Obras de Drenagem Subsuperficial da Rodovia PA - 287 Subsuperficial Drainage Work of PA-287 Highway Nome dos autores: Petrucio dos Santos Junior Esdras Vilela de Oliveira Paulo Cesar Belesso Ferretti Instituição: Maccaferri do Brasil LTDA – Endereço: Travessa Mariz e Barros, 621, Pedreira, Belém/PA Fone: (91) 3233-1475 E-mail:[email protected];[email protected]; [email protected] Local da obra: Redenção/PA - Brasil Duração: Junho de 2012 – Agosto de 2012 (60 dias). Resumo Este case tem como principal objetivo mostrar de forma prática e sucinta, as vantagens de aplicação de um geossintético tipo geocomposto drenante em obras para drenagem subsuperficial em drenos longitudinais de rodovias. Para isso foi necessário realizar um comparativo técnico-econômico da solução em questão, com os métodos convencionais, que neste caso seria o dreno DPS 07. Conclui-se que as novas tecnologias de drenagem possuem eficácia técnica, rapidez executiva e custo reduzido. Abstract This case aims to show a practical and succinct manner, the advantages of applying geosynthetic geocomposite type applied in works for subsurface drainage in highways longitudinal drains. For this it was necessary to conduct a techno-economic comparison of the solution in question, with conventional methods, which in this case was the drain DPS 07, DER type. It concludes that that new technologies for drainage have technical effectiveness, fast construtive and low cost. Página 1 2 1. INTRODUÇÃO Nos dias de hoje podemos dizer que os maiores problemas de manutenção de uma rodovia são causados pelos efeitos negativos da água, estes tem como principais consequências: • • • • • diminuição da capacidade de suporte do subleito e demais camadas do pavimento causado pela saturação de água e diminuição do modulo de resiliência do pavimento; variação de volume do subsolo, significativamente no caso de algumas argilas; bombeamento de fino da base granular dos pavimentos flexíveis pela perda de suporte da fundação, devido a pressão gerada pelo trafego; bombeamento nos pavimentos de concreto com consequente formação de degrau, trincas e deterioração do acostamento; Trincamento de todos os tipos de revestimento gerado pelo contato direto com a água. No caso desta obra em especial, o elevado custo da brita ou seixo na região, causado pela ausência de jazidas próxima, fez a empresa Engeterra - Engenharia e Terraplenagem Ltda solicitar ao seu cliente, SETRAN – Secretaria de Transportes do Estado do Pará e a consultoria Geográfica LTDA, a reavaliação do projeto de drenagem com a utilização de geocomposto drenante MacDrain® TD, associado a tubo dreno corrugado e perfurado MacPipe®, ao invés de executar o sistema convencional: brita, geotêxtil e tubo dreno (DPS – 07, padrão DER). 2. DESCRIÇÃO Em função da elevada distância das jazidas de brita ou seixo na região de Redenção/PA, consequentemente gerando um elevado custo de transporte devido ao seu volume, houve a necessidade de optar por uma solução em que o custo de transporte x rapidez executiva não apresentasse um ao valor superior ao licitado. A solução adotada foi a substituição do dreno convencional (DPS 07) por um sistema formado por geocomposto para drenagem, um geossintético especialmente desenvolvido para trincheiras drenantes e obras de rebaixamento freático e drenagem subsuperficial. Devido o grande volume de água previsto, utilizou-se um tubo perfurado de 150mm de diâmetro para coletar a água drenada. 2.1 – Comparativo de Custo Comparando os custos de insumos entre os sistemas de drenagem podemos observar abaixo o motivo que levou a empresas Engeterra a utilizar solução geocomposto para drenagem, associado ao tubo dreno corrugado e perfurado. Pagina 2 3 Materiais Unidade Quantidade Preço Custo Unitário Brita n°1 m³ 7.500,00 R$ 100,00 R$ 750.000,00 Argila Tubo dreno 6'' m³ 1.250,00 R$ 35,00 R$ 43.750,00 m³ 10.000,00 R$ 14,00 R$ 140.000,00 Manta Geotêxtil 300g/m² m² 35.000,00 R$ 5,00 R$ 175.000,00 R$ 1.108.750,00 Total Figura 01 – tabela de preços dos insumos correspondente ao dreno DPS 07. Incluso todos os custos de transporte. Materiais Unidade