ENTREVISTA CONCEDIDA POR MENDES BOTA
AO JORNAL “O ALGARVE”
PUBLICADO A 05/02/2009
- Qual o comentário e balanço que faz – mesmo considerando que este possa ser
eventualmente prematuro – do seu mandato enquanto deputado à AR?
Não devo fazer comentários à minha actividade como deputado, por se me afigurar
desnecessário. Ela é tão pública e tão transparente, que só não a conhece quem não
quiser. Basta aceder ao sítio electrónico www.mendesbota.pt, onde está factualmente
transposta toda a minha acção como homem público, investido nas múltiplas missões
que me têm sido atribuídas em diversas vertentes. Desde o dia 1 de Dezembro de 2007,
que lá são colocados todos os documentos, todas as intervenções, todas as notícias mais
relevantes do meu dia a dia. O balanço, fá-lo-ei no final do mandato, como é óbvio.
Mas, de forma sintética e sistemática, direi que a minha acção pública se reparte de
acordo com os temas nos quais concentrei o empenho em convicções: violência contra
as mulheres e igualdade de género, sector do turismo, porque gosto e é a principal
actividade económica do Algarve, regionalização que é a luta profunda da minha vida,
só para citar as três principais. O meu raio de acções está em três patamares: Algarve,
Portugal e Europa, pela intensa participação nos trabalhos do Conselho da Europa.
Actividades no partido e fora do partido, ao nível da cidadania. Nestas vertentes, só
neste mandato, perdi o conto às centenas de intervenções públicas, conferências,
requerimentos parlamentares, relatórios, artigos, entrevistas, etc. Essa contabilidade será
feita a seu tempo. Não é fácil a minha vida. Ao meu correio, chegam mais de 10 cartas,
e mais de 100 mensagens electrónicas a que tenho de responder e encaminhar, por dia.
Poucas pessoas imaginam o que isso é.Tenho presentemente 26 “frentes de batalha”
diferentes e um só vencimento, pois não acumulo vida pública com actividade privada,
por opção própria e assumida. Sou livre de interesses diferentes do interesse público. A
minha agenda é complicada. Trabalho sete dias por semana, durmo sete horas por dia, o
resto é trabalho das 5 horas às 22 horas, com intervalos para alimentação. Faço-o com
prazer, e não tenho que me queixar.
- Tenciona recandidatar-se ou gostaria de voltar a assumir funções na Assembleia da
República?
MB - A nossa vida é um misto de vontade própria, que controlamos, de capacidade e
vocação, que nascem connosco, e de destino para a boa ou a má sorte, no final se fará o
balanço. O meu percurso de vida tem sido, felizmente, diversificado, dentro e fora da
política. Poderia ter sido diferente. Poderia ter sido melhor ou pior. Poderia ter chegado
mais alto, ou não ter chegado a arrancar do rés-do-chão. Mas hoje, no longo prazo de 53
primaveras, existe um aspecto que, pela sua duração, já ressalta de todos os demais.
Entre Assembleia da República e Parlamento Europeu já levo 18 anos como deputado.
Sou o decano dos parlamentares algarvios, e ainda estou longe da reforma. Gosto
bastante desta função, tenho vocação, apresento trabalho, luto por convicções e tenho
seguidores. Essa é a minha primeira opção. Continuar, só depende da nomenclatura
partidária, que é quem nomeia candidatos, e dos eleitores, que são quem decide.
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ENTREVISTA PARA O JORNAL “O ALGARVE