Índice 007 009 Comissão Revisora de Contas 194 SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos Apresentação 195 Programa Interuniversitário de Reforço da Capacidade Científica 196 Políticas Urbanas II – Um Território Urbano com Cidades 197 Novas Estratégias Imunobiológicas de Combate à Malária I. Relatório de Actividades Ia. Portugal 017 Gabinete do Presidente 025 Serviço de Comunicação Caridade 031 Ic. Projectos Transversais e Inovadores Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano Arte 043 Museu Calouste Gulbenkian 059 Serviço de Música 075 Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP 091 Serviço de Belas-Artes Id. Programas Gulbenkian 201 Ajuda ao Desenvolvimento 211 Língua Portuguesa 217 Criatividade e Criação Artística 225 Fórum cultural “O Estado do Mundo” 229 Ambiente Ie. Serviços de Apoio 243 Serviços Centrais 249 Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo Educação 107 Serviço de Educação e Bolsas 129 Biblioteca de Arte II. Situação Económico-Financeira Demonstrações Financeiras Ciência 139 Serviço de Ciência 255 Situação Económico-Financeira 147 Instituto Gulbenkian de Ciência 265 Demonstrações Financeiras Ib. Estrangeiro 304 Relatórios dos Auditores 153 Serviço Internacional 161 Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris 171 Serviço das Comunidades Arménias 311 Relatório 179 Delegação no Reino Unido 313 Parecer 315 Direcções de Serviço 316 Informações Úteis III. Comissão Revisora de Contas 004. 005 Relatório Balanço e Contas 2007 Conselho de Administração Dr. Emílio Rui Vilar Presidente Dr. Mikhael Essayan Presidente Honorário Prof. Doutor Diogo de Lucena Dr.ª Isabel Maria de Almeida Mota Doutor Eduardo Marçal Grilo Prof. Doutor Eduardo Lourenço de Faria Prof. Doutor André Gonçalves Pereira Dr. Artur Santos Silva Dr.ª Teresa Pinto Basto Gouveia Dr. Martin Essayan Dr. Rui Esgaio Secretário do Conselho de Administração Comissão Revisora de Contas Dr. Luís Morais Sarmento Director-Geral do Orçamento Dr. José Nuno Rangel Cid Proença Director-Geral da Segurança Social Prof. Doutor Manuel Jacinto Nunes Vogal designado pela Academia das Ciências de Lisboa Prof. Arquitecto Augusto Pereira Brandão Vogal designado pela Academia Nacional de Belas-Artes Dr. Manuel Maçaroco Candeias Vogal designado pelo Banco de Portugal em representação dos bancos e casas bancárias 006. 007 Relatório Balanço e Contas 2007 Apresentação Em 2007 concluíram-se as comemorações do cinquentenário da Fundação. Uma vasta programação, iniciada no ano anterior, visou homenagear o Fundador, evocar todos os que construíram a Instituição, revisitar o passado e lançar novos caminhos para o futuro. Além de celebrar, foi importante e útil reflectir mais detidamente sobre a rica experiência da acção da Fundação num período de grandes mudanças na sociedade portuguesa e no contexto internacional; tal como foi oportuno interrogarmo-nos sobre o modo de enfrentar o ciclo que agora se abre, em clima de incerteza e de novos e exigentes desafios de natureza global. Nesta linha, e quase simbolicamente, o último acto oficial das comemorações foi a publicação da obra Fundação Calouste Gulbenkian – Cinquenta Anos, 1956-2006, coordenada por António Barreto e que contou com o contributo de vários investigadores – António Correia de Campos, António Nóvoa, António Pinto Ribeiro, João Confraria, Jorge Ramos do Ó, Jorge Simões, Jorge Calado, José Medeiros Ferreira e Kenneth Maxwell. Este livro permite conhecer aprofundada e criticamente como surgiu a Fundação e como cumpriu a sua missão, e igualmente servirá de ponto de partida e de estímulo para delinearmos a intervenção no futuro. No conjunto das múltiplas iniciativas levadas a cabo em 2007, são de relevar pelo seu carácter inovador, o lançamento de um Programa Gulbenkian centrado na temática do Ambiente e a realização do fórum cultural internacional designado “O Estado do Mundo”, como intervenção transversal e multidisciplinar. Cinco importantes exposições, que a Fundação realizou ou patrocinou, estiveram patentes em outras tantas grandes cidades: em Bruxelas, INGenuidades – Fotografia e Engenharia 1846-2006; em Washington, Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries; em Berlim, Novos mundos – Portugal e a época dos descobrimentos; em Hamburgo, Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) – O modernismo português; e em Argel, L'art islamique dans la collection Calouste Gulbenkian. A nova política de concessão de prémios, definida no ano anterior, concretizou-se em 2007 com a atribuição de cinco Prémios Gulbenkian, quatro relativos a cada uma das áreas 008. 009 Relatório Balanço e Contas 2007 estatutárias e um internacional, constituindo uma homenagem às diferentes dimensões que marcaram a vida e a personalidade do Fundador. Em cerimónia presidida pelo Presidente da República, foram entregues os Prémios Gulbenkian Arte a Ângelo de Sousa; Beneficência à instituição de solidariedade social – Aldeias SOS Portugal; Ciência a Maria do Carmo Fonseca e Luís Barreira; Educação ao Centro de Arte & Comunicação Visual – Ar.Co; o Prémio Calouste Gulbenkian Internacional foi atribuído ao Centro de Educação Judaico-Árabe – Hand in Hand. Também foi atribuído pela primeira vez o Prémio Vasco Vilalva para a recuperação do património, que foi instituído no quadro da aquisição do remanescente do Parque de Santa Gertrudes. Assim se logrou preservar a unidade do jardim, que no futuro permitirá dar novas condições de acessibilidade, enquadramento e funcionalidade ao Centro de Arte Moderna. Dentre as várias conferências, seminários e colóquios promovidos regularmente pela Fundação, destaco a conferência internacional que habitualmente tem lugar em Outubro e que, em 2007, foi coordenada por Georges Steiner e debateu o tema dos limites (ou não) da Ciência. São ainda de referir as conferências internacionais: “Imigração: Oportunidade ou Ameaça?” que encerrou o Fórum Gulbenkian Imigração; a conferência internacional na área da educação, dedicada ao tema “Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade”; e o “Ciclo Nobel” com a presença de premiados de Medicina como Rolf Zinkernagel, Eric Kandel, Tim Hunt e Aaron Ciechanover. Destaco também a conferência proferida pelo Prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunos, no Grande Auditório da Fundação. Prosseguiu e desenvolveu-se a nossa mais activa participação em instituições e redes internacionais, designadamente no Centro Europeu de Fundações, no Network of European Foundations for Innovative Cooperation, no projecto A Soul for Europe, no European Cultural Parliament, na Golden Web, no Lab for Culture e no Centre for Social Investment da Universidade de Heidelberg. Estão também constituídas bolsas Gulbenkian na Johns Hopkins University, em Washington, Estados Unidos; no Instituto Universitário Europeu, em Florença, Itália; e no King’s College of London, no Reino Unido. Foram acordadas com a Fundação Champalimaud iniciativas conjuntas no domínio das neurociências, formalizadas através de um Protocolo de Colaboração que foi celebrado em Fevereiro de 2007 e que terá uma duração de 5 anos: “Programa Gulbenkian/Champalimaud Fundação Calouste Gulbenkian Apresentação de Doutoramento em Neurociências”, “Programa Champalimaud em Neurociências” e “Workshops Champalimaud de Neurociências no Instituto Gulbenkian de Ciência”. O concerto de encerramento das comemorações, que teve lugar a 17 de Julho, foi um sinal de contemporaneidade, sendo integralmente preenchido com peças encomendadas pela Fundação a quatro compositores de renome mundial: Karlheinz Stockhausen, Iannis Xenakis, Luciano Berio e Emmanuel Nunes. Novamente foi a Fundação alvo do reconhecimento público, sendo distinguida com a medalha de Mérito Turístico, concedida pela Secretaria de Estado do Turismo, e com o Prémio de Política e Responsabilidade, atribuído pela Fundação Luso-Brasileira. Continuamos a política de consolidação e reforço da base patrimonial da Fundação. Apesar da instabilidade que, a partir de Agosto se instalou nos mercados financeiros mundiais, desencadeada pela crise do crédito hipotecário nos Estados Unidos, foi possível concluir o exercício de 2007 com um retorno total da nossa carteira na ordem dos 4,6%. No petróleo e no gás prosseguiu o esforço de investimento tanto nas posições tradicionais como na área da exploração e desenvolvimento. A subida dos preços do crude verificada nos mercados à vista foi parcialmente afectada pela acentuada queda da cotação da moeda americana. Os activos do Grupo Partex aumentaram de cerca de 1074 milhões para 1234 milhões de USD. Os activos totais da Fundação atingiram os 3,14 mil milhões de euros e o capital líquido de provisões (essencialmente a provisão para pensões) era em 31.12.07 de 2,79 mil milhões de euros. No momento que se publica este relatório mantém-se um elevado grau de volatilidade nos mercados financeiros e são frágeis e incertos os sinais de recuperação das economias desenvolvidas pelo que é de ordem a prudência nos gastos. Mas é também nestes períodos que o terceiro sector, e em particular o movimento fundacional, deve assumir-se como referência de valores, factor de racionalidade e lugar aberto à inovação e à criatividade. Emílio Rui Vilar Presidente do Conselho de Administração 010.011 010. Relatório Balanço e Contas 2007 I. Relatório de Actividades Em cumprimento de uma norma regularmente praticada, publica-se em seguida uma síntese das actividades – subsídios e iniciativas directas – no ano de 2007. O critério de apresentação é o da repartição entre Portugal e o Estrangeiro e o da ordenação por Serviços segundo os quatro fins estatutários da Fundação – Caridade, Arte, Educação e Ciência. Segue-se um capítulo de Projectos Transversais e Inovadores, assim denominados porque o seu principal objectivo consiste na criação de condições para apoiar ou realizar iniciativas em novos domínios ou com novas abordagens metodológicas e para incentivar a cooperação entre Serviços em áreas de fronteira ou beneficiando de uma perspectiva multidisciplinar; e um capítulo de Programas Gulbenkian, que visam conseguir actuações mais estruturadas, integradas e com um horizonte temporal mais definido. Lisboa, 30 de Junho de 2008 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Ia. Portugal Gabinete do Presidente O Gabinete do Presidente é a estrutura de apoio ao presidente do Conselho de Administração que participa no acompanhamento e na implementação de projectos mantidos no âmbito da Presidência, que apoia a representação da Fundação nas organizações do sector fundacional e que assegura a gestão administrativa resultante das solicitações, internas e externas, dirigidas ao presidente. Comemorações do Cinquentenário da Fundação No ano de 2007 encerraram-se as Comemorações dos 50 anos de existência da Fundação, tendo o Gabinete apoiado o Presidente e o Conselho de Administração na coordenação e implementação das diferentes actividades que integraram o respectivo programa. O programa de comemorações do cinquentenário incluiu espectáculos, concertos, ciclos de cinema, exposições, edição de livros, conferências internacionais. O concerto de encerramento teve lugar no dia 17 de Julho, com obras de compositores contemporâneos encomendadas pelo Serviço de Música da Fundação. 016. 017 Sessão Solene de Encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Relatório Balanço e Contas 2007 � ��� ����� ��� � � � �� ����� � � � � � � � � ��� �� � � � ��� � � ��� � ��� � � � � � � ��� �� �� �� ��� ���� � �� � � � Fundação Calouste Gulbenkian Gabinete do Presidente No que constituiu o último acto das comemorações, efectuou-se o lançamento dos dois volumes da obra Fundação Calouste Gulbenkian – Cinquenta anos, 1956-2006. O livro foi coordenado por António Barreto e contou com o contributo de diferentes investigadores - José Medeiros Ferreira, António Correia de Campos, Jorge Simões, António Pinto Ribeiro, António Nóvoa, Jorge Ramos do Ó, Jorge Calado, Kenneth Maxwell e João Confraria. Resultando de uma encomenda a observadores externos, o livro teve como objectivo permitir conhecer mais profunda e criticamente como surgiu a Fundação e em que medida cumpriu a sua missão nestes últimos cinquenta anos. Nas palavras do Presidente da Fundação, “também este livro deve ser entendido como um estímulo para pensarmos a intervenção da Fundação no futuro”. Prémios Gulbenkian e Prémio Internacional Calouste Gulbenkian Ainda no âmbito do Cinquentenário da Fundação, o Conselho de Administração definiu uma nova política de concessão de prémios, tendo decidido criar cinco prémios anuais. Quatro – os Prémios Gulbenkian – relativos a cada uma das áreas estatutárias, no valor de 50 000 euros cada, e um quinto – o Prémio Internacional Calouste Gulbenkian –, no valor de 100 000 euros, constituindo uma homenagem às diferentes dimensões que marcaram a vida e a personalidade do Fundador e que é atribuído alternadamente na área dos direitos do homem e no domínio do ambiente. Ângelo de Sousa (ARTE), Maria do Carmo Fonseca e Luís Barreira (CIÊNCIA), a Associação das Aldeias de Crianças SOS Portugal (BENEFICÊNCIA), e o Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual (EDUCAÇÃO) foram os vencedores da primeira edição dos Prémios Gulbenkian, em 2007. A Hand in Hand – Center for Jewish-Arab Education, por sua vez, um projecto de educação bilingue e multicultural, com sede em Jerusalém, em que crianças judias e árabes partilham uma mesma sala de aula, foi o vencedor do Prémio Internacional Calouste Gulbenkian. Os vencedores foram escolhidos com base nas propostas de cinco júris independentes, com a seguinte composição: Prémio Internacional Calouste Gulbenkian Jorge Sampaio (Presidente), Fernando Henrique Cardoso, Príncipe Hassan bin Talal, Bronislaw Geremek, Vartan Gregorian e José Gomes Canotilho. Prémio Gulbenkian Arte João Marques Pinto (presidente), João Bénard da Costa, Jorge Calado, José Gil e Raquel Henriques da Silva. Prémio Gulbenkian Ciência Fernando Lopes da Silva (presidente), Alexandre Quintanilha, Manuel L. Nunes da Ponte, Augusto Barroso, Luís Magalhães, João Ferreira de Almeida, Jorge Gaspar, Jaime Reis e Luís Cabral. Prémio Gulbenkian Beneficência António Barreto (Presidente), Alexandre Castro Caldas, Cristina Louro, Daniel Sampaio e D. Manuel Clemente. Prémio Gulbenkian Educação Maria Helena da Rocha Pereira (Presidente), Guilherme d’Oliveira Martins, João Filipe Queiró, Lídia Jorge e Vítor Aguiar e Silva. 018. 019 Relatório Balanço e Contas 2007 Orlando Teixeira A cerimónia de entrega dos Prémios Gulbenkian teve lugar no dia 20 de Julho, quando anualmente é prestada homenagem a Calouste Gulbenkian e foi presidida por Sua Excelência o Presidente da República. Entrega do Prémio Internacional Calouste Gulbenkian pelo Presidente da República aos representantes da Hand in Hand. As actividades O Gabinete do Presidente acompanha as actividades inerentes à filiação da Fundação Calouste Gulbenkian em organizações ou associações de fundações que, a nível nacional e internacional, promovem o desenvolvimento do sector fundacional, como o Centro Português de Fundações, o Hague Club e o Centro Europeu de Fundações. Neste âmbito, o presidente da Fundação integrou a Comissão de Organização do 4.º Encontro de Fundações Lusófonas, que decorreu em Luanda, em Setembro de 2007, e interveio na 18.ª Assembleia Geral Anual e Conferência do Centro Europeu de Fundações, que teve lugar em Madrid, em Junho de 2007, sob o tema “Foundations for Europe: The New Challenges for Global Philanthropy”. O Gabinete coordenou a preparação da conferência internacional “A Ciência Terá Limites?”, realizada em Outubro de 2007, cujo conceito foi elaborado por George Steiner. A conferência, que teve como objectivo principal reflectir sobre a eventual crise ontológica na ciência, reuniu um conjunto de Fundação Calouste Gulbenkian Gabinete do Presidente personalidades de reconhecido prestígio nas diferentes dimensões da questão – A teoria das cordas e o paradoxo da não-verificabilidade; Que progressos nas ciências da vida?; Incompletude e inconsistência; e, O entendimento sobre o lugar do homem no universo – como Gerald Edelman, Luís Alvarez-Gaumé, Lewis Wolpert, Helga Nowotny, Eörs Szathmáry ou Freeman Dyson. George Steiner proferiu a conferência de abertura. Dada a actualidade e relevância internacional da temática analisada, as intervenções da conferência serão publicadas em Portugal e no Reino Unido, em 2008, neste último caso em resultado de uma parceria com a editora Carcanet Press Limited. Em Setembro de 2007, em parceria com a Gradiva, o Gabinete procedeu ao lançamento a nível nacional do livro da conferência internacional que teve lugar em Outubro de 2006, Que Valores para Este Tempo?, deste modo cumprindo dois objectivos fundamentais: a qualidade da publicação e a difusão dos seus conteúdos, em Portugal, por um público mais vasto. Em 2007, este livro foi também lançado nos Estados Unidos da América, em resultado de uma parceria com o Centro para as Relações Transatlânticas da Johns Hopkins University, numa versão em inglês editada por Daniel Hamilton. Cedência de instalações A gestão dos processos de cedência a terceiros de instalações, cuja autorização é da competência do presidente da Fundação, encontra-se centralizada no Gabinete do Presidente em articulação com os Serviços Centrais. A decisão sobre a cedência é considerada, materialmente, como um subsídio, privilegiando-se solicitações provenientes de instituições sem fins lucrativos cujos objectivos se enquadrem ou contribuam para a realização das finalidades estatutárias da Fundação. Subsídios O Gabinete do Presidente é responsável pela gestão dos subsídios atribuídos pelo presidente, no âmbito da Reserva sob sua administração directa, repartidos pelas quatro áreas estatutárias da Fundação. Em 2007, num total de aproximadamente € 560 000 concedidos, destacam-se os seguintes financiamentos: 020. 021 Relatório Balanço e Contas 2007 (103 Euros) Entidade Montante Descrição do projecto País Fundação Batalha de Aljubarrota € 200 000 Vertente educativa do projecto de criação do Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota: subsídio de € 600 000, em três anos (2005-2007), em conjunto com o Serviço de Educação e Bolsas. Portugal Manoel de Oliveira € 100 000 Apoio à realização do filme Cristóvão Colombo – O Enigma. Subsídio de € 200 000, em dois anos (2006-2007). Portugal Fundação Joaquim Chissano € 25 000 Apoio ao início das actividades da Fundação Joaquim Chissano. João Mário Grilo € 25 000 Apoio à produção do documentário O Tapete Voador. Portugal Centro Português de Fundações € 20 000 Apoio extraordinário às actividades do Centro Português de Fundações. Portugal Comissão Nacional da Unesco € 17 303 Apoio à realização do encontro internacional “Erradicação da Pobreza”. Portugal Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa € 16 253 Livro Portugal e a Europa: da Cooperação à Integração – 60 Anos de História, 20 Anos de Adesão. Subsídio de € 54 178, em três anos (2006-2008). Portugal Centro Português de Fundações € 12 500 Apoio à 1.ª Exposição de Fundações Portuguesas. Portugal World Press Cartoon € 12 000 Produção do catálogo do World Press Cartoon – Sintra 2007. Portugal Mosteiro dos Jerónimos € 12 000 Apoio a um projecto de leitura iconológica do Mosteiro dos Jerónimos. Subsídio de € 36 000, em três anos (2006-2008). Portugal Instituto de Direito Económico, Financeiro e Fiscal da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa € 12 000 Apoio à realização de uma conferência sobre as relações económicas entre a Europa e os EUA. Portugal European Foundation for Street Children Worldwide € 12 000 Apoio de emergência para a European Foundation for Street Children Worldwide. Liga dos Bombeiros Portugueses € 12 000 Apoio às famílias de bombeiros falecidos ou acidentados no cumprimento da sua missão. Portugal Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra € 11 250 Apoio ao projecto “EUROZINE”. Portugal Fundação “Cuidar o Futuro” € 10 000 Apoio ao projecto “Memória na Internet de Maria de Lourdes Pintasilgo”. Portugal Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa € 10 000 Apoio à edição da obra de homenagem a Paulo Arsénio Viríssimo Cunha. Subsídio de € 20 000, em dois anos (2007-2008). Portugal Instituto de Direito das Empresas e do Trabalho Apoio ao VII Encontro de Professores de Direito, em Coimbra. Portugal Fundação Calouste Gulbenkian € 10 000 Gabinete do Presidente Moçambique Bélgica Projecto “Arquivo da Fundação Calouste Gulbenkian” A 13 de Fevereiro de 2003, o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian tomou a decisão de dar início ao tratamento dos arquivos da Fundação, à data com uma dimensão estimada de 3,3 quilómetros de extensão. A estratégia então adoptada foi a de dar prioridade de tratamento aos arquivos dos serviços extintos. Para além da descrição documental foi ainda decidido submeter os referidos conjuntos documentais a processos de higienização e reacondicionamento, tendo, para o efeito, sido seleccionados materiais com características físicas e químicas apropriadas à conservação das espécies. O reacondicionamento dos arquivos permitiria ainda uma significativa economia de espaço de armazenamento. O primeiro arquivo a ser objecto do referido processamento técnico foi o do ex-Serviço de Cooperação, extinto em 2002. Este projecto inicial veio a ser ampliado em Março de 2004, com a inclusão do tratamento dos Arquivos da Presidência, tendo em vista permitir a investigadores o estudo dessa documentação, no âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, que se aproximava. Até ao final do ano de 2007, são os seguintes os resultados desta intervenção: Arquivos da Presidência Trata-se da documentação produzida e recebida pelos diversos órgãos e serviços que integraram ou funcionaram no âmbito da Presidência da Fundação; documentação produzida e recebida pelos titulares do cargo de presidente no âmbito da esfera pessoal/privada da sua actividade; documentação produzida e recebida por essas mesmas entidades enquanto titulares de outros cargos dirigentes da Fundação Gulbenkian, em período anterior ao da sua investidura como presidentes. A dimensão total destes arquivos era inicialmente de 84,72 metros lineares. Encontram-se, à data, totalmente organizados de acordo com o princípio da ordem original e descritos em instrumento de descrição em formato electrónico e em papel. Esse conjunto documental é constituído pelo arquivo do Serviço da Presidência, parte do arquivo da Secretaria do Conselho de Administração, arquivos Ferrer Correia e Sá Machado e arquivo Balcão de Vendas. O novo acondicionamento permitiu uma redução de 37 por cento do espaço necessário para o seu armazenamento. Arquivo do ex-Serviço do Petróleo e do Gás Inclui vários subarquivos de Lisboa e de Londres. Muita da documentação de Kevork Essayan e respeitante ao início da Fundação Gulbenkian integra o subarquivo Miscellaneous. A dimensão deste conjunto documental era inicialmente de 102 metros lineares, tendo, após reacondicionamento, passado a ocupar 80 metros lineares de prateleira. Arquivos do ex-Serviço de Cooperação Integram este conjunto os seguintes arquivos: ex-Serviço do Ultramar, ex-Serviço de Cooperação com os Novos Estados Africanos, ex-Serviço de Cooperação para o Desenvolvimento e alguma documentação do Serviço Internacional. A dimensão destes arquivos era, à data do início do processamento documental, de 130 metros lineares. 022. 023 Relatório Balanço e Contas 2007 Colecção de Diplomas da Fundação Gulbenkian Foram descritos e acondicionados, e integrados no Arquivo da Secretaria do Conselho de Administração, 97 documentos. Arquivo Calouste Sarkis Gulbenkian, proveniente de Londres Conjunto documental que inclui vários arquivos, designadamente o Arquivo Calouste Sarkis Gulbenkian, o Arquivo das Empresas Gulbenkian e o Arquivo do Secretariado de Londres. Este conjunto esteve durante anos armazenado em Londres, tendo sido transferido para os armazéns da Fundação em Carnaxide há cerca de cinco anos, tendo depois sido submetido a expurgo. Actualmente, encontra-se depositado no edifício-sede. Sessenta dos 151 caixotes originais foram já abertos, tendo a documentação sido limpa e reacondicionada. Arquivo do ex-Serviço do Médio Oriente Integra 23 metros lineares de documentação, dos quais 15 foram já sujeitos a tratamento. Arquivo do Serviço de Belas-Artes Arquivo com 188,5 metros lineares de documentação, dos quais 133,5, correspondentes às séries Bolsas de Estudo de Especialização, Subsídios de Investigação e Subsídios, encontram-se, desde Março de 2006, em processamento. O tratamento deste arquivo foi excepcionalmente considerado prioritário devido à necessidade de suportar a Arquivo Calouste Sarkis Gulbenkian, proveniente de Londres. investigação que antecedeu e sustentou a exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”. À data, estão já tratados e disponíveis para acesso 80 metros lineares. Estes diversos projectos de tratamento, informatização e acondicionamento de arquivos e colecções documentais – nuns casos já terminados, noutros ainda em curso – têm já um impacto muito positivo nas condições de salvaguarda, acesso e investigação deste acervo documental, um recurso de informação essencial para a memória e a identidade desta instituição, bem como para qualificar a sua acção. Fundação Calouste Gulbenkian Gabinete do Presidente Serviço de Comunicação O Serviço de Comunicação tem por missão apoiar a divulgação pública das actividades da Fundação Calouste Gulbenkian, gerir activamente os instrumentos que contribuem para a formação da imagem pública da Fundação, assegurar a coerência gráfica dos suportes de comunicação externa e interna dos diversos serviços e promover o acesso à informação interna de agenda por parte de todos os funcionários da Fundação. O Serviço de Comunicação desempenha também as funções de porta-voz da Fundação e do presidente. Valores em euros Encargos com pessoal 265 690 Despesas de funcionamento 43 248 Iniciativas próprias 327 094 Total 636 032 Total publicações 153 366 Newsletter 115 566 Agenda Mensal 36 529 Take a Look 1 271 Pela natureza da sua missão, o Serviço de Comunicação é um serviço transversal, disponível para apoiar todos os outros serviços da Fundação, na sua comunicação externa e interna. No ano de 2007, as acções desenvolvidas e que merecem destaque foram as seguintes: Presidente e Conselho de Administração Além de responder às solicitações dos media, enquanto porta-voz do presidente e da Fundação, o Serviço de Comunicação garantiu a distribuição diária do clipping online e de recortes de imprensa pelos gabinetes do presidente e dos restantes membros do Conselho de Administração. Organizou conferências de imprensa, bem como outras iniciativas de contacto com os jornalistas convocadas pelo presidente, ou por membros do Conselho de Administração, e assessorou o Gabinete do Presidente nas relações com a Comunicação Social. Para a conferência “A Ciência Terá Limites?”, que teve lugar em Outubro, o Serviço coordenou também a produção dos materiais de divulgação e de sinalização interna tendo, na ocasião, criado um serviço de informação específico (via correio electrónico) e um micro-site, à semelhança do que sucedera com a conferência de 2006. Neste ano foi produzido o vídeo institucional Fundação Gulbenkian, em MotionGraphics, realizado pela Image Factory, com a duração de três minutos, destinado a exibição na cerimónia de atribuição do Prémio Personalidade do Ano da Associação de Imprensa Estrangeira. Foi ainda produzida a versão curta (10 minutos) do vídeo institucional Fundação Gulbenkian, Uma Fundação no Mundo, realizado por Jorge Fialho. Relação com os media A acção do Serviço de Comunicação centrou-se, em grande medida, na elaboração de planos de comunicação e eventos programados pelos vários serviços da Fundação. Neste âmbito, foram organizadas visitas pré-inaugurais de jornalistas às principais exposições temporárias exibidas 024. 025 Relatório Balanço e Contas 2007 Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Comunicação durante o ano, difundida mais de uma centena de comunicados de imprensa e facilitadas entrevistas a conferencistas, premiados e outros especialistas envolvidos nas acções e programas conduzidos pela Fundação, assim como a responsáveis da própria Fundação. Ao longo do ano, o Serviço procurou promover e organizar os eventos relacionados com o encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, bem como os novos programas Gulbenkian entretanto criados. Comunicação externa Ao longo de 2007, foram editados 10 números da Newsletter, com uma tiragem média de 11 mil exemplares, e 11 números do desdobrável Agenda Mensal, com uma tiragem média de 15 mil exemplares. A Newsletter procurou, sem deixar de registar os factos relevantes da actividade da Fundação, chamar a atenção dos seus leitores para eventos programados para o mês seguinte ao da sua saída. Por sua vez, a Agenda Mensal permitiu a divulgação, de modo sintético, do calendário das iniciativas abertas ao público. Além de estar à disposição dos visitantes nas instalações da sede, Livraria, Biblioteca de Arte e museus, manteve-se a sua distribuição nos principais centros para turistas da Área Metropolitana de Lisboa (hotéis, museus, Turismo de Lisboa, etc.). A agenda dos eventos pôde também, neste período, ser consultada pelo público quer no site da Fundação, quer nos cinco quiosques digitais instalados na sede. Responsável pela página internet da Fundação, o Serviço introduziu uma imagem gráfica coesa e prosseguiu a renovação do site da Fundação. O Serviço de Comunicação concebeu e realizou, em diversas ocasiões, cartazes, convites, desdobráveis e catálogos que serviram de suporte à divulgação de conferências, exposições, programas e outro tipo de realizações promovidas pelos serviços. A seu cargo ficou também a coordenação e produção do calendário Tempos Gulbenkian, que inclui as actividades dos serviços educativos do Museu Gulbenkian, do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, os programas “Descobrir a Música na Gulbenkian” e “Viver os Jardins Gulbenkian”. O Serviço foi ainda o responsável pela nova edição do desdobrável promocional Take a Look, numa tiragem de cinco mil exemplares. Realizou ainda um novo desdobrável em inglês sobre as actividades internacionais da Fundação. Pontualmente, apoiou também o acolhimento de visitas de jornalistas e outros grupos às instalações da Fundação. Compra de espaço publicitário O Serviço garantiu, por um lado, o desenho gráfico, a reserva e a tramitação dos anúncios que os diversos serviços da Fundação lhe solicitaram, envolvendo montantes superiores a € 650 000 (preço de tabela). Comunicação interna A actualização permanente do canal “Notícias” da intranet e a manutenção do serviço diário de media e clipping, via correio electrónico, para todos os funcionários, constituíram uma das actividades de maior destaque. 026. 027 Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Caridade Sessão de Encerramento do Fórum Gulbenkian de Saúde. Da esquerda para a direita, o alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, o comissário do Fórum Gulbenkian de Saúde, Jorge Soares, e o presidente da Fundação, Emílio Rui Vilar. Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano Valores em euros Encargos com pessoal 655 253 Despesas de funcionamento 355 408 Subsídios 4 015 916 Prémios 20 000 Iniciativas próprias 718 500 Total 5 765 077 Receitas 207 324 Em 2007, o Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano continuou a desenvolver a sua actividade no sentido de contribuir, fundamentalmente, para a melhoria dos cuidados de saúde prestados e das condições de vida das pessoas, designadamente através da promoção do combate a novos problemas de exclusão social. As áreas prioritárias de intervenção de apoio à saúde e desenvolvimento humano foram as seguintes: Saúde › investigação para o desenvolvimento em ciências da saúde; › saúde pública; › modernização e inovação tecnológica; › humanização dos cuidados de saúde; › formação de prestadores de cuidados de saúde. Integração social › grupos sociais vulneráveis; › comunidades urbanas; › capacitação das organizações. 030. 031 Relatório Balanço e Contas 2007 Participação em parcerias e redes internacionais › imigração; › saúde global. Iniciativas próprias O Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano promoveu também algumas iniciativas próprias em sintonia com a sua missão e objectivos, bem como diversos eventos integrados nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Actividades desenvolvidas Investigação para o desenvolvimento em ciências da saúde [3839 266] O apoio à investigação em ciências da saúde continua a ser um dos componentes mais relevantes da actividade do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano, e tem como objectivos principais o estímulo intelectual à inovação e à originalidade dos investigadores nacionais, privilegiando parcerias, designadamente internacionais, entre clínicos e investigadores das ciências básicas. Neste domínio, destaque para os subsídios atribuídos aos Hospitais da Universidade de Coimbra com vista à criação de um Centro de Simulação Biomédica e ao Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto para um Projecto de Formação Avançada e Investigação de Translação Clínica em Cancro. Foi atribuído ao Instituto de Medicina Molecular um financiamento para desenvolvimento do projecto “VIH-2” e foi dada continuidade ao Programa Gulbenkian de Hemocromatose, promovido pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular, e ao Projecto de Estudo Randomizado da Doença de Andrade (Paramiloidose) do Centro de Neurobiologia Molecular da Universidade do Porto. Foi também feito o acompanhamento dos projectos plurianuais seleccionados no âmbito do concurso lançado ainda em 2005 para Financiamento de Projectos de Investigação na Área do Cancro e Ambiente, bem como dos projectos seleccionados em anos anteriores, nomeadamente na área da oncologia. O apoio da Fundação na área do envelhecimento faz-se, fundamentalmente, através do financiamento de projectos no domínio das doenças neurodegenerativas do envelhecimento direccionados para os estudos epidemiológicos, clínicos, anatomopatológicos, genéticos e etiopatogénicos. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano [3815 726] Saúde pública As doenças infecciosas continuam a ser uma das principais preocupações da Fundação em matéria de saúde pública, nomeadamente a tuberculose, a infecção relacionada com a prestação de cuidados de saúde e as pandemias, designadamente a gripe. Neste sentido, foram financiados cinco projectos plurianuais de investigação no âmbito do Controlo da Infecção Relacionada com a Prestação de Cuidados de Saúde, com o objectivo de promover o estabelecimento e difusão de boas práticas aos diversos níveis dos cuidados de saúde – primários, hospitalares e continuados –, contribuindo, desse modo, para uma das áreas mais relevantes da saúde pública e causadora de elevada morbilidade em Portugal. As instituições beneficiadas foram: o Hospital Geral de Santo António no Porto, o Hospital de São José de Fafe, o Hospital de São Marcos em Braga, o Hospital de São Francisco Xavier em Lisboa e o Hospital de Santa Marta, também em Lisboa. Foi ainda realizado, nesta área, o acompanhamento dos projectos plurianuais aprovados em anos anteriores, nomeadamente no âmbito do Programa Ambiente e Saúde e do Concurso para Financiamento de Projectos de Investigação em Saúde Pública, na área da prevenção e controlo da gripe. Modernização e inovação tecnológica [3516 955] Com o objectivo de contribuir para uma efectiva melhoria da acessibilidade dos cuidados de saúde de qualidade, a Fundação, através do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano, continua a apoiar, selectivamente, os serviços de saúde que fazem uma medicina de vanguarda na aquisição de upgrade tecnológico. Foram apoiados o Serviço de Radioterapia do Hospital de Santa Maria e o Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Marta, ambos em Lisboa. Ecocardiógrafo portátil adquirido pelo Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do Hospital de Santa Marta através do apoio da Fundação. 032. 032.033 Relatório Balanço e Contas 2007 Humanização dos cuidados de saúde [3115 480] Têm continuado a ser prioritários os projectos que incidem nas áreas da medicina e dos cuidados paliativos. Neste sentido, foram acompanhados os 14 projectos seleccionados em 2004 no Concurso para Financiamento de Projectos de Investigação em Cuidados Paliativos. [3890 308] Grupos sociais vulneráveis A Fundação dá especial atenção à integração e autonomia dos grupos de cidadãos mais frágeis e vulneráveis, entre os quais se destacam as crianças e os jovens, os idosos, as pessoas deficientes e os imigrantes. Neste âmbito, são apoiadas iniciativas e projectos que promovam ganhos de autonomia por parte de pessoas que se encontram desintegradas ou que revelam fortes dificuldades de integração, contribuindo assim para interromper percursos que conduzem à exclusão. Neste sentido, destacam-se as seguintes acções: Desenvolvimento da criança e do adolescente e problemáticas sociais de risco No quadro do programa “Crianças e Jovens em Risco”, foi dada continuidade ao programa “Intervenção Precoce”, iniciativa que visa uma intervenção atempada junto de crianças com problemas e atrasos graves de desenvolvimento ou de crianças sinalizadas em risco de abandono ou de maus-tratos. Este programa integra três projectos experimentais: › O Projecto de Intervenção Precoce – Construção de Boas Práticas, elaborado em articulação com a Cooperativa de Solidariedade Social TorreGuia e a Cercizimbra com o apoio da Câmara Municipal de Sesimbra. › O projecto “Com as Crianças e a Família – Uma Nova Forma de Intervir”, desenvolvido em parceria com a Associação “Passo a Passo”. › O projecto “Mais Vale Prevenir”, desenvolvido pela Maternidade Alfredo da Costa. Concluído em 2007, este projecto foi realizado pela Maternidade Alfredo da Costa para apoio às mães adolescentes e suas famílias. O projecto foi viabilizado através de um financiamento total de € 150 000 para os três anos de execução e assegurou o acompanhamento de 330 adolescentes. Reconhecendo o impacto positivo na vida das adolescentes conseguido através do trabalho desenvolvido, designadamente ao nível da prevenção da reincidência da gravidez, da promoção de comportamentos saudáveis, da maternidade responsável e do estabelecimento de redes de suporte social para as adolescentes mais fragilizadas, a Maternidade anunciou que vai agora assegurar a prestação deste serviço recorrendo a meios próprios. Foi lançado um programa-piloto em formação parental destinado a apoiar organizações que trabalham com as famílias de crianças sinalizadas pelas comissões de protecção de crianças e jovens. Esta actividade traduziu-se na abertura de um concurso destinado a apoiar projectos de formação de competências parentais. Foram apoiadas 46 instituições. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano Promoção do bem-estar dos idosos As situações cada vez mais frequentes de solidão e isolamento dos idosos, o abandono por parte das famílias, a pobreza e até mesmo a privação das condições mínimas de qualidade de vida e bem-estar dos mais velhos levaram a que a Fundação continue a aposta na procura de novas formas de apoio e reintegração. Neste sentido, foram financiadas 12 instituições de acolhimento ou prestação de serviços a idosos. Integração social O Serviço desenvolveu a componente social da sua intervenção através do financiamento de diversas instituições que se dedicam à inclusão de pessoas que se encontram desintegradas ou que revelam fortes dificuldades de integração. Neste âmbito destacam-se os apoios a iniciativas da sociedade civil com vista à integração de imigrantes bem como às pessoas portadoras de deficiência, área em que se tem privilegiado o apoio a novas respostas. Foram financiadas 14 instituições. No que diz respeito ao Fundo de Apoio Social foram atribuídos 62 subsídios individuais. [3209 814] Comunidades urbanas Na área das comunidades urbanas estão a ser apoiados dois projectos-piloto que têm como objectivo contribuir para inverter tendências de “guetização” de zonas urbanas com manchas de pobreza e de exclusão social. Projecto “K’Cidade” O projecto “K’Cidade”, que entrou no seu terceiro ano de execução, está a ser desenvolvido em parceria com a Fundação Aga Khan e integra projectos de desenvolvimento comunitário em zonas urbanas marginalizadas. Projecto “Geração” O projecto “Geração” tem estado a ser desenvolvido no bairro de realojamento do Casal da Boba, na Amadora. São de destacar as iniciativas de dinamização e mobilização da população do bairro, os currículos alternativos destinados aos jovens em risco de abandono escolar, as acções de prevenção e apoio à reinserção de jovens problemáticos e as acções de educação para a saúde. [3537 125] Capacitação, formação e informação Programa de capacitação das organizações Nesta área, o Serviço procurou apoiar acções e iniciativas de capacitação em várias dimensões, nomeadamente a capacidade organizativa, a cultura de parceria, a comunicação, a gestão da informação, o enquadramento do voluntariado, a utilização de metodologias participativas nas actividades em curso e a sustentabilidade dos projectos e das actividades. 034. 034.035 Relatório Balanço e Contas 2007 Microcrédito No quadro da luta contra a pobreza, a integração dos pobres nas cadeias produtivas é uma resposta que se tem revelado mais eficiente que a filantropia; neste contexto, a Fundação financiou a preparação e teste de conteúdos para formação de microempreendedores, bem como acções-piloto de e-learning em áreas ligadas à gestão de empresas. Programa de formação em saúde Esta actividade do Serviço tem como objectivo contribuir para que o País continue a acompanhar os progressos mais recentes registados no campo da prestação dos cuidados de saúde. Este apoio fez-se através de três acções distintas: › concurso para atribuição de subsídios destinados à formação pós-graduada de médicos, enfermeiros, epidemiologistas, técnicos de saúde e licenciados em Física, a realizar em centros estrangeiros com o objectivo de apoiar as áreas da oncologia, das doenças infecciosas/microbiologia e da radioterapia; › concurso para atribuição de subsídios destinados à formação pós-graduada no estrangeiro na área dos cuidados paliativos; › Programa de Apoio à Formação Avançada em Hemato-Oncologia em parceria com a Associação Portuguesa contra a Leucemia. A par dos subsídios atribuídos no âmbito destas três acções foram ainda concedidos outros 29 subsídios para a realização de cursos no estrangeiro, para a organização de conferências, simpósios e cursos de formação. Participação em parcerias internacionais [391 242] A saúde global é, mais do que nunca, um tema da maior relevância, na medida em que, face aos desafios da globalização, se torna urgente repensar e agir de forma inovadora na área da saúde. A parceria europeia European Partnership for Global Health, da qual a Fundação é membro, muito tem contribuído para a discussão desta temática, através da promoção do diálogo entre os vários sectores implicados e interessados, quer ao nível das instâncias europeias, quer ao nível das instituições do sector não lucrativo. A Fundação reforçou o seu envolvimento nesta parceria através da atribuição de um novo financiamento ao European Foundation Centre e da publicação do glossário Perspectivas Europeias sobre Saúde Global – Um Glossário de Políticas de Saúde. Foi concluída a primeira fase do European Programme for Integration and Migration (EPIM) suportado por uma larga parceria de fundações europeias e realizado no quadro da Network European Foundations for Innovative Cooperation. Ainda no âmbito das parcerias e redes internacionais destaca-se o apoio e participação no estudo “Index de Políticas de Integração de Imigrantes”, liderado pelo British Council e pelo Migration Policy Group, que compara as políticas de integração de imigrantes em 27 países. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano Refira-se ainda o apoio da Fundação a outras três iniciativas internacionais: › Congresso Mundial da Federação Internacional dos Direitos do Homem, sob o tema central “Migrações e Direitos Humanos”; › conferência europeia “Rethinking Citizenship Education in European Migration Societies”, em parceria com a Federal Agency for Civic Education (Bundeszentrale fur Politische Bildung/bpb); › projecto “European Citizens Consultations”, da Network of European Foundations for Innovative Cooperation (NEFIC). Iniciativas próprias [3718 500] Um dos papéis que a Fundação tem assumido é a dinamização do debate e da reflexão sobre as mais diversas matérias com que a sociedade actual se defronta. O Serviço promoveu: Fórum Gulbenkian de Saúde O fórum contou com um programa estruturado em ciclos: › O V Ciclo – “Prémios Nobel” – integrou-se nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Dividiu-se em quatro sessões e contou com a participação de quatro prémios Nobel da Medicina. › O VI Ciclo, subordinado ao tema “Novas Patologias Sociais”, dividiu-se em duas sessões e abordou quatro temas actuais e de elevado peso social e económico: stress, obesidade, alcoolismo e toxicodependências. › O VII ciclo de conferências “Caminhos do Futuro” constou de duas conferências: “Mapa Genético do Cancro” e “Medicina Preditiva”. Por último, o alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, António Guterres, encerrou o Fórum Gulbenkian de Saúde com uma conferência subordinada ao tema “O Século XXI – O Século das Pessoas em Movimento”. A exposição “Ao Serviço da Saúde” testemunhou as principais intervenções da Fundação desde a década de 1960 até ao presente na área da saúde. No âmbito desta iniciativa tiveram lugar em Janeiro quatro visitas guiadas, seguidas de quatro colóquios dirigidos a estudantes do ensino secundário sobre os seguintes temas: “Medicina Reprodutiva”, “Doenças da Pobreza”, “Pandemias e Vacinação” e “Alterações Climáticas e Saúde”. 036. 036.037 Relatório Balanço e Contas 2007 Fórum Gulbenkian Imigração 2006-2007 Dando continuidade às actividades desenvolvidas no decorrer de 2006 no âmbito do Fórum Gulbenkian Imigração, realizou-se uma conferência internacional subordinada ao tema “Imigação: Oportunidade ou Ameaça?”. Na ocasião, foi lançado o livro Imigração: Oportunidade ou Ameaça? Recomendações do Fórum Gulbenkian Imigração. No âmbito deste fórum, tiveram ainda lugar as seguintes iniciativas: › produção e apresentação de um pequeno filme/documentário com o título Retratos. Portugal e os Portugueses Vistos pelos Imigrantes, seguido de debate sobre o mesmo tema; › uma exposição de fotografia sobre o tema da imigração. Todas estas iniciativas se integraram nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Conferência internacional “Imigração: Oportunidade ou Ameaça?”. A administradora da Fundação, Isabel Mota, com o presidente do Congresso dos Deputados de Espanha, Manuel Marín. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano O Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano promoveu ainda as seguintes iniciativas: › “A Saúde na Era da Informação”. Este evento incluiu a conferência “The Network Society and the Welfare of Nations”, proferida por Manuel Castells, e a apresentação do projecto “A Saúde na Era da Informação”, desenvolvido pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia. Na ocasião, foi lançado o livro A Sociedade da Informação e o Estado Providência. O Modelo Finlandês, de Manuel Castells; › a conferência “Saúde, Migrações e Desenvolvimento”, co-organizada com o Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural, o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, o Alto-Comissariado da Saúde e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Para além das publicações já referidas, o Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano publicou os seguintes títulos: › Ao Encontro da Medicina – Ciclo de Conferências; › Fórum Gulbenkian de Saúde 2005 8.º Ciclo de Debates – Saúde sem Fronteiras; › Medicina e Outras Artes; › Imigração: Oportunidade ou Ameaça – Actas da Conferência Internacional de 2007. › Index de Políticas de Integração de Migrantes. Outras iniciativas Plataforma sobre Políticas de Acolhimento de Integração de Imigrantes A fim de, a nível nacional, contribuir para a organização da sociedade civil em torno da problemática da imigração, foi lançada, por iniciativa da Fundação, a Plataforma sobre Políticas de Acolhimento e Integração de Imigrantes. As principais iniciativas da plataforma foram a atribuição do Prémio “Empreendedor Imigrante do Ano” e a “Distinção para as Melhores Práticas de Integração de Imigrantes”. 038. 038.039 Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Arte Museu Calouste Gulbenkian O Museu Calouste Gulbenkian desenvolve um conjunto de actividades que visam divulgar o acervo de obras de arte que Calouste Gulbenkian reuniu ao longo da sua vida, dando particular atenção à sua conservação e estudo, tal como é sua missão, e contribuindo para a sua divulgação junto de um público muito alargado. Valores em euros Encargos com pessoal Despesas de funcionamento 2 170 700 104 637 Iniciativas próprias 2 181 147 Total 4 456 484 Receitas 1 133 331 A par da atenção dedicada à exposição permanente, as exposições temporárias e as iniciativas editoriais permitem o avanço da investigação sobre as peças da Colecção que as integram. Ao Serviço Educativo cabe complementar as actividades levadas a cabo pelos investigadores do Museu ou por ele convidados a colaborar, promovendo a divulgação junto dos públicos e realizando iniciativas pedagógicas diversificadas relacionadas com a exposição permanente e as exposições temporárias. Exposições temporárias “Mundos de Sonho. Gravuras Japonesas Modernas da Colecção de Robert O. Muller” Inaugurada a 27 de Outubro de 2006, esta exposição esteve patente até 7 de Janeiro de 2007, apresentando uma selecção de quase 100 gravuras japonesas, obras-primas da célebre Colecção Robert O. Muller, doada pelo próprio à Arthur M. Sackler Gallery de Washington. Mostraram-se estampas ligadas ao movimento “Nova Gravura”, trabalhos notáveis de renovação da representação, dentro da continuidade das técnicas tradicionais. A mostra foi complementada por um conjunto de estampas japonesas do século XVIII pertencentes à Colecção Gulbenkian. Comissário: James T. Ulak, director adjunto das galerias Freer e Arthur M. Sackler, de Washington. Responsável: Maria Queiroz Ribeiro “Cartier 1899-1949. O Percurso de Um Estilo” Exposição que decorreu de 15 de Fevereiro a 29 de Abril, integrada, como a anterior, nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Em selecção feita exclusivamente para o Museu, reuniu um conjunto excepcional de 280 jóias, relógios e objectos da Colecção Cartier, bem como aquisições feitas por Calouste Gulbenkian. Foram ainda expostos desenhos originais e diversa documentação, que ajudavam a entender melhor a história da Casa Cartier e o seu impacto, pela excepcional qualidade, na história da joalharia ocidental. A organização desta exposição contou com o apoio do Banco Espírito Santo. Comissários: Nuno Vassallo e Silva e Maria Fernanda Passos Leite 042. 043 Relatório Balanço e Contas 2007 Montagem de uma das peças da instalação Paisagem Interior de José Pedro Croft. Paisagem Interior. José Pedro Croft Instalação encomendada pelo Museu para assinalar o Cinquentenário da Fundação, mostrada no átrio da Recepção do Museu, de 13 de Abril a 15 de Julho. O artista optou, através desta criação, por não citar as obras da Colecção, mas antes os aparatos que as protegem e as dão a ver – as vitrinas –, convidando o visitante a novos percursos, gerando múltiplas perspectivas e visões. Tratou-se também de uma forma de homenagear a própria arquitectura do Museu, peça de construção clássica centrada no rigor construtivo que o visitante descobre através de novos ângulos, circulando em redor ou por dentro das peças de Croft – estruturas metálicas com vidros e espelhos –, numa fusão entre o espectador e o objecto fruto da sua contemplação. Responsável: João Castel-Branco Pereira “Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı, Istambul” Inaugurada na Galeria de Exposições Temporárias do Museu no dia 15 de Junho e decorrendo até 26 de Agosto, e fechando o ciclo de actividades desenvolvidas pelo Museu no âmbito do Cinquentenário da Fundação, esta exposição reuniu um conjunto de 48 obras de finais do século XIX Fundação Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian Inauguração da exposição “Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı, Istambul”. e da primeira metade do século XX, nas quais predominavam vistas do Bósforo, marinhas e cenas da vida quotidiana, com paisagens urbanas e campestres na Turquia, em França e em Portugal. Com efeito, incluíram-se ainda obras pertencentes à colecção do CAMJAP executadas por pintores portugueses que, à semelhança dos seus contemporâneos turcos, fizeram a sua formação artística em Paris. A exposição constituiu também uma homenagem a Calouste Sarkis Gulbenkian, que nasceu em 1869 na actual Üsküdar, na margem oriental do Bósforo, cujo percurso de vida entre a Turquia, Paris e Lisboa certamente lhe proporcionou a vivência dos locais representados nas pinturas. Comissária: Luísa Sampaio “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas” Esta exposição, que teve lugar na Galeria de Exposições Temporárias do Museu a partir de 27 de Setembro e que ficou patente até 6 de Janeiro de 2008, e, no que à selecção de peças diz respeito, resultou de um trabalho de cooperação com a equipa grega. 044.045 044. Relatório Balanço e Contas 2007 Aspecto da exposição “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”. Pretendeu-se apresentar uma panorâmica da arte e da cultura gregas desde os tempos mais remotos – Período Neolítico – até à independência da nação helénica, no século XIX. Num universo de 146 objectos, foram mostradas peças de escultura, cerâmica, ourivesaria, metais, têxteis, arte do livro e pinturas do notável acervo do Museu Benaki de Atenas. Comissária: Electra Georgoula Responsável: Maria Rosa Figueiredo Obras de arte em foco No âmbito da exposição “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”, foi organizada uma mostra de moedas gregas da Colecção, sob o tema “A Religião na Grécia Antiga. Deuses do Olimpo Representados na Colecção Gulbenkian”. Foi inaugurada a 17 de Julho, na semana do encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação. Dado o interesse que suscitou junto do público, decidiu-se que esta iniciativa se mantivesse patente para além do período de abertura da exposição que lhe serviu de mote, isto é, para além de 6 de Janeiro de 2008. Responsável: Maria Rosa Figueiredo Integrado nas comemorações de Natal do Museu Calouste Gulbenkian, foi exposto no hall de entrada do Museu um grupo da Sagrada Família, três figuras de presépio, de barro policromo, do século XVIII, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Arte Antiga, em depósito no Museu Nacional do Azulejo. Esta “Obra em Foco” manteve-se em exposição até ao Dia de Reis. Responsável: Maria Rosa Figueiredo Fundação Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian Exposições fora do Museu “Arte Islâmica na Colecção Calouste Gulbenkian” Inaugurada em Argel, no Palácio da Cultura, a 17 de Dezembro e decorrendo até 14 de Fevereiro de 2008, a exposição apresentou um conjunto de 50 obras das mais variadas áreas da arte do Oriente islâmico, desde finais do século XII até ao século XX. A selecção das obras incluiu cinco núcleos distintos abrangendo cerâmicas da Pérsia seljúcida, da Síria e da Turquia otomana, uma lâmpada de mesquita em vidro esmaltado do Egipto ou Síria mameluca, um núcleo de manuscritos iluminados e encadernações da Pérsia safávida e qajar e ainda exemplares da arte do livro da Turquia otomana, bem como peças lacadas da Pérsia qajar. Incluiu-se igualmente um conjunto de tapetes executados na Pérsia safávida e Turquia otomana, bem como um conjunto de sedas e veludos da requintada produção da Pérsia, da Índia, da Turquia e da Ásia Central. A exposição teve o alto patrocínio do Presidente da República da Argélia e do primeiro-ministro de Portugal e integrou-se no âmbito da iniciativa “Argel, Capital da Cultura Árabe, 2007”. Comissárias: Maria Fernanda Passos Leite e Maria Queiroz Ribeiro Todas as exposições tiveram projecto museográfico e coordenação da montagem de Mariano Piçarra, com o apoio de Ricardo Viegas. Projectos de exposições Ao longo de 2007, o Museu trabalhou na preparação das seguintes exposições, a serem apresentadas nos anos mais próximos. Inauguração da exposição “Arte Islâmica na Colecção Calouste Gulbenkian” no Palácio da Cultura, em Argel, que contou com a presença do Presidente da República da Argélia e do primeiro-ministro de Portugal, na foto com o presidente da Fundação Gulbenkian. 046.047 046. Relatório Balanço e Contas 2007 “O Gosto ‘à Grega’. Nascimento do Neoclassicismo em França, 1750-1775” Procedeu-se à organização desta exposição, com o empréstimo de diversas obras da Colecção Gulbenkian e o desenvolvimento das negociações com o Património Nacional de Espanha e com o Museu do Louvre, com vista à sua realização no Museu Calouste Gulbenkian, em Fevereiro de 2008. “A Educação do Príncipe. Obras-Primas da Colecção do Museu Aga Khan” Realizaram-se várias reuniões com os responsáveis por esta exposição, dando início aos trabalhos de selecção das obras a expor nesta mostra, destinada a ser apresentada na Galeria de Exposições Temporárias do Museu. “O Silêncio da Matéria. A Natureza-Morta na Europa, Séculos XVI-XX” Início dos trabalhos de preparação desta exposição sobre natureza-morta, que dará uma panorâmica sobre este género cultivado na Europa Ocidental desde o século XVI, e que incluirá especialmente pinturas holandesas, flamengas, francesas, italianas, espanholas e portuguesas até meados do século passado. A apresentar em 2009. “Henri Fantin-Latour” Início dos trabalhos relativos a esta exposição, sobre um pintor bem representado no Museu Gulbenkian, feita em colaboração com o Museu Thyssen, a inaugurar em Lisboa, em Junho de 2009. Participação em exposições temporárias De acordo com a habitual política de intercâmbio que o Museu Calouste Gulbenkian pretende manter, em 2007 foram cedidas obras do nosso acervo para as seguintes exposições: › “Vasos Gregos em Portugal. Aquém das Colunas de Hércules”, no Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa, calyx-kratêr ático de figuras vermelhas (inv. n.º 682) (inauguração a 25 de Janeiro). › “Rudesindus Santiago. A Cultura Europeia do Século X”, na Universidade de Santiago de Compostela (antiga Igreja da Companhia de Jesus), Placa de Crucifixão, marfim bizantino do século X (inv. n.º 100) (6 de Julho a 26 de Agosto). › “The Grand Atelier”, no Palais des Beaux-Arts, Bruxelas, no âmbito do Festival Europalia, escultura A Virgem e o Menino, atribuída a Jean de Liège (inv. n.º 207) (3 de Outubro de 2007 a 3 de Fevereiro de 2008). › “Gifts for the Gods”, no Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque, a escultura egípcia Torso do Rei Padibastet (inv. n.º 52) (15 de Outubro de 2007 a 17 de Fevereiro de 2008). › “René Lalique. Exceptional Jewellery 1890-1912”, no Musée du Luxembourg, Paris, três livros com encadernação arte nova e 12 jóias de René Lalique (7 de Março a 22 de Julho) e no Bröhan-Museum, Berlim (7 de Setembro de 2007 a 13 de Janeiro de 2008). › “Women and Impressionism”, na Ny Carlsberg Glypotek, Copenhaga, Retrato de Henri Michel-Lévy (inv. n.º 2307), de Edgar Degas (6 de Outubro de 2006 a 21 de Janeiro de 2007). › “Els Grans Artistes i el Geni de Venècia”, na Fundació Caixa Catalunya/La Pedrera, Barcelona, pintura A Festa da Ascensão na Praça de São Marcos (inv. n.º 286) (de 23 de Outubro de 2007 a 27 de Janeiro de 2008). › “Kunst treibt Blüten”, no Museu de Joalharia de Pforzheim, Alemanha, diadema “Orquídeas” de René Lalique (inv. n.º 1211) (Junho a Setembro de 2007). Fundação Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian › “O Tapete Oriental em Portugal”, no Museu Nacional de Arte Antiga, tapete persa (inv. n.º T100) (Julho de 2007 a Janeiro de 2008). › “Le Chant du monde – l’art de l’Iran Safavide 1501-1736”, no Museu do Louvre, tapete persa (inv. n.º T113) (5 de Outubro de 2007 a 7 de Janeiro de 2008). › “Olhares Cruzados sobre o Islão”, na Casa-Museu Anastácio Gonçalves, quatro obras (inv. n.os LA 169, R 32 e 1031 e LA 155) (20 de Outubro de 2007 a 2 de Março de 2008). In Art Premium Aplicação informática para gestão de museus Continuaram a introduzir-se ao longo do ano mais elementos nesta aplicação sobre obras da Colecção, nomeadamente livros franceses do século XVIII, e procedeu-se à revisão de alguns dos dados já inseridos em anos anteriores, nas secções de arte islâmica e do Extremo Oriente, têxteis – tapetes, tecidos e obras de René Lalique – e nas gravuras. Edições Catálogos de exposições Cartier 1899-1949. O Percurso de Um Estilo Museu Calouste Gulbenkian, 240 páginas Textos: Nuno Vassallo e Silva, Maria Fernanda Passos Leite, Pierre Rainero, Judy Rudoe, Come Remy e Thierry Coudert Versões portuguesa e inglesa O catálogo, publicado por Skira Editore (Milão), para além de fichas de todas as obras expostas da responsabilidade de Pascale Milhaud, apresenta os ensaios “Calouste Gulbenkian na Rue de la Paix” (Nuno Vassallo e Silva), “Cartier e Lalique, mestres de tradição e vanguarda” (Maria Fernanda Passos Leite), “Cartier 1898-1920: a afirmação de um estilo” (Pierre Rainero), “Exotismo nas jóias Cartier: a influência do Egipto, Pérsia, Índia e Extremo Oriente” (Judy Rudoe), “Mas por que diabo ir à Cartier?” (Come Remy), e “No tempo da Café Society” (Thierry Coudert). Paisagem Interior. José Pedro Croft Museu Calouste Gulbenkian, 60 páginas Textos: Hellmut Wohl e José Tolentino Mendonça Versão bilingue (português/inglês) O catálogo reproduz integralmente a instalação e as peças que a compõem e inclui os textos “Monumentos vazios: uma instalação de José Pedro Croft no Museu Calouste Gulbenkian (Hellmut Wohl) e “Quando a escultura caminha” (José Tolentino Mendonça). Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı, Istambul Museu Calouste Gulbenkian, 159 páginas Textos: Ferit Edgü e Raquel Henriques da Silva Versão bilingue (português/inglês) 048.049 048. Relatório Balanço e Contas 2007 O catálogo apresenta os ensaios “Uma panorâmica da pintura turca (1850-1950)”, da autoria de Ferit Edgü, consultor do Museu Sabancı, e “Pintura portuguesa entre os séculos XIX e XX: tradições naturalistas e gosto de experimentação”, de Raquel Henriques da Silva. Para além da reprodução integral de todas as pinturas patentes na mostra, este volume inclui ainda as biografias dos artistas representados, em que se destacam o príncipe Abdülmecid Effendi, Hüsseyin Zekai Pasha, Fausto Zonaro, Hoca Ali Riza ou Halil Pasha, e ainda os portugueses João Cristino da Silva, Sousa Lopes e Francis Smith. Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas Museu Calouste Gulbenkian, 338 páginas Editor: Electra Georgoula Versões portuguesa e inglesa Através de ensaios que fornecem o enquadramento histórico e de um notável conjunto de 157 objectos estudados em pormenor, reproduzidos integralmente, Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas permite um fascinante olhar sobre a vida e a produção artística no mundo grego, abrangendo a Antiguidade helénica, a transição do legado greco-romano para a Bizâncio medieval, os séculos sob domínio estrangeiro até ao despertar intelectual e as lutas que estão na origem da formação da nação grega. Os textos do catálogo são da responsabilidade dos conservadores do Museu Benaki. L’Art Islamique dans la Collection Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian, 123 páginas Dezembro de 2007 Textos: Maria Fernanda Passos Leite e Maria Queiroz Ribeiro Versões francesa e árabe O catálogo da exposição realizada em Argel, publicado nas versões francesa e árabe, integra peças representativas de diferentes tipologias da arte do Oriente islâmico, de finais do século XII ao século XX, em que se encontram representadas as mesmas áreas geográficas patentes na exposição permanente do Museu Calouste Gulbenkian. Desdobrável Uma Obra em Foco. A Religião na Grécia Antiga. Deuses do Olimpo Representados na Colecção Gulbenkian Versão bilingue (português/inglês) Capa do catálogo da exposição “Arte Islâmica na Colecção Calouste Gulbenkian”, versão árabe. Fundação Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian Outras edições Pintura de Paisagem no Museu Calouste Gulbenkian Autoria e coordenação geral: Luísa Sampaio Produção: Subvertice Ld.ª DVD – CD-ROM A paisagem reveste-se de uma importância única na colecção de pintura do Museu Calouste Gulbenkian. Não só em termos quantitativos constitui o género mais fortemente representado – contribuindo com quase metade das obras reunidas neste sector por Calouste Sarkis Gulbenkian – como ainda, do ponto de vista qualitativo, integra representações essenciais à compreensão cronológica e estilística de um dos mais difundidos temas da arte ocidental. O DVD agora publicado, em versão bilingue (português/inglês) propõe uma viagem de descoberta da pintura de paisagem na Colecção Gulbenkian, através das suas obras mais relevantes neste género artístico. O DVD apresenta um vídeo e uma aplicação interactiva. Todas as publicações tiveram a coordenação editorial de João Carvalho Dias com a colaboração de Carla Paulino e Madalena Martins. Estágios no Museu É prática corrente do Museu receber estagiários por períodos de tempo variados, conforme as áreas, embora se entenda que os estágios não devem ser inferiores a seis meses, para haver a oportunidade de conhecer de modo mais global as suas múltiplas actividades. Em 2007, em colaboração com o Serviço Internacional, o Museu acolheu Natasha Fernandes, do Museu Indiano de Arte Cristã de Santa Mónica, Goa, sendo a conservadora assessora do Museu Calouste Gulbenkian, Maria Fernanda Passos Leite, responsável pela organização do estágio que incluiu períodos de prática noutros museus de Lisboa, promovendo um conhecimento mais abrangente das diferentes áreas museológicas. Estagiaram no Serviço Educativo do Museu a monitora Ana Ferreira e o professor Carlos Santos. Concertos Em colaboração com o Serviço de Música realizaram-se ao longo do ano os habituais Concertos de Domingo no átrio da Biblioteca/Museu, que mantiveram o seu nível de assistência superior a 2600 pessoas, tal como em anos anteriores. Publicaram-se desdobráveis de divulgação e os programas dos concertos em que intervieram: Pedro Castro (oboé e flauta), Lidewei De Sterk (oboé barroco), Benny Aghassi (fagote barroco), Flávia Almeida Castro (cravo), Duncan Fox (violone); Lúcia Lemos (soprano), João Paulo Santos (piano); integrado no Ciclo de Bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian, o TRIO.PT, composto por Pedro Morais Andrade (violino), Paulo Gaio Lima (violoncelo) e Paulo Pacheco (piano); José Bon de Sousa (piano), José Machado (violino); Nuno Soares (violino), Youri Popov (piano); Carla Seixas (piano), Augusto Rodrigues (trompa), Sandra Medeiros (soprano); o conjunto Ludovice 050.051 050. Relatório Balanço e Contas 2007 Ensemble, composto por Hugo Oliveira (barítono), Bojan Čičić (violino barroco), Romina Lischka (viola da gamba) e Fernando Miguel Jâloto (cravo); Sandra Medeiros (soprano), Francisco Sassetti (piano); Luísa Tender (piano); Christopher Hooley (violino barroco), Sarah Westley (violoncelo), Cândida Matos (cravo); integrados no Ciclo Bolseiros da Fundação Calouste Gulbenkian, Vera Dias (fagote), José Coronado (piano); Flávio Azevedo (violino), Sofia Nereira Pinto (cravo), Isabel Figueroa (violoncelo). Divulgação do Museu Arquivo Fotográfico A actualização do Arquivo Fotográfico continuou ao longo do ano de 2007. As edições promovidas pelo Serviço do Museu, bem como as exposições e outras actividades realizadas, contaram com apoio do Arquivo. Anualmente, são cedidas muitas imagens de peças da Colecção para edições da Fundação e sobretudo, dado o carácter internacional da Colecção, para obras editadas no estrangeiro. Continuou-se o apoio ao Serviço de Comunicação, nomeadamente para a Newsletter e ainda na actualização do site do Museu e na criação dos novos mini-sites das exposições temporárias. Documentação Manteve-se a actividade de renovação de assinaturas e outros periódicos de referência para apoio às diferentes secções do Serviço, de oferta de publicações a instituições nacionais e estrangeiras, com respectiva permuta, o que permite uma maior divulgação das actividades promovidas. As obras recebidas, quando de interesse para os leitores da Biblioteca de Arte, para aí são encaminhadas. Trabalhos de fotografia No decorrer de 2007 continuou a implementar-se a utilização do suporte digital, tendo-se realizado um total de 4992 imagens de obras da Colecção, em alta resolução. Foram ainda realizadas 1596 imagens em diversos suportes, para apoio às actividades do Museu (trabalhos de conservação, investigação, conferências, Serviço Educativo, inaugurações e cobertura de visitas de convidados especiais). Foi realizado o levantamento fotográfico das pinturas utilizadas no DVD/CD-ROM Pintura de Paisagem no Museu Calouste Gulbenkian e respectivo tratamento de imagem, da responsabilidade de Catarina Gomes Ferreira. Multimédia Site do Museu Em 2007, o site do Museu registou um número de sessões semelhante ao ano anterior (387 624). Há que salientar que o site teve início em 2001 e no primeiro ano de existência registou 62 174 sessões. Fundação Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian Procedeu-se à constante actualização dos conteúdos e ao desenvolvimento de mini-sites temáticos para as exposições temporárias. Elaborou-se o guião para um mini-site dedicado ao mobiliário. Numa primeira fase será estudada uma peça de mobiliário francês do século XVIII, pertencente à Colecção, não só do ponto de vista histórico e estilístico, mas também numa perspectiva das técnicas e dos materiais utilizados. O mini-site será disponibilizado no segundo trimestre de 2008. Loja do Museu Continuou-se a dar especial atenção à loja do Museu, através da escolha de novos objectos – cerâmicas, têxteis, jóias e papelaria, entre outros –, procedendo-se à renovação dos temas e propondo-se ao público novos produtos, tendo em vista oferecer peças específicas relacionadas com cada exposição temporária. A selecção dos objectos é feita em colaboração com os Serviços Centrais. Colaboração com outros serviços da Fundação e instituições no exterior O Museu colaborou com os diversos serviços da Fundação, especialmente com os Serviços Centrais, Serviço de Música, Biblioteca de Arte, Serviço Internacional, CAMJAP, Serviço de Comunicação e Serviço de Ciência. Com este último, o Museu colaborou, nomeadamente, na exposição “Ingenuidades. Fotografia e Engenharia 1846-2006”, exposição de fotografia comissariada por Jorge Calado e inaugurada a 8 de Fevereiro, que teve lugar na Galeria de Exposições Temporárias da Fundação. Este apoio concretizou-se sobretudo na recepção das obras de arte e na montagem e desmontagem da exposição. O Serviço Educativo continuou a integrar o GAM (grupo de trabalho que estuda as melhores condições de acessibilidade nos museus), em articulação com outras instituições museológicas do País. O Museu atendeu especialistas de diversas áreas e apoiou as suas investigações seja para desenvolvimento de trabalhos individuais, seja para instituições em que se integram profissionalmente. Museografia Conservação e restauro Deu-se início ao programa de reencadernação dos livros manuscritos iluminados europeus já restaurados na sequência das inundações de 1967. Este trabalho, concretizado pelos técnicos de restauro Helena Nunes e Vasco Antunes, incidiu sobre duas obras: Livro de Horas de Leonor de Aragão (LA 146) e Livro de Horas de René II de Lorena (LA 147). Coordenação do processo de exames de raio X e reflectografia das pinturas A Virgem e o Menino (inv. n.