QUARTA-FEIRA 20 JANEIRO 2016 www.imobiliario.publico.pt SUPLEMENTO COMERCIAL PUBLICIDADE SE PROCURA BOAS OPORTUNIDADES AQUI ESTÁ EM CASA ANTONIO SACCHETTI Mais um mês para concorrer ao Prémio Nacional de Reabilitação Urbana Termina a 22 de fevereiro, o período de candidaturas à 4ª edição do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana. Em 3 anos, este galardão já recebeu mais de 140 projetos candidatos em 34 concelhos portugueses p04 Mercado doméstico vai fazer mexer compra de casas este ano O aumento do rendimento disponível deverá ter impacto no setor imobiliário já este ano, esperando-se “bons sinais” para o mercado de venda de casas devido aos compradores portugueses p06 Mil milhões de euros de investimento imobiliário já identificados para 2016 Entre negócios que transitam de 2015 e outros em curso ou já assinalados, estão já previstos para este ano pelo menos 1.000 milhões de euros de investimento em imobiliário p03 PUBLICIDADE Este suplemento é parte integrante do jornal PÚBLICO e não pode ser vendido separadamente 02 Opinião IMOBILIÁRIO 20 JANEIRO 2016 Do que desenhamos num papel ao que concretizamos em obra Luís Lima O s arquitetos sabem como é difícil transformar em obra o que desenhamos no papel. Com a imensa admiração que tenho pelo Arq.º Siza Vieira, aceito a ideia de que desenhar a genial Pala do Siza, do Pavilhão de Portugal da Expo 98, terá sido mais fácil do que construir aquela folha de papel gigante em cimento. Isto é válido para edifícios como o Pavilhão de Portugal, mas também para outros edifícios mais abstratos que igualmente carecem de concretizações difíceis como é sempre, ou quase sempre, a de uma estratégia para uma política habitacional de um país, especialmente se esse país não nada em dinheiro. Se nos lembrarmos do Diagnóstico e Proposta Para Uma Estratégia de Habitação elaborado entre 2007 e 2008 para o período de 2008 a 2013, sob responsabilidade do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, do ISCTE e na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, com o apoio da A. Mateus & Associados, vamos seguramente encontrar uma forte justificação para a sua pouco execução na crise financeira mundial que deflagrou em 2008 e teve epicentro no sector. Este cuidado e exaustivo documento preocupou-se em elaborar “propostas estratégicas detalhadas, para o desenho, implementação, monitorização e avaliação de políticas habitacionais no campo do alojamento social, da reabilitação e arrendamento”. Nele refere-se o “direito ao alojamento”, consagrado em quase todos os direitos nacionais ou universais, justifica-se pela falta grave de alojamentos em resultado das destruições da guerra e em nome de políticas de justiça social com vontade de erigir uma sociedade mais justa, rumo à criação dos Estados-Providência. Regressando à questão central deste problema, lembro de passagem uma conclusão deste trabalho de 2007/08 onde está escrito - cito - que “ao contrário de outros países europeus, onde o apoio à reabilitação do parque é hoje uma prioridade com significado, em Portugal as medidas legislativas sem grande alcance, um processo burocratizado, o congelamento das rendas, a inércia dos proprietários, etc. têm impedido um progresso significativo desta medida”. Isso deve-se à carência de meios que se traduzem quase sempre, como aliás também é referido no estudo para explicar a realidade do sector, por uma ausência de uma efetiva política de solos, uma forte burocratização dos processos de construção e um fraca cooperação entre entidades que possam contribuir para solucionar este problema. De lá para cá, algo se avançou mas ainda, e sempre condicionados, aos meios, às vezes às vontades. Na última legislatura, seria só em fim de mandato que foi aprovado o diploma de Estratégia Nacional para a Habitação, em nome, cito, “do desenvolvimento dos aglomerados urbanos, da reabilitação urbana e da revitalização demográfica e económica, enquanto partes integrantes do universo da política de cidades” - um