ENTREVISTA
LUÍS FERNANDO PAROLI SANTOS
INTEGRAÇÃO
e agilidade nos processos
da Empresa
C
om 36 anos, Luís Fernando Paroli Santos, diretor
de Gestão Corporativa (DG), é o mais jovem
integrante da Diretoria de FURNAS. Formado em
Ciências de Computação e Análise de Sistemas pela
PUC-MG, com larga experiência em Consultoria para
empresas públicas e privadas nas áreas de tecnologia
e administração, Paroli já se diz “apaixonado pela
Empresa”. Nesta entrevista à Revista FURNAS, ele
lista suas percepções sobre a Empresa nestes três
meses de gestão e as principais dificuldades a enfrentar na DG.
Quais as suas considerações ao assumir a
pasta da DG? Já é possível fazer um balanço
destes três meses de gestão?
Foto: José Lins
texto Maria Fernanda Morais
Estratégico e a gestão de pessoas. Com
relação ao ERP, qual o estágio atual de
implantação?
Vários são os desafios. O primeiro foi enfrentar a
Estamos com o processo licitatório em andamento,
decisão judicial de demitir os 1.800 profissionais
analisando se as propostas das empresas atendem plena-
terceirizados que temos na Empresa, um problema difícil
mente ao edital de licitação, e trabalhando em conjunto
de ser enfrentado assim que você chega. Mas, para meu
com a Consultoria Jurídica para ter a segurança máxima
conforto, encontrei aqui em FURNAS os melhores profis-
de que seremos bem-sucedidos nessa contratação.
sionais do setor elétrico. Inclusive, há o reconhecimento de
que esses profissionais têm uma capacidade de transformar esta Empresa. São eles que fazem de FURNAS a maior
empresa do Sistema Eletrobrás.
Quais serão os benefícios dessa nova
ferramenta para as atividades da Empresa?
O ERP permitirá a FURNAS atuar com maior
competitividade no mercado de energia elétrica. Esta
O senhor já comentou que os principais
desafios que enfrentará na DG são a
implantação do Sistema de Gestão Integrada
(ERP), a concretização do Planejamento
4
Revista FURNAS - Ano XXXIV - Nº 356 - Setembro 2008
ferramenta possibilitará o acesso às informações de forma mais ágil, controles internos mais eficazes e indicadores mais eficientes. Hoje, a Empresa conta com mais de 40
sistemas de armazenamento de dados. O ERP faz com que
“
Encontrei aqui os melhores
profissionais do setor elétrico.
São eles que fazem de
FURNAS, a maior Empresa
do Sistema Eletrobrás”.
Há um projeto de fazer com que a DG
centralize todas as aquisições e compras
da Empresa. Os custos com os processos
serão reduzidos?
Não tenho dúvidas quanto a isso. Estamos implantando um novo método de compra que é o Sistema de
Registro de Preços (SRP), no qual se realiza uma única
licitação e as empresas registram, em ata, o preço dos
todas as informações fiquem concentradas, de forma
materiais e serviços que serão fornecidos, durante um
muito mais confiável, segura e quase em tempo real,
prazo determinado. Por exemplo: faço uma licitação,
o que facilita qualquer tomada de decisão.
peço a quantidade que preciso e, se houver uma nova
necessidade, no espaço de tempo estabelecido, peço
E com relação ao Planejamento Estratégico?
O Planejamento Estratégico já foi formulado, com
a participação dos gerentes, do corpo técnico da Empresa e com o apoio de consultoria externa. O Conselho
de Administração recomendou que o projeto fosse
apresentado primeiro à Eletrobrás, durante um
workshop realizado em agosto. Agora, será submetido
a deliberação do Conselho de Administração para, em
seguida, ser implantado com o apoio e a chancela da
Eletrobrás.
mais. É como se eu tivesse o produto na prateleira. Já
assumimos licitações de quase todas as diretorias e
estamos conseguindo fazer um bom trabalho.
O senhor pretende estudar soluções para
flexibilizar a Lei 8.666, facilitando os
processos de gestão de FURNAS, como fez
a Petrobrás?
Certamente. Já existe um trabalho, do Grupo
Eletrobrás, para que todas as empresas possam obedecer à mesma legislação que a Petrobrás. Nós temos
Uma parcela significativa do corpo funcional
de FURNAS é de contratados. Que
encaminhamento sua gestão dará a este
assunto?
Quando assumi a DG, para cumprir uma decisão
judicial, eu tinha 30 dias para demitir todos os contratados da Empresa. É uma insegurança que os contratados não merecem viver, um dia estar trabalhando, ter
emprego e, no outro, estar de aviso prévio sem saber.
os melhores profissionais, o conhecimento do setor
elétrico está com a gente. Mas se precisarmos disputar com uma empresa privada, que não é regida pela
Lei 8666 e agiliza seus processos, obviamente não
conseguiremos competir em igualdade de condição.
Qual a sua opinião sobre o Plano de
Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR)
da Empresa?
A única saída era negociar com o Ministério Público
O diretor de Administração da Eletrobrás, Miguel
Federal (MPF). Após muita negociação, o MPF aceitou a
Colasuonno, está tentando unificar todo o PCCR do
proposta de FURNAS, de fazer essa renovação no espaço de
Grupo Eletrobrás. É um plano ousado, corajoso e
cinco anos, desde que a Empresa flexibilizasse a porcenta-
importante. Considero uma grande oportunidade dis-
gem. Esse acordo resultou na proposta final - a substituição
cutirmos as melhorias sugeridas pela Superintendên-
de 20% dos contratados até o final de 2009; 15% em 2010;
cia de Recursos Humanos, observadas pelas entidades
15% em 2011; 25% em 2012; e 25% até o final de 2013.
sindicais, e levar nossas experiências para a Eletrobrás.
Além disso, estamos trabalhando para que a multa
Evoluiremos muito nessa questão. E quero tranqüili-
indenizatória, que chega perto de R$ 3 milhões, seja rever-
zar o movimento sindical: assim que tivermos um
tida para a recolocação dessas pessoas no mercado de
esboço desse plano, faremos uma reunião e todos
trabalho. Vamos ainda, promover novos concursos.
serão ouvidos.
Revista FURNAS - Ano XXXIV - Nº 356 - Setembro 2008
5
Download

Luís Fernando Paroli Santo: Integração e agilidade nos