poucos Jussela, vinda de Nanjing, na Chiamigos que tive naquela época guardo até hoje, na, também está vivendo a experiência com carinho, em minha memória.” de estudar em outro país. Sua universiMas nem tudo foi fácil. Dalcidio conta que dade original (Communication Univerteve dificuldade na adaptação devido ao idioma sity of China) e a PUCRS são parceiras ser muito difícil e também pelo fato do nível de no PMA, por isso, ela está em nossa escolaridade dos alemães serem muito superiouniversidade. Está cursando o primeires, “tive que correr atrás”, explicou. Perguntaro semestre do curso de Jornalismo e já do sobre como aproveitava seu tempo livre, foi faz planos para concluir o curso e fazer bem direto: “Conheci toda a Europa (é pouco?)”. o mestrado na própria PUCRS. A estuYuri Elias Rodrigues, 20 anos, está cursandante e mais 25 colegas, que também do Matemática em Coimbra – Portugal. A viaestão fazendo intercâmbio, moram em gem vai durar um prédio no bairro Rio Branco. O que dois anos. O que mais gosta de fazer na cidade é passear chamou a atenno Parque da Redenção e ir ao Mercado ção de Yuri foPúblico. ram os diversos Vitória, também vinda da China, intercambistas da cidade de Harbin, sempre teve muido mundo inteita curiosidade em estudar no Brasil. ro que estão em Quando descobriu que a Harbin NorCoimbra. “Vale a mal University, a faculdade na qual pena notar como estudava, tem uma parceira com a Coimbra tem PUCRS, ela resolveu vir para cá cursar muitos estudanLetras. Ela está no segundo semestre tes de diversas e pretende terminar a graduação aqui. partes do munVitória mora com 13 colegas, que tamdo. O melhor é ∆∆ Yuri em Portugal bém fazem o programa de Mobilidade conhecer essas Acadêmica, em um prédio no bairro pessoas que saíram do seu país, assim como Bom Fim. “Assistir ao pôr do sol no Gavocê, e têm interesses em comum.” sômetro é a coisa que eu mais gosto de Yuri contou que a principal dificuldade foi fazer”, disse a universitária. Ela arguconseguir a documentação exigida aos estranmenta que foi muito bem recebida pela geiros e onde morar, agora têm sido a distância universidade, que as pessoas em Porto da universidade. Apesar de ter muitas atividaAlegre são bastante hospitaleiras e o des, Yuri arruma tempo livre para se divertir, ambiente é agradável e tranquilo. devido a grande comunidade estudantil, são realizadas muitas festas. Gabriela Carvalho, Luiza Guedes, Andressa Dias e Marina Soares Thiago Sá Camila Ferreira 10 RRPPAtualidades/Julho 2011 PERSPECTIVA GABRIELA SARMENTO/ RRPP Profissional de Relações Públicas: a primeira crise a gerir é a sua • Para entrar no mercado de trabalho é preciso vencer preconceitos das empresas e visão estereotipada da profissão AINDA NA ADOLESCÊNCIA, tações (Jornalismo, Publicidade e os jovens têm o difícil dever de fa- Relações Públicas), cada uma tem zer a escolha profissional, optar por suas particularidades e apresenuma universidade e ser aprovado. tam aos futuros profissionais seus desafios, muitos deUma tarefa que muitos apontam como “Valeu muito a pena. les de gênero comum, difícil e angustian- E lembre-se que um como o mercado cada te. Feita a escolha, Relações Públicas vez mais exigente e a tudo se resolve e os não é mais um pro- relutância de algumas medos e as angúsfissional no mercado, organizações à comunicação, gerada, printias são deixadas de é O [grifo dele] cipalmente, por falta lado? Não, elas esprofissional.” de conhecimento e vitão apenas no início, são estereotipada. apontam as pesquiDentre as habilitações, a de Resas. E com a Comunicação Social o lações Públicas, diferente das deprocesso não é diferente. No decorrer dos semestres cur- mais, sofre de um conceito vago na sados, os universitários da comuni- concepção geral, consequência de cação social já procuram se inserir ter pouco mais de 40 anos de hisno mercado de trabalho, através de tória no país. Como ciência, prevê estágios. Levando em consideração e controla o exercício do poder nos que há na comunicação três habili- sistemas de relacionamento entre a organização e seus públicos (internos ou externos), buscando sempre a comunicação excelente. É uma atividade de gestão da comunicação organizacional que utiliza Nome: Guilherme Max Silva as informações de maneira estraApelido: Gui tégica para estabelecer e manter Idade: 23 os públicos em relacionamentos Semestre: 8° cooperativos, atuando como interCurso: Comunicação Social, hamediadora e facilitadora. Procura bilitação em Relações Públicas criar e manter a transparência de Hobby: fotografia uma imagem favorável das organiCor: Azul zações e contornar possíveis crises. Filme: Velozes e Furiosos, todos. Nesse sentido, acaba sendo conMúsica: Billionaire fundida com outras áreas, como o Livro: Cuba por Korda Marketing. Ao contrário do que se Como se vê daqui a 5 anos: realipensa, ambas divergem em pontos zado profissionalmente fundamentais. O Marketing tem Disciplina mais marcante: Negoseus objetivos centrados em deciação terminados segmentos de públicos Frase favorita: em latim ‘teme, mesmo visando a conquista e a pus fugit carpe diem’, tradução: manutenção de clientes, se preoaproveite o dia o tempo todo. cupa essencialmente com o lucro. Frase tatuada em suas costas. Já RRPP deve ter uma visão global PERFIL: ∆∆ Guilherme com sua mais nova paixão: a fotografia da organização perante todos seus públicos, que são sua preocupação e enfoque. O formando de Relações Públicas na PUCRS, Guilherme Max Silva, 22 anos, confessa que chegou a pensar em largar a faculdade. “A maioria dos estudantes nos dias de hoje já pensou ou já trancou a faculdade alguma vez, uns por motivo de viagens, outros por falta de interesse ou por não se adaptarem. Eu já pensei em largar, mas descobri, trabalhando com os professores, que tudo pode dar certo, com foco e objetividade”, diz Guilherme. O acadêmico assegura que se aprende muito na faculdade, principalmente a teoria. Também estende aos estágios a sua preocupação com a parte mercadológica da profissão: “O mercado de trabalho na nossa área vem crescendo consideravelmente, mas ainda assim, há poucos estágios que oferecem aquilo que o aluno precisa para se qualificar para o mercado quando for um profissional formado.” Ele é categórico ao reclamar que o maior desafio de um RRPP é fazer as organizações entenderem as suas reais funções no mercado. Perguntado se valeu a pena a sua escolha, ele demonstra convicção e amor pela profissão. “A faculdade foi muito boa, aprendi muitas coisas boas e conheci pessoas maravilhosas, fazendo amizades que pretendo levar para vida inteira. Achei uma nova paixão, a fotografia, estou me formando e logo quero aprender mais e mais sobre foto. Hoje eu já tiro uma foto com outra visão, o melhor cenário, o melhor ângulo, é fascinante o que se pode fazer com uma máquina na mão. Valeu muito a pena. E lembre-se que um relações-públicas não é mais um profissional no mercado, é O [grifo dele] profissional.” Gabriela Sarmento Stéfani Escossi Ussumane Djaló TECNOLOGIA RRPPAtualidades/Julho 201111 O passarinho azul nas empresas • O twitter é uma forma rápida de conversar com o cliente e entender o que ele quer LAURA GOLDIM/ RRPP O uso do Twitter por empresas está num crescente. O que divulgam na rede? E por que muitas não se mantêm? O Twitter é um site de redes sociais muito popular hoje em dia. Nem todas as organizações o utilizam da mesma forma, mas o objetivo é o mesmo: chamar atenção para sua marca. Segundo Mauricio Trilha, responsável pelo Twitter da locadora e centro de entretenimento E O Vídeo Levou, a ferramenta é uma forma de aproximar-se ainda mais dos clientes; muitos pedem indicações de filmes através dele. A interatividade é o diferencial, “é uma forma rápida de conversar com o cliente e entender o que ele quer”, conclui Trilha. Empresas que atuam em ramos diferentes, como a E O Vídeo Levou e o restaurante típico grego Greek Donner, se fazem presentes de formas diferentes no twitter. A locadora o utiliza basicamente para divulgar novos produtos (filmes, games, posters e camisetas) que chegam até a loja. Além disso, realizam promoções em parceria com as principais produtoras (Playarte, Paris Filmes, Sony, Warner) para seus seguidores. O restaurante tem um enfoque diferente: divulgam curiosidades e frases de pensadores gregos. “É uma maneira de trazer um pouco da Grécia para Porto Ale- ∆∆ Fachada da E O Vídeo Levou, locadora e centro de entretenimento gre”, afirmam. Pode ser muito útil em casos de crise também. Entretanto, seu uso deve ser feito com cuidado, para não agravar ainda mais a situação. Em 2009, a pizzaria norte-americana Domino’s Pizza enfrentou uma grande crise. Dois de seus funcionários de uma loja na Carolina do Norte publicaram no YouTube um vídeo em que apareciam desrespeitando completamente as normas de higiene. O escândalo foi altamente divulgado no Twitter e logo a empresa reagiu: foi criada uma conta e assim deram vários esclarecimen- tos e respostas aos internautas. Dessa forma, a crise pôde ser superada com o mínimo de danos. Muitas empresas encontramse no Twitter, e suas contas estão paradas, sem atualizações há meses. Essa desistência deve-se à falta de planejamento prévio. Antes de entrar na rede, é preciso ter seus objetivos bem estabelecidos e, uma vez nela, usar uma linguagem adequada e publicar conteúdos que sejam do interesse dos internautas, para que sigam a empresa e a recomendem a outros. Outro fator de desistência por POR QUE DAR UNFOLLOW ? A facilidade em “seguir“ empresas no Twitter serve para ambos os lados. Assim como com um clique pode-se interagir com a empresa, com outro, tudo é desfeito e a organização perde um seguidor. Em uma pesquisa realizada com 1.561 americanos usuários de redes sociais, no período entre dezembro de 2010 e janeiro de 2011, as razões dadas pelos internautas para deixarem de seguir empresas no Twitter são: 52% mensagens chatas e repetitivas 41% mural com excesso de propaganda 39% excesso de postagens 27% só seguiu o perfil para aproveitar uma ação promocional específica. A salvação é usar a ferramenta com equilíbrio. As promoções online são cada vez mais frequentes. É preciso cuidado para não haver também excesso de promoções, pois é desagradável ter seu Twitter cheio de apelos comerciais que não lhe interessam. Fonte: http://www.heat.com.br/blog/ parte das organizações é a falta de paciência. O uso da rede é um processo contínuo, é preciso primeiro legitimar-se nesse novo meio para depois poder palpar seus resultados. A longo prazo, o Twitter é capaz de aumentar as vendas e aproximar os públicos da empresa. Quando esse estágio é atingido, ambos os lados se beneficiam, o que torna os relacionamentos mais favoráveis à organização. Laura goldim lucas sikorski maría agustina del sastre 12 RRPPAtualidades/Julho 2011 VARIEDADES Como somos vistos na tela Os relações-públicas no cinema FOTO DIVULGAÇÃO POUCOS FILMES tratam da nossa profissão, mas todos parecem nos colocar em maus lençóis. Por que os cineastas parecem detestar os profissionais de Relações Públicas? E o público em geral se deixa levar por essas opiniões? Quando perguntados sobre filmes em que os personagens principais são relações-públicas, os cinéfilos geralmente lembram de Obrigado por Fumar (Thank you for Smoking/2006) ou Mera Coincidência (Wag the Dog/1997). Não é exatamente como queremos ser lembrados pelo cinema: Nick Naylor, o personagem principal de Obrigado por Fumar, é lobista para a indústria do tabaco, considerado o demônio e alega fazer pelo aluguel (se comparando aos nazistas que assim o declararam em julgamento). De Niro, em Mera Coinci- ∆∆ cena do filme “Obrigado por Fumar”. dência, cria uma guerra em estúdio hollywoodiano para abafar escândalo sexual do presidente. Por que os cineastas têm essas opiniões de nós? Syd Field, famoso roteirista e teórico de Hollywood, diz que todo filme precisa de conflito. Não há, portanto, razão para fazer um filme em torno do relações-públicas da indústria do Mariane Lima FOTO DIVULGAÇÃO Como as cores podem influenciar no cotidiano? O livro “Psicodinâmica das co- reservas de imaginação criativa do res em Comunicação”, de Modesto homem, agindo não somente sobre Farina, diz que elas influenciam quem fruirá a imagem, mas, tampoderosamente o indivíduo, no bém, sobre quem a constrói. Sobre o indivíduo que recebe terreno psicológico, e ainda representa sob outros aspectos, que as a comunicação visual, a cor exerintegram definitivamente na vida ce uma ação tríplice. É vista: impressiona a retina. cotidiana. Segundo As cores influenciam É sentida: provoca o autor, num ampessoas diferentes uma emoção. E é biente de trabalho, é aconselhável o de maneiras diferen- construtiva, pois, uso de cores claras, tes, subordinadas às tendo um significado próprio, tem como azul e verde, condições fisicas e valor de símbolo e pois cores fortes influências culturais. capacidade, porcomo vermelho e tanto, de construir laranja são excitantes, tiram o apetite e aceleram as uma linguagem que comunique uma ideia. indisposições estomacais. As cores influenciam pessoas No ambiente industrial, quer sob composições harmônicas am- diferentes de maneiras diferentes. bientais, quer caracterizando os O homem reage a ela subordinado produtos, as cores assumem im- às suas condições físicas e às suas portância capital. Evitam aciden- influencias culturais, mas sua sintes, acelerando mão-de-obra e or- taxe pode ser aprendida por qualdenando o mecanismo das tarefas. quer um que esteja interessado em A análise das cores na comu- estudar os inúmeros processos de nicação leva à conclusão que ela comunicação visual. oferece amplas possibilidades e favorece a capacidade de liberar Jéssica Olsson leite, a não ser que ele saiba que esse leite é adulterado; as criancinhas desaparecidas da caixa sejam invenção de marketing, ou que ele esteja usando trabalho escravo. Há de se adicionar a isso o fato de que a sociedade de uma forma geral, vê grandes companhias como a fonte de todo o mal. A ironia do mundo capitalista é que as pessoas detestam quem ganha mais do que elas. Há uma boa notícia, no entanto: fazendo uma enquete em um grupo de cinéfilos, rapidamente, se descobre que os filmes relacionados não deixaram uma impressão negativa sobre a profissão. Apesar das citações, o público entende que se tratam de dramas ou comédias e não retratam a realidade de todos os profissionais da área. SIGNIFICADO DAS CORES: Preto: está associado à ideia de morte, luta ou terror, no entanto, também se liga ao mistério e a fantasia. Significa também dignidade. Branco: associa-se à ideia de calma, paz, pureza. Também significa inocência. Vermelho: a cor da paixão do sentimento. Significa também poder. Verde: significa vigor, juven- tude, frescor, esperança e calma. Amarelo: transmite calor, luz e descontração. Transmite otimismo. Laranja: siginifica movimento e espontaneidade. Azul: Simboliza lealdade, a fidelidade, personalidade e sutileza. Roxo: transmite a sensação de tristeza. Significa prosperidade, nobreza e respeito. Rosa: simboliza a beleza, a saúde, sensualidade e também o romantismo. VARIEDADES CIDADANIA RRPPAtualidades/Julho 201113 Barbie chega aos 50 anos Ocorreu no shopping Iguatemi, em Porto Alegre, durante 20 dias, neste primeiro semestre, a exposição “Mundo Encantado da Barbie”. Falar sobre Barbie parece uma coisa antiquada e que pertence à vilã chamada ditadura da beleza. Acontece que, por mais que a famosíssima boneca seja abominada por uns, a grande maioria é fã dela, o que permite concluir que independente de gostos e tempos ela ainda “causa”. A origem da peça plástica é alemã e foi lançada no mercado em 1959, causando grande indagação; até então as bonecas disponibilizadas eram apenas de bebês – o que propunha uma espécie de “treinamento” materno às meninas. Barbie já nasceu quebrando paradigmas e, desde então, seguiu e criou tendências. Foram expostas mais de 400 bonecas raras – incluindo o primeiro exemplar – Kens, amigas, irmãs... todas da coleção pessoal do curador Carlos Keffer – que possui um dos mais expressivos acervos do Brasil. Na mostra, foi possível conferir a boneca representando hábitos e costumes de cada década: comportada e recatada no início dos anos 60 até a mulher profissional que faz a linha de frente no nosso cotidiano, passeando entre as linhas de noivas, princesas, divas etc. Apesar de sua aparência e figurino terem colaborado com o surgimento de um estereótipo de beleza – o que faz muitas meninas e mulheres buscarem sua semelhança – não se pode negar que ela influiu (e o faz até hoje) em muitos outros aspectos que se refletem na sociedade, tendo como principais a atitude e a postura da mulher moderna. Quem brinca de Barbie não brinca de boneca, brinca