º 76), de autor flamengo desconhecido, e A Virgem e o Menino (inv. n.º 275) de Jan Gossaert. 052.053 052. Relatório Balanço e Contas 2007 Acompanhamento do processo de limpeza e reenvio para Lisboa da tapeçaria flamenga do século XVII, que se encontrava no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris. Acompanhamento da desmontagem de uma mesa pertencente à Colecção, tendo em vista um estudo mais aprofundado da peça e algumas intervenções de restauro. Este trabalho foi realizado no âmbito da criação do mini-site do mobiliário. Intervenções de conservação e restauro em diversas peças da Colecção, especialmente mobiliário, e em outras obras pertencentes à Fundação a serem colocadas em regime de cedência temporária nos museus nacionais de Arte Antiga e de Soares dos Reis. Conferências, congressos e colóquios O habitual ciclo de conferências, que tem lugar no último trimestre do ano, realizou-se em 2007 no âmbito da exposição “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”. Sob a orientação de Maria Helena da Rocha Pereira, organizou-se um ciclo de quatro conferências intitulado “As Luzes da Grécia”: 15 de Outubro, “Em Volta do Milagre Grego”, por Maria Helena da Rocha Pereira (Universidade de Coimbra); 29 de Outubro, “Polis e Democracia: Ontem e Hoje”, por José Ribeiro Ferreira (Universidade de Coimbra); 26 de Novembro, “A Filosofia Fala Grego”, por José Pedro Serra (Universidade de Lisboa); e 6 de Dezembro, “Da Kore Arcaica à Vitória de Samotrácia”, por Rui Morais (Universidade do Minho). O ciclo de conferências foi coordenado pela conservadora Maria Rosa Figueiredo. Ciclo “As Luzes da Grécia” – o director do Museu na companhia de Maria Helena da Rocha Pereira, que proferiu a conferência “Em Volta do Milagre Grego”. Fundação Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian A conservadora Maria Fernanda Passos Leite participou no catálogo da exposição “René Lalique. Exceptional Jewellery 1890-1912” com o artigo “René Lalique in the Calouste Gulbenkian Collection. From materials to technical virtuosity” e fez a comunicação “Persian carpets in the Calouste Gulbenkian Collection from the times of the Portuguese in Hormuz”, integrada no colóquio internacional “The Portuguese in Hormuz – 1507-1622”, no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, a 17 de Março. O director adjunto proferiu uma conferência sobre “Diplomatic embassies and precious objects in Hormuz: an artistic perspective”, integrada no mesmo colóquio, e apresentou a comunicação “Arte mogol de influência cristã ou europeia”, a 27 de Julho, no seminário internacional “Portugal e o Oriente Islâmico na Época da Expansão Portuguesa”, organizado pela Fundação Oriente. Integrou ainda o comissariado científico da exposição “Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries” (Freer Gallery of Art and Arthur M. Sackler Gallery, Smithsonian Institution, Washington, 21 de Junho a 16 de Setembro, e no Palais des Beaux-Arts, Bruxelas, de 25 de Outubro de 2007 a 3 de Fevereiro de 2008). O director participou nas jornadas “Coleccionismo y Mercado del Arte”, em Barcelona, organizadas pela Associació per a l’estudi del moble e pelo Museu de Cerâmica daquela cidade, com a comunicação “Calouste Gulbenkian: creación de una colección”, a 5 de Março. Serviço Educativo Visitas orientadas à exposição permanente e às exposições temporárias O trabalho realizado com os grupos escolares e a preparação de visitas com os professores resultou num total de 531 visitas, que englobaram 9825 alunos. Estas visitas destinam-se a todos os sectores de ensino, desde o pré-escolar ao universitário, incluindo os grupos com necessidades educativas especiais. Foram realizadas visitas orientadas a outros grupos, tais como associações culturais portuguesas e estrangeiras, estagiários portugueses e estrangeiros, mestrandos e doutorandos em vários cursos universitários e convidados da Fundação, entre outros, num total de 62 visitas, que abrangeram 727 visitantes. As exposições temporárias promovidas pelo Museu justificam um programa específico de visitas orientadas, preparadas em conjunto com os seus comissários científicos e destinadas aos públicos infanto-juvenis e adultos. Para além destas visitas orientadas são organizadas actividades pedagógicas relacionadas com as temáticas específicas de cada exposição. Foram acompanhados 260 grupos, num total de 6064 visitantes. Assim, o total de visitas orientadas pelo Serviço Educativo do Museu foi de 853, abrangendo 16 616 visitantes. 054.055 054. Relatório Balanço e Contas 2007 Actividades pedagógicas “Pelos Caminhos do Museu” Actividade de fim-de-semana constituída por visitas orientadas temáticas seguidas de trabalhos oficinais. Foram realizados 27 eventos, frequentados por 225 crianças. “Museu em Família” Oito eventos que pretenderam ocupar, de forma lúdica e criativa, parte do período de férias das crianças. Estes módulos foram frequentados por 67 crianças e adultos. “Férias no Museu” Oitenta e três eventos-módulos que, à semelhança dos anteriores, pretenderam preencher os tempos livres das crianças em período de férias, tendo sido frequentados por 291 crianças. Programas de sensibilização às colecções do Museu › Associação Lavoisier – IPSE (psicólogos – psicologia clínica); › acções de formação para guias e intérpretes. “A Grande Aventura – Vamos Conversar com o Mundo”, oficina pedagógica realizada no âmbito do programa “Férias no Museu”. Projectos especiais O Serviço Educativo deu continuidade aos projectos que tem vindo a desenvolver, dedicando-se sobretudo àqueles que envolvem bairros com necessidades especiais, como a Cova da Moura e o Bairro da Boavista. Estes projectos, de características diferentes, conforme o bairro, iniciam-se ou pelas escolas ou por centros culturais, com o objectivo do progressivo envolvimento de toda a população. O Museu Calouste Gulbenkian continuou a sua colaboração no projecto “RPM/ESCOLA/MUSEU – A Minha Escola Adopta Um Museu”. O tema das escolas que escolheram o Museu Gulbenkian foi “Across the Bible”. Fundação Calouste Gulbenkian Museu Calouste Gulbenkian Visitantes A exposição permanente do Museu foi visitada em 2007 por 224 899 pessoas, sendo 97 332 nacionais e 127 567 estrangeiras. A exposição temporária “Mundos de Sonho. Gravuras Japonesas”, que já fora visitada em 2006 por 12 559 pessoas, foi vista ainda em 2007 por mais 2280 pessoas, totalizando 14 839 visitantes; “Cartier. O Percurso de Um Estilo”, por 80 878 pessoas; “Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı, Istambul”, por 42 542 visitantes; e “Os Gregos. Tesouros do Museu Benaki, Atenas”, por 49 800 visitantes. A instalação Paisagem Interior, de José Pedro Croft, por se encontrar no átrio do Museu, esteve aberta a todos os seus visitantes. O número de entradas no Museu continua a confirmar o facto de ser um dos mais procurados no País, registando-se um aumento do número de visitantes na ordem dos 43 por cento em relação ao ano anterior. Entre as visitas especiais, contam-se a do Presidente da República da Lituânia, do Presidente da República do Gana, do presidente do Parlamento e vice-ministro da Cultura da Grécia, do presidente da Assembleia Nacional da Turquia, do presidente do Senado de Espanha, do presidente da Assembleia de Malta, do vice-presidente do Parlamento Europeu, da princesa Sybille e príncipe Guilherme do Luxemburgo, da delegação dos ministros da Cultura da União Europeia, da Golden Web Foundation Visita ao Museu Calouste Gulbenkian e do Prémio Nobel da Paz, Muhammad Yunnus. do Presidente da República da Lituânia. 056.057 056. Relatório Balanço e Contas 2007 Rodrigo César Coro e Orquestra Gulbenkian dirigidos por Gennadi Rozhdesvensky, Grande Auditório, 12 de Janeiro de 2007. Serviço de Música Valores em euros Encargos com pessoal 1 447 704 (direcção e apoio geral) Despesas de funcionamento Iniciativas próprias (inclui despesas com pessoal e funcionamento) Orquestra Gulbenkian Coro Gulbenkian 191 657 10 806 212 7 249 977 752 606 Outras iniciativas Grandes Orquestras Mundiais Recitais e música de câmara (inclui os ciclos de música antiga e música contemporânea) 856 240 1 302 410 Jazz em Agosto 240 975 Projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian” 342 906 Cursos de aperfeiçoamento artístico 38 926 Encomendas a compositores e musicologia 22 172 Subsídios e bolsas Plano de descentralização cultural 534 199 9 710 Plano de edições – musicologia 10 312 Subsídios e incentivo à criação musical 61 040 Programa de Apoio à Dança Bolsas de estudo 192 765 260 372 Total 12 979 772 Receitas 2 080 615 Introdução A actividade do Serviço de Música procurou prosseguir em 2007 um equilíbrio entre continuidade e inovação que o vem norteando ao longo dos anos. A Orquestra e o Coro 058. 059 Relatório Balanço e Contas 2007 Gulbenkian foram a trave mestra desta actividade, em particular pela respectiva participação na temporada e pelas suas digressões nacionais e internacionais, mantendo a colaboração constante de grandes maestros e solistas convidados mas ao mesmo tempo diversificando conscientemente o repertório executado. O mesmo princípio presidiu à programação da temporada, em que se sucederam inúmeros nomes da primeira linha absoluta na vida musical internacional, mas onde conviveram, muito em particular, visões interpretativas inovadoras, mesmo dos compositores e obras mais conhecidos. A componente de música contemporânea no conjunto da temporada reforçou-se, designadamente, por um número significativo de estreias mundiais e primeiras audições portuguesas, em muitos casos decorrentes de encomendas da própria Fundação. E tanto os programas de música antiga como os recitais e concertos de orquestra foram marcados pela procura de repertórios inéditos, alimentados por uma reflexão interpretativa assumidamente contemporânea. A música contemporânea teve ainda um destaque muito especial no concerto de encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, realizado a 17 de Julho, no Grande Auditório, com a colaboração do Coro Gulbenkian (maestro Fernando Eldoro), Orquestra Gulbenkian (maestro Peter Rundel), violoncelista Rohan de Saram e pianista Antonio Pérez-Abellán. Este concerto teve a particularidade de ser preenchido com obras encomendadas pelo Serviço de Música a quatro grandes compositores: Nuits (1967), para coro misto, de Xenakis; Ruf (1977-1982), para orquestra, de Emmanuel Nunes; Sequenza XIV (2002), para violoncelo solo, de Luciano Berio; e Natürliche Dauern, para piano (do ciclo Klang), de Karlheinz Stockhausen. Esta última obra foi dada a ouvir em primeira audição absoluta, com a presença do compositor. Prosseguiu igualmente a preocupação do Serviço de Música com a criação de novos públicos, começando com uma intensa estratégia de comunicação e formação nos media, com a realização de comentários pré-concerto de preparação do público para os programas de características menos familiares e com a expansão do projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian” – em relação ao qual se deve destacar o esforço levado a cabo no sentido de um maior cruzamento com os demais projectos pedagógicos promovidos por outros serviços artísticos da Fundação. Apesar do peso proporcional muito superior das actividades próprias, a política de subsídios voltou a ter como pontos mais relevantes os programas de bolsas de estudo para formação musical no País e no estrangeiro e o recém-criado Programa de Apoio à Dança. Actividades próprias Orquestra Gulbenkian A actividade da Orquestra Gulbenkian no ano de 2007 centrou-se, como habitualmente, na programação musical apresentada no âmbito da Temporada Gulbenkian de Música, no Grande Auditório, contexto que acolheu 70 das suas 96 actuações públicas. Ao longo da temporada, as obras executadas pelo agrupamento ofereceram um panorama alargado e diversificado do repertório orquestral quer no que respeita à regular abordagem das obras mais frequentemente ouvidas nas salas de concerto, quer relativamente à divulgação de música pouco ou nada conhecida da maior Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Música Rodrigo César Ensemble Contrechamps e SWR Vocalensemble Stuttgart dirigidos por Heinz Holliger, Grande Auditório, 26 de Fevereiro de 2007. parte do público. Neste último domínio, cabe destacar a apresentação de obras como a cantata Meeresstille und glückliche Fahrt, de Ludwig van Beethoven, a oratória Die Legende von der Heiligen Elisabeth (“A Lenda de Santa Isabel”), de Franz Liszt, Henry V: A Shakespeare Scenario, de William Walton, o Requiem, de Luigi Cherubini, o Grande Duo Concertante, de Giovanni Bottesini, ou ainda, no que se refere à música mais recente, Shaker Loops, de John Adams, Passacaglia Imaginaria, de Stanislaw Skrowaczewski, o Concerto para Viola e Orquestra, de Sofia Gubaidulina, e Grand Adagio, de René Koering, estas duas últimas dadas em primeira audição em Portugal. Paralelamente, em dois programas dedicados à nova música portuguesa para piano e orquestra, o agrupamento executou em primeira audição mundial Paradeisoi, de Isabel Soveral, e Abyssus ascendens ad aeternum splendorem, de João Pedro Oliveira, e, em estreia nacional, o Concerto para Dois Pianos e Orquestra, de Sérgio Azevedo. A particular atenção com que o agrupamento tem acompanhado a actividade dos compositores nacionais manifestou-se, também, e mais uma vez, no Workshop da Orquestra Gulbenkian para Jovens Compositores Portugueses, iniciativa realizada pelo quinto ano consecutivo e que continua a ter carácter pioneiro em Portugal. Ao longo de duas semanas, seis compositores com idades compreendidas entre os 22 e os 34 anos tiveram oportunidade de trabalhar obras de sua autoria com a Orquestra Gulbenkian, sob a direcção do maestro Guillaume Bourgogne. Essas partituras 060.061 060. Relatório Balanço e Contas 2007 haviam sido previamente seleccionadas por uma comissão de leitura presidida por Emmanuel Nunes. Este trabalho culminou com a apresentação pública das referidas obras em dois concertos no Grande Auditório. Os autores seleccionados foram João Antunes, Luís Cardoso, Rogério Medeiros, João Quinteiro, Carlos Miguel Marques e Hugo Ribeiro. Por outro lado, a Orquestra Gulbenkian manteve a sua estreita ligação ao projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian”, apresentando neste âmbito sete concertos dedicados ao público infanto-juvenil e familiar. Em complemento à sua intervenção na Temporada Gulbenkian de Música, a Orquestra Gulbenkian participou na programação geral de “O Estado do Mundo”, em seis concertos que tiveram lugar no Anfiteatro ao Ar Livre do Jardim Gulbenkian. De salientar ainda a colaboração do agrupamento no concerto extraordinário que assinalou o encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, que teve lugar no dia 17 de Julho, bem como no Festival Música Viva, no Concurso Internacional de Piano Vianna da Motta e no Prémio Jovens Músicos. No plano internacional, a Orquestra Gulbenkian realizou no ano de 2007 duas importantes digressões internacionais, principalmente na Alemanha, mas abrangendo também a Hungria. Rodrigo César Al Ayre Español sob a direcção de Eduardo López Banzo, Grande Auditório, 22 de Janeiro de 2007. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Música Em Março, sob a direcção do maestro Lawrence Foster e tendo como solistas os pianistas Arcadi Volodos e Lise de la Salle e o violinista David Lefèvre, apresentou-se em Braunschweig, Berlim, Budapeste, Hamburgo, Gütersloh, Munique e Regensburg. Já em Junho, o agrupamento regressou à Alemanha, também sob a direcção de Lawrence Foster, para participar numa série de concertos ao ar livre com o pianista Lang Lang, apresentando-se em Hanôver, Estugarda, Hanau, Bad Kissingen, Salem e Colónia, concertos que tiveram uma audiência média de cerca de 3500 pessoas. Em 2007, dirigiram a Orquestra Gulbenkian os maestros Rudolf Barshai, Bertrand de Billy, Guillaume Bourgogne, Jean-Claude Casadesus, Joana Carneiro, Michel Corboz, Fernando Eldoro, Osvaldo Ferreira, Giancarlo Guerrero, Lawrence Foster, Emmanuel Krivine, Cristian Mandeal, Jun Märkl, David Alan Miller, Renato Rivolta, Pascal Rophé, Gennadi Rozhdestvensky, Peter Rundel, Stanislaw Skrowaczewski, Muhai Tang, Antony Wit, Simone Young e Michael Zilm. Como solistas, colaboraram com a Orquestra Gulbenkian os sopranos Heidi Brunner, Michèle Crider, Marisa Figueira, Angela Gheorghiu, Nancy Gustafson, Soile Isokoski, Christiane Oelze, Ana Quintans, Regina Schörg, Birgid Steinberger e Yumiko Tanimura; os meios-sopranos Marie-Claude Chappuis, Bernarda Fink, Hadar Halévy, Katalin Halmai, Angelika Kirchschlager, Katja Lytting, Joana Nascimento e Birgit Remmert; o contratenor Patrick Van Goethem; os tenores Marius Brenciu, Vsevolod Grivnov, Werner Güra, Jan Kobow, Marcos Santos, Alexey Shakitko, Rainer Trost, Jon Fredric West e Alexander Yudenkov; os barítonos Jürgen Freier, Hugo Oliveira, Luís Rodrigues e Andreas Schmidt; os baixos George-Emil Crasnaru, Alexander Kisselev, Peter Lika, Stephan MacLeod e Alfred Reiter; os pianistas Peter Aronsky, Lang Lang, Radu Lupu, Miguel Borges Coelho, Sequeira Costa, Artur Pizarro, António Rosado, Ana Telles e Yuja Wang; os violinistas Bin Chao, James Ehnes, Valeriy Sokolov, Nikolai Znaider e Florian Zwiauer; os violetistas Antoine Tamestit e Pinchas Zukerman; os violoncelistas Anne Gastinel, Maria José Falcão, Amanda Forsyth, Clélia Vital e Pieter Wispelwey; e ainda o contrabaixista Nabil Shehata, o oboísta Victor Aviat, a flautista Sophie Perrier, o clarinetista Julian Bliss, o trompista Jonathan Luxton, o organista Marcelo Giannini e o actor Mervon Mehta. No seio da sua actividade coral-sinfónica, para além de contar com a colaboração do Coro Gulbenkian, a Orquestra Gulbenkian teve igualmente a participação do Coro Infantil da Academia de Música de Santa Cecília. Em 2007, as funções de director artístico da Orquestra Gulbenkian continuaram a ser desempenhadas por Lawrence Foster, Claudio Scimone manteve o título de maestro honorário, assumindo Simone Young e Joana Carneiro os títulos de maestrina convidada principal e maestrina convidada, respectivamente. Coro Gulbenkian No ano de 2007, o Coro Gulbenkian manteve a sua actividade principal associada à execução do repertório coral-sinfónico ouvido no seio da Temporada Gulbenkian de Música. Das suas 32 apresentações públicas realizadas em 2007, 23 foram ali dadas em colaboração com a Orquestra Gulbenkian. Neste âmbito, o Coro Gulbenkian actuou igualmente com o Remix Ensemble, num programa dedicado inteiramente à música portuguesa dos nossos dias, para além de apresentar, desta vez com um pequeno grupo instrumental, um programa com obras portuguesas do século XVIII. 062.063 062. Relatório Balanço e Contas 2007 Joaquim Mendes Luísa Brandão e João Vasco Almeida, Concerto Imprevisto, “Descobrir a Música na Gulbenkian”, hall do Grande Auditório, 9 de Janeiro de 2007. Ornette Coleman Quintet, “Jazz em Agosto”, Anfiteatro ao Ar Livre, 11 de Agosto de 2007. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Música Além da sua intervenção na Temporada Gulbenkian de Música e da participação no já referido concerto de encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, o Coro Gulbenkian deu três concertos integrados na programação da Casa da Música, no Porto, apresentando-se ainda na Póvoa de Varzim e na Igreja de São Pedro de Alcântara, em Lisboa. No plano internacional, o Coro Gulbenkian participou, em colaboração com o Remix Ensemble, no Musica – Festival International des Musiques d’Aujourd’hui, em Estrasburgo, apresentando-se igualmente em Washington, no âmbito da exposição “Ecompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries”. Em 2007, dirigiram o Coro Gulbenkian os maestros Lawrence Foster, Gennadi Rozhdestvensky, Peter Rundel, Simone Young e Michael Zilm, além do seu maestro titular, Michel Corboz, e dos seus maestros adjunto e assistente Fernando Eldoro e Jorge Matta, respectivamente. Durante o ano de 2007, colaboraram com o Coro Gulbenkian os sopranos Michèle Crider, Marisa Figueira, Nancy Gustafson, Christiane Oelze, Ana Quintans e Yumiko Tanimura; os meios-sopranos Marie-Claude Chappuis, Bernarda Fink, Katalin Halmai, Katja Lytting, Joana Nascimento e Birgit Remmert; o contratenor Patrick Van Goethem; os tenores Marius Brenciu, Vsevolod Grivnov, Werner Güra, Jan Kobow, Rainer Trost e Alexander Yudenkov; os barítonos Jürgen Freier, Hugo Oliveira e Andreas Schmidt; os baixos Alexander Kisselev, Peter Lika, Stephan MacLeod e Alfred Reiter; e ainda os flautistas António Carrilho e Pedro Sousa Silva, o trombonista Ismael Santos, a gambista Sofia Diniz, o alaudista Thilo Hirsch, os organistas Marcelo Gianini e Nicholas McNair, o Remix Ensemble e o Coro Infantil da Academia de Música de Santa Cecília. Ciclo “Grandes Orquestras Mundiais” O ano de 2007 abrangeu cinco concertos integrados na 19.ª edição anual do ciclo “Grandes Orquestras Mundiais” (2006-2007) e o primeiro concerto da edição seguinte (2007-2008). Em ambas as edições a Fundação Calouste Gulbenkian contou com a parceria do Banco Português de Investimentos para a produção deste ciclo. Com excepção da apresentação da orquestra de câmara TrondheimSolistene, com a violinista Anne-Sophie Mutter, que teve lugar no Grande Auditório da Fundação, dadas as reduzidas dimensões do agrupamento, todos os restantes espectáculos do ciclo tiveram lugar no Coliseu dos Recreios. Nesta sala se sucederam, assim, a Orquestra Sinfónica da Rádio do Sudoeste da Alemanha, de Baden-Baden e Freiburg, com direcção de Sylvain Cambreling e o meio-soprano Dagmar Peckova; a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, dirigida por John Neschling e com o pianista Nelson Freire; a Orquestra Juvenil Gustav Mahler, com o maestro Myung-Whun Chung, o violinista Renaud Capuçon e o violoncelista Gautier Capuçon; a Orquestra Sinfónica de Londres, dirigida por Daniel Harding e com o pianista Javier Perianes; e, por último, a Orquestra Filarmónica de Los Angeles, regida por Esa-Pekka Salonen. Recitais e música de câmara A programação das temporadas de música de câmara de 2006-2007 e 2007-2008, abrangidas pelo âmbito temporal deste relatório, apresentou um conjunto de propostas artísticas que foram saudadas pelo público e pela crítica com particular entusiasmo, dado o nível de excelência 064.065 064. Relatório Balanço e Contas 2007 constante dos intérpretes convidados. O ciclo de piano contou com recitais de Muray Perahia, Radu Lupu, Maurizio Pollini, Grigory Sokolov, Kirill Gerstein, Andreas Haeffliger e Gabriela Montero. O ciclo de música de câmara juntou os violinistas Sarah Chang (com a pianista Ashley Wass) e Hilary Hahn (com a pianista Natalie Zhu); o trio de piano, violino e violoncelo Kalichstein-Laredo-Robinson; o Beaux-Arts Trio, na sua digressão mundial de despedida das salas mais destacadas a que esteve ligado ao longo de mais de cinquenta anos; os quartetos Prazák (com o pianista Pedro Burmester, para uma integral dos quartetos e quintetos de Zemlinsky), Artémis, Vermeer e Vogler. No que respeita ao canto, sucederam-se os recitais dos meios-sopranos Bernarda Fink (com o grupo Conjunto Ibérico) e Jennifer Larmore (com Antoine Palloc ao piano), e dos barítonos Dmitri Hvorostovsky (com o pianista Ivary Ilya) e Wolfgang Holzmair (com a pianista Imogen Cooper). Ainda no âmbito da programação de recitais de música de câmara, tiveram lugar no Auditório II da Fundação os ciclos dedicados a jovens de particular talento em início de carreira e à actividade solística de instrumentistas da Orquestra Gulbenkian. No primeiro caso, participaram no ciclo “Novos Intérpretes” o soprano Lara Martins (com o pianista João Paulo Santos), os violinistas Michael Barenboim, Pedro Meireles (com a pianista Sophia Rahman) e Bruno Monteiro (com o pianista João Paulo Santos) e o Trio Mediterrain, constituído pela clarinetista Laura Ruiz Ferreres, o violoncelista Bruno Borralhinho e a pianista Kim Barbier. No que respeita ao ciclo “Solistas da Orquestra Gulbenkian”, actuaram os clarinetistas Esther Georgie, Bruno Graça e José Mosqueda, os violinistas Maria Balbi, Cecília Branco, Ana Beatriz Manzanilla e Alexandra Mendes, os violetistas Maia Kouznetsova e Pedro Saglimbeni Muñoz, os violoncelistas Maria José Falcão, Levon Mouradian e Clélia Vital e os pianistas Karina Axenova e Alexei Eremine. Ralph Larmann Música antiga e música contemporânea Digressão da Orquestra Gulbenkian à Alemanha com o pianista Lang Lang, Roncalliplatz (Colónia), 22 de Junho de 2007. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Música A programação de música antiga contou em 2007 com o regresso do projecto “Le Jardin des Voix”, apoiado desde a sua primeira edição pelo Serviço de Música, e com o qual William Christie e o seu grupo Les Arts Florissants vêm seleccionando e dando formação especializada a uma plêiade de jovens cantores europeus que se dedicam a este repertório. O grupo Les Caractères, dirigido por Xavier Julien-Laferrière, apresentou em versão de concerto semi-encenada a ópera As Variedades de Proteu, do compositor português setecentista António Teixeira. O grupo El Ayre Español e o Collegium Vocale Rodrigo César Coro Gulbenkian com o Remix Ensemble dirigidos por Peter Rundel, Grande Auditório, 6 de Outubro de 2007. de Ghent, regidos por Eduardo López Banzo apresentaram um programa de obras de Händel e de José de Nebra (no caso deste último autor com obras dedicadas à infanta portuguesa D. Maria Bárbara de Bragança, rainha de Espanha), e a ligação temática a Portugal reforçou-se ainda com a Akademie für alte Musik e o RIAS Kammerchor, com direcção de Hans-Christian Rademann, que interpretaram, entre outras obras de Telemann, uma ode dedicada às vítimas do terramoto de Lisboa de 1755. Houve ainda um programa Händel, com o contratenor Andreas Scholl e a Accademia Bizantina, sob a direcção de Ottavio Dantone, e um programa Haydn (As Estações), com os English Baroque Soloists dirigidos por Sir John Eliot Gardiner. No que respeita à música contemporânea, esta esteve presente ao longo da temporada numa série de 12 programas temáticos (num total de 14 concertos) marcados por uma grande diversidade. Neste contexto assumiu especial relevo a presença de dois dos mais destacados compositores dos nossos dias, que actuaram simultaneamente como maestros, dirigindo importantes obras de sua autoria em primeira audição portuguesa: Heinz Holliger e James MacMillan. Com a colaboração do Ensemble Contrechamps e do SWR Vocalensemble Stuttgart, Heinz Holliger apresentou a versão integral de Scardanelli-Zyklyus, sobre poemas de Hölderlin. Por sua vez, James MacMillan, à frente da orquestra Britten Sinfonia e do coro BBC Singers, deu a ouvir a cantata Seven Last Words from the Cross, num programa complementado com obras de Britten e Tippett. Dois outros agrupamentos prestigiosos se apresentaram nesta série: o Ensemble Modern, dirigido por Franck Ollu, com um programa inteiramente dedicado a Emmanuel Nunes (que incluía a primeira audição absoluta de Épures du Serpent Vert IV, obra encomendada pelo Serviço de Música da Fundação); e o Klangforum Wien, dirigido por Sylvain Cambreling, com um programa subordinado ao tema “Os Novos Austríacos”, com obras de Olga Neuwirth, Georg Friedrich Haas e Bernhald Lang). O Remix Ensemble prosseguiu a sua colaboração como agrupamento 066.067 066. Relatório Balanço e Contas 2007 Rodrigo César O compositor Alexandre Delgado comenta um concerto da Orquestra Gulbenkian com o pianista António Rosado, “Descobrir a Música na Gulbenkian”, Grande Auditório, 24 de Fevereiro de 2007. convidado habitual, mediante três concertos: dois deles intitulados “Complexidade/Simplicidade” e “Duplo Retrato Helmut Lachenmann/Wolfgang Rihm”, respectivamente; e um terceiro com a colaboração do Coro Gulbenkian e preenchido com obras de Miguel Azguime e Emmanuel Nunes. Esta série contou ainda com a participação, em recital, dos solistas Christophe Desjardins (viola de arco), num programa intitulado “Canções do Violetista”, e Stefano Scodanibbio (contrabaixo). Também a Orquestra Gulbenkian dedicou dois programas especialmente à música contemporânea. Além do Concerto para Viola e Orquestra de Sofia Gubaidulina, apresentou três obras de compositores portugueses, resultantes de encomendas do Serviço de Música: em primeira audição absoluta, Abyssus ascendens ad aeternum splendorem, para piano, orquestra e banda magnética, de João Pedro Oliveira (solista Ana Telles), e Paradeisoi para orquestra, de Isabel Soveral; e, em primeira audição portuguesa, Concerto para Dois Pianos e Orquestra, de Sérgio Azevedo (solistas António Rosado e Miguel Borges Coelho). Conforme ficou já referido, neste âmbito contemporâneo se deve ainda incluir o concerto de encerramento das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, integralmente preenchido com encomendas realizadas a grandes compositores nas passadas cinco décadas. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Música “Jazz em Agosto” A edição de 2007 do festival “Jazz em Agosto”, com direcção artística de Rui Neves, teve por título “Pianos, Baixos, Tubas & Vozes”. O festival, dividido em dois blocos repartidos por dois fins-de-semana consecutivos, foi balizado pelas presenças de duas grandes figuras históricas tanto no quadro do jazz como no da música contemporânea em geral: Muhal Richard Abrams e Ornette Coleman. O “Jazz em Agosto” abriu com a apresentação de três músicos improvisadores, Muhal R. Abrams, George Lewis e Roscoe Mitchell, numa experiência comum de procura e investigação sonora iniciada há quarenta anos no âmbito da AACM de Chicago, da qual Muhal R. Abrams é fundador. Seguiu-se o grupo Hubbub, fruto da nova geração da improvisação em França, expoentes da chamada tendência “reducionista”. Nik Bärtsch, mentor do projecto denominado RONIN, apresentou uma proposta de cruzamento de meios minimais com elementos oriundos de mundos musicais díspares. O primeiro bloco do festival terminou com três concertos dos músicos portugueses Carlos Zíngaro e Jorge Lima Barreto, que retomaram um primeiro encontro em disco de 1992, e Sérgio Carolino (tuba), que encabeçou uma nova formação de solistas internacionais num repertório dedicado a Frank Zappa e Jimi Hendrix, com a participação de músicos como Marshall, Marcus Rojas, Jay Rozen e ainda do baterista Alexandre Frazão. A Crimetime Orchestra, liderada por Jon Klette, apresentou uma formação de jazz contemporâneo norueguesa. O segundo bloco do festival iniciou-se com a formação do Joe Fonda’s Bottoms Out, seguida do Quartet Noir, grupo conhecido pela individualidade das suas improvisações, desde 1998. A contrabaixista Joëlle Léandre apresentou-se a solo num concerto dedicado a obras de Giacinto Scelsi, John Cage, Philipe Hersant, José Luís Campana, bem como ao repertório da sua própria criação. Houve ainda uma apresentação do grupo Timbre, terminando o programa com o Ornette Coleman Quintet. Em paralelo com os concertos referidos foram ainda apresentados dois filmes: Ornette: Made in America, da realizadora americana Shirley Clarke, projecto realizado ao longo de vinte anos e concluído em 1985, complementando a presença do próprio Ornette Coleman no festival, e My Name Is Albert Ayler, do realizador sueco Kasper Collin, que veio também apresentar o filme. Tiveram ainda lugar duas conferências, uma de Muhal Richard Abrams e outra de Ornette Coleman. Projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian” Em 2007, o projecto educativo “Descobrir a Música na Gulbenkian” registou alterações importantes à programação do ano anterior, reconvertendo algumas actividades e desenvolvendo outras, de acordo com a avaliação dos resultados obtidos e os comentários/sugestões recebidos de pais e professores. Investiu-se na diversificação das visitas – actividades com carácter regular que constituem o trabalho de fundo do projecto – que passaram de seis para 12 com a introdução de novas modalidades, permitindo diversificar as temáticas abordadas e chegar a novos públicos, designadamente os das crianças entre os seis meses e os dois anos e o segmento infanto-juvenil com necessidades especiais. No campo dos cursos livres e conferências, introduziram-se novos cursos com carácter propedêutico, com a intenção de se tornarem componentes regulares do projecto, como é o caso do curso “História da Música à Velocidade do Som” (três edições, regidas por Rui Vieira Nery) e do 068.069 068. Relatório Balanço e Contas 2007 curso “Código dos Músicos”, ambos destinados a um público alargado, interessado em aprofundar os seus conhecimentos sobre a linguagem musical e sobre a sua evolução ao longo da história. De referir ainda neste âmbito o curso “Das Outras Artes à Música” (duas edições), dedicado especificamente a um público profissional de educadores de infância e professores do 1.º ciclo, apresentando sugestões práticas de iniciação e sensibilização à música numa perspectiva interdisciplinar. Assim, no cômputo geral, verifica-se a redução do número de conferências (de três para uma) e o aumento significativo do número de cursos livres marcado pela reedição dos cursos atrás referidos. O projecto continuou também a oferecer um vasto leque de oficinas, que abordaram de forma multidisciplinar algumas obras emblemáticas constantes da programação da temporada de música, partindo sempre de situações interactivas. Ao todo, realizaram-se 15 oficinas, num total de 196 sessões. A minitemporada incluiu concertos encenados de produção própria com uma elevada participação de jovens intérpretes e criativos portugueses e ainda um concerto realizado no Anfiteatro ao Ar Livre pelo grupo de percussão Drumming, que apresentou Percursos Sonoros para Um Jardim, concebido a partir do Jardim Gulbenkian. Merece destaque no programa da minitemporada o concerto encenado No Mundo do Jazz, baseado numa história feita de pequenos episódios cantados que, ao longo dos tempos, marcaram as várias etapas deste género musical. Integraram ainda a minitemporada dois Concertos (Im)previstos – recitais em formato cénico iniciados em 2006 em colaboração com o Centro de Arte Moderna –, um em torno da exposição “Amadeo de Souza-Cardoso – Diálogos de Vanguarda” e o outro a partir de uma instalação de Pedro Cabrita Reis. Realizaram-se ao todo seis programas, mais um do que no ano anterior. O projecto educativo contou ainda com a realização de seis programas de “Concertos Comentados” com a Orquestra Gulbenkian, com quatro sessões especialmente agendadas para o público escolar e três sessões para as famílias. Houve a preocupação de introduzir no programa destes concertos obras especialmente compostas para crianças e jovens, como é o caso de A minha Mãe Ganso, de Maurice Ravel, bem como obras de grande poder comunicativo como Um Americano em Paris, de Gershwin, ou O Mar, de Debussy, susceptíveis de atrair um público alargado de jovens e adultos. Ao todo, o “Descobrir a Música na Gulbenkian” realizou, em 2007, 46 programas diferentes, entre visitas, oficinas, concertos, cursos e conferências, com 416 sessões que envolveram 8364 formandos e 11 507 espectadores. Plano de edições e musicologia Prosseguiu em 2007 o trabalho de colaboração entre o Serviço de Música, a Imprensa Nacional – Casa da Moeda (IN-CM) e a Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) no que respeita à venda e distribuição das anteriores edições musicológicas da Fundação (cujos stocks e vendas passaram a ser geridos pela IN-CM) e da edição de novos volumes. Estão em fase de conclusão os processos de edição de estudos, que serão lançados em 2008 pela IN-CM, dos musicólogos Manuel Pedro Ferreira, José Maria Pedrosa Cardoso e Paulo Esteireiro. Encontra-se igualmente em preparação, e em conjunto com a BNP, uma série de facsimiles de tratados teóricos portugueses dos séculos XVII e XVIII, cujo primeiro volume deverá ser a reedição da Arte Mínima (1682) de Manuel Nunes da Silva, com estudo prévio de Aires Pereira. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Música Rodrigo César Recital do pianista Murray Perahia, Grande Auditório, 29 de Janeiro de 2007. Cursos Em 2007, o Serviço de Música organizou quatro cursos de aperfeiçoamento artístico, dois deles no âmbito do protocolo que a Fundação mantém com a Escola Superior de Música Rainha Sofia, de Madrid. Neste quadro, foram realizados dois cursos de técnica e interpretação pianística, orientados por Sequeira Costa, um curso de violino e quartetos de corda, por Rainer Schmidt, e um curso de aperfeiçoamento de canto, pelo barítono Tom Krause. Subsídios e bolsas de estudo Incentivo à criação musical Durante 2007, no âmbito do seu plano de incentivo à criação musical o Serviço de Música encomendou obras a quatro compositores: Peter Lieberson, Ramón Humet, Emmanuel Nunes e Isabel Soveral. 070.071 070. Relatório Balanço e Contas 2007 A encomenda a Peter Lieberson foi feita em parceria com a Los Angeles Philharmonic Orchestra e tem como objecto um concerto para percussão e orquestra dedicado expressamente ao percussionista português Pedro Carneiro, que estreará a obra sucessivamente com aquela orquestra norte-americana e com a Orquestra Gulbenkian. Correspondendo plenamente à estratégia de inserção da Fundação Gulbenkian na rede internacional de suporte da criação musical, esta encomenda visa, em concreto, duas finalidades. A primeira é tornar mais conhecido em Portugal Peter Lieberson (n. 1946), um dos compositores mais destacados do actual panorama musical nos EUA. A segunda é dar apoio a Pedro Carneiro num passo importante da sua carreira internacional e, simultaneamente, proporcionar-lhe uma excelente oportunidade para actuar pela primeira vez como solista com a Orquestra Gulbenkian. A encomenda ao espanhol Ramón Humet (n. 1968) incidiu sobre uma peça para piano (Scènes de la Forêt – 3.º livro), especialmente destinada a ser estreada na prova final do Concurso de Piano Olivier Messiaen sediado em Paris. A primeira audição absoluta ocorreu na Cité de la Musique, em Dezembro. A Emmanuel Nunes foi encomendada, em parceria com o Ensemble Modern de Frankfurt, Épures du Serpent Vert IV para conjunto instrumental. Trata-se da quarta do ciclo de peças baseado em material da ópera Das Märchen. A primeira audição absoluta teve lugar no Grande Auditório Gulbenkian, em Outubro, pelo Ensemble Modern. Por sua vez, Isabel Soveral compôs, por encomenda, Paradeisoi para orquestra, dada em primeira audição absoluta pela Orquestra Gulbenkian, sob a direcção de Pascal Rophé, em Novembro, no Grande Auditório. Por outro lado, o Serviço de Música estabeleceu um acordo com Karlheinz Stockhausen com vista à encomenda de uma obra destinada a trio de clarinete-baixo, trompete e flauta, com o título Schönheit, e que é a sexta das peças integrantes do ciclo “Klang”. A primeira audição absoluta está programada para 2009, no Grande Auditório Gulbenkian, no contexto de um ciclo de concertos dedicado àquele compositor, entretanto falecido a 5 de Dezembro de 2007. Programa de Apoio à Dança O Programa de Apoio à Dança, criado em 2006, voltou a subsidiar um conjunto de projectos individuais e colectivos centrados nas prioridades definidas pelo regulamento então aprovado e divulgado: formação, investigação, internacionalização e edição. Neste contexto, foram apoiados 19 projectos (tendo ainda sido atribuídas seis bolsas de estudo em dança), propostos, entre outros, por: CEM, Fórum Dança, RE.AL, Centro de Arte Contemporânea (CDA), Companhia Clara Andermatt, Festival 100 Dessus Dessous, Danse Bassin Meditteranéen (DBM), Cursos de Dança Associação, FC Verão, Luís Guerra, Vítor Hugo Pontes, Sónia Baptista, Andreia Brandão, Luís Miguel Félix, Ana Mira, Companhia Olga Roriz e Maria José Fazenda. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Música Plano de descentralização cultural Além das já mencionadas participações dos agrupamentos da Fundação em eventos nacionais à parte do âmbito da Temporada Gulbenkian de Música, o Serviço de Música, no quadro da sua acção de descentralização cultural, apoiou ao longo de 2007 iniciativas levadas a cabo por outras entidades, designadamente no que respeita à apresentação de recitais de música de câmara por elementos pertencentes à Orquestra Gulbenkian. Neste âmbito, foram realizados recitais em Alpedrinha, Maia e Portimão. Bolsas de estudo no estrangeiro O Serviço de Música atribuiu, para o ano lectivo de 2007-2008, 21 bolsas de estudo para aperfeiçoamento artístico em música no estrangeiro, correspondendo estas a 14 renovações de bolsas concedidas em anos anteriores e sete novas bolsas. Relativamente às áreas curriculares, estas bolsas correspondem à seguinte distribuição: Canto, Clarinete, Fagote, Oboé, Piano, Trompa, Violeta, Violino e Violoncelo. No que respeita à distribuição geográfica, este programa permitiu aos bolseiros a frequência em estabelecimentos de ensino nos seguintes países: Alemanha, EUA, Holanda, Lituânia, Reino Unido, Itália e Suíça. Bolsas de estudo no país O Serviço de Música manteve, pelo nono ano consecutivo, a sua colaboração com o Prémio Jovens Músicos, da Radiodifusão Portuguesa, atribuindo prémios de formação aos vencedores das categorias solísticas de nível superior com o objectivo de apoiar o prosseguimento dos seus estudos. Ao mesmo tempo, foi aberto concurso para renovação de bolsas de estudo atribuídas em anos anteriores. Neste quadro, foram atribuídas sete bolsas de estudo, correspondendo seis a prémios de formação ao abrigo da referida colaboração com o Prémio Jovens Músicos e uma à renovação de uma bolsa atribuída no ano anterior, verificando-se a seguinte distribuição por áreas curriculares: Canto, Clarinete, Flauta, Oboé, Trompa, Violino e Violoncelo. Outros subsídios Durante o ano de 2007, o Serviço de Música concedeu diversos subsídios pontuais destinados a comparticipar custos de actividades desenvolvidas no domínio da música, em particular na área da formação. Neste quadro, são de destacar os subsídios atribuídos à Fundação Said-Baremboim, com o objectivo de apoiar o projecto “West-Eastern Divan Workshop and Orchestra”, à Associação de Amigos da Escola de Música do Conservatório Nacional e à Academia de Música Antiga de Lisboa, entre outros. 072.073 072. Relatório Balanço e Contas 2007 Paula Rego, Vanitas. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP O ano de 2007 foi marcado por dois acontecimentos naturalmente mais relevantes: a conclusão das iniciativas ligadas às Comemorações do Cinquentenário da Fundação e o início da publicação do catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso. Valores em euros Encargos com pessoal Despesas de funcionamento Iniciativas próprias 1 152 216 117 343 2 589 630 Subsídios Investimento 90 414 468 577 As actividades expositivas do Centro de Arte Total 3 949 603 Moderna ligadas às comemorações – a grande Receitas 320 965 instalação de Pedro Cabrita Reis, Fundação, a instalação de Matej Krén, Book Cell, e a apresentação do tríptico de Paula Rego, Vanitas – obtiveram assinalável adesão do público. A 14 de Janeiro encerrou a exposição “Amadeo de Souza-Cardoso – Diálogo de Vanguardas”, iniciativa que alcançou raro sucesso, ultrapassando em dois meses a centena de milhar de espectadores. Terminadas as comemorações, iniciaram-se os trabalhos preparatórios para a reapresentação da Colecção e a prossecução do programa de exposições temporárias. No âmbito da iniciativa “O Estado do Mundo”, o Centro de Arte Moderna preparou um conjunto de exposições de núcleos da sua colecção em várias cidades do País. Comissariada por Leonor Nazaré, esta iniciativa da Presidência no âmbito do programa das comemorações aconteceu entre Maio e Setembro sob a designação geral de “Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância”. Em Novembro, foi publicado o primeiro volume do catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso – Fotobiografia –, na sequência de um vasto trabalho de investigação começado há já seis anos, que possibilitou um aumento de conhecimento considerável da obra do artista e sem o qual a exposição “Amadeo de Souza-Cardoso – Diálogo de Vanguardas”, não teria sido possível. A obra obteve imediato reconhecimento público e será concluída, com a publicação do catálogo de obras, em 2008. Ainda no prosseguimento deste projecto, foi inaugurada uma exposição da obra do artista, na prestigiada Ernst Barlach Haus, em Hamburgo, exposição comissariada por Helena de Freitas e Catarina Alfaro, que tem vindo a obter manifesto reconhecimento. Apresentação da Colecção Findo o programa de comemorações, deu-se início à preparação de uma apresentação da Colecção. Esta apresentação ocupa os pisos 01 e 1 do Centro, numa área substancialmente menor que a das apresentações tradicionais. Houve então que procurar alternativas a uma leitura diacrónica, privilegiando-se certos núcleos da Colecção. Uma maior alternância nas apresentações deverá compensar a redução do espaço. 074. 075 Relatório Balanço e Contas 2007 “Ida e Volta: Ficção e Realidade”. “Ida e Volta: Ficção e Realidade”. Fundação Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP “Patrick Faigenbaum – Fotografias 1973-2006”. Exposições temporárias “Ida e Volta: Ficção e Realidade” Esta exposição, de grande dimensão, visa mostrar um panorama contemporâneo da vídeoarte, a partir das suas origens cinematográficas, documentais e de ficção: os irmãos Lumière e George Méliès. No centro da exposição é mostrado o vídeo de Chris Marker, La Jetée, de 1962, obra seminal e onde os dois planos se entrecruzam. De facto, tratando-se de uma obra fortemente ficcional, a forma da sua construção faz apelo a modos inevitavelmente associados à documentação. Este trabalho de Chris Marker tem sido sempre uma enorme fonte de inspiração e de referência e continua a ocupar o centro da reflexão sobre as práticas artísticas do vídeo. A exposição foi comissariada por Christine van Assche e apresentada na grande nave central do piso 0 do Museu. Um programa cultural de actividades e de reflexão sobre a exposição irá decorrer em 2008. 22 de Novembro de 2007 a 1 de Junho de 2008. “Patrick Faigenbaum – Fotografias 1973-2006” Esta exposição, realizada na Sala de Exposições Temporárias do Centro, mostra o desenvolvimento da obra do artista, não obstante a escassa dimensão do espaço em que é apresentada. De facto, Patrick Faigenbaum, fotógrafo de grande prestígio internacional, nunca tinha sido mostrado em Portugal, pelo que se entendeu fazer sentido expor a sua produção artística actual mas também momentos anteriores da sua obra, igualmente importantes. 15 de Novembro de 2007 a 24 de Fevereiro de 2008. 076.077 076. Relatório Balanço e Contas 2007 “Cruz Filipe – Paisagens Múltiplas”. “Cruz Filipe – Paisagens Múltiplas” Esta exposição, realizada na Sala de Exposições Temporárias da sede, piso 01, e comissariada por João Pinharanda, mostrou um vasto conjunto de obras de realização recente em que o artista apresentou uma reflexão elaborada e expressiva sobre a representação da paisagem e os seus meios: a pintura e a fotografia. Na relação entre as duas cria um modo de ver e de mostrar em que as questões da representação estão presentes, mas em que se propõe usá-las como um modo manifestamente novo de voltar à paisagem. 15 de Fevereiro a 8 de Abril. Bruno Pacheco • Vasco Araújo Na Sala de Exposições Temporárias do CAMJAP, foram expostas duas instalações pertencentes à Colecção: uma, de Vasco Araújo, A Hand of Bridge (2004), e outra, de Bruno Pacheco, Hello Goodbye (2007) – dois dispositivos aparentemente lúdicos que nos reenviam para problemáticas da comunicação de razoável complexidade. 21 de Agosto a 31 de Outubro. Fundação Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP Bruno Pacheco. 078.079 078. Relatório Balanço e Contas 2007 Vasco Araújo. Exposições realizadas no exterior “Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918). Portugals Entdecker der Moderne” A convite da Ernst Barlach Haus, Hermann F. Reemtsma Foundation, o Centro de Arte Moderna realizou em Hamburgo uma exposição individual de Amadeo de Souza-Cardoso, comissariada por Helena de Freitas, Catarina Alfaro e o director do museu alemão Karsten Muller. Este convite surgiu no contexto da investigação para o catálogo raisonné, que permitiu aprofundar algumas das pistas relativas ao percurso internacional do artista, esclarecer a sua passagem expositiva pela cidade de Hamburgo (onde o artista fez a sua primeira exposição individual), e sublinhar a respectiva relevância e significado. Num total de 66 obras, foram apresentados pinturas, desenhos e um manuscrito da colecção do Centro de Arte Moderna. A exposição foi acompanhada por um conjunto de actividades de divulgação da cultura portuguesa e contou com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa Aníbal Cavaco Silva e do Presidente alemão Horst Köhler. 2 de Dezembro de 2007 a 30 de Março de 2008. “Desenhos: Desenho e Uma Escultura” Por ocasião da deslocação da Presidência da República Portuguesa à República da Índia, o CAMJAP mostrou um conjunto de trabalhos da sua colecção no Indira Gandhi National Centre for the Arts, Fundação Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP em Nova Deli. Foram expostos desenhos de Fernando Calhau (uma série de 2001), de Jorge Martins (de final dos anos de 1970 e 1980), de Pedro Proença (anos de 1990) e de Bruno Pacheco (2003-2004) e uma escultura de Rui Chafes de 2002. 15 de Novembro de 2007 a 24 de Fevereiro de 2008. “Domínguez Alvarez – 770, Rua da Vigorosa, Porto” Realizada no Museu de Pontevedra, apresentou uma selecção de obras do pintor que já haviam sido expostas na exposição realizada na Fundação Calouste Gulbenkian em 2006. Esta exposição representou um “regresso a casa” de um pintor com fortes ascendentes galegos, mais especificamente de Pontevedra, ainda que nado e criado na cidade do Porto. Permitiu chamar a atenção para a sua obra, reforçar os laços naturais existentes entre o Minho e a Galiza e ainda encontrar familiares próximos deste pintor que morreu demasiado cedo sem descendência directa. 1 de Março a 8 de Abril. “Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância” Apresentação de núcleos da Colecção: Lisboa › ACIME (Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas) (18 de Maio a 29 de Julho); 080.081 080. Relatório Balanço e Contas 2007 › Escola Secundária António Arroio (18 de Maio a 6 de Julho); › ISPA (Instituto Superior de Psicologia Aplicada) (18 de Maio a 14 de Julho); › Universidade Nova de Lisboa/Faculdade de Economia instalada no Palácio Ventura (18 de Maio a 29 de Julho); › Universidade Católica (18 de Maio a 30 de Junho); › Escola Secundária D. Filipa de Lencastre (18 de Maio a 29 de Julho). Fundão › Casa da Moagem – Cidade do Engenho e das Artes (18 de Maio a 29 de Julho). Castelo Branco › Museu de Francisco Tavares Proença Júnior (18 de Maio a 29 de Julho). Tavira › Palácio da Galeria (16 de Junho a 8 de Setembro). “Arshile Gorky – hommage” O Centro Pompidou e o Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, apresentaram uma homenagem ao pintor americano de origem arménia, Arshile Gorky (1904-1948), através da exposição “Arshile Gorky – hommage”, que reuniu cerca de 40 obras apresentadas nas duas instituições. O Centro Cultural Calouste Gulbenkian expôs 25 desenhos com datas compreendidas entre 1927 e 1947, pertencentes ao depósito da Igreja Arménia da América (Oriental), na Fundação Calouste Gulbenkian, exposição comissariada por Ana Vasconcelos e Melo. O Centro Pompidou expôs paralelamente 19 pinturas e desenhos do período de 1943-1947, entre os quais uma pintura e dois desenhos pertencentes à sua colecção, seis desenhos provenientes da colecção da Fundação Calouste Gulbenkian e do já referido depósito, reunindo um conjunto de obras provenientes de museus de grande prestígio (Tate Gallery, Londres; Museum of Modern Art, Guggenheim Museum e Whitney Museum of American Art, de Nova Iorque). A exposição realizada no Beaubourg foi comissariada por Agnès de la Beaumelle, que foi ainda a responsável pela edição de um catálogo único, em versões francesa e inglesa. 4 de Abril a 4 de Junho. “Vieira da Silva. Œuvres de la Fondation Arpad Szenes – Vieira da Silva et du Centre d’Art Moderne José de Azeredo Perdigão” 13 de Junho a 19 de Outubro no Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, e 24 de Outubro de 2007 a 16 de Março de 2008 na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva, em Lisboa. Resultante da colaboração entre o CAMJAP e a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e do comissariado conjunto de Ana Vasconcelos e Melo e Marina Bairrão Ruivo, a exposição apresentou em Lisboa mais duas pinturas para além das 44 obras expostas em Paris. Destinou-se a homenagear a pintora e a Fundação Calouste Gulbenkian, no papel de grande relevo que teve na divulgação da sua obra em Portugal e no estrangeiro, inserindo-se nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação. O Centro Cultural Calouste Gulbenkian, em Paris, publicou um catálogo em francês, com responsabilidade editorial de Marina Bairrão Ruivo. Fundação Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP Edições Catálogos de exposições Desenhos: Desenho e Uma Escultura Texto de Jorge Molder. Reprodução a cores de algumas das obras e biografias dos artistas. 40 páginas. Edição bilingue (português/inglês). Ida e Volta: Ficção e Realidade Textos de Christine van Assche e Jorge Molder. Enquadramento e reprodução dos trabalhos de vídeoarte de 11 artistas de vários países, incluindo um artista português, e da apresentação cenográfica do arquitecto luso-francês Didier Fiuza Faustino. 96 páginas. Edição bilingue (português/inglês). Cruz Filipe – Paisagens Múltiplas Textos de Jorge Molder e João Pinharanda. Reprodução a cores das obras (impressões digitais pintadas) e enquadramento crítico do trabalho. 80 páginas. Edição bilingue (português/inglês). Patrick Faigenbaum – Fotografias 1973-2006 Textos de Jean-François Chevrier e Jorge Molder. Inclui 42 reproduções a cores das fotografias do artista: imagens da exposição e outras não expostas. 88 páginas. Edição bilingue (português/inglês). Vanitas, 51, Avenue d’Iéna Textos de Almeida Faria e Eduardo Lourenço. Conto de Almeida Faria ilustrado por Paula Rego. Contém também reproduções de obras da colecção do Museu Gulbenkian, evocadas no conto. 68 páginas. Versão portuguesa. Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância Textos de António Pinto Ribeiro, Sara Mansinho e Leonor Nazaré. Reprodução de grande parte das obras expostas e respectivo enquadramento crítico, em função dos quatro núcleos em que foram organizadas. 79 páginas. Edição bilingue (português/inglês). Publicação conjunta do CAMJAP e da Câmara Municipal de Tavira. Fernando Calhau. Convocação. Leituras Publicação das comunicações dos colóquios realizados a 7 e 8 de Fevereiro. Texto de apresentação de Jorge Molder e textos dos conferencistas: Vítor da Silva, Manuel Castro Caldas, Rui Chafes, Philippe-Alain Michaud, Delfim Sardo, João Miguel Fernandes Jorge, Tomás Maia e Nuno Faria. 96 páginas. Versão portuguesa. Amadeo de Souza-Cardoso. Fotobiografia (1887-1918) 1.º volume do catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso Coordenação científica do projecto: Helena de Freitas. Texto: Catarina Alfaro. Foi lançado em Dezembro de 2007 o primeiro dos três volumes do catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso. Trata-se de uma fotobiografia completa, com mais de 300 páginas e com um vasto núcleo de documentação parcialmente inédito, que permite reconstituir o percurso vivencial do artista 082.083 082. Relatório Balanço e Contas 2007 numa articulação entre texto e imagem, em contexto nacional e internacional. É um trabalho que se assume pelo seu conteúdo científico e não literário ou ficcional. A este irão suceder-se dois volumes, respectivamente, Pintura e Desenho. 334 páginas. Versão portuguesa. Outras actividades Continuação do programa de estágios através do acordo estabelecido com a Universidade Católica Portuguesa. Estágio curricular de uma aluna da licenciatura de Comunicação Social e Cultural. Estágio profissional do IFP, a partir de Outubro. Estágio curricular do Departamento de Arte, Conservação e Restauro do Instituto Politécnico de Tomar, aluna da área de papel, a partir de Setembro. Prosseguiram os trabalhos de restauro e conservação de obras da Colecção. Foram realizados dois grandes trabalhos de restauro no âmbito da cedência de obras para as exposições “50 Anos de Arte Portuguesa”, na sede da Fundação e para a exposição “Evocações, Passagens, Atmosferas. Pintura do Museu Sakıp Sabancı”, no Museu Gulbenkian. Obras cedidas da colecção do CAMJAP Participação em exposições temporárias O CAMJAP recebe todos os anos inúmeras solicitações para empréstimo de obras para exposições em Portugal e no estrangeiro. A cedência temporária possibilita a divulgação e o estudo das obras e dos artistas da Colecção. Portugal › “Manuel Amado Pintura.Pintura”, no Centro Cultural de Cascais. Casa de Banho, A Escada da Adega, Quarto Interior e Recanto com Escadote, pinturas de Manuel Amado (17 de Novembro de 2007 a 20 de Janeiro de 2008); › concurso para a recuperação do edifício do arquitecto Cristino da Silva, no Centro de Informação Urbana de Lisboa da Câmara Municipal de Lisboa. Maqueta do Capitólio (20 de Dezembro de 2007 a 28 de Fevereiro de 2008); › “Entre a Palavra e a Imagem”, no Centro Cultural Vila Flor, Guimarães. Ouve-me, vídeo de Helena Almeida (12 de Maio a 22 de Julho de 2007); › “Vieira da Silva – Obras do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e da Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva”, na Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva. Le Héros ou Le Héraut e La Bibliothèque, de Vieira da Silva (25 de Outubro de 2007 a 16 de Março de 2008); › exposição de abertura do Museu Colecção Berardo. Figuras de Sopro, pintura de Mário Cesariny (25 de Junho de 2007 a 15 de Julho de 2008); › “Ângelo de Sousa”, organizada pela Fundação de Serralves, no Pavilhão Centro de Portugal, Coimbra. Duas esculturas de Ângelo de Sousa (26 de Maio a 31 de Agosto de 2007); › “Uma Arte do Povo, pelo Povo e para o Povo – Neo-Realismo e Artes Plásticas”, do Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira. Vinte e uma obras de Candido Portinari, Júlio Resende, Júlio Pomar, Manuel Filipe, Arlindo Vicente, Abel Salazar, Hansi Staël, Teresa Sousa, Lima de Freitas, Vespeira, José Viana e Alice Jorge (20 de Outubro de 2007 a 13 de Janeiro de 2008); Fundação Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP › 6.ª edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Amarante. Três vídeos de Ângelo de Sousa (27 de Outubro a 9 de Dezembro de 2007); › “Terra Longe, Terra Perto”, organizada pelo Museu da Presidência da República, no antigo edifício do Banco de Portugal, Setúbal, no âmbito das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Três tapeçarias de Almada Negreiros, uma gravura de David de Almeida e um óleo de Paolo (9 de Junho a 30 de Setembro de 2007); › “Traços da Diáspora Portuguesa”, organizada pelo Museu da Presidência da República, na Gare Marítima de Alcântara, Salão Almada Negreiros. Três tapeçarias de Almada Negreiros, e um óleo de Paolo (13 de Novembro de 2007 a 3 de Fevereiro de 2008). Estrangeiro › “Rachel Whiteread”, no Centro de Arte Contemporáneo de Málaga. Yellow Leaf, escultura de Rachel Whiteread (25 de Maio a 26 de Agosto de 2007); › “Eduardo Nery”, organizada pela Embaixada de Portugal em Dacar, no Museu de Arte Africana. Metamorfoses, 10 fotografias de Eduardo Nery (13 de Julho a 5 de Agosto de 2007); › “The World of Anglada-Camarasa”, na Fundación “La Caixa”, Caixa Fórum. Sem Título (Scene in Café), pintura de Amadeo de Souza-Cardoso (28 de Novembro de 2006 a 18 de Março de 2007); e no Caixa Forum Palma, Palma de Maiorca (8 de Maio a 29 de Julho de 2007); › “Portugal Agora – à propos des lieux d’origine”, no Mudam Luxembourg. Quatro pinturas de João Queiroz (15 de Dezembro de 2007 a 7 de Abril de 2008); › “Rachel Whiteread”, no MADRE – Museo d’Arte Contemporanea Donnaregina Napoli. Yellow Leaf, escultura de Rachel Whiteread (3 de Fevereiro a 23 de Abril de 2007); › “Retrospectiva de Paula Rego”, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia. The Vivian Girls as Windmills, Salazar a Vomitar a Pátria e Mãe (Mother), pinturas de Paula Rego (25 de Setembro a 31 de Dezembro de 2007); › “La Noche Española. Flamenco, Vanguardia y Cultura Popular 1865-1939”, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Chanteur Flamenco, pintura de Sonia Delaunay (20 de Dezembro de 2007 a 24 de Março de 2008); › “Be-Bomb: the Transatlantic War of Images and all that Jazz in the 1950s”, no Museu d’Art Contemporani de Barcelona. Act of Creation, Garden of Wish Fulfilment e Vale of the Armenians, de Arshile Gorky, e Personnages dans la rue, pintura de Vieira da Silva (5 de Outubro de 2007 a 7 de Janeiro de 2008); › “Vieira da Silva no Brasil”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. La table ronde e História Trágico-Marítima, duas pinturas de Vieira da Silva (26 de Abril a 3 de Junho de 2007); › “Pop Art Portraits”, na National Portrait Gallery. For Men only Staring MM and BB, pintura de Peter Philips (11 de Outubro de 2007 a 20 de Janeiro de 2008); › “Capolavori Dell’Arte Europea”, exposição comemorativa do 50.º aniversário do Tratado de Roma na Scuderie del Quirinale, Roma. Brut 300 TSF e Máquina Registadora, duas pinturas de Amadeo de Souza-Cardoso (23 de Março a 27 de Maio de 2007); › “Pop Art: 1956-1968”, na Scuderie del Quirinale, Roma. Love Wall, de Peter Blake, e Renaissance Head, de David Hockney (25 de Outubro de 2007 a 27 de Janeiro de 2008); › “Sonia Delaunay”, no Skissernas Museum, Suécia. Projet Voyages Lointains, Projet Voyages Lointains, Auto-Portrait, Chanteur Flamenco (dit Petit Flamenco) e Marché au Minho, desenhos de Sonia Delaunay (11 de Novembro de 2007 a 12 de Fevereiro de 2008); › “Peter Blake: A Retrospective”, na Tate Liverpool. Love Wall, pintura de Peter Blake (29 de Junho a 23 de Setembro de 2007); 084.085 084. Relatório Balanço e Contas 2007 › “Pop and Popular Culture”, na Wolverhampton Art Gallery. For Men only Staring MM and BB, pintura de Peter Philips (29 de Março a 4 de Agosto de 2007). Actividades educativas Total anual de eventos: 1719 Total anual de utentes: 39 350 O Sector de Educação e Animação Artística (SEAA) do CAMJAP continuou a desenvolver e consolidar o seu programa de objectivos no âmbito da divulgação e interpretação da arte moderna e contemporânea a partir da colecção permanente e exposições temporárias, de acordo com as linhas orientadoras estabelecidas nos anos anteriores, acentuando o seu posicionamento na promoção de uma educação museal de qualidade, diversidade e inclusão. No ano de 2007, o SEAA participou activamente no programa de Comemorações do Cinquentenário da Fundação Calouste Gulbenkian, pelo que, para além das actividades desenvolvidas directamente para o Centro de Arte Moderna no espaço físico da Fundação, criou e orientou nove programas educativos diferentes para o conjunto de nove exposições fora de portas, realizadas no âmbito do programa “O Estado do Mundo” – “Transfert – Obras do CAMJAP em Itinerância”. Ainda ao abrigo do programa do cinquentenário, o SEAA desenhou e orientou programas de actividades para as exposições “Ingenuidades” e “50 Anos de Arte Portuguesa”, numa parceria com o Serviço de Ciência e com o Serviço de Belas-Artes da Fundação, respectivamente, e um extenso programa de oficinas ao ar livre para o programa “O Estado do Mundo” – “Jardim do Mundo”. Durante este ano verificou-se uma ligeira queda do número de eventos realizados devido à retirada da Colecção durante o programa “O Estado do Mundo” – “Sítio das Artes” (Abril-Julho) e ao encerramento da galeria do Centro de Arte Moderna para reformulação da exposição da colecção permanente durante os meses de Verão. Ainda assim, verificou-se um aumento de participantes nas actividades do SEAA, uma vez que a programação desenvolvida durante os meses de encerramento se realizou ao ar livre num formato mais flexível, o que permitiu acolher grupos mais numerosos de visitantes. Estes números reflectem ainda as últimas semanas da exposição “Amadeo de Souza-Cardozo – Diálogo de Vanguardas”. Visitas guiadas Total de visitas: 1467 Total de utentes: 33 860 O SEAA deu continuidade ao programa de visitas para o público de inscrição individual (crianças, jovens e adultos), grupos escolares (todos os níveis de ensino a partir dos dois anos, incluindo grupos com necessidades especiais) e outros grupos organizados. Durante a semana, o programa de visitas à hora do almoço para o público interessado – “Encontros Imediatos” – foi reforçado, mantendo uma grande adesão, o que se verificou também no programa Fundação Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP de visitas exclusivas para funcionários da Fundação Calouste Gulbenkian. Participantes nas visitas guiadas 23 524 Exposição da Colecção Permanente Ao fim-de-semana mantiveram-se as propostas habituais aos sábados e domingos para o público interessado, assim como as propostas para crianças e jovens, com o programa “Jovens Percursos pela Arte”. No âmbito das exposições da iniciativa “Transfert” foram criados programas específicos nos diferentes formatos característicos da programação do CAMJAP: encontros imediatos, grupos organizados, fim-de-semana para público interessado, visitas-jogos para crianças. 7663 Exposições temporárias 1032 Exposições “Fora de Portas” (”O Estado do Mundo” – “Transfert”) 1641 Parcerias com outros Serviços da Fundação (exposições com o serviço de Belas-Artes e Serviço de Ciência) Visitas guiadas por tipo de público [17%] Inscrição individual Oficinas [83%] Grupos organizados Total de oficinas: 242 Total de utentes: 2789 Em 2007 mantiveram-se os diferentes formatos de oficina habitualmente presentes na programação do SEAA: oficinas de semicontinuidade com a duração de quatro meses em regime de frequência semanal, oficinas de férias em conjuntos de cinco sessões, oficinas criativas em torno das exposições temporárias e colecção permanente, oficinas de contos – “Ideias Irrequietas” – em parceria com a Livraria Almedina, oficinas “Museu Aberto” destinadas a públicos com necessidades especiais. No início do ano lectivo de 2007-2008 foi ainda criado um novo projecto de oficinas experimentais para público jovem e retomado o trabalho de intervenção social e artística Projecto Intervir, nomeadamente com jovens em risco de abandono escolar (Bairro do Zambujal, em parceria com o Centro de Estudos para a Intervenção Social) e com a Associação Mulheres Contra a Violência. Oficinas 125 Exposição da Colecção Permanente 28 Exposições temporárias 18 Exposições “Fora de Portas” (”O Estado do Mundo” – “Transfert”) 71 “O Estado do Mundo” – “Jardim do Mundo” Participantes nas oficinas 2840 Exposição da Colecção Permanente 1793 Exposições temporárias 350 Exposições “Fora de Portas” (”O Estado do Mundo” – “Transfert”) Durante os meses de Junho e Julho foi criado um extenso e intensivo programa de oficinas 184 “O Estado do Mundo” – “Jardim do Mundo” 086.087 086. Relatório Balanço e Contas 2007 criativas no âmbito do programa “Jardim do Mundo”, que procuraram trabalhar o cruzamento de culturas, para as quais se constituíram equipas mistas de monitores do SEAA e de associações representantes de minorias étnicas como é o caso do Moinho da Juventude (Cova da Moura), do Centro de Estudos para a Intervenção Social (Bairro do Zambujal), da Associação de Melhoramentos do Talude (Talude), e dos Amigos de Cabo Verde. Oficinas por tipo 118 2 Experimentais 30 Contos 7 Semicontinuidade 70 Férias (Carnaval, Páscoa, Verão, Natal) 12 “Museu Aberto” (necessidades especiais) 3 Este cruzamento de projectos e influências permitiu um trabalho extremamente rico e diversificado que decorreu no Jardim Gulbenkian, num modelo de acesso livre que possibilitou uma grande taxa de participação. Criativas Intervenção social (jovens em risco) Participantes nas oficinas por tipo 22 Experimentais 520 Contos 94 Semicontinuidade Cursos 879 Férias (Carnaval, Páscoa, Verão, Natal) Total de cursos: 11 Total de utentes: 338 208 “Museu Aberto” (necessidades especiais) 54 Intervenção social (jovens em risco) Os cursos ministrados dividiram-se em três 3390 Criativas categorias essenciais: cursos e oficinas de educação artística e prática pedagógica, cursos de introdução geral à arte, cursos de educação museal e cultural (destinados especialmente às equipas de monitores e outros agentes de acção educativa do Fundão, Castelo Branco e Tavira, no âmbito das itinerâncias da Colecção do programa “Transfert”). Dado o crescente investimento feito pelo SEAA no desenvolvimento de projectos de intervenção artística e social a partir da colecção do CAMJAP, foi ainda realizado um curso sobre metodologias e projectos de intervenção social para toda a equipa de colaboradores e educadores do SEAA, aberta à participação dos outros serviços educativos da Fundação. Outras actividades Participação em publicações da especialidade › Serviços Educativos na Cultura, coord. de Sara Barriga e Susana Gomes da Silva, Porto, Sete Pés, col. Públicos, 2007. Fundação Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão • CAMJAP Representação nacional e internacional Total de actividades O SEAA esteve representado em diversos colóquios e congressos da especialidade, na pessoa da sua coordenadora Susana Gomes da Silva e restante equipa, sendo de salientar: 85% Visitas 14% Oficinas 1% Cursos › “Tap” (Teacher Artist Partnership – LIFT London International Festival of Theatre), Londres (26 a 29 de Abril); › apresentação do trabalho desenvolvido pelo SEAA no âmbito do “Museu Aberto” com jovens em risco de abandono escolar; › Conferência Nacional de Educação Artística, Casa da Música (29 a 31 de Outubro), Porto. Intervenção na mesa-redonda “Que Formação para os Agentes de Educação Artística?” › estágios de complemento de formação (não remunerados em regime de part-time) na área de apoio logístico e produção de eventos (término em Janeiro e em Abril – com duração de três e seis meses, respectivamente); › estágio profissional (em parceria com o IFP) na área de apoio logístico, assistência à produção e projectos educativos (início em Junho – com duração de nove meses); › estágio curricular (em parceria com a Escola Superior de Educação de Beja – disciplina de Animação Sócio-Cultural), na área de assistência à produção e projectos educativos (início em Fevereiro – com a duração de quatro meses); › estágio internacional (não remunerados em regime de part-time) ao abrigo do programa “Erasmus” (Universidade de Lubliana, Eslovénia, licenciatura de Estudos Culturais) na área de apoio logístico e produção de eventos (início em Novembro – com a duração de três meses). 