A Química Somando Forças: Ensino e Pesquisa com Empreendedorismo e Inovação Avaliação teórica do efeito do solvente no biossensoramento do herbicida glifosato M.F. Ferreira Jr (1 ) *(1) (1) (1) , E.F. Franca , R.R. Faria , F.L. Leite (2) Universidade Federal de Uberlândia, Avenida João Naves de Ávila, 38408-100, Uberlândia-MG, Brasil; de São Carlos – Campus Sorocaba, Sorocaba-SP, Brasil. (2) Universidade Federal *e-mail: [email protected] Palavras chave: nanobiossensor, glifosato, Modelagem Molecular. INTRODUÇÃO A microscopia de força atômica (AFM) é uma ferramenta poderosa na obtenção de imagens e medidas de força. Além disso, esta técnica pode ser utilizada no estudo das interações específicas proteína1,2 ligante, atuando como nanobiossensores . Assim, a funcionalização da ponta do cantiléver (detector mecânico) do AFM com a enzima 5enolpyruvylshikimate-3-phosphate synthase (EPSPs), enzima na biossíntese de aminoácidos aromáticos de plantas e microrganismos, torna-se possível detectar o herbicida glifosato (GPJ), o qual interage especificamente com a EPSPs. Essa interação específica entre a enzima e um herbicida resultará em 3 resposta mecânica detectável pelo cantiléver do AFM . Este trabalho objetiva aperfeiçoar a resposta e a seletividade desse nanobiossensor detector de herbicidas inibidores enzimáticos. Para isso, foi utilizado métodos de modelagem molecular para avaliar o efeito do solvente em relação às ligações de hidrogênio e na energia de ligação no processo de formação do complexo (Enzima EPSPs – GPJ – Shikimato-3fosfato(S3P)) durante a dinâmica molecular. A Figura 1 ilustra a diminuição do número de ligações de hidrogênio no complexo enzima-gpj-s3p, ao passo que o número de ligações de hidrogênio aumenta entre o complexo e a água, ao longo da trajetória de Dinâmica Molecular. RESULTADOS E DISCUSSÕES A energia livre de ligação do complexo (enzima-GPJS3P) livre e solvatado foi calculada resolvendo numericamente a equação não-linear de PoissonBoltzmann, cuja metodologia foi implementada no 4 programa APBS . Além disso, simulações de dinâmica 5 molecular (GROMACS 4.6 ) por 50ns do complexo (enzima-GPJ-S3P), em solvente (água) explícito, permitiu avaliar as ligações de hidrogênio desse sistema. A energia de ligação para o complexo sítio ativo-GPJS3P é favorável tanto na ausência quanto na presença de solvente como visto na Tabela 1. Porém, na ausência de água a energia é mais favorável, uma vez que a presença de água dentro do sítio ativo diminui as interações de hidrogênio entre os resíduos, o GPJ e S3P, assim como as interações entre os próprios resíduos, o que desfavorece a energia de ligação entre eles. Tabela 1. Energia livre de ligação do complexo livre e solvatado. Sistema ΔG ligação -1 (KJ.mol ) Complexo (Enzima-GPJS3P)- livre Complexo (Enzima-GPJS3P)- Solvatado -45719.79 -44886.90 Figura 1: Número de ligações de hidrogênio no sítio ativo do complexo e entre o complexo e moléculas de água. CONCLUSÕES Simulações de Dinâmica Molecular mostraram que a formação da ligação do sítio ativo da enzima EPSPs com o GPJ-S3P fica desfavorecida em soluções aquosas. Isto sugere que a melhor resposta na detecção do herbicida glifosato ficará favorecida em ambiente sem a presença de água. AGRADECIMENTOS FAPEMIG, RQ-MG e CNPq. REFERÊNCIAS 1 Yu.M. Efremov, E.A. Pukhlyakova, D.V. Bagrov, K.V. Shaitan Micron 2011, 840–852. 2 Michael E. Drew, Arkadiusz Chworos, Emin Oroudjev, Helen Hansma, and Yoko Yamakoshi, Langmuir, 2010, 7117–7125 3 O. P. Amarante Jr, T.C.R. Santos, Quim. Nova, 2002, 420-428. 4 HOLST, M.; BAKER, N. & WANG, F. Journal of Computational Chemistry, 2000, 1319. 5 B. Hess, C. Kutzen, D. van der Spoel, E. Lindahl. J. Chem. Theory Comput, 200, 435-447. XXVIII Encontro Regional da Sociedade Brasileira de Química – MG, 10 a 12 de Novembro de 2014, Poços de Caldas - MG