documento que não chegou a tempo de ser aplicado por quem o aprovou e que é natural que tenha pontos em comum com novas estratégias a elaborar por quem agora deve enfrentar esta realidade. Nesta breve viagem sobre esta temática pelos últimos anos, tenho de reconhecer que coube ao Poder Local, onde destaco justamente a Câmara Municipal de Lisboa, o maior contributo para a resolução do “direito ao alojamento” com a inteligência de o transformar num vector de desenvolvimento das cidades. Presidente da CIMLOP [email protected] OE 2016 tem de assumir Plano Juncker para dinamizar a Construção e o Imobiliário S erá esta semana que o Governo irá entregar em Bruxelas as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2016. “Mudar o rumo da política Manuel Reis económica em Portugal” é o objetiCampos vo assumido. Porém, mais do que princípios, há que contemplar medidas que, em concreto, permitam a apresentação de uma estratégia de efetivo crescimento económico e de dinamização do investimento e do emprego, elementos sem os quais não conseguiremos afastar as dificuldades que, coletivamente, ainda atravessamos. Já, por diversas vezes, afirmei que o ano de 2016 deverá ser, para o setor da construção e do imobiliário, o ano da estabilização. Esta é uma necessidade não só para as nossas empresas, mas, sobretudo para o futuro de Portugal. Não somos nós que o “...2016 deverá ser, para afirmamos, mas Europa Coo setor da construção amunitária, que e do imobiliário, o ano reconhece, em uníssono, que da estabilização. Esta este setor, pelo é uma necessidade que continua a não só para as nossas representar ao nível do investiempresas, mas, e do emsobretudo para o futuro mento prego, é impresde Portugal.” cindível para a implementação de uma qualquer política económica que vise alcançar aqueles objetivos. Recorde-se que grande parte do trabalho prévio já se encontra realizado e consensualizadas as apreciações dos diversos quadrantes da sociedade. Refiro-me ao Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas (PETI3+), que estabeleceu as prioridades em matéria de projetos capazes de aumentar a produtividade e de atrair mais e melhor investimento, o qual, com exceção do Túnel do Marão, con- tinua sem conhecer quaisquer desenvolvimentos, parecendo, mesmo, ter sido abandonado. Veja-se que a Comissão Europeia aprovou o Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, no valor de 315 mil milhões de euros, mais conhecido por Plano Juncker. Com efeito, de acordo com o balanço oficial do Plano Juncker, que se encontra operacional desde o Verão de 2015, Portugal obteve financiamentos de apenas 42 milhões de euros, ou seja, 0.56% de um total de 7,5 mil milhões apoiados por Bruxelas, que irão concretizar investimentos estruturantes na ordem dos 50 mil milhões. No domínio das infraestruturas e inovação, é essa mesma Europa que nos alerta para o facto de Portugal não ter incluído quaisquer projetos no âmbito das Infraestruturas e Inovação. Na verdade, a participação portuguesa é, neste âmbito, nula e o nosso País nem sequer figura nos relatórios individualizados, apresentados pela Comissão. A mobilização destes recursos é fundamental e foi reconhecida por este Governo, mas a dinamização do investimento e do crescimento económico exigem ambição e, sobretudo, uma estratégia de futuro, enquanto instrumento catalisador da confiança dos particulares e de atração do investimento privado, nacional e estrangeiro, um dos pressupostos do próprio Plano Europeu. O Orçamento do Estado para 2016 assume um papel preponderante. A par da dinamização da Reabilitação Urbana, do mercado do arrendamento e da criação de um quadro fiscal atrativo incidente sobre o património, cabe-lhe, em primeiro lugar, disponibilizar os instrumentos financeiros e os incentivos ao pleno aproveitamento das oportunidades que nos estão a ser disponibilizadas pela Europa. Presidente da CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário PUBLICIDADE Toda a Informação Jurídica do Imobiliário