088.089 088. Relatório Balanço e Contas 2007 Pedro Tropa e Teresa Santos Exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”, Galeria de Exposições Temporárias da sede, comissariada por Raquel Henriques da Silva, coadjuvada por Ana Ruivo e Ana Filipa Candeias, 6 de Junho a 9 de Setembro de 2007. Serviço de Belas-Artes O Serviço de Belas-Artes prosseguiu, em 2007, a actividade distributiva de apoio à criação, divulgação e investigação nas diferentes áreas artísticas no âmbito da sua competência – artes plásticas, arquitectura e design, história da arte, arqueologia e património, cinema e teatro –, concretizada através da atribuição de bolsas e subsídios. Valores em euros Encargos com pessoal 449 225 Despesas de funcionamento 198 061 Iniciativas próprias 483 282 Subsídios e bolsas 1 238 767 50 000 Prémios Total 2 419 335 Receitas 284 112 Os seus objectivos principais são apoiar novos projectos de qualidade, dinamizando os meios artístico e científico nacionais e promover a arte e os artistas portugueses nos circuitos internacionais, privilegiando parcerias com entidades relevantes nacionais e estrangeiras. Em complemento, têm vindo a ser desenvolvidas actividades próprias, em consonância com os objectivos do Serviço, destacando-se a exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”, que apresentou uma significativa selecção de obras de um vasto leque de artistas nacionais apoiados pelo Serviço de Belas-Artes desde 1957. Também o cinema esteve em destaque no decurso deste ano, com a conclusão do ciclo “Como o Cinema Era Belo – 50 Filmes Inesquecíveis” e a apresentação do ciclo e colóquio “Anos Gulbenkian”, exibindo e discutindo os primeiros filmes do novo cinema português apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian, ambos organizados em colaboração com a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. O ano de 2007 foi ainda o da atribuição do primeiro Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização do Património, atribuído ao projecto de “Tratamento e Divulgação da Biblioteca da Casa Sabugosa e São Lourenço”, em Lisboa. Artes plásticas e exposições [347 980] “Acordo Tripartido” O programa “Acordo Tripartido” reúne, em cada ano, as contribuições paritárias do Ministério da Cultura, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e da Fundação Calouste Gulbenkian para o apoio a projectos de qualidade que visem a promoção e a divulgação da arte portuguesa no estrangeiro e desenvolvam o intercâmbio artístico internacional. Em 2007 foram contemplados 22 projectos. Na sua maioria, os subsídios atribuídos destinaram-se ao apoio à participação de artistas portugueses em eventos e exposições internacionais, individuais e colectivas. 090. 091 Relatório Balanço e Contas 2007 Destacamos, entre os eventos internacionais, a participação de criadores nacionais nas bienais de arte de Istambul (Turquia) e de Lulea (Suécia) e nos fóruns ICAT (International Conference on Artificial Reality and Telexistence), em Esbjerg (Dinamarca), FILE (Festival Internacional de Linguagem Electrónica), em São Paulo, e NIME (New Interfaces for Musical Expression), em Nova Iorque. De salientar ainda a grande quantidade e diversidade de exposições de artistas portugueses em importantes instituições e espaços internacionais, como é o caso das exposições individuais de João Paulo Feliciano no Contemporary Art Center de Cincinnati, de Ricardo Gouveia (Rigo) no Museu de Arte Contemporânea do Rio de Janeiro, de Rui Chafes na Fundação Eva Klabin, também no Rio de Janeiro, de Hugo Canoilas no Frankfurter Kunsteverein, em Frankfurt, e, finalmente, a exposição retrospectiva sobre a obra do arquitecto Pancho Guedes no Swiss Architecture Museum, em Basileia. Das exposições colectivas, destacamos a participação do artista Sancho Silva no projecto internacional “Urban Interface/Oslo” e as exposições colectivas de artistas portugueses “Stream”, em Nova Iorque, e “Intro”, em Bruxelas. [334 000] Projectos de Criação Artística O Programa de Apoio a Projectos de Criação Artística promove a realização de projectos artísticos de longo fôlego, relevantes e coerentes no interior de percursos autorais. Vocacionado para o apoio à investigação artística, realizada individualmente ou em colaboração, este programa procura sintonizar-se com o tempo da criação. A natureza prospectiva e experimental desta linha de apoio tem encontrado um eco crescente junto dos criadores, tendo-se registado em 2007 um aumento muito significativo do número de candidaturas, o mais elevado desde a criação deste programa. Foram apreciadas 54 candidaturas, tendo sido financiados seis projectos que se demarcaram pela inovação, excelência e solidez, da autoria de Filipa Nunes Raposo, Inês Pais, João dos Santos, João Simões e Paulo José Miranda, Miguel Rondon e Regina Franck. Apoio à produção de exposições [331 550] Este programa subsidia a realização de exposições de arte contemporânea, individuais ou colectivas, e destina-se a artistas, curadores e promotores artísticos, dando assim resposta a um número significativo de solicitações. Tem como objectivos contribuir quer para a solidificação do tecido artístico, quer para a profissionalização do sector. Os apoios atribuídos em 2007, num total de 10 projectos, repartem-se por espaços e estruturas de diferentes zonas do país, nomeadamente em Lisboa, Sines, Coimbra, Guarda, Vila do Conde e Montemor-o-Novo. Nesse sentido, o programa promove igualmente a descentralização da oferta cultural e a sua diversificação. “Projectos de Desenvolvimento e Divulgação Artística” [3145 095] O programa “Projectos de Desenvolvimento e Divulgação Artística” actua ao nível das instituições e estruturas de ensino, produção e divulgação artísticos. Actua igualmente ao nível dos artistas Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Belas-Artes e investigadores, fomentando a constituição de documentação e a inventariação de obras e percursos artísticos, assim como a formação e divulgação dos artistas e das suas obras, nacional e internacionalmente. Em 2007, foram contemplados 14 projectos através de apoios repartidos pelas estruturas de formação artística como o Ar.Co (Almada), Maumaus (Lisboa) e pelas estruturas de produção e divulgação artística como as associações culturais Transforma AC (Torres Vedras) e Número – Arte e Cultura (Lisboa) e a plataforma digital NADA (Lisboa). Entre os subsídios atribuídos a investigadores e artistas individuais destacamos o apoio ao ensaísta e curador Sérgio Mah para o projecto “Objectiva: Base de Dados sobre a História da Fotografia em Portugal” e ao artista e teórico Pedro Paixão para o projecto editorial “A Disciplina sem Nome”, entre outros. [3359 764] Exposição “50 Anos de Arte Portuguesa” Comissariada por Raquel Henriques da Silva, coadjuvada por Ana Ruivo e Ana Filipa Candeias, a exposição “50 Anos de Arte Portuguesa” apresentou, entre 6 de Junho e 9 de Setembro de 2007, uma selecção de obras da colecção do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP), escolhidas em articulação com a documentação de arquivo do Serviço de Belas-Artes sobre os artistas apoiados, em subsídios e bolsas, pela Fundação, desde 1957 até à actualidade. O cruzamento das obras com a documentação permitiu ao público percorrer o processo criativo dos artistas: dos relatórios de trabalho – alguns deles objectos artísticos com plena autonomia – às obras finais. Com mais de uma centena de artistas portugueses aí representados, a exposição celebrou o contributo da Fundação no campo das artes ao longo dos seus cinquenta anos de existência. A exposição, apresentada nas galerias de exposições temporárias da sede, alargou-se a outros espaços do edifício e jardim, integrando também, através de documentação, as obras de artistas concebidas especialmente para a sede da Fundação. Um desses espaços foi o bar do Museu Calouste Gulbenkian que voltou a apresentar, durante o período de abertura da exposição, o conjunto de pinturas encomendadas em 1968 para a sua decoração interior. Finalmente, a exposição foi acompanhada por um vasto programa cultural, em múltiplas vertentes, envolvendo visitas guiadas, mesas-redondas, um ciclo de vídeo documental sobre artistas e a realização de um curso livre sobre a arte portuguesa nos últimos cinquenta anos. Na ocasião, foi publicado um jornal da exposição bilingue português-inglês. No âmbito da exposição “50 Anos de Arte Portuguesa” foi editado um catálogo, com edição em português e inglês, profusamente ilustrado, contendo os ensaios e os textos resultantes da investigação realizada pelas comissárias, no arquivo do Serviço de Belas-Artes, nomeadamente, sobre a documentação dos processos de bolsas e subsídios, em articulação com as obras de arte seleccionadas para a exposição, pertencentes à colecção do CAMJAP, abrindo-as a novas abordagens e leituras. 092.093 092. Relatório Balanço e Contas 2007 Estudos de arte, arqueologia e património [386 097] História da arte e arqueologia História da arte Na sequência do projecto de investigação coordenado por Alexandra Gago da Câmara, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, este Serviço iniciou a preparação da reedição do volume do Corpus da Azulejaria em Portugal dedicado ao azulejo do século XVIII, que terá a supervisão da citada investigadora e deverá estar concluído em meados de 2008, de forma a permitir a sua publicação em 2009. Esta publicação concluirá o projecto de reedição do Corpus, iniciado com o volume dedicado ao azulejo dos séculos XV e XVI e continuado com os dois tomos relativos ao azulejo do século XVII. Entre as realizações apoiadas pelo Serviço no corrente ano, destaca-se a exposição comissariada por José António Falcão, do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, intitulada “No Caminho sob as Estrelas – Santiago e a Peregrinação a Compostela”, apresentada em Santiago do Cacém, entre Julho e Outubro de 2007, reunindo um notável conjunto de mais de 120 peças, do século IX aos nossos dias. Outra exposição que mereceu a nossa atenção foi a realizada em Julho de 2007 pelo Museu Nacional do Azulejo, comemorando o Centenário do Nascimento de João dos Santos Simões e o seu notável trabalho em prol do estudo da azulejaria portuguesa, iniciativa a que nos associámos também com um breve texto de homenagem ao saudoso investigador, que integrou o respectivo catálogo. O Serviço continuou a sua prática de apoio a reuniões científicas relevantes, casos do I Ciclo de Conferências para o Estudo dos Bens Culturais da Igreja, organizado pelo Patriarcado de Lisboa em Abril de 2007, e subordinado ao tema “Formas de Religiosidade e Sacralidade nas Artes Decorativas Portuguesas”, e do colóquio internacional “Criação e Constrangimento. Olhares Cruzados sobre o Poder em Trânsito”, iniciativa coordenada por Joana Cunha Leal do Instituto de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa, que teve lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas desta universidade, em Setembro de 2007. Foi ainda concedido, pela última vez, um subsídio para possibilitar a participação de Rui Oliveira Lopes, mestre e doutorando pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, trabalhando sobre o tema “Em Torno da Miscigenação da Arte Cristã na Ásia (1500-1800)”, no fórum “Corporealities: Art, Transgression and the Body Research”, na Tate Liverpool, onde proferiu uma conferência tendo como tema “Body Language and Narrative on Renaissance Painting in Portugal”, em Março de 2007. Arqueologia Foram concedidos subsídios para a realização de trabalhos de campo e de investigação, levados a cabo por arqueólogos, investigadores e instituições especializadas nacionais, incluindo a prossecução do apoio ao projecto “Villa Romana do Rabaçal”, desenvolvido pela Associação de Amigos da Villa Romana do Rabaçal, presidida por Miguel Pessoa; um subsídio a Ana Margarida Arruda, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para uma intervenção de investigação na estação arqueológica romana de Monte Molião, em Lagos; um apoio a Victor dos Santos Gonçalves, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, para a continuação do projecto de investigação sobre as placas de xisto do megalitismo no Alentejo, “Placa Nostra”, este ano centrado Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Belas-Artes no registo das placas gravadas do monumento da Pedra Branca, em Melides; a Ana Maria Gonçalves Ávila de Melo para o projecto “Alguns Aspectos da Metalurgia da Idade do Bronze do Castro de Pragança, Cadaval”; a Miguel Lago, ERA Arqueologia, para a “Investigação e Preparação da Monografia dos Sepulcros 1 e 2 da Necrópole dos Perdigões”, Reguengos de Monsaraz; e, finalmente, um apoio a Rosa Varela Gomes para uma intervenção arqueológica no Ribat da Arrifana, na Ponta da Atalaia, Aljezur. Foram igualmente concedidos, pela última vez, dois subsídios para possibilitar a participação de Ana Maria Caixado Novo da Costa na 35th Annual Conference on Computer Applications and Quantitative Methods in Archaeology: Layers of Perception – CAA 2007, em Berlim, de 2 a 6 de Abril de 2007, onde apresentou uma comunicação intitulada “Developing a Geoarchaeological GIS: Settlement Patterns and Quaternary Landscapes in the Ponte de Sor territory (Portugal)”, e de José d’Encarnação, professor catedrático da Universidade de Coimbra, na VII Mesa-Redonda sobre a Lusitânia Romana, que teve como tema “La naissance de la Lusitanie romaine (1er S. av.-1er S, ap. J.C.)”, na qual apresentou a comunicação “Aspectos da aculturação onomástica nos primórdios da Lusitânia”. Apoio a edições em arqueologia, história da arte e património Do universo de candidaturas a concurso, houve seis que mereceram a proposta de deferimento do pedido formulado, a saber: a do Museu Municipal de Coruche, para a edição da obra Subsídios para a História da Fundição Sineira em Portugal – Estudos em Torno do Sino Medieval da Igreja de S. Pedro de Coruche, projecto de Luís Carlos Pereira Sebastian; o estudo Depósitos de Bronze do Território Português: Um Debate em Aberto, de Raquel Vilaça, do Instituto de Arqueologia da Universidade de Coimbra; um último apoio à edição do Journal of Iberian Archaeology, vols. 9-10, iniciativa de divulgação da arqueologia portuguesa em língua inglesa, promovida por Vítor de Oliveira Jorge, da ADECAP; o projecto da Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luís Pinto de Mesquita Carvalho, de edição de um estudo sobre o quadro Visão de Tondale, atribuído a Jerónimo Bosch; a da Imprensa da Universidade de Coimbra, para a edição da obra O Processo SAAL e a Arquitectura no 25 de Abril de 1974 de José António Oliveira Bandeirinha; e Ana Margarida Arruda, da Faculdade de Letras de Lisboa, para a publicação dos textos de uma mesa-redonda realizada no âmbito do 6.º Congresso Internacional de Estudos Fenícios e Púnicos, que teve lugar em Lisboa em 2005 com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. [352 851] Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização do Património Teve lugar em Maio de 2007 a reunião do Júri para a atribuição do primeiro Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização do Património, Júri que integrou: Dalila Rodrigues, doutorada em História da Arte, especialista em pintura portuguesa do Renascimento e então directora do Museu Nacional de Arte Antiga; António Ressano Garcia Lamas, professor catedrático do Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa; José Pedro Martins Barata, professor catedrático jubilado do Instituto Superior Técnico, Universidade Técnica de Lisboa; José Sarmento de Matos, olisipógrafo; e o director do Serviço de Belas-Artes desta Fundação, Manuel da Costa Cabral, que presidiu ao Júri. 094.095 094. Relatório Balanço e Contas 2007 Orlando Teixeira Entrega do primeiro Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização do Património: a condessa de Vilalva, o premiado, Vasco de Melo, presidente da Associação Cultural da Casa de Sabugosa e São Lourenço, e Teresa Gouveia. Os membros do Júri analisaram detalhadamente as 22 candidaturas oportunamente apresentadas, tendo proposto a concessão do primeiro Prémio Vasco Vilalva para a Recuperação e Valorização do Património, relativo ao ano de 2007, no montante de € 50 000, ao projecto de “Tratamento e Divulgação da Biblioteca da Casa Sabugosa e São Lourenço”, em Lisboa, apresentado pelo presidente da Associação Cultural da Casa de Sabugosa e São Lourenço, Vasco de Melo. Os membros do Júri propuseram ainda duas referências honrosas a dois projectos que, embora não tenham sido premiados, foram considerados como os mais relevantes entre o restante conjunto de propostas a concurso: o “Projecto de Inventariação, Salvaguarda, Restauro e Divulgação do Património Cultural Religioso no Baixo Alentejo”, do Departamento de Património Histórico da Diocese de Beja, e o “Projecto de Restauro da Capela da Misericórdia de Arouca”, da Santa Casa da Misericórdia de Arouca. Teatro O Sector de Teatro manteve o apoio aos encenadores em início de profissionalização, à investigação teatral e à consolidação de estruturas teatrais. Este conjunto de linhas programáticas permitiu, mais uma vez, optimizar a sua vocação distributiva. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Belas-Artes [337 145] Programa de Apoio a Novos Encenadores Este programa continua a demonstrar a sua eficácia na promoção da carreira de jovens criadores, contribuindo, ainda, para o reforço da vertente experimental da cena teatral portuguesa. Este ano foram subsidiados nove encenadores, entre os quais: Sofia Cabrita, Hugo Caroça, Vvoitek Ziemilski e David Pereira Bastos, em começo de carreira e com trabalhos assinaláveis. Lígia Soares concluiu o ciclo de apoios atribuídos, no quadro deste programa, com o projecto “A Minha Especificidade”. [318 600] Investigação na área teatral Destinado fundamentalmente a projectos com acentuada vertente experimental que se proponham preencher lacunas existentes no quadro da criação teatral portuguesa, este programa contemplou quatro acções de investigação. Destaca-se o apoio atribuído a Lúcia Sigalho, responsável pela companhia de teatro Sensurround, com o projecto “Transfigurada”, da sua autoria, uma co-produção luso-brasileira. De salientar, ainda, o subsídio concedido à Exquorom – projecto de promoção artística que cruza a criação contemporânea com o património cultural do Alentejo. Ricardo Velez Vila Aniñando, encenação de Sofia Cabrita. Programa de Apoio a Novos Encenadores. 096.097 096. Relatório Balanço e Contas 2007 Consolidação de Estruturas Teatrais [382 620] O programa “Consolidação de Estruturas Teatrais” representa a linha distributiva de maior impacto financeiro, ao corresponder a necessidades que dificilmente encontram eco noutras instituições de apoio. Enquadra um conjunto amplo de solicitações, particularmente de ordem técnica e logística, cuja resposta permite uma efectiva diferença no percurso artístico da estrutura. Através deste programa é possível viabilizar a inovação inerente às especificidades da acção artística das várias estruturas teatrais. Foram subsidiadas quatro estruturas, a saber: Encerrado para Obras, de Coimbra, Acert, de Tondela, e As Boas Raparigas e Circolando, do Porto. Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa Prosseguiu, ainda, a elaboração de uma monografia intitulada “Estudo da Intervenção da Fundação Calouste Gulbenkian no Teatro em Portugal”, subsidiada pelo Serviço, da autoria de Maria Helena Serôdio e Maria João Brilhante. Cinema [385 925] Subsídios O Serviço prosseguiu, em 2007, o apoio a projectos inovadores e de carácter experimental no campo da realização cinematográfica, em particular na área do documentário, contribuindo também de forma significativa para a divulgação do cinema português e para a concretização de acções de formação e especialização nos mesmos domínios. Assim, foram atribuídos subsídios à Midas Filmes para a divulgação das obras do cineasta Pedro Costa e da artista plástica Joana Vasconcelos, à produtora Rumo do Fumo para a produção do filme Curso de Silêncio, de Vera Mantero e Miguel Gonçalves Mendes, e a Rita Azevedo Gomes para a realização de um filme baseado num conto de Stefan Zweig. Em parceria com o ICAM e a Câmara Municipal de Serpa, a Fundação apoiou a Apordoc – Associação pelo Documentário, responsável pela realização do seminário internacional “Docs Kingdom” que teve lugar na cidade de Serpa no mês de Junho. Foi igualmente apoiada a edição de um número especial da revista de cinema docs.pt, dedicado integralmente à relação entre as artes e o cinema documental. A Cooperativa Monomito recebeu um apoio destinado à organização de um workshop internacional de escrita de argumento que decorreu no Convento da Arrábida e a Associação de Imagem, Cinema e Televisão, representante em Portugal da Fundação “The One Minutes”, foi apoiada para a realização, no CAMJAP, de um workshop de cinema experimental, no âmbito do qual foram produzidos e apresentados 20 filmes de um minuto. A jovem cineasta Joana Pimentel beneficiou de um subsídio de viagem que lhe permitiu deslocar-se a Singapura, a fim de apresentar o seu filme Paredes-meias no Next Reel International Film Festival, organizado pela Tisch School of the Arts da Universidade de Nova Iorque. A Fundação concedeu um subsídio à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, como comparticipação nos encargos com a edição videográfica dos 12 filmes Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Belas-Artes que integraram o projecto “Vídeos de Arte”, totalmente financiado pela Fundação. Estes filmes, da autoria de alunos de cinema da referida faculdade, distinguiram-se pela qualidade artística e pelo seu carácter experimental e constituem um importante registo da obra de alguns artistas plásticos portugueses que expuseram os seus trabalhos no CAMJAP, bem como sobre as obras dos especialistas Mário Novaes e Robert Chester Smith, também reveladas publicamente através de exposições organizadas pelo Serviço de Belas-Artes. Por último, destaca-se o reforço do subsídio concedido em 2006 a Maria João Guardão para permitir Bolsa de estudo de residência artística na Künstlerhaus Bethanien, Berlim. Imagem retirada do filme B7, de Maria João Guardão. a conclusão do documentário, intitulado B7, que seguiu a actividade desenvolvida pelos sete primeiros artistas plásticos portugueses beneficiários da Bolsa João Hogan, no âmbito das residências artísticas que realizaram na Künstlerhaus Bethanien, em Berlim. Este documentário permitiu avaliar o papel desempenhado pela atribuição anual da mencionada bolsa para a afirmação e divulgação da arte portuguesa nos circuitos nacionais e internacionais, designadamente na Alemanha. O filme foi apresentado na Fundação em sessão pública, no final do ano. [332 444] Ciclo de cinema “Como o Cinema Era Belo – 50 Filmes Inesquecíveis” No âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação e em colaboração com a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, decorreu até 18 de Fevereiro de 2007 o ciclo de cinema “Como o Cinema Era Belo – 50 Filmes Inesquecíveis”, numa escolha de João Bénard da Costa, iniciado no ano anterior. Nas 29 sessões que tiveram lugar em 2007 foram apresentados filmes de grandes realizadores, como Jean Renoir, Frank Capra, Ingmar Bergman, Roberto Rossellini, Federico Fellini, Luchino Visconti e S. M. Eisenstein, entre outros. O filme The New World concluiu este ciclo e foi aplaudido pelo público numa expressão de apreço por esta iniciativa que permitiu o regresso do cinema ao grande écrã. O catálogo do ciclo teve um excelente acolhimento, estando presentemente esgotado. [344 141] Colóquio e ciclo de cinema “Anos Gulbenkian” Igualmente integrado nos eventos comemorativos do cinquentenário da Fundação e em parceria com a Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, foi realizado um ciclo de cinema português 098.099 098. Relatório Balanço e Contas 2007 que integrou os primeiros filmes apoiados pela Fundação na sequência da assinatura do protocolo que permitiu a criação do Centro Português de Cinema, em 1971. Este ciclo foi acompanhado por um colóquio, em que participaram cineastas, críticos e historiadores, tendo sido destacada a acção da Fundação para a renovação da produção cinematográfica portuguesa. Na mesma ocasião, foi editado um livro, da autoria de João Bénard da Costa, intitulado Cinema Português: Anos Gulbenkian, dedicado à intervenção da Fundação para o relançamento do cinema português. Bolsas de estudo A atribuição de bolsas de estudo nas diversas áreas da competência do Serviço de Belas-Artes teve início em 1957 e tem-se mantido como forma de intervenção de grande importância para o apoio à criação artística, à investigação, ao aprofundamento e reflexão teórica e à valorização e actualização profissionais. A programação destas bolsas, concedidas por concurso anual, tem acompanhado a evolução do meio artístico do País, atendendo às carências e prioridades em cada área de especialização e à existência de outras formas de apoio à disposição dos interessados. Nos últimos dez anos, têm vindo também a ser concedidas bolsas para residências artísticas, destinadas a estágios em academias ou centros artísticos de reconhecido prestígio internacional, o que tem contribuído para o desenvolvimento de projectos inovadores em áreas de vanguarda e para a divulgação da obra de jovens artistas portugueses no estrangeiro, possibilitando a sua entrada nos circuitos de arte internacionais. Cinema Português: Anos Gulbenkian, de João Bénard da Costa. Os encargos incorridos com esta actividade contemplam não só o valor das atribuições de bolsas de estudo, como também a comparticipação de outras entidades nessas concessões e os encargos decorrentes dos concursos. Em 2007, o Serviço de Belas-Artes concedeu as seguintes bolsas de estudo: Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Belas-Artes [3365 228] Bolsas de estudo de especialização e valorização profissional O concurso relativo ao ano lectivo de 2007-2008 contemplou as áreas de artes visuais, gestão das artes e curadoria, arquitectura e urbanismo, design e cinema (sem a vertente de realização). Foram aceites a concurso 167 candidatos, cujas propostas foram apreciadas pelo Júri constituído para o efeito. As bolsas concedidas cobriram todas as áreas a concurso e distinguiram projectos originais e inovadores visando campos de especialização mais carenciados de estudo, muitos dos quais a cumprir em instituições de mérito e qualidade, com competências pedagógicas e programáticas adequadas à natureza das propostas apresentadas. Os gráficos que se seguem registam a distribuição das 24 bolsas atribuídas em 2007, por especialidades e por países: Países Especialidades 7 EUA 3 Design 3 Gestão das artes e curadoria 5 Arquitectura e urbanismo 2 Índia 7 Artes visuais 2 Suécia 6 Cinema 1 Alemanha 1 França 1 Itália 1 Suíça 9 Reino Unido As sete bolsas para os Estados Unidos da América foram concedidas no âmbito do protocolo estabelecido em 1987 com a FLAD, cabendo às duas fundações a análise dos pedidos, a sua selecção e os encargos com a respectiva atribuição. [3119 531] Prorrogação de bolsas de especialização e valorização profissional Ao abrigo das normas regulamentares em vigor e tendo em conta o excelente resultado dos bolseiros, confirmado por pareceres dos respectivos orientadores, foram prorrogadas, durante o ano de 2007, 13 bolsas de especialização, a fim de permitir o prosseguimento ou a conclusão dos estudos iniciados com o nosso apoio. As prorrogações de bolsas nos Estados Unidos da América, em número de seis, foram efectuadas igualmente em colaboração com a FLAD. [360 813] Bolsas Exemplares/Residências Artísticas Bolsa Ernesto de Sousa – 15.ª edição Esta bolsa é de iniciativa conjunta da Experimental Intermedia Foundation de Nova Iorque, da FLAD e da Fundação Calouste Gulbenkian e foi instituída em homenagem ao artista Ernesto de Sousa, pioneiro na área da arte experimental multimédia. O vencedor da 15.ª edição será conhecido no início de Janeiro de 2008, após a reunião do Júri que integrará as comemorações 100.101 100. Relatório Balanço e Contas 2007 João Silveira Ramos Grandes Sinais, encenação de Rita Calçada Bastos. Programa de Apoio a Novos Encenadores. dos “15 Anos da Bolsa Ernesto de Sousa”, comemorações que terão lugar no Espaço Avenida, com a apresentação de trabalhos dos artistas que beneficiaram da bolsa ao longo dos anos da sua existência e com o lançamento de um livro e de um site sobre a mesma. Estas comemorações, coordenadas pela produtora cultural Isabel Alves, viúva de Ernesto de Sousa, serão apoiadas pelas fundações que têm vindo a patrocinar a bolsa. Bolsa João Hogan – 9.ª edição Desde 1999, a Fundação concede anualmente uma bolsa de estudo de 12 meses para a realização de uma residência artística na Künstlerhaus Bethanien, em Berlim. Esta bolsa, criada a partir do Legado João Hogan e em sua homenagem, tem obtido um sucesso assinalável, permitindo o desenvolvimento do trabalho de jovens artistas portugueses, cujas carreiras profissionais atingiram já uma assinalável divulgação internacional. O artista contemplado em 2007, no âmbito do protocolo com a referida instituição berlinense, foi Daniel Barroca. Bolsa Casa de Velázquez – 3.ª edição Criada em 2005, esta bolsa destina-se à realização de um estágio de criação artística, com a duração de seis meses, em Madrid, na Casa de Velázquez. Num total de 21 candidaturas, Ramiro Guerreiro foi o artista seleccionado, por unanimidade, pelo potencial e qualidade do trabalho apresentado e por o Júri ter considerado que esta residência, num contexto estimulante, seria decisiva para o desenvolvimento da sua obra. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Belas-Artes Pedro Barateiro, Mapa Psicogeográfico I/ Phycogeographical Map I, 2006, impressão fotográfica, 220 x 183 cm. Cortesia do artista e Galeria Pedro Cera. Exposição “Intro”, Bruxelas, 2007. Programa “Acordo Tripartido”. Bolsas para Residências Artísticas em Nova Iorque – 3.ª edição Em colaboração com a FLAD, prosseguiu o acordo com duas instituições norte-americanas de grande prestígio internacional no domínio das artes visuais – o ISCP, International Studio and Curatorial Program, e o Location One, ambas em Nova Iorque. O objectivo destas bolsas de residência, a cumprir nos referidos centros artísticos, é permitir que jovens artistas possam desenvolver projectos inovadores e experimentais e divulgar o seu trabalho, entrando nos circuitos artísticos internacionais. Em 2007, Pedro Barateiro foi o vencedor da bolsa para a primeira instituição citada e Mafalda Santos para a segunda. Os estágios têm a duração de seis meses e deverão proporcionar aos artistas seleccionados a oportunidade de desenvolver os projectos específicos que apresentaram a concurso e de os apresentar publicamente, desenvolvendo as potencialidades que os júris lhes reconheceram. 102.103 102. Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Educação Conferência internacional “Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade”, 19 e 20 de Novembro de 2007. Serviço de Educação e Bolsas Valores em euros Encargos com pessoal 1 030 938 Despesas de funcionamento 247 799 Subsídios e bolsas 3 554 806 Iniciativas próprias 1 238 669 Total 6 072 212 813 535 Receitas Objectivos programáticos e critérios de intervenção No ano de 2007, o Serviço de Educação e Bolsas prosseguiu a sua actividade através da concessão de subsídios e bolsas que apoiaram programas, projectos e acções educativas e por meio de algumas actividades próprias de que sobressaem, pela sua dimensão e importância, o Plano de Edições e a realização de uma conferência internacional sobre um tema educativo de actualidade. O Serviço de Educação e Bolsas tem por missão contribuir para o desenvolvimento educativo e para o debate sobre o desenvolvimento da educação quer no quadro escolar, quer no âmbito extra-escolar. Merecem especial atenção os projectos e actividades que privilegiam a formação ao longo da vida, o uso de novas tecnologias de informação na educação, a aquisição de novas aptidões e novos conhecimentos que tornem mais efectivo o sistema de educação/formação, o desenvolvimento das áreas básicas da formação e todas as actividades que contribuam para o desenvolvimento integral da criança, do jovem e do adulto, do ponto de vista emocional, cognitivo e sociocultural. 106.107 Relatório Balanço e Contas 2007 Subsídios Relativamente à actividade de distribuição, o Serviço concentrou a sua intervenção nas seguintes áreas: › reforço do ensino especial; › capacitação da educação pré-escolar e básica; › desenvolvimento do ensino secundário e profissionalizante; › promoção do ensino superior; › promoção das actividades culturais e científicas de jovens; › desenvolvimento de múltiplos projectos culturais; › pesquisa educativa no País; › intervenção em língua portuguesa e no ensino da matemática e da física. O apoio a projectos no âmbito de todos estes programas orientou-se por critérios de qualidade, pertinência, rigor e eficácia, quer no que respeita à selecção das propostas que foram submetidas ao Serviço, quer relativamente a projectos e acções conduzidos por terceiros, mas cuja iniciativa foi estimulada pelo Serviço numa lógica proactiva. O Programa de Promoção do Ensino Especial tem em vista o apoio a instituições que têm como finalidade a educação de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, tendo sido concedidos subsídios destinados à aquisição de equipamento educativo específico, à realização de acções de formação e à organização de diversas iniciativas visando a integração social e educativa dos referidos jovens e crianças. O Programa de Apoio à Educação Pré-Escolar e Básica tem como objectivos essenciais: › contribuir para atenuar as carências relativas à falta de equipamento elementar; › fomentar o gosto pelo livro e pela leitura; › favorecer diversos modelos de intervenção educativa. O Programa de Apoio ao Ensino Secundário e Profissionalizante centra-se essencialmente no reequipamento e actualização das bibliotecas/centros de recursos, atenta a enorme importância do livro e da leitura quer em termos estritamente escolares, quer em termos de desenvolvimento cultural. O Serviço apoia, também, a modernização e informatização das escolas deste nível educativo e o seu apetrechamento laboratorial e de multimédia, bem como acções de formação de professores. O Programa de Apoio ao Ensino Superior visa, principalmente, contribuir para a melhoria da qualidade deste subsistema de ensino desdobrando-se a acção do Serviço em domínios como o da aquisição de equipamento didáctico e laboratorial, a aquisição de bibliografias especializadas, o tratamento e modernização de bibliotecas e arquivos, o patrocínio de publicações, o apoio a cursos de mestrado e doutoramento e à realização de estudos e, ainda, a reuniões científico-pedagógicas. O Programa de Actividades Culturais e Científicas de Jovens dirige-se, especialmente, aos que frequentam o ensino superior, principalmente através do apoio a actividades e iniciativas promovidas e realizadas pelos próprios estudantes nos domínios artístico e científico. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas O Programa de Apoio a Outros Projectos Culturais procura contemplar a vertente cultural do processo educativo, tanto a nível da criança como do adulto, tendo sido concedidos apoios a instituições públicas e privadas que promoveram iniciativas de reconhecido interesse para a conservação e renovação dos valores da cultura portuguesa. O Programa de Intervenção em Língua Portuguesa visa estimular o aparecimento de instrumentos técnico-científicos de qualidade e actuar na área prioritária do ensino da língua através do desenvolvimento de projectos plurianuais, de natureza experimental, que promovam a melhoria desse ensino, em articulação com o Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa. Bolsas de estudo Esta actividade do Serviço tem tido como objectivo essencial o aumento da qualificação académica e profissional de especialistas de alto nível – tendo subsidiado e prestado apoio significativo a actividades de pós-graduação, seja na realização de estágios em centros estrangeiros, seja na internacionalização da cultura e ciência portuguesas, pelo contributo à participação de cientistas e académicos em congressos e reuniões prestigiados. Esta actividade exerce-se através da atribuição de bolsas de estudo e de subsídios que visam a formação, actualização e aperfeiçoamento de cientistas e profissionais qualificados. Adicionalmente, são atribuídas bolsas a alunos dos ensinos secundário e superior, seleccionados de acordo com critérios que têm em conta a situação económica e as classificações académicas dos candidatos. No âmbito desta actividade de formação de recursos humanos de qualidade, que se traduz na atribuição de bolsas de estudo, destacam-se: › Bolsas de estudo de longa duração para licenciados que visam obter o grau de doutor, para actividades de pós-doutoramento e para outras actividades de investigação conduzidas por professores universitários ou investigadores e que abarcam projectos que se realizam em centros estrangeiros de reconhecida qualidade, com duração superior a três meses. › Bolsas de estudo de curta duração e subsídios de viagem para candidatos com uma habilitação académica mínima ao nível da licenciatura que contemplam: · bolsas com duração de um a três meses para pós-graduação no estrangeiro, com o objectivo de responder à necessidade de realização de trabalhos laboratoriais, de pesquisas bibliográficas, redacções de teses e artigos e aprendizagem de novas técnicas e metodologias quer por doutorandos, quer por investigadores seniores; · subsídios para participação no estrangeiro em congressos internacionais, reuniões científicas e estágios curtos (até um mês) e que se têm revelado de interesse para a comunidade académica e científica. › Bolsas de estudo para estudantes dos ensinos secundário e superior que visam o apoio ao prosseguimento de estudos e que se regem por critérios de qualidade académica, completados com factores que se reportam à situação económica dos respectivos agregados familiares. 108.109 108. Relatório Balanço e Contas 2007 Para a prossecução destes objectivos, mantiveram-se em vigor os protocolos com a Universidade da Madeira, a Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, a Fundação Rotária Portuguesa, a Casa do Concelho de Tomar em Lisboa e a Universidade dos Açores. De destacar, também, o protocolo estabelecido entre o Governo Regional dos Açores e o Serviço de Educação e Bolsas, com o objectivo de apoiar os estudantes oriundos de agregados familiares de escassos rendimentos. › Bolsas de estudo a novos programas de doutoramento – O Serviço de Educação e Bolsas tem vindo também, no âmbito do estímulo ao aparecimento de novos programas de doutoramento realizados por universidades portuguesas, a conceder, através das instituições portuguesas, bolsas de estudo que permitam aos estudantes destes programas passar períodos de estudo em instituições científicas estrangeiras. Iniciativas próprias › O Plano de Edições, pela sua importância e dimensão, assume uma especial relevância no contexto das actividades próprias. Através deste programa o Serviço de Educação e Bolsas prossegue a actividade editorial para que está vocacionado, isto é, edita, vende e oferece livros de qualidade, quer originais de autores portugueses quer traduções, que se destinam essencialmente a estudantes, professores e investigadores, a preços muito acessíveis e sem qualquer margem de lucro. Nas suas diversas séries – Manuais Universitários, Textos Clássicos, Cultura Portuguesa, Descobrimentos e Ciência Moderna, Textos de Educação, Guia de Portugal, Temas Actuais e Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas –, o Plano de Edições tem publicado obras de alto valor e significado, com um mesmo objectivo: atingir aqueles sectores onde seja mais flagrante a necessidade de apoio ou incentivo; colocar ao alcance do público lusófono livros que marquem momentos decisivos dos vários sectores da civilização; documentar o que somos e temos sido no campo das artes, da reflexão e do saber; participar na celebração dos Descobrimentos da maneira mais adequada à natureza de uma instituição de cultura; contribuir para a valorização do sector educativo; publicar temas da actualidade e outros que, pelo seu valor, justifiquem a publicação. › A realização da conferência internacional de periodicidade anual sobre um tema de educação é, igualmente, uma iniciativa directa do Serviço. Em 2007, esta conferência subordinou-se ao tema “Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade” e teve como comissário Manuel Villaverde Cabral. › O projecto plurianual “Arte e Cultura na Escola”, iniciado em 2003, destina-se a caracterizar e analisar diferentes obras de arte que possam ser usadas, de forma transversal no conjunto das disciplinas do 3.º ciclo do ensino básico, no âmbito do processo de aprendizagem dos alunos deste nível educativo, de forma a potenciar uma forte relação entre o ensino, a cultura e a arte. › O programa “Reinserção pela Arte”, promovido em colaboração com o Instituto de Reinserção Social (IRS), do Ministério da Justiça, é um projecto-piloto, de natureza experimental, que se destina a explorar a criatividade e expressão artística dos jovens em risco de exclusão social dos centros educativos do IRS, que revelam manifestas dificuldades de aprendizagem. Este programa tem como objectivos principais contribuir para o combate ao insucesso escolar, de jovens em situação social de risco; promover o contacto com as diversas formas de expressão artística, sensibilizando esses jovens Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas para outros domínios estéticos; favorecer a descoberta de novas aptidões e competências nos jovens, promovendo a sua auto-estima e perspectivando saídas profissionais alternativas; e contribuir para a inserção social dos jovens e combater a sua estigmatização, através da divulgação das suas capacidades artísticas. Lista dos principais subsídios e bolsas concedidos e iniciativas próprias realizadas Subsídios O valor global despendido com os subsídios concedidos em 2007 pelo Serviço de Educação e Bolsas, em todos os seus programas, foi de [34 043 473] No Programa de Apoio ao Ensino Especial concederam-se 12 subsídios, sendo de realçar os seguintes: aquisição de equipamento específico destinado ao ensino especial do Centro Helen Keller; aquisição de equipamento especial para deficientes visuais e motores, com vista à utilização da biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa; constituição de um espaço SNOEZELEN no Agrupamento Vertical de São Lourenço, em Ermesinde; criação de uma biblioteca adequada aos alunos surdos-mudos do Instituto de Surdos-Mudos da Imaculada Conceição; apoio ao projecto “Autismo de Mão Dada – Escola de Pais”, gerido pela Associação Portuguesa de Perturbações do Desenvolvimento e Autismo de Lisboa; e apoio ao VIII Encontro de Teatro e Dança Especial realizado pela APPACDM de Setúbal. Níveis do sistema educativo 2007 1000 900 800 700 600 500 400 300 200 100 0 Pré-Escolar/Básico Secundário/Profissionalizante � N.º de subsídios Superior � Verbas (em milhares de euros) Outros projectos 2007 300 250 200 150 100 50 0 Ensino Especial Act. Cult. e Cient. Jov. � N.º de subsídios Outros Projectos Culturais � Verbas (em milhares de euros) O valor global de subsídios atribuídos no âmbito deste programa foi de [362 444] No Programa de Apoio à Educação Pré-Escolar e Básica são de salientar duas vertentes: o apoio a projectos de iniciativa própria da Fundação, mas desempenhados por entidades externas, e os subsídios concedidos a solicitações e iniciativas formuladas do exterior. Tendo em consideração os critérios e objectivos definidos para a intervenção do Serviço neste domínio, foi possível contemplar 23 actividades destinadas a: a) Aquisição de material lúdico e didáctico para centros de acolhimento infantil e centros de Actividades de Tempos Livres (ATL) para crianças em idade escolar, dependentes de instituições 110.111 110. Relatório Balanço e Contas 2007 particulares de solidariedade social. Grande parte destes subsídios contemplou instituições situadas em zonas desfavorecidas e do Interior, com horários extensivos de assistência pedagógica e socioeducativa. b) Apoio a projectos de carácter inovador, ligados à formação de profissionais, à experimentação pedagógica e à prática de programas específicos de intervenção no âmbito da educação formal e não formal (educação pré-escolar itinerante, centros lúdico-criativos em espaços comunitários, etc.). No ensino básico, os subsídios concedidos distribuíram-se do seguinte modo: a) Apoio à criação e actualização de espaços de leitura, centros de recursos, ludotecas e mediatecas de escolas oficiais dos três ciclos da escolaridade básica. b) Aquisição de equipamento e material didáctico para instituições com programas de relevante interesse pedagógico e cultural. Incluem-se neste sector os apoios à criação de ludotecas, centros de criatividade, ATL e projectos bem enquadrados a nível comunitário. c) Projectos e experiências pedagógicas de carácter inovador, ou de reconhecida utilidade, como é o caso do ensino recorrente. Incluem-se neste campo as preocupações no que se refere à formação de técnicos profissionais de educação, bem como a organização de estágios, cursos, seminários, animações pedagógicas, etc. De destacar, no âmbito do Programa Educação Pré-Escolar e Básica, dois projectos apoiados pelo Serviço, atendendo à sua especificidade, dimensão e objectivos: › projecto “Métodos de Aprendizagem Experimental em Ciências”, desenvolvido pela Carlucci American International School Lisbon, em colaboração com a Fundação Calouste Gulbenkian, que prosseguiu a sua actividade em 2007; Encontro “THEKA – Projecto Gulbenkian de Formação de Professores para o Desenvolvimento de Bibliotecas Escolares” – Figueira da Foz, 17 e 18 de Março de 2007. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas › projecto “A PAR”, com uma duração de três anos, que pretende potenciar a função parental e dos cuidadores na educação das crianças nos primeiros anos de vida, reconhecendo que os pais e cuidadores são os mais importantes educadores das crianças tendo como objectivos principais: a) contribuir para a saúde, o bem-estar, a criatividade e o desenvolvimento das comunidades, promovendo a educação destas em conjunto com a das suas crianças; b) contribuir para o desenvolvimento integral e a melhoria educacional das crianças, desde o seu nascimento. Para além das acções referenciadas neste programa, têm que se mencionar outros três projectos nele englobados – o projecto “Gulbenkian R3 – Reforçar a Rede de Recursos Educativos Locais”, o “THEKA – Projecto Gulbenkian de Formação de Professores Responsáveis pelo Desenvolvimento de Bibliotecas Escolares”, e o projecto “O Que Se Sabe, o Que Se Diz e o Que Se Faz no Ensino da Matemática”. O projecto “Gulbenkian R3”, realizado nos estabelecimentos de ensino pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, no concelho de Grândola – Agrupamento Horizontal de Escolas de Grândola –, e conduzido por uma equipa de consultores da Fundação, iniciou-se em 2003 e concluiu-se no corrente ano. O seu objectivo é o de melhorar integradamente a qualidade educativa em todas as vertentes da actividade daquelas instituições incidindo, designadamente, na formação de docentes, na melhoria da gestão, no apetrechamento em material bibliográfico e lúdico-didáctico e no reforço da relação com a comunidade. Durante o ano de 2007, prosseguiram as actividades com os professores e alunos do agrupamento e procedeu-se ao trabalho de conclusão da publicação em livro das experiências desencadeadas na área da formação durante a execução do projecto. Desenvolveu-se, ainda, uma iniciativa designada “A Escola Que Eu Gostaria de Ter”, destinada a recolher depoimentos sobre o projecto. O projecto “THEKA” visa a formação de docentes responsáveis pela criação, organização e dinamização de bibliotecas escolares/centros de recursos educativos em estabelecimentos de educação pré-escolar e do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, através da frequência de cursos anuais realizados em diferentes regiões do País. Em Junho de 2007 concluiu-se o terceiro curso de formação que abrangeu 30 docentes dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Guarda e Vila Real com um total de 240 horas. Em Setembro do mesmo ano iniciou-se mais um curso, com um total de 16 formandos, abrangendo docentes de escolas integradas nas direcções regionais do Alentejo e do Algarve. Também em Março de 2007 se realizou na Figueira da Foz um encontro com todos os formandos do projecto “THEKA” (desde 2004 até 2006) para discussão, análise e avaliação das formações ministradas e dos projectos desenvolvidos (ou em desenvolvimento). Na sequência do que se verificou em anos anteriores realizou-se, também, no Porto, e no mês de Maio, um seminário aberto, com a participação de especialistas nacionais e estrangeiros, subordinado ao tema “A Biblioteca Escolar na Escola Comunidade de Aprendizagem”. De salientar, também no âmbito deste projecto, o desenvolvimento da Plataforma Moodle, como ambiente de aprendizagem à distância e instrumento colaborativo de formação e de produção de recursos e de conteúdos, com uma dimensão de acesso restrito a grupos “THEKA” e outra de acesso livre, para o público em geral, com registo de presença. O projecto “O Que Se Sabe, o Que Se Diz e o Que Se Faz no Ensino da Matemática” iniciou-se em 2007 e tem como objectivos: 112.113 112. Relatório Balanço e Contas 2007 a) contribuir para o conhecimento das práticas pedagógicas em Portugal através de um estudo focado no 1.º e 3.º ciclos do ensino básico; b) ajudar a perceber a influência das componentes de formação de professores e de orientações curriculares na forma como se ensina matemática nesses ciclos, verificar a influência das práticas pedagógicas na formação dos alunos; e c) discutir as práticas pedagógicas e didácticas predominantes à luz de contributos recentes da psicopedagogia. Este projecto irá proceder à observação de 40 turmas e dos seus professores, do 4.º e 8.º anos de escolaridade, em contexto de sala de aula. Os encargos totais dos subsídios nestes domínios da educação pré-escolar e do ensino básico ascenderam a [3476 141] No quadro do Programa de Apoio ao Ensino Secundário e Profissionalizante, e tendo em consideração as prioridades estabelecidas, o Serviço concedeu três subsídios aos seguintes projectos: › PROFMAT 2007 – Encontro Nacional de Professores de Matemática, organizado pela Associação de Professores de Matemática; › XXVIII Encontro Nacional de Teatro na Escola, organizado pela Escola Secundária/3.º CEB Dr. Joaquim Dias Rebelo, em Moimenta da Beira; › XXIX Encontro Nacional de Teatro na Escola, organizado pelo Agrupamento Vertical de Escolas D. José I, de Vila Real de Santo António. O valor dos subsídios atribuídos, no âmbito deste programa, foi de [36 000] No que respeita ao Programa de Apoio ao Ensino Superior os principais subsídios concedidos, numa lógica de integração em projectos e num total de 93, foram os seguintes: a) Cursos de pós-graduação ou de especialização Foram concedidos subsídios a diversas instituições e departamentos universitários para a realização de cursos de mestrado ou de especialização e, ainda, de doutoramento, em especial na área das Ciências Sociais e Humanas, Economia e Gestão e Física, destinados principalmente a suportar os encargos com a colaboração de especialistas estrangeiros, aquisição de equipamento didáctico e laboratorial e de bibliografia especializada. Destacam-se os subsídios concedidos ao Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, ao Instituto Superior de Economia e Gestão, à Universidade do Minho, ao Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, à Fundação Liga, à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, à Universidade Católica Portuguesa, à Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, à Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade do Porto e ao Instituto dos Valores Mobiliários. Prosseguiram também as actividades relativas à realização de dois cursos de mestrado nas áreas de Didáctica das Línguas, especialidade de Língua Portuguesa e Multimédia em Educação, realizados em Cabo Verde pela Universidade de Aveiro, utilizando uma metodologia inovadora de blended learning, que associa formação presencial com formação à distância, nesse país. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas b) Reuniões científico-pedagógicas Atribuíram-se subsídios a 47 instituições, a título de comparticipação nos custos de organização de reuniões científico-pedagógicas, principalmente para suportar os encargos com a deslocação dos conferencistas estrangeiros e publicação das respectivas actas. c) Patrocínio a publicações e apoio a bibliotecas e centros de documentação Concederam-se subsídios para o arranque de publicações periódicas de qualidade e para a edição de obras de grande interesse não enquadráveis na programação editorial própria da Fundação. Mencionam-se os apoios à edição da Obra Completa do Padre Manuel Antunes, Da História Eclesiástica à História Religiosa: Nos 50 Anos da Revista Lusitana Sacra, O Livro de Francisco Rodrigues, Estrutura Ecológica – Conceitos e Delimitação e às publicações de estudos em homenagem a Artur Anselmo, António Braz Teixeira, Maria do Rosário Themudo Barata, Eduardo de Sousa Ferreira, Maria Idalina Rodrigues, Maria Lucília Pires e Maria Vitalina Leal de Matos. Quanto a outras publicações e revistas periódicas, referem-se os apoios à edição do 4.º volume da série “Leonardo”, sob o título Luigi Pirandello e a Recepção da sua Obra em Portugal, a cargo da Universidade de Coimbra, à publicação da obra Phenomenology, Organisation and Technology, da Universidade Católica Portuguesa, e à edição de uma antologia, a propósito dos vinte e cinco anos da institucionalização e integração na Universidade de Lisboa do Instituto de Ciências Sociais. Foi ainda apoiada a publicação de um número especial da revista Agronomia Lusitana, da responsabilidade do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Pescas. O Serviço de Educação e Bolsas atribuiu também um subsídio ao Centro de Documentação e Informação do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa. d) Iniciativas promotoras da formação dos estudantes Foi concedido, entre outros, um subsídio ao Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra para a realização do FESTEA – IX Festival Internacional de Teatro de Tema Clássico, iniciativa que tem por objectivo o estudo e divulgação da cultura clássica greco-romana, ao Departamento de Física da Universidade de Coimbra para o projecto “Física em Movimento – Do Passado ao Futuro” e à Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa para apoio à participação de estudantes portugueses no Telders International Law Moot Court Competition. Neste âmbito, convém ainda destacar o apoio concedido aos seguintes projectos: › “SIGMA Temática”, que é um programa promovido pelo Departamento de Matemática Pura da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto destinado aos melhores alunos de Matemática inscritos no 11.º ano de escolaridade. O programa tem por objectivos desenvolver nos estudantes o gosto pela matemática, proporcionar-lhes a aquisição de conhecimentos não contemplados nos currículos do ensino secundário e estabelecer uma ponte de ligação entre o ensino secundário e o universitário. Cada edição do programa, com o número máximo de 20 participantes, tem a duração de dois anos sendo que no primeiro ano são leccionados quatro cursos em que são abordadas 114.115 114. Relatório Balanço e Contas 2007 matérias que não constam do currículo do secundário, possibilitando aos alunos um primeiro contacto com a Universidade. O segundo ano permite aos estudantes melhor classificados do 1.º ano uma bolsa de iniciação científica que lhes permitirá desenvolver projectos individuais acompanhados pelos docentes do Departamento de Matemática Pura. › “Escola em Casa – Conversas em Casa sobre a Escola”, da responsabilidade do Centro de Estudos em Governança e Políticas Públicas da Universidade de Aveiro, é um projecto-piloto direccionado para os alunos do ensino básico (1.º e 2.º ciclos) cujo objectivo é fomentar o envolvimento familiar na aprendizagem escolar do aluno, em particular nas disciplinas de Ciências, Língua Materna, Matemática e Cidadania. Ao mesmo tempo, pretendemos com o projecto desenvolver instrumentos que permitam à escola uma melhor compreensão da importância do ambiente familiar na sua missão específica de formação. › Projecto Educativo para os Alunos de Língua Romena e Moldava nas Escolas Portuguesas, desenvolvido pelo Centro de Estudos Multiculturais da Universidade Internacional de Lisboa, que é um projecto inovador no domínio da educação intercultural. Da autoria e com a coordenação de Georgiana Bãrbulescu, este projecto extracurricular é destinado à comunidade imigrante de língua romena (romenos e moldavos) que vive em Portugal. O seu objectivo é facultar aos filhos destes imigrantes, que estudam nas escolas portuguesas, uma escolarização bilingue de forma a facilitar a sua integração, a nível escolar e social, no país de acolhimento e, simultaneamente, consolidar a sua identidade nacional (cultural, intelectual e social) para que, caso optem por regressar ao seu país de origem, lhes seja possível uma fácil adaptação. e) Outros projectos Ainda no âmbito do ensino superior, são de referir os apoios concedidos a diversas instituições para a Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas realização de projectos, destacando-se o subsídio concedido à Universidade do Porto para o projecto “Escola da Saúde – Ciências da Vida e da Saúde”. O valor global dos subsídios concedidos no âmbito do Programa de Apoio ao Ensino Superior foi de [3863 803] No âmbito do Programa de Apoio às Actividades Culturais e Científicas de Jovens, a acção do Serviço cobriu vários domínios, tendo sido apoiadas 25 acções, das quais se destacam: › Teatro universitário – Para a produção de festivais e espectáculos de teatro, realização de cursos e acções de formação em diversas técnicas teatrais foram concedidos subsídios ao TUM – Teatro Universitário do Minho, ao TUP – Teatro Universitário do Porto, ao TeatUBI – Grupo de Teatro da Universidade da Beira Interior, à Universidade Clássica de Lisboa (FATAL 2007), ao CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra, e aos grupos de teatro da Universidade Técnica de Lisboa (TUT) e do Instituto Superior Técnico (GTIST). Foi também concedido um subsídio à Colecção B – Associação Cultural para a apresentação da peça Antígona, por um grupo de estudantes da Universidade de Évora, no Festival Internacional de Teatro Universitário de Manchester (UMIST). › Grupos corais e instrumentais – Foi concedido um subsídio ao GEFAC – Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra para apoiar a realização de iniciativas várias com o objectivo de divulgar as manifestações culturais das populações rurais nas suas diversas vertentes (cantares, música instrumental, danças, teatro...), e ao Coro Misto da Universidade de Coimbra para realização de diversas actividades no âmbito das comemorações dos seus cinquenta anos de actividade. › Actividades científicas e culturais extra-escolares – Foram atribuídos subsídios à APDSI – Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade de Informação para a realização das Olimpíadas Nacionais de Informática, à Sociedade Portuguesa de Matemática para a realização das XXV Olimpíadas de Matemática, à Universidade Católica Portuguesa para a realização das XIII Olimpíadas do Ambiente, aos vários núcleos locais do BEST – Broad European Students of Technology para a realização de cursos de Verão, à APORVELA para o Programa de Visitas Escolares à Caravela Vera Cruz durante o ano lectivo 2007-2008, à Associação Juvenil da Ciência para a organização de actividades várias no âmbito das comemorações dos seus vinte anos de actividade, ao Clube Darca para a organização de acções de 116.117 116. Relatório Balanço e Contas 2007 formação desportiva, musical e artística destinadas a jovens estudantes entre os 10 e os 17 anos e para a realização da “Universidade de Verão”, curso anual de formação para monitores de associações juvenis. Ao Exploratório Infante D. Henrique – Centro de Ciência Viva foi atribuído um subsídio para a renovação dos materiais que compõem os 10 módulos interactivos da exposição “sentir.com – A Comunicação e os 5 Sentidos”, de forma a permitir a sua apresentação a partir de 2008, como exposição permanente, nas novas instalações do Exploratório. Para a realização de congressos científicos foram atribuídos subsídios à Associação de Estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e à COSMES – Comissão Organizadora do Simpósio Mundial de Saúde. Foi também concedido um subsídio para apoiar a participação de uma equipa de jovens estudantes portugueses no London International Youth Science Forum, um dos mais importantes eventos de carácter cultural e científico destinado a jovens estudantes com idades compreendidas entre os 15 e os 21 anos. A Fundação Calouste Gulbenkian tem patrocinado desde 1980 a participação de estudantes portugueses nesta iniciativa anual onde, durante duas semanas, cerca de 250 estudantes de 60 países dos cinco continentes trocam ideias e experiências e concretizam o objectivo do Youth Science Forum de aumentar a sua compreensão sobre os diversos domínios da ciência e sua aplicação em benefício da humanidade. O valor total dos subsídios concedidos neste domínio das actividades culturais e científicas para jovens foi de [3162 411] No que respeita ao Programa de Apoio a Outros Projectos Culturais, foi dada particular atenção a projectos pedagógicos e de índole histórica e cultural, tendo sido apoiados 37 projectos, nas seguintes áreas de intervenção: › apoio à organização de conferências, colóquios e seminários, contemplando essencialmente a publicação de actas e documentação de interesse educativo sobre o assunto; › comparticipação na publicação de obras não enquadráveis no Plano de Edições; › organização e inventariação de espólios documentais de bibliotecas, arquivos de instituições de relevante interesse histórico e cultural (esta vertente dá particular atenção às questões relacionadas com a conservação de documentação bibliográfica de valor histórico e a programas de intervenção junto do público interessado, no sentido de facilitar o acesso a arquivos, colecções e fundos documentais); › apoio ao trabalho de pesquisa para a elaboração de biografias de personalidades portuguesas; › oferta de livros a diversas instituições; › apoio a prémios (por exemplo, os Prémios de História Calouste Gulbenkian, atribuídos pela Academia Portuguesa da História). Destacam-se, no âmbito deste programa e a título meramente exemplificativo, os subsídios concedidos às seguintes instituições: Centro Nacional de Cultura (apoio ao livro A Alma e o Arco); Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (apoio à Conferência Nacional de Educação Artística); Associação dos Amigos da Fundação Internacional Yehudi Menuhin em Portugal (projecto “MUS-E”); Academia Portuguesa da História, apoio à publicação das Actas do X Congresso das Academias de História da Ibero-América); Biblioteca Nacional de Portugal (restauro de obras pertencentes às colecções da Biblioteca Nacional − PROCESSO GERIDO PELO SEB); Centro de Informação Europeia Jacques Delors (apoio à revista e DVD Europa: Novas Fronteiras dedicados à Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas presidência portuguesa); Instituto Internacional Casa de Mateus (apoio à conferência “Women Participation in Democracies”); SEDES − Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (apoio ao Guia do Empreendedorismo, ao ciclo de conferências “Futuro Previsível – Futuro Desejável” e ao evento “Novo Portugal: Opções de Uma Geração”); Instituto de Estudos para o Desenvolvimento (apoio à conferência internacional “Professores na Europa. Condições de Trabalho, Perfil Profissional e Carreira”); Associação Promotora do Museu do Neo-Realismo (trabalho de catalogação e tratamento documental de duas mil monografias); Associação de Estudos Llansolianos “Espaço Llansol” (1.ª fase do projecto de tratamento do espólio da escritora Maria Gabriela Llansol); Clube Fenianos Portuenses (destinado a comparticipar nas despesas com a conservação, preservação e restauro dos documentos mais antigos do seu espólio documental); Instituto Português de Sinologia (apoio ao 3.º Fórum Internacional de Sinologia); Associação Portuguesa de Direito Público (apoio ao primeiro número da Revista de Direito Público). O valor total dos subsídios concedidos no âmbito deste programa de apoio foi de [3245 542] Programa de Intervenção em Língua Portuguesa e História. Neste âmbito, continuaram em desenvolvimento os seguintes projectos: › Gramática do Português, a ser elaborado pelo Centro de Linguística da Universidade de Lisboa e cuja conclusão está prevista para 2008. O objectivo desta obra é proporcionar aos falantes de instrução acima da média, não especialistas em linguística, uma obra de referência com informações claras e cientificamente rigorosas em questões centrais de gramática do português nos domínios da sintaxe, da morfologia, da fonologia e da semântica e dar indicações sobre ortografia e as relações ortografia-som. A conclusão da obra deverá verificar-se em 2008, sendo posteriormente editada pelo Plano de Edições do Serviço de Educação e Bolsas. › Projecto “Littera”: na sequência do Relatório de Avaliação Final do Projecto Littera apresentado em 2006 por uma comissão independente, foi constituída uma equipa que está a proceder à tarefa de organização e inventariação dos materiais documentais elaborados por este projecto (e que constituem património da Fundação Calouste Gulbenkian), para a sua futura publicação. O objectivo é a produção e edição de materiais, em formato de livro e CD-ROM, de apoio a professores (ou estudantes) em fase de formação inicial, com o propósito de funcionarem como instrumentos de apoio à sua prática profissional e a professores no activo que leccionam a língua materna no 1.º e 2.º ciclos do ensino básico e que buscam materiais úteis à sua actualização científica e pedagógica. [317 485] O valor global gasto neste domínio foi de Bolsas de estudo Relativamente ao Programa de Bolsas, refira-se que foi gasto o montante de € 1 687 866 afecto da seguinte forma: › bolsas de estudo de longa duração – atribuídas 70 bolsas, para 208 solicitações, com um gasto total de 118.119 118. [3837 123] Relatório Balanço e Contas 2007 Distribuição das bolsas de longa duração por grandes áreas científicas Distribuição das bolsas de longa duração por países de estágio 14,28% Ciências da Vida 12 10 14,29% Ciências Básicas 8 6 21,43% Ciências Exactas 4 2 28,57% Ciências Humanas 0 ia anha Alem ál ustr A sil ha rança landa Bra Espan F Ho ia Itál ia Sérv ia do ând Uni Tail Reino EUA 21,43% Ciências Sociais › bolsas de estudo de curta duração e subsídios de viagem – atribuídas 125 bolsas de curta duração e 602 subsídios de viagem, tendo sido gasto o montante de Distribuição das bolsas de curta duração por grandes áreas científicas [3710 832] Distribuição dos subsídios de viagem por grandes áreas científicas 33% Ciências Sociais 21% Ciências da Vida 21% Ciências da Vida 16% Ciências Biológicas 14% Ciências Biológicas 31% Ciências Exactas 22% Ciências Exactas 8% Ciências Humanas 10% Ciências Humanas › bolsas de estudo para estudantes dos ensinos secundário e superior, atribuídas 172 bolsas, no montante de [3139 911] 28% Ciências Sociais 140 130 120 100 104 80 60 40 68 42 20 0 Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas � Sexo feminino � Ensino secundário � Sexo masculino � Ensino superior Plano de Edições [1962-2007] Títulos publicados Edições Exemplares 849 1 315 5 357 550 Plano de Edições [1962-2007] Séries Manuais Universitários Textos Clássicos Cultura Portuguesa Descobrimentos Extra-Série Temas Actuais Textos de Educação Guia de Portugal Fundação para a Ciência e a Tecnologia Total Títulos 450 41 77 5 23 9 51 8 185 Edições 815 92 90 5 35 9 57 22 190 849 1 315 Em 2007, foram organizados três lançamentos de livros resultantes da actividade do Plano de Edições. Neste ano, como tem acontecido com frequência em anos anteriores, o Prémio de Tradução Científica e Técnica em Língua Portuguesa, criado pela União Latina em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e com a colaboração da Direcção-Geral de Tradução da União Europeia, foi atribuído à obra Utopia de Thomas Morus, traduzida por Aires A. Nascimento. Também o PEN Clube Português distinguiu a mesma obra com o Prémio de Tradução, tendo ainda atribuído o Prémio de Ensaio à obra Pensar o Trágico de José Pedro Serra. Foram editadas obras nas séries de Manuais Universitários, Textos Clássicos, Cultura Portuguesa, Textos de Educação e Guia de Portugal. Foi ainda publicado o livro Educação, Inovação e Desenvolvimento, contendo os textos das comunicações apresentadas na conferência que, sob a mesma designação, fora organizada em 2006. Há uma vertente de trabalho específica, resultante de um protocolo celebrado com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, com vista à publicação da série de Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas. Em 2007, foi editado um total de 68 títulos, sendo 37 títulos novos e 31 reedições. Manuais Universitários Nesta série, foram publicados 27 títulos, sendo nove obras novas e 18 reedições. As novas obras publicadas foram as seguintes: › História do Constitucionalismo Moderno. Novas Perspectivas, de Horst Dippel; › A Magia do Sensível, de David Abram; › A Arte da Investigação com Estudos de Caso, de Robert Stake; › A Sociedade e o Estado Providência. O Modelo Finlandês, de Manuel Castells e Pekka Himanen; 120.121 120. Relatório Balanço e Contas 2007 › Plantas Aromáticas em Portugal: Caracterização e Utilizações, de A. Proença da Cunha, José Alves Ribeiro e Odete Rodrigues Roque; › Mais Conhecimento e Tecnologia para Desenvolver a Economia Portuguesa, de António Carvalho Fernandes; › Plantas na Terapêutica: Farmacologia e Ensaios Clínicos, de A. Proença da Cunha, Frederico Teixeira, Alda Pereira da Silva e Odete Rodrigues Roque; › O Universo da Indústria Petrolífera. Da Pesquisa à Refinação, de Fernando Barata Alves e Jorge Salgado Gomes; › Matemática não Standard. Uma Introdução com Aplicações, de Augusto José Franco de Oliveira e Imme Pieter Van Den Berg. As reedições publicadas foram as seguintes: › O Poder da Identidade. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, 2.ª ed., de Manuel Castells; › Educar a Criança, 4.ª ed., de Mary Hohmann e David P. Weikart; › Tecnologia da Fundição, 2.ª ed., de José M. G. de Carvalho Ferreira; › O Conceito de Direito, 5.ª ed., de Herbert L. A. Hart; › Filosofia do Direito, 2.ª ed., de Arthur Kaufmann; › Acústica Musical, 2.ª ed., de Luís L. Henrique; › A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, 3.ª ed., de Manuel Castells; › Sociologia, 5.ª ed., de Anthony Giddens; › Gestão Estratégica de Cidades e Regiões, 2.ª ed., de António Fonseca Ferreira; › Psicologia, 7.ª ed., de Henry Gleitman; › A Galáxia Internet: Reflexões sobre Internet, Negócios e Sociedade, 2.ª ed., de Manuel Castells; › Educação de Bebés em Infantários: Cuidados e Primeiras Aprendizagens, 3.ª ed., de Jacalyn Post; › Catálise Heterogénea, 2.ª ed., de J. L. Figueiredo e F. Ramôa Ribeiro; › Economia da Empresa, 4.ª ed., de José Mata; › A Ética da Comunicação e os Media Modernos, 3.ª ed., de João Pissarra Esteves; › História da Arte, 8.ª ed., de H. W. Janson; › Método Sequencial para Automação Electropneumática, 5.ª ed., de José Novais; › Hidráulica, 10.ª ed., de António de Carvalho Quintela. Textos Clássicos Nesta série foram publicados sete títulos, sendo duas obras novas e cinco reedições. Os novos títulos são os seguintes: › Introdução à Filosofia Matemática, de Bertrand Russell; › Últimos Escritos sobre a Filosofia da Psicologia, de Ludwig Wittgenstein. As reedições: › Poética, 2.ª ed., de Aristóteles; › Antígona, 7.ª ed., de Sófocles; Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas › Filoctetes, 4.ª ed., de Sófocles; › A República, 10.ª ed., de Platão; › Dos Delitos e das Penas, 2.ª ed., de Cesare Beccaria. Cultura Portuguesa Nesta série foram editados seis títulos, sendo cinco obras novas e uma reedição. Obras novas publicadas nesta série: › Obra Completa do Padre Manuel Antunes, tomo IV, coord. Hermínio Rio; › Obra Completa do Padre Manuel Antunes, tomo I, vol. IV, coord. Luís Filipe Barreto; › Obra Completa do Padre Manuel Antunes, tomo I, vol. I, coord. Arnaldo do Espírito Santo; › Obras Completas de Faria de Vasconcelos, 3 vols., coord. José Ferreira Marques; › Obras Poéticas de António Barbosa Bacelar, ed. crítica de Mafalda Férin da Cunha. A reedição: › Obras Completas de Delfim Santos 1928-1945 I Vol., 3.ª ed., org. e notas de Cristiana de Soveral. Textos de Educação Nesta série foram publicados quatro títulos, sendo dois obras novas e duas reedições. Obras novas publicadas nesta série: › Contado às Crianças – XVII Encontro de Literatura para Crianças – comunicações do encontro; › Educação, Inovação e Desenvolvimento – comunicações da conferência internacional com o mesmo título. As reedições: › Alfabetização e Escola em Portugal nos Séculos XIX e XX: Os Censos e as Estatísticas, 2.ª ed., de António Candeias, Ana Luísa Paz e Melânia Rocha; › Se Houvera quem me Ensinara... A Educação de Pessoas com Deficiência Mental, 3.ª ed., de Fernando David Vieira e Mário do Carmo Pereira. Extra-Série Nesta série foram publicados sete títulos, sendo três obras novas, duas num volume duplo, e quatro reedições. Títulos novos: › HALP, vol. I, coord. Isabel Allegro de Magalhães; › HALP, vol. II, tomo I, coord. Isabel Allegro de Magalhães; 122.123 122. Relatório Balanço e Contas 2007 Plano Nacional de Leitura – I Conferência PNL – A Leitura em Portugal: Desenvolvimento e Avaliação, 22 e 23 de Outubro de 2007. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas › HALP, vol. II, tomo II, coord. Isabel Allegro de Magalhães. › Histórias de Livros para a História do Livro, de José V. de Pina Martins. As reedições: › Adolescência e Maternidade, 3.ª ed., de J. M. Ramos de Almeida; › O Tempo e o Modo, 2.ª ed., coord. Centro Nacional de Cultura; › As Origens de Portugal: História Contada a Uma Criança, 5.ª ed., de Rómulo de Carvalho; › Políticas Urbanas: Tendências, Estratégias e Oportunidades, 2.ª ed., de Nuno Portas. Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas Nesta série, publicada ao abrigo de um protocolo com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, saíram 16 títulos, sendo 15 novos e uma reedição. A despesa bruta (incluindo despesas de pessoal), em 2007, resultante da produção de livros (excluindo a série de Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas por se reger segundo orientação específica), elevou-se a [3922 417] No que se refere à receita do Plano de Edições, o montante apurado foi de € 650 838, de onde resulta que se trata de uma actividade com um elevado grau de autofinanciamento. Plano de Edições [2000-2007] Títulos publicados nos últimos seis anos Valor médio: Ano 2007 Livros: 56 68 originais e reedições 23 já aprovados, em preparação Colóquios de educação O Serviço de Educação e Bolsas promoveu a realização, em 2007, da conferência internacional “Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade”, que decorreu entre 19 e 20 de Novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, e que contou com a presença de cerca de 800 pessoas. Da reflexão que se levou a cabo, são de salientar alguns dos temas dos quais se aprofundou o debate: “Relações entre Neurociências e Educação”, “Sucesso ou Insucesso Escolar”, “Economia da Educação e Formação de Capital Humano” e “Sociedade Civil e Formação de Capital Social”. Cada um destes temas foi abordado por prestigiados especialistas nacionais e estrangeiros. O Serviço de Educação e Bolsas promoveu ainda mais três reuniões internacionais com a participação de qualificados especialistas estrangeiros. 124.125 124. Relatório Balanço e Contas 2007 O seminário “Aprender a Viver em Conjunto, Uma Utopia Necessária”, que se destinou a comemorar os dez anos da publicação do Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI (Relatório Delors) “Educação: Um Tesouro a Descobrir”, foi realizado a 21 de Junho e organizado em colaboração com o European Journal of Education. O seminário “Um Olhar sobre o PISA”, realizado no dia 1 de Outubro, contou com a participação de um especialista da National Science Foundation dos EUA (Larry Suter), em avaliação de resultados do Programme for International Student Assessment – PISA e destinou-se a analisar a importância deste programa e os seus efeitos nos países nele participantes e, em especial, em Portugal. A conferência internacional “A Leitura em Portugal: Desenvolvimento e Avaliação”, realizada entre 22 e 23 de Outubro, nas instalações da Fundação Calouste Gulbenkian, foi organizada em colaboração com o Plano Nacional de Leitura do Ministério da Educação. Durante esta conferência foram apresentados alguns estudos realizados no âmbito do Plano Nacional de Leitura. A verba despendida na actividade de conferências, reuniões e seminários foi de [3137 655] Outras iniciativas Nesta rubrica são de salientar os seguintes projectos: › “Arte e Cultura na Escola” que visa, entre outros objectivos, desenvolver no público escolar o interesse pela cultura, produzindo efeitos na capacidade de apreciação e de recepção da produção artística e na consciência dos valores patrimoniais. Em 2007, concluiu-se a produção de materiais didácticos do 7.º e 8.º anos de escolaridade das disciplinas de Língua Portuguesa, História, Educação Visual, Física, Matemática, Francês e Inglês. Simultaneamente, realizaram-se acções de formação de professores para a utilização destes materiais didácticos. Procedeu-se ainda à concepção e construção de um website onde ficam alojados os materiais produzidos. › “BECAS LÍDER”, destinado a proporcionar a líderes emergentes da América Latina e da Península Ibérica um melhor e mais profundo conhecimento da realidade portuguesa, espanhola e da União Europeia, através de uma visita de recém-licenciados, com altas classificações, daqueles países, a Portugal, Espanha e Bruxelas. Em 2007, decorreu um encontro de bolseiros na Colômbia. › “Reinserção pela Arte”, iniciativa conjunta com o Ministério da Justiça, articulada com o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho e Segurança Social. Este projecto-piloto visa contribuir, através de dinâmicas de base cultural e artística, para a criação de um modelo de intervenção nos centros educativos do Instituto de Reinserção Social (IRS) que promova a autonomia e o sentido de comunidade dos adolescentes e jovens internados. Autonomia pessoal e sentido de comunidade são elementos decisivos para a reinserção social de adolescentes e jovens delinquentes. A utilização da dimensão cultural e artística para o efeito é uma experiência de construção pessoal e social que pode ter aplicações futuras em campos mais alargados (1. adolescentes e jovens pré-delinquentes e 2. adolescentes e jovens em risco). O programa está a decorrer como experiência-piloto em três centros educativos da zona da Grande Lisboa (Benfica, Graça e Caxias). Intervêm no terreno artistas contemporâneos, acompanhados por Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Educação e Bolsas uma equipa de monitorização. Durante este ano prosseguiram as actividades, no terreno, e realizou-se um colóquio sobre a temática do projecto. Foram ainda apoiados a organização e o tratamento do espólio documental de David Mourão-Ferreira e dos arquivos de Eduardo Lourenço. › “Casa das Ciências: O Portal Gulbenkian para os Professores” é um projecto, com a duração prevista de oito anos, destinado a criar na internet um espaço próprio, através da constituição de um portal, de apoio às actividades dos professores de Matemática, Física, Química, Biologia e Geologia em todos os níveis de educação não superior. Pretende-se recolher neste novo portal um conjunto de materiais educativos que apoiem os referidos professores nas suas actividades de ensino e que tenham, para além disso, um carácter de formação em serviço desses professores. O portal servirá ainda para divulgar experiências pedagógicas dos professores e para publicitar os seus trabalhos desde que, em ambos os casos, os materiais a divulgar sejam avaliados e validados pelos responsáveis científicos do projecto. [3303 922] O valor global despendido com estas actividades foi de 126.127 126. Relatório Balanço e Contas 2007 “Biblioteca Particular de Calouste Gulbenkian” – site elaborado no âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação Calouste Gulbenkian. Biblioteca de Arte Valores em euros Encargos com pessoal Despesas de funcionamento Iniciativas próprias Investimento 1 645 526 29 672 776 655 239 186 2 256 334 Total Receitas 195 519 Criada em 1969, a Biblioteca de Arte assume-se essencialmente como uma biblioteca especializada, de investigação, especialmente vocacionada para servir públicos com actividades artísticas, críticas, didácticas ou académicas, principalmente interessados nos domínios da arquitectura e das artes visuais. Os recursos e serviços da Biblioteca destinam-se a dar suporte tanto a actividades individuais como institucionais, assumindo especial relevo a contribuição para a realização de iniciativas culturais como a publicação de estudos e a apresentação de exposições. Ainda nesse contexto, a Biblioteca cumpre funções práticas de gestão centralizada de um património documental diversificado, não exclusivo das áreas artísticas, incluindo o tratamento biblioteconómico e a conservação de todas as publicações produzidas e apoiadas pela Fundação. Para além de um fundo geral em constante actualização, englobando títulos nos mais variados suportes, possui um acervo em que se destacam diversas colecções especiais, como os espólios de Amadeo de Souza-Cardoso, Diogo Macedo, Luís Reis Santos, Raul Lino ou Cristino da Silva, entre outros, as colecções fotográficas de Mário e Horácio Novaes ou o Fundo de Teatro de Cordel. Mantém ainda, em assinatura, um conjunto de 200 títulos de publicações periódicas. 128.129 128. Relatório Balanço e Contas 2007 Il Battistero di San Giovanni a Firenze = The Baptistery of San Giovanni Florence. Modena: Franco Cosimo Panini, 1984. O Livro de Cesário Verde – Livro de Artista, criado pelo pintor João Vieira em 2005, a partir da edição original de 1887. Fundação Calouste Gulbenkian Biblioteca de Arte Em 2007, e tal como é desejável numa biblioteca, as actividades desenvolvidas tiveram como objectivo principal assegurar a qualidade e a diversidade do serviço ao público, procurando sistematicamente disponibilizar mais informação, de melhor qualidade e pertinência, correspondendo assim à sua primeira e mais importante missão. Nesse sentido, devem salientar-se as actividades desenvolvidas para ampliar e actualizar os fundos documentais, essencialmente na área da sua vocação específica, para prosseguir o plano de conservação e preservação do património e, naturalmente, para estabelecer os procedimentos adequados para uma divulgação e utilização da informação existente sempre mais alargada. Novos conteúdos disponíveis ao público mediante serviços de informação electrónica Arquivo digital Prosseguindo os objectivos da Biblioteca de Arte, o aumento dos recursos digitais ligados ao catálogo tem continuado a ser uma prioridade. Deste modo, após processamento bibliográfico e digitalização, foram integradas no catálogo, sob formato digital, as colecções “Estuques Decorativos do Norte de Portugal”, “Fotografias do Oriente”, “Colecção Varela Pécurto” e, em simultâneo com a publicação do catálogo raisonné, o “Espólio Amadeo de Souza-Cardoso”. Foi ainda durante o ano de 2007 que a Biblioteca de Arte concluiu o projecto “Biblioteca Particular de Calouste Gulbenkian”, integrado nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação, tendo apresentado o site resultante desse projecto, em Abril de 2007, cujo endereço electrónico é http://www.bibliotecaparticular.gulbenkian.pt Este projecto implicou a participação contínua e intensiva de todos os sectores da Biblioteca, tal como já tinha acontecido no ano anterior e, de uma forma geral, baseou-se na concepção de um modelo de estruturação do site por facetas e subfacetas, reflectindo aspectos da vida e obra de Calouste Gulbenkian, passíveis de ilustração pelas obras da sua colecção particular. Para tal, foram elaborados 18 textos a incluir no site e destinados a contextualizar a sua organização temática por facetas e subfacetas, exigindo uma pesquisa exaustiva de dados biográficos e biobibliográficos sobre Calouste Gulbenkian e a sua biblioteca, de que resultou a localização e aquisição de vários documentos e o fornecimento de informação de apoio à criação dos conteúdos do site. Ainda no ano em apreço, a Biblioteca de Arte desenvolveu um novo projecto denominado “Arquivos de Arquitectura”, com o apoio do Programa Operacional Sociedade do Conhecimento, visando a disponibilização pública, em formato digital, dos espólios de Raul Lino e Cristino da Silva. Para além do processamento bibliográfico de toda a colecção, o que se consubstancia na descrição física e de conteúdo de todas as espécies, foram ainda digitalizadas 35 mil imagens de desenhos de arquitectura, memórias descritivas e outra informação respeitante a estes espólios. O lançamento público do resultado deste projecto encontra-se agendado para Fevereiro do próximo ano. Por último, foi ainda efectuada a digitalização e integração de 4351 páginas relativas a monografias e periódicos, resultando que no final de 2007 a informação digital de sumários disponibilizada na base de dados ascendia a cerca de 47 351 páginas de capa e sumário de publicações. Gestão Horizon As alterações de parametrização e configuração do sistema Horizon realizadas no ano de 2007 resultaram, por um lado, da necessidade de melhorar os outputs de informação para a gestão e, por outro, da decisão de automatizar determinadas tarefas que se verificou poderem ganhar eficiência. 130.131 130. Relatório Balanço e Contas 2007 Assim, realizaram-se intervenções mais substanciais nas seguintes áreas: a) reconfiguração (junção de novos campos de informação, novos índices, etc.) dos seguintes relatórios do sistema: Relatório de Exemplares, Relatório dos Leitores, Histórico das Devoluções; b) configuração de outputs de informação para as tarefas na área da conservação e preservação; c) automatização dos pedidos de reservados para tipologias de leitores definidas; d) transferência e actualização automática de campos de informação entre os módulos de aquisições e catalogação. Ainda durante o ano de 2007 foi possível prover a disponibilização de um acesso wi-fi aos leitores da Biblioteca, permitindo-lhes aceder, a partir da sala de leitura, não só a todos os conteúdos disponíveis na rede local, função anteriormente confinada ao Espaço Multimédia, como à própria internet. Actividades de cooperação e participação em eventos A nível interno, importa salientar o apoio prestado pela Biblioteca de Arte às investigações e actividades realizadas por outros serviços da Fundação Calouste Gulbenkian ou no âmbito de programas específicos, nomeadamente o programa “O Estado do Mundo”, a exposição “50 Anos de Arte Portuguesa”, organizada pelo Serviço de Belas-Artes e o catálogo raisonné de Amadeo de Souza-Cardoso, da responsabilidade do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. A Biblioteca de Arte foi também solicitada a colaborar com outras instituições, nomeadamente, o Centro Cultural de Belém, a Fundação de Serralves, a Casa da Cerca, o Museu do Chiado, o projecto “ANAMNESE”, o Museu Nacional de Soares dos Reis e diversas galerias de arte nacionais, na elaboração de informação biobibliográfica para catálogos de exposição de artistas portugueses. Foi ainda prestado apoio bibliográfico a pesquisas efectuadas pela equipa de Jorge Silva Melo, com vista à realização de documentários sobre artistas portugueses contemporâneos. Estas colaborações implicaram não só a pesquisa no catálogo da Biblioteca de Arte, com a posterior elaboração de bibliografias, como também a pesquisa noutras fontes de informação, a gravação de registos e envio através de correio electrónico. Refira-se ainda que, e de acordo com a vocação da Biblioteca de suporte às actividades artísticas e de investigação institucionais, estes pedidos de informação implicaram a consulta de diversas colecções especiais ainda não disponíveis ao público. Ainda no âmbito da cooperação, refira-se o apoio à publicação do Catálogo de Edições da Fundação Calouste Gulbenkian, em papel e na intranet, quer a nível de arquitectura e definições normativas, quer ainda através da manutenção de rotinas com o Serviço de Vendas pelo envio sistemático de registos bibliográficos processados em Horizon e referentes a obras publicadas pela Fundação. A Biblioteca de Arte manteve a sua representação nos seguintes grupos de trabalho e participou nos seguintes eventos: a) A nível nacional › Grupo de Utilizadores do Sistema Horizon em Portugal, que reúne representantes das instituições portuguesas detentoras deste sistema; › Grupo de trabalho do Clip de Belas-Artes, que tem como finalidade a elaboração de terminologias controladas para a indexação na área das artes. b) A nível internacional › IFLA – International Federation of Librarians and Associations – como membro dos Standing Committees, respectivamente, das secções “Art Libraries”, “Classification and Indexing” e “Cataloguing”; › EBLIDA – European Bureau of Library, Information and Documentation Associations. Fundação Calouste Gulbenkian Biblioteca de Arte Formação A Biblioteca de Arte tem mantido a preocupação de promover a actualização e valorização profissional dos seus colaboradores. Assim, durante o ano de 2007 os colaboradores da Biblioteca participaram em cerca de 40 acções de formação, seminários e congressos, quer sob o ponto de vista de actualização de conhecimentos na área das ciências documentais, quer em história da arte. Informação e serviços disponibilizados ao público Considerações gerais Em 2007, o número de leitores activos apresentou uma subida (4608), tendo-se verificado um total de empréstimos de 75 188 espécies. No mesmo período registou-se um novo crescimento das solicitações de informação bibliográfica ao Serviço de Referência, relativamente ao verificado nos últimos anos. Mantém-se a tendência para a preponderância dos pedidos de informação enviados via correio electrónico (398 contabilizados) os quais continuaram a ser de natureza diversa, abrangendo desde simples perguntas sobre o modo de acesso ao catálogo da Biblioteca de Arte, até pedidos que implicaram pesquisas mais elaboradas, quer em obras de referência aqui existentes quer na internet. Também como anteriormente, os pedidos nacionais chegaram através do preenchimento do formulário criado na página web da Biblioteca para esse fim, o que confirma a continuação do funcionamento pleno do serviço de referência virtual. O ano em análise apresentou uma subida muito significativa de empréstimos, quando comparado com anos anteriores, somando um total de 75 188 empréstimos (mais 21 por cento do que em 2006) efectuados por 4608 leitores activos no ano (mais 12 por cento do que no ano transacto). Evolução do movimento de empréstimos 80000 Crescimento da base de leitores 35000 32500 70000 30000 27500 60000 25000 22500 50000 20000 40000 17500 15000 30000 12500 10000 20000 7500 5000 10000 2500 0 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 132.133 132. Relatório Balanço e Contas 2007 Análise estatística O perfil do utilizador da Biblioteca não sofreu alteração em relação a anos anteriores, continuando a ser maioritariamente do sexo feminino (67 por cento), no grupo etário dos 16 aos 25 anos (72 por cento), sendo os grupos etários dos 36 aos 50 anos e acima dos 50 anos, os de mais elevada taxa de actividade (respectivamente, 19 e 18 por cento). Os utilizadores da Biblioteca mantêm-se, no que respeita a áreas de interesse, maioritariamente na esfera da arquitectura e urbanismo (24 por cento), história da arte (15 por cento), artes plásticas (12 por cento) e design (15 por cento). Na repartição por actividades profissionais exercidas, surge em primeiro lugar o ensino superior artístico (39 por cento, entre estudantes e professores), seguido pelas profissões artísticas e investigadores, número que tem vindo a aumentar gradualmente. Leitores activos por área de interesse 2007 Urbanismo e arquitectura Arqueologia Artes plásticas Museologia e museus Fotografia Artes decorativas Conservação e restauro Literatura Artes gráficas Artes performativas Outros interesses Design História da arte Durante o período em apreço, a globalidade dos fundos documentais apresentou uma taxa de utilização de 30 por cento, mantendo-se, naturalmente, uma elevada utilização das “Monografias de Arte” (taxa de utilização de 78 por cento), das “Monografias Complementares” (32 por cento) e, como destaque deste ano, a utilização da colecção de periódicos de arte atingiu o valor de 18 por cento. Destaque também para a crescente utilização da colecção “Fundos Especiais” (12 por cento em 2007 contra os 10 por cento de 2006), originando uma elevada taxa de utilização de fundos reservados (nove por cento) e da utilização do Espaço Multimédia, o qual permite o acesso em rede a versões digitalizadas de um conjunto essencial de fontes de informação no âmbito da história da arte. Destacamos ainda a utilização crescente da colecção “Sector não lucrativo”, com uma taxa de utilização de 46 por cento. O facto de a Biblioteca de Arte ter alargado o horário até às 19 horas, permitiu uma crescente utilização dos fundos, sendo de realçar o grande número de empréstimos efectuados entre as 17 e as 19 horas: dos 75 188 empréstimos efectuados durante o ano em análise, 10 099 foram-no neste período de tempo. Em 2007 registou-se um aumento significativo de informação disponível ao público (248 923 exemplares referenciados na base de dados), mediante uma constante actualização dos fundos e novas incorporações de dados, disponibilizando-os em linha. Assim, em termos de registo de exemplar, foram criados 8880 e modificados (acrescentando dados ou refazendo-os) 57 628 registos. Fundação Calouste Gulbenkian Biblioteca de Arte Distribuição dos empréstimos por tipo de colecção 2007 Monografias de Arte Monografias Complementares Material não-livro Fundos Especiais Fundo internacional Obras de referência Edições da Fundação Periódicos Sector não lucrativo Estágios e visitas de estudo Tal como tem vindo a ser referido em anos anteriores, a Biblioteca de Arte prossegue a política de visitas de estudo e estágios profissionais, tendo como objectivo promover o intercâmbio institucional e colaborar na formação de utilizadores, destacando-se as que foram dirigidas a estudantes de licenciaturas e mestrados nas áreas das artes visuais e arquitectura e ciências da informação. Para além de numerosas visitas de estudo, proporcionaram-se sete estágios profissionais, todos curriculares, e fez-se o acompanhamento de numerosas investigações, quer para trabalhos de mestrado quer para teses de doutoramento. Aquisição de espécies documentais As verbas destinadas à aquisição de fundos documentais permitiram apenas, em 2007, a actualização de monografias e catálogos de exposições, manter o número de títulos de publicações periódicas assinadas, edições fac-similadas e de títulos importantes apresentados em leilões, alguns dos quais nos possibilitaram completar colecções já existentes. Durante este período, foram adquiridos 850 títulos e incorporados, por oferta, 1250. Encargos globais de [3131 453] Preservação e conservação de espécies documentais Intervenção de preservação e conservação em documentos do Espólio Raul Lino. Durante 2007, esta área de intervenção foi maioritariamente destinada ao apoio ao projecto “Arquivos de Arquitectura”. Procedeu-se ao diagnóstico do estado de conservação dos espólios dos arquitectos Raul Lino e Cristino da Silva, identificando-se as necessidades ao nível da preservação e conservação das colecções, tanto no que diz respeito às questões de armazenamento como ao acondicionamento de espécies. De seguida, foi efectuado, em regime de out sourcing, todo o trabalho conducente ao bom armazenamento das duas colecções. Para além deste trabalho, foram ainda alvo de acções de conservação e restauro 993 espécies. Nesta rubrica foi feito um investimento de [356 912] 134.135 134. Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Ciência Programa Gulbenkian de Estímulo à Investigação 2007, entrega das distinções. Serviço de Ciência Valores em euros Encargos com pessoal 401 450 Despesas de funcionamento 171 234 Iniciativas próprias 741 281 Subsídios 738 016 2 051 981 Total 20 326 Receitas De acordo com os seus fins estatutários e no quadro da orientação que a Fundação imprime às acções no domínio da ciência, foram três os vectores estruturantes da actividade do Serviço durante o ano de 2007. › estimular a criatividade e o rigor na prática científica; › favorecer as ligações entre ciência e cultura; › fortalecer a interacção entre ciência e sociedade. Estimular a criatividade e o rigor na prática científica Programa de Estímulo à Investigação No âmbito do Programa Gulbenkian de Estímulo à Investigação prosseguiram as actividades destinadas a apoiar e estimular os investigadores mais jovens, tendo sido aberto um concurso em quatro áreas científicas. O programa distingue, anualmente, duas propostas de grande qualidade em cada área científica e, simultaneamente, apoia as condições da sua execução durante o ano subsequente em centros de investigação portugueses. Foram submetidas 33 candidaturas a concurso, inseridas nas quatro áreas científicas. Em função da avaliação efectuada, recomendou o Júri que fossem distinguidos 138. 139 Relatório Balanço e Contas 2007 Programa Gulbenkian de Apoio à Investigação nas Ciências da Vida, entrega do prémio e visita ao Instituto de Medicina Molecular. oito candidatos, a quem foi atribuído um incentivo financeiro total de € 12 500, repartido em duas parcelas: uma, de € 2500 para o investigador, e outra de € 10 000, destinada a suportar os encargos com a execução da investigação, atribuída à instituição onde decorrerão os trabalhos. Programa de Apoio à Investigação nas Ciências da Vida O programa tem como objectivo incentivar a originalidade e o desenvolvimento de novas ideias criativas no trabalho de investigação nas ciências da vida (cutting-edge research) e resultou da vontade de induzir nos centros de excelência a capacidade de apostar e arriscar nos investigadores mais jovens, em áreas de fronteira. Em 2007, foram distinguidas as seguintes instituições: › Instituto de Medicina Molecular, Laboratório Associado, Universidade de Lisboa, para permitir apoiar a realização do projecto “Deciphering the Molecular Role of DJ-1 in the Etiology of Parkinson’s Disease”, da responsabilidade de Tiago Fleming Outeiro. › Instituto de Biologia Molecular e Celular, Laboratório Associado, Universidade do Porto, Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Ciência Programa Gulbenkian “Novos Talentos em Matemática”, encontro nacional do programa, Fundação Calouste Gulbenkian, Setembro de 2007. para permitir a realização do projecto “Application of Fluorescent Speckle Microscopy and Laser Microsurgery to Unravel Force Production Mechanisms behind Chromosome Movement”, da responsabilidade de Helder Maiato. Cada uma das instituições recebeu um subsídio no valor de € 50 000. Programas de reforço do potencial de investigação O apoio à investigação fundamental concretizou-se através da concessão de vários subsídios, sendo de destacar o concedido ao Centro Internacional de Matemática para a realização da Escola de Verão de 2007, no valor de € 15 000. Programa “Novos Talentos em Matemática” O Programa Gulbenkian “Novos Talentos em Matemática” distingue, anualmente, estudantes universitários de Matemática que evidenciem um elevado mérito académico 140.141 140. Relatório Balanço e Contas 2007 Capa do catálogo da exposição “Ingenuidades. Fotografia e Engenharia, 1846-2006”. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Ciência e incentiva o desenvolvimento da sua cultura e aptidões matemáticas, apoiando o seu trabalho junto de reconhecidos especialistas que exercerão o papel de tutores. A Fundação, após concurso público, atribuiu 20 bolsas de mérito para estudantes a frequentarem o 1.º, 2.º e 3.º anos de uma licenciatura em Matemática no ano lectivo de 2007-2008. Decorreu a 4.ª Escola de Verão – Escola Diagonal, entre 3 e 7 de Setembro de 2007, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que contou com a participação de cerca de 80 estudantes (sendo mais de 30 estudantes do ensino secundário e os restantes do ensino superior). Realizaram-se quatro cursos, cada um com cinco lições complementadas por sessões de trabalho. Esta “Escola Diagonal” antecedeu o 7.º Encontro Nacional do Programa “Novos Talentos em Matemática”, que decorreu na Fundação de 7 a 8 de Setembro, e teve como objectivos fundamentais: dar oportunidade aos bolseiros de todo o país de se conhecerem e trocarem experiências sobre os respectivos ambientes académicos; fazer um balanço do trabalho desenvolvido no âmbito do programa; realizar sessões de discussão científica envolvendo todos os participantes (bolseiros e tutores). O encontro incluiu uma série de conferências proferidas por alguns dos bolseiros e por professores convidados, nacionais e estrangeiros. Favorecer as ligações entre a ciência e a cultura Colóquios e seminários No âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, foi a 14 de Maio de 2007 lançado o livro A Nova Primavera do Político, resultante do trabalho de investigação anteriormente financiado pela Fundação. Esta iniciativa foi acompanhada por uma conferência proferida por Michel Wieviorka subordinada ao tema “Globalização e Multiculturalismo”. A realização do seminário “A Ciência e a Política”, iniciativa integrada nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação, foi reprogramada para Janeiro de 2008. Este seminário reunirá um conjunto de especialistas e decisores políticos com o objectivo de contribuir para uma melhor compreensão dos processos de tomada de decisão que envolvem criticamente a ciência, bem como o impacto do conhecimento científico na definição de estratégias com vista ao futuro. O concurso “Rómulo de Carvalho/António Gedeão, O Poeta da Ciência” foi uma iniciativa conjunta do Plano Nacional de Leitura e da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário do Nascimento de Rómulo de Carvalho/António Gedeão, que contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. As escolas e estudantes premiados neste concurso apresentaram os seus trabalhos numa sessão pública, que decorreu a 4 de Junho de 2007 na sede da Fundação no decorrer da qual foram entregues os prémios. Decorreram os trabalhos preparatórios do ciclo de colóquios “Na Fronteira da Ciência”, com a realização a 12 de Dezembro da primeira conferência, “Conjectura de Poincaré: Geometria para Entender o Universo”, proferida por Marcelo Viana do Instituto de Matemática Pura e Aplicada do Rio de Janeiro. 142.143 142. Relatório Balanço e Contas 2007 Ainda no quadro das conferências e seminários realizou-se, a 6 de Junho, uma conferência proferida por Pierre Cartier, reconhecido matemático, seguida pelo lançamento do livro Os Desafios e as Grandes Direcções Actuais da Investigação Matemática. Exposições de divulgação científica A exposição “Ingenuidades. Fotografia e Engenharia, 1846-2006”, organizada no âmbito das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, esteve patente ao público na Galeria de Exposições Temporárias da sede, entre 9 de Fevereiro e 6 de Maio, tendo sido visitada por 21 321 pessoas. Esta exposição, comissariada por Jorge Calado, reuniu mais de três centenas de fotografias, históricas e actuais, vindas de todo o mundo. Foi posteriormente apresentada no Palais des Beaux Arts – BOZAR, em Bruxelas, entre 6 de Julho e 9 de Setembro de 2007, por ocasião da presidência portuguesa da União Europeia. A acompanhar a exposição, foi editado um catálogo, com edição em português e inglês, contendo ensaios da autoria do comissário. Decorreram os contactos e trabalhos de preparação de uma outra exposição de natureza científica a realizar em 2009. Foi apoiada a produção de uma série de 13 programas televisivos intitulada Indisciplinas. Esta série foi concebida como um projecto dedicado às áreas da ciência, das tecnologias e da cultura, pretendendo disponibilizar uma informação rigorosa e acessível ao grande público, tendo sido emitida ao longo do ano pelo canal 2: Foi também desenvolvida uma actividade continuada de concessão de subsídios a iniciativas com mérito por parte de associações, academias e instituições universitárias. Fortalecer a interacção entre a ciência e a sociedade Programa “Ciência e Sociedade” No âmbito deste programa foram concedidos subsídios às seguintes instituições: › Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais para a realização do 2.º ano do projecto “Lisbon Agenda Group”; › Centro de Investigação e Estudos de Sociologia/ISCTE para o projecto de investigação “Estímulo à Investigação e Trajectórias Científicas”, o qual fará a análise dos percursos académicos, científicos e profissionais dos investigadores distinguidos pelo Programa Gulbenkian de Estímulo à Investigação de 1994 a 2006; › Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais para o projecto “Diálogos para Um Desenvolvimento Sustentável”, no valor de € 50 000; › Yale University para o projecto de investigação “Linear vs Polarizing Trends in World Social Processes”, no montante de € 35 000. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Ciência Publicações Foi editado, em parceria com a Gradiva, um livro contendo os textos das conferências proferidas em 2004 e 2005, no âmbito dos ciclos “Despertar para a Ciência”. Comemorações do cinquentenário › Livro A Nova Primavera do Político (ver “Colóquios e seminários”); › Seminário “A Ciência e a Política” (ver “Colóquios e seminários”); › Exposição “Ingenuidades. Fotografia e Engenharia” (ver “Exposições”). 144.145 144. Relatório Balanço e Contas 2007 Crianças em idade pré-escolar numa visita ao Instituto Gulbenkian de Ciência. Instituto Gulbenkian de Ciência Descrição das actividades realizadas A missão do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) é a de conduzir investigação científica e formação pós-graduada em biomedicina, contribuindo para a formação de novas lideranças na comunidade científica nacional e para a internacionalização da ciência portuguesa. O IGC funciona como host-institution, oferecendo um excepcional ambiente intelectual, bem como excelentes instalações, equipamentos e serviços a jovens investigadores portugueses e estrangeiros, que aqui criam autonomamente os seus grupos de investigação e desenvolvem os seus projectos por períodos de tempo limitados. Valores em euros Encargos com pessoal 1 545 257 Despesas de funcionamento 1 874 659 Iniciativas próprias 4 986 610 Subsídios e bolsas 1 263 145 Investimento 1 103 451 Total 9 669 671 Receitas 4 144 048 * Os valores afectados referem-se a verbas geridas pela Fundação Calouste Gulbenkian, excluindo outros financiamentos atribuídos directamente aos investigadores, estudantes e técnicos ou geridos por outras entidades. Os interesses científicos do Instituto caracterizam-se pela sua diversidade e transversalidade, geradoras de uma densa rede de interacções dos seus grupos, dentro e fora do Instituto, na procura de um objectivo comum, nomeadamente, as bases genéticas e moleculares do desenvolvimento e evolução de sistemas complexos. Assente numa sólida base evolutiva e em abordagens centradas no organismo, usando múltiplos modelos animais que vão das bactérias e leveduras, à mosca da fruta e aos ratinhos, a investigação do IGC dá prioridade a áreas biomédicas definidas, como a genética de doenças complexas e de resistência a infecções, a auto-imunidade, o stress e a inflamação, a biologia do desenvolvimento em animais e plantas e as neurociências. São igualmente características marcantes do IGC o forte apoio à biologia teórica e computacional e a sua intensa actividade em seminários, cursos de pós-graduação, workshops e simpósios, bem como no intercâmbio com várias instituições estrangeiras. O IGC dispõe de plataformas tecnológicas e serviços de grande qualidade em equipamentos e competências humanas (separação de células a alta velocidade, microscopia electrónica, microscopia confocal e multifotónica, sequenciação de DNA e genotipagem, GenechipTM, preparação de anticorpos monoclonais, biotério com produção de ratinhos Specific Pathogen Free e Germ-Free e animais transgénicos), de uma biblioteca, de laboratórios com grau de biossegurança de nível 3 e de uma infra-estrutura de computação de alto desempenho para computação em bioinformática. Entre os serviços de apoio aos investigadores e à actividade institucional, contam-se ainda as unidades de ensino, de organização de reuniões, de comunicação de ciência, de administração de contratos e de propriedade intelectual. A investigação no IGC foi realizada em 2007 por 32 grupos de investigação autónomos e 14 grupos de investigação associados em outras instituições. O ano passado ficou marcado pelo lançamento do Programa Champalimaud de Neurociência no IGC, ao abrigo do qual foram instalados os primeiros grupos de investigação. Todos os grupos no IGC têm apoio financeiro exterior na condução dos seus projectos, em temáticas que foram progressivamente consolidadas: 146.147 146. Relatório Balanço e Contas 2007 Manipulando tecidos ao microscópio. ciclo celular e mitose, respostas celulares e moleculares ao stress, biologia do desenvolvimento em animais e plantas, tolerância imunológica, doenças auto-imunes e inflamação, interacção vírus-hospedeiro, desenvolvimento de vacinas contra infecções crónicas, genética de resistência à malária, genética da diabetes tipo I, do lúpus e do autismo, evolução, neurobiologia comportamental e biologia teórica e computacional. Em 2007, foram publicados 103 artigos de investigação em revistas internacionais, 22 artigos de revisão e/ou capítulos em livros e apresentadas 314 comunicações em congressos ou reuniões científicas. Foram preparadas, em parte ou na totalidade, no IGC, 19 teses de doutoramento, oito teses de mestrado e quatro teses de licenciatura. O ensino ao nível pós-graduado foi sempre uma forte aposta do IGC, contando com o apoio sistemático da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Esta tradição manteve-se no ano de 2007 através do Programa Gulbenkian de Doutoramento em Biomedicina, do Programa de Doutoramento em Biologia Computacional – conduzido em colaboração com a Siemens Academia, e agora, por acordo com a Fundação Champalimaud, do Programa Gulbenkian/Champalimaud de Doutoramento em Neurociência. Por outro lado, o Programa Gulbenkian de Doutoramento do IGC, devotado ao recrutamento de estudantes para os seus próprios laboratórios, foi agora aberto com sucesso a Fundação Calouste Gulbenkian Instituto Gulbenkian de Ciência Neurónios (células do sistema nervoso) em cultura num laboratório, em que o núcleo (azul) e os prolongamentos (verdes) foram marcados com compostos fluorescentes, para permitir a sua visualização. estudantes estrangeiros por concurso internacional, como passou a ser de norma em todos os programas. Em 2007, o IGC organizou também vários outros cursos internacionais, nomeadamente, o EMBO Course on Lihgt Microscopy in Living Cells, bem como várias conferências e workshops, onde sobressaem as conferências “Reconstrução do Passado” e “Biologia Evolutiva das Religiões”, em colaboração com o Serviço de Ciência da Fundação, bem como os primeiros Champalimaud Neuroscience Workshops Neural Basis of Reward and Decision Making e Theoretical and Experimental Perspectives on Serotonin Function, os encontros anuais dos estudantes e investigadores que já passaram no IGC (GAMeets) e dos alunos dos vários programas de doutoramento em curso. O IGC organizou ainda 149 seminários individuais. Outra das iniciativas do IGC mantida em 2007 foi a de promover o diálogo entre os cientistas e a sociedade. Para esse efeito, o IGC organizou ciclos de conferências e sessões informais entre investigadores e o público em geral, com o objectivo de fomentar o entusiasmo e o conhecimento das questões fundamentais da biomedicina actual, bem como de encontrar formas de melhorar os canais de comunicação entre os cientistas, os meios de comunicação social, os professores de biologia do ensino secundário e o público em geral. À semelhança de anos anteriores o IGC foi visitado por cerca de 400 alunos de escolas do ensino secundário de norte a sul do País. 148.149 148. Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Ib. Estrangeiro Cartaz do espectáculo de marionetas “Vie du grand dom Quichotte et du gros Sancho Pança”. Serviço Internacional Em 2007, por intermédio do Serviço Internacional, a Fundação Calouste Gulbenkian continuou a exercer, em países estrangeiros, acções dirigidas à promoção da cultura portuguesa e a apoiar iniciativas de organizações internacionais que visem encontrar soluções para os problemas que afectam o mundo de hoje. Valores em euros Encargos com pessoal Despesas de funcionamento Subsídios e bolsas Iniciativas próprias Total 284 897 137 776 1 130 314 36 576 1 589 563 Receitas 6 965 Enumeram-se a seguir, resumidamente, alguns dos projectos mais significativos realizados no decurso do ano. Iniciativas próprias [336 576] Publicações Foram adquiridos, para oferta a instituições vocacionadas para o estudo de temas ligados à cultura portuguesa, exemplares de livros nas seguintes línguas: em dinamarquês, Kvintessensen (Forlaget Orby, Copenhaga, Dinamarca); em português, Viagem ao Brasil de Alexandre Rodrigues Ferreira, 4.º vol. (Kapa Editorial, Petrópolis, Brasil), Arca de Pessoa – Novos Ensaios (Imprensa de Ciências Sociais, Lisboa, Portugal), Portugal no “Mercure de France” – Aspectos Literários, Artísticos, Sociais de Fins do Séc. XIX a Meados do Séc. XX, de Philéas Lebesgue (Roma Editora, Lisboa, Portugal), Cartas de Amor à Viscondessa da Luz, de Almeida Garrett (Quasi, Vila Nova de Famalicão, Portugal); em francês, Quadrant nr. 23 (Université Paul Valéry, Montpellier, França), Noeuds 25 poèmes sur Paula Rego (Fédèrop, Gardonne, França), Sigila nrs. 19 e 20 (Association Gris-France, Paris, França); em inglês, Metahistory/ /Metahistória, de Charles J. Borges e M. N. Pearson (Nova Vega, Lisboa, Portugal). Cartas de Amor à Viscondessa da Luz, de Almeida Garrett, introdução, organização, fixação do texto e notas de Sérgio Nazar David, com apresentação de Ofélia Paiva Monteiro. 152. 153 Relatório Balanço e Contas 2007 Edição de livros Iniciaram-se os trabalhos de preparação da publicação bilingue intitulada Indo-Portuguese Museum – Bishop’s House – Cochin/Museu Indo-Português – Paço Episcopal – Cochim, a lançar em 2008, por ocasião das celebrações do encerramento do ano jubilar coincidente com as comemorações dos 450 anos da criação daquela diocese. Prosseguiu o trabalho com vista à publicação, em português, da obra de Adolf Heuken, The Earliest Portuguese Sources for the History of Jakarta. Subsídios e bolsas [31 130 314] Património histórico português no mundo Foram concedidos dois subsídios para a recuperação de património de origem portuguesa existente no estrangeiro destinados, respectivamente, a obras de preservação da igreja do Convento de Santa Mónica, em Goa, e à recuperação do exterior da Catedral de Calecute, ambas na Índia. Participações em iniciativas de organizações internacionais Foi renovada a adesão da Fundação Calouste Gulbenkian à Network of European Foundations for Innovate Cooperation, Bélgica, com vista ao desenvolvimento de estratégias de acção comuns a diversas fundações da Europa e ao estabelecimento de uma cooperação transnacional na área cultural. Foram aprovados subsídios para o Centre for Social Investment na Universidade de Heidelberg destinados às actividades a desenvolver no triénio 2007-2009 e para o projecto “A Soul for Europe” com vista ao fortalecimento das relações culturais entre vários parceiros europeus. Foi renovado o apoio financeiro concedido desde 2005 ao European Strategy Forum para promover o debate sobre questões estratégicas que afectem os Estados-membros da União Europeia, e atribuída uma contribuição para apoiar o projecto “LAB – Laboratory of European Cultural Cooperation”, experiência pioneira para a construção a longo prazo de uma política cultural sustentada, desenvolvida pela European Cultural Foundation, Holanda. Ao projecto “Mobilité Artistique en Méditerranée”, desenvolvido pelo Fonds Roberto Cimetta em colaboração com a Fondation Européenne de la Culture, foi concedido um novo subsídio para a realização das actividades previstas para 2007. A exposição “Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries”, organizada pelo Smithsonian Institution, em Washington, no segundo semestre de 2007, beneficiou igualmente de um novo apoio. Foi concedido um subsídio ao German Marshall Fund of the United States para a organização da conferência “Transatlantic Approach to North Africa & the Mediterranean”. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço Internacional Promoção da cultura portuguesa em países estrangeiros Prosseguiram em 2007 os programas de cooperação com entidades estrangeiras entre as quais se destacam: a Johns Hopkins University, em Washington, Estados Unidos da América; o Institut Universitaire Européen, em Florença, Itália; e o King’s College of London, no Reino Unido. Foi igualmente concedido o patrocínio exclusivo, da parte de Portugal, da exposição “Um Novo Mundo, Um Novo Império – A Corte Portuguesa no Brasil 1808-1822”, organizada pelo Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro, que comemorará, em 2008, os duzentos anos da chegada da família real ao Brasil. O Serviço Internacional continuou a apoiar a edição de livros e a conceder bolsas de estudo. Foram igualmente atendidos pedidos de instituições sediadas nos seguintes países: na Alemanha, a Körber-Stiftung, Hamburgo, Portugal no “Mercure de France” – Aspectos Literários, Artísticos, Sociais, e a Technische Universität Cheminitz, de Fins do Séc. XIX a Meados do Séc. XX, de Philéas Lebesgue. Chemnitz; no Brasil, a Cátedra Jorge de Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Filologia do Rio de Janeiro, a Associação Brasileira de Professores de Literatura Portuguesa de São Paulo, a Universidade Federal de Ouro Preto, e o Centro de Estudos Americanos Fernando Pessoa, São Paulo; em França, a Université Blaise-Pascal, Clermont-Ferrand, o Centre d’Information de Recherche de Création et d’Études Littéraires et Artistiques – Circé, Paris, e a Casa Amadis, Montpellier; na Holanda, a Universiteit Utrecht, Utreque; na Índia, o Institute for Research in Social Sciences and Humanities – IRISH, Thalassery; e, em Itália, a Universitá degli Studi di Bari, Bari. Foi concedido ao Centre de Recherche du Château de Versailles um subsídio para os trabalhos preliminares do projecto de identificação e sistematização das plantas ornamentais utilizadas nos séculos XVII e XVIII em jardins da Europa, e que se irá prolongar por um período de três anos (2008-2010), e ao Mudam Luxembourg – Musée d’Art Moderne Grand-Duc Jean, foi atribuído um subsídio para produção do catálogo da exposição “Portugal Agora – A Propos des Lieux d’Origine”, organizada naquele museu. 154.155 154. Relatório Balanço e Contas 2007 Projecto de identificação e sistematização das plantas ornamentais utilizadas nos séculos XVII e XVIII em jardins da Europa. Edições apoiadas Foi concedido apoio para a edição das seguintes obras: em português, Metamorfoses, n.º 8 (Cátedra Jorge de Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros – UFRJ, Rio de Janeiro, Brasil), Semear n.º 12 (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil), Os Americanos e Portugal 1941-1976, de José Freire Antunes (Tribuna da Memória Multimedia, Lisboa, Portugal); em romeno, Vanitas, de Almeida Faria (Vivaldi, Bucareste, Roménia); em francês, Voyage de François de l’Estra aux Indes Orientales – 1671-1675, Histoire des Juifs Portugais e Le Voyage de Magellan (Chandeigne, Paris, França); Álvaro Siza au Thoronet – Parcours Comme Œuvre (Parenthèses, Marselha, França), Lisbonne, Histoire, Promenades, Anthologie, Dictionnaire (Robert Laffont, Paris, França), La Maison sur la Dune, de Carlos de Oliveira (José Corti, Paris, França), Desassossego, Lisbonne et Pessoa (Gallimard, Paris, França). Foi concedido um subsídio ao Musée d’Art et d’Histoire du Judaisme, destinado ao catálogo da exposição “Rembrant et la Nouvelle Jérusalem: Juifs et Chrétiens à Amsterdam au Siècle d’Or”. Oferta de bibliotecas Foram oferecidos conjuntos de livros às seguintes instituições: no Brasil, ao Centro de Orientação Educacional da Biblioteca Rui Barbosa, Minas Gerais, à Universidade do Grande Rio Fundação Calouste Gulbenkian Serviço Internacional – UNIGRANRIO, Rio de Janeiro, à Universidade de São Paulo, Universidade Federal do Rio Grande, à Universidade Federal Rural de Pernambuco, à Universidade Federal de Grande Dourados e à Fundação Educacional de Divinópolis – Biblioteca Prof. Nocolaas Gerardus, em Minas Gerais, e à Universidade Federal de Rondônia; nos Estados Unidos da América, à Rhode Island College Foundation, em Providence; na Índia, ao Xavier Centre of Historical Research, em Goa; na Suíça, ao Núcleo de Intervenção Cultural e Expressiva, em Scaffhausen, e à Pestalozzi Bibliothek Zürich. Bolsas de estudo e subsídios de viagem No âmbito do concurso anual, foram atribuídas 17 bolsas de estudo a investigadores estrangeiros para realizarem pesquisas em Portugal sobre temas relacionados com a cultura portuguesa. Foram beneficiados estudiosos das seguintes nacionalidades: Brasil (oito), França (três), Austrália, Eslováquia, Espanha, Itália, República Checa, Rússia (um cada). Cartaz do documentário The Night Fernando Pessoa Met Constantine Kavafy. Foram ainda contemplados com subsídios de viagem investigadores estrangeiros e portugueses, num total de oito beneficiários, para participarem em iniciativas culturais ou para realizarem pesquisas nas áreas da literatura, história, museologia e património histórico. Música, teatro e exposições Foram concedidos subsídios nas áreas da música, teatro e exposições, com o objectivo de promover a participação de artistas portugueses em certames internacionais. Foram apoiadas as seguintes instituições: Espace Européen pour la Sculpture ASBL para o transporte das obras de José Guimarães que integraram a exposição que teve lugar em Bruxelas; Fundación Albeniz, para a realização da 16.ª edição do Concurso Internacional de Piano de Santander Paloma O’Shea; Collectif Hic et Nunc, de Paris, para a representação da peça Mort d’un Heteronyme, de Fernando Pessoa, que integra o projecto teatral “Metisse”, na Cartoucherie de Vincennes; Comédie-Française, 156.157 156. Relatório Balanço e Contas 2007 Escultura de José Guimarães, exposição “Les Voix Nomades” no Parc Régional Tournay-Solvay, Bruxelas. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço Internacional para as despesas com a produção do espectáculo de marionetas Vie du grand Don Quixote de la Mancha et du gros Sancho Pança, de António José da Silva; Centre Georges Pompidou, para a produção de dois concertos monográficos integralmente dedicados ao compositor Emmanuel Nunes, no âmbito do Festival Agora; Boston Portuguese Festival, para a deslocação de um especialista português. Foram igualmente apoiadas deslocações ao estrangeiro dos seguintes agrupamentos: A Barraca, para a representação de uma peça de teatro no festival “Na Ponta da Língua”, no Brasil; grupo de música e dança EKVÂT, para realizar um espectáculo integrado na iniciativa “Encompassing the Globe: Portugal and the World in the 16th and 17th Centuries” e Grupo de Teatro Rainha, para uma série de apresentações da peça Ella, ambos nos Estados Unidos da América; RE.AL – João Fiadeiro, para apresentar em França e na Bélgica dois espectáculos – Onde Vai a Luz quando Se Apaga e Dido e Eneias; Quinta Parede, para apresentar o espectáculo Peur Bleue na Biennale Théâtre Jeunes Publics, em Lyon, França; Grupo Musical Português Kalaf, para um concerto no âmbito do encontro sobre “Perspectiva Europa” realizado pela Akademie der Künste, Berlim, Alemanha; membros do Conservatório Nacional de Lisboa, a fim de participarem na edição do Festival Culturel de l’Agglomération de Rouen 8éme Transeuropéennes, França. A Cité de la Musique beneficiou de um subsídio para a execução da programação clássica do ciclo “Lisbonne”. Foi ainda atribuído um subsídio à Fundação Eva Klabin, Brasil, para pagamento das despesas de transporte, seguros e desalfandegamento dos materiais da exposição de Rui Chafes, apresentada no Rio de Janeiro. Outros projectos Foi oferecido equipamento informático e audiovisual para o recém-criado Institute for Portuguese and Lusophone World Studies, no Rhode Island College, Providence, EUA, e para o Vasco da Gama Research History Centre, inaugurado no corrente ano no Paço Episcopal de Cochim, Índia. Foi atribuída uma comparticipação ao produtor grego Thanos Lambropoulos, da Periplus Film & Television Productions, para a realização do documentário The Night that Fernando Pessoa Encoutered Constantine Cavafy, sobre um encontro imaginário entre os dois célebres poetas. Foram concedidos apoios ao PEN Clube Português, para a participação de alguns dos seus membros em reuniões internacionais programadas para 2007, e ao Palais des Beaux-Arts, em Bruxelas, para o retorno das peças que integraram a exposição “Ingenium”. 158.159 158. Relatório Balanço e Contas 2007 Projecção do documentário de Manoel de Oliveira O Improvável não É Impossível. Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris Valores em euros Encargos com pessoal Subsídios 1 220 075 6 000 Despesas de funcionamento 710 445 Iniciativas próprias 791 286 2 727 806 Total 19 113 Receitas O Centro Cultural Calouste Gulbenkian é o departamento da Fundação responsável pela difusão da cultura portuguesa em França, através da realização de actividades directas. Durante o ano de 2007, prosseguiu a preparação para a transição para o seu novo espaço. O Centro valorizou a biblioteca, a qual, com cerca de 90 mil volumes, é a maior e melhor biblioteca portuguesa na Europa, fora de Portugal. Foram realizadas quatro exposições, em colaboração com a sede e com museus franceses e portugueses. O Centro tem vindo a abrir no Verão, com uma exposição que pretende atrair não apenas os residentes na capital francesa como os visitantes que na altura se encontrem em Paris. Em colaboração com o Serviço de Música, o Centro organizou recitais e concertos de música de câmara fora das suas instalações, na Sala Gaveau. Tiveram lugar, igualmente, várias conferências, lançamentos de livros, leituras de adaptações teatrais e de poesia portuguesa por reputados actores franceses. No futuro próximo, o Centro deverá apostar nas valências da biblioteca, bem como em exposições e conferências internacionais, 160.161 160. Relatório Balanço e Contas 2007 Inauguração da exposição de Arshile Gorky. acompanhadas de catálogos e de actas que possam registar documentalmente aqueles acontecimentos. Esta missão deverá ser prosseguida em estreita colaboração com os serviços da sede, no âmbito dos fins estatutários da Fundação e em parceria com outras instituições portuguesas, francesas e europeias. Principais actividades realizadas em 2007 Exposições Comissariada por José Luís Porfírio, foi realizada uma exposição de obras de António Dacosta durante os meses de Fevereiro e Março. Em Abril, no âmbito do “Ano da Arménia em França”, e em parceria com o Centre Georges Pompidou, foi realizada simultaneamente nos dois espaços uma exposição de desenhos e pinturas de Arshile Gorky. Esta mostra contou com a colaboração do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão e do Serviço das Comunidades Arménias. Em colaboração com a Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva e o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão foram apresentadas obras de Vieira da Silva, de Junho a Setembro. Uma exposição de fotografia de Mark Power, “Signes/Signs”, comissariada por Jorge Calado, foi apresentada no Centro em Novembro e Dezembro. Esta mostra contou com a parceria de Magnum Photos, e será apresentada em Cambridge (Reino Unido), no Churchill College em parceria com a Delegação no Reino Unido. Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris Inauguração da exposição Mark Power. Concertos Foram realizados cinco concertos pelos seguintes artistas: Opus Ensemble, com apresentação de Carlos Pontes Leça, em homenagem a Fernando Lopes-Graça na Sala Gaveau; igualmente na Sala Gaveau, apresentou-se o grupo de música barroca Les Caractères, com versão de concerto da ópera de António Teixeira e António José da Silva Les Métamorphoses de Protée; Bernardo Sassetti, no Centro, com algumas improvisações a partir de composições da sua autoria, destinadas ao cinema; Adriana Calcanhoto (voz e guitarra), acompanhada por Dé Palmeira, Ricardo Palmeira e Marcelo Costa igualmente no Centro; Stephen Beus, 1.º prémio do Concurso Internacional de Piano Vendôme em 2006, na Sala Gaveau. Edições Publicado pela editora alemã Harrassowitz Verlag, foi lançado no Centro o volume de actas da conferência internacional “Portugal Sri Lanka 500 Ans”, coordenada por Jorge Flores, em 2005, e também realizda no Centro. De outros editores exteriores ao Centro, foram lançadas as seguintes obras: Le Printemps Politique, de Michel Wieviorka, e La Longue Marche des Arméniens, de Laurence Ritter, na colecção “Le Monde comme il va”, edições Robert Laffont; na editora La Différence, La Vie en Vers, de Teresa Rita Lopes, Poésies Complètes, de Mário de Sá-Carneiro, Les Yeux d’Ulysse, de António Osório, 162.163 162. Relatório Balanço e Contas 2007 e Une Lettre en Hiver, de Vasco Graça Moura; na Alphamédian & Johanet, Gorky: Sept Thèmes Majeurs, de Alexandre Beredjiklian. O número 19 da revista Sigila foi também apresentado no Centro, assim como Noeuds, de Ana Marques Gastão (ed. Fédérop), e ainda Le Portugal, de Pierre Léglise-Costa, colecção “Les idées reçues”, Le Cavalier bleu éditions. Do editor Christian Bourgois, foi realizado o lançamento de Fantaisie pour Deux Colonels et Une Piscine, de Mário de Carvalho. Michel Chandeigne apresentou Voyage de Magellan (1519-1522) e La Relation d’Antonio Pigafetta & Autres Témoignages, duas obras editadas com subsídio da Fundação. Foi ainda lançada a edição portuguesa de Le Portugal dans “Mercure de France”, Aspects Littéraires, Artistiques, Sociaux, de la Fin du XIXe au Milieu du XXe. Foi lançado o Vocabulaire Portugais, Portugal/Brésil de Solange Parvaux, Jorge Dias da Silva e Nina Atsuko Mabuchi, publicado pela editora Pocket com o apoio da Fundação. Tratou-se da última presença de Solange Parvaux no Centro, dez dias antes do seu falecimento. No decurso do primeiro semestre de 2008, será prestada homenagem a esta figura cimeira da cultura portuguesa em França. Inauguração da exposição de Vieira da Silva. Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris Conferências, colóquios, encontros Um colóquio internacional e um ateliê coordenado por Carlos Mendes de Sousa foram consagrados a Miguel Torga com a participação de José Manuel Esteves, Eduardo Lourenço, Clara Rocha, Catherine Dumas, Cristina Robalo Cordeiro, Eloisa Alvarez, Ettore Finazi-Agro, Fernando J. B. Martinho, Graça dos Santos, Luís Mourão, Manuel Alegre, Marcello Duarte Mathias, Maria Alzira Seixo, Maria de Fátima Marinho, Maria Graciete Besse, Maria Helena Carreira, Maria Helena Santana, Paulo de Medeiros, Teresa Araújo, Teresa Rita Lopes e Vicenzo Arsillo. A sessão de encerramento foi presidida pelo presidente da Fundação. O Centro realizou a conferência internacional “Les Portugais à Ormuz (1507-1622)”, com Dejanirah Couto, Elio Brancaforte, Hélder Carita, Hughes Didier, Jean-Louis Bacqué-Grammont, João Campos, João Lizardo, Jorge Manuel Flores, José Manuel Garcia, Luís Gil Fernandez, Mansur Sefatgol, Maria Helena Mendes Pinto, Nader Nasiri-Moghaddam, Nicolas Mellis, Nuno Vassallo e Silva, Rui Manuel Loureiro, Svat Soucek, Valeria Fiorani Piacentini, Vasco Resende, Willelm Floor e Zoltan Biedermann. Maria de Medeiros organizou uma “Carte Blanche” para a qual contou com a participação de artistas plásticos, actores e músicos. “Carte Blanche à Maria de Medeiros”. 164.165 164. Relatório Balanço e Contas 2007 Lançamento de Vocabulaire Portugal, de Solange Parvaux, aqui acompanhada pelo embaixador de Portugal em França. Participaram em conferências e mesas-redondas os seguintes convidados: José Luís Porfírio, Artur Luís Piza e Alain Tapié (mesa-redonda sobre António Dacosta), Cleonice Berardinelli e Gilda Santos (conferências sobre Gil Vicente e Jorge de Sena, respectivamente), Michel Fardeau, Miguel Palha e Fernando Tomé (mesa-redonda sobre a deficiência e a Europa social). Em parceria com a associação “Textes et Voix”, foram organizadas leituras de textos de António Lobo Antunes por Michael Lonsdale, e de José Luís Peixoto por Thibault de Montalembert. Com encenação de Isabelle Desage, Jacques Lallié leu textos de Fernando Pessoa. A partir de um texto da sua autoria, Nouritza Matossian recreou cenas e personagens da vida de Arshile Gorky num espectáculo denominado A Life of Arshile Gorky. Foi realizada uma projecção do documentário encomendado pela Fundação ao realizador Manoel de Oliveira, L’Improbable n’Est pas Impossible, com a presença do realizador. O Centro apoiou ainda o espectáculo de dança e voz de Sosana Marcelino Só no Espace Kiron. Beneficiando do apoio da Fundação, foi apresentado no Théâtre de l’Epée de Bois (Cartoucherie de Vincennes) o espectáculo Mort d’Un Hétéronyme, de Fernando Pessoa, pela Companhia Hic et Nunc e ainda, no Théâtre de la Ville de Sèvres, Le Cul de Judas, de António Lobo Antunes, numa adaptação, encenação e interpretação de François Duval. Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris No seguimento dos anos anteriores foram organizados, em colaboração com as Universidades de Paris III, IV, VIII e X, seminários sobre cultura portuguesa que contaram com a presença de Isabel Margarida Duarte, Nuno Júdice, Maria Isabel Barreno, Catarina Madeira Santos, Lígia Chiappini e Maria Helena Serôdio. Espaço Biblioteca Por ocasião da sua jubilação, o Centro homenageou Maria Teresa Salgado (que durante muitos anos dirigiu a respectiva biblioteca) com uma sessão de música e de teatro. O embaixador de Portugal agraciou a homenageada nessa oportunidade com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique. Para além de um acervo de 90 mil volumes colocados à disposição dos leitores, a Biblioteca organiza diversos eventos destinados ao seu público habitual. Assim, numa organização conjunta com a Cátedra Lindley Cintra da Universidade de Paris X e em colaboração com a Universidade Charles-de-Gaulle – Lille 3, o Centre José Saramago – Centre de langue portugaise CLP-ICA / Lille 3 e a Associação Agostinho da Silva, foi realizada uma jornada consagrada a Agostinho da Silva no âmbito das comemorações do centenário do seu nascimento, que contou com a participação de António Braz Teixeira, Eduardo Lourenço, Fernando Cristóvão, Guilherme de Oliveira Martins, José Eduardo Reis, Paulo Borges, Miguel Real e Renato Epifânio. Inauguração da exposição de António Dacosta. “Textes et Voix”, António Lobo Antunes por Michael Lonsdale. 166.167 166. Relatório Balanço e Contas 2007 Concerto de Bernardo Sassetti. Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris Fernando Tomé e António Coimbra Martins apresentaram numa conferência-debate as 101 edições da Histoire de la Conjuration du Portugal, de Abbé de Vertot. No âmbito do festival “1, 2, 3 Cultures” foi realizada uma sessão dedicada a “Le Cinquième Péché Mortel: La Gourmandise” que contou com a participação de Mário de Castro, Eric Morin, Peter Zupnik, Sergi Mas, Marie Amélie Robilliard e ainda a cantora Adriana Kucerova que deu um pequeno recital acompanhada pelo pianista Robert Pechanec. Em parceria com a Caixa Geral de Depósitos e a Fidelidade – Mundial, François Cadiou animou uma conferência-debate consagrada à Aldeia do Bispo. No âmbito do evento “Parfums de Lisbonne” a companhia de teatro “Cá e lá” apresentou, no café Lapeyronie, Eclats de Scènes, numa encenação de Graça dos Santos. Enquadrado na iniciativa “Lire en Fête”, do Ministério da Cultura francês, e em colaboração com o Instituto Camões e os departamentos de Português das Universidades de Paris III, IV, VIII e X, foi realizada uma leitura de textos por Anny Romand, seguida de um espectáculo acompanhado pelas vozes de Océane Gomes, Christine Vasco, numa encenação de Graça dos Santos e ainda de uma leitura de Nacional e Transmissível em homenagem a Eduardo Prado Coelho e de um conto português. Sandra Teixeira falou da obra de Vasco Graça Moura numa conferência com a presença do autor, e João Paes da música que compôs para os filmes de Manoel de Oliveira. 