de mulher. O “Mundo Encantado da Barbie” reforçou essa concepção ao expor as peças em ambientes temáticos que reproduzem o cotidiano de cada época. Observa-se a evolução do comportamento feminino e das edições lançadas como uma instigante via de duas mãos, refletindo algo como: “se a Barbie que é uma boneca faz, eu também posso fazer.” Encorajada, a mulher superou a brincadeira que a imitou. A boneca permitiu que seu sexo evoluísse e vice-versa. Quando era pequena, quem nunca viu uma Barbie veterinária/aeromoça... e pensou que, quando crescesse, queria ser como ela? E vai saber qual Barbie uma criança já viu e também quis ser como ela? Condenada ou amada, a boneca é um ícone, já são 50 anos de história e é a mais vendida e conhecida no mundo, passando de geração a geração. Falar de Barbie é polêmico, adulto, infantil e está sempre na moda. Débora Rico Caetano Raffaela Brodbeck Buratto JÚLIA MERKER/ HIPER ∆∆ Exposição das 400 bonecas de Carlos Keffer RODRIGO ADAMS/ JM ∆∆ Jovens voluntários se unem na sede do Vida Urgente Salvando a vida dos motoboys • Vida Urgente lança novo projeto “Quando pedem urgência em suas entregas, os usuários do serviço também se tornam responsáveis.” U m novo projeto do Vida Urgente foi lançado no dia 29 de março, o Moto Vida. Um projeto voltado diretamente aos motoboys se utiliza da conscientização em três pontas do serviço de telentrega: os profissionais, as empresas, e os próprios consumidores. Baseado nas últimas pesquisas, que revelam um triste índice: 40% dos acidentes tem o envolvimento de motociclistas, apesar das motos representarem apenas 20% da frota de veículos do Brasil. Com o objetivo de mobilizar a sociedade gaúcha para uma mudança de cultura e o desenvolvimento de um comportamento de referência para todo o Brasil, a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga desenvolve programas de capacitação do voluntariado jovem. O número de inscritos sempre supera as expectativas. O Vida Urgente está em constante renovação através da criação de novas ações em escolas, parques, festas e outros locais escolhidos pelos próprios voluntários. Hoje o projeto tem mais força, conta com jovens que se conscientizaram da importância em valorizar a vida e se engajaram em tentar salvá-las. Depois da decisão tomada e da conscientização dos direitos e deveres de ser um voluntário, tornar isso real é muito simples, basta acessar o site do Vida Urgente e se cadastrar.Uma pesquisa foi feita em cima dos motivos pelos quais jovens se tornam voluntários de projetos humanitários. Os resultados do levantamento, que contém também entrevistas, mostram diversos aspectos do voluntariado. A estudante Maria Eduarda Victolla Paiva, de 18 anos, colabora no projeto como atriz na peça “Exército do sonhos”. A maioria dos jovens se tornam voluntários por terem perdido amigos ou familiares no trânsito. Outros são motivados pela conscientização pessoal e também pela influência de amigos que já participaram. Diza Gonzaga, que fundou o Vida Urgente com o marido Régis Gonzaga após a perda do filho Thiago, destaca a intenção do novo projeto para salvar vidas de motoboys e alerta que a dimensão do problema cresce pela pressa que todos têm em receberem teleentregas: “Quando pedem urgência em suas entregas, os usuários do serviço também se tornam responsáveis pelo alarmantes números de acidentalidade e imprudências cometidas pelos motoboys”. bruna pires débora castro rafaella lopes 14 RRPPAtualidades/Julho 2011 COMUNICAÇÃO RP só faz festinha? • Com certeza, não! MAURÍCIO CALIENDO/ RRPP Q ue as casas noturnas estão sempre lotadas, isso todo mundo sabe. Porém, o que muitos não sabem é que existe todo um trabalho do profissional de Relações Públicas por trás disso. Os jovens têm um gosto musical muito eclético, que vai do pagode ao indie. E para dificultar ainda mais a vida de quem organiza as festas, eles querem mais e mais novidades. Por isso, um bom planejamento estratégico é fundamental nos dias de hoje. Você sabe o que é planejamento estratégico? É o método pelo qual a empresa define a mobilização de seus recursos para alcançar os objetivos propostos. Mas nem sempre esse papel é exercido por um Relações Públicas, como afirma Rafael Tavares, 26 anos, estudante de Administração da UFRGS e sócio da Produtora Hi5: “As casas noturnas de Porto Alegre são administradas por pessoas sem qualificação em Relações Públicas, o que obriga os estabelecimentos a terceirizar o serviço desse profissional. As boates fazem apenas a parte administrativa financeira, e pouco se preocupam com a parte de relacionamento com os clientes”. O trabalho de uma produtora nem sempre é a organização absoluta do evento, mas sim fazer o relacionamento com o público, fidelizando os clientes das casas noturnas. “A produtora Hi5 é uma empresa de relacionamento. Somos chamados de produtora, mas de produção efetiva, fazemos pouco.” Segundo Tavares, elas estão sempre em busca de novos lugares para produzir as festas, assim como os proprietários das casas procuram diferentes produtoras para realizar os eventos. Infelizmente, ainda existe um mito com a profissão de Relações Públicas. Muitas pessoas pensam que esse profissional só faz “festinha” e não reconhecem que ele é essencial para qualquer empresa, pois trabalha em diversas áreas como organização de eventos, comunicação in- terna, assessoria de imprensa, gestão empresarial, pesquisa etc. “O trabalho de um relações-públicas não é feito só na noite, e sim antes dela”, afirma Pedro Reis, 24 anos, estudante de Relações Públicas da PUCRS e produtor de eventos da Hi5. Mas esse preconceito não atinge somente a área da Comunicação Social. “Cursei Educação Física na UFRGS, antes de cursar Administração, e sofria desse preconceito também”, disse Tavares. Para Pedro, o profissional deve ser competente e muito mais que um promoter de festas. A função do relaçõespúblicas vai muito além das “festinhas”. Esses profissionais estão mostrando toda sua qualificação nos diversos âmbitos da profissão. Laíse Santos Larissa Dal Corso Maurício Caliendo Organização de eventos envolve comunicação interna, assessoria de imprensa, gestão empresarial, pesquisa etc COMUNICAÇÃO MARINA SOUZA/ RRPP A observação do consumidor A s empresas utilizam vários métodos para conseguirem entender os fatores que fazem os potenciais consumidores decidirem pela compra dos produtos, e também para chegarem mais perto daquilo que eles gostam. As técnicas mais utilizadas atualmente para conhecer os públicos de interesse são: entrevistas, observação, painéis e Hall Test. Um dos métodos mais conhecidos é a entrevista, que é feita através de encontros e trocas de informações com o entrevistado. Essa é a técnica mais flexível de investigação, pois pode ser utilizada para qualquer tipo do assunto. Outra técnica é a de observação, que se da através de coleta de dados. Não consiste em apenas ver ou ouvir, mas também em examinar os fatos que se tem como obje- to de estudo. Os painéis de consumidores consistem na escolha de clientes, para que fiquem em uma casa testando determinado produto de uma empresa, para depois a organização saber qual a opinião deles sobre o produto. Já o Hall Test também tem como objetivo testar o produto, só que as pessoas são recrutadas na rua para fazer o teste. A comunicação, quando bem utilizada nas organizações, é capaz de gerar resultados desejados, tanto internamente quanto externamente. Uma pesquisa de opinião, feita para o público interno, fornecerá informações com relação à imagem da organização e seus produtos ou serviços. A pesquisa de opinião desenvolvida para os públicos externos também tem um papel fundamental para a vida da empresa. Um exemplo é o caso do RRPPAtualidades/Julho 201115 As empresas utilizam métodos para entenderem fatores que fazem os consumidores decidirem pela compra dos produtos, e também para chegarem mais perto daquilo que eles gostam. lançamento do sabão em pó Ala, ço. Para ela, hoje em dia as organo final da década de 90. Tanto nizações são muito iguais no mero processo de desenvolvimento, cado. As que se destacarão serão quanto todas as ações de divulga- aquelas que irão procurar atender ção do produto foram orientadas as demandas e expectativas dos por pesquisas prévias. Para elabo- consumidores. Claro que sempre rar a campanha promocional do norteadas por princípios éticos, de Ala, foram