c.e.m verão II 24 a 28 de Setembro Das 19h as 21h Mariana Lemos e Maria P. + Dj no estúdio Preço 50€/ 12€ aula avulso Sommovimento “Uma vez ela disse-me que não ouvia como os outros, e eu vi logo uma entrada. Esta semana é um convite para ouvir. Dançar, tocar, falar, escrever… Partindo das ligações entre som e movimento, o movimento do som, o(s) som(ns) do movimento… Abriremos um tempo para perguntar e criar corpo” +info e inscrições: produçã[email protected] +351 – 218 871 763 MARIANA LEMOS Mariana Christ Lemos, 1979. Mestre em Metodologias do Ensino da Dança pela ESD-Lisboa (2011) e Licenciada em Dança pela Unicamp- Brasil (2002), onde trabalhou com Holly Cavrell e a Cia Domínio Público. Vive e trabalha em Portugal sempre ligada ao c.e.m – centro em movimento, onde é professora desde 2005 e onde tem acompanhado o trabalho de Sofia Neuparth. Criou ao longo de sete anos o Projeto Ir (um projeto do c.e.m em parceria com as Irmãs Oblatas) junto de mulheres trabalhadoras do sexo em Lisboa. Em criação trabalhou também com Luis Castro (Karnat/Húmus) e Madalena Victorino (Uma carta coreográfica e festival TODOS). Colabora pontualmente com o Serviço Educativo da Culturgest desde 2007. Faz parte do núcleo de professores da formação “O Corpo Oriental” desde 2010 ao lado de Iris Lican e Baltazar Molina, e recentemente criou a plataforma coletiva “Revoluções em dança”, juntamente com Paula Petreca, Carolina Hofs, Iris Lican, Salomé Coelho, Shahd Wadi, uma rede interessada nas ligações entre arte, feminismos, identidades, questões estas que têm sido fonte de pesquisa e reflexão desde então. Faz parte da UMAR. http://dancarevolucoes.wordpress; e-mail: [email protected] MARIA P. A minha formação começou na Literatura Medieval em Barcelona, posteriormente assumi o desafio de estudar a Imagem e as Artes já em Lisboa. Para mim não existem diferenças entre disciplinas artísticas como também não existem diferenças entre o criador e o espectador, o processo da procura e a exploração é sempre o mesmo. Sempre pensei que o corpo c.e.m verão II permanece calado entre os livros, apontamentos e as exigências do nosso âmbito universitário. Para mim o corpo é um medium, toda a informação intelectual permanece também nele, o nosso pensamento realiza-se através dele e criamos através dele seja qual for o suporte da nossa criação. De forma paradoxal as pessoas que trabalham com as ideias frequentemente se esquecem dele, mas as ideias só existem senão por ele, é por isso que merece o seu próprio espaço de reflexão e experimentação. Todos somos, por fim, dançarinos. Esta forte crença levou-me a querer explorá-lo, confrontá-lo com certas experiências e fazê-lo atingir estados onde a linguagem simplesmente não chega, a procura de quê? Da própria expressão, das feridas invisíveis, da memória, de reconhecer o aprendido, do conhecimento, da redenção... A música e o som têm tido para mim um efeito muito similar, há muitas formas de receber a música, muitas ópticas que para mim são válidas, mas confesso que tenho uma especial inclinação pelos sons que conseguem, também, criar uma experiência fora da linguagem, um estado particular onde as palavras cessam... reconhecem? A minha vontade é a de partilhar as próprias experiências com o som ou a falta dele, fazer desse sentido automatizado um sentido ciente e integrá-lo na exploração do corpo e do conhecimento.