www.imojuris.com 80$,1,&,$7,9$ (03$5&(5,$&20 &20$&2/$%25$d2 20% to para desconantes VI assin IMOBILIÁRIO 20 JANEIRO 2016 Atualidade 03 Mil milhões de euros de investimento imobiliário já identificados para 2016 Construção teme agravamento da crise no setor Entre negócios que transitam de 2015 e outros em curso ou já assinalados, estão já previstos para este ano pelo menos 1.000 milhões de euros de investimento em imobiliário. A maior parte destes negócios poderá ser fechado ainda no 1º semestre. RICARDO NOVAIS PEREIRA/VI Ana Tavares O ano começa com perspetivas positivas para o investimento imobiliário em Portugal, depois de um 2015 em que os níveis transacionados atingiram máximos de 2.100 milhões de euros, de acordo com a CBRE. Estes bons resultados “transportam muito otimismo para 2016” nas palavras de Neil Blake, que deu nota de que “foi um ano em que as yields continuaram a crescer nos escritórios, já abaixo dos níveis de 2007 em alguns casos”. A seu favor este ano Portugal tem a recuperação do consumo, as taxas de juro baixas e um “aumento indiscutível” da concessão de crédito por parte da banca, bem como uma crise bancária que “começa a ir embora”, apontou o responsável pela área research da consultora CBRE para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). O especialista esteve em Lisboa num Almoço-Conferência da Vida Imobiliária, que decorreu a 15 de janeiro no InterContinental Lisbon, para falar das tendências mais marcantes do mercado de investimento na Europa e em Portugal. Nuno Nunes, que lidera a área de investimento desta consultora em Portugal, fez as contas e avançou que cerca de 1.000 milhões de euros estão já identificados para serem transacionados este ano, entre “negócios que resvalaram de 2015, negócios em curso e outros que podem ser transacionados este ano, grande parte deles ainda no primeiro semestre do ano”. Na sua perspetiva, só os escritórios “podem representar 35%. Sabemos de cerca de 400 milhões de euros no Parque das Nações que deverão ir para o mercado este ano”, explicou Nuno Nunes. Os centros comerciais, grandes protagonistas do volume de investimento do ano passado, poderão diminuir o seu peso, e a hotelaria deverá manter-se um dos setores de interesse, bem como outros setores alternativos, já que “quase todos os setores têm yields abaixo dos valores históricos, e os que não têm para lá caminham”, explicou o responsável. Neil Blake, Head of Research da CBRE para a região EMEA, antevê um bom ano pra o investimento imobiliário em Portugal Para Nuno Nunes, apesar dos desafios, o”«catch up muito rápido” do país faz acreditar que este ano vai ser bom, já que se assiste em Portugal a uma “recuperação rápida”, num contexto em que “os preços são relativamente bons, é um mercado da zona euro com confiança de mercado nas finanças públicas”, não esquecendo “as baixas taxas de juro e as expetativas das taxas de câmbio”, avançou. Instabilidade política é desafio Entre os desafios que o mercado português pode enfrentar destacamse “a possível incerteza política e a ainda lenta recuperação”, de acordo com Neil Blake, o que pode vir a “abanar” os resultados este ano. Contudo, sobre estas incertezas, Nuno Nunes disse que, apesar de serem algumas das preocupações apontadas, “não temos ainda ninguém (investidores) a mostrar-se preocupado com estes fatores”. Além do novo quadro político em Portugal, o mercado de investimento imobiliário poderá também ser influenciando pela conjuntura externa, num contexto muito dependente dos acontecimentos internacionais. Este ano, alguns dos desafios prendem-se com a possível crise e abrandamento da economia chinesa, com a crise dos refugiados, o terrorismo, a descida dos preços de alguns bens, como o petróleo ou a alimentação, ou as fricções com a Rússia, listou Neil Blake. O especialista acredita que o abrandamento da China poderá ser mais preocupante “para quem lê essas notícias sobre os mercados financeiros”. ”Podemos questionar-nos se haverá ou não o incumprimento