considerados os valo- transparência e qualidade. res, conceitos culturais, padrões Juan Domingues, professor de socioeconômicos e comportamen- Jornalismo da Famecos, diz que os tais dos consumidométodos de pesquisa res especificamente constituem uma es“É importante da região do nordeste tratégia interessante que as empresas para que as empredo Brasil. A partir da considerem a pesquisa, percebeusas conheçam seus necessidade do se que a embalagem públicos, e não errem plástica é a mais adeconsumidor para em suas iniciativas . quada, já que muitas Como exemplo, ele desenvolver um mulheres da região cita o caso do jornal produto ou reaainda lavam roupas Diário Gaúcho, cujo lizar um serviço.” nome foi escolhido nas águas dos rios. (Cleusa ScroferPor isso, as embalaatravés de uma enneker) gens de papelão são quete feita com as molhadas com muita pessoas. Para Dofacilidade nesses lomingues, a pesquisa cais, o que compromete a durabili- é fundamental para que a empresa dade e a conservação do sabão. conheça seus públicos e tenha uma As organizações hoje têm chance menor de erro. O professor consciência de que é necessário julga ser relevante o monitoraentender os seus consumidores, mento dos públicos por parte das pois vários fatores os influenciam empresas, pois eles vão mudando o na hora da compra, assim como seu comportamento. Segundo Doas classificações sociais a que eles mingues, essa mudança ocorre ou pertencem. Com isso, a grande porque entrou um outro produto maioria das empresas procura en- semelhante no mercado, ou porque trar nos grupos sociais, nos quais se decepcionaram com aquele que cada um de seus consumidores gostavam. “Esse monitoramento esta inserido, para então fazer um que é uma forma de conhecer perproduto adequado para eles. manentemente o público, tem que Para Cleusa Andrade Scrofer- existir, pois o pensamento dos conneker, professora da Faculdade de sumidores é inconstante’’, observa. Comunicação Social da PUCRS, a O jornalista revela que não tem utilização dos métodos de pesquisa uma opinião formada se o monié fundamental para que as empre- toramento dos consumidores feito sas conheçam seus públicos. Se- a partir de câmeras escondidas é gundo Scroferneker, só podemos antiético ou não. No caso das câconhecer os públicos os ouvindo, meras em gôndolas do supermere as técnicas de pesquisa permitem cados, as empresas têm a intenção ouvi-los e entendê-los, para ,pos- de se beneficiar com o comportateriormente, planejar ações que mento das pessoas e, para ele, ‘’talpossam atender às expectativas vez isso não seja tão ético quanto desses públicos. A professora julga possa parecer.’’ ser importante o fato de as empresas considerarem a necessidade Cibele Linck do consumidor para desenvolver Iracema Teixeira um produto ou realizar um serviMarina Souza 16 RRPPAtualidades/Julho 2011 COMUNICAÇÃO Artigo De onde viemos e para onde vamos? Ao entrarem no curso de Relações Públicas, é comum os alunos se questionarem sobre o que é ser um RP. Porém, poucos se perguntam: qual a verdadeira origem do curso no país? E mais: quase ninguém sabe que o Brasil é uma das poucas nações que regulamenta esta profissão. A primeira vez em que o termo ganhou notoriedade foi em janeiro de 1914, ano em que surgiu o primeiro departamento de Relações Públicas, pertencente à concessionária de iluminação pública de São Paulo. Já em meados dos anos 50, foi criada a Associação Brasileira de Relações Públicas, constituída, na época, por estudantes e praticantes da atividade. Devido a esse reconhecimento e a gradativa demanda por profissionais da área, no ano de 1967 foi finalmente regulamentada a profissão. Ainda há pouco conteúdo sobre a inserção da profissão no país. Alguns estudiosos afirmam que seu surgimento deve-se ao boom da industrialização iniciada nos anos 2o e que ganha impulso com Getúlio Vargas a partir dos 30, e os problemas gerados nos campos sociais, econômicos, trabalhistas e políticos. Durante o Estado Novo, na informação oficial e até na imprensa, havia uma nítida proposta de divulgação governamental. Outras referência históricas são mais recentes, atrelando as Relações Públicas à ditadura militar, responsabilizando-a por mascarar a repressão política nos “anos de chumbo”, de 1964 até início da década de 80. É impossível negar que os anos 60 foram os verdadeiros responsáveis por alçar nossa profissão no mercado e na mídia, pois além da regulamentação, neste período foram abertos vários cursos de graduação, o da PUCRS foi dos primeiros, em 1967. Também, nesse período, surgiram as primeiras publicações sobre o tema, como o livro “Para entender de Relações Públicas”, escrito por Cândido Teobaldo de Souza Andrade. Se ainda nutrimos dúvidas quanto à origem dessa atividade no país, fica a certeza de um futuro promissor. Em entrevista à revista Exame, Jeffrey Scharlaf, dono da empresa The Jeffrey Group, especializada em comunicação, define: “Os brasileiros são muito sociáveis. Esse é um dos motivos do nosso sucesso por aqui.” Ele revela que o grande potencial do setor deve-se ao fato de que o mercado de Relações Públicas ainda é muito novo país. Hoje, os dois grandes aliados da profissão são as novas tendências digitais e crescimento contínuo do Brasil no mercado internacional. RRPP ganha novo folêgo e se insere definitivamente em uma posição de destaque nas organizações brasileiras. Bruno Dornelles Heelary Fernanda Soares Oliveira Pesquisa: o passo fundamental para o sucesso • A pesquisa em RRPP está, cada dia mais, sendo procurada por empreendedores. Apresenta resultados eficazes para abrir negócios e atingir públicos diferenciados. É COMUM graduados e ainda universitários sentirem vontade de abrir seu próprio negócio. Porém, não sabem por onde começar, ou quando colocam suas ideias em prática, não obtêm sucesso. Isso porque não conhecem ou até mesmo desmerecem um passo fundamental: a pesquisa de mercado. A pesquisa está se tornando um serviço cada vez mais requisitado na hora de abrir um novo negócio, podendo indicar ao empreendedor se a sua iniciativa é viável, orientá-lo sobre qual o lugar mais adequado para abrir seu estabelecimento, conhecer os concorrentes, os prováveis consumidores e quais são suas necessidades e expectativas. “A pesquisa em RP pode objetivar diagnóstico. Isto é, conhecer uma determinada situação/ fenômeno para, posteriormente, frente aos resultados do estudo, decidir sobre ações estratégicas futuras. Nesse sentido, é o primeiro passo do negócio. É necessário ter conhecimento detalhado do cliente/situação/contexto/etc para, com base nestas informações, propor ações de comunicação e/ou marketing”, argumenta Maria Helena Castro de Oliveira, professora da PUCRS. Uma avaliação de mercado serve como instrumento que auxilia na tomada de decisões importantes. Para isso, deve ser elaborada estrategicamente, de maneira que visualizem os problemas e oportunidades em contexto. Para uma amostra fornecer o resultado verdadeiro, é indispensável que seja realizada da forma mais verdadeira possível. O responsável deve ter colaboradores que exerçam seu trabalho de forma honesta, para que os dados coletados, que é o material de estudo do pesquisador, sejam reais. Se houver alguma fraude no processo de coleta, todo o resultado acaba sendo condenado, o que faz o cliente correr riscos ao confiar totalmente no trabalho que lhe foi entregue. “Pesquisa vende credibilidade. Qualquer pessoa que busca, ou contrata, pesquisa está crente e confiante do seu resultado. Ou seja, o que o pesquisador afirmar ao final do estudo, os resultados alcançados, servirá de base para a tomada de decisões”, destaca Maria Helena. “Ter convicção de que o resultado é fruto de um trabalho desenvolvido através de procedimentos adequados, corretos e confiáveis é fundamental para que o cliente possa tomar decisões, muitas vezes, vitais para a empresa que dirige”, conclui. Fernanda Morais Mariana Johann RRPPAtualidades/Julho 201117 COMUNICAÇÃO Assessoria de comunicação: Relações Públicas e Jornalismo • Os dois profissionais se completam na comunicação de uma organização ESPAÇO EXPERIÊNCIA A atividade de assessoria de imprensa se propõe a criar um elo entre as organizações e os veículos de comunicação. No meio acadêmico e profissional, discute-se muito qual profissional é mais qualificado para executar a função, o relações-públicas ou o jornalista? Será