CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE BEBIDAS AROMATIZADAS: ÁGUAS E CHÁS Maria de Fátima de Sá Barroso Doutoramento Europeu: Universidade do Porto | ISEP | Universidade de Oviedo A produção contínua de radicais livres, durante os processos metabólicos, é compensada pelos mecanismos de defesa antioxidante. Estes visam eliminar ou reduzir os níveis destes radicais nas células e assim proteger o organismo dos seus efeitos pejorativos. Os alimentos e as bebidas são uma boa fonte exógena de antioxidantes. As águas aromatizadas, sendo constituídas por aromas naturais, extratos de vegetais (chá) e sumos de fruta, devem apresentar alguma capacidade antioxidante. Este tipo de refrigerante (águas aromatizadas) foi desenvolvido recentemente e, por isso, não se encontrava caraterizada no que concerne aos fatores com efeito benéfico na saúde humana, nomeadamente a capacidade antioxidante. O objetivo principal desta dissertação consistiu em melhorar o conhecimento acerca da composição química e antioxidante das diversas águas aromatizadas disponíveis no mercado português. Numa primeira fase efetuou-se a caraterização mineralógica destas águas, tendo-se avaliado um total de 18 minerais: 4 macrominerais (Ca, Mg, K e Na), 3 microminerais (Fe, Cu e Zn) e 11 elementos vestigiais (Al, As, Cd, Cr, Co, Hg, Mn, Ni, Pb, Se, e Si). Os teores determinados destes minerais estavam dentro dos limites estipulados por lei e eram variáveis de marca para marca, o que está relacionado com a sua origem. Seguiu-se a avaliação de parâmetros relacionados com a ação antioxidante, através de métodos óticos convencionais, nomeadamente, o teor fenólico total, o teor de flavonoídes total, o poder redutor e a atividade anti-radicalar das águas e dos aromas usados na sua formulação. Para um melhor conhecimento da composição química dos aromas foi avaliado o perfil de terpenóides por HS-SPME/GC-MS. De acordo com os resultados, as amostras de águas e aromas apresentam capacidade antioxidante e atividade anti-radicar. No entanto, não foram detetados flavonoídes. A análise dos aromas indicou a presença de monoterpenos e sesquiterpenos. Na sequência do trabalho desenvolveram-se metodologias alternativas para a quantificação da capacidade antioxidante de águas aromatizadas. Procedeu-se à construção de biossensores de ADN, usando bases púricas (adenina ou guanina) ou cadeias simples de ADN imobilizadas na superfície de elétrodos de carbono vítreo ou de pasta de carbono, respetivamente. O princípio de funcionamento destes biossensores baseou-se na avaliação do dano provocado por radicais livres (hidroxilo, superóxido e sulfato) e da proteção de antioxidantes (ácido ascórbico, ácido gálico, ácido cafeico, ácido cumárico e resveratrol), usando-se a voltametria de onda quadrada, voltametria cíclica ou voltametria diferencial de pulso, como técnica de deteção Verificou-se que os radicais livres hidroxilo (OH·), superóxido (O2·-) e sulfato (SO4·-) provocam danos oxidativos na adenina e na guanina imobilizada na superfície do elétrodo de carbono vítreo. Por outro lado, os antioxidantes, ácido ascórbico, ácido gálico, ácido cafeíco, ácido cumárico e o resveratrol protegem a adenina e a guanina dos danos provocados pelos radicais. Com os biossensores de cadeia simples de DNA os radicais livres usados foram o hidroxilo (OH ·) e o superóxido (O2·-). Neste caso o dano oxidativo e a proteção produzida pelo ácido ascórbico foram avaliados através da medição da corrente eletrocatalítica do NADH. Estes biossensores foram usados para determinar a capacidade antioxidante total das águas aromatizadas tendo-se verificado que estas águas apresentam capacidade antioxidante. Palavras-chave: águas aromatizadas, antioxidante, radicais livres; DNA, técnicas voltamétricas, biossensores.