de um mercado emergente este ano, mas em relação à China e ao abrandamento do seu crescimento, o que vamos ver é uma mudança radical na procura derivada de uma economia de consumo moderna”, sendo esta a maior preocupação dos mercados atualmente. E completa que “a China é importante por si, mas o problema é com todos os mercados emergentes”, salientando os níveis de “pouco stress nos mercados financeiros”, sobretudo se compararmos estes níveis com os da crise de 2008 ou com os anos de 2012/2013, o que leva a crer que não haverá causa para o alarmismo que alguns meios de comunicação social têm vindo a divulgar. A Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) alertou para a “ameaça de agravamento da crise do setor”da construção face às quebras registadas em 2015 quer no valor dos contratos públicos celebrados quer no número de concursos promovidos. No primeiro caso, a descida foi de 37% face a 2014, ficando abaixo dos mil milhões de euros. A mesma tendência seguiu o número de concursos promovidos ao longo do último ano, cujo valor atingiu os 1.245 milhões de euros, menos 310 milhões do que no ano anterior, o que representa uma queda de 20% face ao período homólogo. Em comunicado, a AECOPS assinala que este é um resultado “aparentemente incompreensível” e “preocupante”, porque “quando a economia em Portugal dava os primeiros sinais de recuperação (em 2015), o mercado das obras públicas era o espelho de uma realidade bem diferente”. Entre os “factos alarmantes”, a AECOPS destaca a “reduzida dimensão dos contratos celebrados; a ausência de projetos e investimentos estruturantes; uma significativa quebra do investimento na área dos transportes e da hidráulica; um menor número de donos de obra; um aumento do peso relativo dos ajustes diretos; um acréscimo da concorrência; e uma forte redução no volume da contratação por empresa”. A Associação deixa o alerta: “no seu conjunto estes fatores representam uma ameaça de agravamento da crise no setor e de uma nova onda de insolvências”. De acordo com os dados mais recentes da IGNIOS, empresa de gestão de risco, o setor da construção continuou a liderar as insolvências de empresas em Portugal em 2015, concentrando 17,5% das 7.288 empresas insolventes nesse ano no nosso país. Ainda assim, de acordo com esta entidade, as insolvências no setor recuaram 0,9% face a 2014, o que se deveu sobretudo à descida de insolvências nas atividades especializadas (-6,4%) e da engenharia civil (-8,4%), que mais que compensaram o aumento nas áreas de construção de edifícios para (+3,2%), que foi acompanhado pelo aumento nas atividades imobiliárias (+18,9%). 04 Atualidade IMOBILIÁRIO 20 JANEIRO 2016 Mais um mês para concorrer ao Prémio Nacional de Reabilitação Urbana O Ouro Grand terá 55 apartamentos Termina a 22 de fevereiro, o período de candidaturas à 4ª edição do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana. Em 3 anos, este galardão já recebeu mais de 140 projetos candidatos em 34 concelhos portugueses Susana Correia Falta pouco mais de um mês para encerrar o período de apresentação de candidaturas à edição de 2016 do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, iniciativa que assinala este ano a sua 4ª edição e que, ao longo dos edições anteriores, recebeu mais de 140 candidaturas de projetos e intervenções de reabilitação urbana localizados em 34 concelhos portugueses. Para a organização, nomeadamente a Vida Imobiliária e a Promevi, esta adesão é sinal de que “a reabilitação urbana está em definitivo a mudar as cidades portuguesas”, mas também confirma o prémio como “o galardão de maior prestígio no setor da reabilitação urbana em Portugal”. Termina a 22 de fevereiro esta fase de submissão de candidaturas, a que podem concorrer todas as intervenções de reabilitação urbana terminadas entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2015 e que não se tenham candidatado em edições anteriores desta iniciativa. As candidaturas podem ser apresentadas por qualquer entidade interveniente