Quantidade Preço Geocomposto Drenante m² 10.000,00 R$ 27,00 R$ 270.000,00 Areia Grossa m³ 5.400,00 R$ 30,00 R$ 162.000,00 Argila Tubo dreno 6'' m³ 1.250,00 R$ 35,00 R$ 43.750,00 m³ 10.000,00 R$ 14,00 R$ 140.000,00 R$ 615.750,00 Total Custo Unitário Figura 02 – tabela de preços dos insumos correspondente ao dreno em geocomposto drenante. Incluso todos os custo de transporte. Observando as tabelas apresentadas acima, podemos constatar economia no custo dos insumos na ordem de 44,5% e consequentemente redução da mão de obra; 3. METODOLOGIA DE EXECUÇÃO Aprovado os custos referente a alteração de solução foi realizado o segundo passo, a confecção do novo projeto de drenagem, onde podemos observar abaixo as seções tipo de implantação do mesmo. Figura 03 – detalhe do projeto. O primeiro passo na realização do serviço foi a escavação da trincheira, que realizou com auxílio de retroescavadeiras, equipamento desenvolvido para este tipo de trabalho, com uma concha de 40cm, pois no local não havia equipamento adequado (valetadeira) para realização de um menor volume de escavação (figura 04). Pagina 3 4 Figura 04 – escavação da vala. A continuidade na obra de drenagem foi garantida na ligação entre bobinas, através do contato entre núcleos, além da sobreposição do geotêxtil sobressalente na lateral do rolo, cuja função é impedir a entrada de partículas sólidas no sistema. Essa sobreposição é garantida através de costura ou grampeamento dos geotêxteis sobressalentes apenas para impedir sua abertura durante os trabalhos de aplicação (figura 05). Após essa etapa o tubo dreno é inserido na bolsa e puxado até o final por um fio guia (figura 06). Figura 05 – Sobreposição e costura. Pagina 4 5 Figura 06 – Inserção do tubo no geocomposto. Após a instalação do geocomposto drenante e realização dos trabalhos de sobreposição nas emendas das bobinas, foi então ser iniciado o preenchimento das trincheiras escavadas com solo. Devido ao solo local possuir características argilosas foi necessário a aplicação de um pré-filtro de areia grossa, com o objetivo de proteger o sistema de drenagem de uma colmatação física prematura e atender a correta transição granulométrica de uma obra de drenagem, ou seja, o filtro deverá permitir a percolação da água até o geocomposto drenante (figura 07). Figura 07 – Preenchimento da vala escavada com areia grossa. Por fim o tubo dreno perfurado foi encaminhado para um pequeno dissipador em concreto, local este com um menor cota em relação ao fundo da vala para que atendesse aos gradientes previstos em projeto (figura 08). . Pagina 5 6 Figura 08 – Ponto de saída da vala de drenagem. 4. CONCLUSÃO Muitas são as vantagens obtidas nesta obra em questão com o uso do geocomposto drenante, sendo elas técnicas, executivas e econômicas, onde podemos enumerar: • • • • • • • Alta capacidade de drenagem; Fácil manuseio e aplicação, o que gera elevada produtividade; Leva e de fácil transporte; Redução do volume de escavação do solo; Não possui um único caminho preferencial para à água, garantindo a continuidade de funcionamento do sistema caso ocorra a obstrução de algum de seus micro canais; Imputrecivel, o que corresponde a uma maior durabilidade; Geotêxtil com boa capacidade de filtração, o que impede o carreamento das partículas de solo para o interior do dreno, evitando o fenômeno do piping e a obstrução do dreno. Dadas as vantagens acima o geossintético para uso em obras de drenagem se mostra como sendo a alternativa técnica mais viável técnica e economicamente para esta aplicação. Além disso seu uso se mostrou a solução mais econômica que as tradicionais soluções de drenagem, como uma redução de 44,5% nos valores de insumos da obra. Pagina 6 7 5. REFERÊNCIAS Apostila – Drenagem de Rodovias - Engº Marcos Augusto Jabor. DER. PROACESSO – Programa de Pavimentação de Ligações e Acessos Rodoviários aos Municípios. Disponível em: http://www.der.mg.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=98&Itemid=261. Acesso em 19 de julho de 2012. MANUAL TÉCNICO – Critérios Gerais para Projetos, Especificação e Aplicação de Geossintéticos – Maccaferri. Pagina 7