168.169 168. Relatório Balanço e Contas 2007 Crianças em volta da “Chama da Memória”. Serviço das Comunidades Arménias Valores em euros Encargos com pessoal 622 515 Despesas de funcionamento 123 661 Bolsas 2 095 728 Subsídios 659 916 Actividades próprias 8 317 3 510 137 Total 1 822 Receitas As actividades do Serviço têm por objectivo prestar apoio às comunidades arménias em todo o mundo, com maior destaque para as áreas associadas à educação. Neste enquadramento, são definidos os principais eixos da intervenção do Serviço: › apoio ao nível da educação escolar em todas as suas componentes: bolsas, manuais escolares, aplicações educativas em multimédia, computadores, mobiliário escolar e obras de construção e saneamento das instalações dos estabelecimentos escolares; › apoio ao nível da educação superior através da atribuição de bolsas universitárias e pedagógicas; › financiamento de inúmeros projectos de publicações de obras essenciais para a conservação e difusão da língua arménia, assim como para a preservação da história e da própria identidade do povo arménio; › financiamento de projectos na área do desenvolvimento científico e apoio às iniciativas culturais. A orientação geral do Serviço, no que se refere aos métodos de organização do trabalho, assim como ao nível da realização dos seus projectos, inclina-se cada vez mais no sentido de uma utilização intensiva dos meios informáticos. Assim, aumentou o número de projectos com uma forte componente informática, como, 170.171 170. Relatório Balanço e Contas 2007 por exemplo, a edição de CD multimédia com programas educativos ou recurso aos suportes digitais para o restauro e conservação dos antigos manuscritos. Mesmo nos contactos com o exterior, o Serviço privilegia as novas formas de comunicação, tornando assim muito mais rápido e transparente todo o processo de tratamento dos pedidos de bolsa, permitindo ainda uma consulta fácil de toda a informação relevante para o processo de candidatura. Também nas equipas de trabalho criadas para a realização dos projectos externos, o Serviço incentiva fortemente o recurso às novas tecnologias, o que permite revolucionar todo o processo funcional e criativo comparativamente com os métodos tradicionais utilizados até agora. Bolsas [32 095 728] É a rubrica mais importante das actividades do Serviço, que abrange praticamente todos os níveis de percurso educacional, do ensino básico ao ensino universitário. O principal objectivo é disponibilizar os meios para permitir o acesso dos jovens provenientes das famílias com fracos recursos financeiros às instituições de ensino. No entanto, os critérios da selecção dos beneficiários divergem de acordo com o nível de ensino e as condições particulares dos países em que se inserem as instituições educativas. No caso das bolsas escolares, pretende-se apoiar sobretudo os alunos que não têm meios suficientes para frequentar as escolas arménias, assim como ajudar as próprias escolas a facilitarem o ingresso destes alunos. Quanto à selecção das candidaturas para as bolsas universitárias, o critério baseado na avaliação das condições financeiras do candidato é completado pela avaliação do seu sucesso ao nível do estudo, visto que se pretende incentivar os estudantes com o melhor desempenho académico. Bolsas escolares e seminaristas [31 178 529] As bolsas escolares constituem a rubrica com o maior valor global no quadro da execução orçamental do Serviço. Elas destinam-se às crianças que frequentam as instituições de ensino da diáspora arménia, desde os jardins de infância às escolas secundárias, assim como aos alunos dos quatro principais seminários arménios num total de 94 instituições repartidas por 19 países da Europa, Médio Oriente, América, África e Austrália. Bolsas escolares e seminaristas 2007 Líbano 41% Turquia 18% Arménia 3% França 7% Israel 4% Jordânia 2% Outros 10% Síria 15% No âmbito deste programa, durante o ano de 2007 foram atribuídas 3701 bolsas no valor global de € 1 178 529. Em termos comparativos, notam-se ligeiras diferenças com o esquema de distribuição que se tinha verificado no ano anterior. As escolas do Líbano e da Síria, dois países do Médio Oriente que tradicionalmente ocupam uma posição privilegiada no quadro da distribuição de bolsas escolares, continuam sujeitas a graves dificuldades financeiras provocadas pela instabilidade e o declínio económico vivido nesta região. No entanto, estas escolas conseguiram em 2007 assegurar importantes doações e patrocínios, que aliviaram a crise financeira. Por conseguinte, o Serviço recolocou uma parte das bolsas previamente atribuídas às escolas destes países, aumentando por contrapartida o valor da ajuda financeira destinada às escolas localizadas noutros países, tais como a Turquia, a Jordânia, Israel, a Bulgária e a Roménia. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço das Comunidades Arménias Estudantes de uma universidade do Médio Oriente apoiada pela Fundação. [3687 480] Bolsas universitárias No total, 460 estudantes de origem arménia beneficiaram de apoio financeiro no âmbito deste programa num valor global de € 687 480. Relativamente ao período anterior, o valor global das bolsas sofreu pela segunda vez consecutiva uma ligeira redução, na ordem dos dois por cento. O número de bolseiros teve uma redução de 14,5 por cento relativamente ao ano de 2006. A forte desvalorização do dólar norte-americano, utilizado para o pagamento das bolsas nos países fora da Zona Euro, obrigou ao aumento significativo do valor das bolsas e por conseguinte à redução do número de beneficiários. Bolsas universitárias 2007 Médio Oriente 53% América do Sul 10% Europa 27% Arménia 2% Austrália 1% Canadá 7% No que se refere aos procedimentos de apresentação de candidatura e de tratamento administrativo dos pedidos de bolsa, todo este processo encontra-se totalmente informatizado. Os formulários são preenchidos on-line na página dedicada às candidaturas no site geral da Fundação. Esta mesma página serve para o registo e consulta da correspondência, com os dados actualizados diariamente e acessíveis do exterior através de introdução da senha de acesso secreta atribuída a todos os candidatos. Este sistema continua a receber modificações orientadas para a melhoria contínua das suas componentes. O balanço dos dois últimos anos em que o sistema na sua versão completa se encontra em funcionamento é muito positivo. Todos os procedimentos administrativos de tratamento de candidaturas beneficiaram de melhorias significativas: 172.173 172. Relatório Balanço e Contas 2007 › arquivo 100 por cento digital e aberto para consulta dos candidatos; › eliminação dos custos e problemas de correio postal, como extravios, atrasos, etc.; › informatização directa dos dados de candidatura e rapidez de resposta do Serviço; › eliminação dos suportes em papel; › facilidades de controlo e maior qualidade de informação. Bolsas pedagógicas [3203 852] Ao nível das bolsas pedagógicas, foram atribuídas 83 bolsas no valor global de € 203 852, o que representa uma diminuição na ordem dos 38 por cento relativamente ao valor registado em 2006. Esta redução reflecte a situação que se vive nas instituições educativas da Arménia e da diáspora arménia nos países do Médio Oriente que, para além da crise económica, acusam uma significativa perda ao nível dos professores que cada vez mais optam pela emigração para os países com melhor situação económica e maior estabilidade política. Relembramos que as bolsas pedagógicas têm por objectivo incentivar os investigadores arménios na área da educação, privilegiando sobretudo aqueles Alunos de uma escola arménia que trabalham na edição de novos manuais escolares, do Médio Oriente apoiada pela Fundação. assim como no desenvolvimento de novos meios pedagógicos (aplicações informáticas de ensino, bases de dados lexicológicos e lexicográficos, etc.). Tendo em conta a falta de professores arménios nas escolas da Diáspora, ou ainda algumas lacunas na formação académica e pedagógica necessária para estes professores, as bolsas também pretendem promover a organização e participação em cursos de formação indispensáveis para garantir a elevada qualidade na transmissão de conhecimentos aos alunos. Outra finalidade destas bolsas é o estímulo à investigação científica na forma de apoio para a participação em seminários, conferências, estágios, etc. Finalmente, o Serviço das Comunidades Arménias disponibiliza uma ajuda a favor de algumas instituições no seio da Academia Nacional de Ciências e da Universidade Estatal da Arménia. De forma geral, o objectivo é melhorar as condições de vida destes pedagogos e cientistas e garantir a sua inserção activa no domínio da colaboração internacional. Bolsas científicas – assistência à investigação Em 2007, foram atribuídas 12 bolsas destinadas aos cientistas que fazem parte do programa de pesquisas científicas do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) em Genebra (€ 25 867,53). Fundação Calouste Gulbenkian Serviço das Comunidades Arménias Subsídios [3659 916] A rubrica de “Subsídios” engloba diversas actividades do Serviço em todas as áreas em que se define a sua missão. Naturalmente, a área da educação é a mais privilegiada, seguida pela beneficência, pela ciência e pela arte. Os subsídios de educação concentram-se nas seguintes actividades: construção e recuperação das instalações escolares, fornecimento de equipamento informático e mobiliário escolar, assim como a publicação dos manuais escolares, de CD-ROM com aplicações multimédia e assistência directa aos autores destes mesmos manuais e de outros livros na área da educação. Os subsídios na área da ciência geralmente privilegiam os projectos de aquisição de equipamentos para os centros arménios de pesquisa científica, assim como certas publicações científicas. Finalmente, os subsídios de arte e beneficência, normalmente de valor relativamente reduzido, encerram o conjunto das actividades do Serviço. [3297 031] Reconstrução e equipamentos educativos De forma geral, esta rubrica, dedicada ao financiamento dos trabalhos de reconstrução e ampliação dos edifícios e das instalações escolares e culturais da Diáspora, destina-se a apoiar as indispensáveis melhorias das condições de ensino e dos espaços recreativos destas instituições. Inscreve-se no quadro de uma acção determinada e global e abrange, principalmente, os edifícios das escolas situadas nos países do Médio Oriente. O valor global registado em 2007 teve um aumento significativo face ao que se verificou em 2006, o que foi condicionado por uma acção especial a favor da construção do Liceu Nevarte Gulbenkian na região parisiense. Esta obra já tinha sido iniciada em 2006, sendo a comparticipação da Fundação baseada no subsídio especial atribuído pela Presidência. Lembramos que este liceu é criado em memória da esposa de Calouste Gulbenkian, Nevarte, que legou as suas jóias para a construção de uma instituição educativa arménia em França. Assim, dos sete subsídios atribuídos em 2007, podem ser destacados três de maior valor financeiro: › € 200 000 para a construção do Liceu Nevarte Gulbenkian em Raincy, na região parisiense (França); › € 28 087 para a aquisição de equipamentos tipográficos Heidelberg destinados à Tipografia Gulbenkian do Catolicossato da Grande Casa de Cilícia (Líbano); › € 41 350 para a aquisição de equipamentos do laboratório audiovisual, destinado ao estudo de línguas e ciências e que inclui também uma sala de projecção de vídeo, a favor do Liceu Arménio Getronagan de Istambul (Turquia). É preciso referir também a inauguração solene, em Jerusalém, da reabertura da Biblioteca Calouste Gulbenkian em Outubro de 2007, na presença do administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, engenheiro Martin Essayan, assim como dos membros da Sarkis Charity Trust de Londres, organização que também participou no financiamento desta iniciativa. Mesmo que este acontecimento não faça parte da execução orçamental de 2007, ele representa a finalização dos cinco anos de implementação de um projecto de reabilitação desta biblioteca que foi totalmente 174.175 174. Relatório Balanço e Contas 2007 restaurada, reorganizada e dotada com novos equipamentos informáticos. Foi igualmente organizada uma pequena equipa de trabalho que ficou encarregue da classificação e do restauro das obras guardadas na biblioteca, assim como de acolhimento dos leitores cada vez mais numerosos. Outras actividades previstas incluem os projectos de organização de seminários e conferências. Biblioteca Calouste Gulbenkian em Jerusalém. Publicações e assistência � [3310 264] O programa de edições do Serviço das Comunidades Arménias, que representa uma parte relativamente modesta do orçamento do Serviço, é único no seu género e é muito apreciado pelos especialistas da Arménia e da Diáspora. Em relação ao ano de 2006 o programa de publicações teve um aumento na ordem dos 10 por cento. É preciso sublinhar que o seu objectivo não é comercial e pretende ajudar à publicação das obras científicas, assim como à reedição das obras antigas que fazem parte do património da cultura arménia e que correm risco de se perderem para sempre. O Serviço apoia também a edição de diversas revistas dedicadas à cultura e língua arménia. O apoio dado pelo Serviço no âmbito deste programa abrange não só o financiamento, mas também a redacção e assistência à edição. Actualmente, o programa de publicações apoiadas pelo Serviço é realizado principalmente através de duas editoras: uma que pertence à Universidade Estatal de Yerevan (Arménia) e outra que faz parte do Catolicossato da Grande Casa de Cilícia (Líbano). Estas duas instituições respondem pela preparação e publicação da maior parte das edições financiadas pelo Serviço. Outra editora que mantém uma estreita colaboração com o Serviço é a Editora Cilícia localizada na cidade de Alepo (Síria). Uma outra actividade que tem vindo a ganhar importância nos últimos anos é o apoio à criação dos sites na internet dos principais centros de edição com o intuito de favorecer os esforços no sentido de maior difusão e acessibilidade dos trabalhos realizados na área de armenologia e orientalismo, assim como dos novos meios pedagógicos. A título ilustrativo, citamos alguns dos projectos de publicação que beneficiaram do apoio do Serviço durante 2007: › Monumentos de Literatura Arménia, vols. III-VIII (€ 59 284); › Almanaque para Todos, de Theotig, 3 vols. (€ 10 455); › História da Comunidade Arménia de Constantinopla, de Albert Kharatian (€ 3807); › História da Diáspora, de Karlen Dallakian, vol. II (€ 3940); Fundação Calouste Gulbenkian Serviço das Comunidades Arménias › Nareg, versões em língua clássica e moderna (€ 5852); › Catálogo Arménio de St. James (€ 5074); › Os Cruzados e os Arménios, de Levon Ter-Petrossian (€ 7802). Assistência à investigação [327 818] � Em 2007, esta rubrica teve a seguinte distribuição: › comparticipação nos custos de funcionamento da associação que apoia a integração dos cientistas arménios nas equipas de pesquisa do CERN (€ 3 120,80); › subsídio atribuído a um cientista arménio para apoiar a sua participação na conferência internacional “2007 European Meeting of the Society for Free Radical Research” (€ 1 291,23); › subsídio de apoio à organização RESEARCH ON ARMENAIN ARCHITECTURE que, sob a direcção do arquitecto Armen Hakhnazaryan, realiza projectos de pesquisa histórica e arqueológica dedicados ao estudo e preservação do património arquitectural arménio dentro e fora das actuais fronteiras da Arménia (€ 23 406). Assistência individual � [36 380] Foram distribuídos quatro subsídios destinados a pequenos apoios individuais, nomeadamente para aquisição de medicamentos e outras necessidades pontuais por parte de emigrantes arménios que vieram para Portugal. Apoio a projectos artísticos [318 423] � Esta rubrica registou uma diminuição de 10 por cento no valor global de financiamentos em relação ao ano de 2006. Os subsídios atribuídos no seu enquadramento foram repartidos entre os seguintes projectos: › exposição de pinturas dos artistas arménios em Roma (€ 4500); › participação do conjunto musical Trio Chel (Arménia) no 15.º Concurso Internacional de Música em Haute Alsace (€ 3120,80); › concerto de música arménia em Salzburg organizado pelo Armenia Music Ensemble (€ 3000); › organização do festival de música clássica pela União de Compositores da Arménia (€ 3901); › gravação de um CD de música clássica por David Harouthounian (€ 3901). � Actividades próprias [38 317] No âmbito das actividades próprias do Serviço podem ser destacados os seguintes projectos: › publicação da versão em russo do livro C. S. Gulbenkian – O Homem e a Sua Obra (€ 1722); › publicação do livro Arshile Gorky: Sept Thèmes Majeurs, dedicado a um dos mais proeminentes pintores arménios do século passado (€ 6493). 176.177 176. Relatório Balanço e Contas 2007 Euan Myles Pallant House Gallery em Chichester, onde está alojada uma das mais importantes colecções de arte britânica do século XX, vencedora do quinto e último Prémio Gulbenkian para Museus e Galerias. Delegação no Reino Unido Relatório do director Valores em euros Custos com pessoal 845 442 Penso que não há muitas organizações, Despesas de funcionamento 586 746 sejam elas privadas, públicas ou do sector 148 000 Prémio Gulbenkian do voluntariado, que não necessitem de para Museus e Galerias administrar as suas receitas e despesas. Iniciativas 444 347 Embora, evidentemente, tenhamos de Subsídios 2 804 739 trabalhar com os meios orçamentados, Total 4 829 274 estamos na posição privilegiada de ter acesso Receitas 97 144 a fundos que não somos nós que geramos. Isto permite-nos uma enorme liberdade de acção mas traz, também, a responsabilidade de obter o máximo de proveito dos meios de que dispomos e de trabalharmos com um verdadeiro espírito de colaboração com os nossos beneficiados e parceiros. A nossa independência, e o empenhamento com que trabalhamos, são apenas duas das características que distinguem a história da Gulbenkian. É um privilégio contar essa história e ajudar a moldar a futura história. Contudo, o mérito dos resultados do ano anterior é da minha antecessora, Paula Ridley, e dos quadros técnicos que a acompanharam durante os oito anos em que foi directora, e também do nosso administrador de tutela, Martin Essayan. Os futuros desafios A qualidade das pessoas – o seu empenhamento, capacidade e experiência – é apenas um dos factores do sucesso alcançado. O principal esforço é realizado pelos nossos beneficiados e parceiros, que trabalham arduamente para obterem alguns dos excelentes resultados aqui relatados. Não vejo, porém, o nosso papel como sendo apenas o de conceder subsídios. Parece-me que temos um objectivo mais amplo: trabalhar com os outros para enriquecer e alargar os horizontes das pessoas através da exploração e experimentação, através da troca de ideias, explicando-as àqueles que podem fazer a diferença. Centrando-nos na melhoria das experiências humanas, permite-nos a cooperação entre os potencialmente diferentes interesses culturais, educacionais e de mudança social; renovar a clareza de propósitos é essencial num ambiente de maior competitividade – embora, ao mesmo tempo, com mais oportunidades – do que aquele que, talvez, enfrentámos nos nossos cinquenta e um anos de existência. Experimentámos um maior envolvimento em termos de gestão com aqueles que investiram significativamente em arte e em educação. Verifica-se também um genuíno interesse nos meios políticos em equacionar as doenças sociais e promover um acesso mais amplo aos resultados do sucesso económico. Beneficiamos também, como sociedade, de um ambiente de competitividade em termos de ideias mais dinâmico do que no passado, com um maior número 178.179 178. Relatório Balanço e Contas 2007 de grupos de reflexão, de institutos que elaboram políticas e muitas mais fundações benevolentes despendendo cada vez maiores somas de dinheiro. As questões também mudaram: com um número cada vez maior de pessoas na terceira idade; um maior consumo de drogas e problemas de sanidade mental; uma plataforma de realizações educacionais acompanhadas, por vezes, por um mau comportamento nas escolas; um nível de imigração sem precedentes; e uma quebra dos laços que tradicionalmente consolidam as famílias e as comunidades. São problemas prevalecentes em toda a Europa, bem como noutros países, dos quais deveremos estar preparados para aprender com a sua experiência. A agenda para 2008 Dediquei uma boa parte dos meus primeiros meses de trabalho procurando estabelecer relações mais estreitas entre a Delegação e a sede da Fundação e identificando oportunidades de colaboração. Por exemplo, este ano trabalharemos num programa conjunto para a terceira idade. Iremos analisar e identificar as necessidades de uma sociedade envelhecida de modo a podermos comparar experiências em dois países diferentes. Espero que este projecto seja um modelo para a colaboração que desejamos no futuro. Em 2008, é com orgulho que podemos dar continuidade ao festival – agora com uma nova designação – Atlantic Waves: London Internacional Festival of Exploratory Music, que se fundamenta no nosso interesse em promover a cultura portuguesa no Reino Unido. No âmbito das artes, a Delegação no Reino Unido está também empenhada em apoiar colaborações com instituições altamente cotadas: The Liverpool Biennial International Festival of Contemporary Art, Tate Britain, The Natural History Museum in London e The Galapagos Conservation Trust. Com os dois últimos parceiros financiaremos actividades da preparação do bicentenário de Charles Darwin. As questões ambientais são importantes para nós, o que se traduz não só através da forma como operamos, mas também através do programa de subsídios com os quais pretendemos patrocinar a preocupação com as questões ambientais. Em 2007, apoiámos um audacioso projecto de arte pública, “Newspaper House”, que envolveu membros do público na construção de uma casa com papel de jornais usados, um meio particularmente vivo e efectivo de demonstrar como objectos tão comuns na nossa vida podem ter impacto no nosso mundo. Na educação, através do Programa das Escolas com Escala Humana, estamos a financiar projectos que tenham em atenção o impacto do ambiente escolar na aprendizagem e no relacionamento das crianças. A teoria da “escala humana” argumenta que, por vezes, há consequências educativas adversas, assim como outro tipo de consequências, para as crianças em resultado do aumento, em anos recentes, da dimensão das escolas. Quarenta projectos estão a testar estas ideias – ao nível da arquitectura escolar, da modificação de currículos (para que os alunos tenham menos professores) ou da criação de escolas dentro das escolas (para que os alunos se sintam mais seguros e menos isolados). Da essência destes, e de todos os projectos aqui reportados, esperamos algo verdadeiramente diferente. Este é o objectivo qualitativo que prosseguimos para a totalidade do nosso trabalho. Simplesmente não temos recursos para apoiar os grandes projectos tão necessários, pelo que temos Fundação Calouste Gulbenkian Delegação no Reino Unido de apoiar projectos experimentais, com novas ideias, que possamos avaliar e que forneçam modelos e exemplos que inspirem outros. 2008 é um ano de transição para a Delegação no Reino Unido. Cada vez mais iremos avaliar os nossos subsídios sobre o prisma dos três is (innovative, international e involving [“inovativo, internacional e envolvente”]). Inovativo significa não apenas único mas com potencial para uma alargada aprendizagem e replicação. A dimensão internacional significa qualquer coisa que traga ou tenha o potencial de influência em Portugal ou noutro país. E o teste final, envolvente, significa a colaboração com outros, o potencial de alargar o que alcançámos através de impactos consequentes no trabalho de outros. Artes (£ 803 559) [31 189 267] Em 2007, financiámos o quinto e último Prémio Gulbenkian para Museus e Galerias (£ 100 000, € 148 000), o maior prémio de arte no Reino Unido, que se transformou num reconhecido símbolo de confiança, originalidade e iniciativa, testemunhando para o público em geral e para os profissionais em particular um renovado vigor no sector. O prémio de 2007 foi ganho pela Pallant House Gallery, Chichester, onde se aloja uma das melhores colecções de arte moderna britânica. Estamos muito contentes com o facto de o Art Fund ter tomado a responsabilidade pelo prémio, e estamos certos que continuará cada vez mais forte. A Delegação no Reino Unido foi sempre inspiradora de novas ideias, projectos e formas de trabalhar e, com este espírito, identificámos quatro parcerias originais com as quais planeamos colaborar durante um período de três anos, financiando-os num montante superior ao usual. Embora pondo sempre a tónica da experimentação e da originalidade no centro dos nossos interesses, em substituição do Prémio Gulbenkian para Museus e Galerias estamos a apoiar o Gulbenkian European Commissions no Liverpool Biennial International Festival of Contemporary Art de 2008 a 2010 (£ 100 000 ano, € 148 000, durante três anos). Esta parceria é particularmente apropriada no ano de 2008, quando Liverpool for a Capital Europeia da Cultura, visto a Fundação Gulbenkian ser uma instituição europeia. A segunda parceria é com a Tate Britain, onde estamos a financiar o Gulbenkian Curator of Contemporary Art para o Tate Triennial (£ 100 000, € 148 000). O próximo Triennial terá lugar em 2009, o que nos permitirá ficar com uma perspectiva sobre as artes visuais no Reino Unido, caracterizando o trabalho de um largo conjunto de artistas. O curador residente em Paris, Nicolas Bourriard, foi nomeado para o posto de curador e nos próximos dois anos, até à exposição, trabalhará com a equipa da Tate, familiarizando-se com as práticas correntes no Reino Unido. As outras duas grandes parcerias estão associadas, porque ambas têm a ver com a extraordinária influência de Charles Darwin, cujo aniversário – do seu nascimento, duzentos anos atrás, e da publicação, cento e cinquenta anos atrás, da Origem das Espécies – ocorre em 2009. Fomos, durante algum tempo, um importante apoiante do Museu de História Natural, ajudando-os a desenvolver o que é agora um programa de arte muito forte, um modelo para outros museus seguirem. Em 2007, decidimos apoiar dois projectos inovadores. Um, a investigação e desenvolvimento necessários a uma nova exposição conjugando arte, literatura contemporânea 180.181 180. Relatório Balanço e Contas 2007 e objectos históricos, inspirada pelo livro de Darwin de 1872 The Expressions of the Emotions in Man and Animals (£ 30 000, € 44 400). Este projecto tem vindo a ser planeado em colaboração com o Centro de Estudos Literários e Culturais em Berlim, e estamos agora a detalhar as condições para uma visita a Lisboa para envolver os colegas do Serviço de Ciência. O outro projecto do Museu de História Natural é o da organização de um concurso para seleccionar um artista e encomendar-lhe uma obra, Darwin’s Canopy, para os painéis do tecto da galeria interior do hall de recepção do Museu (£ 65 000, € 96 200). Dez dos principais artistas do país foram listados e as actividades educacionais envolverão a presença de jovens de áreas desfavorecidas no Encontro Internacional de Estudantes sobre Darwin e Ciência Contemporânea que se realizará no Museu em 2009. A nossa segunda parceria sobre Darwin é ainda mais ousada e surgiu de conversas informais com o Galapagos Conservation Trust de Londres. O Programa Gulbenkian “Galapos Artists’ Residencies” levará 12 artistas ao Charles Drawing Research Station nas ilhas Galápagos, no oceano Pacífico, ao largo do Equador, por um período de três anos (£ 75 000, € 111 000). Em 2007, a artista Doroty Cross e a actriz Fiona Shaw fizeram uma visita-piloto às Galápagos (subsidiada no âmbito do quinquagésimo aniversário da Fundação Gulbenkian). As residências, com a curadoria de Greg Hilty da Plus Equals, estão a ser preparadas com o objectivo de estabelecer um modelo de referência duradouro e para incentivar os artistas a reflectir na complexidade – política, social, científica, ambiental – da vida num território que está ameaçado. Espera-se que o trabalho produzido pelas residências seja exibido no Reino Unido durante o bicentenário de Darwin, em 2009, e que venha a ser exposto também em Lisboa. Voltando agora aos nossos programas usuais, o projecto “Artes e Ciência” acabou em 2007, mas ainda apoiávamos algumas pequenas colaborações finais. Como temos conhecimentos nesta área continuaremos a ajudar a promover ideias quer no Reino Unido, quer internacionalmente, e, também, a organizar um simpósio anual que junte artistas e cientistas. Em 2007, elaborámos um relatório sobre o excelente simpósio de dança e neurociência – “Mind, Brain and Performance” –, que se realizou no final de 2006 em Sadler’s Wells em colaboração com o Department of Cognitive Neuroscience, University College em Londres. Em 2007 providenciámos apoios e recursos para sk-interfaces, uma conferência internacional sobre pele e bioengenharia artística em FACT, Liverpool (£ 10 000, € 14 800), tendo também atribuído um subsídio ao Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, para um simpósio sobre “Aesthetics of Space”, no Outono de 2008 (£ 10 000, € 14 800). Publicámos uma nova antologia: Signs and Humours: The Poetry of Medicine, editada por Lavinia Greenlaw, na sequência da sua residência na Royal Society of Medicine, e que inclui 22 poemas encomendados a destacados poetas. A nossa terceira antologia de poesia e ciência, Fundação Calouste Gulbenkian Delegação no Reino Unido Signs and Humours: The Poetry of Medicine, editado por Lavinia Greenlaw. Euan Myles Performance em Achnabreck. Parte do evento “Hafe Life” realizado por NVA, em colaboração com o Teatro Nacional da Escócia, em Kilmartin Glen, Argyll, em Setembro de 2007. A estrutura foi especialmente concebida para o evento por James Johnson e deixada para uso permanente do povo de Argyll. a poesia do espaço, editada por Maurice Riordan em conjunto com a cientista espacial Dame Jocelyn Bell Burnell, estará concluída no próximo ano. Em 2007, o “Artes em Espaços Públicos” entrou no seu segundo ano. O objectivo tem sido o de apoiar a encomenda de excelentes e até controversos novos trabalhos e encorajar os residentes locais a sentirem que os podem entender e mesmo apropriarem-se deles. Temos vindo a procurar novos modelos para além dos experimentados e testados projectos de comunidade e educação pela arte, de acordo com o tipo originariamente lançado pela Delegação no Reino Unido e que hoje são comuns. Desencorajámos as candidaturas para trabalhos em espaços públicos convencionais, aqueles aonde a audiência vai de propósito ver experiências artísticas, em benefício de ruas, bosques, estações de comboio, vias para ciclistas, parques, etc. Isto representa um verdadeiro desafio – colocar, em “áreas de beleza natural”, obras de arte que, por esse facto, poderão parecer estranhas fora do seu espaço específico. Um projecto excelente foi o trabalho de NVA para a Forestry Commission em Argyll. Em colaboração com o Teatro Nacional da Escócia criaram novos e imaginativos passeios para peões, instalações e um auditório ao ar livre com actuações relacionadas simultaneamente com a história antiga e as preocupações futuras – um exemplo excelente: o de uma agência nacional apelar a artistas para, com ideias inventivas, atrair público (£ 20 000, € 29 600). 182.183 182. Relatório Balanço e Contas 2007 Educação (£ 524 422) [3776 144] O objectivo da Delegação no Reino Unido em matéria de educação é tentar identificar necessidades educativas que não sejam tratadas por outros, incluindo o Governo, e tentar resolvê-las. Fazemo-lo através de iniciativas proactivas, trabalhando em estreita colaboração com instituições benevolentes de relevância na área educativa e também através das nossas publicitadas prioridades subsidiadas. Em 2007, o apoio e promoção do programa “Escolas com Escala Humana”, agora no seu segundo ano, permaneceu a principal prioridade da Delegação, tendo como parceiro na iniciativa a representação Um pequeno grupo, com idades entre os 11 e os 16 anos, participando do programa em Bristol. O objectivo deste numa lição de educação pessoal, social e para a saúde na escola Holyhead em Birmingham, uma das muitas escolas apoiadas pela Delegação programa é ajudar as escolas secundárias no programa “Escolas com Escala Humana”. de grandes dimensões, cujo número cresceu muito nos últimos anos, a adoptarem diferentes práticas em termos de “escala humana” e assim contrariar alguns dos efeitos negativos das escolas demasiado grandes: a necessidade de uma relação apropriada entre os quadros da escola e os estudantes; o sentimento de ausência de pertença à escola que frequentam por parte de alguns alunos; e o efeito pernicioso destas situações na capacidade dos alunos para aprenderem. Quando o programa “Escolas com Escala Humana” se iniciou, em 2006, escrevemos para todas as escolas do secundário alertando-as para a existência do programa. Recebemos cerca de 200 pedidos de informação adicional. Quando tornámos a fazê-lo no início de 2007, recebemos quase um milhar de pedidos, o que sugere um aumento fulgurante da consciência da importância da questão. A publicidade que o programa “Escolas com Escala Humana” agora recebe deriva indubitavelmente, em parte, desse facto. O nosso financiamento permite às escolas “comprarem” tempo para reflexão, consultadoria e planeamento. Durante o ano de 2006 apoiámos 13 escolas em todo o país e mais 21 em 2007. Existe um largo conjunto de projectos, embora a necessidade de planear a construção de um novo edifício, aproveitando a oportunidade para mudar para uma escala humana, seja o tema recorrente. Em complemento do apoio directo às escolas, financiámos também projectos que ajudassem a “causa” de outras formas. Por exemplo, demos aos professores de Televisão um subsídio para uma série de programas acerca de escolas com escala humana que chamou a atenção para algumas das experiências das escolas que apoiámos e também para a prática de escolas na América (£ 20 000, € 29 600). Encomendámos a Wendy Wallace, autor e jornalista, a visita a um conjunto de escolas por nós apoiadas e a escrita de um livro, a ser publicado em 2009, com o estudo dos casos relevantes. Vemos este método como complementar de uma avaliação mais formal do projecto que será feita para nós pela LC Research Associates e que será publicado Fundação Calouste Gulbenkian Delegação no Reino Unido Managed Moves: A Complete Guide to Managed Moves as an Alternative to Permanent Exclusion, por Adam Abdelnoor. No Fear: Growing Up in a Risk Averse Society, por Tim Gill. em 2010. Para 2008, planeámos encomendar uma série de estudos dispersos, estudos de reflexão, sobre o tema de escolas com escala humana, como forma de assegurar que a dimensão teórica deste trabalho seja adequadamente divulgada e debatida. Entre outras iniciativas subsidiadas em 2007, inclui-se a visita a Boston e a Nova Iorque, em Outubro, de 12 professores de escolas que apoiámos – uma oportunidade de testemunharem a prática em escolas americanas líderes nas práticas relativas a esta questão (£ 34 000, € 50 320). No final do ano organizámos uma conferência no National College for School Leadership para professores responsáveis das escolas subsidiadas em 2006, dando-lhes oportunidade de se encontrarem e trocarem informações acerca dos seus respectivos projectos e de discutirem os planos para o futuro. A conferência, na realidade, testemunhou o início da constituição de uma rede de professores responsáveis em escolas com escala humana, o que tínhamos planeado construir em 2008. Em 2008, a ênfase será colocada na ajuda a escolas públicas para que participem no futuro sistema, o que vemos como uma forma de agregar e sustentar a educação com escala humana, e na disponibilização de um apoio ainda maior às escolas que já apoiámos, como forma de integrar e desenvolver ainda mais o seu trabalho. 184.185 184. Relatório Balanço e Contas 2007 2007 foi também o segundo ano do nosso outro projecto prioritário, o Projecto de Trabalho Intercultural Escola/Juventude, que visa encorajar uma maior empatia e compreensão, nas escolas e em grupos de jovens, entre os jovens provenientes de culturas diferentes. Durante o ano de 2007 apoiámos alguns projectos ousados. Um, foi uma iniciativa do National Children’s Bureau, da Irlanda do Norte, que teve o objectivo de alertar os decisores políticos, e os prestadores de serviços, para as necessidades das crianças de imigrantes e dos que procuram asilo, e encorajá-los a planear uma integração adequada das crianças, promovendo assim uma relação saudável entre o país de acolhimento e as crianças imigradas (£ 17 049, € 25 233). Excepcionalmente, financiámos iniciativas fora das nossas prioridades. Disso foram exemplos duas publicações: No Fear: Growing Up in a Risk Averse Society, de Tim Gill, e Managed Moves, de Adam Abdelnoor, o primeiro guia integrado para devolver ao sistema educativo jovens em risco. Como a educação das crianças excluídas é, por vezes, irrevogavelmente interrompida, com todas as consequências que daí advêm, uma proposta que ofereça outro caminho deve ser acolhida calorosamente. O nosso trabalho nesta área, apoiando quer o Managed Moves, quer as actividades artísticas na Pupil Referral Units e in-school Learning Support Units, provou ser relevante para os nossos colegas em Portugal. Esperamos colaborar ainda mais durante o ano de 2008, e os seguintes, através da troca de visitas e da partilha das práticas que tenham sucesso. (£ 590 006) [3873 209] Mudança social Pode-se dizer que todas as áreas subsidiadas pela Delegação no Reino Unido incluem projectos que implicam transformações sociais e que existe um nível, inevitável, em que os programas se sobrepõem dentro e entre eles. Em 2007, o nosso trabalho em “mudança social” compôs-se de três programas que foram, sem dúvida, autónomos uns dos outros: “Inclusão Financeira”, “Consciência Ambiental”, “Terceira Idade”. Em cada um destes desígnios procurámos “novos, bem pensados e inovadores caminhos com os quais se pudesse aprender algo de novo”. Muitos dos projectos aqui analisados continuam e esperamos que originem novos conhecimentos através dos projectos individuais ou da sua elaboração conjunta. O Programa de Inclusão Financeira apoia ideias que possam gerar melhorias dos conhecimentos financeiros e no acesso à gestão financeira, ou ao aconselhamento do serviço de dívida, para pessoas que não estejam bem servidas pelo actual sistema. Assim, analisámos propostas que identifiquem grupos de pessoas que, por diversas razões, estejam excluídas dos serviços financeiros – jovens mães solteiras, como parte de um programa de tutoria entre pares, casais asiáticos, adultos incapacitados, para os que tomam conta de familiares, para os refugiados e para os que procuram asilo – oferecendo-lhes apoio ou conselho individualizado. Cada um dos projectos subsidiados distinguiu-se, de uma forma ou outra, dos programas normalizados de aconselhamento de endividamento, por um mecanismo original de serviço ou por uma outra visão da norma. Estamos particularmente interessados em projectos que tentem descortinar soluções de longo prazo para o problema da exclusão financeira, especialmente com aqueles que estabelecem contactos com instituições financeiras e desenvolvem novos e apropriados produtos financeiros. Fundação Calouste Gulbenkian Delegação no Reino Unido Foram menos os projectos dos que desejávamos, mas fomos capazes de apoiar alguns com conceitos bem originais e com potencialidade de um impacto alargado. Abrir a colaboração com bancos do Reino Unido para disponibilizar contas bancárias a detidos que estão no fim da sua detenção, já que a falta de uma conta bancária é vista por aqueles como uma barreira maior na obtenção de emprego do que o seu próprio registo criminal (£ 15 000, € 22 200). Rainbow Saver Anglia Credit Union lançou um cartão “Maestro”, pré-pago, em colaboração com um banco e uma sociedade de construções, que possibilitará a trabalhadores imigrantes, e a outros excluídos, o acesso aos serviços de financiamento bancário (£ 15 000, € 22 200). No próximo ano planeamos centrarmo-nos na questão que os imigrantes enfrentam nas negociações com o nosso sistema fiscal. Também nos propomos realizar um encontro no qual os bolseiros possam explorar conhecimentos comuns nesta área. O tema da consciência ambiental consta de vários dos programas por nós financiados. Na área da mudança social estamos interessados em trabalho inovador com o objectivo de promover a responsabilidade pessoal e soluções realmente acessíveis e realizáveis de algumas das questões ambientais locais, nacionais ou internacionais. Um número significativo de projectos lidou com o elevar da consciência sobre as questões ambientais entre determinados grupos, desde os seminários “Viver Verde” para famílias com fracos rendimentos, dirigido pela Sustainable Communities Iniciatives (£ 16 634, € 24 618) à investigação em produção alimentar da Corporate Watch Cooperative, que identificou, Bimal Airi Assistentes sociais asiáticos numa visita a “Dynamic Earth”, que integra o programa de saídas de grupos com sessões de trabalho destinadas a assistentes sociais de minorias étnicas de idade e para as pessoas de que tomam conta. 186.187 186. Relatório Balanço e Contas 2007 Gillian McIver Instalação pública Creative City's Newspaper House, uma resposta imaginativa a uma questão local de ambiente. Autoria de Sumer Erek. em benefício de empresários e consumidores, os processos de produção que utilizam energia fóssil (£ 5000, € 7400). Outros projectos encorajaram as pessoas a envolverem-se nos processos de decisão que afectam as suas áreas, tal como o trabalho com comunidades desfavorecidas do Nordeste da Friends of Earth Trust (£ 15 000, € 22 200). Apoiámos também alguns esquemas originais para encorajar a reciclagem, como a Creative City’s Newspaper House – uma instalação em espaço público feita inteiramente de papel de jornal usado (£ 15 000, € 22 200). Estamos especialmente satisfeitos com o facto de termos apoiado um esquema de prémios ambientais na Fundação Sheila McKechnie que disponibilizará apoio e conselho a propagandistas do ambiente – em resultado de investigação que mostrou que 35 por cento das pequenas organizações de voluntariado sentem que têm falta de conhecimentos de técnicas de propaganda (£ 18 653, € 27 606). Fundação Calouste Gulbenkian Delegação no Reino Unido A terceira área, a da terceira idade, foi responsável pela maior fatia de subsídios do ano. Estivemos interessados em projectos que oferecessem novos caminhos de envolvimento e apoio à terceira idade dentro das suas comunidades locais. A maioria das propostas teve como preocupação central o combate ao isolamento e ao medo e propôs um leque de serviços amigáveis, desde o projecto “Age Concern’s Meet to Eat, Local Link Volunteers” e um serviço telefónico amigável para pessoas da terceira idade que vivem sozinhas (£ 16 500, £ 16 500 e £ 11 750; € 24 420, € 24,420 e € 17 390) ao projecto “Cornerstone Vesey Home Link” em Birmingham, que desenvolveu uma rede de agências locais para ajudar pessoas da terceira idade a obterem acesso a serviços e benefícios (£ 11 230, € 16 620). Também subsidiámos projectos para grupos com necessidades especiais, incluindo “Age Concern’s ‘Dementia Café’” (£ 14 547, € 21 530) e o projecto de melhoria do apoio a pessoas de idade com HIV/sida do Cara Trust (£ 8270, € 12 240). Houve também boas oportunidades para as pessoas da terceira idade se envolverem plenamente nas suas comunidades, como o projecto “Minority Ethnic Carers of Older People”, que pôs à disposição um programa de excursões e de debates pensados para as necessidades de grupos de pessoas que tomam conta de idosos e para elas próprias (£ 14 892, € 22 040). Em 2008, estamos a cooperar com os nossos colegas de Lisboa num novo programa de trabalho que visa identificar, e apoiar, a condução de um conjunto de soluções para alguns dos problemas com que as pessoas da terceira idade se confrontam, em Portugal e no Reino Unido, com o objectivo de obter um impacto benéfico nesta área e nas próprias pessoas da terceira idade. Estes três programas de mudança social continuarão a ser financiados em 2008. Esperamos disseminar as lições colhidas de uma forma mais alargada através de uma série de seminários e juntando os utilizadores dos fundos concedidos para se partilharem experiências. (£ 377 342) [3558 466] Relações culturais anglo-portuguesas Nos anos recentes focámo-nos particularmente na promoção da música contemporânea portuguesa. A Delegação no Reino Unido lançou o festival Atlantic Waves em 2001, como a primeira grande mostra de música e de músicos portugueses no Reino Unido e como forma de dar a conhecer a melhor música contemporânea portuguesa, de todos os géneros, ao público britânico – a “Exploratory Music from Portugal” de seu título original. Este objectivo mantém-se, mas, ao longo dos anos, temos encorajado cada vez mais artistas internacionais a participarem em colaborações inovadoras com os seus pares portugueses. Em 2007, o festival apresentou mais de 70 artistas da Austrália, Ásia, África, Américas e do Médio Oriente bem como da Europa Ocidental e do Leste. Reflectindo essa forte presença internacional o festival mudou o seu nome para Atlantic Waves: London International Festival of Exploratoy Music. Este ano houve uma oferta extraordinária de música diferente. As “Grand Divas of Fado”, no Queen Elizabeth Hall, e “Portuguese Guitar Masters”, em St. Giles Cripplegate, esgotaram e tiveram um enorme sucesso. Os “Three Lusophone Clubnights”, em Cargo, com música alternativa – soundclash, techno/electro e ghettotrash –, tocaram para audiências compactas, tal como em três noites de “World Class Experimental Audiovisual Electronica” no ICA. Ficámos contentes e honrados 188.189 188. Relatório Balanço e Contas 2007 Pedro Amaral conduz a London Sinfonietta na sua primeira gravação de um CD – Works for Ensemble. Justin Piperger com o facto de o festival de 2007 ter recebido apoio suplementar do Turismo de Portugal e de termos tido como parceiros dos media Songlines, Resonance FM e Jungle Drums. Dois folhetos com o programa do Atlantic Waves foram publicados e distribuídos pelas revistas Songlines e The Wire. A primeira caracterizou a “música do mundo” e a segunda a sound art e a electronic music. Potenciando o sucesso do festival e como final das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, a Delegação no Reino Unido lançou uma nova série de CD, que estará disponível em lojas de discos, para promover internacionalmente a música e os músicos portugueses. O primeiro lançamento, Works for Ensemble, do jovem compositor português Pedro Amaral (foi também o seu primeiro CD), incluiu quatro estreias mundiais, na melhor tradição (Berio, Boulez, Stockhausen) da música clássica contemporânea e foi registada pela London Sinfonietta. O CD e a série foram lançados durante um concerto no LSO St. Luke’s com Pedro Amaral a reger a London Sinfonietta em dois dos seus cintilantes trabalhos (Spirales e Paraphrase) entre outras peças. Durante o ano, proporcionámos a muitos músicos portugueses a possibilidade de participarem em festivais e sessões de trabalho no Reino Unido e na Irlanda, como Buraka Som Sistema, Cool Hipnoise e Raquel Tavares (£ 12 000, € 17 760) e, em 2008, financiaremos duas residências para músicos – João Pedro Oliveira no NOVARS Research Centre for Electroacustic Composition, Performance and Sound Art, em Manchester, e Adriana Sá no Sonic Arts Research Centre, em Belfast (£ 6000, € 8880). Este ano, é também de destacar a presença de músicos num intercâmbio anglo-português de visitas no âmbito cultural e educacional, como, por exemplo, o efectuado por Margarida Garcia e Alfredo Costa Monteiro ao festival Music Lover’s Field Companion, em The Sage Gateshead, e o London Musicians’ Collective 16th Annual Festival of Experimental Music, em Londres. Fundação Calouste Gulbenkian Delegação no Reino Unido Um valioso programa de trocas culturais foi incluído no apoio que damos às artes visuais – entre Huntly, na Escócia, e Nave do Barão, no Algarve. Deveron Arts envolveu Nuno Sacramento, do Algarve, onde se baseou a Capital da Cultura, como curador oculto para avaliar o trabalho deles e facilitar as trocas (£ 10 000, € 14 800). Grandes exposições pelos artistas Joana Vasconcelos e João Penalva foram encomendadas pela New Art Gallery Walsall e Mead Gallery em Warwick (£ 15 000 e £ 15 000, € 22 200 e € 22 200). No campo da educação e da literatura ficámos contentes por subsidiar um escritor português, um tradutor sénior de sessões de trabalho e um grupo de linguistas portugueses para participarem no International Summer School in Literary Translation de 2007 na University of East Anglia (£ 4000, € 5920). Lisbon, City of the Sea, de Malcolm Jack (autor de Sintra: A Glorious Eden), foi publicado por IB Tauris com o nosso apoio; e a nova tradução de Margaret Jull Costa de Os Maias, de Eça de Queirós (Dedalus), foi lançada na Embaixada de Portugal durante a presidência portuguesa da União Europeia. As artes teatrais estiveram bem presentes no nosso programa de subsídios, levando a audiências britânicas, professores e praticantes um alargado conjunto de excelentes companhias portuguesas. Em 2008, o coreógrafo Rui Horta estreará e fará a itinerância no Reino Unido de um significativo trabalho (£ 20 000, € 29 600) e a Galleon Theatre Company apresentará, em estreia mundial, uma nova peça de Alice de Sousa sobre Aristides de Sousa Mendes (£ 10 000, € 14 800). Os pontos altos de 2007 incluíram um trabalho de dança pela DanceEast envolvendo coreógrafos e jovens portugueses (£ 10 000, € 14 800) e actuações no segundo International Festival of Puppet Theatre, em Norwich, por Circolando, João Calixto e o Teatro de Marionetas do Porto, apresentando a prática contemporânea mais inovativa do teatro de marionetas português (£ 10 000, € 14 800). A cada vez maior natureza intercultural da cultura portuguesa foi evidenciada por dois grupos que participaram no 17th Brouhaha International Street Festival de Merseyside. A Companhia Multicultural Diáspora trabalhou com jovens artistas para desenvolverem formas tradicionais de música e dança cabo-verdiana no contexto Roberto Rubalcava contemporâneo português, enquanto a associação cultural “Ecludir Azul” formou um conjunto de percussão com gente nova de comunidades minoritárias que criaram o seu próprio estilo de música urbana – com elementos de street dance e hip-hop – usando instrumentos de todo o mundo (£ 9000, € 13 320). Instalação de João Penalva na Mead Gallery, Warwick Arts Centre. 190.191 190. Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Ic. Projectos Transversais e Inovadores Projecto SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos [372 928] Iniciado em 2004 e com uma duração prevista de quatro anos, este projecto procura analisar a relação entre a qualidade do ar (exterior e interior) e a saúde humana numa determinada região e a evolução previsível dessa relação nessa área geográfica com base nos planos de desenvolvimento existentes. O projecto desdobrou-se em quatro fases: selecção da região como zona de estudo, caracterização da situação actual nessa mesma região, previsão da evolução da situação e preparação de um programa de sensibilização e formação. A região seleccionada foi o concelho de Viseu, tendo-se procedido em 2007 a duas campanhas experimentais, uma no Inverno e outra na Primavera/Verão, destinadas a monitorizar dois grupos de crianças do 1.º ciclo do ensino básico com exposições distintas à poluição atmosférica; procedeu-se, ainda, à recolha dos dados de afluência ao Serviço de Urgência de Pediatria do Hospital de São Teotónio, acções destinadas a avaliar a saúde das crianças envolvidas; foi feita uma avaliação acarológica e avaliação à qualidade do ar com a análise científica dos respectivos resultados, de forma muito detalhada, como se pode comprovar através do relatório anual de 2007. A título de exemplo, podemos acrescentar que para além da avaliação da qualidade do ar na rua, foi avaliada também a qualidade do ar nas respectivas escolas e nas habitações das crianças, com recomendações fornecidas por uma empresa de consultoria ambiental no que respeita à prevenção das alergias domésticas, com detalhe para todas as divisões de uma habitação e respectivos materiais usados, animais de estimação, sistemas de ar condicionado, factores tóxicos, plantas de interior, etc. Criaram-se cenários futuros de desenvolvimento que permitem avaliar as condições futuras de qualidade do ar na cidade e possíveis efeitos sobre os doentes asmáticos. Os resultados obtidos no caso de estudo poderão, posteriormente, ser utilizados/adaptados para outras situações nacionais. O projecto é da responsabilidade do Serviço de Educação e Bolsas e do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano e é realizado por uma equipa de investigação com membros da Universidade de Aveiro e da Universidade Nova de Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkian Projectos Transversais e Inovadores Programa Interuniversitário de Reforço da Capacidade Científica Programa Interuniversitário de Doutoramento em Matemática [3150 000] Iniciado em 2007 e com uma duração prevista de três anos lectivos, o Programa Interuniversitário de Doutoramento em Matemática resultou da vontade conjunta das comissões científicas dos departamentos de Matemática Pura da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra de criar um programa de formação pós-graduada que se possa constituir numa escola de referência de investigação em matemática, ambicionando, para isso, qualidade internacionalmente reconhecível. A comissão coordenadora do programa, através de concursos promovidos pelas faculdades participantes, seleccionou quatro estudantes (dois de cada universidade) para a frequência deste programa. O apoio traduz-se no pagamento das propinas, num subsídio mensal e nos correspondentes encargos sociais. 194.195 194. Relatório Balanço e Contas 2007 Políticas Urbanas II – Um Território Urbano com Cidades O projecto “Políticas Urbanas II – Um Território Urbano com Cidades”, iniciado no ano de 2007, vem na sequência do primeiro projecto iniciado em 2001 e que esteve na origem do livro Políticas Urbanas – Tendências, Estratégias e Oportunidades, publicado em 2003. No ano de 2007, a equipa que coordena o projecto, conduzida por Nuno Portas, realizou na sede da Fundação Gulbenkian um workshop com a participação de 12 equipas de responsáveis por projectos urbanos nacionais que deverão ser incluídos como best practices na publicação que será editada no final deste projecto. Para além deste workshop a equipa seleccionou um vasto conjunto de trabalhos, designadamente os planos regionais do Norte e do Centro, que constituem uma valiosa contribuição de informação sobre o fenómeno de urbanização extensiva e de grande escala territorial. Prevê-se realizar nos próximos meses um segundo workshop dedicado agora aos casos de cidades médias do Interior e Sul do País. Em princípio, prevê-se que o projecto esteja terminado durante o ano de 2008 com a apresentação de uma publicação organizada em três partes correspondentes a três escalas territoriais: a supra e intermunicipal, a municipal e a mais pontual ou sectorial. Os exemplos de best practices atrás referidos serão distribuídos pelos textos de diagnóstico dos problemas e propostas alternativas para a Política de Cidades. Fundação Calouste Gulbenkian Projectos Transversais e Inovadores Novas Estratégias Imunobiológicas de Combate à Malária A malária é uma das principais “doenças da pobreza”, que mata anualmente 1-3 milhões de crianças e atinge mais de 500 milhões de pessoas, representando um dos maiores entraves ao desenvolvimento socioeconómico de muitos países das zonas tropicais e subtropicais. Dadas as missões que a Fundação atribuiu ao Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e a sua história de intervenção em África através do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano (SSDH), o objectivo deste projecto foi lançar as bases de um programa de investigação científica em malária, sob a responsabilidade directa da Fundação. Foi assim possível, ao longo dos últimos anos, instalar nos laboratórios de Oeiras vários grupos de investigação fundamental sobre a epidemiologia (Gabriela Gomes), a imunobiologia (Sylvianne Pied, António Coutinho e Miguel Soares), a genética (Carlos Penha Gonçalves) e a biologia celular (Maria Mota, Miguel Seabra) da malária, dirigidos por jovens cientistas, quase todos atraídos a Portugal no âmbito do programa, que também acolhe em formação de doutoramento e pós-doutoramento cientistas e médicos de Angola e São Tomé e Príncipe. Ainda em estreita colaboração com o SSDH, foi instalado um laboratório no Hospital do Príncipe, que permitiu iniciar a formação de pessoal local e o levantamento epidemiológico, clínico e genético da endemia nesta população. Uma vez estabilizados em Portugal, com uma só excepção, aqueles grupos de investigação – que continuam agora a sua investigação com outros financiamentos –, o programa atingiu os seus objectivos e foi encerrado em 2007. As contribuições científicas deste trabalho têm incidido sobre a identificação de regiões cromossómicas envolvidas no controlo da resistência/susceptibilidade à malária, sobre as bases moleculares da patologia das complicações cerebrais e hepáticas da doença grave que, eventualmente, desvendem novas estratégias terapêuticas, sobre a fisiopatologia das relações parasita-hospedeiro e sobre aspectos moleculares e celulares da imunidade, cujo desconhecimento tem impedido derivar vacinas eficazes contra a infecção. Por outro lado, a caracterização completa da endemia numa população restrita deverá permitir ajustar modelos epidemiológicos e, se possível, testar novas formas de intervenção terapêutica e profiláctica. 196.197 196. Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Id. Programas Gulbenkian Sessão de formação para organizações não governamentais. Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento O Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento (PGAD), criado em 2003, procura, no âmbito dos fins estatutários, reequacionar a lógica de actuação da Fundação nos novos estados de língua portuguesa. Tem como objectivo estratégico fortalecer a capacidade interna dos países onde actua (países africanos lusófonos e Timor-Leste), promovendo o seu desenvolvimento institucional, de forma a melhorar o desempenho e a qualidade dos serviços prestados e a sua adequação e capacidade de resposta às necessidades das populações, no quadro de um desenvolvimento económico e social sustentável. Este programa procura estruturar a intervenção da Fundação, baseada numa definição rigorosa e criteriosa de prioridades, fazendo realçar as áreas em que as acções realizadas podem ter importantes efeitos de demonstração e de escala e onde a falta de acção pode provocar efeitos adversos ao desenvolvimento económico e social dos países abrangidos por este programa – Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. O PGAD, de natureza transversal, é executado por diferentes serviços da Fundação (Belas-Artes, Educação e Bolsas e Saúde e Desenvolvimento Humano) e de acordo com uma abordagem integrada dos problemas do desenvolvimento. Componente “educação” Em termos globais, o PGAD, na componente “educação”, atingiu um valor de [31 416 000] Subsídios de educação [3488 988] No domínio da educação, foi atribuído, em 2007, um total de 57 subsídios, perfazendo um 200. 201 Relatório Balanço e Contas 2007 montante global de € 488 988. Em termos de repartição geográfica dos subsídios atribuídos no domínio da educação foram abrangidos projectos em todos os países africanos lusófonos e em Timor-Leste, fundamentalmente tendo como objectivo primordial o apoio à consolidação dos sistemas educativos desses países. A estratégia de intervenção no âmbito dos subsídios concedidos passou, em regra, pela dinamização e prossecução de um projecto estruturante de médio prazo por país abrangido, devendo ser destacados, pela sua relevância e importância determinante para a melhoria da qualidade dos sistemas educativos, nomeadamente os seguintes: projecto de apoio à reforma do ensino básico em São Tomé e Príncipe, projecto de apoio à formação de formadores de professores do ensino primário em Angola, projecto de estruturação do novo programa-quadro a celebrar com a Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, para apoio ao desenvolvimento do ensino superior naquele país, e, ainda, o projecto integrado de apoio ao desenvolvimento da educação, em Cabo Verde. A par destes projectos estruturais, o programa ainda apoia um conjunto de outros projectos, na sua maioria dinamizados por outras entidades, cuja intervenção no domínio educativo se revela de relevância e oportunidade para os países abrangidos e suas populações. Em termos de estruturação de acordo com as principais linhas de intervenção, referem-se os seguintes subsídios: › Projectos de apoio ao ensino básico e secundário, que, no seu conjunto, apresentaram como objectivo fundamental o de contribuir para a melhoria qualitativa desses níveis de ensino, tendo ainda como quadro de referência a prossecução do segundo objectivo de Desenvolvimento do Milénio de até 2015 se alcançar a universalidade da educação primária. Merece especial realce o projecto de apoio à reforma do ensino básico em São Tomé e Príncipe, consubstanciado em protocolo celebrado entre a Fundação e o Ministério da Educação, Juventude e Desporto desse país, e onde se prevê uma intervenção consistente e integrada nas áreas do desenvolvimento curricular para seis anos de escolaridade, elaboração de materiais didácticos (manuais do aluno e guias do professor), actividades de formação de docentes e de técnicos do ministério e elaboração de projectos de diploma legal de suporte à preconizada reforma do ensino. Durante o ano de 2007, prosseguiram os trabalhos iniciados no ano anterior, tendo-se garantido a elaboração dos Manuais do Aluno, Manuais de Professor e Caderno de Actividades para a 3.ª e 4.ª classes, bem como a formação de metodólogos, formação de professores das turmas experimentais e, ainda, prosseguir a fase de experimentação, crucial para a aferição e avaliação das metodologias de ensino e dos materiais produzidos. Nesse mesmo país, destaca-se também o subsídio concedido à Fundação Mãe Santomense para desenvolvimento do projecto “Sementes do Futuro”, que se destina a promover o acesso ao ensino básico e secundário de crianças com elevado potencial académico, tendo sido abrangidas 40 crianças. Deve também ser dado especial realce ao projecto de apoio à formação de formadores de professores do ensino primário em Angola, no quadro da reforma do ensino primário para seis anos, tendo como objectivo geral o de contribuir para a melhoria da qualidade e eficácia desse nível de ensino, promovendo, essencialmente, a aquisição e reforço das competências técnicas e pedagógicas de formadores de escolas do magistério primário; a intervenção realizada em 2007, centrada na Escola do Magistério Primário de Benguela, de acordo com orientações ministeriais, caracterizou-se, por um lado, pelo reforço da formação das disciplinas de base e, por outro, por uma forte vertente de formação-acção, no sentido de proporcionar a apropriação de conceitos e de favorecer a construção de perspectivas sobre o trabalho a co-produzir; complementarmente, no domínio da criação do Centro de Recursos da referida escola de Benguela, Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento dinamizou-se a formação de docentes no domínio das TIC, documentação e organização de arquivos e procedeu-se à definição da constituição do Fundo Documental e dos equipamentos básicos para apetrechamento do centro; o apoio ao sistema educativo em Cabo Verde prosseguiu no âmbito do desenvolvimento das actividades previstas no protocolo celebrado entre a Fundação e o Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos desse país, podendo referir-se em particular a missão técnica realizada com o objectivo de analisar in loco as potencialidades de um projecto de assistência técnica na área do “ensino e da aprendizagem do português no contexto cabo-verdiano” para apoio ao Instituto Pedagógico no desenvolvimento de um modelo de formação de formadores do ensino básico, que permita responder ao enquadramento formativo de português como segunda língua. Esta missão tinha ainda em vista estruturar um eventual projecto e analisar as condições técnicas e financeiras para a sua implementação; no quadro do referido protocolo está também inserido o desenvolvimento de cursos tecnológicos de curta duração em multimédia para educação, tendo-se finalizado nesse ano, com a realização dos dois últimos módulos, o conjunto de actividades formativas previstas nessa área. › Projectos de apoio ao desenvolvimento do ensino superior, tendo como objectivo principal o de contribuir para a consolidação das instituições de ensino superior dos países abrangidos pelo PGAD. Entre os diversos subsídios concedidos, podem destacar-se o do prosseguimento do apoio à Faculdade de Direito da Guiné-Bissau, promovendo a formação/estágio de investigação para docentes dessa instituição de ensino superior na Faculdade de Direito de Lisboa e o apoio à edição de uma colectânea de legislação guineense. Nesta linha de intervenção deve ainda ser realçado o projecto de estruturação e construção de um novo programa de apoio à Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, com o objectivo de apoiar essa universidade na melhoria da qualidade do ensino que realiza em algumas áreas de conhecimento e reforçar a capacidade de investigação. Partindo-se de uma proposta apresentada por essa universidade, sobre a qual foram identificadas as áreas de formação a privilegiar e as modalidades de intervenção do programa, está desenhado e acordado um programa de acção que põe em destaque os seguintes domínios formativos: língua portuguesa, hotelaria e turismo e ensino à distância. Em Angola, prosseguiu a estreita articulação com a Universidade Agostinho Neto, tendo-se avançado na preparação de um conjunto de intervenções de apoio ao desenvolvimento da formação pós-graduada no próprio país, focando-se, em especial, a formação no domínio da língua portuguesa, através do apoio à participação de docentes universitários portugueses na preparação e orientação de teses de licenciatura e mestrado a realizar em Luanda e no Huambo. Em Cabo Verde, no âmbito do referido protocolo estabelecido com o Ministério da Educação e Valorização dos Recursos Humanos, e tendo em conta o papel fundamental de que se reveste para o desenvolvimento dos recursos humanos do país, o lançamento da Universidade de Cabo Verde, foi estabelecido um conjunto de áreas de apoio a essa instituição de ensino superior, designadamente, o apoio à realização do curso de mestrado em Engenharias Renováveis, que irá ser ministrado em São Vicente. No que respeita a Timor-Leste, destaca-se o apoio à componente de investigação no país, levada a cabo por bolseiros timorenses que se encontram a realizar estudos pós-graduados em Portugal. › Projectos de apoio à consolidação de bibliotecas escolares e municipais, em que o objectivo fundamental tem sido o de melhorar, quantitativa e qualitativamente, o espólio documental de bibliotecas existentes nos diferentes países abrangidos por este programa. Nesta linha de acção foram concedidos 12 subsídios, sendo a distribuição de bibliotecas apoiadas por país, a seguinte: Angola – três, Cabo Verde – três, Guiné-Bissau – três, Moçambique – duas; em Portugal apoiou-se a estruturação e organização da Biblioteca Central de Estudos Africanos do Centro de Estudos Africanos do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Deve ainda destacar-se que 202. 203 Relatório Balanço e Contas 2007 diversas solicitações foram satisfeitas no domínio da concessão de livros do Plano de Edições do Serviço de Educação e Bolsas, em especial para instituições de ensino superior. › Projectos de apoio a actividades de cooperação entre associações de estudantes e organismos juvenis, área de intervenção em que foram atribuídos 11 subsídios, a que correspondeu um esforço financeiro de € 22 000. As iniciativas apoiadas tiveram como objectivo fundamental o da melhoria das condições de vida das populações abrangidas nos respectivos programas de acção, através de intervenções intensivas e articuladas nos vectores determinantes do desenvolvimento, designadamente, educação, formação, saúde, saneamento básico e ambiente. Os projectos acima referenciados apresentavam algumas características comuns que importa salientar: (i) a realização dos projectos ficou a cabo de jovens, a grande maioria universitários, que em regime de voluntariado prestaram o seu contributo para a melhoria das condições de vida da população carenciada dos países africanos lusófonos; (ii) a vertente educativa fazia parte integrante destes projectos, promovendo-se a componente de língua portuguesa e o apoio educativo em diversas outras áreas do conhecimento; (iii) o estabelecimento de redes/parcerias com entidades locais permitiu um maior entrosamento com as realidades locais e possibilitou ainda o estabelecimento de parâmetros para a continuação e sustentabilidade das iniciativas. A incidência regional das iniciativas apoiadas assumiu particular realce em Cabo Verde, na Guiné-Bissau e em Moçambique. › Projectos de apoio à cooperação entre instituições profissionais/sectoriais, tendo como principal objectivo o reforço da articulação entre organizações e profissionais dos mesmos sectores/áreas de actividade, promovendo a partilha de conhecimentos e informações, e viabilizando a criação de redes de conhecimento no mundo da lusofonia. De entre as iniciativas apoiadas podem destacar-se: I Congresso da Lusofonia, I Bienal da Matemática, Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa, III Encontro de Professores de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, II Encontro de Jovens Investigadores Cabo-verdianos. [3731 962] Bolsas de estudo No que respeita à atribuição de bolsas de estudo, no ano de 2007 foram concedidas 115 bolsas, a que correspondeu um encargo financeiro de € 731 962. A valorização dos recursos humanos dos países abrangidos por este programa, sendo um instrumento crucial ao desenvolvimento económico e social desses países, constitui uma das principais linhas de intervenção do PGAD, assumindo um peso relativo de cerca de 30 por cento do esforço financeiro global. Durante o ano de 2007 prosseguiu-se a estratégia de reforçar a importância relativa do número de bolsas de pós-graduação face ao número de bolsas de licenciatura concedidas, tendo em conta a existência de uma importante oferta de cursos e áreas de formação superior em alguns dos países abrangidos neste programa. Esta situação é particularmente relevante para Angola e Moçambique, registando Cabo Verde e a Guiné-Bissau alguma oferta, ainda e apenas em algumas áreas Número de bolseiros – evolução por níveis de formação formativas. De destacar, a este respeito, que, dada a recente criação da 2003 2004 2005 2006 2007 Universidade de Cabo Verde, Bolsas de licenciatura 117 107 92 79 67 é expectável que nos próximos Bolsas de pós-graduação anos se assista a um cenário de e especialização 33 32 43 58 48 profundas alterações no quadro da Total 150 139 135 137 115 oferta de formação superior no país. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento A estratégia prosseguida assentou na concessão de um número reduzido de bolsas de licenciatura somente para Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, focalizando a concessão de bolsas para os restantes países apenas para a realização de formação pós-graduada. A repartição por países de origem dos bolseiros foi a seguinte: Angola – 15, Cabo Verde – 42, Guiné-Bissau – 24, Moçambique – sete, São Tomé e Príncipe – 15, Timor-Leste – 10 e dois bolseiros de outros países estrangeiros. [3175 919] Iniciativas próprias Em 2007, a Fundação Gulbenkian, em parceria com o Banco Mundial, organizou e realizou o workshop internacional “Vencer os Desafios da Educação nos Países Africanos de Língua Portuguesa”. Este workshop visava o diálogo e a troca de conhecimentos e experiências na área do ensino básico, focando em particular as diferentes situações e perspectivas nos países africanos de expressão oficial portuguesa. Participaram nesta iniciativa delegações dos cinco PALOP, chefiadas pelos respectivos ministros da Educação, nos casos de Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, e secretários de Estado da Educação, nos casos da Guiné-Bissau e Moçambique. Estiveram ainda representados os principais organismos doadores do sector da educação em cada um dos PALOP e ainda diversos conferencistas e especialistas de educação. No final dos trabalhos foi possível estruturar sínteses conclusivas sobre as perspectivas para o sector da educação e principais linhas de acção estratégica para cada um dos países africanos de expressão oficial portuguesa, bem como uma síntese conclusiva do grupo de trabalho dos organismos doadores e uma declaração dos ministros da Educação dos PALOP. No âmbito das actividades directas, no domínio da educação, deve ainda referir-se a assistência técnica aos projectos que a Fundação tem em desenvolvimento nos países africanos lusófonos, nomeadamente, aos projectos de formação de formadores de professores, em Angola, e ao projecto de apoio à reforma do sistema educativo, em São Tomé e Príncipe. Deve ainda ser realçado que durante o ano de 2007 se apoiou a realização de uma exposição da colecção fotográfica de Michael Teague – “Na Rota dos Navegadores Portugueses” –, na República Checa. No âmbito das missões realizadas no domínio da educação deve salientar-se a visita de trabalho realizada a Cabo Verde, que permitiu analisar detalhadamente e estabelecer as linhas de intervenção actuais e futuras no âmbito da acção da Fundação Gulbenkian em prol da valorização dos recursos humanos cabo-verdianos. Deve também ser destacada a missão realizada a Angola com o intuito de equacionar e debater localmente as questões ligadas à concepção e desenho de um programa de acção para os próximos anos nesse país, no que respeita ao desenvolvimento de um programa de ensino à distância, a nível do ensino não superior, utilizando uma variedade de meios tecnológicos, abrangendo vastas áreas de Angola e envolvendo um conjunto de instituições, de que se destacam, fundamentalmente, a Fundação Gulbenkian, a Fundação Luso-Americana e a Fundação Portugal África, os ministérios da Educação dos dois países, a Universidade Católica de Angola e empresas privadas de Angola e Portugal. Prosseguiram os trabalhos de desenvolvimento da base de dados de bolseiros e ex-bolseiros do PGAD, que tem como objectivo fundamental o de integrar toda a informação existente e ainda possibilitar a inserção de informação adicional sobre a carreira académica e profissional deste grupo populacional. 204.205 204. Relatório Balanço e Contas 2007 Componente “saúde” Em 2007, o PGAD, na sua componente “saúde”, com cerca de um milhão de euros do orçamento da Fundação, manteve o seu compromisso com os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, centrando a sua actuação na redução da pobreza dos PALOP e Timor-Leste, pelo impacto que causa a pobreza na vulnerabilidade à doença devido ao limitado acesso a cuidados de saúde, informação, água potável, saneamento e alimentação adequada. Saúde materno-infantil 3 172 117 Doenças infecciosas 3 280 180 Formação de recursos humanos 3 262 563 Iniciativa “STOP TB” 3 120 000 Capacitação de ONGD 3 28 639 Centro de Investigação em Saúde de Angola 3 43 672 Reforço ao Instituto de Ciências da Saúde 3 43 539 Conferência “Developing Partnership for a Developed World: Foundations & Governments Learning to Work Together” 3 16 860 Assistência técnica, estudos e consultoria 3 27 975 No que respeita aos subsídios, os projectos apoiados pretenderam dar resposta aos graves problemas sanitários que os países beneficiários enfrentam: elevadas taxas de mortalidade materna e infantil, as doenças enraizadas na pobreza – HIV/sida, malária e tuberculose –, fracos sistemas de saúde e a necessidade de formação de recursos humanos em áreas prioritárias do sector. Reconhecendo ainda o papel fundamental das organizações não governamentais para o desenvolvimento (ONGD), no âmbito da ajuda ao desenvolvimento, realizou-se a primeira edição do ciclo “Formação ONGD 2007: Acesso a Fontes de Co-financiamento Alternativas. Da Teoria à Prática”, organizado pela Plataforma Portuguesa das ONGD com o apoio da Fundação. Esta iniciativa surgiu como resposta à necessidade de incentivar a diversificação das fontes de financiamento dos projectos executados pelas ONGD nacionais e à concentração da intervenção dos projectos no contexto dos países lusófonos, sobretudo em África, revelando a necessidade de uma estratégia de diversificação também geográfica de intervenção. Os apoios distribuíram-se pelas seguintes áreas de intervenção predefinidas: › saúde materno-infantil; › doenças infecciosas; › formação de recursos humanos; › iniciativa “STOP TB”; › capacitação de ONGD. No âmbito dos projectos especiais, pelo seu carácter inovador, dimensão e complexidade inserem-se os seguintes projectos plurianuais: › criação do Centro de Investigação em Saúde em Angola; › Reforço Institucional do Instituto de Ciências da Saúde de Timor-Leste. Ambos nascem de uma estreita parceria com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e instituições dos países beneficiários, e passam pela existência de equipas no terreno. No seu conjunto, e durante três anos de execução, estima-se que mobilizem cerca de 4,2 milhões de euros. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento Relativamente aos projectos apoiados, podemos destacar os seguintes: Saúde materno-infantil › Projectos de formação teórico-prática na área da saúde materna e saúde pediátrica dirigidos aos técnicos de saúde que irão integrar um Centro de Saúde Materno-Infantil na Paróquia de Nossa Senhora da Graça, distrito de Benguela, Angola, cujo apetrechamento e reabilitação do sistema de abastecimento de água já tinham sido financiados pela Fundação no ano transacto. › Subsídio atribuído ao Ministério da Saúde da Guiné-Bissau correspondente à contrapartida nacional do financiamento pelo Fundo Africano de Desenvolvimento ao Programa de Desenvolvimento Sanitário, daquele país, aprovado já em 1997, visando, sobretudo, a construção de centros de saúde na Guiné-Bissau. Doenças infecciosas › Projecto “Informar para Prevenir na Saúde Oral” na Guiné-Bissau, que tem como objectivo não só melhorar os níveis de saúde oral através de informação, aconselhamento e apoio organizacional nos serviços hospitalares, mas também efectuar o rastreio de doenças infectocontagiosas e a formação de profissionais de saúde na perspectiva da prevenção do HIV/sida. › Pretendendo minorar o sofrimento de crianças abandonadas, órfãs de sida, sem os cuidados mínimos de saúde e higiene, proporcionando-lhes condições de vida mais dignas e, por outro lado, uma mudança de atitudes e comportamentos e a prevenção de doenças como o HIV/sida, a malária e a tuberculose, o projecto em Moçambique, na província de Tete, implementado pela Fundação Gonçalo da Silveira, visa a integração social de 60 crianças órfãs de sida, através do seu acolhimento em seis casas-lar. › Oferta de equipamento ao Hospital de Cumura, na Guiné-Bissau, antiga leprosaria situada a 15 quilómetros da capital que, dada a insuficiência dos serviços de saúde pública no país, começou também a dar assistência quer a doentes terminais de sida, quer a doentes de tuberculose. Formação de recursos humanos › Continuação do apoio dirigido à capacitação dos principais institutos de formação de técnicos de saúde de nível médio de São Tomé e Príncipe (Instituto de Ciências da Saúde Victor Sá Machado), e de Moçambique (Instituto de Ciências de Saúde de Maputo). › Projecto “Biblioteca Móvel”, implementado pela Ordem dos Enfermeiros em Portugal, com o objectivo de proporcionar aos enfermeiros dos PALOP a trabalhar em locais de difícil acesso à informação, um conjunto de documentos em língua portuguesa que os ajudem na resolução dos problemas com que se deparam na prestação de cuidados de saúde às populações. › Tendo em conta a necessidade de formação de especialistas em diversas áreas do sector da saúde em Moçambique, foi concedido apoio à Fundação Ulls del Món, com sede em Barcelona, para a concretização de um programa de formação oftalmológica de técnicos, enfermeiros e médicos do Hospital Central de Maputo e de Centros de Saúde de Maputo e Inhambane. › Apoio a um programa de formação e reciclagem, em Portugal, de técnicos e enfermeiros dos dois hospitais centrais de Cabo Verde – Hospital Agostinho Neto e Hospital Baptista de Sousa –, tendo em conta a necessidade de assegurar níveis mais elevados na prestação dos serviços de saúde à população de Cabo Verde. Iniciativa “STOP TB” › Enquadrado nos objectivos desta parceria estabelecida em 2000 para a eliminação da tuberculose como um problema de saúde pública, foi concedido apoio a actividades de formação de profissionais 206.207 206. Relatório Balanço e Contas 2007 de saúde e assistência técnica na área da tuberculose em Angola, na Guiné-Bissau e em Moçambique, dando seguimento à estratégia adoptada pelos mesmos países, onde a incidência da tuberculose atinge valores preocupantes. Criação do Centro de Investigação em Saúde de Angola › Pretendendo encontrar soluções cientificamente fundamentadas para combater as principais doenças que afectam a população angolana, foi celebrada, em Setembro, uma parceria entre o Ministério da Saúde de Angola, o Governo Provincial do Bengo, o IPAD e a Fundação Gulbenkian, para a criação do Centro de Investigação em Saúde de Angola (CISA), a localizar no Caxito; a equipa técnica foi instalada no terreno, dando início ao lançamento do projecto que se focou no melhor conhecimento da realidade sanitária da região, na ligação do projecto às estruturas de saúde locais e nacionais e na melhoria de alguns procedimentos na prestação dos cuidados de saúde. Reforço Institucional do Instituto de Ciências da Saúde de Timor-Leste (ICS) › No âmbito do projecto “Reforço Institucional do Instituto de Ciências da Saúde de Timor-Leste”, uma parceria entre a Fundação, o IPAD e aquele instituto, foi iniciada a implementação das actividades de arranque do projecto, através da colocação, em finais de Setembro, de uma assessoria técnica no ICS, simultaneamente responsável pela gestão do projecto. Esta assessoria técnica permitiu um melhor reconhecimento e análise ao nível das políticas de desenvolvimento de recursos humanos do sector da saúde, assim como da situação e funcionamento do ICS. Desta forma, e com a colaboração das escolas portuguesas parceiras na implementação do projecto, a Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa e a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, foram preparadas e adaptadas as intervenções a realizar no próximo ano. A Fundação participou e promoveu ainda um conjunto de iniciativas, de que se salientam: › Em Março de 2007, a Fundação acolheu a conferência internacional “Developing Partnerships for a Developed World: Foundations and Governments Learning to Work Together”, iniciativa conjunta do Centro Europeu de Fundações, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal e do Comité da Ajuda ao Desenvolvimento (CAD) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). A promoção da cooperação e o diálogo político entre diferentes actores – fundações, governos e instituições multilaterais –, no sentido de se assegurar uma maior eficácia da ajuda ao desenvolvimento, designadamente no que respeita à erradicação da pobreza e à concretização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, foram os objectivos desta reunião. › Participação no 13.º Joint Action Forum do African Programme for Onchocerciais Control (APOC), que tem como objectivo a erradicação da oncocercose em África. A Fundação apoia os Programas de Luta contra a Oncocercose em África, coordenados pela Organização Mundial de Saúde e geridos financeiramente pelo Banco Mundial, desde 1989, atendendo à incidência que esta doença tinha em alguns PALOP, em especial na Guiné-Bissau. › Participação na reunião preparatória do lançamento do programa de bolsas para investigação na área das doenças tropicais negligenciáveis (DTN), a decorrer no âmbito da iniciativa “Knowledge for Tomorrow – Cooperative Research Projects in Sub-Saharan Africa”. Este programa, congregando diferentes fundações europeias (Volkswagen, Mérieux, Nuffield e Calouste Gulbenkian), pretende apoiar o desenvolvimento da investigação sobre as DTN nos países africanos, onde estas têm um impacto significativo sem, contudo, merecerem grande atenção por parte das políticas de saúde e dos doadores internacionais. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian de Ajuda ao Desenvolvimento No âmbito da “Assistência Técnica, Estudos e Consultoria”, foi possível levar a cabo uma missão de acompanhamento dos projectos apoiados em São Tomé e Príncipe. Componente “arte” [363 900] No âmbito deste programa foram apoiados nove projectos enquadrados nos seus objectivos – contribuir para a divulgação e promoção da cultura artística dos PALOP: apoios ao Programa de Formação AfricaDOC, da Lx. Filmes; ao projecto intercultural “Translocating/African Cities in Dialogue em Joanesburgo e Maputo”; à deslocação ao Art Forum Berlim de um artista e de uma historiadora da arte de Moçambique; a um workshop realizado no quadro do projecto “Linha Imaginária”, em Maputo; à realização de uma exposição e workshop realizado por Ana Telhado no Centro Cultural Português de Bissau; à realização de uma exposição de fotografia de Eduardo Nery no Musée d’Art Africain de Dacar, Senegal; ao Kanema – Festival Internacional dos Cinemas Africanos, organizado pela associação “Tamarindo”, que teve lugar em Lisboa; à exposição “Agora Luanda”, na IWALEWA-Haus da Universidade de Bayreuth, na Alemanha; à realização de uma exposição na Cidade da Praia, em Cabo Verde, dos resultados do projecto “Guardar Águas”. Cabe ainda informar que no quadro do PGAD se deslocou à Universidade de Bayreuth o seu consultor, para participar no workshop “Off-Centering Viewpoints – Artistic Positions and Recent Dynamics in Contemporary Art in Africa”. Foi ainda recebida a coordenadora do programa “AMA (Art Moves Africa)”, com quem se iniciaram contactos com vista à participação do PGAD neste programa de mobilidade de agentes artísticos em África, para passar a integrar os PALOP. O projecto “artafrica” entrou em fase de funcionamento normal no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com o apoio do consultor do PGAD. 208.209 208. Relatório Balanço e Contas 2007 Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa O Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa (PGLP) foi criado em 2003 com o objectivo de incentivar a promoção e o desenvolvimento da língua portuguesa, mediante a concessão de apoios a actividades executadas por entidades externas à Fundação, ou através de iniciativas próprias. Subsídios [3895 870] O PGLP concedeu subsídios a um vasto conjunto de projectos e acções, tendo esse apoio sido orientado por critérios de qualidade e rigor quer no que respeita à selecção de propostas apresentadas, quer relativamente a projectos e acções conduzidos por terceiros, mas cuja iniciativa foi estimulada pelo PGLP. De realçar os concursos de apoio a projectos de promoção da leitura em bibliotecas escolares/centros de recursos e em bibliotecas públicas municipais, incentivo à leitura em pequenas bibliotecas, promoção da língua e da literatura, bem como o apoio a conferências e outras reuniões. Foram ainda concedidos subsídios a outras bibliotecas escolares, no âmbito do protocolo assinado entre a Fundação Calouste Gulbenkian e o Plano Nacional de Leitura. O Concurso de Apoio a Projectos de Promoção da Leitura em Bibliotecas Escolares/Centros de Recursos visa apoiar projectos inovadores na área da promoção da leitura em bibliotecas escolares, mediante a realização de um concurso anual. O regulamento do concurso privilegiou, mais uma vez, projectos cujo objecto se focalize na promoção da leitura autónoma e da leitura na sala de aula. Em 2007, as candidaturas foram limitadas a escolas/agrupamentos inseridos na área de influência da DREL e da DREAlgarve. Foram recebidas 198 candidaturas, tendo 42 projectos obtido financiamento. De entre estes, salientamos os seguintes: › “Diferentes Diálogos em Torno do Livro”, que visa fomentar uma cultura de valorização da leitura na escola e na comunidade, apresentado pelo Agrupamento Vertical Fernando Casimiro Pereira da Silva; › “Oficin@ d@s p@l@vr@s”, desenvolvido pelo Agrupamento de Escolas de Josefa de Óbidos com o objectivo de valorizar as aulas de substituição, aplicando ferramentas de desenvolvimento das literacias; › o projecto “Biblioteca (Inter)Activa” pretende aumentar significativa e qualitativamente a oferta da Biblioteca/Centro de Recursos e foi proposto pelo Agrupamento Vertical de Escolas de Vila Nova de Cacela; › “A Arte pela Leitura”, do Agrupamento Vertical de Escolas de Estoi, vai organizar actividades que, através da leitura e da pesquisa, sensibilizem os alunos para a literatura, a música, a fotografia, o cinema, etc; › o projecto “Por Um Centro de Recursos ao Serviço da Comunidade Educativa”, proposto pela Escola Secundária de Sampaio, tem como objectivo contribuir para a formação do aluno e apoiar a acção do professor. 210. 211 Relatório Balanço e Contas 2007 Entrega do Prémio Branquinho da Fonseca. No âmbito do protocolo assinado com o Plano Nacional de Leitura foram apoiadas 85 escolas, das quais se destacam: Escola Básica 2, 3 de Miragaia; Escola Básica 2, 3 Maria Veleda; Escola Básica 2, 3 de Cinfães; e Escola Básica 2, 3 de Melgaço. O Concurso de Apoio a Projectos de Promoção da Leitura em Bibliotecas Públicas visa apoiar projectos inovadores em bibliotecas públicas, tendo sido aberto para o efeito um concurso ao qual concorreram 70 projectos. Pretende-se, com estes apoios, incentivar o aparecimento de projectos inovadores, no âmbito da promoção da leitura, cuja qualidade origine um efeito disseminador. De entre os projectos apresentados foram seleccionados 20, dos quais poderão ser destacados os relacionados com as propostas das seguintes bibliotecas municipais: › Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira: “Livrolândia: A Aldeia Global da Leitura”, projecto inovador no contexto da promoção da leitura em Portugal, que visa promover, em torno da leitura, o encontro solidário entre pessoas de culturas diferentes, que todos os dias se entrecruzam e se desconhecem. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa › A Biblioteca Municipal de Odivelas, através do projecto “Bibliófilo Vai a Casa”, vai desenvolver um serviço de empréstimo de livros ao domicílio para um público-alvo com idade igual ou superior a 65 anos; › Biblioteca Municipal de Oeiras: o “Oeiras a Ler em Família” é um projecto que tem como objectivo criar adultos mediadores de leitura e articular relações com o espaço familiar; › Biblioteca Municipal de Loures: “Ler por Sacavém”, projecto inovador que visa implementar uma biblioteca de 200 títulos, de acessibilidade permanente, sem chave e sem funcionários no local. O Apoio a Conferências e Outras Reuniões tem como objectivo permitir a realização, por instituições externas à Fundação Calouste Gulbenkian, de encontros que, de alguma forma, sejam susceptíveis de aprofundar o estudo e a discussão de questões ligadas à língua e/ou literatura portuguesa. No ano de 2007, foram atribuídos oito subsídios, de que salientamos as seguintes iniciativas e acontecimentos: › ciclo de cursos de formação sobre “Literaturas Africanas de Língua Portuguesa”, organizado pelo Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra; › congresso internacional “A Unicidade do Conhecimento”, organizado pela Universidade de Évora; › I Colóquio Internacional Queiroziano, organizado pela Fundação Eça de Queiroz. O Apoio a Projectos de Promoção da Língua e Literatura tem como finalidade contribuir para a execução de iniciativas levadas a cabo por entidades externas à Fundação, numa perspectiva de consolidação daquelas duas vertentes em que a aposta da Fundação Calouste Gulbenkian foi reforçada com a criação do PGLP. Dos cinco projectos subsidiados salientamos, pela sua importância, os seguintes: › Livros Viajantes – Documentário sobre Bibliotecas Itinerantes em Portugal, da responsabilidade da produtora David & Golias, Audiovisuais e Eventos Culturais; › Comemorações dos 50 Anos da Biblioteca Itinerante da Batalha, projecto desenvolvido pela Câmara Municipal da Batalha; › Grande Prémio de Romance e Novela 2007, organizado pela Associação Portuguesa de Escritores. Foram ainda concedidos 10 subsídios destinados a projectos de Incentivo à Leitura em Pequenas Bibliotecas. Pretende-se, com esta linha de subsídios, apoiar, sobretudo, a aquisição de fundos documentais em bibliotecas de pequena dimensão, sediadas em juntas de freguesia, associações culturais ou centros sociais, e que, por essa razão, não são elegíveis no Concurso de Apoio a Bibliotecas Públicas. De entre as entidades contempladas, salientamos a Associação Amigos de Monte Gordo (Castelo Branco), Casa Pia de Lisboa, o Balleteatro Contemporâneo do Porto, o Hospital Sousa Martins – Braga, e a Academia Cultural e Social de Maceira. Iniciou-se o projecto denominado “Turmas Bilingues”, conduzido pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ISCTE). Este projecto dá continuidade ao Projecto Gulbenkian Diversidade Linguística na Escola Portuguesa, concluído ainda em 2007, e procura dar resposta aos resultados e conclusões que dele se extraíram. Este projecto tem uma duração prevista de sessenta meses. O projecto denominado Projecto Gulbenkian “A Casa da Leitura”, com uma duração de três anos (até final de 2008), assenta num portal, composto por dois sites (“Serviço de Orientação da Leitura” e “ABZ da Leitura”), lançado no início de 2007. 212.213 212. Relatório Balanço e Contas 2007 “Clássicos na Gulbenkian”. 3 de Junho de 2007. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa O “Serviço de Orientação da Leitura” reúne o essencial da informação acerca das edições (recentes, sobretudo, mas também as clássicas, nalguns casos até de língua estrangeira) do vasto ramo da literatura para a infância e juventude. O “ABZ da Leitura” é dedicado aos mediadores e especialistas e aí são disponibilizadas, além de bibliografia específica, seleccionada segundo uma avaliação criteriosa das carências nacionais na área, orientações teóricas, informações sobre projectos em curso e, sobretudo, os diferentes laboratórios – espalhados pelo País e distribuídos por vários contextos e idades – que testam no terreno as numerosas sugestões práticas ali apresentadas. Uma outra vertente do projecto, denominada “Biblioteca Viva”, pretende desenvolver um “receituário” de práticas de animação à leitura, que estão a ser experimentadas em duas bibliotecas públicas municipais (de Odivelas e de Beja) e em duas bibliotecas escolares (em Ferreira do Alentejo), que se constituirão como “laboratórios” de boas práticas. Iniciativas próprias [3434 610] Em 2007, teve lugar mais uma edição do Prémio Branquinho da Fonseca – Expresso/Gulbenkian, prémio criado com o objectivo de incentivar o aparecimento de jovens autores (de 15 a 30 anos de idade) de literatura para crianças e jovens. Foram recebidas a concurso 76 obras candidatas à modalidade “Infantil” e 57 à modalidade “Juvenil”. O prémio foi atribuído, na modalidade “Infantil”, à obra O Menino Árvore, da autoria de Luísa Costa Cabral, e na modalidade “Juvenil” à obra O Dono da Festa, da autoria de Estêvão Luís Bertoni e Silva. O Prémio Mário António, nesta edição dedicado a obras de teatro, não foi atribuído, dado que as obras concorrentes não se enquadravam na categoria do concurso. A última edição dos “Clássicos na Gulbenkian”, apresentada pelo grupo Há4 (Maria João Seixas, Helena Vasconcelos e Paula Moura Pinheiro) versou o tema “Os Mecenas”. A sessão esteve a cargo de Jorge Silva Melo, director da companhia de teatro Artistas Unidos. A sessão foi composta por textos originais da autoria de Almeida Faria, Jorge Silva Melo, Jacinto Lucas Pires, Miguel Castro Caldas e José Vieira Mendes e as respectivas leituras encenadas estiveram a cargo dos actores dos Artistas Unidos. Continua em preparação a exposição sobre literatura que decorrerá no hall de exposições, entre final de Setembro de 2008 e início de Janeiro de 2009, e cujo comissário é António M. Feijó. O site leitur@gulbenkian continua a ser regularmente actualizado. De salientar a inclusão de uma selecção de obras para dar destaque a diversas efemérides, tais como o Dia do Livro ou o Dia da Mulher; para o Natal, a escolha foi feita por algumas editoras, às quais endereçámos convite para o efeito. Foi editado o livro de actas do seminário internacional denominado “Ter ou não Ter Bibliotecário Escolar – Valor e Impacto dos Recursos Humanos nas Bibliotecas Escolares”. Foi publicado o número 37 da História e Antologia da Literatura Portuguesa, com coordenação científica de Isabel Allegro de Magalhães, último fascículo desta História e Antologia e que se refere à literatura portuguesa do século XVII. 214.215 214. Relatório Balanço e Contas 2007 Em 2007, a revista Colóquio/Letras editou dois números duplos com o guião dos programas “Imagens da Poesia Europeia” que David Mourão-Ferreira apresentou na RTP entre 1969 e 1974. Num total de quase mil páginas, dá-se a conhecer a um público não iniciado, de forma extremamente didáctica e simples, a evolução da poesia europeia desde o século VIII antes de Cristo ao século XIX da nossa era. Esta edição, que contou com o apoio da RTP, é acompanhada por um DVD com alguns programas literários de David Mourão-Ferreira. Durante o ano de 2007 prosseguiu-se a preparação dos volumes dedicados a Sebastião da Gama e Almada Negreiros e iniciaram-se os trabalhos de edição de dois números dedicados, respectivamente, aos poetas Ruy Belo e Cristovam Pavia. Finalizou-se a construção do site da Colóquio/Letras (www.coloquio.gulbenkian.pt), que permite a consulta dos números publicados desde 1971 bem como o acesso a informação indexada e sistematizada sobre o conteúdo da revista. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística [3574 780] Em 2007 realizaram-se três acções de formação no âmbito do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística (PGCCA). Entre 22 de Janeiro e 3 de Março decorreu a segunda edição do Curso de Encenação de Teatro, novamente em colaboração com a companhia Third Angel e sob a orientação de Alexander Kelly, director artístico da companhia. O curso teve 55 candidatos, tendo sido seleccionados 12, um dos quais oriundo de Cabo Verde, numa estratégia de alargamento do PGCCA a jovens artistas dos países lusófonos. As seis semanas do curso foram de intensa experimentação e no final foram apresentados os trabalhos criados quer em grupo, quer individualmente. A mostra decorreu na Sala Polivalente do CAMJAP, em três programas distintos, nos dias 27 de Fevereiro, 1 e 3 de Março de 2007. No mês de Junho (entre 21 e 24), quatro destes trabalhos foram seleccionados para integrar o programa “Exercícios do Futuro”, iniciativa do Teatro Municipal Maria Matos, destinada a divulgar projectos teatrais de jovens artistas criados em contexto pedagógico. Pauliana Valente Pimentel Curso de Encenação de Ópera (2.ª edição). Raphaël, reviens!, de Bernard Cavanna. Encenação de Jean Paul Bucchieri. Na foto: Cesário Costa, Marco Pereira, Paulo Jorge Ferreira, João Rodrigues e Ricardo Ceitil. 216.217 216. Relatório Balanço e Contas 2007 Seguidamente, entre 16 de Abril e 6 de Julho, durante doze semanas, decorreu a segunda edição do Curso de Realização de Cinema, desta vez em colaboração com a Deutsche Filmund Fernsehakademie, sediada em Berlim. Concorreram 159 pessoas, para um total de 12 vagas, tendo uma delas sido preenchida por um jovem realizador brasileiro. Os participantes dividiram-se em dois grupos, cada um com seis elementos, e trabalharam em estreita cooperação, o que permitiu que cada um pudesse escrever, dirigir e montar o seu próprio filme mas também trabalhar, rotativamente, como director de fotografia, operador de câmara, assistente de câmara e responsável pela iluminação do filme de outro colega, de forma a obter a compreensão global de todo o processo que conduz à criação de um filme. Foram realizadas 12 curtas-metragens, com uma duração variável de seis a catorze minutos na Sala Polivalente do CAMJAP nos dias 6 e 7 de Julho. Durante o curso, foi também organizada uma master class aberta ao público em geral com o consagrado realizador chinês Wang Bing. Finalmente, entre 27 de Agosto e 1 de Dezembro, dirigida apenas a seis participantes, decorreu a segunda edição do Curso de Encenação de Ópera, novamente em colaboração com o Teatro Nacional de São Carlos, mas, desta vez, com a orientação pedagógica global de Christian Gangneron, encenador-professor, director do Arcal – Atelier de Recherche et de Création pour l'Art Lyrique, que colaborou já na primeira edição deste curso. As obras encenadas pelos seis participantes do curso, pertencentes a diversos períodos da história da música (barroco, modernismo, contemporâneo), tiveram, nalguns casos, apenas acompanhamento de piano, e, noutros, de um pequeno agrupamento musical, sendo de destacar, neste âmbito, a colaboração com o Curso de Música Antiga da ESMAE no Porto. A diversidade de repertórios, bem como dos artistas envolvidos, entre músicos e cantores, e a realização de um conjunto de lições teóricas com personalidades destacadas da cena operática (Marco Beghelli, Gavin Plumley, Jean-François Sivadier, Paulo Ferreira de Castro) tornou este curso uma experiência particularmente enriquecedora para todos quantos nele participaram. O curso terminou com a apresentação pública das obras encenadas, também na Sala Polivalente do CAMJAP, nos dias 27 e 29 de Novembro e 1 de Dezembro. Obras do PGCCA em circulação em 2007 Curso de Realização de Documentários (1.ª edição) Em colaboração com os Ateliers Varan (de 12 de Janeiro a 27 de Março de 2004). Vestígios, de Tiago Afonso › ARTFEST 2007, Cineclube de Tavira (30 de Abril de 2007) › ARTFEST 2007, Fórum Luísa Todi, Setúbal (17 de Maio de 2007) › ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (27 de Maio de 2007) Antes da Estreia, de André Godinho › ARTFEST 2007, Cineclube de Tavira (30 de Abril de 2007) › ARTFEST 2007, Fórum Luísa Todi, Setúbal (17 de Maio de 2007) › ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (27 de Maio de 2007) Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística Curso de Encenação de Teatro “Follow Up” [Homem-Legenda], de Pedro Gil 3 › ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (24 de Maio de 2007) › Teatro Lethes, Faro (5 e 6 de Junho de 2007) › Festival Gil Vicente, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães (9 de Junho de 2007) Espectáculos resultantes de um convite feito pela coordenação do PGCCA aos alunos do Curso de Encenação de Teatro (1.ª edição), após a conclusão do curso, para a apresentação de propostas de novas criações a apoiar pelo programa. Curso de Coreografia (de 7 de Fevereiro a 6 de Junho de 2005) Ser Humano, de Luís Guerra › Best of Lucky Trimmer, Freiburgo e Heidelberg – Alemanha (20-21 de Janeiro de 2007) › BIPOD Dance Festival – Theatre Monnot, Beirute, Líbano (27 de Abril de 2007) › Lucky Trimmer – Tanz im August Festival – Podewil Theatre, Berlim, Alemanha (23, 24 e 26 de Agosto de 2007) › Platforma Mladih Koreografa 2007 – Tvornica kulture, Zagreb, Croácia (21 de Outubro de 2007) › Festival Jamais Vue – Theatre de Vanves, Paris, França (1 de Fevereiro de 2007) Curso de Coreografia “Follow Up” À Sombra, de Dora Fonseca › Festival 4 Estações – Primavera, Casa de Teatro de Sintra (23-24 de Março de 2007) › Eira 33, Lisboa (26 de Maio de 2007) Subterrâneos do Corpo, de Ana Martins › Festival 4 Estações – Primavera, Casa de Teatro de Sintra (23-24 de Março de 2007) › Festival de Juventude Alcains 2007, Casa do Povo de Alcains (19 de Maio de 2007) › Festival En Pé de Pedra, Santiago de Compostela (22-24 de Junho de 2007) › Bomba Suicida, Lisboa (30 de Junho e 1 de Julho de 2007) › Audio Art Festival, Krzysztofory Gallery, Cracóvia, Polónia (25 de Novembro de 2007) Ausência (memória descritiva), de Vera Santos › Festival da Fábrica, Teatro Helena Sá e Costa, Porto (19 de Maio de 2007) › Serralves em Festa, Fundação de Serralves, Porto (3 de Junho de 2007) Espectáculos resultantes de um convite feito pela coordenação do PGCCA aos alunos do Curso de Coreografia, após a conclusão do curso, para a apresentação de propostas de novas criações coreográficas a apoiar pelo programa. 218. 219 Relatório Balanço e Contas 2007 Tatiana Macedo Curso de Encenação de Teatro (2.ª edição). No 33, espectáculo de e por Joana Craveiro. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística Curso de Realização de Cinema (1.ª edição) Em colaboração com a The London Film School (4 de Julho a 30 de Setembro de 2005). No Início, de Pedro Pinho › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) Dispersão, de João Constâncio › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) A minha Mãe É Pianista, de João Rosas › Iniciativa “7 pecados patrimoniais”, Escola Superior de Educação do Porto (4 de Maio de 2007) Domingo, de José Filipe Costa › Canal de televisão ARTE (França e Alemanha) (19 de Fevereiro, 4, 12 e 19 de Março, e 4 de Julho de 2007) O Dedo, de Luís Miguel Correia › Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema, Lisboa (15 de Outubro de 2007) Curso de Realização de Documentários (2.ª edição) Em colaboração com os Ateliers Varan (9 de Janeiro a 25 de Março de 2006) Quinta da Curraleira, de Tiago Hespanha › Musée du Quai Branly, Paris – 25 Anos dos Ateliers Varan (26 de Abril de 2007) › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) O Auto das Velas, de Filipa Serejo › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) (Menção Honrosa) Entre Tempos, de Frederico Lobo › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) Alda, de Miguel Coelho › Ciclo de Cinema [des]confortáveis, Associação Bacalhoeiro, Lisboa (3 de Abril de 2007) Se Eu me Chamasse Raimundo, de Isabel Dias Martins › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) 220.221 220. Relatório Balanço e Contas 2007 Pé na Terra, de João Vladimiro › ARTFEST 2007, Cineclube de Tavira (30 de Abril de 2007) › ARTFEST 2007, Fórum Luísa Todi, Setúbal (17 de Maio de 2007) › ARTFEST 2007, CAE de Portalegre (27 de Maio de 2007) O Sonho de Dom Arménio, de Rosa Branca Almeida › Ciclo de Cinema [des]confortáveis, Associação Bacalhoeiro, Lisboa (3 de Abril de 2007) › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) Curso de Cinema de Animação 3D Em colaboração com a SUPINFOCOM (17 de Abril a 18 de Agosto de 2006) Split, de Catarina Romano, Do-Arte e Emanuel Raimundo › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela [Competição Oficial] (29 de Junho de 2007) › 15.ª Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema [Secção Take One!] (7-15 de Julho de 2007) › IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007) › Animatu – Festival de Cinema de Animação Digital, Beja [Competição Oficial] (17-21 de Outubro de 2007) The Doubtful Guest, de Diogo Pereira e Vasco Portugal › 15.ª Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, [Secção Take One!] (7-15 de Julho de 2007) › IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007) Tilt, de Bruno Canas, Catarina Barata e Elsa Loff › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela (29 de Junho de 2007) [Prémio Animação] › IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007) › Animatu – Festival de Cinema de Animação Digital, Beja [Competição Oficial] (17-21 de Outubro de 2007) The Meltdown, de João Batista, João Real e Pedro Almeida › TOM de VIDEO 07 – Festival Internacional de Vídeo ACERT, Tondela [Competição Oficial] (29 de Junho de 2007) › IX Festa do Teatro, Capricho Setubalense, Setúbal (30 de Agosto de 2007) › Encounters 13th International Short Film Festival, Bristol, Reino Unido [Competição Oficial] (21-25 de Novembro de 2007) Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística Segundo Curso de Realização de Cinema. Superfície, de Rui Xavier. Curso de Realização de Cinema (2.ª edição) Em colaboração com a Deutsche Film- und Fernsehakademie – dffb (de 16 de Abril a 6 de Julho de 2007) Fim-de-Semana, de Cláudia Varejão › 12.º Festival Internacional de Pusan, Coreia do Sul [Competição Oficial] (4-12 de Outubro de 2007) 222.223 222. Relatório Balanço e Contas 2007 Rui Gonçalves Exposição “Estado do Mundo”. Fórum cultural “O Estado do Mundo” [32 015 373] O fórum cultural “O Estado do Mundo”, integrado nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação, foi estruturado em três plataformas de actividades distintas, sendo que a primeira se realizou ainda em 2006 (com a conferência inaugural por Homi K. Bhabha, e com o lançamento do livro O Estado do Mundo). Os primeiros meses deste fórum serviram para criar pontes com as universidades, relação esta que se traduziu na incorporação de temáticas relacionadas com o projecto nos curricula de inúmeras faculdades e cursos. A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova criou, inclusivamente, em colaboração com “O Estado do Mundo”, uma pós-graduação subordinada ao tema “Culturas e Discursos Emergentes: Da Crítica às Manifestações Artísticas”. Também o tema do Mestrado de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica foi dedicado a “O Estado do Mundo”. A 18 de Maio de 2007 iniciou-se a Plataforma 2 que se prolongou até 7 de Agosto e durante a qual foram realizadas mais de 200 actividades – espectáculos de dança e teatro, apresentaram-se duas óperas, um ciclo de cinema, comissariado por Jacob Wong, director do Festival Internacional de Cinema de Hong Kong, concertos de música urbana e com a Orquestra Gulbenkian, um ciclo de conferências – reunindo 13 dos mais proeminentes pensadores da actualidade –, um concerto com a West-Eastern Divan Orchestra dirigida por Daniel Baremboim, um programa intenso de actividades interculturais no jardim, entre várias outras actividades – envolvendo múltiplas companhias artísticas, associações culturais e de imigrantes, realizadores de cinema, produtores externos e vários serviços da Fundação. 224. 225 Relatório Balanço e Contas 2007 Cerca de 500 pessoas, entre artistas e técnicos nacionais e estrangeiros, participaram nestas actividades, com um total de cerca de 50 mil espectadores, incluindo a programação do jardim. Entre os espectáculos apresentados, há duas criações de teatro (Desempacotando a minha Biblioteca, encenado por Jorge Andrade, e Ensaio, com encenação de Vítor Hugo Pontes) e duas óperas (Metanoite, música de João Madureira e encenação de André Teodósio, e Montanha, com música de Nuno Corte-Real e encenação de Carlos Antunes) que são estreias mundiais, criadas em especial para este programa. Destacamos ainda, de entre todas estas actividades, a selecção do filme O Estado do Mundo – obra em seis partes, realizada por seis destacados realizadores da actualidade, Apichatpong Weerasethakul (Tailândia), Chantal Akerman (França), Ayisha Abraham (Índia), Pedro Costa (Portugal), Vicente Ferraz (Brasil), Wang Bing (China) – para a “Quinzaine des Réalisateurs”, em Cannes. Tarrafal. Bucha e Bucinda, de Pedro Costa. Fundação Calouste Gulbenkian Fórum cultural “O Estado do Mundo” Henrique Figueiredo Jardim Gulbenkian. A 28 de Setembro de 2007 foi editada a obra A Urgência da Teoria, compilando a conferência inaugural de “O Estado do Mundo” assim como as conferências realizadas em Maio no Auditório 2 (que tiveram a participação de Paul Gilroy, Andy C. Pratt, Marc Ferro, entre outros pensadores). A 6 de Outubro, inaugurou-se a exposição “Um Atlas de Acontecimentos”, com a curadoria de António Pinto Ribeiro, Debra Singer e Esra Sarigedik Öktem – actividades que integram e definem a Plataforma 3 – dando assim por concluído o fórum cultural “O Estado do Mundo”. Da análise da quantidade e dos conteúdos da informação produzida nos media (nos tradicionais e nos mais inovadores) conclui-se que “O Estado do Mundo” teve um impacto positivo, gerou discussão pública, disseminou informação e produziu acontecimentos culturais. Do ponto de vista dos públicos eles foram diversos – dos mais académicos, que participaram nas Lições e assistiram aos filmes, aos mais populares como muitos dos que participaram nas actividades do jardim da Fundação Calouste Gulbenkian, tendencialmente com idades entre os 20 e os 50 anos (avaliação empírica), muitos dos quais eram iniciados na frequência desta instituição. Em traços gerais, o contributo para uma discussão sobre o estado cultural do mundo terá sido atingido. 226.227 226. Relatório Balanço e Contas 2007 Seminário “O Quarto Relatório sobre Alterações Climáticas”. Programa Gulbenkian Ambiente Valores em euros Encargos com pessoal 27 871 Iniciativas próprias 103 125 Subsídios 196 399 Total 327 395 Criado em Fevereiro de 2007, com duração prevista de três a cinco anos, sob coordenação científica de Viriato Soromenho-Marques, o Programa Gulbenkian Ambiente (PGA) iniciou as suas actividades públicas no mês de Abril. O seu campo de intervenção está centrado na análise das diversas vertentes da crise ambiental, privilegiando um triângulo constituído pelas seguintes áreas: ambiente e cidadania; ambiente e saúde; ambiente e inovação. A implementação das orientações temáticas do PGA revela-se mediante a concessão de apoios e/ou subsídios a acções executadas por entidades externas à Fundação ou através de iniciativas próprias. Na prossecução dos seus objectivos o PGA promoveu, no âmbito das suas temáticas, iniciativas de informação, reflexão e debate, e apoiou projectos de investigação e disseminação do conhecimento. Áreas de intervenção Ambiente e cidadania A 19 de Abril teve lugar o colóquio “Crise do Ambiente e Interface Ciência/Sociedade”, uma iniciativa conjunta do PGA e do Joint Research Centre (JRC) da Comissão Europeia. 228. 229 Relatório Balanço e Contas 2007 Este colóquio teve como pano de fundo e objecto privilegiado para a sua realização a apresentação e abordagem das temáticas do livro Interfaces Between Science and Society publicado em 2006 pelo JRC, e cuja coordenação esteve a cargo de três autoras, sendo duas de nacionalidade portuguesa, Ângela Guimarães Pereira e Sofia Guedes Vaz, e outra, Sylvia Tognetti, de nacionalidade italiana. Para além das atrás mencionadas coordenadoras portuguesas da obra, registou-se a participação neste evento de outras personalidades do mundo académico português, como Hermínio Martins (Oxford e Instituto de Ciências Sociais), Maria Eduarda Gonçalves (Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa), Olga Pombo (Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa), Luísa Schmidt (Instituto de Ciências Sociais), Helena Jerónimo (Instituto Superior de Economia e Gestão) e António Dias Figueiredo (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra). Sob o tema “Sociedade Civil, Empresas e Biodiversidade”, teve lugar, a 26 de Setembro, este seminário, realizado no âmbito do desafio “Business and Biodiversity” lançado pela presidência portuguesa da União Europeia, seminário que propõe o envolvimento voluntário das empresas, a nível internacional, em iniciativas para a defesa da biodiversidade. O seu público-alvo foram as empresas e associações empresariais, ONG de ambiente, universidades e outros centros de investigação, organismos estatais e fundações. Este acontecimento traduziu-se numa modalidade construtiva de associação com a referida iniciativa da presidência portuguesa por parte das entidades promotoras (Fundação “Cuidar o Futuro”, Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza (ANCN) e Fundação Calouste Gulbenkian), e pretendeu contribuir para o estabelecimento de parcerias sociais e ambientais inovadoras, mediante profunda discussão de algumas questões fundamentais: Que critérios serão definidos para uma adequada intervenção das empresas? Que tipo de empresas ou sectores deverão envolver-se prioritariamente? Que possibilidades existem para uma colaboração bem-sucedida entre ONG e empresas? Abordou-se, por último, a forma de encontrar com as empresas compromissos e soluções consistentes e de longo prazo, compatíveis com a necessidade de alguns resultados a curto prazo para a defesa da biodiversidade. Participaram os seguintes oradores: Fátima Grácio (presidente da Fundação “Cuidar o Futuro”), Hélder Spínola (presidente da Quercus – ANCN), João Menezes (presidente do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade), Shulamit Alony (The World Conservation Union, IUCN), Andrew Jones (Instituto Europeu de Política Ambiental), Paula Silva (Quercus – ANCN), Helmut Röscheisen (Deutscher Naturschutzring, DNR), Arthur Eijs (Ministério da Habitação, Ordenamento do Território e Ambiente da Holanda), Luís Rocharte (BCSD – Portugal, Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável), Zbig Karpowicz (Royal Society for the Protection of Birds, RSPB), António Neves de Carvalho (EDP – Energias de Portugal), José Paulo Martins (Quercus – ANCN), Luís Costa (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, SPEA), e Carlos Teixeira (Liga para a Protecção da Natureza, LPN). A fechar o ciclo das iniciativas directas do programa, foi realizada a 21 de Novembro a conferência “Política Marítima Europeia e Biodiversidade” sobre a política para os oceanos da União Europeia, Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Ambiente onde foram abordados, sob prismas diversos e complementares, as apostas e obstáculos que nos separam ainda de uma efectiva Política Marítima Europeia sustentável. Registou-se o contributo dos seguintes especialistas nacionais na matéria: Tiago de Pitta e Cunha (Comissão Europeia), Emanuel Gonçalves (European Environmental and Sustainable Development Advisory Councils, EEAC), e João Falcato Pereira (Oceanário de Lisboa). Nas seis iniciativas do PGA atrás mencionadas estiveram presentes mais de 900 participantes. Nota: Todas as comunicações produzidas pelos diversos oradores dos eventos atrás relatados, à excepção das realizadas na conferência da União Europeia, encontram-se disponibilizadas, em formato PDF, na página da Fundação Calouste Gulbenkian, em www.gulbenkian.pt, com ligação ao sítio do Programa Gulbenkian Ambiente (www.gulbenkian.org/ambiente.asp). No âmbito dos concursos “AGIR – Ambiente” e “Ambiente e Saúde”, que decorreram em simultâneo, entre 23 de Abril e 28 de Maio, o PGA recebeu um total de 161 candidaturas. Assim, das 131 candidaturas apresentadas no concurso “AGIR – Ambiente” (Acções Gulbenkian de Informação e Realização em Ambiente), foram contemplados 11 projectos que se enquadram na área das alterações climáticas, e que se agrupam nas cinco seguintes categorias: medidas de adaptação; biodiversidade; energia; expressão artística; formação e informação. As actividades dali decorrentes, e a realizar até Maio de 2008, são as seguintes: › “Oásis num Deserto de Montanha”, proposta pela Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal. Descrição e objectivos: Na sequência do trabalho de florestação, realizado pela Associação desde 2001, no Pico do Areeiro está a ser criado um oásis num deserto de montanha, que já funciona como foco difusor das plantas indígenas. Pretende-se realizar uma campanha de divulgação desta experiência pioneira na Região Autónoma da Madeira, que tem por objectivo central mostrar que é possível fazer algo de concreto para inverter o processo de desertificação das montanhas da cordilheira central da ilha da Madeira, que decorre desde o século XV e que tenderá a agudizar-se com as alterações climáticas previstas nos estudos realizados no âmbito dos projectos “SIAM II” e “CLIMAAT II”. › “Educação para a Prevenção das Alterações Climáticas”, proposta pela EDV Energia. Descrição e objectivos: Este projecto visa divulgar informação e dados científicos sobre a temática das alterações climáticas aos sectores mais jovens da sociedade, e em particular à comunidade escolar. Esta candidatura propõe a organização e promoção de seminários dedicados ao tema das alterações climáticas nas escolas (EB1, EB2, 3 e ES) da região de Entre Douro e Vouga, em particular nos municípios de Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra, Santa Maria da Feira e São João da Madeira – recorrendo a especialistas nacionais como oradores. › “Falta Aqui Qualquer Coisa”, proposta pelo Grupo de Teatro Marionetas, Actores & Objectos. Descrição e objectivos: Pretende ser um espectáculo com uma linguagem científico-poética que tenta construir uma ponte entre a ciência e a poesia. Pretende despertar a atenção do público infantil sobre os problemas ambientais e alterações climatéricas sem cair no erro comum de transformar o palco numa sala de aula, permitindo o riso, a boa-disposição e a participação. 230.231 230. Relatório Balanço e Contas 2007 Seminário “Sociedade Civil, Empresas e Biodiversidade”. A realização “Falta Aqui Qualquer Coisa”, nas escolas ou no teatro para as escolas, terá uma vertente científica, dando lugar, depois dos espectáculos, a uma reflexão/discussão sobre o tema desenvolvido e focado no espectáculo. › “Alterações Climáticas e Responsabilidade Ambiental”, proposta pela Associação de Professores de Filosofia (APF). Descrição e objectivos: Trata-se de um projecto de parceria entre a Sociedade de Ética Ambiental (SEA) e a APF que integra a realização de dois colóquios e três “Cafés com Filosofia”. São objectivos gerais do programa, entre outros: a consciência dos valores sócio-ambientais, ecológicos, estéticos e éticos como estruturantes de uma cidadania responsável; a construção de uma forma de pensar fundada no conhecimento das inter-relações entre os diferentes subsistemas que compõem a realidade; o entretenimento do humano como ser que faz parte da natureza; a compreensão de que o ser humano é o único ser responsável entre todos os seres e que tal implica uma acção de preservação e respeito do mundo que o rodeia. O desenvolvimento de uma sensibilidade em estreita sintonia com as realidades naturais. › “Alterações Climáticas – Guia do Cidadão Portador de Deficiência”, proposta pela Secção de Geografia da Universidade dos Açores. Descrição e objectivos: O projecto tem por base a criação de instrumentos de comunicação e educação, sobre alterações climáticas, na vertente da responsabilidade social. Estes instrumentos Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Ambiente Conferência internacional “The Global Challenge of Energy and Climate Change”. serão especialmente desenhados e adaptados a cidadãos (faixas etárias mais jovens) portadores de deficiência visual ou auditiva. Considera-se que esse segmento da população tem sido largamente descurado no fornecimento de informação sobre esta temática. Por outro lado, estes cidadãos podem representar um contributo significativo na promoção de práticas ambientalmente correctas. › Congresso para Alunos do Ensino Secundário “Viver Ambiente”, proposta pela Universidade do Minho. Descrição e objectivos: Este projecto consiste num congresso (dois dias), destinado a alunos do ensino secundário da área das ciências naturais, cujo tema principal serão as alterações climáticas. O primeiro dia de congresso destinar-se-á à apresentação de comunicações orais e em poster pelos alunos, enquanto que o segundo dia será dedicado a saídas de campo, com vista a valorizar e divulgar o património natural. Pretende-se, desta forma, sensibilizar os participantes para a problemática ambiental e desenvolver neles um conjunto de competências que os tornarão cidadãos activos na resolução de problemas globais. › “A Matriz Energética do N21 e a Promoção da Eficiência Energética”, proposta pela Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto. Descrição e objectivos: Propõe-se a elaboração da matriz energética dos concelhos integrantes do Nordeste 21, projecto regional que visa a elaboração da Agenda 21 Local, nomeadamente em 232.233 232. Relatório Balanço e Contas 2007 Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor e Vimioso, como forma de diagnosticar a situação actual da região a nível de consumos energéticos e avaliar o respectivo impacto a nível de emissões de GEE, colmatando a falta de estudos existentes nesta área. › “Kit Vídeo Ambiente”, proposta pela Podes (Associação para o Desenvolvimento Sustentável). Descrição e objectivos: Esta acção consiste em levar a seis escolas de seis distritos diferentes do País um workshop-vídeo sobre o ambiente. O que diferencia este conceito é que serão os alunos de cada escola a realizar um documentário próprio, a partir de uma vasta série de conteúdos ambientais previamente preparados. Teremos acesso a seis diferentes visões das preocupações ambientais de uma geração, e esses vídeos serão posteriormente compilados num DVC e distribuídos a escolas de todo o país, para permitir que sejam visionados e discutidos. É portanto uma acção de formação diferenciada porque expande o seu impacto e raio de acção a todo o país, em momentos diferenciados. › “Formação sobre Vulnerabilidade e Adaptação Local às Alterações Climáticas”, proposta pelo Instituto Superior Técnico. Descrição e objectivos: Acção de formação dirigida aos municípios algarvios, em matéria de alterações climáticas, vulnerabilidade e adaptação das actividades localizadas em territórios mais susceptíveis. O objectivo da acção proposta é sensibilizar os municípios algarvios para a necessidade de acção local em matéria de alterações climáticas em prol do desenvolvimento sustentável da região algarvia e da melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes. › “Importância da Biomassa Florestal para a Diminuição das Emissões de CO2”, proposta pela Escola Superior Agrária de Viseu. Descrição e objectivos: Divulgação dos produtos desenvolvidos no projecto “WESST” junto de diversos públicos-alvo. Consciencialização dos participantes sobre a importância da utilização de energia provenientes de fontes renováveis, nomeadamente a energia produzida a partir de biomassa florestal. Fornecer informações sobre os processos que conduzem à diminuição das emissões de CO2 para a atmosfera com a utilização da biomassa florestal. Demonstração da produção de estilha e de briquetes a partir de biomassa florestal para utilização com fins energéticos. › “Alterações Climáticas e seu Impacto nas Florestas”, proposta pela Universidade de Évora. Descrição e objectivos: Pretende-se com esta acção sensibilizar um público vasto (estudantes, técnicos e produtores florestais, e público em geral) para a problemática do efeito das alterações climáticas na floresta, e em particular para o declínio de espécies importantes como o pinheiro-bravo e o pinheiro-manso. Utilizar-se-á o caso da doença do nemátode da madeira do pinheiro (NMP), causada pelo nemátode Bursaphelenchus xylophilus, que desde 1999 tem sido responsável por danos consideráveis na península de Setúbal. Através da elaboração de uma web page, PowePoints, textos técnicos, um poster e um artigo de divulgação, far-se-á chegar esta acção de disseminação a escolas, associações de produtores florestais e público em geral, dos distritos de Évora e Setúbal. Ambiente e saúde Em pleno período de consulta pública sobre o projecto do Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde, realizou-se, a 20 de Junho, o colóquio “Alimentação e Qualidade do Ar em Portugal”, uma co-organização do PGA e do CNADS (Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável). Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Ambiente Promoveu-se, assim, o debate sobre dois domínios do ambiente considerados prioritários: a alimentação e a qualidade do ar. A escolha do tema deveu-se à relevância dessas duas dimensões no interface ambiente-saúde e à manifesta relação entre a falta de qualidade do ar e/ou da nutrição e o consequente aumento de riscos para a saúde dos indivíduos e populações. Contou-se com a participação de especialistas nacionais sobre a matéria, a saber: João Lavinha (Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável), Pedro Graça (Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto), Isabel do Carmo (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), Maria Antónia Calhau (Centro de Segurança Alimentar e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge), Artur Teles Araújo (Observatório Nacional de Doenças Respiratórias), Olga Mayan (Centro de Saúde Ambiental e Ocupacional do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge) e José Rocha Nogueira (Centro Regional de Saúde Pública do Norte). Em relação às 30 propostas apresentadas no concurso “Ambiente e Saúde” (Investigação e Desenvolvimento), foram aprovados três projectos que se enquadram na área da poluição do ar (dois dos quais relativos ao ar interior). Os correspondentes estudos a implementar no período 2007-2009 são os que se seguem: › “Avaliação da Exposição ao Fumo do Tabaco Ambiental nos Locais de Trabalho e da Prevalência de Sintomas Relacionados. Contributo para a Monitorização da Efectividade da Nova Legislação Nacional”, proposta pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Descrição e objectivos: Para a OMS o fumo ambiental do tabaco (FAT) é carcinogénico e factor de risco para doenças cardiovasculares, respiratórias e outras. Desconhece-se o nível de exposição dos portugueses. Pretende-se: avaliar a exposição ao FAT em locais de trabalho (indústria da restauração/diversão) através da avaliação da qualidade do ar e de monitorização biológica; avaliar a prevalência de sintomas e sinais associados ao FAT; contrastar a exposição ao FAT e consequências nos trabalhadores de instituições com e sem políticas efectivas de controlo; desenvolver indicadores de base visando a avaliação da efectividade da nova legislação nacional. › “RISKAR LX – Avaliação do Risco Associado à Poluição Atmosférica em Lisboa”, proposta pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Descrição e objectivos: O projecto visa sistematizar e operacionalizar a recolha de dados de morbilidade, avaliando o impacte da poluição do ar sobre a saúde humana em Lisboa, em particular sobre as crianças. A metodologia a utilizar estender-se-á à avaliação dos efeitos sobre morbilidade, passando pelo desenvolvimento de uma ferramenta informática de recolha e organização de dados epidemiológicos. › “Tobacco smoke at recreation establishments: health effects and biological damage”, proposta pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Descrição e objectivos: Este projecto visa o estudo da QAI (Qualidade do Ar Interior) em restaurantes, bares e discotecas localizados na região de Lisboa (preferencialmente com mais de 100 metros quadrados) e a investigação de possíveis associações entre a exposição a ETS, presumíveis disfunções respiratórias e dano biológico (DNA e alterações do proteoma) entre os trabalhadores. 234.235 234. Relatório Balanço e Contas 2007 As implicações deste projecto incluem futuras intervenções preventivas no controlo da QAI e benefícios para a saúde das pessoas mais expostas ao ETS. Espera-se também contribuir para a descoberta de novos biomarcadores de doenças respiratórias associadas à exposição ao ETS. Ambiente e inovação Sob o ciclo “Alterações Climáticas”, realizaram-se dois seminários, a 21 e 28 de Maio, subordinados, respectivamente, aos temas: “Conservação de Energia e Energias Renováveis no Sector Doméstico” e “O Quarto Relatório sobre Alterações Climáticas – Perspectivas para Portugal”. Foram ambos realizados em torno do despertar da consciência mundial para as implicações negativas resultantes do fenómeno das alterações climáticas, em virtude de acontecimentos presentes ou futuros que afectam ou podem vir a afectar irremediavelmente a vida no nosso planeta. Para tal terá contribuído a publicação, em 2006, do livro Uma Verdade Inconveniente, de Al Gore, e também a publicação do Relatório Stern: Economia das Alterações Climáticas. Já em 2007, o Quarto Relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change), veio confirmar as previsões feitas no relatório anterior, datado de 2001. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Ambiente O primeiro seminário foi realizado em parceria com a Quercus – ANCN, e contou com os apoios da EDP, da Fundação Luso-Americana, do British Council e do UK Trade & Investment. O seu objectivo primordial foi o de analisar as medidas que se podem tomar no campo da gestão da procura e da alteração do comportamento dos consumidores domésticos, nomeadamente na conservação da energia, assim como nas inovações em marcha que poderão alargar consideravelmente a possibilidade de utilização de energias renováveis nos serviços e no sector doméstico. Para o bom andamento dos trabalhos, contribuiu a participação dos seguintes oradores: Francisco Ferreira (Direcção Nacional da Quercus – ANCD), Elisa Boelman (Direcção-Geral da Energia e dos Transportes da Comissão Europeia), Alexandre Fernandes (director-geral da Agência para a Energia), Aline Delgado (Quercus – ANCD), Pedro Verdelho (director de Tarifas e Preços da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), Gene Rodrigues (director of Energy Efficiency, Southern Califórnia Edison Company), Martins de Carvalho (Direcção-Geral de Geologia e Energia), João Peças Lopes (Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto), Andreas Russo (Proven Energy Ltd.), Ana Rita Antunes (Quercus – ANCD), Isabel Oliveira (DECO Proteste) e Sarah Darby (Oxford University Environmental Change Institute). O segundo evento focou a sua atenção na análise das perspectivas que se abrem para Portugal a partir da publicação do atrás citado Quarto Relatório do IPCC sobre alterações climáticas. Neste âmbito, foram debatidos, sob diversos ângulos, os desafios relacionados com os impactes e medidas de adaptação, bem como as acções conducentes à redução de emissões de gases poluentes para a atmosfera. Participaram os seguintes oradores: Pedro Miranda (Universidade de Lisboa), Rodrigo Oliveira (Universidade Nova de Lisboa), Miguel Araújo (Museo Nacional de Ciências Naturales, Madrid), Carlos de Sousa Reis (Universidade de Lisboa), Filipe Duarte Santos (Universidade de Lisboa), Ricardo Aguiar (INETI), Pedro Martins Barata (Center for Clean Air Policy), Ricardo Moita (Ecoprogresso), Manuel Lemos de Sousa (Universidade do Porto) e Bettina Menne (Global Change and Health Unit, OMS). Promovidas pela presidência portuguesa da Comissão Europeia realizaram-se na Fundação, a 29 de Outubro, a “Reunião do Grupo de Conselheiros para a Energia e Alterações Climáticas” (Advisory Group Meeting) e a conferência internacional “The Global Challenge of Energy and Climate Change: The EU Vision for a Sustainable Future After 2012”, cujo principal objectivo foi o de debater as negociações internacionais com vista ao acordo global pós-2012 sobre o combate às alterações climáticas. A conferência contou com a participação do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, do presidente do Conselho Europeu, José Sócrates, e ainda Michael Zammit Cutajar, Claude Mandil, Isabel Mota e Viriato Soromenho-Marques. Estas iniciativas contaram com a colaboração e apoio do PGA. Dando resposta a algumas solicitações, foram ainda atribuídos outros financiamentos, extraconcurso, que apoiaram os seguintes projectos/acções: 236.237 236. Relatório Balanço e Contas 2007 Antárctida: projecto português para o estudo das alterações climáticas. › “PERMADRIL – 2007 (Permafrost Drilling in the Maritime Antarctic) – O Primeiro Projecto Científico Português na Antárctida para o Estudo das Alterações Climáticas”, por financiamento enquadrado na área de apoio a projectos de investigação e desenvolvimento, que contempla o registo com a designação de “Gulbenkian 1” e “Gulbenkian 2” na “Global Terrestrial Network for Permafrost” (GTN-P), de duas perfurações a efectuar naquele distante continente. O projecto foi apresentado pela Fundação da Universidade de Lisboa. Ainda no âmbito do apoio prestado ao “PERMADRILL – 2007”, o PGA acolheu o 1st Iberian Worlshop on Antartic Peninsula Permafrost and Climate Change. Na referida iniciativa participaram 20 cientistas e técnicos provenientes de Portugal, Espanha, Bulgária e Suíça. › “Plantação de 20 Mil Carvalhos na Serra da Estrela”, proposta pela Associação Amigos da Serra da Estrela. › Impressão do catálogo da exposição intitulada “Biodiversidade”, realizada em Novembro último, no Museu de História Natural, proposta pela Sociedade de Ciências Naturais. › IX Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente, proposto pela Associação Portuguesa de Engenharia do Ambiente. Fundação Calouste Gulbenkian Programa Gulbenkian Ambiente Actividades próprias [3130 996] › Colóquio “Crise do Ambiente e Interface Ciência/Sociedade”; › Ciclo “Alterações Climáticas”: seminários “Conservação de Energia e Energias Renováveis no Sector Doméstico” e “O Quarto Relatório sobre Alterações Climáticas – Perspectivas para Portugal”; › Plano Nacional de Acção Ambiente e Saúde: colóquio “Alimentação e Qualidade do Ar em Portugal”; › Seminário “Sociedade Civil, Empresas e Biodiversidade”; › Reunião do Grupo de Conselheiros para a Energia e Alterações Climáticas (Advisory Group Meeting) e conferência internacional “The Global Challenge of Energy and Climate Change: The EU Vision for a Sustainable Future After 2012”; › Conferência “Política Marítima Europeia e Biodiversidade”. Actividades distributivas [3196 399] Concursos › “AGIR – Ambiente” (projectos apoiados): · “Oásis num Deserto de Montanha”; · “Educação para a Prevenção das Alterações Climáticas”; · “Falta Aqui Qualquer Coisa”; · “Alterações Climáticas e Responsabilidade Ambiental”; · “Alterações Climáticas – Guia do Cidadão Portador de Deficiência”; · Congresso para Alunos do Ensino Secundário “Viver Ambiente”; · “A Matriz Energética do N21 e a Promoção da Eficiência Energética”; · “Kit Vídeo Ambiente”; · “Formação sobre Vulnerabilidade e Adaptação Local às Alterações Climáticas”; · “Importância da Biomassa Florestal para a Diminuição das Emissões de CO2”; · “Alterações Climáticas e seu Impacto nas Florestas”. › “Ambiente e Saúde” (projectos apoiados): · “Avaliação da Exposição ao Fumo do Tabaco Ambiental nos Locais de Trabalho e da Prevalência de Sintomas Relacionados. Contributo para a Monitorização da Efectividade da Nova Legislação Nacional”; · “RISKAR LX – Avaliação do Risco Associado à Poluição Atmosférica em Lisboa”; · “Tobacco smoke at recreation establishments: health effects and biological damage”. Financiamentos extraconcurso › “PERMADRIL – 2007 (Permafrost Drilling in the Maritime Antarctic) – O Primeiro Projecto Científico Português na Antárctida para o Estudo das Alterações Climáticas”. › “Plantação de 20 Mil Carvalhos na Serra da Estrela”. › Impressão do catálogo da exposição intitulada “Biodiversidade”. › IX Congresso Nacional de Engenharia do Ambiente. 238.239 238. Relatório Balanço e Contas 2007 Gabriele Basilico, 2006 • Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Ie. Serviços de Apoio Serviços Centrais Enquadramento da actividade Os Serviços Centrais têm como responsabilidade: › a preservação e modernização dos Valores em euros Encargos com pessoal 6 422 254 Despesas de funcionamento 10 513 931 Iniciativas próprias 42 992 Investimento 4 243 485 edifícios e jardins, que constituem património Total 16 979 177 da Fundação; Receitas 319 528 › a gestão do funcionamento geral da Instituição, procurando manter os padrões de qualidade esperados, equilibrando o esforço constante da racionalização de custos com a optimização das condições de acolhimento dos colaboradores e dos públicos que a visitam; › a logística de apoio à realização das actividades promovidas na Fundação, designadamente, organização, segurança, cena, meios audiovisuais e relações públicas; › a coordenação dos canais de venda (lojas, bilheteiras, montra virtual e bilheteira on-line) e da política de preços das publicações, espectáculos e produtos que constituem um importante instrumento de divulgação da imagem da Instituição. Em 2007, coincidindo com o final do período das Comemorações do Cinquentenário da Fundação, concluiu-se praticamente a remodelação dos espaços e infra-estruturas técnicas constantes do Plano de Reorganização dos Espaços, iniciado em 1999. A renovação do jardim, com um desenvolvimento que teve em consideração as novas exigências de acessibilidade e a existência de novos espaços para usufruto dos visitantes, encontra-se também praticamente finalizada. A conclusão destas intervenções permitiu criar condições para que a Fundação pudesse mostrar mais activamente à sociedade a sua intenção de maximizar a utilização e o usufruto destes espaços pelos públicos, respeitando sempre as preocupações ambientais. Assim, desenvolveu-se, pela primeira vez, um programa educativo sobre o Jardim Gulbenkian. Reforçaram-se as medidas conducentes a um funcionamento geral do edifício caracterizado pela obtenção de maior eficiência energética e mais respeitador do ambiente, podendo assim ser considerado como “edifício saudável”. Com a implementação de novos instrumentos de informação de gestão, que permitiram alcançar melhorias na gestão do funcionamento geral da Fundação e com uma reorganização interna que reforçou a importância atribuída à função de planeamento e organização, os Serviços Centrais dinamizaram o seu papel multidisciplinar de planeamento e coordenação dos eventos e do apoio logístico solicitado pelos demais serviços na promoção das suas actividades. 242. 