nos projetos, desde que devidamente autorizadas pelo proprietário, nota ainda a organização, que dá nota de uma “importante adesão” já registada nesta altura. Os vencedores desta nova edição vão ser conhecidos em abril, mais concretamente na primeira semana do mês no âmbito da Semana da Reabilitação Urbana Lisboa 2016. A cerimónia decorre este ano no Palácio Nacional da Ajuda, cedido pela Direção Geral do Património Cultural, entidade através da qual o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana recebe este ano, pela primeira vez, o Alto Patrocínio do Ministério da Cultura. Outra novidade da edição de 2016 Termina a 22 de fevereiro a fase de submissão de candidaturas ao Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2016. Podem concorrer todas as intervenções de reabilitação urbana terminadas entre 1 de janeiro de 2014 e 31 de dezembro de 2015 e que não se tenham candidatado em edições anteriores desta iniciativa. é a renovação do corpo de jurados. Este ano, o painel integra pela primeira vez João Appleton, um dos mais conceituados peritos portugueses na área da engenharia civil e reabilitação urbana, e João Mendes Ribeiro, arquiteto com um destaca- do percurso profissional e professor na Universidade de Coimbra. Estes dois novos elementos juntam-se aos restantes membros do júri, que transitam da edição anterior: João Pedro Falcão de Campos, arquiteto e professor no Instituto Superior Técnico; Manuel Reis Campos, engenheiro civil e presidente da AICCOPN e da CPCI; e Augusto Mateus, economista e professor do Instituto Superior de Economia e Gestão. Para António Gil Machado, diretor do Prémio, a iniciativa “tem revelado a capacidade de manter um núcleo restrito de personalidades, mas que em cada ano se renova de forma parcial, permitindo sempre novas visões numa linha de grande consistência” Organizado pela Vida Imobiliária e pela Promevi, o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana foi criado para premiar a excelência na renovação das cidades portuguesas. Distingue os melhores projetos nas categorias Residencial, Comercial/ Serviços, Turismo e Impacto Social, além de atribuir o prémio especial do júri à Cidade de Lisboa, homenageando a melhor intervenção realizada na cidade anfitriã, e as Menções de Honra para a Melhor Reabilitação Inferior a 1.000 m², Melhor Intervenção de Restauro e Melhor Solução Eficiência Energética. O Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2016 tem já confirmados os patrocínios platina da Schmitt+Sohn Elevadores e da Aguirre Newman, bem como os patrocínios ouro da Revigrés e da Sanitana. Esta iniciativa conta ainda com os apoios da Luz e Som, Publico Imobiliário, TSF, Ci e Impulso Positivo, e com os apoios institucionais do IMPIC, CPCI, AHP, Ordem dos Arquitectos e da União das Misericórdias Portuguesas. Investimento chinês vai fazer nascer habitação de luxo na Rua do Ouro Ana Tavares Este é o segundo projeto da Level Constellation em Lisboa no espaço de um ano. A empresa foi fundada por um grupo de investidores chineses e espera que as vendas do Ouro Grand totalizem os 25 milhões de euros Nascerá na confluência das ruas do Ouro, da Conceição e do Crucifixo, em pleno coração da Baixa Pombalina, e totalizará 55 apartamentos classificados de luxo. O projeto Ouro Grand foi apresentado há dias em Lisboa e é o segundo investimento na cidade da empresa de capitais chineses Level Constellation. O edifício onde nascerá este projeto de reabilitação tem cerca de 5.000 m2 e foi comprado recentemente pela empresa em hasta pública à Câmara de Lisboa, sendo anteriormente propriedade do Banco Totta & Açores, depois Santander Totta. A oferta residencial varia dos T0, T1 e T2 aos T1 Duplex e T2 Duplex, com preços a partir dos 198.800 euros, com a Level Constellation a esperar realizar vendas no valor de 25 milhões de euros. As perspetivas são animadoras tendo em conta que já “começámos a vender esta semana, já contratámos 6 apartamentos e vamos contratar outros 4, portanto