JORNAL
DO
GERAL
POVO
13
n Sexta-feira, 5 de novembro de 2004 n
t MEIO AMBIENTE
Central de embalagens opera em 15 dias
CLEBER PINTO
Importante
FOTOS VANDRÉ MARTIN
Unidade foi inaugurada
ontem pela manhã
no aterro sanitário
A central de recebimento de embalagens
vazias de defensivos agrícolas de Cachoeira
do Sul começará a operar em 15 dias. O
anúncio foi feito na manhã de ontem pelo
presidente da Associação dos Revendedores
de Defensivos Agrícolas da Região Centro
do Estado do Rio Grande do Sul (Ardec),
Luís Solismar Andrade, durante a solenidade de inauguração do prédio, junto ao aterro
sanitário.
Com a presença do gerente de operações
do Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias (Inpev), Paulo Ely do
Nascimento, Andrade afirmou que nos próximos dias 11 e 12 os funcionários da central
estarão em Passo Fundo aprendendo o processo para separar as embalagens, prensar
os materiais e verificar se o agricultor efetuou a tríplice lavagem nos vasilhames,
conforme determina a Lei Federal 9.974, de
junho de 2000.
A partir do dia 20, a Ardec estará controlando os recebimentos das embalagens de
produtores de 20 municípios da região central. O recebimento será através de
agendamento. A previsão do Inpev é de que
a central cachoeirense processe 120 tonela-
A inauguração da central de recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos contou com a presença de lideranças comunitárias e defensores das questões ambientais,
como a presidenta da Operação Jacuí, Marly
Caspary. O coordenador do Inpev no Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, Arno Poisl,
comandou a cerimônia. O vice-prefeito eleito Hilton De Franceschi compareceu à cerimônia e destacou a importância de todos os
cachoeirenses em estarem preocupados com
a preservação do meio ambiente.
UMA PERGUNTA
Qual a penalidade
para o agricultor?
SÓCIOS DA ARDEC: central de recebimento entra em funcionamento em 15 dias
das de embalagens por ano.
A central cachoeirense é a oitava inaugurada no Rio Grande do Sul. O Inpev destaca que no estado 12 unidades serão suficientes para receber todas as embalagens dos
produtos que são colocados no mercado gaúcho. Já estão em funcionamento as cen-
trais de Alegrete, Capão do Leão, Giruá,
Dom Pedrito, Palmeira das Missões, Passo
Fundo e São Luiz Gonzaga. No país, o Inpev
inaugurou ontem em Cachoeira do Sul a
103ª central. Paulo Nascimento destacou
que o Brasil terá 115 unidades, com mais
cerca de 250 postos de recebimento.
ATENÇÃO
PARCEIROS: Nascimento (Inpev), Minssen (Comdema), Drescher (DVA) e Andrade (Ardec)
PARA SABER MAIS
Como funcionará o processo
REVENDEDOR
n Ao comercializar os defensivos agrícolas, o revendedor
deve comunicar aos produtores o local da entrega das
embalagens.
AGRICULTOR
n O agricultor tem o prazo de
um ano para devolver na central o vasilhame após a compra. Se sobrar produto, o prazo se estende por mais seis
meses.
n O agricultor deve efetuar a
tríplice lavagem nas embalagens antes da devolução.
ARDEC
n Na central, a Ardec separa as embalagens que
servirão para a reciclagem
ou incineração. O material
é prensado e enviado para
o Inpev, em São Paulo. O
transporte é pago pelo
Inpev.
Todas as entidades associadas à
Ardec enviaram representantes à
inauguração. A inauguração foi comemorada com um almoço na sede
do Juventude, no Passo da Areia. A
obra custou cerca de R$ 300 mil,
com recursos do Inpev, Ardec e
Fundo Municipal de Defesa do Meio
Ambiente (Fundema). A Prefeitura
Municipal cedeu a área na Ferreira.
n As embalagens recicladas
servem para conduintes, cordas, embalagens para óleo
lubrificante, barricas de papelão e economizadores de
concreto. As embalagens que
não podem ser lavadas são
incineradas.
LOCAL DA ARDEC: junto ao aterro sanitário
Todo agricultor que não cumprir as
determinações da Lei 9.974, de junho de
2000, poderá ser punido administrativa,
civil e penalmente pela destinação inadequada das embalagens vazias. Será punido por proceder em desacordo com o receituário ou recomendações do fabricante,
órgãos registrantes e sanitário-ambientais e estará sujeito à pena de reclusão de
dois a quatro anos, além de multa, se
descumprir as exigências estabelecidas
na legislação.
SOLENIDADE: ambientalistas apóiam o
cumprimento da lei das embalagens
Inpev prega conscientização
O gerente de operações do
Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), Paulo Ely do
Nascimento, afirmou ontem
que a mobilização de todos os
setores envolvidos na comercialização e uso de defensivos
agrícolas é necessária para
cumprir as exigência da Lei
Federal 9.974, de junho de
2000. “O processo está andando rapidamente no Brasil. Hoje, mais de 50% dos
produtos vendidos já são processados. Com a divulgação
do revendedor, do poder público e da imprensa, o agricultor terá consciência da importância de devolver as embalagens. Ganha a comunidade e
ganha o agricultor, que terá
uma propriedade limpa. A
preservação do meio ambiente é questão de cultura”, disse
Paulo do Nascimento.
Para o presidente do Con-
selho Municipal de Defesa
do
Meio
Ambiente
(Comdema),
Eduardo
Minssen, a inauguração da
central é uma conquista para
Cachoeira do Sul. “Desde que
assumi o Comdema, foi a
minha principal prioridade
essa obra. A cidade agora é
referência regional no
processamento de embalagens. Nosso próximo passo é
tentar uma central para o
processamento de pneus, que
já tem legislação”, destacou.
Para o chefe do Departamento de Vigilância Ambiental
(DVA) de Cachoeira do Sul,
Marcelo Drescher, a data de
ontem entra para a história
do município na preservação
do meio ambiente. “É um legado ambiental para futuras gerações”, destacou
Drescher, lembrando um esforço das entidades que iniciou em 1999.
Download

Central de embalagens opera em 15 dias