que essa discussão tem fundamento? Existe uma habilitação mais capacitada para ser o assessor de imprensa de uma organização? Ambos os profissionais possuem habilidades importantíssimas para a realização da atividade de assessoria, sendo difícil responder a essa questão. Os assessores de comunicação trabalham com a informação pura, e cabe a eles encontrar a maneira mais adequada de passá-la aos veículos de comunicação. O jornalista posPATRÍCIA PAES/ DUO ∆∆ Maria Inês, formada nas duas áreas sui maior embasamento na questão do relacionamento com a imprensa e a compreensão dos veículos, além de ter maior prática na escrita, já que praticam mais durante a vida acadêmica do que os RPs. Já os relações-públicas são mais preparados para lidar com o posicionamento da organização perante a sociedade, a construção de sua imagem e o gerenciamento de possíveis crises. A professora Denise Avancini Alves, graduada em Relações Públicas e Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professora dos cursos de Relações Públicas e Publicidade e Propaganda da PUCRS e coordenadora do Núcleo de Assessoria e Comunicação Digital do Espaço Experiência da Famecos, acredita que não deve existir qualquer tipo de competição, mas sim uma complementação das duas atividades, para que a assessoria de imprensa aconteça de forma excelente. Denise também destaca que o grande desafio da função é atingir os objetivos da organização sem passar por cima da ética profissional e de princípios pessoais. “Aquele jornalista que tem o viés de veículo terá mais dificuldade de atuar na área de planejamento. E o RP já desenvolve essa função na trajetória acadêmica, mas, por outro lado, não exercita a produção textual com tanta ênfase. Então, na parte operacional de produção de textos, na identificação de notícias menos institucionais e mais objetivas, talvez ele tenha um hiato para compensar”, compara Denise. Para ela, os dois têm que se aprimorar ao longo da sua trajetória profissional. “Muito vai depender do tom da organização. A própria empresa identificará qual o profissional que vai se adequar no formato de gerenciamento dessa assessoria de comunicação”, diz a professora. Maria Inês Möllmann, relações-públicas e jornalista de formação, sócia-gerente da Influence Imprensa e Relações Públicas e professora do curso de Relações Públicas da PUCRS, SAIBA MAIS A assessoria de imprensa foi criada em 1906 pelo jornalista americano Ivy Lee. Ela se caracteriza por ser um instrumento de comunicação desenvolvido para as organizações onde sua principal tarefa é tratar do relacionamento entre uma pessoa física, entidade, empresa ou órgão público e a imprensa. No Brasil, quem normalmente desempenha a função de Assessoria de Imprensa são os relações-públicas ou os jornalistas. Em outros países, a função não é reconhecida como jornalística, e sim como de relações-públicas. Lafaiete Bacelar ∆∆ A professora Denise Avancini Alves acredita que, para se tornar um bom assessor de imprensa, o profissional deve ter um amplo conhecimento de práticas jornalísticas. “Precisa saber fazer uma matéria, um lead, uma linha de apoio, além de reconhecer que tipo de informação um determinado veículo de comunicação espera da organização”, enumera Möllmann. Para ela, o graduado em Relações Públicas deve se preparar para enfrentar este desafio, somando às suas já conhecidas habilidades para identificar as características de uma empresas e seus públicos. Segundo a professora, no âmbito acadêmico, ambos profissionais não são totalmente habilitados para a atividade. O aperfeiçoamento acontece com as experiências profissionais. Já Denise acredita que esse aperfeiçoamento deve ser buscado pelo profissional em complementações acadêmicas, mantendo-se sempre atualizado a respeito das mudanças da área. A intenção não é criar uma disputa entre os dois cursos, e sim entender porque existe essa discussão, analisando as distinções e semelhanças das duas áreas, chegando à conclusão de que ambas se completam. Luana Pinheiro Luisa Schumacher 18 RRPPAtualidades/Julho 2011 COMUNICAÇÃO ARQUIVO RRPP “As organizações procuram pessoas que saibam fazer a diferença, sejam visionários e perseverantes, saibam tomar as decisões corretas, tenham atitude e espírito de liderança e, principalmente, criatividade.” (Alessandro de Almeida) FLÁVIA AZEVEDO/ RRPP O DESAFIO de se tornar um empreendedor • “O mercado da comunicação necessita de empreendedores e boas empresas que se comprometam em prestar serviços de qualidade” ∆∆ Denise Pagnussat, professora da PUCRS e empreendedora O Empreendedorismo vem ganhando destaque no mercado de trabalho. Pessoas renomadas como Silvio Santos, Roberto Justus, Jorge Gerdau e Raul Randon são reconhecidos por suas iniciativas. Segundo o professor Luis Humberto de Mello Villwock, da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia da PUCRS, esta área promissora surgiu no Brasil na sua colonização, onde tudo tinha de ser construído e produzido. “É uma ação que alguém sonha e quer colocar em prática”,disse Villwock. “As organizações procuram pessoas que saibam fazer a diferença. São características fundamentais ser visionário e perseverante, saber tomar as decisões corretas, ter atitude e espírito de liderança e, principalmente, criatividade”, explica o professor Alessandro Luis Sica de Almeida, do curso de Relações Públicas da PUCRS. Na área de Comunicação Social, o Empreendedorismo vem ganhando destaque a partir de profissionais que montaram seu próprio negócio. O jornalista e publicitário Ivy Lee (1877 - 1934), criou o primei- ro escritório de Relações Públicas em Nova Iorque, em 1906. Passado um século, muita coisa mudou, mas o desafio é o mesmo. “O mercado da comunicação necessita de empreendedores e boas empresas que se comprometam em prestar serviços de qualidade”, enfatiza Denise Pagnussat, professora e ex-aluna de Relações Públicas da Famecos. Entrou no mercado de trabalho precocemente. Com 21 anos, organizou a própria empresa de Assessoria de Comunicação, a Comunicative, e por sua capacidade de empreender fez com que sua iniciativa se consolidasse. Ser empreendedor em Relações Públicas é saber adequar-se às diversas situações e públicos, ter a capacidade de conhecer o mercado em que está atuando e, a partir disso, transformar ideias em negócio. Na área de Comunicação Social, independente do profissional ser o dono ou o colaborador, ambos têm a oportunidade de empreender, devido a sua flexibilidade e capacidade criadora. Flávia Azevedo Iabna Infaga Laís Benini RRPPAtualidades/Julho 2011 19 FERRAMENTAS ISABELA ROSA Comunicação Interna A relevância da intranet nas organizações I ntranet é uma rede que possibilita o acesso a informações institucionais e a formulários eletrônicos, sendo destinada ao público interno das empresas e instituições. Na era da informação, o processamento de dados e a sua transformação em informações prontas para serem usadas nas tomadas de decisões representam uma grande oportunidade para a melhoria do processo de comunicação. Só através de uma comunicação interna eficiente, é que acontece a troca de informações. O principal objetivo da intranet é manter todos os funcioná- rios bem informados de tudo o que acontece dentro do ambiente de trabalho, facilitando a comunicação empresarial. Uma das ferramentas mais destacadas na comunicação interna é a intranet, por ser um instrumento cada vez mais utilizado simplificando a busca por dados institucionais, além de possibilitar o acesso a informações pessoais do funcionário. “Todos os colaboradores da empresa têm acesso à intranet. Ao abrir o Internet Explorer, automaticamente abre a página da intranet. Neste site, é possível acessar todas as informações financeiras ∆∆ Intranet: ferramenta de comunicação eficiente entre funcionários do colaborador, planejar férias, imprimir contracheques, entrar no sistema de compras (só pessoas com liberação da gerência), de peças e equipamentos, sistema de estocagem de peças, planejamento da carreira, entre outros recursos. Os colaboradores possuem todas as informações necessárias para eles na intranet. Esse sistema foi implantado há mais de 10 anos, desenvolvido pela área de TI (Tec- nologia da informação). É um sistema que facilita muito, pois não depende de outras pessoas para conseguirmos as informações necessárias”, afirma o engenheiro assessor técnico Fábio Rocha, do