243 Relatório Balanço e Contas 2007 Deste modo, em 2007, privilegiaram-se os seguintes objectivos: › dinamização de uma maior co-responsabilização de todos os serviços na prossecução dos objectivos de gestão do funcionamento, transversais a toda a Fundação; › sensibilização interna para a importância da racionalização de recursos e protecção do ambiente; › promoção contínua da qualidade do serviço prestado; › reforço da divulgação da percepção do contributo social da Fundação junto da comunidade nacional e internacional. Principais actividades realizadas em 2007 Intervenções nos espaços da Fundação a) Modernização dos espaços da sede i) Renovação das instalações electromecânicas Prosseguiu o desenvolvimento do programa de renovação das instalações electromecânicas conforme planeado, nas componentes: › Instalação eléctrica No cumprimento das exigências legais e tendo por objectivo a introdução da gestão técnica para efeitos de controlo e monitorização de consumos concluíram-se: · a substituição do Quadro Geral, respectivos alimentadores de potência e quadros parciais do Grande Auditório; · a substituição do Quadro Geral de Baixa Tensão do Museu e respectivos alimentadores de potência; · início da automatização dos circuitos de iluminação das zonas de circulação e gabinetes da sede; · a substituição da instalação eléctrica no jardim na zona circundante ao Museu e Biblioteca de Arte. › Instalação de ar condicionado Deu-se continuidade ao programa de renovação das Unidades de Tratamento de Ar (UTA) com vista à melhoria da qualidade do ar e de acordo com o projecto de classificação do edifício da sede como “edifício saudável”. Neste âmbito, foi iniciada a obra de renovação da Central de Ar Condicionado do Museu. ii) Renovação do sistema de abastecimento de água Procedeu-se, numa primeira fase, a trabalhos de recuperação da rede primária da conduta de abastecimento de água. iii) Renovação da zona dos congressos Instalaram-se os novos sistemas de tradução simultânea para servir o Auditório 2, salas 1 e 2 da zona de congressos, tendo passado a haver compatibilidade entre estes e o sistema instalado no Auditório 3. iv) Iluminação exterior do edifício-sede Deu-se continuidade ao processo de renovação da fachada do edifício-sede, com a conclusão da obra de iluminação da fachada e da pala do Museu. v) Renovação Espaços 02 Fundação Calouste Gulbenkian Serviços Centrais Concluída desde o ano transacto, os ensaios relativos às condições de funcionamento da câmara fria (5º) na zona do Arquivo apontaram para a necessidade de execução, em 2007, de trabalhos de afinamento. Dando continuidade aos trabalhos iniciados em 2006 na zona circundante ao átrio, em particular ao nível da instalação eléctrica e iluminação, desenvolveram-se em 2007 os trabalhos de renovação da componente de ar condicionado e remodelação das instalações sanitárias existentes junto da entrada da garagem. vi) Renovação dos espaços do Sector Educativo do CAMJAP Foram realizadas obras de requalificação e adaptação dos espaços que pertenciam ao antigo Sector de Documentação e Pesquisa, pisos 0, 1 e 2, para neles se instalar o Serviço Educativo do Centro de Arte Moderna. Foi completamente renovada a instalação eléctrica, substituído o pavimento, efectuados pequenos trabalhos de construção civil/pintura e construídas bancadas de trabalho e adquirido diverso mobiliário. vii) Pavimentação da zona do terraço e do lago poente – piso 3 Dando cumprimento à versão original definida para a zona do terraço e lago poente do piso 3, em particular a uniformização de todo o piso, procedeu-se à obra de pavimentação em deck de madeira daquele espaço e à transformação do canteiro da zona poente em lago. viii) Renovação da sala de refeições do piso 3 Procedeu-se a trabalhos de renovação e requalificação da sala de refeições do piso 3 tendo em vista a beneficiação das condições acústicas, de iluminação e acondicionamento de ar das salas de refeições dos directores e da administração. b) Instituto Gulbenkian de Ciência i) Centro de Biologia Renovação da última ala que estava por intervencionar – piso 3 – do Centro de Biologia, em todas as especialidades (construção civil, electricidade, AVAC, segurança) e equipamentos, no sentido de acolher a Unidade de Genotipagem e Expressão Genética. c) Renovação dos jardins i) Plano de Renovação Paisagística do Jardim Continuação da intervenção do arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, com a requalificação da área situada entre o Centro de Arte Moderna e o grande lago, com extensão à envolvente do Anfiteatro ao Ar Livre que incluiu a renovação da rede de rega e drenagem, e intervenção nas zonas anexas à zona de congressos (roseiral). ii) Remodelação do Anfiteatro ao Ar Livre Na continuidade das obras de renovação do Anfiteatro ao Ar Livre realizadas em 2006, encontram-se concluídos os trabalhos de consolidação e reforço de toda a estrutura e instalado um truss e um novo sistema de iluminação, técnica e cénica. d) Projecto de eficiência energética Iniciou-se em 2007 o projecto de auditoria energética às condições de consumo de energia dos edifícios da sede e do Centro de Arte Moderna e central de produção térmica, complementado pelo estudo de avaliação e possibilidade de utilização de energias renováveis. 244. 244.245 Relatório Balanço e Contas 2007 e) Segurança Deu-se continuidade ao investimento em equipamentos de segurança, e up-grades aos equipamentos existentes bem como a realização de acções de formação. Complementarmente realizou-se o acompanhamento a todos os espectáculos, congressos, exposições, etc., foram feitos vários simulacros de emergência e exercícios de evacuação, em particular no Grande Auditório. Planeamento, organização e acompanhamento técnico e logístico de eventos Os Serviços Centrais dão apoio transversal aos restantes serviços que promovem actividades nos espaços da Fundação, e asseguram as condições técnicas e logísticas necessárias ao seu funcionamento normal, pelo que os objectivos para a sua gestão decorreram, naturalmente, do planeamento de actividades daqueles. Assim: › Reforçou-se a função de planeamento e coordenação do apoio às actividades promovidas na Fundação, disponibilizando aos vários intervenientes informação mais integrada, no espaço e no tempo, da sequência dessas actividades, de forma a oferecer um panorama geral dos eventos proporcionados pela Fundação em cada momento. › Reforçou-se a participação de todos os sectores dos Serviços Centrais no planeamento e organização das necessidades decorrentes da actividade da Fundação, tendo-se atingido melhores padrões de qualidade dos serviços prestados. › Potenciou-se, ainda, o papel da Central de Compras no controlo da qualidade dos dados que alimentam a execução orçamental, de forma a que reflicta a cada momento a realidade com o máximo rigor. Em 2007, os Serviços Centrais asseguraram o apoio técnico e logístico a 258 espectáculos a que assistiram 136 mil pessoas e apoiaram 292 congressos, colóquios e conferências que trouxeram cerca de 58 mil pessoas à Fundação. Sensibilização interna para preocupações ambientais A Fundação, no seu quotidiano, não pôde ficar alheia à questão fulcral do “aquecimento global” a que se tem vindo a assistir, e que tem acentuado a preocupação pela correcta utilização dos recursos naturais essenciais à vida, que estão a ser consumidos a uma velocidade superior àquela a que a Natureza consegue responder. A sensibilização na Fundação para esta problemática passou então pela interpelação junto de cada indivíduo, no sentido de assumir uma atitude mais responsável pelo meio ambiente. Nesse sentido, e na sequência das intervenções nos seus espaços efectuadas recentemente, a Fundação procurou sensibilizar os seus colaboradores e o público para a importância do contributo individual na protecção do ambiente: Fundação Calouste Gulbenkian Serviços Centrais › Realizou-se uma campanha junto dos colaboradores para uma utilização mais racional dos recursos energéticos, tais como a electricidade, de forma a minimizar os desperdícios. › A transformação progressiva do edifício da Fundação num “edifício saudável” foi apoiada por medidas de restrição ao fumo para as quais se sensibilizou públicos e colaboradores, tendo, no final do ano, entrado em vigor a interdição total. Qualidade A promoção da qualidade da actuação da Fundação tem sido uma prioridade constante nas opções estratégicas escolhidas. › Assim, prosseguiu-se com a formação em contínuo sobre atendimento a todos os colaboradores da frente casa e das vendas dando especial ênfase à coerência da imagem da Fundação no exterior e à preocupação em elevar continuamente o nível do serviço prestado. › Atendeu-se ainda às questões que impliquem a qualidade do ambiente de trabalho e dos espaços públicos da Fundação. Divulgação Os Serviços Centrais recorreram a novas estratégias de divulgação e comunicação, em concertação com os outros serviços envolvidos e interessados, naturalmente em articulação com o Serviço de Comunicação, não só para promover as vendas de produtos e actividades desses serviços, como também para dar a conhecer internamente as preocupações e políticas da Fundação nas áreas de racionalização dos recursos naturais, bem como, externamente, os benefícios a retirar da utilização dos seus espaços, em especial do jardim. Assim, levou-se a cabo um programa de divulgação que integrou a implementação das seguintes medidas: › Redefinição da oferta de produtos Consolidou-se a oferta de produtos, enriquecendo as linhas já lançadas em 2006, tendo dado, em 2007, uma especial atenção aos produtos para crianças e adolescentes, através de um trabalho em constante articulação com os sectores educativos do Museu, do Centro de Arte Moderna e do Serviço de Música. › Consolidação da nova política de distribuição Reforçou-se a nova política de distribuição directa de publicações e linhas de papelaria junto das universidades e do mercado livreiro, através de novas formas de comunicação e interacção.Reforçou-se ainda a monitorização e acompanhamento dos resultados obtidos com o novo modelo de distribuição adoptado, identificando-se os clientes-alvo para a prossecução da estratégia comercial. Incentivou-se ainda a formação on the job dos funcionários do sector de vendas que já se encontram desde o último trimestre de 2006 com a tarefa de reactivar ligações com clientes antigos e angariar novos. 246. 246.247 Relatório Balanço e Contas 2007 › Programa educativo no jardim Em 2007, os Serviços Centrais estrearam-se nas actividades directas com uma programação que visou descobrir o Jardim Gulbenkian enquanto espaço natural e referência do desenho e da paisagem do movimento moderno, tanto a nível nacional como internacional. Este programa educativo alcançou em 2007 o seu objectivo de sensibilizar e formar os diferentes públicos para as temáticas do ambiente e da paisagem, e ofereceu uma diversidade de actividades que abrangeram visitas guiadas, cursos temáticos para adultos e oficinas e jogos para famílias, cruzando públicos de diferentes esferas culturais e faixas etárias. Fundação Calouste Gulbenkian Serviços Centrais Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo O Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo Valores em euros tem por missão assegurar a preparação técnica Custos com pessoal 730 896 do Orçamento e Plano de Actividades e efectuar Despesas de funcionamento 1 464 914 o acompanhamento físico e financeiro das Investimento 396 265 acções aprovadas, designadamente através da Total 2 195 810 realização de relatórios periódicos. Assegura, também, a gestão dos sistemas de informação e a realização de projectos de reorganização dos processos de trabalho quer do ponto de vista dos procedimentos, quer informático. As funções de Auditoria Interna da Fundação inserem-se, igualmente, na esfera de actuação deste serviço. Sistemas de informação Os principais projectos de investimento desenvolvidos em 2007, foram os seguintes: › “Gestão Documental” – associado à gestão dos processos de subsídios e bolsas de estudo – é uma iniciativa que visa modernizar a gestão dos documentos relacionados com os processos de subsídios e bolsas, tais como: expediente, arquivo, avaliação de candidaturas via web, alteração de processos de workflow, etc. Teve início no final de 2006 e terá continuidade em 2008. É um projecto experimental, que nesta fase se aplicará ao Serviço de Educação e Bolsas e ao Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano. Em fases subsequentes, estender-se-á aos outros serviços. › “Intranet”, que visou a alteração da organização, dos conteúdos e do design da intranet da Fundação, bem como a substituição da ferramenta informática que lhe dava suporte. › “Montra Virtual”: numa primeira fase, este projecto consistiu na instalação do catálogo de publicações para venda na página da internet, com as funcionalidades de pesquisa e de encomenda electrónica. Em 2007, as funcionalidades foram alargadas de modo a permitir o pagamento electrónico nas compras pela internet. › “Comércio Electrónico – Bilheteiras”, que consistiu em desenvolver o site da Fundação na internet, para permitir melhorias no módulo de bilheteiras. Passou a ser possível efectuar compras de bilhetes em quantidade de uma só vez (sistema vulgarmente designado por “carrinho de compras”), o design foi remodelado e houve melhorias na performance e no acesso. › “Registo de Tempos de Trabalho”, que visou introduzir um sistema de controlo de presenças, com base no registo dos dados biométricos dos colaboradores. › “Solução Servidor Fax/SMS”, aplicação informática que permite o envio das notas de encomenda e de outros documentos dirigidos aos fornecedores, directamente a partir do SAP, por via electrónica, o que permite diminuir os custos de correio. O desenvolvimento de novas funcionalidades para as aplicações já instaladas, com vista a aumentar a sua utilidade e a satisfação das necessidades sempre crescentes dos utilizadores, continua a ser uma actividade relevante. A renovação do parque informático envolveu, como é habitual, a substituição dos equipamentos obsoletos e, ainda, investimentos significativos no alargamento da capacidade de alojamento de dados 248.249 248. Relatório Balanço e Contas 2007 (Projecto de Storage), em especial para servir as necessidades de suporte aos dados da Biblioteca de Arte que têm crescido em resultado da digitalização de imagens. Ficou concluído o projecto “Equipamentos da Rede de Dados”, iniciado em 2006, e que consistiu na substituição de todos os bastidores e outros equipamentos activos da rede informática instalada. A mudança do sistema operativo informático para o novo ambiente Microsoft Vista e Office 2007 começou a ser operada, em 2007, e estender-se-á ao longo de 2008. O novo sistema operativo tem grandes potencialidades, além de que integra ferramentas de programação, o que evitará algumas compras de software avulso, sendo vantajoso do ponto de vista financeiro. No entanto, o seu grau de inovação irá implicar uma formação faseada dos utilizadores. Os custos das actividades desenvolvidas pela área de Sistemas de Informação atingiram € 1 271 000, dos quais € 858 000 (67 por cento) correspondem aos encargos com os contratos de manutenção e licenciamento das aplicações e ao contrato de gestão dos sistemas informáticos. A restante parcela diz respeito a projectos de desenvolvimento (€ 239 000) e à renovação do parque informático (€ 174 000). Organização O ano de 2007 ficou marcado pela realização de um Estudo de Diagnóstico e Reorganização, encomendado a uma firma externa por iniciativa do Conselho de Administração. Foram abrangidos a Biblioteca de Arte, o Instituto Gulbenkian de Ciência, o Serviço de Música e o Serviço de Educação e Bolsas tendo, ainda, envolvido uma análise transversal da actividade de concessão de bolsas de estudo. Este trabalho implicou um acompanhamento técnico muito relevante por parte do sector de Organização. No âmbito da reorganização do sistema de informação de subsídios e bolsas, deu-se continuidade à melhoria dos regulamentos, procedimentos e formulários (estes últimos têm sido reformulados no sentido de responder efectivamente às necessidades dos avaliadores e jurados). Este trabalho foi articulado com o da equipa de desenvolvimento da nova aplicação de gestão documental. Foram introduzidas, ainda, melhorias nos procedimentos relativos a bilheteiras e pontos de venda, designadamente no que respeita ao encerramento de caixas e entrega de valores na Tesouraria. Auditoria Interna No âmbito da Auditoria Interna – cuja missão é verificar o cumprimento das normas e procedimentos instituídos na Fundação e propor as correcções ou melhorias consideradas adequadas – realizaram-se as seguintes acções: › auditoria aos recebedores divergentes do Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano; › auditoria aos processos de bolsas de estudo do Serviço de Educação e Bolsas; › auditoria às autorizações das despesas dos vários serviços e verificação da sua conformidade com os limiares de autorização fixados nas Normas de Execução Orçamental. Fundação Calouste Gulbenkian Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo Para além dos processos de auditoria referidos, mantiveram-se as seguintes acções de acompanhamento corrente: › verificação do cumprimento das decisões do Conselho de Administração relativas à atribuição de subsídios e bolsas e sua conformidade com os registos informáticos; › análise das contas correntes de terceiros; › análise às reconciliações bancárias: verificação dos cheques pendentes. 250. 250.251 Relatório Balanço e Contas 2007 II. Situação Económico-Financeira Demonstrações Financeiras Esta parte do Relatório respeita à situação económico-financeira da Instituição, através da publicação dos respectivos Balanço e Contas e do Relatório dos Auditores. Situação Económico-Financeira Situação financeira O crescimento da economia mundial em 2007 foi de 4,8 por cento, com as economias avançadas a progredir 2,7 por cento. O aumento da taxa real do PIB nos Estados Unidos foi de 2,2 por cento, menos que no ano de 2006; as economias da Ásia, excluindo o Japão, cresceram 4,5 por cento; o PIB japonês aumentou 2,1 por cento; o crescimento da Zona Euro foi de 2,6 por cento, igual ao do ano de 2006. A taxa de inflação para o consumidor manteve-se controlada (2,9 por cento nos Estados Unidos e 2,1 por cento na Zona Euro). Receia-se que a crise do crédito que se iniciou em Agosto de 2007 afecte negativamente o crescimento da economia mundial em 2008 e que a inflação aumente, alimentada pelo aumento dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares. A volatilidade dos mercados de acções aumentou claramente face a anos anteriores, tendo atingido particularmente as acções das companhias financeiras. Os mercados de acções tiveram resultados bastante variáveis: enquanto que, em euros, o índice mundial caiu 3,1 por cento e os mercados dos EUA e do Japão desceram 6,3 por cento e 14,3 por cento, respectivamente, a Zona Euro cresceu 5,6 por cento e os mercados emergentes aumentaram 23,5 por cento. O Banco Central dos Estados Unidos reduziu em 2007 as taxas a curto prazo, de 5,25 por cento no início do ano para 4,25 por cento em Dezembro. No mesmo período, o Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro de 3,5 por cento para 4,0 por cento. Em 2007 as taxas de juro a longo prazo desceram nos EUA e no Reino Unido e aumentaram na Zona Euro. O Dólar dos Estados Unidos depreciou-se de 10,5 por cento em relação ao Euro durante 2007. Carteira de investimentos Em 2007 o retorno total obtido pela carteira de investimentos da Fundação foi de 4,8 por cento. O retorno anualizado a dez anos foi de 4,0 por cento, continuando a ser negativamente afectado pelo colapso do mercado de acções verificado entre 2000 e o primeiro semestre de 2003; este retorno ficou aquém do objectivo de retorno total de 7,6 por cento da Fundação. Os retornos a 3 e a 5 anos, no entanto, foram de 6,6 por cento e 7,4 por cento ao ano, não estando muito longe dos objectivos anualizados, de 7,3 por cento e 7,5 por cento, respectivamente. No princípio de cada ano, a Fundação estabelece um objectivo de retorno total para os seus gestores. Este retorno é definido de forma a permitir: i) manter o poder de compra da carteira de investimentos no médio e no longo prazo, ii) assegurar uma apreciação real da carteira tendo em linha de conta o crescimento da economia e iii) assegurar os fundos necessários para o orçamento 254. 255 Relatório Balanço e Contas 2007 da Fundação. O seu cálculo é baseado em previsões económicas, incluindo a inflação e o crescimento real das principais economias. Como nos anos anteriores, a variação nos retornos obtidos pelos diferentes gestores da Fundação foi significativa, embora todos tivessem o mesmo objectivo e as mesmas directrizes de investimento. Cada gestor tem o seu estilo próprio e a variação nos retornos depende da capacidade de cada um de antecipar ou reagir perante as mudanças nos mercados. A distribuição da carteira por principais classes de activos em 31 de Dezembro de 2007, era a seguinte: Acções Obrigações Liquidez Imobiliário e outros investimentos Moeda (Currency hedges) 49 37 8 5 1 100 por por por por por por cento cento cento cento cento cento Esta alocação dos activos traduzia uma abordagem mais defensiva do que a verificada no final de 2006; no decurso de 2007 a alocação em acções foi diminuindo enquanto que a das obrigações foi aumentando. A liquidez e as obrigações destinam-se a reduzir a volatilidade e o risco da carteira, considerando a natureza conservadora da Fundação. Interesses petrolíferos Os preços spot do petróleo brent aumentaram cerca de 57 por cento durante 2007, de USD 60 no início do ano para USD 94 no final do ano. O preço médio foi de USD 73, mais alto que em 2006 (USD 65). O preço mais elevado de USD 96 foi, uma vez mais, significativamente superior ao equivalente em 2006. O Grupo Partex obteve um aumento de 10 por cento no valor das vendas de petróleo e gás. As participações em companhias petrolíferas foram reavaliadas ao justo valor, em 31 de Dezembro de 2007, de acordo com as normas internacionais de relato financeiro, por um banco de investimento. Estas participações foram originalmente avaliadas ao justo valor em 2001 e os respectivos valores actualizados líquidos foram recalculados no final de cada ano para assegurar a sua razoabilidade em novas circunstâncias. O valor líquido contabilístico consolidado da Partex Oil Gas (Holdings) Corporation aumentou, em USD, 13 por cento ao longo de 2007. Como resultado da depreciação do USD, o aumento em euros foi de 0,5 por cento. As concessões do grupo no Brasil continuam numa fase inicial de exploração enquanto no Cazaquistão o plano de desenvolvimento do campo Dunga (full field development plan) já foi aprovado. Fundação Calouste Gulbenkian Situação Económico-Financeira A concessão na Argélia reverteu para as autoridades nacionais em 2007. A introdução de novas normas internacionais de relato financeiro e a consequente reformulação do investimento acumulado, conduziu a alterações na apresentação do balanço. Direitos e custos associados à exploração de petróleo foram identificados como activos intangíveis, e foram separados dos activos fixos tangíveis, tais como poços e outros equipamentos de produção e armazenagem. Essa reformulação resultou, também, na identificação de poços não produtivos na Argélia e Brasil que, juntamente com os custos da reversão dos interesses na Argélia, foram levados à demonstração de resultados: o custo total desta imparidade foi de Euro 20 milhões. O Grupo Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation pagará à Fundação um dividendo de USD 32 400 000 relativo aos resultados líquidos de 2007 (USD 45 milhões em 2006). Actividades e indicadores Os dados relativos à execução do Orçamento e Plano de Actividades da Fundação no exercício de 2007 revelam, em síntese, o seguinte: › A execução orçamental cumpriu globalmente as previsões iniciais, apesar de ter havido aumento de encargos associados ao lançamento de novas obras e à realização de acções não previstas, designadamente alguns eventos integrados nas Comemorações do Cinquentenário da Fundação. › O reforço extraordinário, de cerca de 2 milhões de euros, decidido pelo Conselho de Administração em Dezembro de 2007, permitiu cobrir os saldos negativos perspectivados para as novas acções. No entanto, os saldos positivos conseguidos noutras actividades foram de montante superior ao défice anunciado, o que veio a determinar um superavit. › O nível de actividade da Fundação aumentou – os gastos com subsídios, bolsas de estudo e prémios cresceram 3 por cento e as iniciativas próprias registaram um acréscimo de 2 por cento, relativamente a 2006. › A execução dos custos com pessoal foi positiva, ficando dentro das disponibilidades orçamentais. Relativamente ao ano anterior, os encargos com o pessoal no activo aumentaram 2,8 por cento e os custos com pensionistas tiveram uma ligeira redução (-1,1 por cento), apesar do efeito da actualização da tabela salarial. Verificou-se um aumento de seis pessoas no número de activos (sendo que houve uma redução de dois elementos do pessoal dos quadros e o aumento de oito contratados a prazo) e uma estabilização do número de pensionistas. No final de 2007, havia 540 activos e 1042 pensionistas. › Os custos de investimento baixaram cerca de 36 por cento relativamente ao ano anterior mas ficaram acima do orçamento, traduzindo um abrandamento deliberado na realização de grandes obras de remodelação das estruturas físicas, sem contudo prejudicar a prossecução de vários projectos de modernização, designadamente ao nível dos sistemas informáticos. › Os custos com o funcionamento corrente mantiveram uma tendência de crescimento, quer em relação ao ano anterior (mais 6 por cento), quer em relação às previsões orçamentais (mais 2,7 por cento). › Os proveitos subiram bastante, quer em relação a 2006, quer ao previsto no Orçamento. As comparticipações externas, designadamente para projectos de investigação científica, continuam a ser a parcela mais significativa dos proveitos. As outras fontes de proveito tiveram algumas oscilações relativamente ao padrão do passado – de notar o aumento da importância das receitas 256.257 256. Relatório Balanço e Contas 2007 de bilheteira (concertos, museus e exposições) e uma redução do peso relativo da venda de publicações. › A distribuição pelas finalidades estatutárias apresentou uma estrutura semelhante à do ano anterior – com ligeiras reduções nos pesos relativos das finalidades Arte e Educação (0,4 e 0,9 pontos percentuais, respectivamente) e consequente aumento nas finalidades Ciência e Beneficência (1,1 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente). › A repartição dos custos, considerando a actividade dos Serviços da Fundação em Portugal e no estrangeiro foi idêntica à do ano anterior: 84 por cento no País e 16 por cento no estrangeiro. › A implementação das novas formas de intervenção lançadas nos anos anteriores foi prosseguida, através dos Programas Gulbenkian “Língua Portuguesa”, “Ajuda ao Desenvolvimento”, ”Criatividade e Criação Artística” e “Ambiente”, bem como dos seguintes Projectos Transversais e Inovadores: ”Interuniversitário de Doutoramento em Matemática”, “Investigação em Malária”, “SAUDAR – A Saúde e o Ar Que Respiramos” e “Um Território Urbano com Cidades”. › O Programa das Comemorações do Cinquentenário foi cumprido e a execução orçamental ficou globalmente dentro do orçamento. Apesar de se terem realizado iniciativas que não estavam previstas e efectuados ajustamentos pontuais à programação inicial, os objectivos foram plenamente conseguidos. A comparação dos vários tipos de custos e dos proveitos de acordo com a perspectiva orçamental, nos dois últimos anos, está patente no quadro seguinte: Custos e proveitos realizados Euros Custos e proveitos Custos com pessoal no activo Realizado 2006 1 Realizado 2007 2 Variação Valor absoluto 3=2-1 % 4=2/1 30 630 701 30 186 199 -444 502 -1,5 › Pessoal no activo › Bónus 29 359 701 30 186 199 826 498 2,8 1 271 000 0 -1 271 000 – Custos de estrutura 21 641 939 19 430 843 -2 211 096 -10,2 › Investimento › Funcionamento 8 273 881 5 260 513 -3 013 386 -36,4 13 368 058 14 170 330 802 272 6,0 Subsídios, bolsas e prémios 22 894 148 23 583 133 688 985 3,0 Iniciativas próprias 25 506 466 26 028 133 521 667 2,0 Custos com pensionistas 16 979 378 16 786 962 -192 416 -1,1 Custos de reestruturação Custo total bruto Proveitos (-) Custo total líquido Fundação Calouste Gulbenkian 425 361 0 -425 361 – 118 077 993 116 015 270 -2 062 723 -1,7 8 985 726 9 842 584 856 858 9,5 109 092 267 106 172 686 -2 919 581 -2,7 Situação Económico-Financeira Comparativamente ao ano anterior, a estrutura de custos apresentada denuncia um aumento do peso relativo dos custos com pessoal no activo (de 25 para 26 por cento) e uma estabilização do peso dos custos com pensionistas. No que respeita às actividades, é de assinalar um aumento do peso dos subsídios, bolsas de estudo e prémios (de 19,5 para 20,4 por cento) bem como da participação das iniciativas próprias (de 21,7 para 22,4 por cento). O funcionamento corrente aumentou o seu peso na estrutura de custos (de 11,4 para 12,2 por cento) e o investimento baixou bastante a sua importância, passando de 7 para 4,5 por cento. Custos totais Realizado 2006 Realizado 2007 25,0% Pessoal no activo 26,0% 1% Bónus 26,0% 21,7% Iniciativas próprias 22,4% 19,5% Subsídios, bolsas e prémios 20,4% 11,4% Funcionamento 12,2% 7% Investimento 4,5% 14,4% Pensionistas 14,5% Para efeitos da repartição percentual da despesa bruta, não se consideraram os custos de reestruturação de 2006, por terem um carácter transitório e extraordinário. Repartição de custos entre Portugal e o estrangeiro A repartição dos custos, considerando a actividade dos serviços da Fundação em Portugal e no estrangeiro foi idêntica à do ano anterior: 84 por cento no País e 16 por cento no estrangeiro. Rateio de custos comuns Após o encerramento das contas, os custos comuns – suportados pelos Serviços Centrais, Contabilidade, Finanças e Investimentos, Comunicação e SOPC bem como os encargos com o Conselho de Administração – foram repartidos pelos outros Serviços e Programas, para permitir avaliar o custo real das actividades. Como resultado deste rateio, os custos dos Serviços com actividades directas representam 55 por cento do total, enquanto que os custos dos Serviços com actividades distributivas representam 36 por cento. A expressão relativa do conjunto dos Projectos e Programas, após rateio, é de 7 por cento. 258.259 258. Relatório Balanço e Contas 2007 Pessoal Os movimentos de pessoal verificados ao longo do ano cifraram-se no aumento total de seis pessoas, resultante de variações líquidas de menos duas pessoas ao serviço nos Quadros Geral e Artístico e de mais oito contratados, tendo os pensionistas mantido o mesmo número. Pessoal ao serviço › Efectivos › Contratados Pensionistas › Pré-reformas › Reformas antecipadas › Reformas por velhice/invalidez › Pensões de sobrevivência Total 31.12.2006 31.12.2007 534 540 525 523 9 17 1 042 1 042 80 72 251 249 528 522 181 199 1 576 1 582 Fonte: SRH. Actividade da Fundação em 2007 A importância e a diversidade das actuações da Fundação – as quais contemplam duas vertentes distintas: a concessão de subsídios, bolsas de estudo e prémios e a realização de iniciativas próprias – e o seu impacto em termos de beneficiários, número de eventos e meios financeiros envolvidos, está bem patente nos quadros que seguem: Actividades distributivas Beneficiários Custo directo N.º Euros Subsídios 1 870 15 765 869 Bolsas de estudo 5 959 7 289 264 9 528 000 Acontecimentos Custo directo Prémios Iniciativas Exposições N.º Euros 37 3 775 290 12 178 802 Concertos (n.º de sessões) 184 Cinema e outros espectáculos (n.º de sessões) 112 948 322 Publicações 147 3 082 389 160 1 531 712 3 124 987 170 Colóquios e conferências Actividades educativas Cursos de formação Projectos Aquisição de obras de arte Outras iniciativas Fundação Calouste Gulbenkian Situação Económico-Financeira 64 752 891 184 3 823 585 12 205 076 – 1 441 793 Actividades permanentes Visitantes/Utentes Custo directo [Museus, bibliotecas e instituições] N.º Euros 224 899 2 567 286 41 673 2 125 845 – 4 970 729 Biblioteca de Arte 4 608 2 114 190 Biblioteca do Centro Cultural de Paris 1 114 711 115 Museu Calouste Gulbenkian Centro de Arte Moderna Instituto Gulbenkian de Ciência Beneficiários e acontecimentos O impacto das actividades desenvolvidas pela Fundação, medido através dos indicadores físicos, excedeu, em termos gerais, o conseguido no ano anterior. Público beneficiário Beneficiários de subsídios Bolseiros 2006 2007 N.º N.º Variação % 1 707 1 870 10 6 186 5 959 -4 Visitantes dos museus 238 351 266 572 12 Visitantes das exposições temporárias 317 925* 403 739 27 Presenças nos concertos 119 413 156 421 31 Presenças nos espectáculos de cinema e outros espectáculos 11 747 29 473 151 Utilizadores das actividades educativas 25 778 77 071 199 5 448 5 722 5 2006 2007 Variação N.º N.º N.º Exposições temporárias 35 37 2 Concertos (n.º de sessões) 189 184 -5 Leitores/Utilizadores de bibliotecas e arquivos * Valor ajustado por mudança de critério. Acontecimentos Cinema e outros espectáculos (n.º de sessões) Publicações ›› Edições ›› Exemplares Colóquios e conferências Actividades educativas Cursos de formação Prémios Projectos de investigação Aquisição de obras de arte 27 112 85 123 147 24 297 080 304 830 7 750 205 160 -45 2 729 3 124 395 54 64 10 1 9 8 106 184 78 22 12 -10 260.261 260. Relatório Balanço e Contas 2007 Custo das actividades A evolução dos meios financeiros afectos ao desenvolvimento das várias actividades, nos dois últimos anos, é apresentada nos quadros que seguem: Actividades distributivas Subsídios Bolsas de estudo Prémios Iniciativas 2006 2007 Variação Euros Euros % 15 047 062 15 765 869 5 7 700 086 7 289 264 -5 147 000 528 000 259 Variação 2006 2007 Euros Euros % Exposições 3 361 672 3 775 290 12 Concertos 11 857 436 12 178 802 3 120 335 948 322 688 Publicações 3 395 815 3 082 389 -9 Colóquios e conferências 1 353 032 1 531 712 13 Actividades educativas 1 060 917 987 170 -7 780 919 752 891 -4 2 171 916 3 823 585 76 Cinema e outros espectáculos Cursos de formação Projectos Aquisição de obras de arte 1 350 129 205 076 -85 Outras iniciativas 2 039 953 1 441 793 -29 Variação Actividades permanentes Museu Calouste Gulbenkian 2006 2007 Euros Euros % 2 593 731 2 567 286 -1 Centro de Arte Moderna 2 079 880 2 125 845 2 Instituto Gulbenkian de Ciência 5 825 441 4 970 729 -15 Biblioteca de Arte 2 244 011 2 114 190 -6 488 461 711 115 46 Biblioteca do Centro Cultural de Paris Fundação Calouste Gulbenkian Situação Económico-Financeira Análise às Demonstrações Financeiras Consolidadas No exercício de 2007 o património líquido representado pelo fundo de capital atingiu os 2 799,4 milhões de euros, correspondendo a um acréscimo de 32,3 milhões de euros em relação ao ano anterior. O Balanço apresenta, em 31 de Dezembro de 2007, um total do activo de 3 142,1 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 59 milhões de euros em relação ao final de 2006. Para este valor contribuíram fundamentalmente, os seguintes factores: › a carteira de investimentos financeiros – Investimentos correntes e Outras aplicações de tesouraria – no montante de 2 196,4 milhões de euros, que apresentou um aumento de cerca de 27,6 milhões de euros, relativamente a 2006; › os investimentos no sector da energia – incluídos em Investimentos não correntes e activos fixos tangíveis e intangíveis –, no valor de 630,9 milhões de euros, representando um acréscimo de 22,7 milhões de euros relativamente a 2006, apesar do efeito penalizador da forte apreciação do Euro face ao USD, moeda de referência destes activos, na consolidação em euros. O passivo passou de 316 milhões de euros em 2006 para 342,7 milhões de euros em 2007, consequência do aumento do valor dos credores, que reflecte, principalmente, o acréscimo em cerca de 21,2 milhões de euros do valor dos credores ligados aos interesses petrolíferos. Relativamente à Demonstração das operações, o retorno total situou-se nos 204,1 milhões de euros. Deste montante, o retorno financeiro representou cerca de 140 milhões de euros e o retorno das actividades petrolíferas 64,2 milhões de euros. O valor dos outros proveitos situou-se nos 11,3 milhões de euros. Os recursos afectos à distribuição e actividades directas foram de 78,2 milhões de euros. Os custos administrativos e operacionais situaram-se nos 33,9 milhões de euros, um aumento de cerca de 6,7 milhões de euros relativamente ao ano anterior, que ficou a dever-se, fundamentalmente, à Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation. 5 de Maio de 2008 262.263 262. Relatório Balanço e Contas 2007 Demonstrações Financeiras Demonstração consolidada das operações para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) Notas 2007 Vendas de petróleo e gás Custo das vendas Outros rendimentos do petróleo e gás 3 Retorno das actividades petrolíferas Proveitos financeiros Custos financeiros 2006 771 933 765 200 (729 996) (718 179) 22 245 25 284 64 182 72 305 318 556 275 001 (178 607) (154 327) Retorno financeiro 4 139 949 120 674 Outros proveitos 5 11 301 11 875 Distribuição e actividades directas 6 (78 212) (77 348) Outros custos administrativos e operacionais 7 (33 903) (27 158) Custos de restruturação – 8 (425) Provisões 10 (12 950) (13 391) Imparidade 11 (14 570) 14 197 Amortizações 12 (9 479) (2 494) (16) (5) Impostos e taxas Transferência para o Fundo de Capital 66 302 98 230 Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. 264. 265 Relatório Balanço e Contas 2007 Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) Notas 2007 Activos intangíveis 13 83 486 – Activos fixos tangíveis 14 53 653 143 159 Investimentos não correntes 15 502 692 466 161 Adiantamentos 15 73 244 69 926 713 075 679 246 2006 ACTIVO Activo não corrente Activo corrente Investimentos correntes 17 2 074 741 2 089 601 Outras aplicações de tesouraria 18 121 615 79 201 Devedores 19 128 504 97 785 Caixa e equivalentes de caixa 20 104 162 137 290 2 429 022 2 403 877 3 142 097 3 083 123 Total do activo FUNDO DE CAPITAL Capital recebido do Fundador 21 11 747 11 747 Reservas 22 2 721 382 2 657 197 Transferência para o Fundo de Capital 66 302 98 230 2 799 431 2 767 174 23 222 458 225 027 Passivos financeiros correntes 17 4 634 5 596 Subsídios e bolsas 24 6 989 7 253 Credores e outros passivos 25 Total do fundo de capital PASSIVO Passivo não corrente Provisões Passivo corrente Total do passivo Total do fundo de capital e passivo Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras 108 585 78 073 120 208 90 922 342 666 315 949 3 142 097 3 083 123 Demonstração de fluxos de caixa consolidados para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) 2007 2006 64 182 72 305 Actividades operacionais Recebimentos de actividades petrolíferas e de gás Realizações/investimentos em activos financeiros correntes 120 751 12 400 Distribuição e actividades directas (76 671) (74 706) Pagamentos de pensões (16 523) (16 752) Outros pagamentos relativos à actividade operacional (12 534) (20 055) 79 205 (26 808) (33 571) (15 292) Fluxo gerado pelas actividades operacionais Actividades de investimento Investimentos financeiros não correntes Dividendos 22 489 19 716 Aquisições de imobilizado (28 681) (61 350) Outros pagamentos (30 156) (12 731) Fluxo gerado pelas actividades de investimento (69 919) (69 657) Variação líquida em caixa e equivalentes 9 286 (96 465) Caixa e equivalentes no início do período 216 491 312 956 225 777 216 491 Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. 266.267 266. Relatório Balanço e Contas 2007 Mapa dos movimentos consolidados do Fundo de Capital para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) Saldos em 31 de Dezembro de 2005 Total do Fundo de Capital Capital recebido do Fundador Diferenças cambiais Reserva de justo valor Outras reservas 2 755 833 11 747 18 360 431 219 2 294 507 – – Reserva de justo valor (50 760) Diferença cambial (36 129) – 98 230 – 2 767 174 11 747 Transferência para o Fundo de Capital Saldos em 31 de Dezembro de 2006 Reserva de justo valor Diferença cambial Transferência para o Fundo de Capital Saldos em 31 de Dezembro de 2007 6 550 – (40 595) – 66 302 – 2 799 431 11 747 Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras (36 129) – (17 769) – (40 595) – (58 364) (50 760) – – – – 98 230 380 459 2 392 737 6 550 – – – – 66 302 387 009 2 459 039 Demonstração individual das operações para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) Notas 2007 Proveitos financeiros Custos financeiros 2006 306 258 297 338 (177 802) (154 112) 128 456 143 226 Retorno financeiro 4 Outros proveitos 5 11 301 11 682 Distribuição e actividades directas 6 (78 212) (77 348) Outros custos administrativos e operacionais 7 (18 328) (17 619) Custos de restruturação 8 Provisões 10 Imparidade 11 Amortizações 12 – (12 764) – Impostos e taxas Transferência para o Fundo de Capital (425) (12 311) (159) (2 019) (2 182) (16) (5) 28 418 44 859 Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. 268.269 268. Relatório Balanço e Contas 2007 Balanço individual em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) Notas 2007 2006 Activos fixos tangíveis 14 16 902 15 756 Investimentos não correntes 15 64 620 54 680 Investimentos em empresas subsidiárias 16 ACTIVO Activo não corrente Activo corrente 717 009 713 681 798 531 784 117 Investimentos correntes 17 2 074 741 2 089 601 Outras aplicações de tesouraria 18 121 615 79 201 Devedores 19 48 278 61 790 Caixa e equivalentes de caixa 20 792 1 502 2 245 426 2 232 094 3 043 957 3 016 211 Total do activo FUNDO DE CAPITAL Capital recebido do Fundador 21 11 747 11 747 Reservas 22 2 759 266 2 710 568 28 418 44 859 2 799 431 2 767 174 23 218 251 220 691 Passivos financeiros correntes 17 4 634 5 596 Subsídios e bolsas 24 6 989 7 253 Credores e outros passivos 25 14 652 15 497 26 275 28 346 244 526 249 037 3 043 957 3 016 211 Transferência para o Fundo de Capital Total do Fundo de Capital PASSIVO Passivo não corrente Provisões Passivo corrente Total do passivo Total do Fundo de Capital e Passivo Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Demonstração de fluxos de caixa para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) 2007 2006 Realizações/investimentos em activos financeiros correntes 106 331 4 851 Distribuição e actividades directas (76 671) (74 706) Pagamentos de pensões (16 284) (16 488) Outros pagamentos relativos à actividade operacional (16 041) (16 295) (2 665) (102 638) Investimentos financeiros não correntes (9 429) (14 394) Dividendos 44 498 55 403 Aquisições de imobilizado (4 999) (8 409) Outros recebimentos 14 299 2 484 Fluxo gerado pelas actividades de investimento 44 369 35 084 Variação líquida em caixa e equivalentes 41 704 (67 554) Caixa e equivalentes no início do período 80 703 148 257 122 407 80 703 Actividades operacionais Fluxo gerado pelas actividades operacionais Actividades de investimento Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. 270. 271 Relatório Balanço e Contas 2007 Mapa dos movimentos do Fundo de Capital para os anos findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 (103 Euros) Saldos em 31 de Dezembro de 2005 Reserva de justo valor Total do Fundo de Capital Capital recebido do Fundador Reserva de justo valor Outras reservas 2 755 833 11 747 748 976 1 995 110 (33 518) Transferência para o Fundo de Capital Saldos em 31 de Dezembro de 2006 Saldos em 31 de Dezembro de 2007 Demonstrações Financeiras – 44 859 – – 44 859 11 747 715 458 2 039 969 3 839 – 3 839 – 28 418 – – 28 418 2 799 431 11 747 719 297 2 068 387 Para ser lido com as notas anexas às Demonstrações Financeiras. Fundação Calouste Gulbenkian (33 518) 2 767 174 Reserva de justo valor Transferência para o Fundo de Capital – Notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas e Individuais 31 de Dezembro de 2007 e 2006 Nota 1 Actividades A Fundação Calouste Gulbenkian (Fundação) é uma instituição constituída sem fins lucrativos com sede em Lisboa, Portugal. A Fundação foi criada pelo testamento do seu fundador Senhor Calouste Sarkis Gulbenkian, sendo-lhe atribuído o estatuto de utilidade pública pelo Decreto-Lei n.º 40690, de 18 de Julho de 1956. A acção da Fundação exerce-se através da concessão de subsídios e realização de outras formas de actividade com os seguintes fins estatutários: Arte, Beneficência, Ciência e Educação. As actividades das companhias subsidiárias (Grupo) estão relacionadas com as suas participações nos interesses petrolíferos e do gás no Médio Oriente, Norte de África, Brasil, Cazaquistão, Angola e Portugal. Nota 2 Políticas contabilísticas a) Bases de apresentação As demonstrações financeiras agora apresentadas foram aprovadas pelo Conselho de Administração da Fundação em 15 de Maio de 2008. Estas reflectem os resultados consolidados das operações da Fundação e das suas subsidiárias, para os exercícios findos em 31 de Dezembro de 2007 e de 2006. As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board (“IASB”) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (“IFRIC”) e pelos respectivos órgãos antecessores. Divulgações, e a IFRS 6 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais. Estas normas, de aplicação obrigatória com referência a 1 de Janeiro de 2007, tiveram impacto ao nível das divulgações apresentadas, não tendo tido qualquer impacto no Fundo de Capital. De acordo com as disposições transitórias destas normas, são apresentados valores comparativos relativamente às novas divulgações exigidas. As demonstrações financeiras são apresentadas em Euros, arredondadas ao milhar mais próximo e foram preparadas de acordo com as IFRS aprovadas pela União Europeia e em vigor nessa data. As demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico e modificadas pela aplicação do justo valor para os investimentos, conforme mencionado na alínea h). A preparação das demonstrações financeiras de acordo com as IFRS requer que a Fundação formule julgamentos, estimativas e pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. As estimativas e pressupostos associados são baseados na experiência histórica e noutros factores considerados razoáveis de acordo com as circunstâncias e formam a base para os julgamentos sobre os valores dos activos e passivos cuja valorização não é evidente através de outras fontes. Os resultados reais podem diferir das estimativas. As questões que requerem um maior índice de julgamento ou complexidade, ou para as quais os pressupostos e estimativas são considerados significativos, são apresentadas na alínea s). b) Bases de consolidação Datas de referência Na preparação das suas demonstrações financeiras referentes a 31 de Dezembro de 2007, a Fundação adoptou a IFRS 7 Instrumentos Financeiros: As demonstrações financeiras consolidadas reflectem os activos, passivos e resultados 272.273 272. Relatório Balanço e Contas 2007 da Fundação e das suas empresas subsidiárias, tal como definido na nota 16, relativamente aos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2007 e 2006. As políticas contabilísticas foram aplicadas de forma consistente por todas as empresas da Fundação. Participações financeiras em subsidiárias São classificadas como subsidiárias as empresas sobre as quais a Fundação exerce controlo. Normalmente o controlo é presumido quando o Grupo detém o poder de exercer a maioria dos direitos de voto. Poderá ainda existir controlo quando a Fundação detém o poder, directa ou indirectamente, de gerir as políticas financeiras e operacionais de determinada empresa de forma a obter benefícios das suas actividades, mesmo que a percentagem que detém sobre os seus capitais próprios seja inferior a 50 por cento. As empresas subsidiárias são consolidadas integralmente desde o momento em que o Grupo assume o controlo sobre as suas actividades até ao momento em que esse controlo cessa. Quando as perdas acumuladas de uma subsidiária excedem o interesse minoritário no capital próprio dessa subsidiária, tal excesso é atribuível ao Grupo na medida em que for incorrido. Subsequentes lucros obtidos por tal subsidiária são reconhecidos como proveitos do Grupo até que as perdas previamente absorvidas sejam recuperadas. › Os activos e passivos são convertidos à taxa de câmbio da data do balanço; › Os proveitos e custos são convertidos com base na aplicação de taxas de câmbio aproximadas das taxas reais nas datas das transacções; › As diferenças cambiais apuradas entre o valor de conversão em Euros da situação patrimonial do início do ano e o seu valor convertido à taxa de câmbio em vigor na data do balanço a que se reportam as contas consolidadas são registadas por contrapartida de reservas. Da mesma forma, em relação aos resultados das subsidiárias e empresas associadas, as diferenças cambiais resultantes da conversão em Euros dos resultados do exercício, entre as taxas de câmbio utilizadas na demonstração de resultados e as taxas de câmbio em vigor na data de balanço, são registadas em reservas. Na data de alienação da empresa, estas diferenças são reconhecidas em resultados como parte integrante do ganho ou perda resultante da alienação. Contabilização em base individual das participações financeiras em subsidiárias Em base individual, os investimentos em entidades subsidiárias que não estejam classificados como detidos para venda, ou incluídos num grupo para alienação que esteja classificado como detido para venda, são reconhecidos ao justo valor, com as variações registadas por contrapartida de reservas de justo valor, sendo sujeitos a testes de imparidade periódicos. Saldos e transacções eliminados na consolidação Participações financeiras em subsidiárias residentes no estrangeiro As demonstrações financeiras das subsidiárias da Fundação são preparadas na sua moeda funcional. As demonstrações financeiras consolidadas do Grupo são preparadas em Euros, que é a moeda funcional da Fundação. As demonstrações financeiras das empresas do Grupo cuja moeda funcional difere do Euro são transcritas para Euros de acordo com os seguintes critérios: Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Os saldos e transacções entre empresas do Grupo, incluindo quaisquer ganhos ou perdas não realizadas resultantes de operações intragrupo, são eliminados no processo de consolidação, excepto nos casos em que as perdas não realizadas indiciam a existência de imparidade que deva ser reconhecida nas contas consolidadas. c) Transacções em moeda estrangeira As transacções em moeda estrangeira são convertidas à taxa de câmbio da data da transacção. Os activos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira, que estão contabilizados ao custo histórico, são convertidos à taxa de câmbio da data de balanço. As diferenças cambiais resultantes da conversão são reconhecidas em resultados. Os activos e passivos não monetários denominados em moeda estrangeira, registados ao custo histórico, são convertidos à taxa de câmbio da data da transacção. Activos e passivos não monetários registados ao justo valor são convertidos à taxa de câmbio da data em que o justo valor foi determinado. Quando um ganho ou uma perda num item não monetário é reconhecido directamente no fundo de capital, qualquer componente de câmbio desse ganho ou perda deve ser reconhecido directamente no fundo de capital. Pelo contrário, quando um ganho ou uma perda com um item não monetário é reconhecido nos resultados, qualquer componente de câmbio desse ganho ou perda deve ser reconhecido nos resultados. as despesas com manutenção e reparação são reconhecidas como custos de acordo com o princípio da especialização dos exercícios. São efectuados testes de imparidade sempre que eventos ou circunstâncias indiciam que o valor contabilístico excede o valor realizável, sendo a diferença, caso exista, reconhecida em resultados. Para os imóveis e equipamento de transporte as amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes. Para os restantes bens de imobilizado o custo incorrido é reconhecido no ano de aquisição. As amortizações são calculadas de acordo com os seguintes períodos que reflectem a vida útil esperada: › Edifícios › Equipamento de transporte › Outro equipamento Número de anos 50 4a5 1 d) Activos intangíveis Os activos intangíveis da Fundação encontram-se registados ao custo de aquisição deduzido das respectivas amortizações acumuladas e das perdas por imparidade. Custos de aquisição de direitos e de exploração petrolífera são amortizados em quotas constantes durante o período remanescente da concessão. Os custos incorridos com a aquisição de “software” e com a manutenção de programas informáticos são amortizados totalmente no ano de aquisição. e) Activos fixos tangíveis Os activos fixos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição líquido de subsídios recebidos e das respectivas amortizações acumuladas e perdas por imparidade. Os custos subsequentes são reconhecidos apenas se for provável que deles resultarão benefícios económicos futuros para a Fundação, pelo que, As obras efectuadas nos edifícios são amortizadas pelos períodos remanescentes de vida útil dos mesmos. f) Colecções de arte A colecção de arte da Fundação foi doada pelo Senhor Calouste Sarkis Gulbenkian e está incluída nas Demonstrações Financeiras por um valor simbólico. As obras de arte são registadas pelo valor de aquisição e sujeitas a testes de imparidade numa base periódica, conforme a IAS 36. g) Locações A Fundação classifica as operações de locação como locações financeiras ou locações operacionais, em função da sua substância e não da sua forma legal, cumprindo os critérios definidos na IAS 17 – Locações. São classificadas como 274.275 274. Relatório Balanço e Contas 2007 locações financeiras as operações em que os riscos e benefícios inerentes à propriedade de um activo são transferidos para o locatário. Todas as restantes operações de locação são classificadas como locações operacionais. Locação financeira – como locatário Os contratos de locação financeira são registados na data do seu início, no activo e no passivo, pelo custo de aquisição da propriedade locada, que é equivalente ao valor actual das rendas de locação vincendas. As rendas são constituídas i) pelo encargo financeiro que é debitado em resultados e ii) pela amortização financeira do capital que é deduzida ao passivo. Os encargos financeiros são reconhecidos como custos ao longo do período da locação, a fim de produzirem uma taxa de juro periódica constante sobre o saldo remanescente do passivo em cada período. h) Outros activos financeiros não correntes e correntes A Fundação classifica os seus outros activos financeiros no momento da sua aquisição considerando a intenção que lhes está subjacente, de acordo com as seguintes categorias: Activos financeiros ao justo valor através de resultados Esta categoria inclui i) os activos financeiros detidos para negociação, adquiridos com o objectivo principal de serem transaccionados no curto prazo e ii) os activos financeiros designados no momento do seu reconhecimento inicial ao justo valor com variações reconhecidas em resultados. Activos financeiros disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda são activos financeiros não derivados que i) a Fundação tem intenção de manter por tempo indeterminado, ii) são designados como disponíveis para venda no momento do seu reconhecimento inicial, ou iii) não se enquadram nas categorias acima referidas. Reconhecimento inicial, mensuração e desreconhecimento Aquisições e alienações de: i) activos financeiros ao justo valor através de resultados, ii) investimentos detidos até à maturidade e iii) activos financeiros disponíveis para venda são reconhecidos na data da negociação (trade date), ou seja, na data em que a Fundação se compromete a adquirir ou alienar o activo. Os activos financeiros são inicialmente reconhecidos ao seu justo valor adicionados dos custos de transacção, excepto nos casos de activos financeiros ao justo valor através de resultados, caso em que estes custos de transacção são directamente reconhecidos em resultados. Os activos financeiros são desreconhecidos quando i) expiram os direitos contratuais da Fundação ao recebimento dos seus fluxos de caixa, ii) a Fundação tenha transferido substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção ou iii) a Fundação não obstante retenha parte, mas não substancialmente todos os riscos e benefícios associados à sua detenção, tenha transferido o controlo sobre os activos. Investimentos detidos até à maturidade Mensuração subsequente Estes investimentos são activos financeiros não derivados com pagamentos fixados ou determináveis e maturidades definidas, que a Fundação tem intenção e capacidade de deter até à maturidade e que não são designados, no momento do seu reconhecimento inicial, como ao justo valor através de resultados ou como disponíveis para venda. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Após o seu reconhecimento inicial, os activos financeiros ao justo valor com reconhecimento em resultados são valorizados ao justo valor, sendo as suas variações reconhecidas em resultados. Os activos financeiros disponíveis para venda são igualmente registados ao justo valor, sendo no entanto, as respectivas variações reconhecidas em reservas de justo valor, até que os activos sejam desreconhecidos ou seja identificada uma perda por imparidade, momento em que o valor acumulado dos ganhos e perdas potenciais registados em reservas de justo valor é transferido para resultados. As variações cambiais associadas a estes activos são igualmente reconhecidas em reservas. Os juros, calculados à taxa de juro efectiva e os dividendos reconhecidos nas demonstrações das operações. resultante de um ou mais eventos que ocorreram após o seu reconhecimento inicial, tais como: O justo valor dos activos financeiros cotados é o seu preço de compra corrente (“bid-price”). Na ausência de cotação, o Grupo estima o justo valor utilizando metodologias de avaliação, tais como a utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado, técnicas de fluxos de caixa descontados e pressupostos de avaliação baseados em informações de mercado. Quando existe evidência de imparidade nos activos financeiros disponíveis para venda, a perda potencial acumulada em reservas de justo valor, correspondente à diferença entre o custo de aquisição e o justo valor actual, deduzida de qualquer perda de imparidade no activo anteriormente reconhecida em resultados, é transferida para resultados. Os activos financeiros para os quais não é possível mensurar com fiabilidade o justo valor são registados ao custo de aquisição. Transferências entre categorias De acordo com as exigências da IAS 39, a Fundação não procede à transferência de instrumentos financeiros de e para a categoria de activos financeiros ao justo valor através de resultados. › para títulos cotados, uma desvalorização continuada ou uma redução significativa de valor na sua cotação; › para títulos não cotados, quando esse evento tenha um impacto no valor estimado dos fluxos futuros do activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, que possa ser estimado com razoabilidade. Se num período subsequente o montante da perda de imparidade diminui, a perda de imparidade anteriormente reconhecida é revertida por contrapartida de resultados do exercício até à reposição do custo de aquisição se o aumento for objectivamente relacionado com um evento ocorrido após o reconhecimento da perda de imparidade, excepto no que se refere a acções ou outros instrumentos de capital, caso em que a reversão da imparidade é reconhecida em reservas. i) Instrumentos financeiros derivados Imparidade A Fundação avalia regularmente se existe evidência objectiva de que um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, apresenta sinais de imparidade. Para os activos financeiros que apresentam sinais de imparidade, é determinado o respectivo valor recuperável, sendo as perdas por imparidade registadas por contrapartida de resultados. Um activo financeiro, ou grupo de activos financeiros, encontra-se em imparidade sempre que exista a evidência objectiva de imparidade Os instrumentos financeiros derivados são reconhecidos na data da sua negociação (“trade date”) pelo seu justo valor. Subsequentemente, o justo valor dos instrumentos financeiros derivados é reavaliado numa base regular, sendo os ganhos ou perdas resultantes dessa reavaliação registados directamente em resultados do período excepto no que se refere aos derivados de cobertura. O reconhecimento das variações de justo valor dos derivados de cobertura, em resultados do período, depende da natureza do risco coberto e do modelo de cobertura utilizado. 276.277 276. Relatório Balanço e Contas 2007 O justo valor dos instrumentos financeiros derivados corresponde ao seu valor de mercado, quando disponível, ou, na sua ausência, é determinado por entidades externas tendo por base técnicas de valorização, incluindo modelos de desconto de fluxos de caixa (“discounted cash flows”) e modelos de avaliação de opções, conforme seja apropriado. j) Devedores O valor de balanço de devedores é analisado anualmente por forma a determinar se existe algum indício de imparidade. Se tal indício existir, é estimado o valor recuperável do activo. Uma perda por imparidade é reconhecida por contrapartida de resultados sempre que o valor de balanço do activo excede o seu valor recuperável. Uma perda por imparidade reconhecida de um activo em anos anteriores deve ser revertida se, e somente se, houver uma alteração nas estimativas usadas para determinar o valor recuperável do activo desde que a última perda por imparidade foi reconhecida. k) Subsídios recebidos Os subsídios recebidos no âmbito do Programa Operacional da Cultura destinados a financiar a remodelação de infra-estruturas e equipamentos, são creditados em resultados, em conformidade com as taxas de amortização do equipamento correspondente. l) Caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa consistem em numerário e saldos de depósitos em bancos com maturidade inferior a três meses. Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se incluem a caixa e depósitos à ordem. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras m) Reconhecimento de custos e proveitos Os custos e os proveitos são registados no exercício a que respeitam, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento, de acordo com o princípio contabilístico da especialização dos exercícios. Juros, dividendos, “royalties” e outros proveitos resultantes dos recursos da Fundação são reconhecidos como proveitos, quando é provável que os benefícios económicos associados com a transacção fluam para a Fundação e o proveito possa ser mensurado com confiança. Os juros são reconhecidos com base na periodificação, excepto se existirem dúvidas quanto ao seu recebimento. Os “royalties” e outros proveitos são reconhecidos com base na periodificação dos proveitos, com referência à substância do acordo relevante. n) Reconhecimento de proveitos nas actividades petrolíferas Os proveitos resultantes da venda de petróleo e gás são apenas reconhecidos quando os riscos e os benefícios do direito de propriedade se encontram transferidos para o comprador e quando não existe incerteza na determinação dos custos associados. o) Custos capitalizados nas actividades petrolíferas (i) Custos de exploração Os custos incorridos anteriores à fase de exploração são reconhecidos em resultados quando incorridos. Os custos com a aquisição de propriedades ou concessões, poços de exploração petrolífera, custos de desenvolvimento, incluindo juros de financiamento, equipamento e instalações de suporte à actividade petrolífera são capitalizados em activos fixos tangíveis ou intangíveis, de acordo com a sua natureza. Os custos com os poços de exploração sem resultados confirmados são reconhecidos em perdas. A Fundação procede a testes de imparidade sempre que eventos ou acontecimentos indicam que o valor contabilístico excede o valor recuperável, sendo a diferença, caso exista, reconhecida em resultados. Os testes de imparidade sobre os poços de exploração petrolífera são realizados numa base individual. (ii) Activos para produção de petróleo e gás Os custos incorridos com a perfuração de poços de desenvolvimento na construção de instalações produtoras são capitalizados, em conjunto com custos de financiamento incorridos durante a fase de construção, assim como o valor actual das responsabilidades futuras para a remoção dos activos. A amortização dos activos é determinada pelo rácio de produção do exercício face ao montante de reservas prováveis (“unit-of-production method”). função do tempo de serviço de cada empregado. Para cobrir esta responsabilidade é constituída uma provisão que representa uma estimativa do capital necessário para pagar os benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios futuros a pagar aos empregados actuais. A Fundação financia as suas responsabilidades através da constituição de uma provisão que representa uma estimativa do capital necessário para pagar os benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios futuros a pagar aos empregados actuais. As responsabilidades da Fundação com pensões de reforma são calculadas anualmente, na data de fecho das contas, por actuários externos. p) Impostos Por despacho do Ministro das Finanças, de 18 de Julho de 1989, foi reconhecida à Fundação Calouste Gulbenkian a isenção de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas. q) Planos de pensões Na Fundação existem diversos planos de pensões, incluindo nomeadamente planos de benefício definido e de contribuição definida. A Fundação, sob a forma de plano de benefícios definidos, assumiu as responsabilidades de pagar aos empregados pensões de reforma por velhice, pensões de reforma por invalidez e pensões de pré-reforma, nos termos estabelecidos no “Plano de Pensões do Pessoal” (1979) e no “Plano de Pensões da Fundação” (1997). As responsabilidades do “Plano Complementar de Pensões de Contribuição Definida” (2005) são financiadas através de contribuições para o Fundo de Pensões Aberto BPI Acções. Os empregados da Delegação da Fundação no Reino Unido têm um Plano de Pensões próprio. As pensões, relativas aos planos de 1979 e 1997, destinam-se a complementar as pensões atribuídas pela Segurança Social e são determinadas em O cálculo actuarial é efectuado com base no método de crédito da unidade projectada e utilizando pressupostos actuariais e financeiros de acordo com os parâmetros exigidos pela IAS 19. Os custos de serviço corrente e os custos de serviços passados em conjunto com a provisão apurada são registados na demonstração das operações. A responsabilidade da Fundação relativa aos planos de pensões de benefício definido é calculada através da estimativa do valor de benefícios futuros que cada empregado deve receber em troca pelo seu serviço no período corrente e em períodos passados. O benefício é descontado de forma a determinar o seu valor actual. A taxa de desconto aplicada corresponde à taxa de obrigações sem risco com maturidade semelhante à data do termo das obrigações do plano. Os ganhos e perdas actuariais apurados anualmente são reconhecidos como um activo ou um passivo e o seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor. Este método estabelece que os ganhos e perdas actuariais acumulados no início do ano que excedam 10 por cento do maior de entre os valores das responsabilidades e do plano, também 278.279 278. Relatório Balanço e Contas 2007 reportados ao início do ano, sejam reconhecidos na conta de custos ou proveitos no exercício em que ocorrem. Os ganhos e perdas actuariais acumulados no início do ano que se situem dentro do referido limite, são reconhecidos no corredor do plano de pensões e não são amortizados. Anualmente, a Fundação reconhece como custo, na demonstração dos resultados, um valor total líquido que inclui i) o custo do serviço corrente e ii) o custo dos juros. as Demonstrações Financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira da Fundação e das suas operações em todos os aspectos materialmente relevantes. Os resultados das alternativas analisadas de seguida, são apresentados apenas para permitir um melhor entendimento das Demonstrações Financeiras e não têm intenção de sugerir que outras alternativas ou estimativas sejam mais apropriadas. Imparidade dos activos financeiros disponíveis para venda r) Provisões São reconhecidas provisões quando i) a Fundação tem uma obrigação presente, legal ou construtiva, ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação. s) Principais estimativas e julgamentos utilizados na preparação das Demonstrações Financeiras As IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de Administração efectue julgamentos e faça as estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pela Fundação são analisados como segue, no sentido de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados pela Fundação e a sua divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pela Fundação e empresas subsidiárias é apresentada na nota 2 às Demonstrações Financeiras. Considerando que em muitas situações as normas contabilísticas permitem um tratamento contabilístico alternativo em relação ao adoptado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pela Fundação poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que os critérios adoptados são apropriados e que Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras A Fundação determina que existe imparidade nos seus activos financeiros disponíveis para venda quando existe uma desvalorização continuada ou de valor significativo no seu justo valor. A determinação de uma desvalorização continuada ou de valor significativo requer julgamento. A Fundação determina o justo valor através de avaliações efectuadas por especialistas independentes ou por recursos internos. As avaliações reflectem o valor actual líquido dos fluxos de caixa futuros estimados tendo por base metodologias de avaliação e informação de mercado. Metodologias alternativas e a utilização de diferentes pressupostos e estimativas, poderão resultar num nível diferente de perdas por imparidade reconhecidas, com o consequente impacto nos resultados. Justo valor dos instrumentos financeiros O justo valor é baseado em preços de cotação em mercado, quando disponíveis, e na sua ausência é determinado com base na utilização de preços de transacções recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado ou com base em metodologias de avaliação, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o efeito do tempo, a curva de rentabilidade e factores de volatilidade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor. Nota 4 Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo poderia originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados. Retorno financeiro A política da Fundação visa obter uma taxa de retorno sobre a sua carteira de investimentos, líquida de despesas directas. Esta taxa é acordada anualmente com os gestores responsáveis pelo investimento dos fundos no âmbito de orientações previamente estabelecidas pela Fundação. A desagregação do retorno total atingido em 2007 e 2006 é a seguinte: Imparidade dos activos de longo prazo Os Activos fixos tangíveis são revistos para efeitos de imparidade quando existem factos ou circunstâncias que indicam que o seu valor líquido não é recuperável. (103 Euros) Consolidado 2007 Considerando as incertezas quanto ao valor de recuperação do valor líquido dos activos fixos tangíveis e intangíveis pelo facto de se basear na melhor informação disponível à data, as alterações dos pressupostos poderão resultar em impactos na determinação do nível de imparidade e consequentemente nos resultados. Fundação 2006 2007 2006 Proveitos financeiros: Ganhos em investimentos correntes Juros de obrigações e títulos de participação 29 994 29 477 29 641 29 236 Dividendos de acções 21 624 19 716 21 624 19 716 Ganhos com realização de investimentos 134 745 107 629 134 745 107 629 Reavaliação dos investimentos correntes 95 515 102 026 95 515 102 026 865 756 22 874 36 443 Ganhos em investimentos não correntes Planos de pensões Dividendos de acções A determinação das responsabilidades pelo pagamento de pensões requer a utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de projecções actuariais, rentabilidade estimada dos investimentos e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades do plano de pensões. Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados. Nota 3 Outros rendimentos do petróleo e gás Ganhos com realização de investimentos Diferenças cambiais Outros proveitos financeiros 8 816 90 – – 20 591 7 645 704 1 844 6 406 7 662 1 155 444 318 556 275 001 306 258 297 338 Custos financeiros: Perdas em investimentos correntes Perdas com realização de investimentos Reavaliação dos investimentos correntes – (2 600) – (2 600) (168 623) (140 231) (168 623) (140 231) Custos directos (8 172) (7 639) (7 367) (7 424) Diferenças cambiais (1 812) (3 857) (1 812) (3 857) (178 607) (154 327) (177 802) (154 112) 139 949 120 674 128 456 143 226 A rubrica “Outros rendimentos do petróleo e gás” é assim detalhada: (103 Euros) Consolidado Dividendos Prestação de serviços 2007 2006 18 410 21 251 3 835 4 033 22 245 25 284 280.281 280. Relatório Balanço e Contas 2007 Nota 5 Nota 7 Outros proveitos Outros custos administrativos e operacionais A rubrica “Outros proveitos” é assim detalhada: 3 (10 Euros) Consolidado Fundação (103 Euros) 2007 2006 2007 2006 Venda de edições 1 285 1 287 1 285 1 287 Venda de bilhetes 1 935 1 727 1 935 1 727 Comparticipação de outras entidades 5 066 4 643 5 066 4 643 Outros A rubrica “Outros custos administrativos e operacionais” é assim detalhada: 3 015 4 218 3 015 4 025 11 301 11 875 11 301 11 682 A rubrica “Comparticipação de outras entidades” refere-se a comparticipações para a realização de projectos de investigação científica e na área das actividades artísticas. Consolidado Custos com o pessoal Fundação 2007 2006 2007 2006 18 640 16 798 9 597 8 866 Trabalhos especializados 4 663 4 374 3 849 3 941 Conservação e reparação 696 1 048 696 1 048 3 040 Outros fornecimentos e serviços 5 398 3 823 3 841 Outros custos operacionais 4 506 1 115 345 724 33 903 27 158 18 328 17 619 Nota 8 Custos de restruturação A 31 de Dezembro de 2006, a rubrica “Custos de restruturação” no montante de € 425 000 refere-se aos custos suportados pela Fundação com o pagamento de compensações financeiras decorrentes de medidas de restruturação orgânica e funcional, decididas pelo Conselho de Administração. Nota 6 Distribuição e actividades directas A repartição dos custos pelos fins estatutários da Fundação, é apresentada como segue: (103 Euros) Consolidado Fundação 2007 2006 2007 2006 8 557 8 228 8 557 8 228 Arte 34 370 35 552 34 370 35 552 Educação 22 362 21 828 22 362 21 828 Ciência 12 923 11 740 12 923 11 740 78 212 77 348 78 212 77 348 Beneficência Nota 9 Custos com o pessoal A rubrica “Custos com o pessoal” é assim detalhada: (103 Euros) Consolidado A rubrica “Distribuição e actividades directas” inclui o montante de € 1 805 000 (2006: € 2 280 000) e € 20 806 000 (2006: € 21 874 000) relativo a custos com amortizações e custos com o pessoal, respectivamente. Conselho de Administração Ordenados e salários Fundação 2007 2006 2007 1 443 1 248 1 107 2006 957 29 359 29 285 22 428 22 995 Encargos sobre remunerações 6 032 5 634 4 930 4 738 Outros custos com o pessoal 2 612 2 505 1 938 2 050 39 446 38 672 30 403 30 740 O número de efectivos é analisado como segue: Consolidado Conselho de Administração Pessoal Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Fundação 2007 2006 2007 9 9 9 2006 9 604 596 531 525 613 605 540 534 Os custos com o pessoal incluem o montante de € 20 806 000 (2006: € 21 874 000) que se encontram afectos à rubrica “Distribuição e actividades directas”, conforme mencionado na nota 6. Nota 11 Imparidade A “Imparidade” do exercício é assim detalhada: (103 Euros) Consolidado 2007 Nota 10 Imparidade sobre activos intangíveis Provisões As provisões do exercício no Consolidado, líquidas de reforços e anulações, são assim detalhadas: 2007 2006 – – – 14 356 – – – – (14 173) Imparidade sobre activos fixos tangíveis – Imparidade sobre investimentos não correntes (397) Imparidade sobre devedores (103 Euros) Fundação 2006 – (14 570) (159) 14 197 – – (159) – (159) 2007 Provisão para pensões Outras provisões Dotações Reposições Total 13 990 – 13 990 289 (1 329) (1 040) Nota 12 14 279 (1 329) 12 950 Amortizações (103 Euros) A rubrica “Amortizações” é assim detalhada: 2006 Dotações Provisão para pensões Outras provisões 12 922 601 13 523 Reposições Total – 12 922 (132) (132) (103 Euros) Consolidado 13 391 2006 2007 2006 Direitos de exploração 1 343 – – – Exploração petrolífera 1 908 – – – 337 – 337 – 3 588 – 337 – Activos intangíveis Software As provisões do exercício para a Fundação, líquidas de reforços e anulações, são assim detalhadas: Activos fixos tangíveis Imóveis (103 Euros) Provisão para pensões Outras provisões 13 811 937 796 937 796 Equipamento 2 539 3 755 2 439 3 666 Produção petrolífera 3 909 – – – 311 223 111 – 7 696 4 774 3 487 4 462 (1 805) (2 280) (1 805) (2 280) 9 479 2 494 2 019 2 182 Outros activos 2007 Dotações Fundação 2007 469 Reposições Total – 13 811 – (1 047) (1 047) 13 811 (1 047) 12 764 Amortizações afectas à rubrica “Distribuição e actividades directas” (103 Euros) 2006 Dotações Provisão para pensões Outras provisões 12 432 Reposições Total – 12 432 11 (132) 12 443 (132) (121) 12 311 As amortizações dos exercícios incluem o montante de € 1 805 000 (2006: € 2 280 000) que se encontram afectas à rubrica “Distribuição e actividades directas”, conforme mencionado na nota 6. 282.283 282. Relatório Balanço e Contas 2007 Nota 13 A rubrica “Direitos de exploração” refere-se a custos com licenças de exploração e produção petrolífera existentes no Brasil, Angola e Cazaquistão, que são amortizados durante o período remanescente da licença. Activos intangíveis A rubrica “Activos intangíveis” é assim detalhada: (103 Euros) Consolidado Fundação 2007 2006 2007 2006 Direitos de exploração 52 104 – – Exploração petrolífera 37 009 – – – 955 618 955 618 Custo: Software Outros activos intangíveis – 338 338 338 338 90 406 956 1 293 956 Amortizações acumuladas (4 167) (956) (1 293) (956) Perdas por imparidade (2 753) Amortizações e perdas por imparidade acumuladas: (6 920) 83 486 – (956) – A rubrica “Exploração petrolífera” refere-se a investimentos efectuados em concessões petrolíferas no Brasil, Argélia, Angola e Portugal. – – (1 293) (956) – – As Perdas por imparidade no montante de € 14 173 000, conforme mencionado na nota 11, foram determinadas em 2007, tendo por base o sucesso dos poços exploratórios e as condições do mercado nas concessões petrolíferas do Brasil e Argélia. Durante o exercício de 2007, o Grupo procedeu ao abate de € 11 420 000 de investimentos petrolíferos no Brasil e Argélia que se encontravam com perda por imparidade. A 31 de Dezembro de 2007, as perdas por imparidade reconhecidas na rubrica de “Activos intangíveis” ascendem a € 2 753 000 decorrentes da entrega dos activos às autoridades argelinas. Os movimentos da rubrica “Activos intangíveis” durante os anos de 2007 e 2006, no Consolidado, são assim detalhados: (103 Euros) Direitos Exploração Outros de exploração petrolífera Software activos Total 956 Custo de aquisição: Saldo em 31 de Dezembro de 2005 – – 618 338 Adições – – – – – Saldo em 31 de Dezembro de 2006 – – 618 338 956 13 919 Adições Abates 3 686 (7) 337 – 17 942 (11 413) – – (11 420) 88 346 Transferências 52 803 35 543 – – Variação cambial (4 378) (1 040) – – Saldo em 31 de Dezembro de 2007 52 104 37 009 955 338 90 406 Saldo em 31 de Dezembro de 2005 – – 618 338 956 Amortizações do exercício – – – – – Saldo em 31 de Dezembro de 2006 – – 618 338 956 1 908 (5 418) Amortizações Amortizações do exercício 1 343 Abates – Variação cambial (84) Imparidade Saldo em 31 de Dezembro de 2007 337 – 3 588 (11 420) – – (11 420) (293) – – – 14 173 – – 14 173 (377) 6 920 1 259 4 368 955 338 Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2006 – – – – – Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2007 50 845 32 641 – – 83 486 Durante o ano de 2007 foi transferido de activos fixos tangíveis, o montante de € 88 346 000 decorrente da aplicação da IFRS 6 (Exploração e avaliação de recursos minerais). Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Nota 14 A rubrica “Produção petrolífera” inclui investimentos efectuados no projecto “Dunga Oil Field” em parceria com a Maersk e a Oman Oil Company Ltd. no montante de € 39 370 000 (2006: € 56 092 000). Activos fixos tangíveis A rubrica “Activos fixos tangíveis” é assim detalhada: A 31 de Dezembro de 2001 foi constituída uma perda de imparidade no montante de USD 43 131 230 para reflectir o justo valor deste activo. Com a entrada da Maersk no projecto, a abordagem tecnológica da exploração do petróleo foi reavaliada, pelo que em 2003 a Administração considerou apropriada a redução da imparidade em USD 25 000 000. Em 2006, como consequência do teste de imparidade aos custos capitalizados no projecto “Dunga Oil Field”, foi anulada a restante imparidade, no montante de USD 18 131 230 (€ 14 356 000). (103 Euros) Consolidado Fundação 2007 2006 2007 2006 Imóveis 30 134 28 245 30 134 28 245 Equipamento 39 008 36 930 38 546 36 553 Obras de arte 3 069 2 864 3 069 2 864 39 370 126 767 – – 3 693 3 029 860 749 115 274 197 835 72 609 68 411 (61 621) (54 676) (55 707) (52 655) 53 653 143 159 16 902 15 756 Custo: Produção petrolífera Outros activos Amortizações acumuladas: Os movimentos da rubrica “Activos fixos tangíveis” durante os anos de 2007 e 2006, no Consolidado, são assim detalhados: Obras Produção Outros Imóveis Equipamento de arte petrolífera activos Total 24 874 34 091 1 514 85 193 2 917 148 589 3 380 3 677 1 350 52 613 192 61 212 (831) – – (7) – Custo de aquisição: Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Adições Abates Variação cambial Saldo em 31 de Dezembro de 2006 Adições (9) – (11 108) 36 930 2 864 126 767 3 029 197 835 1 889 2 548 205 5 843 242 10 727 – – (502) 468 (88 346) – (502) – Transferências – 44 – Variação cambial (858) (62) 28 245 Abates Saldo em 31 de Dezembro de 2007 (11 039) (18) – (12) – (88 858) (4 382) (46) (4 440) 30 134 39 008 3 069 39 370 3 693 115 274 13 706 33 159 1 514 15 369 2 424 66 172 796 3 755 – – 223 4 774 (821) – – (12) (836) (5) – (1 013) (60) (1 078) (14 356) – (14 356) Amortizações Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Amortizações do exercício Abates Variação cambial Redução de imparidade Saldo em 31 de Dezembro de 2006 Amortizações do exercício (3) – – – – 14 499 36 088 1 514 – 2 575 54 676 937 2 539 – 3 909 311 7 696 – – Abates – (473) – Transferências – 35 – (455) 420 Variação cambial – (11) – (216) (51) (473) – (278) Saldo em 31 de Dezembro de 2007 15 436 38 178 1 514 3 238 3 255 61 621 Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2006 13 746 842 1 350 126 767 454 143 159 Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2007 14 698 830 1 555 36 132 438 53 653 Durante o ano de 2007 foi transferido para activos intangíveis o montante de € 88 346 000 decorrente da aplicação da IFRS 6 (Exploração e avaliação de recursos minerais). 284.285 284. Relatório Balanço e Contas 2007 Os movimentos da rubrica “Activos fixos tangíveis” durante os anos de 2007 e 2006, para a Fundação, são assim detalhados: (103 Euros) Obras Outros Imóveis Equipamento de arte activos Total 24 874 33 804 1 514 749 60 941 3 380 3 541 1 350 – 8 271 – – Custo de aquisição: Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Adições Abates (9) Saldo em 31 de Dezembro de 2006 Adições (792) 36 553 2 864 749 68 411 1 889 2 445 205 111 4 650 – – Abates – Saldo em 31 de Dezembro de 2007 (801) 28 245 (452) (452) 30 134 38 546 3 069 860 72 609 13 706 33 019 1 514 749 48 988 796 3 666 – – 4 462 – – Amortizações Saldo em 31 de Dezembro de 2005 Amortizações do exercício Abates (3) Saldo em 31 de Dezembro de 2006 (792) (795) 14 499 35 893 1 514 749 52 655 937 2 439 – 111 3 487 – – Amortizações do exercício Abates – (435) (435) Saldo em 31 de Dezembro de 2007 15 436 37 897 1 514 860 55 707 Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2006 13 746 660 1 350 – 15 756 Saldo líquido em 31 de Dezembro de 2007 14 698 649 1 555 – 16 902 Nota 15 Investimentos não correntes e adiantamentos A rubrica “Investimentos não corrrentes” e “Adiantamentos” é assim detalhada: (103 Euros) Consolidado Acções Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas Fundos de investimento Adiantamentos Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas Fundação 2007 2006 2007 2006 399 973 389 104 – – 20 251 6 748 – – 82 468 70 309 64 620 54 680 502 692 466 161 64 620 54 680 62 160 65 055 – – 11 084 4 871 – – 73 244 69 926 – – 575 936 536 087 64 620 54 680 A diferença entre o valor de aquisição e o justo valor encontra-se registada na Reserva de justo valor do Fundo de Capital, conforme referido na nota 22. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras As acções em investimentos em interesses petrolíferos e do gás encontram-se registadas pelo justo valor, conforme descrito na política contabilística 2 h). As avaliações, são efectuadas por entidades independentes e reflectem o valor actual líquido dos fluxos de caixa futuros estimados tendo por base pressupostos de mercado. Esta rubrica, em 31 de Dezembro de 2007 e 2006, no Consolidado é analisada como segue: (103 Euros) Custo Acções ADPC/ADCO PDO/POHOL MUKHAIZNA OLNG Outros interesses Outras empresas Fundos de investimento Fundo NovEnergia II Office Park Expo Logística & Distribuição Outros fundos Adiantamentos Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas Reserva de Perdas por Valor de justo valor imparidade Balanço 9 789 1 573 8 303 2 138 6 922 51 280 186 594 9 631 124 960 – – – – – (1 217) 61 069 188 167 17 934 127 098 5 705 28 725 372 465 (1 217) 399 973 13 503 6 748 – 20 251 12 419 45 000 8 214 9 039 2 894 886 1 203 2 813 – – – – 15 313 45 886 9 417 11 852 74 672 7 796 – 82 468 – – – – 62 160 11 084 73 244 – – 73 244 Saldo a 31 de Dezembro de 2007 190 144 387 009 (1 217) 575 936 Acções ADPC/ADCO PDO/POHOL MUKHAIZNA OLNG Outros interesses 10 942 1 758 2 602 2 383 7 745 53 371 135 979 45 310 121 681 8 278 – – – – (945) 64 313 137 737 47 912 124 064 15 078 25 430 364 619 (945) 389 104 3 6 745 – 6 748 5 211 38 750 8 214 9 039 5 626 862 875 1 732 – – – – 10 837 39 612 9 089 10 771 61 214 9 095 – 70 309 65 055 4 871 – – – – 65 055 4 871 Fundos de investimento Fundo NovEnergia 2010 Office Park Expo Logística & Distribuição Outros fundos Adiantamentos Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas Esta rubrica, em 31 de Dezembro de 2007 e 2006, na Fundação é analisada como segue: (103 Euros) Custo 69 926 – Saldo a 31 de Dezembro de 2006 156 573 380 459 – 69 926 (945) Reserva de Valor de justo valor Balanço Fundos de investimento Office Park Expo 45 000 886 45 886 Logística & Distribuição 8 214 1 203 9 417 Outros fundos 9 037 280 9 317 Saldo a 31 de Dezembro de 2007 62 251 2 369 64 620 Fundos de investimento Office Park Expo Logística & Distribuição 38 750 8 214 862 875 39 612 9 089 Outros fundos Saldo a 31 de Dezembro de 2006 62 160 11 084 Outras empresas A 31 de Dezembro de 2007, as “Perdas por imparidade” decorrem da imparidade existente em investimentos efectuados no Médio Oriente. 5 858 121 5 979 52 822 1 858 54 680 O Grupo efectuou um investimento no fundo fechado NovEnergia II, em 2007, no montante de € 12 418 000, sendo o justo valor do fundo no montante de € 15 313 000. Este fundo tem como objectivo o investimento em projectos que utilizam energias renováveis como fonte energética e em empresas relacionadas com o seu desenvolvimento. Durante o ano de 2007, o Grupo alienou a sua participação no Fundo NovEnergia 2010, gerando uma mais-valia de € 6 711 000. A Fundação efectuou, durante 2007, um investimento no montante de € 6 250 000 no fundo Office Park Expo – Fundo de Investimento Imobiliário Fechado. O fundo destina-se à aquisição de terrenos, construção e arrendamento ou venda de prédios no Parque das Nações em Lisboa. 536 087 Os movimentos ocorridos nas “Perdas por imparidade” nos investimentos não correntes são apresentados como segue: (103 Euros) Saldo a 1 de Janeiro Dotações 2007 2006 945 1 055 397 – Variação cambial (125) (110) Saldo a 31 de Dezembro 1 217 945 286.287 286. Relatório Balanço e Contas 2007 Nota 16 Esta rubrica, no que respeita a títulos cotados e não cotados, no Consolidado é desgregada da seguinte forma: Investimentos em empresas subsidiárias (103 Euros) 2007 Cotados Total (103 Euros) Acções Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas Fundos de investimento Não cotados A rubrica “Investimentos em empresas subsidiárias” é assim detalhada: – – 399 973 20 251 82 468 399 973 20 251 – 82 468 Fundação Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation Economic and General Secretariat Limited Adiantamentos Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas – – 62 160 11 084 62 160 11 084 82 468 493 468 575 936 2006 Acções Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas Fundos de investimento – – 389 104 6 748 389 104 6 748 70 309 – 70 309 – – 65 055 4 871 65 055 4 871 70 309 465 778 536 087 Adiantamentos Interesses petrolíferos e do gás Outras empresas Esta rubrica, na Fundação, refere-se na totalidade a Fundos de investimento cotados no montante de € 64 620 000 (2006: € 54 680 000). A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os investimentos não correntes têm o seguinte escalonamento: (103 Euros) Consolidado Fundação 2007 2006 2007 2006 De 3 meses a 1 ano – 10 836 – – De 1 ano até 5 anos 7 671 2 118 – – 148 042 127 281 64 620 54 680 Mais de 5 anos Duração indeterminada 420 223 395 852 – – 575 936 536 087 64 620 54 680 Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras 2007 2006 716 977 713 647 32 34 717 009 713 681 Os investimentos estão apresentados líquidos de mais ou menos-valias apuradas de acordo com a política contabilística 2 h). O valor destes investimentos foi objecto de actualização com referência a 31 de Dezembro de 2007, ascendendo a Reserva de justo valor a € 716 928 000 (2005: € 713 600 000). A diferença entre o valor de aquisição e o justo valor encontra-se registada na Reserva de justo valor do Fundo de Capital, conforme referido na nota 22. Em 31 de Dezembro de 2007, as companhias subsidiárias incluídas na consolidação pelo método integral da Fundação foram as seguintes: (103 Euros) Subsidiárias Sede Capital Moeda Activos Passivos Capital Proveitos Resultados próprio líquidos % Actividade económica Participações directas: Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 94 495 60 694 33 801 35 858 32 518 100 c) Inglaterra 4 000 GBP 32 – 32 – – 100 b) Participations and Explorations Corporation Panamá 2 800 USD 314 232 190 631 123 601 529 188 442 100 a) Partex (Oman) Corporation Panamá 2 500 USD 581 765 28 513 553 252 234 302 47 746 100 a) Partex Gas Corporation Panamá 2 000 000 USD 36 054 13 273 22 781 29 607 5 577 100 a) Ilhas Caimão 5 000 USD 53 864 64 332 (10 468) 4 057 (3 990) 100 a) Economic and General Secretariat Limited (*) Participações indirectas: (através da Partex Oil and Gas (Holdings) Corporation) Partex (Kazakhstan) Corporation Partex Services Corporation Panamá 2 300 000 USD 3 880 1 796 2 084 8 811 15 100 b) Liechtenstein 500 000 CHF 1 265 53 1 212 1 395 53 100 b) Brasil 1 000 000 BRL 42 261 47 490 (5 229) 10 210 3 825 100 a) Partex (Brazil) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD 39 978 37 996 1 982 2 483 (6 886) 100 c) Partex (Algeria) Corporation Ilhas Caimão 50 000 USD – – – – (36) 100 a) Brasil 1 000 000 BRL 565 126 439 1 358 62 100 b) Portugal 50 000 EUR 1 538 1 488 50 18 – 100 a) Portugal 50 000 EUR 1 325 969 356 5 131 115 100 b) PMO Services, S.A. Partex Brasil Ltda. Partex Services Brasil Petrolíferos Ltda. Hidrexpand, S.A. (através da Partex Services Corporation) Partex Services Portugal – Serviços para a Indústria Petrolífera, S.A(**) a) Companhias participantes em concessões petrolíferas ou operações contratuais. b) Prestação de serviços. c) Gestora de participações. * Esta empresa participada encontra-se sem actividade. ** Alteração da denominação social da “Petroprimo – Serviços para a Indústria Petrolífera, S.A.” Durante o exercício de 2006, ocorreram as seguintes alterações no perímetro de consolidação: constituição da Partex Services Brasil Petrolíferos Ltda. e constituição da Hidrexpand, S.A. 288.289 288. Relatório Balanço e Contas 2007 Nota 17 Investimentos e passivos financeiros correntes A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os investimentos correntes têm o seguinte escalonamento: (103 Euros) A rubrica “Investimentos correntes” é assim detalhada: Consolidado (103 Euros) Consolidado 2007 Fundação 2006 2007 2006 Obrigações e outros títulos de rendimento fixo Até 3 meses 365 211 296 539 365 211 296 539 De outros emissores 302 446 323 496 302 446 323 496 863 152 981 645 863 152 981 645 2007 2006 2007 2006 91 137 87 181 91 137 87 181 De 3 meses a 1 ano 30 287 26 569 30 287 26 569 De 1 ano até 5 anos 266 362 234 818 266 362 234 818 Mais de 5 anos Duração indeterminada De emissores públicos Fundação 226 120 299 258 226 120 299 258 1 456 201 1 436 179 1 456 201 1 436 179 2 070 107 2 084 005 2 070 107 2 084 005 Acções Outros títulos de rendimento variável Fundos de investimento Liquidez 59 722 56 620 59 722 56 620 Acções 148 530 121 761 148 530 121 761 Obrigações 220 450 208 257 220 450 208 257 81 489 77 712 81 489 77 712 Outros A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, a rubrica “Investimentos e passivos financeiros correntes”, no que se refere a títulos cotados e não cotados, é repartida da seguinte forma: (103 Euros) 2007 Cotados Derivados Instrumentos financeiros com justo valor positivo Forwards 33 278 23 184 33 278 23 184 Futuros 279 364 279 364 Opções 184 23 184 23 2 074 741 2 089 601 2 074 741 2 089 601 Derivados Instrumentos financeiros com justo valor negativo Forwards Futuros Opções Não cotados Total Obrigações e outros títulos de rendimento fixo De emissores públicos 365 211 – 365 211 De outros emissores 296 634 5 812 302 446 859 789 3 363 863 152 Liquidez 57 552 2 171 59 723 Acções 148 530 – 148 530 Obrigações 126 509 93 940 220 449 66 312 15 177 81 489 – 29 243 29 243 Acções Outros títulos de rendimento variável Fundos de investimento (4 036) (5 412) (4 036) (5 412) (290) (184) (290) (184) (308) (4 634) – (5 596) 2 070 107 2 084 005 (308) (4 634) – (5 596) Outros 2 070 107 2 084 005 Derivados Decorrente da aplicação da IFRS 7, conforme referido na nota 2.a), os instrumentos financeiros com justo valor positivo são incluídos no activo e os instrumentos financeiros com justo valor negativo são incluídos no passivo. Em 2006, o justo valor líquido dos instrumentos financeiros foi incluído no activo. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Forwards Futuros (11) – (11) Opções (125) – (125) 1 920 401 149 706 2 070 107 (103 Euros) (103 Euros) 2006 Cotados 2006 Não cotados Nocional Total Justo valor Activo Obrigações e outros títulos de rendimento fixo Passivo Contratos sobre taxas de câmbio De emissores públicos 296 539 – 296 539 Forward compra De outros emissores 323 496 – 323 496 Forward venda 1 256 493 (1 256 493) – 23 184 (5 412) 23 184 (5 412) 364 (184) Acções Outros títulos de rendimento variável 977 807 3 838 981 645 Contratos sobre acções / índices Futuros (2 010) Opções Fundos de investimento Liquidez 53 580 3 041 56 621 Acções 121 761 – 121 761 Obrigações 108 124 100 133 208 257 59 974 17 738 77 712 – 17 772 17 772 Futuros 179 – 179 Opções 23 – 23 1 941 483 142 522 2 084 005 Outros Derivados Forwards 23 – (2 009) 387 (184) (2 009) 23 571 (5 596) A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os investimentos financeiros derivados têm o seguinte escalonamento: (103 Euros) Consolidado Até 3 meses De 3 meses a 1 ano Os investimentos financeiros derivados em 31 de Dezembro de 2007 e 2006 são analisados como segue: 1 Fundação 2007 2006 2007 2006 22 285 16 894 22 285 16 894 6 822 1 081 6 822 1 081 29 107 17 975 29 107 17 975 Nota 18 Outras aplicações de tesouraria (103 Euros) 2007 Nocional Justo valor Activo Passivo Contratos sobre taxas de câmbio Forward compra Forward venda 1 251 615 (1 251 615) – 33 278 (4 036) 33 278 (4 036) A rubrica “Outras aplicações de tesouraria”, no montante de € 121 615 000 (2006: € 79 201 000), refere-se a aplicações de tesouraria com um prazo inferior ou igual a três meses, que se encontram registadas ao custo amortizado. Contratos sobre acções / índices Futuros 2 788 279 (290) Opções 2 184 (308) 2 790 463 (598) 2 790 33 741 (4 634) 290.291 290. Relatório Balanço e Contas 2007 Nota 19 Complementar de Pensões de Contribuição Definida (PCPCD). Devedores A rubrica “Devedores” é assim detalhada: (103 Euros) Consolidado Companhias subsidiárias Devedores (interesses petrolíferos) Juros a receber Corredor do plano de pensões Devedores diversos Perdas por imparidade Fundação (103 Euros) 2007 2006 2007 2006 – – 22 960 34 764 89 199 58 458 – – 251 283 251 283 21 822 20 121 21 633 20 049 17 484 19 194 3 686 6 965 128 756 98 056 48 530 62 061 (252) 128 504 Os movimentos das perdas por imparidade são assim discriminados: (271) 97 785 (252) 48 278 Consolidado Saldo em 1 de Janeiro Dotações Fundação 2007 2006 2007 271 112 271 112 – 159 – 159 Utilizações (19) Saldo em 31 de Dezembro 252 – 271 2006 (19) – 252 271 (271) 61 790 Nota 20 Caixa e equivalentes de caixa A rubrica “Companhias subsidiárias” é assim detalhada: A rubrica “Caixa e equivalentes de caixa” é assim detalhada: (103 Euros) (103 Euros) Fundação Dividendos atribuídos Empréstimos Adiantamentos Consolidado 2007 2006 22 009 34 169 90 90 861 505 22 960 34 764 A 31 de Dezembro de 2007, a rubrica “Corredor do plano de pensões”, na Fundação e no Consolidado, no montante de € 21 633 000 (2006: € 20 049 000) e de € 21 822 000 (2006: € 20 121 000), refere-se ao valor do corredor em conformidade com a política contabilística 2 q). A rubrica “Devedores diversos” inclui o montante de € 1 646 000 (2006: € 3 292 000) referente ao remanescente a receber pela venda de um imóvel ocorrida no exercício de 2003, pelo montante de € 9 976 000. O montante em dívida será pago em prestações anuais, iguais e sucessivas, com vencimento a 30 de Junho. A última prestação será liquidada em 30 de Junho de 2008. Esta rubrica inclui também o montante de € 113 000 (2006: € 109 000) relativo a uma contribuição extraordinária para o Fundo de Pensões Aberto BPI Acções, no âmbito do Plano Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Caixa Depósitos Fundação 2007 2006 2007 57 11 57 11 104 105 137 279 735 1 491 104 162 137 290 792 1 502 Nota 21 Capital recebido do Fundador A rubrica “Capital recebido do Fundador”, no montante de € 11 746 690, refere-se, ao montante recebido do seu Fundador, Senhor Calouste Sarkis Gulbenkian. 2006 Nota 22 A reserva de justo valor em 2007 e 2006, no Consolidado e na Fundação, explica-se da seguinte forma: Reservas Durante os anos de 2007 e 2006, os movimentos ocorridos nestas rubricas no Consolidado foram os seguintes: (103 Euros) Consolidado 2006 2007 2006 – – 716 928 713 600 387 009 380 459 2 369 1 858 387 009 380 459 719 297 715 458 Empresas subsidiárias (103 Euros) Reserva de justo valor Outras reservas Diferenças cambiais Total Saldo em 31 de Dezembro de 2005 431 219 2 106 937 18 360 2 556 516 Alterações de justo valor (50 760) – – Variação cambial – – Incorporação da variação do Fundo de Capital – 187 570 Saldo em 31 de Dezembro de 2006 Alterações de justo valor Variação cambial (50 760) (36 129) – (36 129) 380 459 2 294 507 6 550 – – – – 98 230 Saldo em 31 de Dezembro de 2007 387 009 2 392 737 (17 769) 2 657 197 – (40 595) – 2007 2006 2007 2006 Saldo em 1 de Janeiro 380 459 431 219 715 458 748 976 (40 595) Variação do justo valor 15 366 (50 670) 3 839 Alienações do exercício (8 816) (90) – – 719 297 715 458 98 230 Saldo em 31 de Dezembro de 2005 748 134 Alterações de justo valor (34 534) 842 102 194 – Saldo em 31 de Dezembro de 2006 713 600 1 858 3 328 511 716 928 – 2 369 Total 1 892 916 2 641 892 – – – Outras reservas 1 016 Incorporação da variação do Fundo de Capital Saldo em 31 de Dezembro 387 009 380 459 (33 518) (58 364) 2 721 382 (103 Euros) Empresas Investimentos subsidiárias não correntes Fundação 6 550 Reservas de justo valor Saldo em 31 de Dezembro de 2007 (103 Euros) 187 570 Durante os anos de 2007 e 2006, os movimentos ocorridos nestas rubricas na Fundação foram os seguintes: Incorporação da variação do Fundo de Capital A variação da reserva de justo valor em 2007 e 2006, no Consolidado e na Fundação, explica-se da seguinte forma: Consolidado Incorporação da variação do Fundo de Capital Alterações de justo valor Investimentos não correntes Fundação 2007 Na Reserva de justo valor registam-se as variações acumuladas no justo valor existentes à data de balanço referentes aos Investimentos não correntes e aos Investimentos em empresas subsidiárias. Na rubrica “Variação cambial de consolidação”, está relevado o montante da variação em moeda nacional do capital das empresas consolidadas expressos em moeda estrangeira decorrente da alteração do câmbio respectivo. (33 518) 102 194 As taxas de câmbio utilizadas na preparação das Demonstrações Financeiras são as seguintes: 1 995 110 2 710 568 – 44 859 3 839 44 859 2 039 969 2 759 266 Taxas em 2007 Moeda Câmbio final Taxas em 2006 Câmbio médio Câmbio final Câmbio médio Dólar – USD 1,4721 1,3797 1,3170 1,2630 Libra – GBP 0,7334 0,6873 0,6715 0,6819 Franco Suíço – CHF 1,6547 1,6459 1,6069 1,5768 Real Brasileiro – BRL 2,5963 2,6521 2,8118 2,7365 292.293 292. Relatório Balanço e Contas 2007 Nota 23 Os movimentos relativos a provisões para os planos de pensões são assim detalhados: Provisões (103 Euros) A rubrica “Provisões” é assim detalhada: Consolidado (103 Euros) Consolidado 2007 Provisão para planos de pensões Outras provisões Saldo no início do período Fundação 2006 2007 2006 Utilizações de provisões 218 031 218 851 215 437 216 326 4 427 6 176 2 814 4 365 222 458 225 027 218 251 220 691 Provisão para planos de pensões O número de participantes abrangidos por estes planos de pensões é o seguinte: Pré-reformados Reformados Fundação 2007 2006 2007 2006 502 497 498 493 72 80 72 80 942 936 935 929 1 516 1 513 1 505 1 502 Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Transferências Saldo no fim do período 2007 2006 218 851 222 279 216 326 219 553 13 990 12 922 13 811 12 432 (16 523) (16 752) (16 284) (16 488) – – 1 701 12 (372) 744 1 584 829 218 031 218 851 215 437 216 326 Em 31 de Dezembro de 2007 e 2006, as responsabilidades por serviços passados associados a estes planos de pensões são as seguintes: Estas pensões destinam-se a complementar as pensões atribuídas pela Segurança Social e são determinadas em função do tempo de serviço de cada empregado. Para cobrir esta responsabilidade é constituída uma provisão que representa uma estimativa do capital necessário para pagar os benefícios aos actuais pensionistas e os benefícios futuros a pagar aos empregados actuais. Consolidado Diferenças cambiais 2006 A rubrica “Transferências” refere-se ao montante de perdas actuariais consideradas em “Devedores”, no corredor do Plano de Pensões, que se situam dentro do limite do mesmo. A Fundação assumiu a responsabilidade de pagar aos empregados pensões de reforma por velhice, pensões de reforma por invalidez e pensões de pré-reforma, nos termos estabelecidos no “Regulamento do Plano de Pensões do Pessoal” (1979) e no “Plano de Pensões” (1997). Activos Dotação do exercício Fundação 2007 (103 Euros) Consolidado Fundação 2007 2006 2007 2006 218 851 222 279 216 326 219 553 2 088 2 317 2 037 2 258 Custo dos juros 10 129 10 300 10 012 10 174 Benefícios pagos (16 508) (16 742) (16 284) (16 488) Perdas actuariais 3 471 697 3 346 829 Responsabilidades no fim do período 218 031 218 851 215 437 216 326 Responsabilidade por serviços futuros 191 774 193 117 191 016 192 407 Responsabilidades no início do período Custo dos serviços correntes Após a análise dos indicadores de mercado, em particular as perspectivas da taxa de inflação e da taxa de juro de longo prazo para a Zona Euro, bem como das características demográficas dos seus colaboradores, foram alterados os pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades com pensões de reforma com referência a 31 de Dezembro de 2007. A análise comparativa dos pressupostos actuariais é a seguinte: 2007 2006 Taxa de rendibilidade real de longo prazo face ao crescimento dos salários 2,25% 2,00% Taxa de rendibilidade real de longo prazo face ao crescimento das pensões 3,50% 3,25% Taxa de rendimento do fundo 5,00% 4,75% Taxa de desconto 5,00% 4,75% Masculina TV 73/77(M) TV 73/77(M) Feminina TV 88/90(F) TV 88/90(F) EKV 80 EKV 80 Tábuas de mortalidade Tábua de invalidez Os movimentos relativos a outras provisões são assim detalhados: (103 Euros) Consolidado Saldo em 1 de Janeiro Reforço de outras provisões Redução de provisões Fundação 2007 2006 2007 2006 6 176 6 366 4 365 4 977 289 601 – 11 (1 329) (132) (1 047) (132) Utilização de provisões (504) (491) (504) (491) Diferenças cambiais (205) (168) Saldo em 31 de Dezembro 4 427 6 176 – – 2 814 4 365 Nota 24 Subsídios e bolsas A rubrica “Subsídios e bolsas”, no montante de € 6 989 000 (2006: € 7 253 000), corresponde aos subsídios e bolsas já autorizados pela Administração mas que ainda se encontram por pagar, por razões não imputáveis à Fundação. Em 2007, na Fundação e no Consolidado contabilizaram-se, como custos com pensões de reforma, os montantes de € 13 811 000 (2006: € 12 432 000) e de € 13 990 000 (2006: € 12 922 000). Os movimentos ocorridos na rubrica “Corredor do plano de pensões” relacionados com pensões para o ano de 2007 são assim detalhados: (103 Euros) Corredor do plano de pensões Saldo inicial Perdas actuariais do ano Saldo final Consolidado Fundação 20 121 20 049 1 701 1 584 21 822 21 633 Outras provisões As outras provisões respeitam a compromissos com outras entidades governamentais e indemnizações relativas ao termo de contratos de trabalho de trabalhadores no estrangeiro. 294.295 294. Relatório Balanço e Contas 2007 Nota 25 O Grupo assumiu um compromisso com o Governo da República do Cazaquistão em que a Partex (Kazakhstan) Corporation cumprirá as suas obrigações em relação à concessão do Dunga. Credores e outros passivos A rubrica “Credores e outros passivos” é assim detalhada: (103 Euros) Consolidado Fundação 2007 2006 2007 2006 78 404 57 161 – – 933 945 933 945 Fornecedores 3 046 4 460 3 046 4 460 Estado 3 599 1 974 1 807 1 071 14 361 5 783 1 692 1 755 Credores (interesses petrolíferos) Fornecedores de locação financeira Credores diversos Outros credores Acréscimos e deferimentos 8 242 7 750 7 174 7 266 108 585 78 073 14 652 15 497 A rubrica “Fornecedores de locação financeira”, pelo prazo residual, é assim detalhada: (103 Euros) 2007 Capital Juros Rendas Total Menos de um ano Entre um e cinco anos 933 363 570 68 33 35 1 001 396 605 560 2006 Capital 945 385 Juros 53 28 25 998 413 585 Rendas Nota 26 Justo valor de activos e passivos financeiros A 31 de Dezembro de 2007 e 2006 não se verificam diferenças entre o valor contabilístico e o justo valor de activos e passivos financeiros. Nota 27 Compromissos Até 31 de Dezembro de 2007, diversos bancos emitiram “performance guarantees” no montante de € 16 417 747 (2006: € 7 831 435) relativamente a compromissos assumidos pelas concessões no Brasil. Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Nota 28 Gestão dos riscos de actividade A Fundação possui investimentos na área do petróleo e do gás e em instrumentos financeiros. Desta forma, a Fundação encontra-se exposta a vários riscos, dos quais se destacam, risco operacional, risco de mercado, risco cambial e risco de liquidez. Risco operacional O Grupo participa activamente na exploração e produção de petróleo e gás, e desta forma incorre no risco de a sua actividade não obter sucesso. Risco de mercado O risco de mercado representa a eventual perda resultante de uma alteração adversa dos preços do crude e gás natural, taxas de juro, taxas de câmbio e preços de acções. Os interesses petrolíferos da Fundação concentram-se principalmente no Médio Oriente e no Brasil. A produção de crude e gás natural é vendida através de contratos celebrados anualmente, os quais permitem reduzir a exposição a flutuações de curto prazo. A Fundação delega a gestão do risco associado aos seus investimentos em instrumentos financeiros num banco de investimento internacional. Risco cambial O risco cambial surge quando uma entidade realiza transacções numa moeda diferente da sua moeda funcional. A Fundação tem como moeda funcional o Euro, enquanto que a maioria das suas subsidiárias tem como moeda funcional o dólar americano. A repartição dos activos e dos passivos, a 31 de Dezembro de 2007 e 2006, por moeda, no Consolidado, é analisada como segue: (103 Euros) 2007 Valor de Balanço Euro Dólar dos Estados Unidos Libra Estrelina Real do Brasil Outras moedas ACTIVO Activos intangíveis 83 486 – 43 594 – 39 892 – Activos fixos tangíveis 53 653 16 902 36 667 – 84 – 502 692 100 183 402 509 – – – 73 244 11 084 62 160 – – – 2 074 741 877 263 964 538 128 396 – 104 544 Outras aplicações de tesouraria 121 615 110 098 10 079 – 1 889 Devedores 128 504 28 326 100 146 32 – – Caixa e equivalentes de caixa 104 162 63 895 39 898 369 – – 3 142 097 1 207 751 1 649 061 138 876 39 976 106 433 222 458 222 458 – – – – 4 634 457 3 064 392 – 721 Investimentos não correntes Adiantamentos Investimentos correntes (451) PASSIVO Provisões Passivos financeiros correntes Subsídios e bolsas Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital 6 989 6 497 75 417 – – 108 585 17 038 90 912 37 571 27 342 666 246 450 94 051 846 571 748 2 799 431 961 301 1 555 010 138 030 39 405 105 685 (103 Euros) 2006 Valor de Balanço Euro Dólar dos Estados Unidos Libra Estrelina Activos fixos tangíveis 143 159 Investimentos não correntes 466 161 Real do Brasil Outras moedas 16 467 88 206 – 38 486 – 72 265 393 896 – – – 69 926 4 870 65 056 – – – 2 089 601 908 916 983 803 88 705 – 108 177 Outras aplicações de tesouraria 79 201 72 105 3 474 2 047 – 1 575 Devedores 97 785 27 474 69 840 34 437 – 137 290 84 606 52 154 530 – – 3 083 123 1 186 703 1 656 429 91 316 38 923 109 752 225 027 225 027 – – – – 5 596 114 4 058 397 – 1 027 – ACTIVO Adiantamentos Investimentos correntes Caixa e equivalentes de caixa PASSIVO Provisões Passivos financeiros correntes Subsídios e bolsas Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital 7 253 6 793 177 283 – 78 073 16 110 58 170 52 3 741 – 315 949 248 044 62 405 732 3 741 1 027 2 767 174 938 659 1 594 024 90 584 35 182 108 725 296.297 296. Relatório Balanço e Contas 2007 A repartição dos activos e dos passivos, a 31 de Dezembro de 2007 e 2006, por moeda, na Fundação, é analisada como segue: (103 Euros) 2007 Valor de Balanço Euro Dólar dos Estados Unidos Libra Estrelina Outras moedas ACTIVO Activos fixos tangíveis 16 902 16 902 – – – Investimentos não correntes 64 620 64 620 – – – 717 009 716 977 32 – – 2 074 741 877 263 964 538 128 396 104 544 121 615 110 098 10 079 1 889 48 278 26 268 22 010 – – 792 401 22 369 – 3 043 957 1 812 529 986 151 138 844 106 433 218 251 218 251 – – – 4 634 457 3 064 392 721 Investimentos em empresas subsidiárias Investimentos correntes Outras aplicações de tesouraria Devedores Caixa e equivalentes de caixa (451) PASSIVO Provisões Passivos financeiros correntes Subsídios e bolsas Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital 6 989 6 497 75 417 – 14 652 14 429 159 37 27 244 526 239 634 3 298 846 748 2 799 431 1 572 895 982 853 137 998 105 685 (103 Euros) 2006 Valor de Balanço Euro Dólar dos Estados Unidos Libra Estrelina Outras moedas ACTIVO Activos fixos tangíveis 15 756 15 756 – – – Investimentos não correntes 54 680 54 680 – – – 713 681 – 713 647 34 – 2 089 601 908 916 983 803 88 705 108 177 Outras aplicações de tesouraria 79 201 72 105 3 474 2 047 1 575 Devedores 61 790 27 621 34 169 – – 1 502 943 29 530 – 3 016 211 1 080 021 1 735 122 91 316 109 752 220 691 220 691 – – – 5 596 114 4 058 397 1 027 – Investimentos em empresas subsidiárias Investimentos correntes Caixa e equivalentes de caixa PASSIVO Provisões Passivos financeiros correntes Subsídios e bolsas Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital Fundação Calouste Gulbenkian 7 253 6 793 177 283 15 497 15 403 42 52 – 249 037 243 001 4 277 732 1 027 2 767 174 837 020 1 730 845 90 584 108 725 Demonstrações Financeiras Risco de liquidez O risco de liquidez traduz-se na incapacidade da Fundação em obter os meios de financiamento necessários para a precursão das suas actividades. A Fundação considera que o risco de liquidez é reduzido. A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os activos e passivos do Consolidado têm o seguinte escalonamento: (103 Euros) 2007 Valor de Balanço Até 3 meses De 3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos Activos intangíveis 83 486 Activos fixos tangíveis 53 653 502 692 Mais de 5 anos Não sensíveis – – – – – 693 – – 52 960 – – – 82 469 420 223 ACTIVO Investimentos não correntes Adiantamentos 83 486 73 244 – – 7 671 65 573 – 2 074 741 95 129 30 929 266 362 226 120 1 456 201 Outras aplicações de tesouraria 121 615 121 615 – – – – Devedores 128 504 90 875 14 650 7 635 15 312 32 Investimentos correntes Caixa e equivalentes de caixa 104 162 104 162 – – – – 3 142 097 411 781 46 272 281 668 389 474 2 012 902 PASSIVO Provisões 222 458 4 071 12 213 65 136 136 831 4 207 Passivos financeiros correntes 4 634 3 992 642 – – – Subsídios e bolsas 6 989 1 322 3 966 1 701 – – 108 585 90 916 16 099 1 570 – – 342 666 100 301 32 920 68 407 136 831 4 207 2 799 431 311 480 13 352 213 261 252 643 2 008 695 Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital (103 Euros) 2006 Valor de Balanço Até 3 meses De 3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos Activos fixos tangíveis 143 159 Investimentos não correntes 466 161 Mais de 5 anos Não Sensíveis – – 709 – 142 450 – 10 836 – 59 473 395 852 69 926 – – 2 118 67 808 – 2 089 601 89 944 29 402 234 818 299 258 1 436 179 Outras aplicações de tesouraria 79 201 79 201 – – – – Devedores 97 785 61 869 12 569 8 749 14 564 34 ACTIVO Adiantamentos Investimentos correntes Caixa e equivalentes de caixa 137 290 137 290 – – – – 3 083 123 368 304 52 807 246 394 441 103 1 974 515 PASSIVO Provisões 225 027 4 122 12 366 65 952 138 251 4 336 Passivos financeiros correntes 5 596 2 763 2 833 – – – Subsídios e bolsas 7 253 1 372 4 116 1 765 – – 78 073 70 509 6 723 841 – – 315 949 78 766 26 038 68 558 138 251 4 336 2 767 174 289 538 26 769 177 836 302 852 1 970 179 Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital 298.299 298. Relatório Balanço e Contas 2007 A 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os activos e passivos da Fundação têm o seguinte escalonamento: (103 Euros) 2007 Valor de Balanço Até 3 meses De 3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos Mais de 5 anos Não sensíveis Activos fixos tangíveis 16 902 – 693 – – Investimentos não correntes 64 620 – – – 64 620 – 717 009 – – – – 717 009 2 074 741 95 129 30 929 266 362 226 120 1 456 201 121 615 121 615 – – – – 48 278 7 178 20 609 6 816 13 675 – 792 792 – – – – 3 043 957 224 714 52 231 273 178 304 415 2 189 419 ACTIVO Investimentos em empresas subsidiárias Investimentos correntes Outras aplicações de tesouraria Devedores Caixa e equivalentes de caixa 16 209 PASSIVO Provisões 218 251 4 071 12 213 65 136 136 831 – Passivos financeiros correntes 4 634 3 992 642 – – – Subsídios e bolsas 6 989 1 322 3 966 1 701 – – 14 652 12 512 1 570 570 – – 244 526 21 897 18 391 67 407 136 831 – 2 799 431 202 817 33 840 205 771 167 584 2 189 419 Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital (103 Euros) 2006 Valor de Balanço Até 3 meses De 3 meses a 1 ano De 1 a 5 anos Mais de 5 anos Não sensíveis Activos fixos tangíveis 15 756 – – 709 – Investimentos não correntes 54 680 – – – 54 680 – 713 681 – – – – 713 681 ACTIVO Investimentos em empresas subsidiárias Investimentos correntes 15 047 2 089 601 89 944 29 402 234 818 299 258 1 436 179 Outras aplicações de tesouraria 79 201 79 201 – – – – Devedores 61 790 11 953 29 280 7 888 12 669 – 1 502 1 502 – – – – 3 016 211 182 600 58 682 243 415 366 607 2 164 907 Caixa e equivalentes de caixa PASSIVO Provisões 220 691 4 122 12 366 65 952 138 251 – Passivos financeiros correntes 5 596 2 763 2 833 – – – Subsídios e bolsas 7 253 1 372 4 116 1 765 – – 15 497 13 348 1 308 841 – – 249 037 21 605 20 623 68 558 138 251 – 2 767 174 160 995 38 059 174 857 228 356 2 164 907 Credores e outros passivos Total do Fundo de Capital Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras Nota 29 Normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas As normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas, mas que ainda não entraram em vigor e que a Fundação ainda não aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras, podem ser analisadas como segue: IFRS 2 (alterada) – Pagamentos em acções: condições de aquisição O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Janeiro de 2008 uma alteração ao IFRS 2 a qual se torna efectiva a partir de 1 de Janeiro de 2009. Esta alteração ao IFRS 2 permitiu clarificar que (i) as condições de aquisição dos direitos inerentes a um plano de pagamentos com base em acções limitam-se a condições de serviço ou de performance e que (ii) qualquer cancelamento de tais programas, quer pela entidade quer por terceiras partes, tem o mesmo tratamento contabilístico. Não se prevê que a presente norma venha a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações financeiras da Fundação. aquando do cálculo do goodwill, à reavaliação, por contrapartida de resultados, do justo valor de qualquer interesse sem controlo detido previamente à aquisição tendente à obtenção de controlo; (iii) ao registo dos custos directamente relacionados com a aquisição de uma subsidiária que passam a ser directamente imputados a resultados; (iv) aos preços contingentes cuja alteração de estimativa ao longo do tempo passa a registada em resultados e não afecta o goodwill; e (v) às alterações das percentagens de subsidiárias detidas que não resultam na perda de controlo as quais passam a ser registadas como movimentos de capitais próprios. Adicionalmente, das alterações ao IAS 27 resulta ainda que as perdas acumuladas numa subsidiária passarão a ser atribuídas aos interesses sem controlo (reconhecimento de interesses sem controlo negativos) e que, aquando da alienação de uma subsidiária, tendente à perda de controlo qualquer interesse sem controlo retido é mensurado ao justo valor determinado na data da alienação. Esta revisão do IFRS 3 e a alteração do IAS 27 são efectivas para exercícios com início a partir de 1 de Julho de 2009. A Fundação encontra-se a avaliar o impacto da adopção destas normas alteradas. IFRS 8 – Segmentos operacionais IFRS 3 (revista) – Concentrações de actividades empresariais e IAS 27 (alterada) – Demonstrações financeiras consolidadas e separadas O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Janeiro de 2008 o IFRS 3 (revisto) – Concentrações de actividades empresarias e uma alteração ao IAS 27 – Demonstrações financeiras consolidadas e separadas. Os principais impactos das alterações a estas normas correspondem: (i) ao tratamento de aquisições parciais, em que os interesses sem controlo (antes denominados de interesses minoritários) poderão ser mensurados ao justo valor (o que implica o reconhecimento total do goodwill por contrapartida dos interesses sem controlo) ou como a parcela atribuível do justo valor dos activos líquidos adquiridos (tal como actualmente requerido); (ii) aos step acquisition em que as novas regras obrigam, O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em 30 de Novembro de 2006 o IFRS 8 – Segmentos operacionais, o qual foi adoptado para uso na União Europeia em 21 de Novembro de 2007. O IFRS 8 define a apresentação da informação sobre segmentos operacionais de uma entidade. Esta norma especifica como uma entidade deverá reportar a sua informação nas demonstrações financeiras anuais, e como consequência alterará o IAS 34 – Reporte financeiro interino, no que respeita à informação a ser seleccionada para reporte financeiro interino. Uma entidade terá também que fazer uma descrição sobre a informação apresentada por segmento, nomeadamente resultados e operações, assim como uma breve descrição de como os segmentos são construídos. Esta norma é de aplicação mandatória a partir de 1 de Janeiro de 2009. 300.301 300. Relatório Balanço e Contas 2007 A Fundação encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma. ao IAS 23 tenha um impacto significativo nas suas demonstrações financeiras. IAS 1 (alterado) – Apresentação das demonstrações financeiras Alteração ao IAS 32 – Instrumentos financeiros: apresentação – Instrumentos financeiros “puttable” e obrigações decorrentes de liquidação O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Setembro de 2007 o IAS 1 (alterado) – Apresentação de demonstrações financeiras, o qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009. O IAS 1 (alterado) exige que a informação financeira seja agregada na preparação das demonstrações financeiras, em função das suas características de base e introduz a demonstração de “comprehensive income”. Na sequência das alterações impostas por esta norma, os utilizadores das demonstrações financeiras poderão mais facilmente distinguir as variações nos capitais próprios de uma entidade decorrentes de transacções com accionistas, enquanto accionistas (ex. dividendos, transacções com acções próprias) e transacções com terceiras partes, ficando estas resumidas na demonstração de “comprehensive income”. A Fundação encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao nível das suas demonstrações financeiras. IAS 23 (alterado) – Custos de empréstimos obtidos O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Março de 2007 o IAS 23 (alterado) – Custos de empréstimos obtidos, o qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009. Esta norma exige que as entidades capitalizem os custos de empréstimos obtidos directamente atribuíveis ao custo de aquisição, construção ou produção de um activo qualificável, como parte integrante do custo de aquisição, construção ou produção desse activo. Assim, a opção de registar tais custos directamente nos resultados é eliminada. Activos qualificáveis correspondem àqueles que necessitam de um período substancial de tempo para ficar prontos para o seu uso pretendido ou para venda. A Fundação não espera que esta alteração Fundação Calouste Gulbenkian Demonstrações Financeiras O International Accounting Standards Board (IASB) emitiu em Fevereiro de 2008 uma alteração ao IAS 32 – Instrumentos financeiros: Apresentação – Instrumentos financeiros “puttable” e Obrigações decorrentes de liquidação a qual é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2009. Esta alteração afecta a classificação de instrumentos financeiros “puttable” e de obrigações decorrentes de liquidação. De acordo com os actuais requisitos do IAS 32, os instrumentos financeiros (i) reembolsáveis em dinheiro ou através da entrega de outros activos financeiros ou (ii) que concedem ao detentor um direito de exigir que o emitente proceda à sua reaquisição (instrumentos “puttable”), são classificados como passivos financeiros. A alteração agora efectuada a esta norma, implica que alguns instrumentos, que actualmente qualificam como passivos financeiros, passem a ser reconhecidos como instrumentos de capital, caso os mesmos representem o interesse residual último nos activos líquidos de uma entidade. O IASB alterou ainda o IAS 1 – Apresentação de demonstrações financeiras tendo incluído requisitos adicionais de divulgação relativos a este tipo de instrumentos. Não se prevê que a presente alteração ao IAS 32 venha a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações financeiras da Fundação. IFRIC 11 – IFRS 2 – Transacções com acções próprias ou acções de outras entidades do Grupo O International Financial Reporting Committee (IFRIC) emitiu em 2 de Novembro de 2006 a IFRIC 11, IFRS 2 – Transacções com Treasury shares e Grupo. O IFRIC 11 vem esclarecer em que condições os pagamentos com base em acções previstos no IFRS 2, envolvendo acções próprias ou acções de outras entidades do Grupo, deverão ser classificados nas demonstrações financeiras individuais das empresas do Grupo como sendo pagamentos com base em acções com liquidação física ou com liquidação financeira. Este IFRIC é de aplicação obrigatória a partir de 1 de Janeiro de 2008. Não se prevê que a presente norma venha a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações financeiras da Fundação. IFRIC 12 – Contratos de concessão de serviços 1 de Janeiro de 2008. Esta interpretação define as condições que devem ser consideradas na avaliação do reconhecimento de activos relacionados com planos de pensões à luz dos limites estabelecidos no parágrafo 58 do IAS 19, e discute a interacção destas regras com os eventuais requisitos mínimos de financiamento estabelecidos legal ou contratualmente. A Fundação encontra-se a avaliar o impacto da adopção desta norma ao nível das suas demonstrações financeiras. O IFRIC 12 – Contratos de concessão de serviços entra em vigor a 1 de Janeiro de 2008. O IFRIC 12 aplica-se a contratos de concessão de serviços público-privados. Esta norma aplicar-se-á apenas a situações onde o concedente a) controla ou regula os serviços prestados pelo operador, e b) controla os interesses residuais das infra-estruturas, na maturidade dos contratos. Não se prevê que a presente norma venha a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações financeiras da Fundação. IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes O IFRIC 13 – Programas de fidelização de clientes foi emitido em Julho de 2007 e entra em vigor para exercícios iniciados a partir de 1 de Julho de 2008, sendo por isso apenas relevante a partir de 1 de Janeiro de 2009. Esta interpretação aplica-se a programas de fidelização de clientes, onde são adjudicados créditos aos mesmos como parte integrante de uma venda ou prestação de serviços e estes poderão trocar esses créditos, no futuro, por serviços ou mercadorias gratuitamente ou com desconto. Não se prevê que a presente norma venha a ter qualquer impacto ao nível das demonstrações financeiras da Fundação. IFRIC 14 – IAS 19 – Limite de activos de benefícios definidos, requisitos de financiamento mínimos e sua interacção O IFRIC 14 – IAS 19 – Limite de activos de benefícios definidos, requisitos de financiamento mínimos e sua interacção é de aplicação obrigatória a partir de 302.303 302. Relatório Balanço e Contas 2007 Relatório dos Auditores Certificação legal das contas consolidadas Introdução 1. Examinámos as demonstrações financeiras consolidadas da Fundação Calouste Gulbenkian, as quais compreendem o Balanço consolidado em 31 de Dezembro de 2007 (que evidencia um total de 3 142 097 milhares de euros e um total de fundo de capital de 2 799 431 milhares de euros, incluindo a transferência para o fundo de capital de 66 302 milhares de euros), as Demonstrações consolidadas das Operações, dos Fluxos de Caixa consolidados e das alterações no fundo de capital consolidado do exercício findo naquela data, e nas correspondentes Notas explicativas. Responsabilidades 2. É da responsabilidade do Conselho de Administração a preparação de demonstrações financeiras consolidadas, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor e adoptadas pela União Europeia, que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira do conjunto das empresas incluídas na consolidação, a transferência para o fundo de capital consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados, bem como a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado. 3. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente, baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras. Âmbito 4. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as Demonstrações Financeiras consolidadas estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu: › a verificação das demonstrações financeiras incluídas na consolidação terem sido apropriadamente examinadas e, para os casos significativos em que o não tenham sido, a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação; › a verificação das operações de consolidação; › a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas, a sua aplicação uniforme, tendo em conta as circunstâncias; Fundação Calouste Gulbenkian Relatório dos Auditores › a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e › a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das Demonstrações Financeiras consolidadas. 5. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião. Opinião 6. Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras consolidadas apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira consolidada da Fundação Calouste Gulbenkian, em 31 de Dezembro de 2007, a transferência para o fundo de capital consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados no exercício findo naquela data, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor e adoptadas pela União Europeia. Lisboa, 16 de Maio de 2008 KPMG & Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. representada por Jean-Éric Gaign (ROC n.º 1013) 304.305 304. Relatório Balanço e Contas 2007 Relatório dos Auditores Certificação legal das contas Introdução 1. Examinámos as demonstrações financeiras da Fundação Calouste Gulbenkian, as quais compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2007 (que evidencia um total de 3 043 957 milhares de euros e um total de fundo de capital de 2 799 431 milhares de euros, incluindo a transferência para o fundo de capital de 28 418 milhares de euros), as Demonstrações das Operações, dos Fluxos de Caixa e das alterações no fundo de capital do exercício findo naquela data, e nas correspondentes Notas explicativas. Responsabilidades 2. É da responsabilidade do Conselho de Administração a preparação de demonstrações financeiras, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor e adoptadas pela União Europeia, que apresentem de forma verdadeira e apropriada, a posição financeira da Fundação, a transferência para o fundo de capital das suas operações e os fluxos de caixa, bem como a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado. 3. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente, baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras. Âmbito 4. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as Demonstrações Financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame incluiu: › a verificação das demonstrações financeiras terem sido apropriadamente examinadas e, para os casos significativos em que o não tenham sido, a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação; › a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas, a sua aplicação uniforme, tendo em conta as circunstâncias; › a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e › a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das Demonstrações Financeiras. 5. Entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião. Fundação Calouste Gulbenkian Relatório dos Auditores Opinião 6. Em nossa opinião, as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira da Fundação Calouste Gulbenkian, em 31 de Dezembro de 2007, a transferência para o fundo de capital das suas operações e os fluxos de caixa no exercício findo naquela data, em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”) em vigor e adoptadas pela União Europeia. Lisboa, 16 de Maio de 2008 KPMG & Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, S.A. representada por Jean-Éric Gaign (ROC n.º 1013) 306.307 306. Relatório Balanço e Contas 2007 III. Comissão Revisora de Contas Relatório e Parecer Relatório da Comissão Revisora de Contas 1. Introdução 1.1. No cumprimento do disposto nos artigos 25.º e 26.º dos estatutos da Fundação Calouste Gulbenkian, a Comissão Revisora de Contas apresenta o seu Relatório e o Parecer sobre as contas do exercício de 2007 apresentadas pelo Conselho de Administração. 1.2. As demonstrações financeiras foram certificadas pelo revisor oficial da Fundação. 2. Análise das Demonstrações Financeiras Consolidadas da Fundação Politicas contabilísticas 2.1. As Demonstrações Financeiras apresentadas seguem as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS). Em 2007, foram adoptadas as IFRS 6 – Exploração e Avaliação de Recursos Minerais e IFRS 7 – Instrumentos Financeiros. A adopção destas normas implicou alterações no activo e no passivo, mas sem impacto no Fundo de Capital da Fundação. Para se manter a comparabilidade, as demonstrações financeiras de 2006 apresentadas no presente Relatório foram ajustadas de acordo com a aplicação das referidas normas. Principais alterações ao balanço consolidado 2.2. No final de 2007, o Fundo de Capital da Fundação ascendia a € 2 799,4 milhões, o que representa um acréscimo de € 32,3 milhões (1,2 por cento). O activo e o passivo consolidado da Fundação ascenderam a € 3 142,1 milhões e € 342,7 milhões, respectivamente, correspondendo a acréscimos de € 59 milhões e € 26,7 milhões. 2.3. O activo corrente apresenta um acréscimo de € 25,1 milhões, enquanto o activo não corrente aumentou € 33,8 milhões. O aumento do passivo reflecte no essencial o aumento da rubrica de credores e outros passivos em € 30,5 milhões. Análise da Demonstração consolidada 2.4. O conjunto do retorno das actividades petrolíferas e do retorno financeiro da Fundação situou-se em € 204,2 milhões, o que representa um acréscimo de cerca de 5,8 por cento relativamente a 2006. 2.5. Os custos com as actividades directas cresceram 1,1 por cento, enquanto que os outros custos administrativos e operacionais aumentaram 24,8 por cento. Este acréscimo foi muito concentrado nas empresas participadas, uma vez que a Fundação apenas apresentou um crescimento de cerca de 4 por cento nesta rubrica. 310. 311 Relatório Balanço e Contas 2007 2.6. Também é de referir que, este ano, o resultado foi prejudicado pelo aumento da Imparidade sobre os activos de € 14,6 milhões, enquanto que em 2006 beneficiou da redução líquida da Imparidade de € 14,2 milhões. 3. Conclusões 3.1. Os membros da Comissão Revisora de Contas dispuseram dos elementos necessários à análise que lhe competia. 3.2. Nestes termos, a Comissão Revisora de Contas emite, de acordo com o artigo 26.º dos estatutos, o seguinte parecer: Fundação Calouste Gulbenkian Comissão Revisora de Contas Parecer › Tendo em conta que as demonstrações financeiras individuais e consolidadas apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira individual e consolidada da Fundação Calouste Gulbenkian, e que os critérios contabilísticos foram uniformemente aplicados à Fundação e às empresas subsidiárias e que foram disponibilizados os documentos e dados os esclarecimentos pedidos sobre a evolução económica e financeira da Fundação; › Considerando que a acção do Conselho de Administração se processou de acordo com o previsto nos estatutos; › Considerando que a Fundação continua a afectar a grande parte dos seus rendimentos aos seus fins estatutários e ao reforço da sua capacidade financeira; › A Comissão Revisora de Contas deliberou: a) Salientar a evolução positiva da situação financeira da Fundação durante o ano de 2007; b) Realçar o desempenho do Conselho de Administração na gestão da Fundação no ano de 2007; c) Manifestar o apreço a todos os colaboradores da Fundação pelo empenho e competência no cumprimento das suas funções; d) Homologar as Contas da Fundação referentes ao exercício de 2007 da Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa, 16 de Junho de 2008 Dr. Luís Morais Sarmento Director-Geral do Orçamento Dr. José Nuno Rangel Cid Proença Director-Geral da Segurança Social Prof. Doutor Manuel Jacinto Nunes Vogal designado pela Academia das Ciências de Lisboa Prof. Arquitecto Augusto Pereira Brandão Vogal designado pela Academia Nacional de Belas-Artes Dr. Manuel Maçaroco Candeias Vogal designado pelo Banco de Portugal em representação dos bancos e casas bancárias 312.313 Relatório Balanço e Contas 2007 Direcções de Serviço Secretaria do Conselho de Administração Gabinete do Presidente › Rui Esgaio, Director Biblioteca de Arte › José Afonso Furtado, Director › Ana Paula Gordo, Directora Adjunta Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão › Jorge Molder, Director Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris › João Pedro Garcia, Director Interino Delegação no Reino Unido › Andrew Barnett, Director Instituto Gulbenkian de Ciência Serviço de Comunicação › Elisabete Caramelo, Directora Serviço das Comunidades Arménias › Zaven Yegavian, Director › Astrig Tchamkerten, Directora Adjunta Serviço de Contabilidade › João Coelho, Director Serviço de Educação e Bolsas › Manuel Carmelo Rosa, Director › Maria Helena Melim Borges, Directora Adjunta › Margarida Abecasis, Directora Adjunta Serviço de Finanças e Investimentos › Alasdair Mackintosh, Director Serviço Internacional › António Coutinho, Director › José Mário Leite, Director Adjunto › João Pedro Garcia, Director Museu Calouste Gulbenkian › João Castel-Branco Pereira, Director › Nuno Vassalo e Silva, Director Adjunto › Luís Pereira Leal, Director › Rui Vieira Nery, Director Adjunto › Miguel Sobral Cid, Director Adjunto Serviço de Belas-Artes › Manuel Costa Cabral, Director Serviços Centrais › António Repolho Correia, Director › Celso Matias da Silva, Director Adjunto › Maria João Botelho, Directora Adjunta Serviço de Ciência › João Caraça, Director › Francisca Pereira de Moura, Directora Adjunta Serviço de Música Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo › Cristina Pires, Directora Serviço de Recursos Humanos › Ana Rijo da Silva, Directora Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano › Manuel Rodrigues Gomes, Director › Sérgio Gulbenkian, Director Adjunto › Maria Hermínia Cabral, Directora Adjunta › Maria Luísa Valle, Directora Adjunta 314. 315 Relatório Balanço e Contas 2007 Informações Úteis Edifício da Sede Administração, Serviços, Recepção, Auditórios, Bilheteira, Loja/Livraria, Zona de Congressos Av. de Berna, 45-A • 1067-001 Lisboa Tel. 21 782 3000 (geral) Fax 21 782 3021 (geral) Site: www.gulbenkian.pt E-mail: [email protected] ‡ Loja/Livraria [ Átrio da Fundação ] HORÁRIO: Segunda a Sábado: das 09h30 às 17h45 Dias de concerto: 1 hora antes do início e até ao primeiro intervalo Domingos: encerrado Edifício do Museu Calouste Gulbenkian ‡ Museu Fax 21 782 3032 Site: www.museu.gulbenkian.pt E-mail: [email protected] Loja Cafetaria HORÁRIO: Terça-feira a Domingo: das 10h00 às 18h00 Segundas e dias 01/01, 01/05, 25/12 e Domingo de Páscoa: encerrado ‡ Biblioteca de Arte Fax 21 782 3044 Tel. 21 782 3458 Site: www.biblarte.gulbenkian.pt E-mail: [email protected] HORÁRIO: Segunda a Sexta-feira: das 09h30 às 17h30 Sábados, Domingos e Feriados: encerrada Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão Rua Dr. Nicolau Bettencourt • 1050-078 Lisboa Tel. 21 782 3000 (geral) Fax 21 782 3037 Site: www.camjap.gulbenkian.pt E-mail: [email protected] Galeria de Exposições Temporárias Loja/Livraria Cafetaria HORÁRIO: Terça-feira a Domingo: das 10h00 às 18h00 Segundas e dias 01/01, 01/05, 25/12 e Domingo de Páscoa: encerrado Instituto Gulbenkian de Ciência Rua da Quinta Grande, 6 • 2780-156 Oeiras Tel. 21 440 7900 Fax 21 440 7970 Site: www.igc.gulbenkian.pt E-mail: [email protected] ‡ Biblioteca HORÁRIO: Segunda a Sexta-feira: das 09h30 às 17h00 Sábados, Domingos e Feriados: encerrada Centro Cultural Calouste Gulbenkian, Paris 51, Avenue d’Iéna, 75116 Paris • FRANÇA Tel. (00331) 53 23 93 93 Fax (00331) 53 23 93 99 Site: www.gulbenkian-paris.org E-mail: [email protected] Delegação no Reino Unido 98, Portland Place, London W1B 1ET • REINO UNIDO Tel. (004420) 7636 5313 Fax (004420) 7908 7580 Site: www.gulbenkian.org.uk E-mail: [email protected] Fundação Calouste Gulbenkian Informações Úteis Fax e e-mail dos Serviços da Sede ‡ Secretaria do Conselho de Administração Fax 21 782 3035 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Educação e Bolsas Fax 21 782 3048/3052 E-mail: [email protected] ‡ Gabinete do Presidente Fax 21 782 3025 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Finanças e Investimentos Fax 21 782 3017 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Belas-Artes Fax 21 782 3054 E-mail: [email protected] ‡ Serviço Internacional Fax 21 782 3031 E-mail: [email protected] ‡ Serviços Centrais Fax 21 782 3631 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Música Fax 21 782 3041 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Ciência Fax 21 782 3019 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo Fax 21 782 3051 ‡ Serviço de Recursos Humanos Fax 21 782 3049 ‡ Serviço de Comunicação Fax 21 782 3027 E-mail: [email protected] ‡ Serviço das Comunidades Arménias Fax 21 782 3114 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Saúde e Desenvolvimento Humano Fax 21 782 3053 E-mail: [email protected] ‡ Serviço de Contabilidade Fax 21 782 3042 E-mail: [email protected] Gulbenkian na Internet • www.gulbenkian.pt Museu Calouste Gulbenkian Centre Culturel Calouste Gulbenkian (Paris) www.museu.gulbenkian.pt www.gulbenkian-paris.org Serviço de Música UK Branch (Londres) www.musica.gulbenkian.pt www.gulbenkian.org.uk Bilheteira on-line Artafrica www.bilheteira.gulbenkian.pt www.artafrica.gulbenkian.pt Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão Leitura www.camjap.gulbenkian.org www.leitura.gulbenkian.pt Biblioteca de Arte Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística www.biblarte.gulbenkian.pt www.programacriatividade.gulbenkian.pt Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) Montra Virtual www.igc.gulbenkian.pt www.montra.gulbenkian.pt 316.317 316. Relatório Balanço e Contas 2007 FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Coordenação Secretaria do Conselho de Administração Design [B2 Design] Fotografia da capa Thomas Weinberger, 2007 Colecção Fundação Calouste Gulbenkian Revisão am edições | antónio alves martins Impressão Textype Lisboa, Julho de 2008 1500 exemplares ISBN 978-972-31-1246-7 Depósito legal 127 156/98