CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA ATA DA DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA Aos nove dias do mês de abril de dois mil e oito, às nove horas e trinta minutos, na sala de reuniões da Câmara de Educação Básica, localizada no primeiro andar do edifício sede do Conselho Nacional de Educação, situado na Avenida L2 Sul, Quadra 607, em Brasília, DF, foi realizada a décima sétima sessão ordinária da Câmara, que contou com a presença dos conselheiros Clélia Brandão Alvarenga Craveiro, presidente da CEB, Maria Beatriz Luce, vice-presidente da CEB, Adeum Hilário Sauer, Cesar Callegari, Gersem José dos Santos Luciano, Maria Izabel Azevedo Noronha, Mozart Neves Ramos, Murílio de Avellar Hingel, Regina Vinhaes Gracindo e Wilson Roberto de Mattos. A presidente da CEB, conselheira Clélia Craveiro, iniciou a reunião agradecendo à conselheira Maria Beatriz Luce, vicepresidente da CEB, que presidiu a sessão ordinária da manhã de ontem. Ela destacou que o CNE não pode ser um órgão técnico burocrático e agradeceu o privilégio de ter presidido a CEB por dois anos. Cumprimentou e destacou a homenagem recebida pelo conselheiro Murílio Hingel, reconhecido como o professor que fez escolas. Fez apresentação da pauta da CEB e falou sobre o Relatório de Atividades da CEB no período de dois mil e seis a dois mil e oito. Na oportunidade, sugeriu aos conselheiros que complementassem o referido relatório, por meio eletrônico. A presidente cumprimentou o conselheiro César Callegari, por ter sido eleito presidente do Conselho Nacional de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB. Na seqüência, a conselheira Clélia Craveiro colocou as atas da CEB, referentes à reunião do mês de março do corrente ano, em discussão, sendo em seguida aprovadas. A conselheira Maria Izabel Noronha fez uma comunicação de sua participação pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), em Bruxelas, no mês de fevereiro, com o objetivo de avaliar a repercussão do PISA nos países e levantar as diretrizes para as próximas avaliações. O conselheiro Murílio Hingel solicitou à presidente da CEB que fosse apresentado um breve relatório sobre os pareceres aprovados da CEB e não-homologados e cumprimentou a conselheira Maria Izabel Noronha por ter sido indicada para a eleição de presidente da APEOESP; também cumprimentou o conselheiro César Callegari por ter sido eleito presidente do Conselho Nacional de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB. Na oportunidade, fez comentários sobre a compra de apostilas pelos sistemas de ensino público com recursos do FUNDEB, em detrimento ao programa do livro didático do MEC. Na opinião do conselheiro Murílio Hingel, falta implementar o sistema nacional de educação, para evitar tais distorções. A palavra foi concedida ao conselheiro Wilson de Mattos que externou sua preocupação quanto à impossibilidade de se formular respostas satisfatórias para resolver questões polêmicas da educação brasileira. O conselheiro afirmou que o tempo todo se constata o óbvio, mas não há como ir além da discussão. Há uma impotência dos governos de alcançar metas para a Educação Básica. Posteriormente, o conselheiro Wilson de Mattos parabenizou a gestão das conselheiras Clélia Craveiro e Maria Beatriz Luce e solicitou que fosse repensado o processo sucessório de votação dos dirigentes do CNE, considerando que os membros do CNE são pessoas politizadas e, como tal, não é possível votar em candidatos sem ter o conhecimento das propostas de cada um. A presidente informou que levou essa reivindicação à reunião de dirigentes e foi marcada uma reunião com todos os conselheiros, 1 nesta data, após a sessão das Câmaras para tratar desse assunto. Com a palavra, o conselheiro César Callegari reforçou a preocupação com a questão da venda de apostilas para os sistemas de ensino por vários grupos e reforçou a necessidade de se ter o sistema nacional de educação. A seguir, o conselheiro lamentou não ter ocorrido, na reunião do Conselho Pleno deste mês, uma avaliação da gestão dos últimos dois anos do CNE. Com a palavra a conselheira Regina Vinhaes Gracindo fez algumas considerações, tais como o cumprimento, pelo CNE, do art. 210 da Constituição Federal, referente aos conteúdos mínimos para a Educação Básica e sugeriu abrir uma pauta de discussão sobre esse tema na CEB. A conselheira destacou que, sem os conteúdos mínimos, fica prejudicado todo o processo de avaliação de rendimento, porque não há critérios e parâmetros definidos. Na opinião da conselheira Regina Vinhaes Gracindo, existe uma relação entre o descumprimento desse artigo e a venda de apostilas aos sistemas