setor ampliado da Gerdau, empresa líder no segmento de aço. As grandes vantagens apresentadas são a redução dos custos, das distâncias entre os colaboradores, o aumento da produtividade e a criação de novas possibilidades de interação institucional. A rede oferece auxílio às rotinas de trabalho e possibilita a comunicação de funcionários de diferentes setores, e a obtenção de informações necessárias ao trabalho. A intranet tornou-se importante nas organizações, tendo em vista um ciclo no qual a empresa passa transparência para o funcionário, que, por sua vez, repassa essa transparência para o público externo. LUIS GUTERRES ISABELA ROSA VANESSA MARTINS A ssim que as empresas perceberam que o consumidor tornou-se mais exigente e ciente da diferença que suas opiniões poderiam fazer para as organizações, elas nasceram. As ouvidorias hoje são uma das partes fundamentais de uma organização. É essa área a responsável por ouvir e orientar o cliente. O papel das ouvidorias é fazer a ponte entre o cliente e a organização, levando suas opiniões, críticas e sugestões ao responsável por determinada área, visando o retorno ao cliente através do bom atendimento. Conforme a estudiosa sobre Relações Públicas, Margarida Kunsch, esse profissional deve defender o consumidor. Portanto, o ideal é que as funções de uma ouvidoria sejam organizadas e coordenadas por profissionais de Relações Públicas, pois são capacitados para cuidar do relacionamento entre públicos e organizações. Os profissionais que trabalham no setor de ouvidoria também tem que conhecer profundamente a empresa para que saibam a quem recorrer para resolução de problemas e sejam capazes de repassar as informações corretamente, reforçando a boa imagem da instituição, mesmo diante de uma reclamação. Tal requisito para o sucesso das ouvidorias está presente nas habilidades dos relaçõespúblicas: conhecer o negócio. Como é uma ouvidoria? O dia a dia de uma ouvidoria, em geral, é resolver problemas que vem do público externo. Quando se fala em Ouvidoria, há uma ligação natural à palavra reclamação. Segundo Ana Paula Haubert, relações-públicas e coordenadora da ouvidoria do Internacional, os elogios dos públicos são muito raros nas ouvidorias. “Nós, como consumidores, estamos mais acostumados e preparados para reclamar do que para reconhecer, valorizar um bom atendimento e elogiar”, observa a profissional. É assim que o profissional de Relações Públicas se destaca nesta área, pois é instruído a “apagar incêndios” dentro ARQUIVO PESSOAL Ouvidorias, a ponte entre o cliente e as instituições das empresas. É ele quem resolve problemas e sabe lidar com situações diversas. O profissional que trabalha nesse área em uma organização deve ter total controle sobre seus sentimentos, já que pode passar por situações constrangedoras. A partir da ideia de investir ainda mais nas ouvidorias, as empresas começam a transformar, de forma ainda tímida, esse setor em “relacionamento”, o que, na prática ∆∆ Ana Paula, coordenadora ,seria fugir da ideia de da ouvidoria do Internacional que as ouvidorias servem mais contribuição das RRPP para somente para reclamações, aproas ouvidorias, mas ainda precisa ximando-as do cliente de maneira ser explorada a fundo para que mais acolhedora. O conceito ainda traga benefícios, tanto para as é muito vago, mas já citado por empresas como para os clientes, profissionais da área. e também expanda a presença das Também ainda não é o cosRelações Públicas no mercado de tume do cliente encaminhar suas trabalho. ideias às empresas, embora um novo quadro de relacionamento com as organizações esteja se forJÚLIA CLÁUDIO mando. A iniciativa trará ainda RICHARD WAGNER 20 RRPPAtualidades/Julho 2011 DIVULGAÇÃO A Comunicação no Escotismo • Os comunicadores Eduardo Furasté e Juliano Moura relatam a experiência da construção de uma informação integrada que busca dar visibilidade ao escotismo gaúcho C riado por Lorde Robert Ste- lecer cada vez mais a imagem do phenson Smyth Baden-Po- escotismo no Estado por meio da well, em 1907, o Escotismo comunicação dirigida e suporte aos é um movimento mundial, educa- Grupos. Apesar dos parcos recursos ficional, voluntariado, apartidário e sem fins lucrativos. O objetivo é nanceiros, a Comissão conta com incentivar o desenvolvimento de um diretor de Comunicação Social, jovens, por meio de valores que Eduardo E. Furasté, com formapriorizam a honra. A prática bus- ção em Publicidade e Propaganda, ca o trabalho em equipe e a vida ao nomeado pela direção regional da ar livre. O jovem deve assumir seu UEB. Ele supervisiona as ações próprio crescimento, transforma- realizadas pelo estagiário de Redo-o num exemplo de fraternidade, lações Públicas, Juliano Moura da lealdade, altruísmo, responsabi- Rosa. Também conta com o apoio lidade, respeito e disciplina; a ser voluntário de profissionais e estudantes vinculados ao movimento. seguido pela sociedade. A União dos Escoteiros Bra- O grupo se empenha em realizar sileiros (UEB) é uma organização uma divulgação efetiva, baseada em um plano de cocivil, fundada em 1924 municação específicom propósitos educa“O tema co, que atende as necionais, culturais, benecomunicação cessidades da região ficentes e filantrópicos, no escotismo Sul. Para Juliano, a que congrega os Grupos é bastante paixão pelo escotismo de Escoteiros existentes é fator comum entre no Brasil (atualmente rico e ainda os voluntários, que há cerca de 60.000 afihá muito a desenvolvem um traliados a UEB). No Rio ser explorabalho integrado nas Grande do Sul, a UEB/ do” áreas de produção de RS possui a Comissão conteúdo jornalístico, Regional de Imagem e Comunicação (CRIC), que realiza assessoria de imprensa, relações ações de comunicação, visando o públicas, publicidade e propaganda diálogo tanto com os públicos que e, como não poderia deixar de ser, participam do movimento escotei- nas novas mídias digitais e tecnoloro, como os que são alheios. A CRIC gias da informação. A qualidade da comunicação integra a Comissão de Crescimento do Escotismo Gaúcho, atuando na também se dá através da escolha elaboração de projetos e materiais de meios determinantes que visam de estímulo à divulgação do mo- o alcance do público alvo, em sua vimento escoteiro. A ideia é forta- maioria, jovens. A comunicação ∆∆ A União dos Escoteiros do Brasil tem 60 mil filiados FOTOS CARLOS ALMADA ∆∆ Comissão de Crescimento busca incentivar adesões oficial utiliza-se de ferramentas de grande alcance (Twitter, Facebook, Orkut, newllestters, mala direta e e-mail), que sempre direcionam ao site da organização, fonte primária de informações. Juliano esclarece: “Nele são publicadas convocações e outras publicações oficiais, além de abrigar as notícias do escotismo no nível regional e local. Com os Grupos Escoteiros, especificamente, o mais utilizado é o e-mail e a mala direta. Normalmente, quando há uma convocação ou aviso mais importante, é enviado um e-mail para os presidentes de grupo solicitando o repasse da informação.” O site possui papel fundamental para os objetivos da comissão por ser o local onde se estabelecem os vínculos entre os grupos locais, regionais e a comunidade na qual estão inseridos. Um espaço onde todos têm sua representatividade através da divulgação de eventos e da troca de informações sobre acampamentos, reuniões e demais oportunidades de crescimento. “É onde realmente acontece a interação mais direta dos jovens com o escotismo. Há também, neste nível, as questões institucionais e de divulgação com suas problemáticas e conflitos. Um bom exemplo é a interação dos grupos com as entidades que lhes emprestam o espaço para sede, ou ainda a relação do grupo com o entorno da comunidade onde se encontra”, explica Moura. É nesse contexto de comunica- ção construída por agentes das habilitações de Comunicação Social (PP, RRPP e Jornal), trabalhando em constante rede colaborativa para seus públicos, que a CRIC tem observado crescente visibilidade do movimento, com aparições inéditas na mídia, seja na realização de entrevistas ou em participações em programas de televisão e rádio, bem como em reportagens de jornais. “É um trabalho que precisa ser realizado de forma profissional, dada a sua complexibilidade. O tema comunicação no escotismo é bastante rico e há muito o que ser explorado”, ressalta Furasté. Carolina Luz Paulo Julia Pereira Paula Peña Siqueira PARA