temos 10 apartamentos colocados, ainda todos em planta, revelou na ocasião ao Público Imobiliário Pedro Vicente, diretor geral da Level Constellation em Portugal. O responsável acredita que “conseguiremos vender tudo até ao final deste ano”. A empresa anunciou entretanto que a comercialização está a cargo das empresas CBRE, Cobertura (parte do universo JLL), Quintela & Penalva e Castelhana. A oferta habitacional é complementada por duas lojas e a construção deverá arrancar ainda este mês, com os trabalhos de reabilitação a cargo da construtora Teixeira Duarte e o projeto de arquitetura assinado por Catarina Almada Negreiros. A obra deverá ficar concluída em julho do próximo ano. Yong Wen, presidente da Level Constellation, afirmou durante a apresentação do projeto, que decorreu na Pousada de Lisboa, que “sentimos a responsabilidade na reabilitação deste projeto, numa das zonas mais antigas da cidade e um dos edifícios mais importantes da baixa”. E salientou que “queremos contribuir para trazer as famílias de volta para o centro da cidade. Estamos honrados por poder fazer parte deste processo”. O primeiro investimento da Level Constellation em Lisboa foi o Park Avenue, localizado na rua Rodrigo da Fonseca, no centro de Lisboa, e que está 50% vendido e deverá ficar concluído em julho deste ano. Estão também a ser desenvolvidos e comercializados outros apartamentos prontos para venda. Pedro Vicente avançou ainda ao Público Imobiliário que a Level Constellation tem “investimentos previstos de 100 milhões de euros em Lisboa nos próximos tempos. Estamos a dar passos cuidadosos para o futuro”. A Level Constellation foi fundada em 2014 por um grupo de investidores chineses que se focam na realização de investimentos imobiliários em Portugal, promovendo as vendas a partir de Portugal e da China. 06 Oportunidades IMOBILIÁRIO 20 JANEIRO 2016 Mercado doméstico vai fazer mexer compra de casas este ano Tendências para imobiliário em 2016 Opinião O aumento do rendimento disponível deverá ter impacto no setor imobiliário já este ano, esperando-se “bons sinais” para o mercado de venda de casas devido aos compradores portugueses ISTOCK.COM/M_1975 Susana Correia/Ana Tavares “No imobiliário, penso que haverão bons sinais para o mercado de compra de habitação este ano”, antecipa João Duque, que explica que face a um maior poder de compra “as pessoas mudaram um pouco o seu comportamento e isso atira-as para a frente também para a compra de bens duráveis, como uma casa”. O economista falava num pequeno-almoço organizado ontem em Lisboa pela revista Vida Imobiliária para antecipar a evolução do mercado imobiliário em 2016, onde marcaram presença banca, investidores, promotores, consultores e mediadores imobiliários. O último ano já começou a dar indicação nesse sentido, com “o mercado interno a crescer muito mais em 2015 do que o mercado internacional”, disse na ocasião Ricardo Sousa, Administrador da Century 21 Portugal, que acrescentou ainda que tal situação tem já “impacto em mercados como o da linha de Sintra, Grande Lisboa, Margem Sul e até mais periféricos como Santarém, por exemplo”. A maior dinâmica do mercado de venda de casas é visível nas operações realizadas e “hoje em dia, por cada três transações residenciais, uma é de arrendamento e duas de vendas”, o que é “uma inversão face ao que acontecia há três anos”, afirma Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário, entidade que produz estatísticas e informação para o mercado residencial. Na sua perspetiva, tal deve-se ao facto de “hoje termos não só compradores como crédito”, embora José Araújo, diretor da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp, igualmente presente no encontro, defenda que “os Bancos nunca deixaram de emprestar dinheiro para comprar imóveis”, com especial foco “nos ativos das suas carteiras”, onde o crédito encontrava “taxas muito apelativas”. Para este responsável, a dinâmica do mercado doméstico deve ser vista não só nas perspetiva da compra pelo