de ensino, uma vez que os conteúdos dessas apostilas são elaborados considerando o resultado das avaliações feitas pelo INEP. A segunda questão diz respeito ao processo sucessório do CNE; a conselheira reforçou as palavras do conselheiro Wilson de Mattos e defendeu a idéia de que sejam discutidos a sistemática e processo sucessório e não nomes ou chapas. Em seguida, a conselheira Maria Izabel Noronha ressaltou a importância de sua candidatura à presidência da APEOESP, o maior sindicato de professores da América Latina. Ao concluir sua fala, a conselheira afirmou que corrobora com a posição do conselheiro Wilson de Mattos quanto ao processo sucessório do CNE. Na oportunidade, a conselheira Maria Beatriz Luce informou sobre a proposta da CEB, para que a eleição dos dirigentes do CNE possa ocorrer em uma data diferente da data de posse dos novos conselheiros; inclusive, comunicou que nesse período, entre a posse e a eleição, a presidência do CNE poderá ser exercida pelo conselheiro mais idoso. O conselheiro Mozart Ramos concordou com a mudança do processo sucessório, tendo em vista a questão política e ética. A conselheira Maria Izabel Noronha informou que será incluída na Conferência Nacional de Educação Básica a referência aos Anais da Conferência Nacional de Educação, de mil novecentos e noventa e quatro. O conselheiro Murílio Hingel observou que não houve divulgação da Conferência Nacional de Educação Básica nos meios de comunicação, ao contrário, da Conferência Nacional de Educação, quando ocorreu uma grande mobilização nacional. A seguir, a conselheira Maria Izabel Noronha deu os últimos informes sobre a Conferência Nacional de Educação Básica e falou que será preciso fazer uma avaliação tanto da repercussão, como também das proposições apresentadas na Conferência. O conselheiro Murílio Hingel sugeriu que a divulgação sobre a Conferência Nacional de Educação Básica fosse realizada na Hora do Brasil e nos grandes jornais de circulação nacional. A palavra foi concedida ao conselheiro Gersem Luciano, que comunicou estar acompanhando e intermediando, junto aos índios em Roraima, o processo de demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol. E, em relação à Conferência Nacional de Educação Básica, informou que a participação indígena será muito pequena, embora tenha participado de encontros no MEC, onde está sendo discutida a construção de um subsistema de Educação Escolar Indígena. Informou, ainda, que essa discussão está avançada com o Ministro da Educação e o grupo que estará presente na Conferência, mesmo sendo um grupo pequeno, levará a proposição. Sobre o processo sucessório do CNE, o conselheiro Gersem Luciano demonstrou enorme preocupação e afirmou que é preciso tornar claro o processo de eleição dos dirigentes do CNE. Posteriormente, o conselheiro César Callegari passou ao relato de parecer, cujo interessado é a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE, tendo como assunto a consulta sobre a Lei nº 11.494/2007, que regulamenta o FUNDEB, e Lei nº 4.320/64, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. O relator, conselheiro fez a leitura do referido parecer, a qual foi seguida de debates. O conselheiro Murílio Hingel fez algumas sugestões de redação, que foram aceitas de pronto pelo relator. A 2 conselheira Regina Vinhaes solicitou esclarecimento sobre o que significa a expressão “crédito adicional”, que o conselheiro respondeu, segundo a lei do FUNDEB. A seguir o parecer foi submetido à votação e aprovado por unanimidade, tendo sido as sugestões apresentadas pelo colegiado acatadas pelo relator. Nada mais havendo a tratar, às treze horas, a reunião foi encerrada e, para constar, eu, Alba Rejane Gomes da Silva de Lucena, lavrei esta ata, que vai assinada por mim e pelos conselheiros presentes. Brasília, nove de abril de dois mil e oito. Alba Rejane G. da S. de Lucena ________________________________________________ Clélia Brandão Alvarenga Craveiro ________________________________________________ Maria Beatriz Luce ________________________________________________ Adeum Hilário Sauer ________________________________________________ Cesar Callegari ________________________________________________ Gersem José dos Santos Luciano ________________________________________________ Maria Izabel Azevedo Noronha ________________________________________________ Mozart Ramos Neves ________________________________________________ Murílio de Avellar Hingel ________________________________________________ Regina Vinhaes Gracindo ________________________________________________ Wilson Roberto de Mattos ________________________________________________ 3