SABER MAIS Escritório UEB/RS www.escoteirosrs.org.br Rua Castro Alves, 398, Rio Branco, POA/RS Fone: (51) 3330-9784 Funcionamento: Segunda a Sexta, das 9h às 12h30min e 13h30min às 18h. Sábados, das 9h às 13h. NATIVISMO RRPPAtualidades/Julho 2011 21 ANA PERIN/ RRPP O sentimento bairrista no Rio Grande do Sul “(...) Mostremos valor constância, nesta ímpia e injusta guerra. Sirvam nossas façanhas, de modelo a toda Terra (...)” (Trecho do Hino do Rio Grande do Sul) “O AMOR EXAGERADO pela terra não faz mal a ninguém desde que respeite a opinião do outro”. A declaração é do cantor regionalista Ernesto Fagundes, a respeito do sentimento bairrista que impera no Rio Grande do Sul. O nativismo é um conjunto de sentimentos e atitudes que priorizam e ressaltam a cultura da localidade a qual pertence o indivíduo. A expressão esteve muito presente em épocas de revoluções internas. A partir de movimentos de massa, principalmente da mídia, músicas e novelas a favor da aculturalização, da formacão de uma identidade nacional, o nativismo manifestou-se com grande intensidade como resistência. O contraponto. O gaúcho é exemplo de amor ao seu estado. São diversas demonstrações, desde músicas a programas de rádio e TV, como, por exemplo, Galpão do Nativismo (Rádio Gaúcha) ou Galpão Crioulo (RBSTV) de grande popularidade. O bairrismo é a valorização do local onde se vive e a ideia de que este é superior a qualquer cultura ou estado político. É um sentimento forte no Rio Grande do Sul, que se vê com frequência nos estádios de futebol, como afirma o site www. obairrista.com.br. Internacional e Grêmio, dois times que praticamente dividem o estado, em tentativas constantes de provar que de algum jeito são melhores do que os outros, representam muito bem essa ideia. Dois personagens da mídia rio-grandense, Ernesto Fagundes, compositor e cantor, e Ruy Carlos Ostermann, jornalista e radialista que apresenta os programas Gaúcha Entrevista e Sala de Redação, ambos na Gaúcha, falaram ao RRPP Atualidades sobre o tema. Para Fagundes, o sentimento bairrista é algo inerente ao gaúcho, mas ressalta que sempre se deve respeitar as diferenças. “É um sentimento de amor à terra, em geral ele é mais forte quando se está fora do seu pago, em outra querência.” Quando saímos das origens, o pago gaúcho, e temos de viver em outro lugar, uma nova querência. Ostermann conceitua o bairrismo como um sentimento de oposição a tudo aquilo que diverge do seu local de procedência. “Uma redução do espaço significativa e uma exacerbação dos valores contidos neste espaço”, conceitua. O jornalista acredita que o bairrismo traz pontos positivos quando este sentimento possibilita gerar valores fortes de qualidade ao estado, embora, alerta Ruy, “podemos gostar de nosso estado, mas nem por isso temos que excluir os demais desses valores, de uma convivência”. Idolatrações pelo estado são fáceis de serem vistos no Sul, o Hino Riograndense é um exemplo típico. Não há outro estado no Brasil em que saiba parte ou toda a letra do hino, como o RS, que cultiva esta cultura nas escolas, seminários, jogos, entre outros eventos municipais e estaduais. Esse sentimento se deve não só pela cultura de décadas que foi preservada, mas por valores intrínsecos de orgulho, admiração e de afirmação categórica pela terra. Infelizmente, não são só esses os sentimentos cultivados pelo gaúcho, há muito exagero, egoísmo, e pouca humildade no bairrismo. São fatores como estes que fazem o estado estagnar e se separar dos demais. Ana Carolina Perin Juliana Massena Liziane Lucchese ∆∆ Monumento ao Laçador, símbolo do gauchismo Opinião POSITIVO: “O Skank, se não fosse mineiro, bem que poderia ser gaúcho...” afirmação de Henrique Portugal, tecladista da banda, de Minas Gerais, após apresentação no Planeta Atlântida RS. Em entrevista, o vocalista Samuel também disse que curte o fato dos gaúchos cantarem o já famoso “ah, eu sou gaúcho!” Segundo ele, em nenhum outro estado se vê semelhante manisfestação. NEGATIVO: “A ideia do bairrismo é de se ter tudo melhor que os outros... É danoso, ruim, estraga uma cultura, super valoriza, cria uma expectativa muito maior do que efetivamente é. Eu sou contra!” Opinião do gaúcho Fabian Chelkanoff, professor de jornalismo da Famecos. 22 RRPPAtualidades/Julho 2011 OPINIÃO Ensaio O real vilão da falta de tempo ARQUIVO HIPER/ VINICIUS RORATTO CARVALHO O aumento indiscutível de tarefas que o brasileiro tem de executar por dia já não é novidade para ninguém. No entanto, são muitos os que ainda não sabem como dar conta de todas elas e, sem querer. culpamos o excesso de obrigações pela nossa falta de tempo, quando deveríamos culpar a nós mesmos. Todos estamos sofrendo com o maior número de atividades cotidianas, e isso só tende a piorar com o passar do tempo. Menos funcionários para executar a mesma tarefa, maior demora no deslocamento devido ao alargamento da frota de veículos automotores, elevação do grau de estresse no dia a dia; são alguns fatores que não só nos roubam minutos do dia, mas diminuem a qualidade de vida. Funcionários felizes e satisfeitos rendem mais para as empresas. Frente aos fatores já apresentados, torna-se um desafio aos empresários ter, de fato, grau máximo de rentabilidade vindo dos seus empregados. Não apenas preocupações externas (filhos, cônjuge e contas a pagar) e internas (prazos, relatórios e colegas de trabalho), mas também as paralelas atrapalham o trabalho. O tempo é precioso. Disputamos o nosso com inúmeras intervenções que tentam roubálo, chamando a nossa atenção. São elas, desde artistas de rua e outdoors, até os filhos e amigos. A época da escravidão já se foi, mas algumas pessoas ainda não agem como senhores e senhoras do próprio tempo, e administrá-lo acabou por virar uma arte. Prova disso é que empresas investem em consultorias capazes de aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida dos funcionários através da administração do tempo. O nível de distrações desnecessárias presentes no ambiente de trabalho é surpreendente. Redes sociais, e-mails, celulares e, até mesmo, reuniões em hora e local inadequados são inimigos da eficiência e da efetividade profissional. Muitos acreditam serem multifuncionais, capazes de exercer mais de uma tarefa ao mesmo tempo. Pesquisas observam, no entanto, que ao trabalharmos com mais de um foco, acabamos por atrasar a finalização de todos eles em até duas horas, em relação ao tempo que demoraríamos dedicando total atenção a cada um por vez. Como fazer, então, para que tenhamos aproveitamento máximo no trabalho e consigamos, de fato, viver as nossas vidas? Incontáveis são as pessoas que falam da necessidade de um dia de 48 horas, ou que gostariam de poder começar algum curso, inscrever-se na academia ou reencontrar os amigos, mas a falta de tempo não lhes permite. Será que ele está realmente faltando ou nós que não sabemos administrá-lo direito? Disse Paulo Coelho que “o primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo. As pessoas mais ocupadas têm tempo para tudo”. E a receita para que se tenha tempo para realizar os sonhos é muito simples: organização, planejamento e saber definir prioridades. Criamos urgências todos os dias que não são, de fato, urgentes. Saber definir prioridades entra como fator chave para que possamos cumprir as tarefas realmente necessárias no momento, e para que não se acumulem atividades para os dias e semanas seguintes. Além de conseguirmos, assim, fazer as coisas com mais calma, evitamos um estresse tremendo. A agenda é algo que tem sido deixada de lado por muitos, mas é uma ferramenta útil na organização pessoal. Às vezes, tudo o que precisamos é relacionar as atividades da semana em um papel, para que possamos visualizá-las como um todo, para então poder dividi-las igualmente entre aqueles cinco dias úteis seguintes. Definir horários para fazer as coisas é outra tática válida. Ter horas específicas para refeições, sono, trabalho e lazer, ajuda, e muito, na produtivida- de – assim definimos o que fazer no tempo reservado para aquela atividade específica. Muitos são os pais que mandam os filhos se organizarem para não ficarem com o tema de casa por fazer na madrugada anterior à data limite de entrega. Apesar de simples, a receita complica na medida em que crescemos e as tarefas vão se tornando não apenas mais numerosas, como também complicadas. Se o problema