CMYK Política no DF 30 • Cidades • Brasília, quinta-feira, 22 de março de 2012 • CORREIO BRAZILIENSE LEGISLATIVO Apesar de ter sido aprovado pela CCJ, projeto que prevê a divulgação dos gastos com a verba indenizatória é vetado pela Presidência Transparência arquivada » LILIAN TAHAN Carlos Moura/CB/D.A Press - 14/6/11 Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 10/11/11 Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 14/12/11 A Não opinei nessa história, porque simplesmente não houve reunião da Mesa para tratar do assunto. Foi um ato do presidente” Olair Francisco, deputado distrital (PTdoB) Olair Francisco deu parecer favorável ao projeto na CCJ Joe Valle não participou da votação na Comissão Aylton Gomes negou qualquer entendimento sobre o assunto CCJ, quatro — Aylton Gomes (PR), Robério Negreiros (PMDB), Olair Francisco (PTdoB) e o próprio Chico Leite — votaram pela aprovação do projeto. Apenas Joe Valle (PSB) não opinou. Ele estava de licença justificada. Mesmo com o entendimento da comissão a favor da proposta, a Presidência contestou o teor da medida e mandou arquivar o projeto de resolução com base no artigo 39 do Regimento Interno, se- gundo o qual a prerrogativa de legislar sobre questões inerentes à administração da Casa é da Mesa Diretora. Para Patrício, “existe vício de iniciativa na proposta apreciada pela CCJ”. Diante desse en- tendimento, o presidente fez uma consulta informal à Procuradoria da Casa sobre como deveria proceder para interromper a tramitação do projeto. De acordo com a Coordenadoria de Comunicação Social Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - 22/2/11 O fundamental para a sociedade é a medida. Não preciso de ser o autor, abro mão dessa vaidade, como fiz no caso do nepotismo” Chico Leite, deputado distrital (PT) Proposta coletiva Autor do projeto que prevê a publicação dos gastos da verba indenizatória na internet, Chico Leite disse que pretende recorrer da medida de arquivamento da proposta. O petista afirma que abre mão da autoria para que a sugestão passe a ser coletiva e possa ser votada em plenário, o que desqualificaria, segundo entende, o vício de iniciativa. “O fundamental para a sociedade é a medida. Não preciso de ser o autor, abro mão dessa vaidade, como fiz no caso do nepotismo”, disse Leite. Durante sessão em plenário na tarde de ontem, Patrício chegou a dizer publicamente que o arquivamento era apenas uma proposta e que o projeto de Chico Leite passaria pela análise em plenário. Mas, à noite, a assessoria de imprensa da Presidência afirmou que ele havia se confundido e que o arquivamento já havia sido consumado. O projeto de resolução de Chico Leite prevê como obrigatória a publicação mensal, no site oficial e no Diário da Câmara Legislativa, da documentação fiscal que comprove os gastos com a verba indenizatória. As informações, segundo a proposta, devem ser prestadas em, no máximo, cinco dias úteis contados a partir da aprovação das contas. Embora a proposta tenha sido enterrada, Patrício afirma que a divulgação de despesas dos deputados na internet será regulamentada por meio de ato da Mesa Diretora. Ele assegura que as regras serão mais amplas do que as previstas no projeto de Chico Leite e afirma que a direção da Casa seguirá as orientações do Ministério Público, que recentemente cobrou transparência da Câmara Legislativa. (LT) Mantido o mandato de Raad Massouh O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, em sessão realizada na noite de ontem, manter o mandato de deputado distrital de Raad Massouh (PSD). Por unanimidade, os ministros do TSE acataram o recurso apresentado por Raad contra a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), que havia decretado a perda do mandato do distrital por prática de gastos ilícitos de campanha e arrecadação irregular de recursos. Raad foi eleito deputado distrital em 2010, mas está licenciado para exercer o cargo de secretário de Micro e Pequenas Empresas no governo Agnelo Queiroz. Raad continuou com o mandato após a decisão do TRE por força de uma liminar concedida em agosto do ano passado pelo ministro Marcelo Ribeiro, do TSE. Relator do caso, Ribeiro entendeu que os gastos ilícitos não são motivo suficiente para a cassação. O secretário acredita que a Justiça foi feita. “Tirei mil quilos das minhas costas, passei o pior ano da minha vida. Eu sabia que não perderia o mandato por um erro administrativo. Sofri muito, mas acabou”, disse Massouh. CMYK partir de uma decisão do presidente da Câmara Legislativa, Patrício (PT), a Casa arquivou ontem o projeto de resolução que obriga os distritais a publicarem na internet informações sobre os gastos com verba indenizatória. A medida foi tomada horas depois de a proposta obter parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Protocolado no ano passado, o projeto de resolução, de autoria de Chico Leite (PT), que prevê a exposição das despesas dos deputados na web já havia recebido um parecer contrário da Mesa Diretora. À época, a Mesa considerou que o assunto poderia ser tratado por meio de ato do próprio comando, sem a necessidade de que fosse formalizado em lei. Mas, nesta semana, o tema voltou a ser avaliado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que aprecia a qualidade jurídica dos projetos que tramitam na Casa. Dos cinco integrantes da da Câmara, o deputado foi orientado a mandar o projeto para o arquivamento com base em casos semelhantes levantados pela própria área técnica. “Há um histórico de processos que passaram por comissões, inclusive a própria CCJ, mas continham vício de iniciativa. Esses foram direto para o arquivo, sem a necessidade de votação em plenário”, informou a assessoria da Presidência. Os demais integrantes da Mesa Diretora não participaram da decisão. “Não opinei nessa história, porque simplesmente não houve reunião da Mesa para tratar do assunto. Foi um ato do presidente”, disse Olair Francisco, que relatou o projeto na CCJ e deu voto favorável à iniciativa. Aylton Gomes também negou qualquer entendimento sobre o assunto. “Não me pronunciei sobre o tema, até porque o meu voto foi conhecido na CCJ. Fui a favor”, disse o distrital. Joe Valle afirmou que não participou de nenhuma deliberação da Mesa.