utilizador final já que “o mercado doméstico está ativo também para os pequenos aforradores que encontram no imobiliário, alavan- O mercado de compra e venda de casas deverá animar este ano devido à procura interna. cado ou não, uma alternativa muito mais apelativa para investimento que os depósitos bancários.” E detalha: “A compra de um T2 ou de um T3 permite a um pequeno investidor obter yields em torno de 5%, quando as taxas de juro estão abaixo de 1%”. Face a este cenário, os operadores de mercado estão otimistas e esperam mesmo uma valorização dos preços das casas de 4% ao ano nos próximos cinco anos, de acordo com o PHMS, inquérito mensal realizado pela Confidencial Imobiliário e citado por Ricardo Guimarães. Este inquérito mostra, aliás, “uma consolidação do sentimento positivo desde 2013”, disse aquele responsável, que frisa que este otimismo é visível quer em termos de evolução de preços quer de tendências de mercado. Investimento estrangeiro deve ser pensado a longo-prazo O investimento estrangeiro, quer institucional quer particular, foi um dos destaques do mercado imobiliário em 2015, com níveis recorde de transações no imobiliário comercial e um crescimento importante na procura internacional de imóveis por particulares. Contudo, para Gilberto Jordan, CEO do Grupo André Jordan, “Portugal não tem conseguido atrair investimento de longo-prazo” o que no caso do imobiliário é crucial, já que “temos sempre de pensar em ciclos longos, de pelo menos 10 anos”. Também para Diogo Pinto Gonçalves, da sociedade gestora de fundos de investimento Selecta, “esta fase que estamos a viver agora não é sustentável a prazo”, já que “vivemos sempre dependentes do mercado externo”. Eric van Leuven, managing partner da Cushman & Wakefield, explica que em 2015 o investimento estrangeiro diversificou geografias e também perfis de risco dos negócios, constituindo a “esmagadora maioria do investimento transacionado em Portugal” no ano passado. Apesar de ainda não se registar “nenhuma grande desaceleração do interesse dos investidores internacionais”, Eric van Leuven alerta para o facto de o investimento estrangeiro ser “algo muito dependente da confiança” e nesse âmbito, o profissional destaca a importância de ser conhecido o Orçamento de Estado (OE) 2016, o que aliás foi frisado por muitos outros operadores presentes neste encontro. “Há efetivamente um sentimento de wait and see por parte dos investidores”, refere José Araújo, acrescentando que “a verdade é que em 2016 o OE ainda está em fase de gestão”. Também João Duque realçou a “ausência de um elemento muito importante para Economia, que é OE2016”. No âmbito imobiliário, este instrumento será também especialmente relevante para as transações motivadas pelo estatuto de residente não-habitual, no âmbito do qual os franceses têm vindo a destacar-se. “O mercado francês é particularmente sensível à questão dos direitos sucessórios” considera o presidente da APPII, Polignac de Barros, que considera que se tais direitos “lhes vierem a ser impostos no OE 2016” isso terá um impacto imediato neste mercado, “pois cria instabilidade fiscal e consequentemente uma quebra rápida de confiança”. Por isso, conclui, “será muito negativo para a economia real”, pois “há uma perda de investimento” e o “investimento estrangeiro é primordial para desenvolver a economia portuguesa”, conclui. . José Araújo O setor imobiliário tem vivido nos últimos 2 anos uma fase de clara recuperação, tendo o ano de 2015 sido, certamente, um dos melhores. Aliás, atrevo-me a dizer, o melhor dos últimos 10 anos. Será para continuar? Todos desejamos que sim! Sem o Orçamento de Estado divulgado e sem se saber o que muda ou o que se mantém nesta legislatura quanto ao setor imobiliário, é complicado prever os principais drivers desta área para este ano. Os investidores estrangeiros aguardam com expectativa, havendo algum “wait and see”, pese embora na Europa, face à elevada liquidez e poucas alternativas de rentabilidade, as transações