é começar, bom, então que comecemos, e o quanto antes. Christian Barbosa, reconhecido consultor da administração do tempo e autor de diversos livros e artigos a respeito, adotou a máxima “quem quer faz, quem não quer, arruma uma desculpa”. Ao invés de esperarmos a sensação de imobilidade provida pela falta de tempo tomar conta, por que não nos organizarmos e tornarmos possível o início da prática de atividades físicas ou a inscrição naquele curso que tanto queríamos? Eu não quero mais ter de fazer o tema de casa na madrugada... E você? Elisa Englender BARBOSA, Christian. A Tríade do Tempo. São Paulo: Elsevier, 2008 COELHO, Paulo. O Diário de um Mago. São Paulo: Planeta, 2006. UNIVERSIDADE RRPPAtualidades/Julho 2011 23 INOVAPUC Rede articula sociedade, empreendedorismo e pesquisa O INOVAPUC é uma rede que congrega o conjunto de atores, ações e mecanismos relativos ao processo de inovação e empreendedorismo da PUCRS. O objetivo da rede é promover o processo de inovação e empreendedorismo na Universidade, articulando todos os envolvidos no ensino, pesquisa e extensão. O foco da atuação da Universidade por meio da INOVAPUC é promover um esforço multidisciplinar para buscar soluções e oferecer respostas às demandas da sociedade em termos de desenvolvimento econômico, social, ambiental e cultural. A relação entre universidade e sociedade ocorre em dois sentidos. Primeiro é preciso identificar na sociedade problemas que podem dar origem ao desenvolvimento de pesquisas. Em paralelo, elencar resultados e conhecimentos já disponíveis na universidade que podem ser aplicados na solução de problemas existentes. A INOVAPUC articula funcionários do núcleo acadêmico e GABRIELA RAABE/ RRPP unidades periféricas. O núcleo acadêmico é composto pelos Institutos de Pesquisa e área de pesquisa do MCT (unidades universitárias onde se desenvolvem as pesquisas científicas e tecnológicas). Dependendo do potencial dos resultados dessas pesquisas, podem ser repassadas para a sociedade e para a própria universidade. As unidades periféricas são mecanismos institucionais voltados à interação com a sociedade, mais especificamente com empresas e diferentes níveis de governo, quais sejam: Agência de Gestão Tecnológica (AGT), Centro de Inovação (CI), Escritório de Transferência de Tecnologia (ETT), Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IDEIA), Laboratório Especializado em Eletroeletrônica (LABELO), Núcleo Empreendedor (NE), Incubadora das Empresas (RAIAR) e Parque Tecnológico (TECNOPUC). Camila Luce Gabriela Almeida Gabriela Raabe Matheus Mendes Entrevista/ Aline Flores Dentre as funções de Aline Flores, destacam-se: Planejar e executar a comunicação interna e externa da rede INOVAPUC; Identificar diferentes segmentos de públicos internos; Diagnosticar e avaliar processo de comunicação administrativa e interna já estabelecida na rede; Sugerir e elaborar ações e campanhas internas informativas; Identificar canais de comunicação já existentes (comunicação impressa, rede, eventos etc), avaliar resultados obtidos e dar continuidade; Apoiar as unidades periféricas da rede na elaboração de materiais de divulgação de eventos internos e externos. Entre a comunicação e a tecnologia A relações-públicas da INOVAPUC, Aline Flores, tem sala no Tecnopuc, dentro da PUCRS. Seu ambiente de trabalho é ímpar, tanto no sentido de infraestrutura, que proporciona o bom andamento do trabalho, como de aprendizado e crescimento. “Dentro do Tecnopuc, o contato com empresas e pessoas de diferentes áreas é diário, tornando a troca de conhecimentos muito frequente”, diz. Confira sua entrevista. Como é a convivência com profissionais de áreas tão diferentes? Maravilhoso, pois acredito que o olhar externo enriquece muito o trabalho, eles conseguem trazer pontos de vista até então não vislumbrados. Tanto em relação ao trabalho diário junto às Unidades da Rede INOVAPUC, como no ambiente do Portal Tecnopuc, que oferece uma experiência única de convivermos com pessoas de diferentes áreas e culturas. Um exemplo é quando pegamos o elevador e nos deparamos com pessoas falando inglês, espanhol, alemão, francês, tudo ao mesmo tempo. Acredito que essa seja uma oportunidade e possibilidade de aprendizado e crescimento muito grande para todos os públicos da Universidade. Você acha que existe alguma dificuldade de convivência? Não, pelo contrário, acredito que todas as Unidades da Rede, inclusive o Tecnopuc, partilhem dos mesmos objetivos de proporcionar experiências o que faz com que o ambiente fique ∆∆ Aline Flores mais harmônico. O Tecnopuc, com toda sua dimensão, com as unidades da PUCRS instaladas, como as mais de 62 empresas, é um pólo de oportunidades em pleno desenvolvimento. O centro oferece possibilidades de pesquisa e estágios, fazendo com que os alunos busquem o conhecimento e a experiência devida, dentro da própria universidade. aventura na indonésia 24 RRPPAtualidades/Julho 2011 FOTOS ACERVO PESSOAL À procura das ondas • Em busca de adrenalina, pessoas viajam à Indonésia atrás de um único prazer: o surf Quem decide viver o prazer de enfrentar uma “Surf Trip”, com certeza tem a Indonésia em sua lista. Nas ondas do Oceano Índico e na periculosidade de seus corais, muitos surfistas querem se entregar, viver esse prazer. São mais de 18 mil ilhas (seria impossível dizer o número exato, a cada ano novas ilhas são oficialmente catalogadas) que compõem o maior arquipélago do mundo, sendo o quarto país mais populoso. Os frequentes terremotos, e os pelo menos 150 vulcões ativos em geral não intimidam os turistas, que lotam toda a faixa de areia das praias. A água cristalina e a certeza de ondas perfeitas atraem os surfistas, e lhes deixam na memória uma imagem e sensação inesquecíveis, tornando o desejo de voltar sempre presente em seus sonhos. A geografia, a cultura, os hábitos, o povo e seus segredos transformam esse paraíso em uma fonte repleta de conhecimento, descanso de alma e energia. Gabriel Lobo, estudante de 25 anos, encarou, esta aventura. Sempre que pode, ele bota o pé na estrada em busca do contato com a mãe natureza e os desafios das águas salgadas. Por que você escolheu a Indonésia? Por quanto tempo foi abrigado por ela? Na busca de ondas, o que realmente importa é nunca parar de procurar. Devido às diversas ilhas como opções e a certeza de encontrar ondas perfeitas em alguma delas, certamente isso, juntando com a beleza e a tranquilidade das praias, faz da Indonésia o lugar ideal. Vivenciei duas inesquecíveis temporadas no país, 2009 e 2010, desfrutando desde o conforto e agito da ilha de Bali às buscas intermináveis a lugares paradisíacos e belas ondas. Como funciona a comunicação do país, já que os nativos falam uma língua local? Através de suas numerosas ilhas, o povo está distribuído por distintos grupos étnicos, linguísticos e religiosos. Devido a isso, em alguma das ilhas você pode ter que utilizar gestos para a comunicação, nada que paciência e um pouco de presentes, por isso a importância criatividade não resolvam. Os nati- do surfista, antes de embarcar para vos têm como característica a hu- Indonésia, estar preparado fisicamildade, simplicidade e o sorriso mente e tomar certos cuidados. Se machucar em uma ilha, como Gsempre estampado no rosto Qual é a emoção de surfar Land, por exemplo, com assistênnas mesmas ondas onde acon- cia médica a algumas horas de distância, não deve ser agradável. Vale tecem os WCT’s? Quando você olha o mar e en- lembrar que um bom seguro saúde tra pela primeira vez em um dia de é recomendável. Qual é a tua sensação ao boas ondas, a sensação é a mesma de olhar um filme de surfe em que ouvir a palavra “Indonésia”? Sensação relaxante e tranquiaparecem grandes profissionais, como Kelly Slater e Andy Irons sur- lizante com muita diversão, avenfando. A diferença é que você está tura e ondas perfeitas. ali vivendo aquilo que é o sonho de qualquer surfista. Ana Gabriela Paixão, Giovana Weiand, Sabendo do risco de estar Lucas Azevedo e Lucas Pacheco em cima de corais afiados, que você pode cair e se machucar a qualquer momento, o que faz você enfrentar o desafio? As primeiras vezes são bem assustadoras por ser fundo de coral, porém, com algumas semanas de prática, os surfistas se acostumam e perdem aquele receio inicial. Contudo, o medo ∆∆ O surfista australiano Mick Fanning e o risco sempre estão com o entrevistado Gabriel