continuem elevadas. Os particulares não residentes vão continuar interessados, mas vão arrendar mais do que comprar até perceberem se haverá imposto sobre património e de sucessão, fatores cuja ausência em Portugal trouxe elevado investimento oriundo de França e países do norte da Europa. Esperamos também a manutenção do dinamismo atual no setor turístico. Os golden visa oriundos da China estão a deslocar-se para Espanha, o que parece não relacionado com alterações na legislação, mas porque os vistos e suas renovações demoram menos tempo a serem analisados. Será que o mercado interno vai conseguir ser o principal dinamizador do setor e compensar algum abrandamento internacional? Em suma, serão três as principais tendências: nos particulares, a procura vai manter-se elevada, mas a subida de preços pode abrandar face a menor procura em zonas prime e no mercado médio-alto. Nos imóveis “não residenciais” a evolução dependerá da Economia continuar a crescer, mas para já há mais procura com interesse em armazéns e lojas, e algum em terrenos para construir habitações. No entanto, o foco destes interessados centrar-se-á no mercado da reabilitação com menor investimento e menor risco. Ao nível do arrendamento, esperamos a manutenção de procura em níveis elevados, embora com estabilização do valor das rendas. Diretor da Direção de Negócio Imobiliário do Millennium bcp IMOBILIÁRIO 20 JANEIRO 2016 Oportunidades 07 Oportunidades Imobiliário Expetativas positivas para evolução do preço das casas Os resultados de novembro do Portuguese Housing Market Survey (PHMS) mostram que os mediadores e promotores imobiliários antecipam que, ao longo dos próximos cinco anos, os preços das casas aumentem, em média, cerca de 4% por ano. As expectativas são sustentadas pela recuperação da atividade no mercado de compra e venda, que continuou a recuperar a um ritmo constante em novembro. De acordo com o inquérito de novembro, a procura, medida pela novas instruções de compra, continuou a crescer, uma tendência registada desde final de 2013. Ainda assim, nos últimos dois meses tem crescido a um ritmo ligeiramente mais moderado. Também as vendas cresceram a um ritmo sólido e as expectativas são para que o volume transacionado continue a crescer. O PHMS destaca ainda que o crescimento da procura se mantém superior ao crescimento da oferta, o que tem sustentado a tendência de recuperação dos preços, embora também a um ritmo menos acelerado nos últimos meses. O índice de confiança nacional mostrouse praticamente inalterado em novembro, permanecendo em terreno positivo há 25 meses consecutivos. Mais Oportunidades Millennium na área de imobiliário de millenniumbcp.pt. Marque as suas visitas através da linha M Imóveis 707 91 20 20 (atendimento personalizado das 10h-22h). Custo máximo por minuto: 0,10€ para chamadas a partir da rede fixa e 0,25€ para chamadas a partir da rede móvel. Acresce IVA. 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Mas o design das revistas Lácio e Crónica Cinematográfica é intemporal. 1.ªS EDIÇÕES FAC-SIMILADAS EM FORMATO ORIGINAL 1980 2000 A revista Lácio, alia a qualidade literária à artística. Durante as suas edições destacaram-se os nomes de António Marques Matias, Frederico George e Álvaro Salema Magalhães Filho. Das inúmeras revistas dedicadas ao cinema, a Crónica é uma das mais relevantes, tanto pela qualidade dos textos como pelo seu grafismo sofisticado. Não perca o 9.º volume - Lácio (1939) e A Crónica Cinematográfica (1930) - numa colecção fac-similada de 10 volumes (12 revistas) das revistas portuguesas mais icónicas do século XX, que dá a conhecer o trabalho de grandes ilustradores, designers gráficos e tipógrafos portugueses. ses. +6,90€ QUINTA, 21 JAN COM O PÚBLICO Colecção de 10 entregas (12 revistas). Preço unitário 6,90€. Preço total da colecção 69€. Periodicidade semanal à quinta-feira, entre 26 de Novembro de 2015 e 28 de Janeiro de 2016. Limitado ao stock existente. 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